www.adufrj.org.br
Kenzo Soares Seto
Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ
PAINEL ADUFRJ
Atletas
olímpicos
na UFRJ
Página 7
Andes-SN Ano XI no 783 14 de janeiro de 2013 Central Sindical e Popular - Conlutas
Andes-SN: Organização do 32º Congresso avança
Caos em Xerém atinge vários
estudantes do polo da UFRJ
Divulgação
Marco Fernandes
Jenifer de Souza, da
Biofísica: “Foi máquina de
lavar, sofá, tudo (levado pela
chuva). A água estourou o
portão”. Alunos de outros
cursos também sofreram
perdas (no detalhe acima)
Página 6
Pelo menos
uma dezena de
estudantes da
UFRJ, em Xerém,
vai retornar
aos estudos
sem livros,
computadores
e outros bens
destruídos pela
enchente que
mergulhou o
distrito de Duque
de Caxias num
cenário de ruínas.
Por causa das
chuvas, as aulas
só reiniciam,
possivelmente,
nesta segundafeira 14.
Páginas 4 e 5
Impasse na Educação Física
A direção da Escola
de Educação Física
e Desportos da
UFRJ quer sanções
para dois alunos da
Unidade. O conflito
teve como estopim
o uso de vagas
reservadas pela
direção da EEFD
no estacionamento
da escola.
Página 2
Elisa Monteiro
Saúde
Procuradoria
questiona
Ebserh
Ação da
Procuradoria
está no Supremo
Tribunal Federal.
Ministro Dias
Toffoli é o relator
do processo.
Vagas. Espaços no estacionamento foram requisitados pela direção e vice-direção da EEFD
Página 3
2
14 de janeiro de 2013
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sEGUNDA pÁGINA
Agenda
Greve fez retomar o diálogo
entre docentes de todo país
Depoimento do professor Cézar Henrique, da ESS, à série de vídeos Nossa Pauta,
produzida pela Adufrj-SSind, enfatiza movimento nacional de 2012
Programa pode
ser visto no site da
seção sindical
N
Cezar destacou que os problemas nas condições de trabalho
dos docentes não devem ser
vistos como casos isolados ou
fortuitos apenas de gestões.
Para ele, o movimento nacional de docentes em 2012 evidenciou que os limites encontrados pelos professores para
desenvolver um trabalho aca-
dêmico que vá “além de sala
de aula” é uma realidade de
todo o país. Para o professor, a
greve permitiu uma discussão
efetiva sobre a universidade.
a UFRJ, a greve de
2012 contribuiu para
uma integração dos
professores. E, nacionalmente,
o movimento serviu para a retomada de um debate coletivo
sobre o projeto de universidade necessária. É o que afirma
Cezar Henrique, da Escola de
Serviço Social (ESS), no vídeo
nº 5 da Nossa Pauta, série de
depoimentos da categoria sobre
seu dia a dia na universidade.
O programa é produzido pela
Coordenação de Comunicação
da Adufrj e pode ser encontrado
no site e nos perfis da entidade
nas redes sociais.
“Toda greve tem uma experiência política fundamental para
quem participa dela, uma experiência de consciência, de pertencimento, não apenas a uma
categoria, mas também a uma
classe”, diz Cezar Henrique.
21 de janeiro
Reunião do Fórum
de Lutas/Espaço
Unidade de Ação
Brasília (DF)
22 de janeiro
Protocolo dos Eixos
da Campanha Salarial
Unificada 2013
Brasília (DF)
27 de janeiro
Seminário sobre
Negociação Coletiva,
Direito de greve, e Acordo
Coletivo Especial
20 de fevereiro
Lançamento oficial
da Campanha
Salarial Unificada
Brasília (DF)
4 a 9 de março
32º Congresso
do Andes-SN
Rio de Janeiro (RJ) – com
o tema central “Sindicato
Nacional na luta pelo
projeto de educação e de
condições de trabalho”.
Correções
Faltou um hífen em
“Controladoria-Geral da
União” em chamada de
capa da edição anterior
(nº 782).
Ingresso na UFRJ recentemente e vindo de Pernambuco,
32º Congresso: sindicalizados ainda
podem enviar textos até o dia 10/2
Documento que guia os trabalhos dos representantes da
diretoria nacional e das seções
sindicais do Andes-SN durante o Congresso da categoria,
em março próximo, no Rio de
Janeiro, o Caderno de Textos
deverá ser publicado em breve.
Rio de Janeiro (RJ) - no
Auditório do Sepe-RJ (Rua
Evaristo da Veiga, 55 - 8º
andar – Centro), às 18
Porto Alegre (RS) - no
Fórum Social Mundial
Problemas dos professores
não são casos isolados
Evento ocorre entre 4
e 9 de março, no Rio
15 de janeiro
Reunião do Fórum
em Defesa da Escola
Pública do Rio
Esse documento, preliminar,
será composto com as contribuições que chegaram até o último dia 10 na sede da entidade,
em Brasília (DF). Mas os sindicalizados ainda podem participar do Anexo ao Caderno, que
será divulgado em 21 de fevereiro. No caso, as contribuições
devem ser enviadas até 10 de
fevereiro.
