AS CRIANÇAS FRENTE AOS DISCURSOS DA SEXUALIDADE NO SERTÃO: Notícias etnográficas a partir de Catingueira – PB Antonio Luiz da Silva1 RESUMO Baseando-me em fragmentos colhidos em meio às surpresas duma pesquisa etnográfica, realizada em Catingueira, no sertão da Paraíba, no Nordeste do Brasil, reflito sobre a imersão e o envolvimento das crianças em questões relativas à construção social e à manifestação pública da sexualidade. Reconhecendo ser este um tema polêmico em todo território nacional, mostro que, uma vez inseridas na vida concreta de sua comunidade, as crianças catingueirenses podem ter acessos ao mundo discursivo adulto da sexualidade humana. Destaco que, em muitas ocasiões e de muitas formas, elas acabam ouvindo relatos, a partir dos quais vão apreendendo elementos da sexualidade, entendendo seus jogos e papéis. Nas análises, esforço-me para não fazer julgamento moralizante, antevendo a possibilidade desses discursos serem tanto reproduzidos quanto transformados pelas crianças, seres ativos na vida social. Concluo que, mesmo não sendo da forma mais idealizada, cada comunidade desenvolve modos culturais para introduzir seus membros em debates importantes à vida coletiva, como o tema da sexualidade humana. Palavras-Chave: Sexualidade, Crianças, Aprendizagem, Etnografia, Catingueira. ABRINDO O DEBATE: Todos os territórios humanos habitados constituem construções sociais permanentes. Estes, a partir de uma razão de base material, vão tendo suas histórias varadas por idealizações, sonhos, utopias, etc. E não é possível, na maioria das vezes, haver uma separação muito clara entre uma realidade concreta e uma realidade imaterial, teleologizada a priori ou ideologizada a posteriori. 1 Doutorando em Psicologia (UFRN); Mestrado em Antropologia (UFPB); Especialista em Gestão Escolar (FAK-CE); Licenciatura e Formação de Psicólogo (UEPB). 1 Ao dizer isso estou imaginando uma região brasileira que tanto os seus moradores quanto os seus ‘criadores’ a tem denominado de sertão. Com ou sem base real, ao longo dos séculos da história nacional, e especialmente para o Nordeste, várias linguagens vem se encarregando de produzir uma figura homogênea para todo território sertanejo. Ao dizer isso ponho em relevo: a literatura, do romance ao cordel; a música, dos repentistas aos emboladores; o cinema, que relata a saga nordestina, desde o cangaço até as migrações; as novelas, especialmente aquelas que reproduzem cenários como se fossem realmente a região. De modo que ao se pensar o sertão, se tem logo uma imagem típica, uma forma de pensar e de viver características, pautadas por determinadas condições materiais, etc. A partir das linguagens acima alumiadas, o sertão tem sido performatizado como uma totalidade real esturricada ou quase sem vida, que parou no tempo e que não tem muito a oferecer à sua população. E essa imagem que se tem daquela vasta região sertaneja é tão apurada e aprumada, tão bem acabada e reificada que dá trabalho removêla das mentes de muitos de seus comentadores. Do sertão se destacam o seu sofrer, a sua dor, a sua penúria. Nunca a sua potencialidade ou possibilidade de transformação. E assim temos lá uma região em frangalhos, feita numa tessitura embotada, que é, mas não é mais ou não é somente aquilo que dela se diz. Como pintura que foi construída a partir dum território real, não é possível esquecer que o sertão é também fruto de um imaginário. E como nos ensinou Edgar Morin (2010, p. 30): “A totalidade do real compreende, portanto, também o imaginário, o ideal, o dever-ser”. Dessa maneira, acredito que somente se pode pensar o sertão a partir de sua dialética. Pois, ainda citando Morin (2010, p. 31): “O real se faz no momento em que o dever-ser encontra-se com um real que pode desfazer-se”. Comecei a libertar-me da imagem homogênea e estereotipada do sertão no ano de 2012, quando aceitei o desafio de pesquisar relações estabelecidas entre adultos e crianças, buscando