UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA MENINGITES INTERNATO EM PEDIATRIA – 01/2014 Bárbara Vieira Carneiro Glenda Maria Gallerani Pacheco www.paulomargotto.com.br Brasília, 17 de junho de 2014 MENINGITES • Inflamação das meninges que recobrem o cérebro; • Podem ser causas por: • Bactérias • É uma emergência infecciosa • Vírus • Fungo • Mais comum em crianças imunodeprimidas, • TB • Não infecciosa • Asséptica • p. exemplo: Doenças autoimunes ou neoplasia maligna. MENINGITE VIRAL • 2/3 das infecções do SNC são virais; • Causas: • Enterovírus (Coxsackie, ecovírus, etc) • Causam 75-90% dos casos • Epstein-Barr, • Adenovírus e • Vírus da caxumba. • A meningite por caxumba hoje é rara, devido a vacina tríplice viral. • Geralmente a doença é muito menos severa que as meningites bacterianas e geram menos sequelas; • Normalmente os sinais de Kernig e Brudzinski estão ausentes. MENINGITE VIRAL OBS: Lembrar que no lactente, o diagnóstico diferencial com LCR claro é a meningite sifilítica e adulto jovem é a infecção pelo HIV. MENINGOENCEFALITE HERPÉTICA • Meningoencefalite grave, cujo quadro clínico se assemelha a meningite bacteriana aguda; • Associada a distúrbios de comportamento, sinais neurológicos focais e difusos; • Causada pelo HSV-1; • Na dúvida entre meningite bacteriana aguda e meningoencefalite herpética, tratar ambas empiricamente até definir a etiologia. MENINGITE TUBERCULOSA • É uma dos formas mais graves de TB, com alto potencial de morbimortalidade; • A vacina com BCG reduz o risco, mas não impede a doença; • Quadro clínico: • Geralmente subagudo. • Dividido em 3 fases: • 1. Sintomas inespecíficos (durante 2 a 3 semanas); • 2. Cefaléia, febre e sinais meníngeos; • O diagnóstico deve ser feito nessa fase; • 3. Torpor, coma e crise convulsiva. MENINGITE BACTERIANA • Epidemiologia: • Cerca de 80% dos pacientes em meningite bacteriana tem menos de 18 anos (dados do MS/DATASUS); • As crianças <5 anos respondiam pela maioria dos casos, porém muitos casos infantis tem sido evitados através da vacinação; • Em países desenvolvidos, como os EUA, a meningite já passou a ser uma doença de adultos; • Continua sendo uma infecção grave em crianças, com letalidade de 5-10%; • Cerca de 10% dos sobreviventes ficam com sequelas neurológicas a longo prazo; • A incidência é maior nos meses de inverno; • Maior frequência de infeções respiratórias e aglomeração em ambientes fechados. MENINGITE BACTERIANA Período Neonatal (até 28 dias de vida) Streptococo do grupo B (S. agalactiae) E. Coli Listeria 1 mês até 20 anos Neisseria meningitidis (meningococo) S. Pneumoniae H. Influenzae > 20 anos S. Pneumoniae N. meningitidis OBS: Segundo o Harrison, o peumococo é responsável por 50% dos casos de meningite quando consideradas todas as idades e o agente que determina quadro clínico de maior gravidade e deixam mais sequelas. Já no MS o agente mais comum é o meningococo e o pneumococo o segundo. MENINGITE BACTERIANA • Patogenia: • Geralmente a infeção é precedida pela colonização das VA superiores pelos germes patogênicos (Meningo e Pneumococo); • Na criança é incomum a ocorrência de meningite por disseminação hematogênica ou extensão direta de focos infecciosos; • O que é mais comum é pela reação imune do hospedeiro frente a infeção; • Lise bacteriana estimula a produção de citocinas pelas células de defesa inflamação e aumento da permeabilidade capilar (altera a barreira HE) edema cerebral vasogênico. • Extravasamento de proteínas e leucócitos exsudato bloqueia a reabsorção liquórica hidrocefalia e edema cerebral comprime vasos do espaço subaracnoide áreas isquêmicas no parênquima AVE, convulsões, HIC e coma. MENINGITE BACTERIANA • Quadro Clínico: • Pré-escolar (2 a 6 anos) até adulto: • Quadro súbito de febre, cefaleia, rigidez de nuca (Tríade); • Edema cerebral rebaixamento do nível de consciência; • Aumento da PIC pupilas midriáticas e pouco reativas, papiledema, paralisia do VIº par, postura de descerebração, reflexo de Cushing. Náusea, vômitos e fotofobia; • Irritação do córtex convulsão; • SIADH; • Resposta