RESUMO
A presente dissertação configurou-se no estudo dos procedimentos metodológicos de treinamento e
elaboração do clown: uma reflexão sobre o conceito de clown e a exposição de processos de criação e
formação na prática do clown, enfocando princípios técnicos e didáticos que possam servir de orientação
para o clown/aprendiz em sua formação, a partir do contato com a literatura.
É possível ensinar a um ator o ofício do clown? Que princípios esse ator precisa dominar para dar
início ao processo de criação e elaboração do seu clown? Do que consiste esse processo? Muitos atores
ainda carregam dúvidas sobre a arte do clown, concluíram sua formação técnica e/ou acadêmica sem um
mínimo contato com as teorias e práticas clownescas, ou seja, não vivenciaram um treinamento, não
passaram por um processo de iniciação de elaboração e criação do clown, e não tiveram contato com
práticas circenses. Despreparados e sem orientação, apostam no trabalho de “representação” de um clown,
constroem “personagens clownescos”, e acabam por se tornarem pouco eficazes artisticamente, apelando
para fórmulas já prontas, pré-fabricadas (piadas, estórias, personagens, gestual estereotipado). “Num
primeiro olhar, poder-se-ia pensar que o clown é um personagem, e, como tal, criado por um ator que o
desempenha como caricatura separada de si, submetida ao crivo e coordenação deste sujeito pensante que
está por trás das ações que desenvolve (DORNELES, 2003, p. 17).” Segundo Luís Otávio Burnier (2001,
p. 209): “O clown não representa, ele é. Não se trata de um personagem, ou seja, uma entidade externa a
nós, mas da ampliação e dilatação dos aspectos ingênuos, puros e humanos, portanto ‘estúpidos’, do
nosso próprio ser.”
Muitos atores, recém formados, desejosos de aprender o ofício do clown, se matriculam em
Oficinas, Workshops ou Cursos de formação. Todavia, esses contatos “provisórios” com a linguagem do
clown, oferecidos como “cursos intensivos”, nem sempre garantem o crescimento pessoal, acima e além
do nível profissional, ou seja, o tempo de aprendizado assegura a qualidade de um treinamento. Ainda
assim, esse primeiro contato com a linguagem do clown pode representar o “pontapé inicial”, o “despertar
de uma paixão” e, consequentemente, um importante acréscimo na construção desse ator. No entanto, o
autoaperfeiçoamento, num treinamento específico e contínuo, seria a estratégia ideal para o entendimento
do clown.
Pretendemos que este material venha servir de “bússola” para nortear o ator aprendiz na busca do
seu clown, e servir também de estímulo criativo e criador, para que o mesmo, a partir do contato com este
estudo, se sinta em condições de se auto-gerir e dar continuidade às suas pesquisas, adaptando o que pode
ser útil aos seus trabalhos pessoais.
Não temos a pretenção de sugerir um “manual de trabalho” e sim, propor uma reflexão sobre o
conceito de clown e expor procedimentos de criação e formação na prática do clown, enfocando
princípios técnicos e didáticos que sirvam de orientação e de “trampolim” para um clown/aprendiz.
Esta dissertação não pretende esgotar as reflexões acerca da temática, tampouco dar respostas ou
tirar conclusões definitivas. O estudo, ora proposto, deve servir como um “primeiro olhar” para aqueles
que desejarem fazer uma reflexão sobre a linguagem do clown.
Palavra-chave: Clown. Palhaço. Bufão. Bobo. Commedia dell’arte. Treinamento do clown.
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