PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Medicina Veterinária Curso de Medicina Veterinária em Betim Húdson Heleno Siqueira Mendes José Guilherme Soares Gonçalves Leandro Silva de Andrade Samuel Prado Bicalho ALTERAÇÕES DA COMPOSIÇÃO DO LEITE E NA BIOQUÍMICA SANGUÍNEA DE VACAS GIR PRIMÍPARAS COM MASTITE SUBCLÍNICA. Betim, 03 de junho de 2013 Húdson Heleno Siqueira Mendes José Guilherme Soares Gonçalves Leandro Silva de Andrade Samuel Prado Bicalho ALTERAÇÕES DA COMPOSIÇÃO DO LEITE E NA BIOQUÍMICA SANGUÍNEA DE VACAS GIR PRIMÍPARAS COM MASTITE SUBCLÍNICA Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinária em Betim da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária. Orientador: Rogério Carvalho de Souza Betim, 03 de junho de 2013 Húdson Heleno Siqueira Mendes José Guilherme Soares Gonçalves Leandro Silva de Andrade Samuel Prado Bicalho ALTERAÇÕES DA COMPOSIÇÃO DO LEITE E NA BIOQUÍMICA SANGUÍNEA DE VACAS GIR PRIMÍPARAS COM MASTITE SUBCLÍNICA Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinária em Betim da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária. __________________________________________ Rogério Carvalho de Souza (orientador)-PUC Minas __________________________________________ Flávio Augusto Salim Nogueira -PUC Minas __________________________________________ Eduardo Machado de Azevedo – PUC Minas Betim,03 de junho de 2013. Dedicamos esta monografia ás nossas famílias pela fé e confiança demonstrada. Aos nossos amigos pelo apoio incondicional. Aos de Aos professores estarem a simples dispostos orientadores demonstrada Enfim pelo no todos pela decorrer que a de fato ensinar. paciência do trabalho alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus pela oportunidade de estarmos realizando este trabalho. A nossas famílias, pelo incentivo e colaboração, principalmente nos momentos de dificuldades. Aos nossos orientadores por estarem dispostos a ajudar sempre. Agradecemos aos nossos colegas pelas palavras amigas nas horas difíceis, pelo auxílio nos trabalhos e dificuldades e principalmente por estarem conosco nesta caminhada tornando-a mais fácil e agradável. Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre. Paulo Freire RESUMO A mastite é uma das mais frequentes infecções que acometem o gado leiteiro, levando a perdas econômicas pela diminuição na produção e na qualidade do leite, à elevação dos custos com mão- de- obra, medicamentos e serviços veterinários, além de descarte precoce de animais. O presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar as alterações presentes na bioquímica sérica, leucograma e na composição do leite em consequência do processo inflamatório da glândula mamaria (mastite) sendo este de caráter subclínico em 22 animais da raça Gir Leiteiro, primíparas sendo manejadas em sistema semi-intensivo. O projeto foi realizado na Fazenda Experimental PUC Minas, localizada no município de Esmeraldas/MG. Os animais avaliados estavam sendo submetidos a prova de avaliação da produção leiteira de vacas primíparas da raça Gir, oriundos de fazendas de criação da raça no estado de Minas Gerais. Palavras-chave: Mastite subclínica, bioquímica sérica, hemograma. ABSTRACT Mastitis is one of the most common infections that affect dairy cattle, leading to economic losses by reducing the production and quality of milk, the rising costs of labor, work, medicine and veterinary services, and early disposal of animals. The present study was conducted to evaluate the alterations in serum biochemistry, and leukocyte count in milk composition as a result of inflammation of the mammary gland (mastitis) and this character subclinical in 22 animals in Gyr cattle, gilts being managed in semi-intensive system. The project was conducted at the Experimental Farm PUC Minas, located in the city of Esmeraldas / MG. The gilts were undergoing assessment test milk production of primiparous cows Gir, come from farms breed in the state of Minas Gerais. Keywords: Subclinical mastitis, serum biochemistry, blood count. LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Composição do leite de Vacas Gir Primíparas com Mastite Subclínica..............................................................................11 TABELA 2 - Percentual de lesões sequelas por laminite observadas em vacas Gir leiteiras de primeira lactação manejadas intensivamente........................................................................12 