Economia de Empresas
(Eco 02017)
(para o curso de Relações Internacionais)
Apostila2
Prof. Hélio Henkin
FCE/UFRGS
Prof. Hélio Henkin
FCE/UFRGS – Departamento de Economia
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2. ASPECTOS HISTÓRICOS E TEÓRICOS DA
EMPRESA
2.1 A evolução da empresa moderna
2.2 Determinantes da dimensão horizontal da
empresa: economias de escala e economias de
escopo
2.3 Mercado e empresas como mecanismos
alternativos de coordenação: a abordagem dos
custos de transação
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2.1 A evolução da empresa
moderna
• Fundamentos da divisão de trabalho
intrafirmas e interfirmas: Adam Smith,
Marx, Knight, Hayek e Chandler (ver
textos de apoio)
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2.2 Determinantes da dimensão horizontal
da empresa: economias de escala e
economias de escopo
• Economias de escala
• Economias de escopo
• A dimensão horizontal da empresa
• (ver Apostila 1, seção 1.4)
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2.3 Mercado e empresas como mecanismos
alternativos de coordenação: a abordagem
dos custos de transação
2.4 Análise comparativa institucional, custos
de transação e o escopo vertical da empresa
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Quais são as questões?
• Em geral:
– Por que uma empresa substituiria uma transação
interna (make) por uma transação de mercado
(buy)?
– O que determina aquilo que acontece dentro da
empresa e quando haverá relação entre empresas?
– O que determina a existência de empresas?
– O que determina a fronteira da integração ou
tamanho da empresa?
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A teoria neoclássica da
empresa
• Aspectos internos (estrutura interna)
são desconsiderados
• A empresa como uma “black box”
• A empresa como função de produção
• Problema da empresa é eficiência na
escolha da cesta de fatores/insumos e
na cesta de produtos
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A teoria neoclássica da
empresa
• Razões para a vigência do enfoque
neoclássico da empresa (cf. Hart (1995)
• qualidade da formalização matemática, geral e elegante
• utilidade para analisar a reação da firma diante de
mudanças exógenas no ambiente, tais como impostos,
preços dos fatores, salários etc
• utilidade para analisar interação estratégica entre
oligopolistas, relacionando o grau de concentração na
indústria e o nível de produção e preços
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A teoria neoclássica da
empresa
• Se a troca no mercado gera eficiência
e bem-estar social (com pressupostos
de racionalização e informação
perfeita), por que parte das
transações são internalizadas?
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A teoria neoclássica da
empresa
• Por que os sistemas capitalistas não
são caracterizados
predominantemente por um amplo
conjunto de produtores
independentes operando nos
mercados?
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O problema da existência da empresa:
A formulação de Coase
• Qual a natureza da empresa?
• Quais são os limites da empresa?
• O que determina o escopo horizontal da
empresa?
• O que determina o escopo vertical da
empresa?
Perguntas não respondidas pela teoria neoclássica da
empresa
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O problema da existência da
empresa: a formulação de Coase
• O Escopo horizontal: deseconomias de
escala determinam o limite superior de
produção potencial da empresa
• Mas quais são as fontes das
deseconomias?
• Por que não replicar a planta, se houver
custo médio crescente na produção?
• Teoria tradicional é teoria da planta e não
da empresa
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O problema da existência da
empresa: a formulação de Coase
MATÉRIAS
PRIMAS
COMPONENTES
SISTEMAS
MONTAGEM
DISTRIBUIÇÃO
SERVIÇOS DE SUPORTE: contabilidade, assessoria jurídica,
finanças, processamento, sistemas de informação, planejamento estratégico,
recursos humanos
TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
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O problema da existência da
empresa: a formulação de Coase
• O escopo vertical: o que determina o
número de estágios do processo de
produção que serão internalizados na
organização interna da empresa?
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O problema da existência da
empresa: a formulação de Coase
• A teoria tradicional apenas sustenta que a
especialização e divisão do trabalho gera
economias de escala que justificam a
internalização de atividades ou estágios
produtivos.
• Pergunta: por que as transações entre os
estágios sucessivos não poderiam ser feitas
usando a coordenação do sistema de
preços (mercados)?