entender como naquela totalidade comunitária em devir se entendia direitos infantis (SILVA, 2013), um tema mais formal, mais apropriado para se pesquisar numa região ‘supostamente’ atrasada em várias questões. Naquela ocasião dei-me de frente com o tema da sexualidade, assunto que eu não teria ido pesquisar por livre iniciativa. Acho que devo ter me esquecido, por alguns segundos, de que ali existia vida, vida humana pulsante. Entrei incialmente em choque: como no sertão, região idealizada alhures como conservadora, temáticas como as que ouvi fossem possíveis? Para aumentar 2 minha agonia, aqueles debates eram travados na presença das crianças e o que me parecia ainda mais grave: eram, muitas vezes trazidos pelas próprias crianças, como comunicarei abaixo. Eu tinha o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente como guia de minha própria cabeça, o que me dava certamente um enquadre específico. Tratar da sexualidade sertaneja e envolver nela as crianças não deve ser um conjunto de elementos muito deglutível intelectualmente. Aliás, em qualquer lugar do Brasil, quando ela é posta ao redor das crianças parece provocar congestão mental, um entupimento dos sentidos. Temos todos uma imagem muito petrifica desses temas e muito mais das comunidades afastadas dos grandes centros urbanos, especialmente quando essas comunidades se localizam em regiões marcadas por imaginários seculares. Olhamos para elas muitas vezes com uma moralidade que não é a delas, fazendo assim prejulgamentos desnecessários. Mas também idealizamos as crianças como seres sem sexo ou que não têm o menor interesse pelos assuntos que compõem a intimidade sexual humana. Passado o choque, decidi não tocar nessa discursão na construção de minha dissertação. Afinal de contas, alguns relatos envolviam crianças. Para Flávia Pires (2011, p. 145): “Às vezes, se diz ao antropólogo o que se diz ao confessor. Nos foi dito para ser publicizado ou foi nos dito como desabafo?” Tenho pensado nessas questões, até decidir, respeitosamente, falar sobre. E se o faço aqui é no intuito de mostrar que a vida segue, que não está estacionada no imaginário cantado, escrito, pintado pelos divulgadores do sertão. Ao trazer fragmentos de relatos etnográficos colhidos no sertão, acerca da sexualidade, envolvendo em seu entorno as crianças, esforço-me para não fazer julgamento moralizante dessa questão, de seu povo e daquela região. Procuro indicar que as crianças, por sua vida em comunidade, já estão inseridas desde muito cedo no mundo discursivo da sexualidade, seja ouvindo relatos, aprendendo seus elementos, jogos e papeis, seja reproduzindo e transformando os discursos na vida social. UMA MIRADA SOBRE O CAMPO DA PESQUISA: O espaço da pesquisa foi uma cidade pequena do sertão, que fica aproximadamente 340 km de João Pessoa, capital da Paraíba, e é conhecida pelo nome de Catingueira. Fazendo um corte geográfico, a partir de Patos - PB, um de seus polos de referência, a estrada que leva ao seu território praticamente não tem novidade que possa 3 se destacar, além do asfalto, ainda em boa conservação, e da vegetação típica da região, a caatinga. Contudo, depois de Santa Terezinha, único povoamento urbano antes de chegar ao referido município, inicia-se um espetáculo de rara beleza natural: a serra da Catingueira. Trata-se de um acidente geográfico, composto por um grande despenhadeiro, que desfila por vários quilômetros com serras imensas de pedras, variando em formato e alturas, até chegar à cidade Catingueira. Ao longo do caminho, muitas casas estão construídas ao pé da referida serra. Parece não haver notícia de despencamento de material rochoso, mas não dá para ter como garantia de que assim permanecerá por longos anos mais para a frente. Em alguns pontos são construídas pequenas pedreiras, de onde material é retirado para fins de construção de casas e calçamento de ruas. Embora sua extensão urbana seja pequena, seu território total é bem