TABELA 3 - Valores da Bioquímica sanguínea plasmática de Vacas Gir Primíparas com Mastite Subclínica........................................14 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCGIL - Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro AGV's - Ácidos Graxos Voláteis ALT - Aspartato Alanino Transferase AST - Aspartato Aminotransferase CBT – Contagem Bacteriana Total CCS - Contagem de Células Somáticas Cl- - Cloro CLA - Ácido Linoleico Conjugado EDTA - Etileno Diamino Tetra Acético G/P - Relação Gordura / Proteína Hp - haptoglobulina IN-51 - Instrução Normativa 51 mEq/l – mil equivalente por litro ML - mililitros Na+ - Sódio PFA - Proteína de Fase Aguda PH – Potencial Hidrogênionico UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais SUMÁRIO 1 –INTRODUÇÃO.......................................................................................1 2 –REVISÃO DE LITERATURA.................................................................2 2.1 – MASTITE SUBCLINICA E CONTAGEM DE CELULAS SOMÁTICAS (CCS).........................................................................2 2.2 – COMPOSIÇÃO DO LEITE E SUA ALTERAÇÃO NA MASTITITE SUBCLINICA................................................................3 2.3 – ACIDOSE SUBCLINICA, LAMINITE SUBCLINICA E SUAS CONSEQUENCIAS NA COMPOSIÇÃO DO LEITE........................5 2.4 – BIOQUIMICA SÉRICA E LEUCOGRAMA COMO FERRAMENTAS NO AUXILIO DIAGNOSTICO DE DOENÇAS SUBCLINICAS EM BOVINOS.........................................................7 3 – MATERIAL E METODOS.....................................................................9 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................10 5 – CONCLUSÃO.....................................................................................14 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS …...............................................16 12 1 INTRODUÇÃO Rebanhos da raça gir foram trazidos para o Brasil no ano de 1906 e, a partir do triângulo mineiro, alcançaram todo território nacional (VERNEQUE, 1999). Fêmeas da raça gir são muito valorizadas e são consideradas fundamentais na exploração da pecuária brasileira. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores do Gir Leiteiro (ABCGIL), foi no final da década de 30 que surgiram os primeiros trabalhos de seleção da raça Gir para produção de leite. Foi por meio destes estudos que se observou a aptidão das vacas Gir para a produção de leite. (FARIA, 2001). Devido a procura por animais de genética superior, adaptadas as condições de manejo e ambiente adversos, é crescente o uso de fêmeas zebuínas, sendo uma das principais alternativas para suprir esta demanda.(VERNEQUE, 2008). Com os avanços tecnológicos, as fêmeas bovinas foram selecionadas geneticamente em busca do aumento da produção leiteira, porém, esta intensificação tem tido uma correlação negativa com a saúde do úbere e resistência da vaca contra mastite, aumentando a incidência desta doença nos rebanhos leiteiros.(RAINARD; RIOLLET, 2006). A mastite é uma das mais frequentes infecções que acometem o gado leiteiro, levando a perdas econômicas pela diminuição na produção e na qualidade do leite, à elevação dos custos com mão- de- obra, medicamentos e serviços veterinários, além de descarte precoce de animais sendo importante ressaltar a importância da mastite, no que se refere à saúde pública, devido ao envolvimento de bactérias patogênicas que podem colocar em risco a saúde humana, além de promover alterações na composição do leite, tais como aumento na CCS e alterações nos teores de caseína, cálcio, gordura e lactose, determinando menor rendimento na produção dos seus derivados (RIBEIRO, 2003). Na tentativa de alcançar as grandes exigências nutricionais dos animais, são utilizadas dietas altamente palatáveis, contendo ingredientes de alta digestibilidade e altos níveis de energia (KLEEN, 2003). Embora não provoque o aparecimento de sinais clínicos específicos, foi demonstrado que a acidose subclínica tem consequências que são detectáveis, mas são diversas e complexas. As agressões causadas pelos ácidos orgânicos à parede 13 ruminal podem levar ao desenvolvimento de laminite subclínica e às vezes crônica dependendo da duração da doença.(ENEMARK, 2002). A composição do leite pode ser amplamente afetada pela nutrição da vaca leiteira. A dieta influi na fermentação do rúmen e os produtos dessa fermentação não somente fornecem ao animal a energia necessária para o seu metabolismo, como também disponibilizam os principais precursores para a síntese da gordura, da proteína e da lactose do leite. (ENEMARK, 2002). 