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O problema da existência da
empresa: a formulação de Coase
• Proposição 1: empresas e mercados são
modos alternativos de coordenação das
transações inerentes ao sistema econômico
• Mercado: coordenação por sistema de
preços (incentivo)
• Empresa: coordenação por autoridade
(comando)
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O problema da existência da
empresa: a formulação de Coase
• Proposição 1: empresas e mercados são
modos alternativos de coordenação das
transações inerentes ao sistema econômico
• Com a suposição de que as trocas no
mercado levam à minimização de custos e
exaustão dos ganhos de comércio
(eficiência produtiva e alocativa, por que
então existem empresas?)
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O problema da existência da
empresa: a formulação de Coase
• Proposição 2: há custos de utilizar o
mecanismo de mercado que são
economizados através da utilização do
mecanismo de comando na empresa
• Qual a natureza destes custos?
• O que determina o limite de integração
vertical?
• Quais são os custos da organização interna?
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A investigação sobre a natureza da
firma e o desenvolvimento da teoria
dos custos de transação
• Williamson: transações, incerteza,
comportamento oportunista,
especificidade de ativos, estruturas
organizacionais de governança das
transações (leitura do texto original)
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A decisão de fazer ou comprar (make
or buy)
MATÉRIAS
INSUMO B
PRODUTO A
CLIENTE
PRIMAS
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A decisão de fazer ou comprar
(make or buy)
• Modos de organização alternativos:
– Mercados “spot”
– Contratos de longo prazo
– Integração vertical
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A decisão de fazer ou comprar
(make or buy)
• Modos de organização alternativos:
– Mercados “spot”: a quantidade e o preço
do insumo são determinados no mercado.
Os termos de troca são determinados a
cada transação.
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A decisão de fazer ou comprar
(make or buy)
• Modos de organização alternativos:
– Contratos de longo prazo: os termos de
troca entre produtores de A e
fornecedores de B são determinados em
um contrato (preços e quantidades), que
governarão as presentes e as futuras
transações
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A decisão de fazer ou comprar
(make or buy)
• Modos de organização alternativos:
– Integração vertical: a produção de B é
integrada à produção de A (in-house)
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SPOT MARKETS
• Vantagens:
1) Eficiência adaptativa;
2) Minimização de custo;
3) Realização de economias de escala.
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SPOT MARKETS
• Vantagens:
1) Eficiência adaptativa:
Variações no preço do insumo ou na demanda
pelo insumo provocarão alterações
(respectivamente) na quantidade e no preço do
insumo, garantindo a realização do excedente
máximo
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SPOT MARKETS
• Vantagens:
2) Minimização de custos:
- dado que a firma é o “residual claimant”
(absorve a renda líquida da empresa),
internalizando os benefícios marginais de
investimento em redução de custo;
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SPOT MARKETS
• Vantagens:
2) Minimização de custos:
Exemplo: Lucro (q, e) = p.q - c(q,e) - e
onde e= investimento ou esforço de reduzir o
custo
A hipótese de maximização do lucro leva a:
d c(q*,e*)/de = -1. Neste ponto o investimento
para reduzir o custo é maximizado, pois
dc/de<0
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SPOT MARKETS
• Vantagens:
3) Economias escala:
Se há economias de escala, é vantajoso fazer
outsourcing quando a escala de utilização do
insumo é menor do que a correspondente à
escala ótima mínima (esta é uma razão da
especialização, a la A. Smith)
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Implicação das fontes das vantagens
dos Spot Markets
• Se a fonte está associada a adaptação e
minimização de custo, quando estas não
forem facilmente viabilizadas (por ser onerosa
a troca de fornecedor) então haverá limites
para os ganhos da troca. Se houver algo que
ligue (“tranca”) o comprador ao fornecedor,
então haverá incentivos à integração (em
algum grau);
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Implicação das fontes das vantagens
dos Spot Markets
• A situação de relação “ligada” ou
“trancada” ocorre quando há
investimentos específicos à relação,
formando especificidade de ativos;
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Especificidade de ativos
• Quando a realização do potencial de
ganhos de troca exige investimentos
específicos, que “customizarão” o
suprimento para um determinado
comprador, surgem duas possibilidades:
– há um custo adicional da customização;
– o uso alternativo do ativo propicia um valor
inferior ao valor investido;
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Especificidade de ativos
• O custo do investimento específico é um
custo irrecuperável (sunk costs);
• A existência dos investimentos específicos
representa um incentivo a uma relação de
longo prazo.