grande, chegando a ser maior do que muitas cidades paraibanas. Sua população, conforme a estimativa do IBGE para 2014, ainda não chega aos 05 mil habitantes. Desses quase a metade encontra-se na parte urbana. Seus moradores vivem da roça familiar, dos contratado privados na agricultura, da criação de animais de pequeno porte, das aposentadorias, dos poucos empregos gerados no comércio local, na prefeitura e no Estado, sendo ainda que uma parte das famílias mais carentes recebe ajuda do Programa Bolsa Família (SILVA, 2013; SANTOS & PIRES, 2013, SOUZA, 2013). Sobrevive-se também do dinheiro que os filhos da terra, geralmente homens, enviam de fora para sustentar suas famílias. Para muitos catingueirenses, metade da população ou mais trabalha fora de Catingueira, compondo o grande contingente populacional dos filhos ausentes (PIRES, 2013). Catingueira, conforme tenho percebido, como qualquer sistema humano, cultural e social, mesmo no sertão que é marcado por uma compreensão estigmatizada, vem se modificando em sua paisagem, material, cultural, humana. Porém, mesmo dizendo que ela está se transformando, é preciso reconhecer que parte de seu comportamento, especialmente o religioso, ainda inspira um pouco de conservadorismo, e ela parece esforça-se por respirar ares das tradições herdadas. É bom lembrar que bem no seu centro urbano encontra-se um bonito templo católico dedicado a São Sebastião, construída como gratidão àquele que livrou sua população da peste, da fome, da doença e da morte, ainda nos primórdios de sua fundação. Pode-se dizer que Catingueira é marcadamente religiosa 4 (PIRES, 2013), mesmo que isso não redunde em frequência ‘fanática’ aos lugares de atividades religiosas. Margeando seu comportamento mais conservador, há vários outros sinais que apontam para um não fossilizamento da experiência humana naquela comunidade sertaneja, como mostrarei nesta comunicação partindo das crianças. Nesse sentido está correta Starling (2008, p. 144): “(...) o sertão, por maior que seja, é o que não se vê”. Ou ainda é o que se enxerga bem pouco. DADOS ENCONTRADOS, SEGUIDO DE DISCUSSÃO: Baseando-me na perspectiva etnográfica, aceitei o desafio de pesquisar num fragmento dessa totalidade real construída, chamada sertão. Penso que o lugar onde se obtêm as noções a respeito da sexualidade é importante. E em Catingueira o lugar que mais pude observar foi nos espaços públicos e da informalidade. No entanto creio que muito mais significativo é observar como as crianças conseguem suas informações. Nesse aspecto nunca é demais questionar: de que fontes elas provem? Como, ao final elas formatam suas compreensões? Nesse tópico acentuarei, a partir de 05 fragmentos etnográficos, como as crianças enfrentam os temas mais íntimos, especialmente aqueles ligados à sexualidade. Esse tema é frequentemente tratado na frente das crianças, não seguindo, necessariamente uma medida dosada. Fragmento etnográfico de número 01: A primeira vez que dei-me defrontei com temas da sexualidade em Catingueira foi pelo discurso de uma criança. Eu estava na praça principal da cidade quando Paulo, 12a, me apontou um passante e disse-me: “Está vendo aquele homem ali? É muito safado, o negócio dele é pegar mulher”. O que ele não contava, e nem eu era que Sérgio, da mesma faixa etária e que estava ao lado fosse protestar: “É mentira, ele é casado, tem a mulher dele e tem um monte de filhos”. Como que para não ficar por baixo, Paulo rebateu: “Oxe! É casado mas não é capado. Ele é homem, meu irmão”. E aqui vem o relato mais chocante: “Ele vive me pedindo: “ajeita tua mãe pra mim””. Penso antes de julgar esse discurso que ele comporta ao menos dois modelos de ser homem e que as crianças ao discuti-lo estavam se apropriando dele dentro de sua 5 medida. Em seus discursos parecem se perguntar: o que é ser homem no sertão? Para Sérgio pareceu-me que ser homem deveria passar por alguns traços de caráter, a honradez, o respeito à