2- REVISÃO DE LITERATURA 2.1- MASTITE SUBCLÍNICA E CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS (CCS) A mastite é a inflamação da glândula mamária, na maioria das vezes de caráter infeccioso. Em decorrência do agente etiológico, fonte de infecção e via de transmissão, a mastite é classificada como contagiosa e ambiental e, quanto a forma de manifestação da doença é dividida em clínica e subclínica. A mastite subclínica, sem sinais clínicos aparentes, mas com acentuadas alterações químicas e microbiológicas do leite, é responsável por 70% das perdas econômicas decorrentes da doença em consequência de seu difícil diagnóstico, da alta prevalência ( 15 a 20 vezes maior que a clínica ) e de fácil disseminação.(SANTOS; FONSECA, 2007) A mastite subclínica está entre as principais doenças em fazendas leiteiras, causando grandes prejuízos aos produtores, principalmente devido à redução na produção de leite (RUEGG, 2003; ZAFALON, 2007). Essa redução ocorre devido a alterações nas células epiteliais secretoras e na permeabilidade vascular no alvéolo secretor durante a infecção. A extensão da perda é influenciada por diversos fatores como gravidade da infecção, tipo de microrganismo causador, duração, idade do animal, época do ano, estado nutricional e potencial genético. Além da produção de leite, outras características produtivas como a produção de gordura e a duração da lactação também são afetadas (MACHADO, 1993; GADINI, 1997; NORMAN, 1999). Caracterizada por alterações na composição do leite, tais como aumento na contagem de células somáticas (CCS), aumento nos teores de Cl-, Na+ e proteínas 14 séricas, diminuição nos teores de caseína, lactose e gordura do leite (FONSECA E SANTOS, 2000; LIBERA, 2001). A CCS no leite é o indicador mais usado em programas de controle e prevenção da mastite em todo o mundo. Vários fatores podem influenciar a variação da CCS, sendo citados a ordem de parto, idade, período de lactação, mês e estação do ano, estresse, manejo.(SCHEPERS, 1997; LAEVENS, 1997; SOUZA et al., 2005b; Cunha et al., 2008). No entanto, a ocorrência de infecção intramamária é o principal fator responsável pela variação da CCS (HARMON, 1994). A CCS é tida como o principal fator para detectar inflamação da glândula mamária (AKERSTEDT, 2007). DOHOO E LESLIE (1991) avaliaram a CCS de vacas em intervalos de 28 dias e observaram que o limite de 200.000 células/ml foi o mais indicado para estimar uma nova infecção intramamária em animais da raça holandesa. SANTOS (2007) considerou uma estimativa de infecção intramamária de 250.000 células/ml para animais da raça holandesa. De acordo com a Instrução Normativa 51 (IN 51) do MAPA, a partir de julho de 2012, os níveis aceitáveis de ccs devem atingir escore máximo de 400.000 cel/ml para as respectivas regiões do Brasil (BRASIL, 2002). Quando a glândula mamária é colonizada por algum agente patogênico, o organismo do animal reage, mandando para o local células de defesa, principalmente leucócitos, na tentativa de reverter o processo infeccioso. Essas células de defesa (75 a 98%), somadas às células de descamação do epitélio secretor de leite nos alvéolos, são chamadas células somáticas do leite. Portanto, quando há presença de um microrganismo patogênico na glândula mamária, geralmente, a CCS apresenta-se elevada, e esse aumento é a principal característica da mastite subclínica (CHAPAVAL; PIEKARSKI, 2000). 2.2 - COMPOSIÇÃO DO LEITE E SUA ALTERAÇÃO NA MASTITE SUBCLÍNICA. Do ponto de vista físico-químico, o leite é uma mistura homogênea de grande número de substâncias (lactose, glicerídeos, proteína, sais, vitaminas, enzimas, etc.), das quais algumas estão em emulsão (a gordura e as substâncias associadas), 15 algumas em suspensão (as caseínas ligadas a sais minerais) e outras em dissolução verdadeira (lactose, vitaminas hidrossolúveis, proteínas do soro, sais, etc) (PEREDA, 2005). Contudo, a composição do leite pode variar de acordo com os seguintes fatores: raça, período de lactação, alimentação, saúde, período de cio, idade, características individuais, clima, espaço entre as ordenhas e estação do ano (VENTURINI, 2007). Dentro do parâmetro raça, os animais zebuínos apresentam maior teor de gordura no leite (4,39%) quando comparado aos animais