O 32º Congresso, entre 4 e
9 de março, com apoio orga-
nizativo da Adufrj-SSind, terá
como tema central “Sindicato
Nacional na luta pelo projeto
de educação e de condições de
trabalho”. As orientações gerais
para o envio de textos podem
ser encontradas em http://migre.me/cLgsl.
Evento não será mais
na Escola de Música
Diferentemente do anunciado nas últimas edições do
Jornal da Adufrj, em função
de dificuldades técnicas e operacionais, o Congresso não será
mais realizado na Escola de
Música da UFRJ, no Centro.
Nem mesmo algumas salas do
IFCS, como chegou a ser aventado, serão utilizadas. Uma reunião, na semana do dia 14 definirá o local. No final da tarde
de sexta-feira 11, a comissão
organizadora se reuniu na Praia
Vermelha.
SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972
Na matéria “CGU afasta
tese de desvio de dinheiro
público na UFRJ”, há uma
remissão errada para entrevista ao lado (saiu como
se estivesse na própria
página 4).
Também na página 4,
querendo referir-se à
CGU no box “Processos
ainda tramitam na Justiça
Federal”, foi publicada sigla errada (“AGU”).
No box da página 8,
“GTCA aponta direção
para luta em 2013”, a fonte do texto foi o AndesSN, com edição da AdufrjSSind.
Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368
Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Mauro Iasi 1º Vice-Presidente: Luis Eduardo Acosta 2ª Vice-Presidente: Maria de Fátima Siliansky 1º Secretário: Salatiel Menezes dos Santos 2ª Secretária: Luciana Boiteux 1º Tesoureiro: José Henrique
Sanglard 2ª Tesoureira: Maria Coelho CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Colégio de Aplicação Letícia Carvalho da Silva; Renata Lucia Baptista Flores; Simone de Alencastre Rodrigues; suplentes: Maria Cristina Miranda da
Silva; Mariana de Souza Guimarães; Rosanne Evangelista Dias; Escola de Belas Artes Beany Guimarães Monteiro; Patricia March de Souza; suplentes: Cláudia Maria Silva de Oliveira; Rogéria Moreira de Ipanema; Escola de Comunicação Eduardo Granja
Coutinho; Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Marilurde Donato; Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha; Escola de Serviço Social Rogério Lustosa; Janete Luzia Leite; suplente: Marcos Paulo O. Botelho; FACC Vitor
Iorio; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Cláudio Rezende Ribeiro; Eunice Bomfim Rocha; suplentes: Luiz Felipe da Cunha e Silva; Sylvia Meimaridou Rola; Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Rosa Maria Corrêa das Neves; Roberto Leher;
suplente: Vânia Cardoso da Motta; Faculdade de Direito Mariana Trotta Dallalana Quintans; Faculdade de Letras Gumercinda Nascimento Gonda; Vera Lucia Nunes de Oliveira; Faculdade de Medicina Romildo Vieira do Bomfim; IESC Regina Helena Simões
Barbosa; EEFD Alexandre Palma de Oliveira; Luís Aureliano Imbiriba Silva COPPE Vera Maria Martins Salim Instituto de Economia Maria Mello de Malta; Alexis Saludjian; Instituto de Física José Antônio Martins Simões Instituto de Pesquisa e Planejamento
Urbano e Regional Cláudia Ribeiro Pfeiffer; suplente: Cecília Campello do Amaral Mello; Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico Douglas
Pereira Diagramação Gilson Castro Estagiários Camille Perissé e Kenzo Soares Seto Tiragem 4.300 E-mails: [email protected] e [email protected] Redação: [email protected] Diretoria: [email protected] Conselho de Representantes:
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14 de janeiro de 2013
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3
Privatização da Saúde
Adufcg
Histórico da
mobilização
jurídica contra a
empresa
Rejeição. Comunidade da Universidade Federal de Campina Grande barra proposta da Ebserh em novembro do ano passado
Procurador-geral ajuíza ação
contra Ebserh no Supremo
Roberto Gurgel questiona lei nº 12.550/2011 que autorizou a criação da Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares para terceirizar o atendimento nos HUs
Ministro Dias
Toffoli é o relator
do caso no STF
O
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ajuizou, no último
dia 8, no Supremo Tribunal
Federal (STF), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
contra dispositivos da Lei nº
12.550/2011, que autorizou a
criação da Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares (Ebserh). Dita pública, mas com
personalidade jurídica de direito privado, a empresa tem por
objetivo a privatização da gestão dos hospitais universitários.