família, um modelo mais conservador de masculinidade. Para Paulo, o modelo de homem era de outra ordem: o não castrado, que pode ter uma licença liberal para pegar mulher. De qualquer forma, bem aos moldes da heteronormatividade ou da heterossexualidade compulsórias (RICH, 2010). Fragmento etnográfico de número 02: Outro relato que julgo importante para alumiar essa questão me ocorreu também de forma inesperada e me deixou em mangas de camisa (SILVA, 2014). Num final de tarde estava com um colega adulto, numa lanchonete da cidade, quando Cláudio, 9a, veio sentar-se à nossa mesa. Em seguida, um colega de Cláudio o chamou e cochichou-lhe ao ouvido. Cláudio retornou para nossa mesa, dizendo em voz alta: “Você está mentindo, eu conheço o cara”. E, ao meu colega, Cláudio completou: “Ele disse que ele (com o dedo na minha direção) é de Campina Grande e que come os menininhos”. Aquilo foi horrível. Nesse curto fragmento incômodo, duma só tacada, fui informado de que no município era possível que crianças fossem abusadas ou violentadas sexualmente. Fiquei sabendo de adultos que mantinham relações amorosas com adolescentes, bem como de pessoas influentes que haviam tido casos com meninos. Pedofilia e abuso sexual eram, como em qualquer outro lugar, uma possibilidade real no sertão. Talvez por isso, além do Conselho Tutelar, o Ministério do Desenvolvimento Social – MDS concedeu implantar no município um CREAS – Centro de Referência Especializado da Assistência Social, o qual tem entre seus objetivos o enfrentamento à violência, à exploração e ao abuso sexual contra crianças e adolescentes. De qualquer forma era um pouco chocante porque me colocou no centro da observação, mas também me proporcionou vários ensinamentos. Fragmento Etnográfico de número 03: Alexandre, 12a, era coroinha, e como disse-me adorava aquela função, porque o padre sempre o levava consigo às missas nas comunidades. Aquele menino religioso, olhando para a grande estátua de São Sebastião, padroeiro da cidade, disse: “Bem que o povo diz que esse santo é meio afrescalhado”. Quando perguntei-lhe o porquê, este me 6 mostrou a maneira como o santo se encostava no tronco da árvore onde estava amarrado e cravado de flechas. Para ele, o santo ficava numa posição gay, portanto imprópria para um homem. Hoje o tema me parece claro. Tratava-se de uma forma da sexualidade e dum modelo de masculinidade encontrados naquele município. Diferentemente do modelo heterossexual hegemônico, acima comentado, expresso no honrado pai de família e/ou no pegador de mulheres, o modelo homossexual também compõe a paisagem da masculinidade sertaneja. As crianças veem e conhecem pessoas homossexuais e discutem essa questão, ou ao menos escutam alguém discutir e vão aprendendo a fazer a diferenciação, da qual nem o santo escapa. Fragmento etnográfico de número 04: Levei bastante tempo me indagando acerca da razão para me dizerem coisas de sua intimidade. Por que a mim, um homem adulto, estranho naquela comunidade, que tinha inclusive idade para ser pai de todas aquelas crianças que comigo falavam de sexualidade? À medida em que me aprofundava na vida catingueirense fui percebendo que o fato de eu ser homem, ao menos nesse aspecto, me era uma vantagem. Homens perto de homens dizem tudo e mais um pouco. Essa convicção me adveio do campo de futebol amador, chamado “Vovozão”. Nele e ao redor dele, território masculino por excelência, os homens adotam, sem se inibirem pela presença das crianças, um comportamento verbal completamente livre da polidez gramatical. Inspirado em Leach (1983) e a Wacquant (2000) observei que os homens catingueirenses, no entorno do futebol, não me importa se na idade adulta ou na infância, recorrem frequentemente ao “idioma da obscenidade” ou “idioma da exploração corporal” respectivamente. Falar palavrões e putarias aparece como sendo lugar comum. Todos estão entre homens, homens feito e homem em fazimento, não fazem diferença