da raça holandesa (3,32%) (FONSECA; SANTOS, 2000). A gordura é o componente mais variável entre as espécies e raças. Sendo também influenciada pela alimentação e a idade do animal. De maneira geral, o conteúdo em gordura é inversamente proporcional à quantidade de leite produzido (PEREDA, 2005; VENTURINI, 2007). Segundo PONCE PC; HERNANDEZ(2001), os valores encontrados de gordura, proteína, lactose e sólidos totais em vacas zebuínas foram: 4,30 %, 3,83%, 4,85%, 13,82% respectivamente. Em razão do uso frequente dos rebanhos Gir e seus cruzamentos, devido a sua potencialidade de produção leiteira em condições tropicais, foi criado o programa nacional de melhoramento do Gir leiteiro que abrange também, estudos de produção de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e CCS (VERNEQUE, 1999 ). Alguns autores estimam que os valores de CCS de raças zebuínas são mais baixos do que o das raças europeias, podendo ser um parâmetro utilizado para avaliar o melhoramento genético (RUPP; BOICHARD, 2003). Segundo SOUZA (2005) pesquisas que avaliam os parâmetros e os fatores de risco para mastite nas vacas Gir são escassas. Segundo MALEK DOS REIS(2010), o limite de 100.000 CCS/ml em vacas da raça Gir foi o mais indicado para estimar a presença de mastite subclínica. A mastite subclínica determina, ainda, mudanças na concentração dos principais componentes do leite, como: proteína, gordura, lactose, minerais e enzimas. Os principais fatores relacionados com a alteração dos componentes do leite são as lesões das células produtoras de leite, que podem resultar em 16 alterações das concentrações de lactose, proteína e gordura, e aumento da permeabilidade vascular, que determina o aumento da passagem de substâncias do sangue para o leite, tais como sódio, cloro, imunoglobulinas (neutrófilos 90%) e outras proteínas séricas (STEFFERT, 1993). Segundo AULDIST E HUBBLE (1998), a diminuição na produção de leite ocorre em razão das lesões causadas às células epiteliais da glândula mamária, que reduzem a capacidade de síntese e a secreção da glândula. 2.3 ACIDOSE SUBCLÍNICA, LAMINITE SUBCLÍNICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA COMPOSIÇÃO DO LEITE A acidose subclínica é uma doença associada ao rebanho e não ao indivíduo, seus sintomas são praticamente imperceptíveis, mas suas consequências representam grandes prejuízos em toda cadeia de produção (ENEMARK, 2004). Ela ocorre quando a formação de AGVs, supera a capacidade de absorção do rúmen, reduzindo o pH entre 5,0 e 5,5, abaixo do nível fisiológico, por períodos prolongados sendo que durante este período ocorrem mudanças na proporção dos AGVs, aumentando a quantidade de ácido propiônico e butírico em relação ao ácido acético. Esta redução do pH não é suficiente para causar sintomas clínicos mas prejudica o funcionamento do rúmen, influenciando na redução do consumo de alimentos, na eficiência produtiva e propicia o aparecimento de diversas doenças (HALL, 2004). Vários valores de pH têm sido utilizados para definir acidose subclínica: 5,5 (CALSAMIGLIA, 2002) 6,0 (BAUER, 1995). A acidose ruminal subaguda (também conhecida como acidose ruminal subclínica, acidose latente crônica) ocorre quando a produção de ácidos graxos voláteis excede o mecanismo de tamponamento no rúmen.(STOCK E BRITTON, 1991). Um bovino adulto secreta cerca de 100 a 200 litros de saliva por dia. A saliva dos ruminantes possui pH de aproximadamente 8,2 e contém em mEq/l, sódio (160180), cloro (10-20), potássio (4-10), fosfato (10-70) e bicarbonato (90-140) que lhe conferem a capacidade tamponante, além de mucinas que garantem a viscosidade do fluido ruminal mantendo a tensão superficial normal, impedindo a formação de 17 bolhas. Cerca de 70% do líquido ruminal é proveniente da secreção salivar. A taxa de alimentação é importante na determinação da capacidade tamponante, pois a secreção de saliva é estimulada pela mastigação e ruminação. O tempo gasto para mastigação e ruminação dos concentrados é menor do que dos alimentos fibrosos, contribuindo, portanto, para uma menor secreção de saliva. O estímulo à ruminação, exercido pelo roçar de fibras longas contidas no alimento na parede do rúmen, é de extrema importância para regulação do pH ruminal pois, durante este processo, ocorre uma secreção de saliva 2 a 3 vezes maior do que durante a ingestão ou repouso do animal (DIRKSEN, 1981). Embora não provoque o aparecimento de sinais clínicos