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Especificidade de ativos
• Especificidade de ativos físicos;
• Especificidade de localização;
• Especificidade de recursos humanos;
• Ativos dedicados.
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A integração vertical sob o enfoque
dos custos de transação e custos de
organização
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Custos de Transação
1) Custo de descobrir quais são os preços
relevantes para se estabelecer
determinadas escolhas;
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Custos de Transação
2) Custos de negociar e concluir um
contrato separado para cada transação
que ocorre no mercado;
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Custos de Transação
3) Dificuldades para estabelecer
especificações no suprimento de bens e
serviços em contratos de longo prazo;
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Determinantes “organizacionais” do
tamanho da empresa
1) Quanto menor for o custo de “organização”
e mais lento for o aumento de custo à
medida que se aumenta a quantidade de
transações organizadas;
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Determinantes “organizacionais” do
tamanho da empresa
2) Quanto menor for a ocorrência de erros no
processo de coordenação por parte do
“entrepreneur” e menor o crescimento de
erros quanto a organização aumenta;
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Determinantes “organizacionais” do
tamanho da empresa
3) Quanto menor for o preço da oferta de
fatores da produção para as empresas que
aumentem de tamanho;
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Hipóteses comportamentais
• Comportamento oportunístico
• “Racionalidade limitada”
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Taxonomia dos contratos
• Contrato clássico: busca facilitar a troca
ou transação através da ênfase em
duas características básicas:
1) Autonomia (do contrato), no sentido de
que os termos do contrato não se
relacionam com fatos que estão além da
transação presente;
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Taxonomia dos contratos
• Contrato clássico: busca facilitar a troca
ou transação através da ênfase em
duas características básicas:
2) As contingências futuras relevantes estão
previstas no contrato;
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Taxonomia dos contratos
• Contrato neoclássico: contrato que introduz
flexibilidade através da presença de uma
terceira parte (arbitragem), evitando o litígio
e propiciando a perspectiva de continuidade
ou completude do contrato.
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Taxonomia dos contratos
• Contrato relacional: contrato que inclui um
amplo conjunto de normas que vão além
daquelas centradas na transação ou nos
processo imediatamente ligados a ela,
implicando uma espécie de “mini-sociedade”
e uma característica de maior adaptabilidade
às contingências
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Dimensões críticas das transações
1) Incerteza
2) Freqüência
3) Nível de investimentos específicos à
transação
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Freqüência das transações
1) Única
2) Ocasional
3) Recorrente
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Grau de investimentos específicos à
transação
1) Investimentos não específicos
2) Investimentos mistos
3) Investimentos específicos
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Quadro de exemplos de transações quanto aos
critérios propostos
FREQÜÊNCIA
INVESTIMENTO
NÃOESPECÍFICO
INVESTIMENTO
MISTO
INVESTIMENTO
ESPECÍFICO
OCASIONAL
Aquisição de
equipamento
Aquisição de
equipamento
customizado
Construção de
uma fábrica
Aquisição de
produto
intermediário
Aquisição de
produto
intermediário
customizado
Suprimento
localizado de
produto
intermediário
em estágios
sucessivos
standard
RECORRENTE
standard
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Estruturas de governança das
transações
• Formas organizacionais e contratuais
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Tipo de Transação
Tipo de estrutura de
governança
Ocasional com investimento não
específico
Regência pelo mercado;
contratação clássica
Recorrente com investimento não
específico
Regência pelo mercado;
contratação clássica
Ocasional com investimento misto Regência trilateral: contrato
neoclássico
Recorrente com investimento
misto
Regência trilateral: contrato
neoclássico
Ocasional com investimento
específico
Regência Bilateral:
contratação relacional
Recorrente com investimento
específico
Regência unificada: integração
vertical
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Fusões e aquisições
• Evolução das empresas
– Formas de propriedade e controle: a
evolução no século XX foi em direção de
maior participação de empresas com
responsabilidade limitada (limited liability)
e/ou organizadas como sociedades
anônimas (corporations)
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Fusões e aquisições
• Evolução das empresas nos EUA
Em 1947: 47% das empresas
manufatureiras são corporações e
produziam 92% do valor adicionado
Em 1992: 82% das empresas
manufatureiras são corporações e
produziam 98% do valor adicionado
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Fusões e aquisições
• Curiosidade
– A discriminação da responsabilidade
limitada como “barreira à entrada”: o caso
dos bancos na Escócia até 1879.