Na ação, o procurador-geral
requer a declaração da inconstitucionalidade dos artigos 1º
a 17 da norma, que tratam das
atribuições, gestão e administração de recursos da empresa
ou, sucessivamente, dos artigos
10, 11 e 12, relativos à forma
de contratação de servidores
da empresa por meio da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), de processo seletivo
simplificado e de contratos temporários.
Segundo o autor da ADI, a
lei viola, entre outros dispositivos constitucionais, o inciso
XIX do artigo 37 da Constituição. Esse inciso fixa, entre
outras regras, que somente por
lei específica poderá ser “autorizada a instituição de empresa pública”. Caberia a essa lei
complementar definir as áreas
de atuação da empresa. “Considerando que ainda não há
lei complementar federal que
defina as áreas de atuação das
empresas públicas, quando dirigidas à prestação de serviços
públicos, é inconstitucional a
autorização para instituição,
pela Lei 12.550/11, da Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares”, argumenta Gurgel.
Sistema Único
de Saúde
O procurador-geral critica também o parágrafo 1º do
artigo 3º da lei. O trecho estabelece que as atividades de
prestação de serviços de assistência à saúde “estarão inseridas integral e exclusivamente
no âmbito do Sistema Único
de Saúde”. Isso está em desarmonia com a Lei Orgânica do SUS (Lei 8.080/1990)
que, em seu artigo 45, observa
que “os serviços de saúde dos
hospitais universitários e de
ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS)’”.
Nesse sentido, o autor da ação
acrescenta que a saúde pública “é serviço a ser executado
pelo Poder Público, mediante
Sistema Único de Saúde, com
funções distribuídas entre
União, Estados, Municípios e
Distrito Federal”.
CLT
A contratação de servidores
por meio da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), estabelecida no artigo 10, também não foi
poupada pelo procurador-geral.
Medida cautelar
No Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público
Federal também requer a concessão de medida cautelar para
determinar a suspensão da
eficácia dos artigos 1º a 17 da
Lei 12.550/2011 ou, sucessivamente, dos artigos 10, 11 e 12.
O objetivo seria evitar o caráter
irreparável ou de difícil correção dos efeitos que as normas
questionadas tendem a gerar na
organização e funcionamento
da administração pública até o
julgamento do mérito da ação.
O ministro Dias Toffoli é o relator do caso no STF. (Fonte: Andes-SN, com informações do
STF e edição da Adufrj-SSind)
UFRJ não respondeu a contrato padrão da Ebserh
Em reunião no último dia 11,
a decana do CCS, Maria Fernanda, informou que, em novembro do ano passado, a universidade recebeu da Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares um contrato padrão, mas
ainda não enviou uma resposta
ao documento. Segundo a decana, a universidade deve dar
encaminhamento à questão
após o retorno do recesso dos
colegiados.
Ainda segundo a dirigente,
a UFRJ solicitou da Ebserh o
resultado do diagnóstico feito
junto às suas unidades hospitalares. Porém, até agora, a
universidade não obteve retorno da empresa. Em 2012,
a Ebserh coletou informações
no HUCFF, IPUB, Maternidade
Escola e IPPMG.
Maria Fernanda informou
ainda que deu encaminhamento à solicitação da Adufrj
de pedir às unidades do CCS
que relatem sua situação atual para um diagnóstico interno.
Mas sem sucesso. O objetivo
da Adufrj-SSind (e agora da
decania) é, a partir do material,
pensar alternativas para a crise
nas unidades de saúde da universidade.
O encontro, solicitado pela
Adufrj-SSind, teve participação
dos Centros Acadêmicos de
Medicina, Enfermagem e Saúde Coletiva e do DCE-UFRJ.
A ADI é fruto da pressão
exercida pelo Andes-SN e da
articulação junto às demais
entidades do campo da saúde.
Em março de 2011, o Sindicato Nacional encaminhou ao
procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, um parecer
elaborado pela assessoria jurídica nacional da entidade. O
documento apontava a inconstitucionalidade da Medida Provisória 520, a primeira tentativa do governo de implementar
a Ebserh. No ano passado, o
Andes-SN, a Fasubra e a Fenasps (Federação Nacional dos
Sindicatos dos Trabalhadores
em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social)
fizeram gestões junto ao MPF
para reivindicar a implementação de medidas legais cabíveis
contra a empresa.
Andes-SN
comemora
iniciativa do
procurador-geral
Para Marinalva Oliveira,
presidenta do Andes-SN, a
ação ajuizada pela PGR é
uma grande vitória do Sindicato Nacional e das demais
entidades que lutam contra
a implantação da Ebserh,
em defesa da saúde pública
de qualidade e da autonomia
universitária.
“Vamos continuar pressionando para que o processo tenha continuidade e para que
consigamos desmontar esse
absurdo criado pelo governo
sob o argumento falacioso de
que a Ebserh trará melhorias
de gestão e atendimento ao
público”, ressalta Marinalva.