específicos, foi demonstrado que a acidose subclínica tem consequências que são clinicamente detectáveis, mas são diversas e complexas. As agressões causadas pelos ácidos orgânicos à parede ruminal podem levar ao desenvolvimento de paraqueratose, permitindo a entrada de patógenos na corrente sanguínea, causando inflamações e abscessos pelo corpo do animal, estando também ligadas as laminites. Outras alterações que podem ser relacionadas com a acidose subclínica são: necrose cérebro cortical, imunossupressão e timpanismo (ENEMARK, 2002). A laminite é uma inflamação asséptica das lâminas do cório também conhecida como pododermatite asséptica difusa. Pode apresentar-se nas formas aguda, subaguda e crônica de acordo com o tempo de duração dos processos, sendo respectivamente até 10 dias, de 10 dias a 6 semanas e maior que seis semanas, para explicar as causas de várias anormalidades na formação do tecido córneo do casco tem sido adotado o termo laminite subclínica, considerada a quarta forma de apresentação da doença, que é a mais prevalente em rebanhos de manejo intensivo (HOBLET E WEISS, 2001). Alterações no teor de gordura podem informar sobre a fermentação no rúmen, as condições de saúde da vaca e do manejo alimentar. O teor de proteína no leite também pode ser afetado, porém, em menor grau, enquanto o teor de lactose é o menos afetado (BACHMAN, 1992). Por volta de 50% dos precursores das moléculas de gordura sintetizadas na glândula mamária são gerados durante a fermentação ruminal. A porcentagem de gordura pode ser influenciada positivamente pelos altos níveis molares de ácidos acético e butírico, e negativamente pela porcentagem 18 molar de ácido propiônico. Consequentemente, fatores da dieta que estimulam a produção de ácido propiônico ou alteram a relação propionato- acetato interferem na síntese de gordura no leite (KENNELLY et al., 2000).Junto com a queda do pH, as relações entre os diferentes tipos de bactérias mudam (MARTIN, 1998). Sob estas condições, a produção de proteína bacteriana e de ácidos graxos voláteis podem se alterar levando à queda no consumo alimentar, causando menor síntese de leite e mudança na sua composição (BACHMAN, 1992). Atualmente considera-se importante garantir a estabilidade do pH ruminal não só pelo fato da prevenção da acidose ruminal, mas também por seu efeito sobre a biohidrogenação da qual se derivam os níveis de CLA (ácido linoleico conjugado) de grande valor econômico pelas suas propriedades biomédicas (BAUMGARD, 2002). As bactérias somente conseguem incorporar na sua composição ácidos graxos saturados. Os triglicerídeos então vão ser atacados e hidrolisados em dois compostos: glicerol e ácidos graxos de cadeia longa. O glicerol vai ser fermentado pelas bactérias ruminais com consequente produção de AGV's. Os ácidos graxos de cadeia longa vão ser transformados em ácidos graxos saturados, através da quebra de ligações duplas e triplas, passando a existir somente ligações simples. Este processo se baseia na adição de um íon de hidrogênio, sendo conhecido como processo de biohidrogenação.(MARTIN, 1998). 2.4 - BIOQUÍMICA SÉRICA E LEUCOGRAMA COMO FERRAMENTA NO AUXÍLIO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS SUBCLÍNICAS EM BOVINOS. O diagnóstico da mastite é feito rotineiramente mediante exame clínico, exame visual do leite, contagem de células somáticas (CCS), contagem bacteriana total (CBT) e cultura de patógenos (GRÖNLUND, 2005). No caso de mastite subclínica o diagnóstico torna-se mais difícil devido à ausência de sinais clínicos e de um indicador laboratorial sensível (SANTOS, 2007). As proteínas de fase aguda (PFAs) são secretadas pelo fígado e outros tecidos em resposta a vários estímulos que afetam a homeostasia do sistema imune, particularmente infecções, inflamações e transtornos metabólicos (MARTINEZSUBIELA, 2001). 