Energia Eólica e a Operação do Sistema Elétrico Experiências do Brasil e Portugal no Setor Elétrico GESEL / UFRJ e EDP Rio de Janeiro 07 de Julho de 2011 Hermes Chipp Diretor Geral ONS Sumário 1. Desafios vinculados à operação de eólicas 2. Desafios vinculados à integração de eólicas 2 A complementaridade entre as principais fontes SIN - Complementaridade entre as fontes Ano 2015 (Base PEN 2011) 1,80 Safra da cana-de-açucar 1,60 p.u. (MWmês/MWano) 1,40 1,20 1,00 Eólicas 0,80 0,60 0,40 0,20 Período seco do SIN JAN FEV MAR ABR MAI PCT JUN EOL JUL AGO SET OUT NOV DEZ UHEs Fonte : ONS Ref. Maio/2011 A Expansão da Oferta entre 2010 e 2015 PEN 2011 – Cenário de Referência - Participação por Fonte (MW) e (%) 2010 Hidráulica 2015 85.690 79,3% 2010-2015 98.035 71,0% 12.345 14% Nuclear 2.007 1,9% 2.007 1,5% 0,0% Gas/GNL 9.263 8,6% 12.180 8,9% 2.917 32% Carvão 1.415 1,3% 3.205 2,3% 1.790 127% Biomassa 4.577 4,2% 7.272 5,3% 2.695 59% Óleo 4.212 3,9% 9.913 7,3% 5.701 135% 826 0,8% 5.248 3,8% 4.422 535% 100% 29.879 28% Eólica Total 4 Crescimento 107.990 100% 137.860 UEEs Existentes e Futuras UEEs Existentes: SE e Sul TOTAL DE EMPREENDIMENTOS TOTAL [MW] 10 272,91 SIN TOTAL DE EMPREENDIMENTOS TOTAL NE TOTAL DE EMPREENDIMENTOS TOTAL [MW] 49 990,34 UEEs Contratadas na Expansão: SIN TOTAL DE EMPREENDIMENTOS TOTAL Fonte : ONS – Julho/2011 [MW] 141 3.895,00 [MW] 39 717,43 Evolução dos Preços das Fontes Alternativas 6 A contribuição das UEEs Evolução da Energia Assegurada (MWmed) 2500 2148 2148 1988 2000 MWmed 1500 892 1000 496 500 0 2011 2012 2013 2014 2015 Desafios vinculados com a operação do sistema GERAÇÃO SAZONAL / INTERMITENTE (IMPLICAÇÕES NA PROGRAMAÇÃO E OPERAÇÃO INCLUINDO A RESERVA DE POTÊNCIA): • Previsão de ventos (As experiências europeia e canadense mostram que a primeira opção para os operadores da rede é desenvolver um sistema de previsão próprio: Alemanha (TSOs), Espanha, Dinamarca, Irlanda, Irlanda do Norte, Grécia e Portugal). • Dimensionar e alocar reserva de potência. • Fornecimento de energia reativa pelas centrais eólicas. • Desenvolvimento de estudos energéticos para avaliação de: Riscos de déficit; Custos marginais de operação; Impacto na geração térmica convencional; Impacto na geração hidrelétrica; e Impacto em vertimentos e impactos na reserva de potência. 8 2. Desafios vinculados à integração 9 Desafios vinculados à integração de eólicas Desafios vinculados à: 1. Regulamentação 2. Conexão 10 Desafios vinculados com a regulamentação 1. Dificuldade de compatibilização entre os cronogramas de transmissão e geração para os leilões A-3 e LER Período de tempo entre a data do leilão e data da entrega da energia é insuficiente para a adequação do sistema de transmissão Chamada pública para candidatos a ICG ( eólicas e biomassa) Planejamento do sistema de transmissão para escoamento da geração vencedora do leilão Preparação do edital de licitação da transmissão Realização do leilão de transmissão Assinatura do contrato de concessão da transmissão Licenciamento ambiental Implantação das obras Comissionamento e entrada em operação comercial 11 Desafios vinculados com a regulamentação 1. Dificuldade de compatibilização entre os cronogramas de transmissão e geração para os leilões A-3 e LER Este aspecto pode ser comprovado para o caso do leilão de 2010 onde o prazo de entrega da energia foi postergado de janeiro para setembro 2013. Para o caso dos leilões A-3 e LER de 2011 já se visualiza problema similar pois : Os leilões serão realizados em 17 e 18 de agosto com entrega de energia para março 2014 (A-3) e julho 2014 (LER). Vencidas as etapas de planejamento do sistema e preparação dos editais de licitação, se o leilão de transmissão ocorrer em março 2012, com assinatura do contrato de concessão 4 meses depois (julho 2012), teremos apenas 20 e 24 meses, respectivamente, para implantação das ampliações e reforços necessários para o sistema de transmissão. Levando em conta os prazos médios atuais de licenciamento ambiental( 17 meses para obtenção da LI) dificilmente estes prazos serão atingidos. 