Na avaliação do assessor
jurídico do Andes-SN, Rodrigo Torelly, a ADI ajuizada
pela PGR traz argumentos
jurídicos consistentes para
que seja declarada a inconstitucionalidade da Lei nº
12.550/11. Torelly ressalta
ainda que o Andes-SN deverá
intervir como amicus curiae
(uma espécie peculiar de intervenção de terceiros, com
profundo interesse na questão jurídica, em processos)
na ADI. E irá destacar outros
problemas também presentes na Lei de criação da Ebserh, mas não abordados pela
PGR. (Fonte: Andes-SN,
com informações do STF e
edição da Adufrj-SSind)
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14 de janeiro de 2013
14 de janeiro de 2013
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tragédia em xerém
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tragédia em xerém
Enchente suspende aulas em Polo da UFRJ
Com as fortes chuvas do início do ano, diversos alunos perderam livros, computadores e outros bens. Estrutura da universidade no
distrito de Duque de Caxias não sofreu danos, mas o fornecimento de água potável ainda não foi normalizado na região
Marco Fernandes
Coordenação do
local prevê início
das atividades
pós-recesso para
este dia 14
Promessa de campus definitivo ainda não se cumpriu
Marco Fernandes
Kenzo Soares Seto
Estagiário e Redação
P
ara os 500 alunos do Polo
Xerém da UFRJ, as aulas
após o recesso de fim de
ano ainda não começaram. E
mais de uma dezena deles vai
ter de enfrentar a volta ao estudo sem livros, computadores
e todos os bens que a enchente
do último dia 3 destruiu. A forte
chuva que atingiu esse distrito
do município de Duque de Caxias levou os rios a transbordarem e invadirem as residências.
As águas chegaram a deixar
marcas a até dois metros de
altura nas paredes. Apesar de
a estrutura das instalações universitárias não ter sido afetada,
o retorno às atividades acadêmicas foi adiado até este dia 14,
data prevista para o restabelecimento do fornecimento de água
potável, suspenso em toda a região há uma semana.
Fora as doações, a esperança
imediata dos estudantes afetados é a possibilidade de uma
bolsa-auxílio emergencial, fruto do diálogo da vice-diretora
do polo, professora Raquel
Moraes Soares, com a Superintendência Geral de Políticas Estudantis (SuperEst) e a Superintendência Geral de Atividades
Fora da Sede, ambas vinculadas
à reitoria da UFRJ.
No dia 9, a superintendente
das Atividades Fora da Sede,
Maria Antonieta Rubio Tyrrell,
visitou as moradias dos estudantes tomadas pelas chuvas, e
a professora Raquel solicitou a
todos que listassem e trouxessem fotos dos bens perdidos
e das casas inundadas. Em 11
de janeiro (data de fechamento
desta edição), uma reunião entre estudantes, as duas superintendências e a direção do polo
deveria avançar na discussão
sobre valor e prazo das bolsas.
A evidência da necessidade das
bolsas para a pró-reitoria de
Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3) é exigência feita pelo pró-reitor Carlos
Rangel.
Contêineres (a moda arquitetônica do Reuni) foram instalados no polo desde o ano passado
Distrito de Duque de Caxias, Xerém ainda mostrava sinais da destruição das águas, seis dias depois da enchente
Alunos atingidos
buscam se reerguer
Enquanto isso, os alunos
mais afetados pelas chuvas
procuram reconstruir suas vidas. Jenifer Froucha de Souza,
do quinto período de Biofísica, não pensa em desistir: “Foi
máquina de lavar, sofá, tudo
(levado pela chuva). A água es-
tourou o portão, meus pais saíram correndo, não tinha como
perder tempo pegando coisas.
E meu pai está desempregado,
minha mãe é do lar. Não tenho
bolsa-auxílio, nenhum ganho,
meu pai é que me mantinha.
Mas quero tentar voltar à minha
vida normal. Não vou parar de
estudar, eu pensei em trancar
a faculdade, mas já estou no
Divulgação
Livros de estudantes ficaram completamente enlameados
quinto período. Minhas amigas
da faculdade estão dando força,
devo morar com elas, que ficam
próximas à faculdade”.
Diante de situações como
essa, a solidariedade de colegas, funcionários e professores foi fundamental, como D.
C. (a estudante não quis ser
identificada na reportagem por
motivos pessoais), do terceiro
período do mesmo curso, faz
questão de ressaltar: “Eu nunca passei por uma situação tão
horrível na minha vida, quando eu entrei ali no quarto, não
tinha mais nada. O que não
estava destruído estava imerso na lama. Meu livro base
de Biofísica, novinho, de R$
280, todos os meus cadernos,
tudo que eu comprei com dificuldade, (com o) dinheiro
que deixei de almoçar, que fui
a pé para faculdade, era pura
lama. Não tinha como chegar
à faculdade, a rua estava bloqueada pelo lixo, com bicho
morto para todo lado que você
olha, o ar estava contaminado,
cheiro de coisa podre. Mas
pedi ajuda via Facebook e os
amigos da faculdade vieram,
trouxeram água... teve um que
veio de Petrópolis. Eles se organizaram em uma comissão
para procurar donativos e ajudaram na limpeza do terreno e
da casa”.