19 Em vacas, a haptoglobina (Hp) e a amiloide A sérica (SAA) são as principais PFAs (MURATA 2004) com utilidade no diagnóstico de processos inflamatórios com alta sensibilidade (ECKERSALL, 2006). Em vacas leiteiras, o monitoramento de PFAs tem sido útil para identificar situações subclínicas, particularmente em afecções mamárias (PETERSEN, 2004). Apesar de considerar a CCS como o teste mais confiavel para detectar inflamação da glândula mamária (AKERSTEDT, 2007), a grande variabilidade deste parâmetro em animais sadios por fatores como idade, início e fim da lactação e sazonalidade, entre outros, diminuem sua eficiência para distinguir uma vaca com mastite subclínica. (SALSBERG, 1984), Devido à variabilidade da resposta leucocitária às doenças nos bovinos, a avaliação de proteínas como a albumina, a globulina e o fibrinogênio, juntamente ao leucograma, oferece melhor parâmetro de interpretação do que a contagem de leucócitos isoladamente (ECKERSAL; CONNER, 1988; SUTHERLAND; WHITNEY, 1995). Proteínas cujas concentrações séricas diminuem em resposta à inflamação são denominadas proteínas de fase aguda negativas e incluem albumina e transferrina. As proteínas cujas concentrações aumentam em razão do mesmo estímulo inflamatório são conhecidas como proteínas de fase aguda positivas, entre elas proteína C- reativa, α1-glicoproteína ácida, α1-antitripsina, amiloide A sérica, ceruloplasmina, globulina, haptoglobina e fibrinogênio.( GONZÁLEZ , BORGES, CECIM 2000). Várias enfermidades em ruminantes, especialmente em bovinos, envolvem modificações patognomônicas quantitativas ou morfológicas dos glóbulos vermelhos e/ou brancos, determinantes na utilização do exame sanguíneo como ferramenta de diagnóstico.(STOBER; GRUNDER,1993). As avaliações hematológicas nos bovinos são empregadas para analisar doenças em um animal ou para avaliar grupos de animais dentro de um rebanho e ainda para detectar doenças ocultas e direcionar as condutas clínicas (WEISS; PERMAN, 1992). A resposta leucocitária em ruminantes frequentemente difere das observadas em outras espécies (COLE, 1997; TAYLOR, 2000). (KANTEK; NAVARRO 2005) atribuem essa diferença ao fato desses animais possuírem um 20 compartimento de reserva leucocitária limitado na medula óssea, fazendo com que os neutrófilos imaturos apareçam rapidamente, nos estados inflamatórios agudos. 3 - MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi desenvolvido na Fazenda Experimental PUC Minas, localizada na cidade de Esmeraldas pertencente a região da grande Belo Horizonte. A fazenda, hoje, promove a primeira prova de primíparas do gir leiteiro, com 22 vacas em lactação. As vacas em lactação ficam alojadas em sistema semi-intensivo ( período da seca confinadas e período chuvoso a pasto com suplementação ). A dieta é elaborada por nutricionista para produção média de 20 litros/vaca/ dia. As vacas são ordenhadas duas vezes ao dia, em ordenha do tipo balde ao pé. No manejo é feito o teste da caneca de fundo preto, imersão dos tetos em solução desinfetante a base de cloro (pré-dipping), é feito uso de papel toalha para secagem dos tetos e após a ordenha aplicação de solução a base de iodo nos tetos.(pósdipping). Foi realizado, mensalmente, acompanhamento da fazenda experimental PUC Minas, com pesagem de leite e coleta de amostras para análise da composição do leite dos 22 animais da raça Gir. As amostras coletadas em todas as ordenhas, foram encaminhadas em frascos com conservante Bronopol, mantidos entre 2º e 6° C e encaminhadas para o laboratório da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para análise da porcentagem de gordura, porcentagem de proteína total e contagem de células somáticas. Para a CCS, utilizou-se o método de citometria de fluxo. Para análise hematológica foram coletadas amostras de sangue das 22 vacas da raça Gir nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. A coleta foi realizada na veia coccígea em tubos vacutainer com e sem anticoagulante, sendo o anticoagulante de escolha o EDTA à 10% para o hemograma . As amostras sanguíneas foram encaminhadas ao laboratório de patologia clínica da PUC Minas Betim para realização de hemograma completo e bioquímica sérica com análise de albumina, globulina, proteína total, enzimas hepáticas ALT e AST. 21 . A bioquímica foi realiza através de espectrofotometria e com kits colorimétricos Analisa. O hemograma foi realizado através da contagem manual em câmara de newbauer (leucócitos e hemácias). 