AVALIAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO Ana C. Dudziak Guimarães¹ ¹ Bibliotecária, Faculdade de Direito, USP, São Paulo, SP 1 Introdução O processo de avaliação de produtos e serviços, aliado à gestão da produção e ao marketing, tem influência direta no sucesso da gestão de uma biblioteca universitária (SILVA, 2006). Este trabalho demonstra como a avaliação dos produtos e serviços feita através da análise quantitativa pode ser importante, não para mensurar o quanto são usados, mas para dar uma noção mais exata do alcance que possuem dentro da comunidade acadêmica. Embora não possa ser uma fonte única de avaliação (LEITÃO, 2005), a análise quantitativa é muito útil quando se trata de obter informações sobre a extensão do acesso e uso dos serviços e produtos (ROCHA, 2010), tornando-se muitas vezes precursora da avaliação qualitativa, a qual, em um segundo momento, analisará o valor atribuído pelos usuários. Com a finalidade de conhecer melhor as necessidades informacionais dos seus usuários, a Biblioteca da Faculdade de Direito da USP realizou em 2011 uma pesquisa tendo como objetivo identificar o grau de conhecimento e uso dos produtos e serviços por ela oferecidos. 2 Materiais e Métodos Como instrumento da avaliação quantitativa, foi desenvolvido um questionário para acesso online, no qual os usuários apontaram quais produtos e serviços conheciam e quais usavam. Para a criação do questionário, usou-se o Spreadsheet, ferramenta para elaboração de formulários eletrônicos do Google Docs (http://www.google.com/google-d-s/hpp/hpp_pt-PT_pt.html), pela facilidade de elaboração e por ser gratuito. O roteiro composto por questões alternativas, sobre o conhecimento e uso de cada item, assim como o grau de satisfação com os mesmos, foi montado no formulário de forma simples e direta, visando o preenchimento rápido, evitando que se tornasse cansativo para os participantes (Figura 1). Os usuários foram categorizados como alunos de Graduação, PósGraduação, Docentes e Funcionários. A página na Web contendo o formulário eletrônico foi amplamente divulgada através de emails enviados a todos os grupos de usuários. O questionário também foi disponibilizado nos computadores da Biblioteca pelo período de trinta dias. Ao término do prazo, as respostas em forma de gráficos foram geradas automaticamente pela planilha conectada à pesquisa, conforme as configurações estabelecidas pelo programa no Google Docs. Os gráficos indicaram os percentuais 1 de respostas dos grupos para cada serviço e produto, o que facilitou o trabalho de interpretação dos dados. Figura 1 – Parte principal do questionário online para avaliação de produtos e serviços, criado com a ferramenta Spreadsheet do Google Docs. 3 Resultados Os resultados demonstraram que o grau de conhecimento quanto ao uso dos produtos e serviços oferecidos pela biblioteca é menor do que o esperado. Tomando-se como exemplo os grupos de maior representatividade no estudo, alunos de Graduação (Gráfico 1) e alunos de Pós-Graduação (Gráfico 2), as respostas indicaram que uma grande parte desses participantes desconhece os produtos e serviços oferecidos. Verificou-se também que muitos usuários conhecem determinado serviço ou produto, mas não fazem uso dele. Em relação ao total de participantes, os que efetivamente usam os produtos e serviços representam uma parcela pequena, na maioria dos casos. 2 Gráfico 1 - Grau de conhecimento dos alunos de GRADUAÇÃO quanto aos produtos e serviços oferecidos pela Biblioteca da Faculdade de Direito USP (2011). Gráfico 2 - Grau de conhecimento dos alunos de PÓS-GRADUAÇÃO quanto aos produtos e serviços oferecidos pela Biblioteca da Faculdade de Direito USP (2011). Com base nos resultados da avaliação, observou-se a necessidade da criação de um programa de treinamento para os de usuários, bem como a definição de estratégias de comunicação e marketing para divulgação e incentivo ao uso de todos os serviços e produtos oferecidos pela Biblioteca. 3 Com estas medidas, o usuário será capacitado a encontrar as informações de que necessita e incentivado a aprofundar suas pesquisas, o que resultará na elevação do nível acadêmico da Instituição. No momento, estudam-se formas de treinamento adequadas para cada categoria de usuário. Também estão sendo elaboradas novas estratégias de divulgação, bem como a reformulação do site da Biblioteca, onde estarão destacados todos os serviços e produtos e suas formas de acesso. 4 Considerações Finais É um consenso entre as bibliotecas de que os dados quantitativos não podem ser fontes únicas de avaliação. Porém, se dividirmos o processo de avaliação em etapas, a avaliação quantitativa demonstra ser um instrumento válido e importante quando se deseja saber primeiramente se os produtos e serviços atingem nossos usuários. Somente estando todos os usuários familiarizados com os serviços e produtos oferecidos é que estes podem ser avaliados qualitativamente, pois, sem o conhecimento, não existe a possibilidade de análise. Em função dos resultados obtidos com a avaliação quantitativa, o gestor da biblioteca universitária poderá ter uma visão real do alcance dos serviços propostos. A partir de então, poderá tomar providências quanto ao planejamento de treinamentos e divulgação e, em uma segunda etapa, quando os serviços e produtos já forem de amplo conhecimento e uso, poderá avaliá-los qualitativamente. Um dos maiores desafios das bibliotecas universitárias é estreitar suas relações com os usuários, procurando compreender suas necessidades e expectativas e a avaliação dos produtos e serviços oferecidos a eles possui um papel relevante neste processo. 5 Referências LEITÃO, Bárbara Júlia Menezello. Avaliação qualitativa e quantitativa numa biblioteca universitária. Niterói: Intertexto; Rio de Janeiro: Interciência, 2005. ROCHA, Eliana da Conceição; SOUZA, Márcia de Figueiredo Evaristo. Metodologia para avaliação de produtos e serviços de informação. Brasília: IBICT, 2010. 84 p. SILVA, Fabiano Couto Corrêa da; SCHONS, Claudio Henrique; RADOS, Gregório Jean Varvakis. A gestão de serviços em bibliotecas universitárias: proposta de modelo. Informação e Informação, Londrina, v. 11, n. 2, dez. 2006. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1691/1442>. Acesso em: 18 jan. 2012. 4