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Fusões e aquisições
• As corporações e a responsabilidade limitada como
condição para o desenvolvimento de empresas de
maior porte: os investidores não aceitariam a
responsabilidade (liability) decorrente de ações de
gerentes os quais não conhecem ou cujas ações não
seriam facilmente monitoráveis
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Fusões e aquisições
• Evolução do número de empresas
listadas na Bolsa de Nova York
– 1900: 113
– 1920: 391
– Atualmente: cerca de 1900
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Fusões e aquisições
• Fontes de financiamento das corporações
– Emissão de ações: tendência de maior taxa de
retorno esperada, mas recebimento posterior ao
pagamento dos proprietários de títulos de dívida
ou créditos bancários
– Emissão de títulos de dívida/empréstimos
bancários: tendência de menor taxa de retorno
esperada, mas recebimento anterior ao pagamento
aos proprietários de ações
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Fusões e aquisições
• O problema da separação entre propriedade e
controle
• A controvérsia dos anos 1930: é a corporação
a forma mais eficiente de organizar a
produção? O livro de Berle e Means (A
Moderna Corporação e a Propriedade Privada)
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Fusões e aquisições
• Os gerentes maximizam lucro?
• O conselho de administração controla os gerentes?
• Quem controla o conselho de administração?
• E os conflitos entre detentores de dívida e de ações
quanto aos projetos a serem escolhidos e a projeção
da divisão dos resultados? E se eventualmente são
tomados novos empréstimos? Aumenta o número de
credores preferenciais! (Introdução de bond
covenants)
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Fusões e aquisições
• A separação entre propriedade e controle
implica de fato em maior custo de
monitoramento.
• Mas isto não implica necessariamente menor
eficiência, pois os benefícios da organização
em corporações podem mais do que
compensar os custos de monitoramento.
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Fusões e aquisições
• Tamanho da firma: resultado do balanço
entre economias e deseconomias (técnicas,
pecuniárias, financeiras, organizacionais)
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Fusões e aquisições
• Tipos de fusão/aquisição:
– Fusão vertical (fornecedores e compradores);
– Fusão horizontal (competidores no mesmo
mercado)
– Fusão de conglomerados (empresas em linhas de
negócio não relacionados diretamente)
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Fusões e aquisições
• Fontes do aumento de eficiência e de efeitos
sociais positivos da fusão/aquisição:
– Maior eficiência resultante do desenvolvimento de
maiores economias de escala;
– Maior eficiência resultante da criação de sinergia;
– Menor custo de gerenciamento;
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Fusões e aquisições
• Fontes do aumento de eficiência e de efeitos
sociais positivos da fusão/aquisição:
– Mudanças na tecnologia e custo de fatores
(transporte, telecomunicações) podem propiciar
oportunidades de redução de custo com o
aumento da escala (ampliar a escala ótima
mínima) e estimular fusões. Além disso, a evolução
do mercado de capitais também facilita a formação
de grande empresas.
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Fusões e aquisições
• Fontes do aumento de eficiência e de efeitos
sociais positivos da fusão/aquisição:
– A redução dos custos de transação pode estimular
a fusão. Por exemplo, se a legislação antitruste e
de defesa da concorrência impõe muitas restrições
a contratos entre competidores diretos, então isto
pode representar um estímulo a fusões. O mesmo
pode ser dito da tributação em cascata sobre
faturamento ou transações.
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Fusões e aquisições
• Fontes do aumento de eficiência e de efeitos
sociais positivos da fusão/aquisição:
– A obtenção de significativas economias de escopo
pode ser um motivo importante para as fusões.
(Exemplo: fabricantes de carros esportivos e carros
convencionais)
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Fusões e aquisições
• Fontes do aumento de eficiência e de efeitos
sociais positivos da fusão/aquisição:
– Numa situação em que os acionistas não
conseguem monitorar e corrigir problemas de má
gestão (por incompetência ou “desvios”) dos
gerentes – por exemplo, quando alguns dos
gestores faz parte do próprio conselho de
administração (board) – então a disciplina pode vir
do takeover.
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Fusões e aquisições
• Fontes do aumento de eficiência e de efeitos
sociais positivos da fusão/aquisição:
– Neste caso, são os investidores que realizam o
takeover, ganhando o controle e melhorando a
gestão da empresa.
– O takeover pode ser uma ameaça capaz de
disciplinar os gerentes, que temeriam a perda de
seus empregos.