Carla Ribeiro Polycarpo,
ex-coordenadora do Curso de
Biotecnologia, ajudou a implantar o polo. Embora não lecione mais em Xerém, explica
o que a moveu a buscar, junto
de outras colegas, doações de
computadores e livros didáticos para os atingidos: “Basta
ser cidadã para se solidarizar.
No meu caso, por ter tido um
envolvimento desde o início,
não posso de forma alguma fechar os olhos para o que aconteceu. As dificuldades que os
alunos têm que enfrentar já são
muitas em um polo que está se
estabelecendo. Sabemos que o
prédio de aulas e pesquisa não
está pronto, não há alojamento
e bandejão. Não há como esses alunos não serem afetados
academicamente. Muitos dos
alunos que sofreram perdas
não são do estado do Rio de
Janeiro e alguns vêm de famílias bastante humildes.”
A construção de um campus definitivo, com laboratórios e espaços de assistência
estudantil, prometido para
estar pronto desde 2010, está
parada por uma licitação questionada na Justiça. Segundo a
vice-diretora do polo, Raquel
Moraes, a demora da concessão de licença ambiental por
parte da prefeitura de Duque
de Caxias é a razão da paralisação e já começa a ameaçar
a UFRJ a ter que devolver os
recursos destinados às obras.
Enquanto isso, desde sua criação em 2008, o polo de Xerém
funciona em algumas salas de
um centro esportivo cedido
pelo município. No ano passado, alguns contêineres foram
instalados para novas salas de
aula, laboratórios de pesquisa
e biblioteca.
“A politicagem é uma das
causas do atraso e da burocracia
da construção do nosso campus
em Xerém”, acredita Caroline Costa de Macedo, aluna de
Marco Fernandes
Vice-diretora do polo,
professora Raquel Moraes
Biotecnologia. “É uma pena
que coisas assim tenham que
acontecer para que os responsáveis tomem providências. Os
responsáveis pela liberação da
licença para início das obras,
por exemplo”, dispara.
Local funcionou como centro operacional da Defesa Civil
Se o polo UFRJ não tem
as melhores condições de
estrutura para o ensino, o
fato de possuir um campo de
futebol transformou o local em
centro operacional da Defesa
Civil: durante a semana da
tragédia, recebeu ambulâncias,
picapes e lanchas de socorro.
No dia 4, seguinte à enchente,
o governador Sérgio Cabral
e o ministro da Integração
Nacional, Fernando Bezerra,
pousaram lá de helicóptero e
se reuniram com o prefeito de
Duque de Caxias, Alexandre
Cardoso.
Na ocasião, o governo do
estado comprometeu-se em fornecer uma indenização de R$ 5
mil para 300 famílias atingidas
residentes no município. Como
a maior parte dos estudantes da
UFRJ afetados mora em imóveis
alugados (de forma conjunta,
como se fossem “repúblicas”),
Marco Fernandes
No dia seguinte à enchente, autoridades federais,
estaduais e municipais encontraram-se no polo da UFRJ
não há garantia de que possam
ser incluídos na medida. Mesmo
os que vivem com familiares em
Xerém não acreditam que o benefício será concretizado.
“Aqui (em casa) não veio
ninguém, nem Defesa Civil,
nem prefeitura. A gente fez um
cadastro, mas não acreditamos
que essa promessa vá ser cumprida. E o que você compra
com R$ 5 mil hoje em dia?”,
diz a aluna D. C. da Biofísica,
que mora com a avó. Ela deixa
clara sua indignação: “Eu fico
triste que a minha avó, que já
não tinha quase nada, perdeu
tudo. Agora é limpar o que der
e tocar para frente. Não vou
poder ficar vivendo tragédia a
minha vida inteira. Claro que,
quando chover de novo, e esse
rio subir, não adianta, a gente
vai ficar desesperado, mas para
onde a gente vai? Xerém é um
lugar de risco, não vai deixar
de ser. O governo não vai ajudar a comprar uma casa, sabemos que a gente não vai ter
ajuda nenhuma pra sair daqui.
Vamos tirar dinheiro de onde,
agora que perdemos a casa, o
carro, tudo? Não tem pra onde
correr, a gente vai ficar aqui”,
completa.
Mesmo assim, quando
questionada de que forma a
comunidade da UFRJ pode
contribuir, enfatiza: “Tem uma
mensagem que eu queria mandar para todo mundo. Eu peço
para não ajudarem só os alunos
da UFRJ. Perdemos muita coisa, mas tem gente que perdeu
a casa, o filho. Eu estou precisando, mas eles estão precisando mais. Nos primeiros dias,
meus vizinhos, não tinham
roupa para o corpo, ninguém
chegou lá com água, ninguém
chegou com comida. Quando
meus colegas trouxeram água
para mim, era tanta gente no
meu portão pedindo água, pois
estavam há dias sem beber
água. Será que ninguém estava
vendo o que estava acontecendo aqui?”, critica.
