Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação Universa e Sieeesp
Projetos
educacionais
Investir em educação é
acreditar no futuro do Brasil
Metas Educativas 2021
Trabalho e educação // Trabajo y educación
Ciência
Conhecimento, reflexão e ação
Manutenção
Nova tecnologia reduz custos
EDIÇÃO 161
ANO 14 - AGOSTO 2011
Administração
Inovação
Conselho
de Gestão
Ultrapassando
fronteiras
José Antonio Karam
Walter Braga
editorial
Lições de
responsabilidade
social
Lecciones de
responsabilidad
social
Vivemos um momento em que o conhecimento é considerado a principal ferramenta propulsora das sociedades que
buscam o desenvolvimento sustentável.
Paralelamente a isso, surge uma nova
postura empresarial: empresas descobrem as vantagens de investir em projetos sociais, voltados para a comunidade. Essas atitudes já são consideradas
como um tipo de vantagem competitiva por fazer com que as empresas, agindo assim, sejam
consideradas mais atrativas pelos investidores,
permitindo reforçar seus valores, ampliar sua
credibilidade e se destacar em suas relações.
Nesta edição da Linha Direta, apresentamos
um caso de sucesso protagonizado pela Microsoft: o Programa Parceiros na Aprendizagem.
Boa leitura!
Vivimos un momento en que el conocimiento es considerado la principal herramienta propulsora de las sociedades
que buscan un desarrollo sostenible.
Paralelamente a esto, surge una nueva postura empresarial: las empresas
descubren las ventajas de invertir en
proyectos sociales, direccionados para
la comunidad. Estas actitudes ya son
consideradas como un tipo de ventaja competitiva por hacer con que las empresas, actuando así, sean consideradas más atractivas por los
inversionistas, permitiendo reforzar sus valores,
ampliar su credibilidad y destacarse en sus relaciones. En esta edición de Linha Direta, presentamos un caso de éxito protagonizado por la
Microsoft: el “Programa Parceiros na Aprendizagem”. ¡Buena lectura!
Marcelo Chucre da Costa
Presidente da Linha Direta
Marcelo Chucre da Costa
Presidente de Linha Direta
Presidente
Marcelo Chucre da Costa
Diretora Executiva
Laila Aninger
Jornalista
Valéria Araújo – MG 16.143 JP
Designer Gráfico
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Preparadora de Texto/Revisora
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Tradutor/Revisor de Espanhol
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Socioambiental
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e Responsabilidade Social
Marcelo Freitas
Consultora para o Ensino Superior
Maria Carmem T. Christóvam
Revista Linha Direta
Conselho Consultivo
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Presidente do Sinepe/PR – Curitiba
Airton de Almeida Oliveira
Presidente do Sinepe/CE
Amábile Pacios
Presidente do Sinepe/DF
Antônio Eugênio Cunha
Presidente do Sinepe/ES
Antônio Lúcio dos Santos
Presidente do Sinepe/RO
Átila Rodrigues
Presidente do Sinepe/Triângulo Mineiro
Benjamin Ribeiro da Silva
Presidente do Sieeesp
Cláudia Regina de Souza Costa
Presidente do Sinepe/RJ
Emiro Barbini
Presidente do Sinep/MG
Fátima Turano
Presidente do Sinepe/NMG
Gabriel Mario Rodrigues
Presidente da ABMES
Gelson Menegatti Filho
Presidente do Sinepe/MT
Hermes Ferreira Figueiredo
Presidente do Semesp
Ivana de Siqueira
Diretora da OEI em Brasília
Ivo Calado
Asepepe
Jorge de Jesus Bernardo
Presidente da Abrafi e do Semesg
José Augusto de Mattos Lourenço
Presidente da Fenep
José Carlos Barbieri
Presidente do Sinepe/NOPR
José Carlos Rassier
Secretário Nacional da ABM
José Nunes de Souza
Presidente do Sinepe/PI
Krishnaaor Ávila Stréglio
Presidente do Sinepe/GO
Manoel Alves
Presidente da Fundação Universa
Marco Antônio de Souza
Presidente do Sinepe/NPR
Marcos Antônio Simi
Presidente do Sinepe/Sul de Minas
Maria da Gloria Paim Barcellos
Presidente do Sinepe/MS
Maria Nilene Badeca da Costa
Presidente do Consed
Miguel Luiz Detsi Neto
Presidente do Sinepe/Sudeste/MG
Natálio Dantas
Presidente do Sinepe/BA
Nelly Falcão de Souza
Presidente do Sinepe/AM
Odésio de Souza Medeiros
Presidente do Sinepe/PB
Osvino Toillier
Presidente do Sinepe/RS
Paulo Antonio Gomes Cardim
Presidente da Anaceu
Suely Melo de Castro Menezes
Vice-presidente do Sinepe/PA
Thiers Theófilo do Bom Conselho Neto
Presidente da Fenen
Victor Maurício Nótrica
Presidente do Sinepe/Rio
Pré-Impressão e Impressão
Rona Editora – 31 3303-9999
Tiragem: 20.000 exemplares
As ideias expressas nos artigos assinados
são de responsabilidade dos autores e não
representam, necessariamente, a opinião
da Revista. Os artigos são colaborativos
e podem ser reproduzidos, desde que a
fonte seja citada.