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Fusões e aquisições
• Fontes do aumento de eficiência e de efeitos
sociais positivos da fusão/aquisição:
– Takeovers hostis: gestores e acionistas da
empresa-alvo tentam evitar a aquisição, para evitar
mudanças de poder, status e emprego.
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Fusões e aquisições
• Fontes do aumento de eficiência e de efeitos
sociais positivos da fusão/aquisição:
– Quando os próprios empregados adquirem a
empresa (por desejarem fazer downsizing, vender
ativos ou implementarem novos projetos, e
enfrentam a resistência do board); neste caso, o
financiamento pode ser por leveraged buyout ou
por junk bonds.
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Fusões e aquisições
• Outras razões para fusões (que não a
eficiência)
– Redução dos impostos (quando lucros e prejuízos
se contrabalançam e na nova situação o imposto
torna-se quase nulo)
– Ganhos de poder de mercado e poder político
(embora a legislação antitruste busque coibir esta
prática)
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Fusões e aquisições
• Ciclos de fusões e aquisições
– Nos EUA: virada do século XIX para o XX, décadas de 20, 60
e 80; associadas a mudanças importantes nas escalas
ótimas mínimas (transportes, comunicações) e
desenvolvimento do mercado de capitais.
– Na Europa há menor intensidade do processo de fusões e
aquisições, embora seja crescente; no Reino Unido há mais
intensidade do que no Continente.
– No Japão, o processo de fusões e aquisições é muito
reduzido;
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Fusões e aquisições
• Ciclos de fusões e aquisições
– Ciclo do final do século XIX = movimento para o
monopólio
– Ciclo de 1920 = movimento para o oligopólio
– Ciclo de 1960 = movimento para o conglomerado
diversificado
– Ciclo de 1980-90 = ?
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Fusões e aquisições
• Fusões e a legislação antitruste:
– EUA – Sherman Act (1890) – legislação antitruste;
– Em 1904, a Corte dos EUA considerou que
algumas fusões horizontais infringiam a lei
(Sherman Act).
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Fusões e aquisições
• Dimensões recentes:
– Número de notificações de fusão em 1992 nos
EUA (junto ao Departamento de Justiça): 1.589
– Número de notificações de fusão em 1997 nos
EUA (junto ao Departamento de Justiça):3.702
– Valor nominal das fusões e aquisições em 1990:
US$ 200 bilhões
– Valor nominal das fusões e aquisições em 1997:
US$ 900 bilhões
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Fusões e aquisições
• Entretanto:
– A base econômica é muito diferente para
comparar diretamente os números das fusões e
aquisições;
– É de se esperar que os movimentos sejam
ondulatórios, não se repetindo linearmente
números elevados;
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Fusões e aquisições
• “Interpretações” existentes para o fenômeno
de fusões e aquisições:
– Ganhos de eficiência
– Ganhos de curto prazo para os investidores
(manipulação)
– Problemas de poder de mercado
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Fusões e aquisições
• Avaliações dos processos de fusões e aquisições:
– Estudos mostram um prêmio de 16% a 35% para os
acionistas da empresa adquirida;
– Há uma série de táticas de prevenção à aquisição: cláusula
de aprovação por maioria absoluta, compras das ações do
potencial adquirente individual (que já possui ações da
empresa-alvo) com um prêmio (greenmail); cláusula de
obrigação de oferta de venda aos acionistas originais, ao
preço da proposta do potencial comprador (poison-pill);
– Algumas destas táticas comprovadamente reduzem o preço
das ações da empresa-alvo.
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Fusões e aquisições
• Avaliações dos processos de fusões e aquisições:
– Retornos e ganhos de produtividade são mais difíceis de
avaliar e os estudos são mais controversos; mas há vários
casos em que o ganho de eficiência realmente ocorre, no
nível da planta industrial.
– As evidências não apontam para um significativo aumento de
poder de mercado com as fusões. O grau de concentração na
indústria de transformação não cresceu muito desde 1970. E
menos de 15% das fusões foram horizontais.
– O valor total das ações das empresas combinadas cresceu
7,5% em média após a consolidação.
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Fusões e aquisições
• Avaliações dos processos de fusões e
aquisições:
– Mais estudos são necessários, pois o uso do preço
das ações para medir os efeitos das fusões pode
estar superestimando os seus benefícios.
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