significativa. Há ali uma camaradagem que gera aprendizado, ao menos na compreensão de parte de uma sexualidade no sertão. Fragmento etnográfico de número 05: Embora eu fale do lugar do homem adulto e do pesquisador que teve maior contato com pessoas do sexo masculino, devo acrescentar que aos meus olhos e de acordo com a 7 literatura a partir de lá produzida (PIRES, 2012, SOUZA, 2013), Catingueira refere-se a meninos e meninas de forma bastante diferenciada, entendendo jogos e papeis sexuais específicos para cada um. Assim Andrade, 45, pai de três filhas mocinhas, acha que a educação sexual da menina deve ser diferente daquela dada ao menino. Para ele: “Todo conselho do mundo para uma filha mulher ainda é pouco”. Mesmo sabendo que diferente dos meninos, as meninas permanecem mais tempo dentro de casa, ele acredita que, “As meninas estão muito expostas a todas as influências da televisão”. “Não se engane, elas ficam sabendo de tudo e ai é que mora o perigo” assegura Andrade. REFLEXÃO PARA FINALIZAR: Os fragmentos acima deveriam falar por si só. Sei bem que a comunidade seleciona aquilo que deseja que o pesquisador saiba. Contudo, partindo dos fragmentos acima mostrados e de outros que aqui não estão referidos, intuo que do ponto de vista da sexualidade “(...)Catingueira é, possivelmente, tão liberta e alforriada quanto qualquer cidade grande do país, embora em alguns casos procure desenvolver o seu vivido sob o manto da mais fina tradicionalidade sertaneja, paraibana, nordestina e brasileira, inclusive aquela propagandeada secularmente” (SILVA, 2015). Está claro que as crianças recriam o mundo e constroem seus saberes, inclusive sobre sexualidade, muitas vezes a partir de material adulto. Não posso, portanto, dizer, por exemplo que as crianças não observam os adultos, que o comportamento deles não interfere em suas vidas, que elas não se apropriam de seus costumes e não os reproduzem. Não sem motivos em Catingueira, segundo Pires (2007, p. 234): “Acredita-se que criança que convive excessivamente com adultos aprende o que não deve”. Certamente em alguma medida, elas repetem a “moralidade” masculina adulta, até porque sem reprodução não haveria possibilidade da continuidade societária. Contudo, é preciso reconhecer que na rotina diária com os seus grupos de iguais, independentes de estarem ao redor de suas casas, na escola ou na rua, elas também constroem seu universo. É até mais provável que entre seus colegas de mesma idade elas tenham mais liberdade para se posicionar. Por isso, é importante ter em consideração que o universo das crianças de Catingueira está sendo processado dentro de importantes 8 mudanças culturais para as quais as próprias crianças também estão dando a sua contribuição. As crianças olham tudo, vão a todos os lugares, aprendem de tudo, por isso não estão isentas de todas as influências de suas próprias comunidades. Tudo indica que as temáticas – da sexualidade, da masculinidade, da violência sexual – além de trazidas pela televisão, são também tratada no dia-a-dia das crianças e das famílias. Além disso, da forma como foi trazido e por quem foi veiculado, é possível afirmar que as crianças já vêm, não se sabe em que medida, se apropriando dessa informação, utilizando-a, inclusive, em seu cotidiano. REFERÊNCIAS: LEACH, E. R. Aspectos antropológicos da linguagem: categorias animais e insulto verbal (1962). Trad. Letícia Maria Antonioli e Roberto Da Matta. Em DA MATTA, R. (org.) Edmundo Leach. Antropologia. São Paulo. 1983. MORIN, Edgar. Em busca dos fundamentos perdidos – Textos sobre o Marxismo. Trad. M. L. Rodrigues e S. Tannus. 2ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. STARLING, Heloisa Maria Murgel. A República e o Sertão. Imaginação literária e republicanismo no Brasil. Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 82 | 2008. Disponível em: http://rccs.revues.org/626. Acesso em 06 fev. 2015. 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