(31) 3281-1537
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contexto
Conselho
de Gestão
Grupo Educacional
Opet profissionaliza
sua administração
Divulgação
José Antonio Karam,
presidente do Conselho
de Gestão do Grupo
Educacional Opet
Revista Linha Direta
D
ando sequência ao processo
de reestruturação organizacional iniciado em 2008, e
com o objetivo de atender à evolução e ao crescimento da empresa, o Grupo Educacional Opet redefiniu sua administração superior
com a instituição do Conselho de
Gestão e da Diretoria Executiva.
Por ser uma instituição de ensino
que há 38 anos investe na educação brasileira, o Grupo Opet é,
hoje, responsável por uma completa estrutura organizacional
que inclui Pós-graduação, Faculdades, Educação a Distância, Instituto de Educação e Cidadania
e Editora – Sistema de Ensino.
Acompanhe a entrevista concedida pelo professor José Antonio
Karam, presidente do Conselho
de Gestão do Grupo Educacional
Opet.
Que ações são importantes para
o crescimento das instituições
de ensino e como se tornar referência de qualidade para alunos, clientes e colaboradores?
Não há receita mágica. Uma instituição de ensino deve, essencialmente, cumprir sua visão e missão, superando as expectativas
de seus stakeholders, inovando
sempre, oferecendo produtos e
serviços de qualidade perceptível
e preço justo. E, no nosso caso,
metodologia focada no conhecimento, valores, cidadania, empreendedorismo e mercado de
trabalho. Para isso, deve contar
com capital humano de ponta e
manter ativos o espírito inovador
e a coragem para mudar, experimentar e ousar.
Neste ano de 2011, foi realizada
no Grupo Opet uma redefinição
do papel dos órgãos de administração superior e executiva.
Qual o papel de cada um deles?
ço para a atuação competitiva e
rentável de um grupo educacional
que soube preservar sua imagem
e marca, crescendo e consolidando-se ao longo de quatro décadas.
Ao Conselho de Gestão cabe
promover a expansão do Grupo;
definir a visão de negócio e de
futuro da organização; aprovar
e monitorar a implantação do
planejamento estratégico e seus
desdobramentos, bem como auditar os indicadores, contas e
resultados. À Direção Executiva cabe coordenar a gestão da
empresa, visando ao alcance dos
resultados definidos pelo Conselho de Gestão; garantir a implantação do planejamento estratégico e das estratégias aprovadas;
executar as políticas e diretrizes
do Grupo; promover um ambiente motivador e desafiador,
que assegure o desenvolvimento
profissional dos colaboradores.
Aleksandro Mroczek, um profissional experiente no mercado
educacional, assumiu a Direção
Executiva.
Em que momento da história da
Opet o senhor julgou necessário
profissionalizar ainda mais a administração de todas as áreas?
O mercado educacional brasileiro vem apresentando um movimento de fusões, aquisições e
aberturas de capital. A necessidade de competir em igualdade
de condições foi o que levou à
redefinição do papel da administração superior do Grupo?
Essa iniciativa vem reforçar a
­filosofia empresarial do Grupo
Opet de manter-se, permanentemente, competitivo e à frente da
curva de mudanças. Mesmo em
cenários com o perfil e as movimentações apontadas, há espa-
Quando olhamos nossa trajetória,
podemos encontrar lá atrás, no
DNA da Opet, características que
permaneceram e se fortaleceram
com o tempo. Algumas delas são
a formulação e oferta de ensino
pautado por valores, cidadania e
preparação para o mercado de
trabalho. Há também a profissionalização da gestão, um processo iniciado quando isso ainda era
tabu nas instituições de ensino,
em sua maioria administradas
com foco familiar.
Aonde o Grupo Opet pretende
chegar com essas mudanças?
Sustentabilidade é a palavra de
ordem, ancorada em expansão
consciente e saudável, coragem
e determinação para inovar e
sair sempre na frente. A Opet é
referência em cursos técnicos,
graduação e pós-graduação. Lidera regionalmente o segmento
superior de cursos de tecnologia
e tem posição nacional destacada em Sistema de Ensino. Os
colégios têm projetos pedagógicos avançados, com destaque
para a Cidade Mirim. E na EaD
– Educação a Distância –, operamos com polos em todo o Brasil.