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO Por não apresentar sinais visíveis e passar despercebida pelos proprietários e pelos empregados, a mastite subclínica pode alastrar-se no rebanho, infectando outras vacas. Além disso, pode ocorrer destruição da capacidade funcional da glândula mamária, causando diminuição da produção leiteira e prejuízos à saúde do animal (DIAS, 2007). A contagem de células somáticas (CCS) tem se mostrado como um dos indicadores de qualidade do leite. Através da sua determinação podese monitorar indiretamente o estado de saúde da glândula mamária (SANTOS, 2007). Os animais avaliados nesse trabalho apresentaram uma CCS média de 1.506.000, sendo que alguns animais chegaram a 4.661.000 (tabela 1). Os valores observados são bem superiores aos padrões internacionais de 250.000 células (SANTOS, 2007). De acordo com a IN-51 (MAPA, 2002) os valores de referência seriam de 400.000 cel/ml (BRASIL, 2002). Sendo assim, podemos concluir que os animais avaliados poderiam estar com mastite subclínica, embora um animal apresentasse um valor de 267.000 cel/ml (tabela 1) o que não caracterizaria a doença e a CCS é tida como o principal fator para detectar inflamação da glândula mamária (AKERSTEDT et al., 2007). Tabela 1- Composição do leite de Vacas Gir Primíparas com Mastite Subclínica Variável média Desvio Mínimo Máximo CCS 1.506.000 1.103.000 267.000 4.661.000 Gordura 2,63 0,72 1,35 4,70 Proteína 3,69 0,21 3,45 4,43 22 Relação G/P 0,71 0,18 0,37 1,21 N= 22 animais A composição do leite pode variar de acordo com os seguintes fatores: raça, período de lactação, alimentação, saúde, período de cio, idade, características individuais, clima, espaço entre as ordenhas e estação do ano (VENTURINI, 2007). Dentro do parâmetro raça, os animais zebuínos apresentam maior teor de gordura no leite (4,39%) (FONSECA; SANTOS, 2000); semelhante ao preconizado por PONCE; HERNANDEZ (2001) que observaram 4,30% para gordura. Esses valores, são muito superiores aos encontrados nesse trabalho, onde a gordura média foi de 2,63%, variando entre 1,35% à 4,70%(tabela 1). A gordura é influenciada pela alimentação, produção de leite e a idade do animal. (PEREDA, 2005; VENTURINI, 2007).Como no presente trabalho os animais eram da mesma raça e idade, a principal causa de variação da gordura do leite poderia estar relacionada ao manejo alimentar oferecido aos animais. Cerca de 50% dos precursores das moléculas de gordura sintetizadas na glândula mamária são gerados durante a fermentação ruminal. A porcentagem de gordura pode ser influenciada positivamente pelos altos níveis molares de ácidos acético e butírico, e negativamente pela porcentagem molar de ácido propiônico. Consequentemente, fatores da dieta que estimulam a produção de ácido propiônico ou alteram a relação propionato- acetato interferem na síntese de gordura no leite (KENNELLY, 2000). No presente trabalho, os animais além do pastejo em tifton eram suplementados com silagem de milho e valores elevados de concentrados para buscar sempre a máxima produção leiteira. Diante desse manejo, os riscos para acidose ruminal aumentam. Para KLEEN, (2003) a acidose ruminal subclínica, por si só, poderia levar a diminuição significativa dos teores de gordura no leite, assim como encontrado nesse trabalho. Outros trabalhos na literatura também têm elucidado esse mecanismo (KRAUSE; OETZEL, 2006; TUCKER, 1988). Existem vários trabalhos que correlacionam acidose ruminal subclínica com a ocorrência de laminite subclínica (SUTHERLAND; WHITNEY, 1995). Nos animais avaliados nesse trabalho foram encontrados diversas lesões compatíveis com laminite subclínica (tabela 2). Como o manejo alimentar era de risco para acidose 23 ruminal, observou-se também sinais de laminite, cuja causa poderia ser acidose ruminal. Os valores na gordura do leite estarem diminuídos; reforçaria a possibilidade dos animais desse trabalho terem passado por acidose ruminal subclínica. De maneira semelhante, CAMPOS (2002) também propos essa relação. Outra possibilidade seria a de que nos animais com acidose ruminal ocorressem um aumento da produção de acido linoléico conjugado o que deprimiria a síntese de gordura na glândula mamária, tal fato foi citado por SANTOS (2000). Tabela 2 - Percentual de lesões sequelas por laminite observadas em vacas Gir leiteiras de primeira lactação manejadas intensivamente. Leões Percentual de acometimento dos animais Úlcera de pinça 4,5% Sola dupla 4,5% Hemorragia de sola 31,8% Casco amarelo 36,4% Doença da linha branca 22,7% Úlcera de sola 4,5% Dermatite digital 4,5% Estrias no casco 54,5% Laminite crônica 13,6% Erosão de talão 9,1% N= 22 animais A mastite subclínica também determina mudanças na concentração dos principais componentes do leite, como: proteína, gordura, lactose, minerais e enzimas (STEFFERT, 1993). Os valores médios de gordura e proteína no leite dos animais avaliados; 2,63 e 3,69 (tabela 1) respectivamente, estão abaixo dos padrões propostos por PONCE PC; HERNANDEZ (2001), que observaram gordura b(4,30%) e proteína(3,83%); ressaltando o papel da mastite na composição do leite. Essas alteração pode ser decorrente de lesões das células produtoras de leite e do aumento da permeabilidade vascular STEFFERT, 1993 ). 