12 Leilão energia Projeto Básico Geração Cadastramento dos Empreendimentos EPE Solicitação Acesso Contratos Sistema Transmissão (uso e conexão) Solicitação Doc. Acesso ao ONS Licenciamento ambiental e execução das obras Processo Integração ao SIN e emissão das Declarações de Teste e Integ. Início Operação D + 3 anos Entrega Energia Habilitação Técnica na EPE Emissão das Portarias Autorizativas – MME Data D 13 Transmissão Realização do Leilão Chamada Pública ANEEL D + 3 meses Assinatura contrato concessão D + 11 meses Estudos planejamento sistema transmissão EPE Aprovação projeto básico ANEEL/ONS D + 15 meses D + 5 meses Leilão Sist. Transmissão ANEEL D + 7 meses Licenciamento Ambiental D + 28 meses Execução das obras D + 42 meses Processo Integração ao SIN e emissão das Declarações para teste e operação D + 43 meses Início Operação 3 anos e 7 meses após o leilão Desafios vinculados com a regulamentação 2. Diferença entre o sistema de transmissão antes e depois do leilão Diferença entre usinas habilitadas e vencedoras Acessantes não têm como prever antecipadamente a sua configuração de conexão uma vez que a chamada pública é realizada após o leilão Incerteza que influencia no preço da energia a ser ofertado Tratamento dado à TUST Utilização da tarifa referida à conexão no sistema existente pré – leilão fixa durante 10 anos. Minimiza risco do empreendedor, mas onera os demais usuários da transmissão 14 Diferença entre as tarifas de uso do sistema de transmissão 15 Proposta para aperfeiçoamento da regulamentação Em função dos desafios apresentados o ONS tem proposto : Principalmente para o LER, que seja analisada a possibilidade de adoção do modelo de leilões com locais de conexão pré definidos e/ou em áreas regionais, com a capacidade instalada a ser contratada previamente definida, levando em conta inclusive as eventuais folgas no sistema de transmissão existente. • É possível estabelecer com razoável precisão a expansão necessária do sistema de transmissão, direcionada para o mínimo custo global. • É possível definir com maior precisão a tarifa de uso do sistema de transmissão para cada ponto de conexão. Permite aos acessantes melhores condições de estimar previamente o custo das suas instalações de conexão com repercussões positivas em termos do preço da energia a ser ofertado. 16 Permite que se implante as ampliações e reforços do sistema de transmissão em prazo compatível com a entrada em operação da geração vencedora do leilão Proposta para aperfeiçoamento da regulamentação Área “B” Área “A” Sistema de Transmissão Sistema de Transmissão Rede Básica Para se buscar o menor custo global (G+T) pode-se priorizar as áreas que possuem folga de transmissão ao longo do período de análise. 17 Desafios vinculados com a conexão das fontes eólicas Localização em pontos onde a rede elétrica é fraca – baixa potência de curto circuito – necessidade de implantação de reforços na rede; Comportamento dinâmico das unidades geradoras em situações de perturbações no sistema elétrico (importância de dispositivo “Ride Through the Fault”) – necessidade de manter a usina conectada durante perturbações externas. 