Estamos prontos para avançar
ainda mais. 
Revista Linha Direta
contexto
Ultrapassando
fronteiras
A
LeYa integra 17 editoras
nos mercados de Portugal, Angola e Moçambique.
No segundo semestre de 2009, a
empresa veio para o Brasil com
o objetivo de se tornar um grupo
editorial de referência no espaço
de língua portuguesa. Começou,
ainda naquele ano, a atuar na
área de cultura. No ano seguinte,
iniciou as atividades na área de
educação, tendo como desafio articular conteúdos em uma plataforma de soluções e serviços que
integra os tradicionais formatos,
com iniciativas inovadoras. Confira a entrevista realizada pela
Linha Direta com Walter Braga,
diretor da LeYa.
Qual o papel que a LeYa desempenha, hoje, no mundo de língua portuguesa?
A LeYa é um espaço dedicado à
difusão de obras em língua portuguesa, uma referência no mercado
de educação e cultura. Com esse
compromisso, seus livros já figuram
nas listas dos mais vendidos aqui no
Brasil. Hoje, suas atividades abrangem obras literárias, livros escolares e soluções educacionais integradas, levando mais educação,
conhecimento, cultura, diversão e
emoção aos brasileiros.
Revista Linha Direta
Com a liderança no mercado editorial
português, angolano e moçambicano, a
LeYa chegou ao Brasil trazendo inovações
A LeYa chega ao Brasil com o desafio de articular conteúdos através
de uma plataforma de soluções adequada à realidade brasileira. Como
é essa inovação?
O compromisso da LeYa é com a melhoria da qualidade da educação
no Brasil. A LeYa diferencia-se por sua competência em articular conteúdos e serviços, oferecendo soluções específicas e integradas para
realizar o potencial das escolas, dos seus educadores e dos seus alunos.
A atuação da LeYa nas escolas e nos sistemas educacionais é baseada
em três pilares:
1. A Coleção de Livros Didáticos: a LeYa desenvolve livros de Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio que mudam o dia a dia nas
salas de aula das escolas brasileiras. São coleções de qualidade incontestável, projetos gráficos primorosos, conteúdos consistentes, autores
consagrados e abordagem inovadora para a construção dos saberes.
2. A Plataforma 10Aula Digital: a 10Aula Digital é um recurso inovador
e único no mercado brasileiro. Não é um portal, mas um espaço que
articula o conteúdo didático – livros digitais – com a preparação de
aulas, recursos multimídia, testes e avaliações interativas, trabalhos
em rede envolvendo pais, alunos e professores. O professor pode ter
participação ativa, editando e gravando suas próprias aulas e atividades e muito mais. É um instrumento que melhora a qualidade das
aulas e a relação das escolas com alunos e famílias.
3. A Solução Integrada LeYa: a Solução LeYa inova ao oferecer às
escolas e sistemas educacionais, de maneira completamente articulada, o conjunto de material didático, os serviços de aperfeiço-
Walter Braga, diretor da LeYa
amento profissional e para a
melhoria da gestão, a avaliação
do desempenho educacional e
a 10Aula Digital. As escolas e
sistemas que utilizam a Solução
LeYa têm todos os materiais didáticos, instrumentos e serviços
para implementar um processo
sustentável de melhoria da qualidade educacional e da gestão.
Quais as estratégias da LeYa
para acompanhar a constante
evolução do mundo?
A LeYa possui um centro de inovação com mais de 80 profissionais
focados na pesquisa e desenvolvimento de novos recursos e tecnologias. São gestores de inovação e
desenvolvimento, programadores,
designers multimídia, coordenadores pedagógicos, técnicos e
profissionais da área de conteúdo
dedicados a entender as necessidades do mercado de educação e a
oferecer inovações que atendam a essa constante evolução.
O que a LeYa oferece em especial aos educadores?
Um conjunto articulado e inovador, composto de material didático, tecnologia e serviços que, conjugados com a ação dos educadores, é capaz
de sustentar um processo de melhoria contínua na forma de ensinar e
no modo de aprender.
Qual o diferencial da LeYa para o mercado educacional?
A forma de educar os jovens mudou rapidamente, assim como a forma
de gerenciar as escolas. As informações chegam com muita agilidade,
em pouco tempo e de diversas formas, e para acompanhar essa evolução é preciso estar preparado.
A visão sistêmica do processo educacional – pessoas, processos, metodologias e tecnologias – está na base do desenvolvimento de todos os
produtos e serviços da LeYa.
A LeYa, com essa visão, conjuga os esforços dos educadores com seus
produtos e serviços para vencer os desafios contemporâneos e lança
um novo olhar sobre a forma de ensinar e o modo de aprender. 