24 A relação entre a gordura/proteína (G/P) do leite pode também ser um parâmetro indireto de monitoração das alterações na composição do leite secundária a processos locais como a mastite subclínica, ou da manipulação inadequada do ambiente ruminal desencadeando quadros de acidose. De acordo PC, HERNANDEZ (2001), partindo dos valores de referência a relação G/P seria de 1,12; para FONSECA; SANTOS (2000) os valores em zebuínos seria de 1,32. Esses resultados são superiores aos 0,71(tabela 1) encontrados, ressaltando possíveis consequências de uma mastite subclínica e/ou acidose ruminal. As avaliações hematológicas nos bovinos podem ser empregadas para analisar doenças em um animal ou rebanho e ainda para detectar doenças ocultas e direcionar as condutas clínicas (WEISS; PERMAN, 1992). Dentre essas a resposta leucocitária; que em ruminantes aumentam rapidamente nos estados inflamatórios agudos (COLE, 1997; TAYLOR, 2000; KANTEK; NAVARRO 2005). Esse parâmetro poderia ser aplicado ao trabalho, uma vez que os animais tiveram um quadro de leucocitose(média de 13.847)(tabela 3) e apresentavam mastite; especialmente nas situações em que a CCS está sob influencia de outros fatores (AKERSTEDT, 2007). Tabela 3 - Valores da Bioquímica sanguínea plasmática de Vacas Gir Primíparas com Mastite Subclínica. Variável Média Desvio Mínimo Máximo Valor de referência Globulina 5,36 0,42 4,6 6,5 3,6 Albumina 2,92 0,26 2,6 3,6 3,0 Proteína Total 8,33 0,30 7,9 9,2 6,8- 7,5 Leucócitos 13.847 1,91 10.200 17.550 4.000 – 12.000 Em vacas leiteiras, o monitoramento de PFAs tem sido útil para identificar situações subclínicas, particularmente em afecções mamárias (PETERSEN, 2004). Assim, os valores de proteína total em animais com mastite subclínica poderiam 25 aumentar, como observado nesse trabalho, em que a proteína total média dos animais foi de 8,33, acima do normal que seria de 7,5 de acordo com FELDMAN 2000. Com o intuito de se aumentar a eficiência da utilização do hemograma como método de diagnóstico das infecções, a avaliação de proteínas como a albumina, a globulina deveriam ser consideradas (ECKERSALL; CONNER, 1988; SUTHERLAND; WHITNEY, 1995). Os valores médios observados de 5,36 para a globulina, estão acima dos padrões normais FELDMAN 2000. Em animais com mastite ocorre o aumento da passagem de substâncias do sangue para o leite, tais como sódio, cloro, imunoglobulinas e outras proteínas séricas (STEFFERT, 1993). Essas proteínas que tem suas concentrações aumentadas são conhecidas como proteínas de fase aguda positivas (GONZÁLEZ , BORGES, CECIM 2000). Já para a albumina se observou um valor diminuído(2,92) (tabela 3), fato esperado, uma vez que essa é uma proteína de fase aguda negativas e tem seus valores diminuídos em casos inflamatórios (GONZÁLEZ , BORGES, CECIM 2000). 5. CONCLUSÃO Os valores de composição do leite em animais da raça Gir foram influenciados por quadros de mastite subclínica. Além dessa, quadros de acidose ruminal poderiam estar colaborando para essa alteração, o que subsidia que além do manejo de ordenha, os manejos alimentares são ferramentas importantes para se poder maximizar a produtividade leiteira em animais da raça Gir. A utilização do hemograma e bioquímica sérica, especialmente a globulina e albumina poderiam auxiliar no diagnóstico de mastite subclínica nas situações onde os valores de CCS fossem questionados devido a interferência de outras variáveis. 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKERSTEDT, M.; WALLER, K. P.; STERNESJO, A. Haptoglobin and serum amyloid A in relation to the somatic cell count in quarter, cow composite and bulk tank milk samples.Journal of Dairy Research, Cambridge, v. 74, p. 198-203, 2007. AULDIST, M.J.; HUBLLE, I.B. Effects of mastitis on raw milk and dairy products. Austr. J. Dairy Technol., v.53, p.28-36, 1998. BACHMAN, K.C. Managing milk composition. In: VAN HORN, H.H.; WILCOX, C.J. Large dairy herd management. Champaign: American Dairy Science Association, 1992. Cap.35, p.336-346. BACHMAN, K.C. Managing milk composition. In: Large Dairy Herd Management. 1992, p.336-346. BAUER, M.L.; HEROLD, D.W.; BRITTON, R.A. et al. 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