18 LER 2009 - Resultados CENTRAIS GERADORAS COM CONEXÃO SOLICITADA NA REDE BÁSICA E DIT Nº DE EMPREENDIMENTOS MW (Instalado) % TOTAL 318 10.303,80 100% NE 229 7.288,80 71% S 89 3.015,00 29% LER 2009 EMPREENDIMENTOS EÓLICOS VENCEDORES POR ESTADO NA REDEDE BÁSICA E NAS DITS POTÊNCIA UF Nº USINAS INSTALADA (MW) 18 390 BAHIA NE S 19 CEARÁ RIO GRANDE DO NORTE RIO GRANDE DO SUL TOTAL 17 52 17 436 1352 526 8 8 60 186 186 1.538 BA LER e LFA 2010 – Resultados Empreendimentos com Conexão Solicitada à Rede Básica e nas DIT LER Fonte LFA Nº Usinas Potência Instalada (MW) Nº Usinas Potência Instalada (MW) Eólica 316 8.699 16 343 Biomassa 14 694 _ _ PCH _ _ _ _ 330 9.393 16 343 Total LER E LFA / 2010 EMPREENDIMENTOS EÓLICOS VENCEDORES POR ESTADO NA REDEDE BÁSICA E NAS DITS UF NE S BAHIA CEARÁ 14 5 RIO GRANDE DO NORTE 32 RIO GRANDE DO SUL 10 TOTAL 20 Nº USINAS 51 10 61 POTÊNCIA INSTALADA (MW) 480 150 1594 964 246 246 1.840 Habilitação para os próximos leilões: A - 3 e LER 2011 Nº de Cartas Em itidas Para Em preendim entos Eólicos por Estado Empreendimentos Eólicos por Estado na Rede Básica e nas DIT UF Bahia 89 95 Potência Instalada (MW) Nº Usinas 89 2.360 108 112 Ceará NE Piauí PE 108 2.640 325 13 3 342 3 13 8.852 Bahia Ceará Piauí PE S RS Total RS Nº de MW de Potência Instalada de Projetos Eólicos por Estado 78 2.360 2.572 RN RN 3.132 112 95 95 420 2.572 2.572 11.124 2.640 3.132 78 Bahia 21 Ceará 342 Piauí PE RN RS APOIO 22 UEEs Existentes – Nordeste 17 Empreendimentos [MW] Beberibe Bons Ventos Canoa Quebrada Canoa Quebrada (Rosa dos Ventos) Enacel Eólica de Taíba Formosa (Praia Formosa) Foz do Rio Choró Icaraizinho Lagoa do Mato Mucuripe Paracuru Praia do Morgado Praias de Parajurú Prainha Taíba-Albatroz Volta do Rio 25,20 50,00 57,00 10,50 31,50 5,00 104,40 25,20 54,00 3,23 2,40 23,40 28,80 28,80 10,00 16,50 42,00 TOTAL 517,93 1 Empreendimento [MW] Pedra do Sal 18,00 TOTAL 18,00 Fonte : ONS – Julho/2011 23 2 Empreendimentos Alegria I Rio do Fogo TOTAL [MW] 51,00 49,30 100,30 NE TOTAL DE EMPREENDIMENTOS TOTAL [MW] 39 717,43 12 Empreendimentos [MW] Albatroz Atlântica Camurim Caravela Coelhos I Coelhos II Coelhos III Coelhos IV Mataraca Millennium Presidente Vitória 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 10,20 4,50 4,25 TOTAL 59,45 7 Empreendimentos [MW] Fernando de Noronha Gravatá Fruitrade Mandacaru Olinda 0,28 4,25 4,25 0,23 Pirauá Santa Maria Xavante 4,25 4,25 4,25 TOTAL 21,75 UEEs Existentes – Sudeste, Sul e SIN SE e Sul TOTAL DE EMPREENDIMENTOS TOTAL SIN TOTAL DE EMPREENDIMENTOS TOTAL Fonte : ONS – Julho/2011 24 [MW] 49 990,34 [MW] 10 272,91 1 Empreendimento [MW] Morro do Camelinho 1,00 TOTAL 1,00 1 Empreendimento [MW] Gargaú 28,05 TOTAL 28,05 1 Empreendimento [MW] Eólio - Elétrica de Palmas 2,50 TOTAL 2,50 2 Empreendimentos [MW] Água Doce Parque Eólico do Horizonte 9,00 4,80 TOTAL 13,80 5 Empreendimentos [MW] dos Índios Elebrás Cidreira Osório Palmares Sangradouro 50,00 TOTAL 227,56 70,00 50,00 7,56 50,00 A Expansão das UEEs – 2011 a 2015 Montante Contratado 2º LER/2009 (2011) 2º LFA/2010 (2012) 3º LER/2010 (2013) TOTAL [MW] 572,70 150,00 722,00 Montante Contratado 2º LER/2009 (2012) 2º LFA/2010 (2012) 3º LER/2010 (2013) TOTAL [MW] 639,70 817,40 247,20 1.704,30 Montante Contratado 2º LER/2009 (2012) TOTAL [MW] 30,00 30,00 Montante Contratado 2º LER/2009 (2012) 2º LFA/2010 (2012) 3º LER/2010 (2013) TOTAL [MW] 186,00 225,80 20,00 431,80 Fonte : ONS - Maio/2011 25 Montante Contratado 2º LER/2009 (2012) 2º LFA/2010 (2012) TOTAL SIN TOTAL DE EMPREENDIMENTOS TOTAL [MW] 418,80 326,40 261,00 1.006,20 [MW] 141 3.895,00 FIM 26