06/07/2011 Tamanho -A +A Segundo especialista, setor portuário não acompanhou crescimento do agronegócio O crescimento do agronegócio no Brasil seria motivo de grandes comemorações, não fosse pela deficiência no serviço de escoamento da produção. A constatação foi feita pelo consultor técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Luiz Antônio Fayet, durante audiência desta terça-feira (5) que discutiu, na Câmara dos Deputados, a situação do setor portuário brasileiro. Fayet lembrou que, em 2010, o agronegócio exportou R$ 63 bilhões. Segundo ele, até 2020, é preciso ampliar em 70 milhões de toneladas a capacidade dos portos no país, o que equivale a 10 % do trânsito de mercadorias ocorrido ano passado. O consultor ressaltou, ainda, a mudança no cenário mundial ao destacar que, há 50 anos, o país dependia da importação de alimentos e, atualmente, ocupa o segundo lugar como maior supridor do mercado externo. “Hoje o mundo inteiro vem aqui comprar, e nós estamos perdendo as oportunidades. Isso significa perda de crescimento econômico, com reflexos no emprego e renda”, alertou Fayet. Nesse sentido, o deputado federal Paulo Foletto (PSB-ES) afirmou que o Espírito Santo (ES) está perdendo competitividade, em razão da falta de investimento no setor portuário. “Somos o segundo produtor de mamão do Brasil e não estamos mais conseguindo exportar para a Europa pelo porto de Vitória. Hoje, o mamão sai pelo porto de Salvador, na Bahia. Assim como o café da região, que tem 30% exportado pelo Rio de Janeiro”. Foletto destacou que o porto da capital capixaba tem problemas estruturais que impedem o acesso de navios grandes. Segundo ele, além da bacia assoreada, existem pedras na entrada do porto, que precisam ser retiradas para que navios maiores consigam passar. “Outro ponto fundamental para podermos suprir nossa demanda de exportação, é a ampliação do berço do cais de Vitória”, completou o socialista. Segundo o representante do Ministério dos Transportes, Edison Vianna Júnior, um dos desafios na execução dos recursos destinados à pasta é conciliar as obras de infraestrutura com a preservação ambiental e das terras indígenas. Ele destacou que o ministério possui R$ 2,7 bilhões, previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para investir no setor. Tatyana Vendramini com info. da Agência Câmara