Protoporfiria eritropoiética relato de caso Flavia D Novis, Marilza F Silva, Aline G Vieira, Michelle Gralle-Botelho, Nurimar C Fernandes, Juan Piñeiro-Maceira Serviço de Dermatologia, Serviço de Anatomia Patológica e Curso de Pós- Graduação HUCFF-UFRJ e Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro Introdução A protoporfiria eritropoiética (PE) é uma doença metabólica, autossômica dominante, sendo a segunda porfiria cutânea em freqüência . Decorre da deficiência enzimática da ferroquelatase, levando ao acúmulo de protoporfirinas nas hemáceas, plasma e fezes, mas, por serem insolúveis, não são encontradas na urina. Caracteriza-se por fotossensibilidade aguda e lesões que involuem com cicatrizes e espessamentos céreos. Pseudorágades periorais História e Manifestações Clínicas Espessamento cutâneo, cicatrizes atróficas lineares e escoriações em saca-bocado em braço Paciente feminina, 10 anos, apresentando há 6 anos queimação, eritema, edema, púrpura e eventualmente bolhas, em áreas expostas, logo após poucos minutos de exposição solar. Ao exame dermatológico apresentava pápulas céreas em dorso de mãos e membros superiores, espessamento cutâneo em membros superiores, membros inferiores e face, e pseudorágades periorais. Exames complementares Evidente espessamento cutâneo em joelho Espessamento cutâneo, erosões, enrrugamento e pápulas céreas em articulações metacarpofalangeanas, conferindo aspecto envelhecido à paciente Excesso de protoporfirinas nas fezes e ausência na urina. Anemia hipocrômica e microcítica. Função hepática e dosagem de ferro sérico normais. Histopatologia Imunofluorescência Terapêutica Espessamento hialino da parede dos vasos da papila dérmica, melhor evidenciado ao PAS, sendo compatível com Porfiria Cutânea. Evidenciados depósitos de IgG ao redor dos vasos da papila dérmica. Fotoproteção com filtros solares físicos e Betacaroteno oral 60mg/dia. Alterações discretas no H&E Espessamento hialino da parede dos vasos da papila dérmica Vasos alongados, redundantes e de parede espessada por material PAS positivo em papila dérmica Espessamento por material PAS positivo em parede dos vasos da papila e em zona de membrana basal Discussão e Conclusão A PE é doença rara, autossômica dominante, devido a deficiência na última enzima da biossíntese do heme, a ferroquelatase. Caracteriza-se por início na infância, fotossênsibilidade aguda e lesões que curam lentamente deixando espessamentos cutâneos, cicatrizes atróficas e pápulas céreas. Associase com anemia, principalmente hipocrômica e microcítica, colelitíase, cirrose hepática e em cerca de 5% dos pacientes falência hepática terminal. O tratamento é feito através de medidas de fotoproteção, monitorização da função hepática, e, visando diminuir a fotossensibilidade, betacaroteno oral. E-mail: [email protected] Apoio: Justificativa para apresentação Raridade do caso. HUCFF-UFRJ