Rede de solidariedade foi montada:
O que doar:
Computadores, computadores portáteis (para os estudantes),
água, material de higiene pessoal (absorvente, fralda, creme dental, escova de dente, sabonete, xampu), leite para as crianças,
alimentos não perecíveis.
Onde doar:
Polo Xerém- Estrada de Xerém nº 27 (Estádio do Tamoio).
Centro de Ciências da Saúde - Cidade Universitária, UFRJ
•Prof.ª Carla Polycarpo - Bloco D - subsolo, sala 05
•Prof.ª Carolina Braga - Bloco E - 1 andar - sala 42
•Prof.ª Fabiana Carneiro - Bloco E - 1 andar - sala 18
DCE UFRJ - campus da Praia Vermelha- UFRJ
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14 de janeiro de 2013
universidade
Impasse na EEFD
Demarcação de vagas no estacionamento e cartazes colados nos corredores da Unidade criam
desentendimentos entre direção e estudantes da Escola de Educação Física e Desportos
Elisa Monteiro
Vagas da discórdia. A demarcação de espaços no estacionamento da Escola de Educação Fística provocou a controvérisa
O diretor da EEFD,
Leandro Nogueira, pede
a sanção dos estudantes
Diego Noqueira e Alex da
Costa com base em dois
episódios: o primeiro seria
um desrespeito à demarcação administrativa de duas
vagas no estacionamento
para a direção e a vice-direção da Unidade, no início
de dezembro. Ocorre que,
em meados daquele mês, o
aluno Diego parou na vaga
recém-pintada da direção.
O dirigente parou atrás e
pediu para o chefe de segurança procurar o proprietário do veículo. Encontrado,
Diego recusou-se a retirar
o automóvel. Como o diretor precisava viajar para
um congresso em Aracaju
(SE), deixou o carro onde
estava numa quarta-feira e
só retornou no domingo à
noite.
Na semana seguinte, Diego
foi chamado para uma reunião
na qual foi comunicado da suspensão de atividades acadêmicas por quinze dias.
Os estudantes afirmam que
não são, a princípio, contra a
reserva de vaga para o direção
e vice-direção, mas discordam
da forma como o processo foi
feito. Segundo Diego, a co-
munidade acadêmica não foi
consultada. A justificativa da
direção seria o crescimento da
Escola, que o impede de encontrar vagas e dificulta os compromissos da gestão.
Logo em seguida, outra polêmica: Diego afirma que cumpriu a suspensão de 15 dias,
ao não comparecer às aulas
de graduação, pós-graduação
e grupo de pesquisa dos quais
faz parte. Mas o direção discorda: numa reunião do dia 10 de
janeiro, afirmou que houve descumprimento da sanção, baseado na circulação do estudante
pela Escola, no período.
Problemas
seguinte: cartazes
Para confrontar a punição,
estudantes resolveram colar cartazes pelos corredores da Escola
protestando contra a administração. A direção mandou, via
funcionários, que os materiais
fossem retirados. A argumento
é que a fita adesiva das cartolinas poderia danificar a pintura
das paredes. No entanto, ali bem
próximo, há sinalização para
não fumar nas dependências da
Escola coladas com durex, na
entrada da quadra de basquete.
Um vídeo, dos próprios estudantes, que registra o bate-boca
em torno dos cartazes, foi utilizado como “prova” no pedido
de punição apresentado à Congregação. O outro aluno ameaçado de punição, Alex, aparece
nos momentos finais, após a
discussão, colando mais uma
cartolina.
Na pós-graduação
No dia 20 de dezembro,
a Polícia Militar foi convocada para retirar estudantes que, na avaliação
da direção, não estariam
matriculados regularmente
na EEFD e Diego Moreira
que, suspenso (pelo episódio da vaga do estacionamento), estaria proibido de
permanecer nas dependências da instituição. O incidente também gerou outro
vídeo.
Na queda de braço entre
administração e estudantes,
sobrou para a Especialização em Pedagogia Crítica
da Educação Física, único curso de pós-graduação
gratuito da Unidade. O programa foi suspenso pela
direção, depois que o coordenador, professor Paulo
Roberto Monteiro Peres,
confirmou a vinculação
do estudante Rian Ferreira Rodrigues ao programa.
As chaves dos cadeados da
sala foram trocadas por ordem da direção.
O diretor diz que tomou
a iniciativa para apurar possíveis problemas do curso.
A contradição residia no
fato de o banco de dados
oficiais da UFRJ informar
que Rian teria abandonado
o curso (no primeiro semestre de 2012) e seu coordenador dizer que o estudante
estava inscrito regularmente. Leandro Nogueira acabou informado pela decana
do CCS, Maria Fernanda,
que não poderia fechar um
curso de pós. Reconhecendo que errou, Leandro disse
que o curso seria reaberto
imediatamente. O professor
Paulo Roberto, contudo,
afirmou que, até o dia 10,
não havia sido comunicado
sobre a revisão do caso.
