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Admin Magazine #8 | Dezembro de 2012
Em terra de cego
EDITORIAL
Expediente editorial
Que o Brasil vive um apagão de mão de obra qualificada não é
novidade para ninguém. Quando consideramos o mercado de
tecnologia, entretanto, a falta de profissionais qualificados atinge
atualmente níveis sem precedentes.
Segundo Gabriel Rico, CEO da AMCHAM – Câmara Americana de Comércio –, “o Brasil vive um déficit de mão de obra
qualificada, especialmente no que tange a profissionais de nível
técnico. A formação profissional precisa ser adequada à demanda
da economia. Para isso, há a necessidade de esforços conjuntos
entre empresas, governos e as diversas instituições de ensino.”
De acordo com declarações do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação
(Brasscom), Antonio Gil, o setor apresenta diversas dificuldades
que vêm tornando a TI brasileira menos competitiva no mundo.
Dentre elas, Gil destaca a forte carência de mão de obra qualificada e afirma que o mercado carece de mais de 750 mil profissionais
de TI especializados, dos quais pelo menos 300 mil devem ter o
domínio da língua inglesa.
“Hoje já temos dificuldades com a capacitação e recrutamento dos 1,2 milhões de profissionais que deveriam estar atuando,
mas para os próximos quatro anos serão necessários mais 800 mil.
Essa situação pode ser explicada por dois fatores básicos: a tecnologia da informação doméstica cresceu exponencialmente e, com
isso, a necessidade de suporte também; as empresas estão usando
mais tecnologia do que há dez anos, e isso requer mão de obra especializada. Você não tem banda larga em casa e nem um sistema
de rede corporativa sem ter gente que trabalhe nisso”, declarou
Fernando Meirelles, professor do Centro de Tecnologia e Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.
Além disso, uma estimativa baseada na publicação “Software e
Serviços de TI – A indústria brasileira em perspectiva”, realizada
pela Softex, apontou que o Brasil deixará de arrecadar R$115 bilhões até 2020 devido à escassez de mão de obra qualificada para
atuar no setor.
Como em terra de cego, quem tem um olho é rei, os profissionais de TI de qualidade atualmente disponíveis no mercado nacional estão valendo seu peso em ouro e tendem a ser disputados
a tapa pelas empresas nos próximos anos. Domínio de tecnologias avançadas como as necessárias para operar redes de alto desempenho – alta capacidade de transferência, baixa latência, qualidade de serviços, resistência a falhas e escalonabilidade –, tais
como InfiniBand e Fibre Channel, bem como de protocolos avançados de comunicação (como o OpenFlow), aliados a um profundo
conhecimento de Big Data, cloud computing e virtualização, são
sem dúvida o passaporte para uma gorda conta bancária e uma
posição de destaque em empresas de qualquer lugar do mundo –
no Brasil, muito mais. Aproveite a oportunidade e capacite-se o
quanto antes!
Rafael Peregrino da Silva
Diretor de Redação
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