inflamatória sistêmica Rash; • Meningococcemia MENINGITE BACTERIANA • Quadro Clínico: • Neonatos (até 28 dias) e lactentes (29 dias até 2 anos): • Geralmente não apresentam sinais de irritação meníngea; • Outros sinais e sintomas permitem a suspeita diagnóstica, como: febre, irritabilidade ou agitação, choro persistente e recusa alimentar, acompanhada ou não de vômitos, convulsões e abaulamento de fontanela; • Ou seja, como o QC é inespecífico Deve ser feita a punção lombar, em casos de sepse, nessa faixa etária. • DD: ITU. MENINGITE BACTERIANA • Meningite meningocócica: • Das 3 principais causas de meningite, essa tem riscos mais baixos de sequelas neurológicas; • O problema é quando ocorre a sepse pelo meningococo (Meningococcemia) que tem um pior prognóstico; • A septicemia é acompanhada por uma erupção cutânea purpúrica que pode começar em qualquer lugar do corpo e depois se disseminar; • As lesões características não desaparecem a digitopressão, são irregulares em tamanho e forma e apresentam um centro necrótico. MENINGOCOCCEMIA MENINGOCOCCEMIA Meningite Bacteriana • Exame Físico: • Petéquias e púrpuras; • Sinais de irritação meníngea: • Kernig e de Brudzinski. Meningite Bacteriana • Sinal de Kernig: MENINGITE BACTERIANA • Sinal de Brudzinski: DIAGNÓSTICO • O diagnóstico clínico de meningite deve ser seguido por comprovação laboratorial; • Análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) obtido por punção lombar (PL); • A PL deverá ser realizada imediatamente, exceto quando houverem contraindicações ou necessidade de exame prévio de neuroimagem; • Nos casos em que a PL não puder ser realizada imediatamente, a coleta de hemoculturas e o início da antibioticoterapia empírica não devem ser postergados. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. DIAGNÓSTICO • Em alguns casos, a PL deve ser precedida por um exame de neuroimagem (TC ou RNM); • Excluir a presença de massa oculta no parênquima cerebral (abscesso, edema disseminado), e evitar o risco de herniação decorrente do procedimento; • Casos em que se faz necessário exame de neuroimagem pré PL: • Pacientes imunocomprometidos; • História de TCE recente; • Alteração do nível de consciência; • Papiledema na fundoscopia; • Déficit neurológico focal. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. DIAGNÓSTICO • Caso o exame não demonstre lesão expansiva cerebral, a PL deve ser realizada normalmente. Fig. 1 - Impregnação leve e difusa da leptomeninge, associada a hipodensidade da substância branca principalmente nas regiões frontais e de fronteira arterial. Observa-se também intumescimento cerebral, com apagamento dos sulcos e diminuição do volume dos ventrículos. A impregnação meníngea é devida a processo inflamatório agudo (meningite bacteriana). 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. DIAGNÓSTICO • Contraindicações absolutas à PL: • Hipertensão intracraniana grave • Anisocoria ou síndrome de Cushing • Insuficiência respiratória aguda • Discrasia sanguínea • Piodermite no sítio de punção • Nestes pacientes, deve-se iniciar antibiótico empírico. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. DIAGNÓSTICO • Hemoculturas são positivas em: • 80% das meningites por Haemophilus; • 50% das meningites por pneumococo; • 30-40% das meningites por meningococo; • Meningococcemia: hemoculturas costumam ser positivas; biópsia de lesões petequiais. • Culturas de material das VAS não são úteis; • Hemograma e bioquímica básica são importantes, e podem auxiliar no diagnóstico etiológico. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. DIAGNÓSTICO 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. DIAGNÓSTICO • Punção lombar • Paciente em decúbito lateral, fletido; • L3-L4 ou L4-L5; • 8 a 15 ml de LCR. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. DIAGNÓSTICO ESTUDO DO LÍQUOR • Pressão de abertura: • Medida em decúbito lateral; • > 18 a 20 cmH2O; • Pequena diferença entre as pressões inicial e final; • Aspecto: • Normal: límpido e incolor (água de rocha); • Turvo: elementos figurados; • Purulento: neutrófilos degenerados; • Xantocrômico: acidente de punção, icterícia, HSA. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. DIAGNÓSTICO ESTUDO DO LÍQUOR • Contagem celular: • Normal: até 30 células/mm3 (RN) e 4-5 células/mm3 (crianças maiores e adultos); • Meningite bacteriana: geralmente > 500 células/mm3 , com predomínio de PMN ou neutrófilos; • Meningite viral, tuberculosa, por fungos e sifilítica: geralmente < 500 células/mm3 , com predomínio de LMN; • Meningites virais agudas, nas primeiras 12-24 horas, pode haver aumento de neutrófilos; • Presença de eosinófilos: deve-se pensar na possibilidade de neurocisticercose. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. DIAGNÓSTICO ESTUDO DO LÍQUOR • Bioquímica: • Glicose, proteínas, cloretos, ureia, etc; • Glicose: > 2/3 da glicemia; • Meningites bacterianas: hipoglicorraquia, < 40 mg/dl ou por uma relação glicose LCR/glicose soro < 0,4; • Proteínas: até 30 mg/dl; • Variações de acordo com a idade e local da punção; • Meningites bacterianas: > 45 mg/dl; 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. DIAGNÓSTICO ESTUDO DO LÍQUOR • Aglutinação pelo látex: pesquisa de antígenos bacterianos; • Aglutinação pelo látex ou contraimunoeletroforese; • Baixa sensibilidade; • Teste do Limulus: detecção da endotoxina de gramnegativos; sensibilidade próxima de 100%; especificidade de 82 a 100%; • PCR: em estudo, ainda inacessível na maior parte dos hospitais; mais difundido para as meningites virais. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. DIAGNÓSTICO ESTUDO DO LÍQUOR: Exame microbiológico: • Bacterioscopia (coloração por Gram): demonstra a etiologia em 60-80% dos pacientes; • Análise da morfologia das bactérias no gram; • Cultura: • Positiva em 80-90% dos casos; • Placas de ágar-sangue, ágar-chocolate ou outros meios de cultura especiais; • Confirma o patógeno e pode direcionar uma alteração na antibioticoterapia. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. DIAGNÓSTICO ANÁLISE DO LCR NORMAL MENINGITE BACTERIANA MENINGITE VIRAL MENINGITE TUBERCULOSA CELULARIDADE PMN LMN 0A4 0 100% > 500 > 66-70% < 34% < 500 < 34% > 66% < 500 < 34% > 66% PROTEÍNAS 40 > 40 20-80 > 100 GLICOSE > 40 < 40 NORMAL < 40 BACTERIOSCOPIA NEGATIVA POSITIVA NEGATIVA NEGATIVA OU POSITIVA CULTURA NEGATIVA POSITIVA NEGATIVA NEGATIVA OU POSITIVA 1. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. TRATAMENTO • O início da terapia não deve ser postergado; • Cobertura para pneumococo: cefalosporina de 3ª geração + vancomicina*; PNEUMOCOCO SENSÍVEL A PENICILINA PENICILINA CRISTALINA PNEUMOCOCO COM RESISTÊNCIA INTERMEDIÁRIA À PENICILINA CEFOTAXIMA OU CEFTRIAXONA PNEUMOCOCO COM ALTA RESISTÊNCIA À PENICILINA CEFOTAXIMA OU CEFTRIAXONA + VANCOMICINA 1. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. TRATAMENTO FAIXA ETÁRIA 0 A 1 MÊS ESQUEMA EMPÍRICO CEFOTAXIMA + AMPICILINA 1 A 3 MESES CEFOTAXIMA OU CEFTRIAXONA + AMPICILINA > 3 MESES A 55 ANOS CEFOTAXIMA OU CEFTRIAXONA + VANCOMICINA* ADULTOS > 55 ANOS ALCOÓLATRAS DEBILITADOS TRANSPLANTADOS GESTANTES PACIENTES COM CÂNCER CEFOTAXIMA OU CEFTRIAXONA + VANCOMICINA* + AMPICILINA MENINGITE NOSOCOMIAL PÓS-TCE* PÓS-NEUROCIRURGIA* NEUTROPÊNICOS DEFIC. IMUNIDADE CELULAR CEFTAZIDIMA + VANCOMICINA* + AMPICILINA PÓS-PUNÇÃO LOMBAR CEFTAZIDIMA + OXACILINA TRATAMENTO • A terapia antibiótica é sempre IV por um período de 7-21 dias, a depender da etiologia e evolução clínica; • Alteração do esquema empírico de acordo com resultado de exames, posteriormente (cultura, látex, Gram); 1. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. TRATAMENTO OUTRAS MEDIDAS: • Isolamento respiratório: meningococo ou hemófilo, por 24 horas após ATB; • Glicocorticóides: prevenir sequelas na MBA por pneumococo e hemófilo; • 20 minutos antes da 1ª dose de ATB; • Dexametasona 0,15 mg/Kg de 6/6 horas, por 2 dias; • Pneumococo de alta resistência – associar rifampicina. 1. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. TRATAMENTO OUTRAS MEDIDAS: • Hipotensão: mais comum na MBA por meningococo; • Evitar soluções hipotônicas – edema cerebral; • Choque refratário – usar aminas vasoativas; • Convulsão: • Diazepam para o controle das crises; • Fenitoína ou fenobarbital para a prevenção de novas crises. 1. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. TRATAMENTO • Meningite viral: • Medidas de suporte; • Em casos graves de meningite por HSV, VZV ou EBV alguns autores recomendam o Aciclovir; • Meningite tuberculosa: • Deve ser iniciado empiricamente, quando o LCR mostrar características sugestivas de meningite por TB. • É feito utilizando-se RIP (2 meses) + RI (7 meses). • Glicocorticóide deve ser usado por 4-8 semanas, para diminuir o risco de sequela a longo prazo e piora clínica nos 2 primeiros dias de tratamento. 1. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. COMPLICAÇÕES E SEQUELAS • Complicações neurológicas: • Mais comuns em crianças pequenas; • Gram-negativos intestinais; pneumococo; Haemophilus influenzae; meningococo; • Comprometimento dos pares cranianos (II, III, VI, VII e VIII); • Déficit auditivo é a sequela mais comum da meningite na infância (20% dos casos) – meningococo (leves) e hemófilos (graves); • Coleção subdural – lactentes. 1. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. COMPLICAÇÕES E SEQUELAS • Choque e CIVD (Síndrome de Waterhouse – Frederichsen); • Meningococo; • Lesões cutâneas purpúricas – necrose – amputação de extremidades; • MENINGITE SEM MENIGOCOCCEMIA – 55% • MENINGITE + MENINGOCOCCEMIA – 30% • MENINGOCOCCEMIA SEM MENINGITE – 15% 1. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. PIOR PROGNÓSTICO PREVENÇÃO Profilaxia • Meningite meningocócica: • Contactantes íntimos do paciente; RIFAMPICINA • Outras crianças da creche, escola, orfanato; CRIANÇAS: 10 MG/KG, 12/12 HORAS, POR 2 DIAS • Familiares; ADULTOS: 600 MG, 12/12 HORAS, POR 2 DIAS • Profissionais de saúde que tenham feito intubação ou * aspiração CEFTRIAXONA, 250aéreas; MG IM, DU, EM MULHERES GRÁVIDAS de vias • Paciente, no momento da alta (exceto se tratamento com ceftriaxona /cefotaxima); 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. PREVENÇÃO Profilaxia • Meningite por Hemófilo tipo B: • Contactantes familiares e instituições, se: RIFAMPICINA • Criança suscetível (< 5 anos e não vacinada); CRIANÇAS: 20 MG/KG, 1X/DIA, POR 4 DIAS • Indivíduo imunocomprometido; ADULTOS: 600 MG, 1X/DIA, POR 4 DIAS • Paciente; • Para os demais patógenos não há profilaxia. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. 2. FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009. PREVENÇÃO VACINAÇÃO • Antimeningocócica C: • < 1 ano: 2 doses (3 e 5 meses) + 1 reforço (15 meses); • Antihemófilo tipo B: • < 1 ano: 3 doses (2º, 4º e 6º meses de vida – “penta”); • 1 a 5 anos: dose única; • 5 a 19 anos: anemia falciforme, asplenia, doença imunossupressora, neoplasia; • Antipneumocócica 10: • < 1 ano: 3 doses (2º, 4º e 6º meses de vida) + 1 reforço (12 meses). 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. PREVENÇÃO • VACINAÇÃO • Antipneumocócica 23: dose única • Idosos (> 65 anos); • Elevado risco de infecção pneumocócica ou suas complicações: alcoólatras, cirróticos, doenças pulmonares crônicas, fístulas liquóricas, etc; • Pacientes imunocomprometidos com elevado risco de infecção pneumocócica: esplenectomizados, mieloma múltiplo, linfoma, síndrome nefrótica, etc; • Transplantados de órgãos com imunossupressão; • HIV positivos. 1. FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: • LISSAUER, T.; CLAYDEN, G. Manual ilustrado de Pediatria. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. • BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON. Nelson Tratado de Pediatria. 18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. • Ministério da saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed Brasília. 2010. • FARHAT, Calil Kairalla; CARVALHO, Luiza Helena Falleiros Rodrigues; SUCCI, Regina Célia de Menezes. Infectologia pediátrica. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2008. • FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17. ed. Rio de Janeiro, RJ: McGraw-Hill do Brasil, 2009.