Movimento
De acordo com o diretor da EEFD, com a falta
de quórum da Congregação extraordinária, convocada para a quinta-feira
10, seria realizada no dia
seguinte (11/12), data de
fechamento desta edição, uma reunião no seu
gabinete com a presença
dos estudantes acusados,
representação estudantil
e apoio técnico-administrativo para avaliar uma
proposta de sanção. Leandro estuda, ainda, junto à
Procuradoria da UFRJ e
à Assessoria Jurídica da
Adufrj-SSind uma possível ação contra aqueles
identificados como não
alunos da EEFD.
Os estudantes Diego e
Rian, por sua vez, afirmam que o diálogo entre
eles e o Centro Acadêmico
(do qual fazem parte) com
a direção da escola foi
rompido. O Centro Acadêmico entregou documentos à decania do CCS e à
reitoria solicitando intervenção junto à Unidade.
14 de janeiro de 2013
www.adufrj.org.br
Painel Adufrj
Vergonha
O valor do piso salarial
nacional dos professores
da educação básica vai
passar de R$ 1.451 para R$
1.567. O reajuste de 7% é
menor do que o de 2012
(22%) e 2011 (18%).
DA REDAÇÃO
UFRJ nas Olimpíadas
Kenzo Soares Seto
Educação
Sem estresse
O site, todo ano, publica
uma lista sobre profissões
mais ou menos estressantes.
Os mais estressados
por lá são militares.
Faz sentido.
“Costin, não”
No contexto do abaixo assinado “Costin, Não!” que
expressou movimento contra a indicação da secretária municipal de Educação,
Cláudia Costin, para um
posto de direção no MEC,
os professores Roberto
Leher (UFRJ) e Olinda
Evangelista (UFSC) elaboram texto sobre o seu significado para a educação
pública brasileira.
Pode ser encontrado em
http://www.uff.br/trabalhonecessario/index.php/
artigos.
Vida de Professor
Maracanã
Movimentos sociais e mais
de 20 etnias indígenas permanecem em vigília desde
o dia 11 na ocupação Aldeia Maracanã, no antigo
Museu do Índio, contra sua
demolição prevista para
essa semana.
A destruição do prédio
histórico, que dará lugar a
um estacionamento concedido à iniciativa privada,
faz parte da preparação do
Maracanã para a Copa do
Mundo e sua privatização
após a reforma.
O Fórum em Defesa da Escola Pública no RJ realizará
a sua primeira reunião do
ano no dia 15/01, às 18h, no
auditório do Sepe (Evaristo
da Veiga, 55, 8º andar).
Segundo o site americano
CareerCast.com, a carreira
menos estressante nos
EUA é a de... professor
universitário!
7
Desmatamento
O início das obras de um
futuro polo de química no
Fundão (ao lado do Cenpes/
Petrobras) resultou numa
paisagem devastada. As
árvores abatidas sugerem
agressão descabida à flora da ilha. Mas, segundo a
reitoria, a “supressão vegetal” foi autorizada pela Secretaria do Meio Ambiente
do município. A novidade
é que a primeira estrutura
a ser erguida no local será
do Laboratório de Apoio ao
Desenvolvimento Tecnoló-
gico (o Ladetec). E que terá
um protagonismo durante a
realização das Olimpíadas
em 2016: será lá que serão
realizados os exames de
doping dos atletas do mundo todo que participarão da
competição.
Uma pesquisa
divulgada no dia 11
indica que 68,5% dos
venezuelanos apoiam a
decisão da Justiça e do
Parlamento do país de
adiar a posse do novo
mandato do presidente
Hugo Chávez. (fonte:
site Ópera Mundi)
Não voltarão!
“Não voltarão!”, grita Haydée
Reyers, de 54 anos,
durante ato que reuniu
centenas de milhares, no
dia 10, nos arredores do
Palácio de Miraflores, em
Caracas. A garçonete, a
exemplo de outros milhares
de venezuelanos que
atenderam ao chamado
do governo, compareceu
ao ato para “defender o
mandato do presidente
Hugo Chávez”. “O povo
está jurando a posse
do presidente”, disse
Haydée Reyers.
Internet
O Ministério Público Estadual abriu uma ação civil
pública para barrar as obras
do Novo Autódromo Internacional no bairro de Ricardo de Albuquerque, que
ocorrerão em área de Mata
Atlântica.
A ação visa “proteger o
meio ambiente de lesão iminente” e denuncia a concessão de licença ambiental
prévia pelo Inea em desrespeito às leis.
Estudantes
A Superintendência Geral
de Políticas Estudantis da
UFRJ vai investir R$ 300
mil no financiamento de
eventos de caráter técnico-científico, artístico ou
cultural, organizados sob a
responsabilidade dos seus
alunos em 2013.
Podem apresentar propostas
de eventos estudantes de graduação em situação acadêmica regular (matrícula ativa).
Diego Novaes
8
14 de janeiro de 2013
www.adufrj.org.br
universidade
Produtivismo afeta saúde
Pesquisadora da Federal do Espírito Santo mostra os impactos negativos da sobrecarga de trabalho
Estudo foi realizado
entre 2009 e 2010
O
estudo “Trabalho e
produtivismo:
saúde
e modo de vida de docentes das instituições públicas
de Ensino Superior”, realizado
pela professora Izabel Cristina
Borsoi, do Departamento e do
Programa de Pós-Graduação
em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mostra que a sobrecarga de trabalho tem afetado a
saúde dos docentes.
A pesquisa, realizada entre
2009 e 2010 com 96 professores efetivos da Ufes, retrata
como o produtivismo está acabando com a saúde dos docentes. Essa lógica é um dos desdobramentos da reestruturação
universitária que começou na
década de 70.
Os entrevistados relataram
problemas de saúde, tais como
depressão, ansiedade, enxaqueca, gastrite, hipertensão e
diabetes. E mais: a pesquisadora constatou que a maioria dos
adoecimentos é desconhecida
pela universidade. O que, do
ponto de vista científico, indica
um desastre em plena função.
Situações de
adoecimentos
De acordo com a pesquisa,
os docentes estão ultrapassan-
Imprensa Adufes
do a fronteira entre tempo de
trabalho e o tempo privado.
“Hoje, o professor tem que dar
conta da sala de aula, orientar
alunos, preencher relatórios,
fazer pareceres, participar de
diferentes comissões e colegiados. É muita pressão, o que
provoca o adoecimento”, diz a
professora Cristina Borsoi.
A constatação é que a reestruturação universitária não
contemplou mudanças sustentáveis nas condições de trabalho. As atividades acadêmicas
aumentaram, consagrarou-se
a publicação – sem importar o
valor do conteúdo –, enquanto
o contingente de docentes regride na proporção em que se
expandem as demandas.
Publicar é a
palavra-chave
A pressão é ainda maior nos
programas de pós-graduação,
nos quais existe a obrigatoriedade de manter elevada a denominada “produção científica”.
As principais responsáveis pela
busca de produtividade são as
políticas de metas das próprias
instituições financiadoras e/ou
reguladoras – Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), principalmente.
A pesquisa contou com apoio
da Seção Sindical dos Docentes
daquela instituição. (Fonte:
Adufes. Edição: Adufrj-SSind)
Izabel Cristina Borsoi. Sobrecarga de trabalho causa depressão, gastrite, diabetes...
UFRJ
Camille Perissé
Restaurante Universitário do CT está
fechado por tempo indeterminado
Quem passa pelo restaurante universitário do Centro de
Tecnologia encontra o local fechado para obras. A decisão foi
tomada, segundo a professora
Lúcia Andrade (coordenadora
do Sistema de Alimentação da
UFRJ), após problemas com o
sistema de exaustão. O que chegou a causar desmaios de funcionários. Lúcia afirma que os
problemas decorrem das obras
de construção do bandejão e
que a empresa responsável já
foi procurada para realizar os
reparos, mas “é um processo demorado por conta das questões
burocráticas”. Ela acrescentou
que, apesar das refeições oferecidas no local terem sido redistribuídas em outros RUs, houve
uma queda no consumo total:
900 refeições eram servidas no
CT; mas só ocorreu um aumento de 500 nos demais bandejões.
“Estamos aflitos em reabrir o
CT, mas não vamos deixar de
ter responsabilidade com a vida
dos trabalhadores e da clientela”, completa Lúcia.
Novas quedas de luz causam
prejuízos no Centro
O Centro de Tecnologia
(CT) ficou, mais uma vez, às
escuras com quatro breves quedas de energia elétrica entre a
manhã e a tarde da segundafeira, dia 7, no retorno de estudantes e de professores às aulas. A Prefeitura Universitária
informou que o cabo reserva
de média tensão do Centro não
suportou a carga, ocasionando
as intermitências. De acordo
com Marcos Cosenza, funcio-
nário da P.U., o cabo principal
do CT que se encontrava desligado para manutenção da Light
foi reativado depois do apagão
definitivo da rede auxiliar.
O superintendente da decania do CT, Waldir Pinto, ressalvou que mais uma vez a universidade sofreu prejuízos em
função “de problema no fornecimento de energia da Light”.
Segundo Waldir, equipamentos
foram danificados pelas instabilidades na luz. A reunião entre a UFRJ e a empresa, prevista para o final do ano passado,
depois que um apagão deixou
sem luz o CT por 30 horas, suspendendo aulas e eventos, agora deve ser reagendada: “Inclusive para discutir os prejuízos,
como os de equipamentos”,
disse Waldir.
Bandejão. Sistema de exaustão está danificado
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