Revista Linha Direta
capa
PROJETOS
EDUCACIONAIS
Investir em educação é acreditar no futuro do Brasil
N
além e afirma que o caminho
para o progresso de uma nação
não só passa pela educação,
como também depende dela.
“Hoje, as escolas estão educando as crianças para a preservação do meio ambiente e,
consequentemente, para a sustentabilidade de modo geral”,
afirma Maria Cecília. Porém, a
diretora faz uma ressalva, lembrando que sustentabilidade
não é apenas produzir resultados maquiados, pois estes não
se sustentam em médio prazo.
“Daí a importância da ação de
todos os profissionais que usam
a sustentabilidade aliada a esse
novo patamar indispensável ao
mundo de hoje”, completa.
ão existem mais dúvidas
sobre a relação entre educação e desenvolvimento.
Se um país deseja crescer de
modo sustentável, o caminho é
conjugar maior acesso à escola
com educação de qualidade. E
essa relação entre educação e
desenvolvimento explica, em
grande parte, a ênfase mais recente que os empresários estão
dando à questão. A educação
no Brasil está se transformando
em prioridade para boa parcela
do empresariado, fazendo com
que uma nova consciência social se torne estratégia para um
novo projeto de país. A sociedade está cobrando uma nova
atuação dos empresários, uma
postura mais cidadã, que mostre que eles estão preocupados
em desenvolver projetos através da chamada responsabilidade social empresarial.
Responsabilidade
social
A diretora do Instituto MC Educação Social, Maria Cecília de
Medeiros de Faria Kother, vai
Diante da impossibilidade de
as empresas darem conta do
equilíbrio da economia e de o
Revista Linha Direta
Estado assumir todos os compromissos sociais que lhe compete, nasce o terceiro setor,
composto por instituições do
setor da economia que dão
apoio ao governo para, juntos,
buscar soluções para os déficits
nas áreas sociais. “E o tema da
responsabilidade social emerge
junto com o terceiro setor”, explica Juliana Santana, diretora
de Projetos Sociais da Fundação
Bunge.
Segundo Cynthia Ribeiro, jornalista do portal Responsabilidadesocial.com, esse movimento foi
tramado nos anos 1960 e sugere
que empresas adotem, de forma voluntária, ações em prol da
sociedade e que transcendam a
simples busca do lucro. “No Brasil, a ideia ganha corpo a partir
dos anos 1980, com o fortalecimento do setor privado como
indutor da economia brasileira
e com o agravamento das tensões e desigualdades sociais que
reforçaram o argumento de que
© thanh lam / Photoxpress
gamento de impostos, a partir
da geração de empregos, não é
mais suficiente. A tendência é a
sociedade cobrar cada vez mais
das empresas um engajamento
maior em causas que vão além
do negócio em si”, afirma Juliana Santana, acreditando que
todas as empresas consideram
o tema importante e desenvolvem ações sociais de alguma
maneira.
empresas poderiam ajudar a suprir lacunas do Estado”, explica
a jornalista. Juliana Santana reitera esse pensamento afirmando
que “a responsabilidade social
surge exatamente neste contexto: empresas se utilizando de recursos privados em benefício de
causas públicas”.
Para Cynthia Ribeiro, as organizações do mundo, incluindo
as brasileiras, não têm necessariamente em suas agendas o
tema responsabilidade social.
“Mas o Brasil ainda é uma re-
ferência mundial no assunto e
um dos precursores na área,
seja pelo engajamento do setor
privado brasileiro em assuntos
sociais, seja pela criatividade
natural do nosso povo”, comenta a jornalista. E ela completa
que, de qualquer maneira, a
tendência é que essa agenda
seja incorporada gradativamente ao dia a dia das empresas
por mecanismos de incentivo
do próprio Estado e da sociedade (isenções fiscais, retorno
de imagem etc.). “Porém, só
gerar resultados a partir do pa-
Para comprovar que o grande
desafio é o investimento em
educação, Juliana cita o economista Carlos Langoni, em
seu livro Distribuição da renda
e desenvolvimento econômico
do Brasil. Segundo Langoni, a
desigualdade social começou a
crescer de forma exorbitante no
início da década de 1960 devido
à baixa oferta de mão de obra
qualificada, atrelada ao aumento do crescimento econômico da
época. As empresas precisavam
se mobilizar e contratar pessoas. Um pequeno grupo de proRevista Linha Direta
fissionais qualificados começou
a ganhar salários altos, enquanto
a maioria, que não tinha qualificação, ficava com os menores
salários. Desde então, segundo
o economista, a tendência é aumentar ainda mais a desigualdade social, se não houver um
projeto sério de investimento na
área da educação.
lidarem com o impacto gerado
a partir do seu negócio. A instituição tem responsabilidade sobre o impacto que gera a partir
da sua atuação. Já investimento social é uma ação que é, em
primeiro lugar, voluntária. Não
existe obrigatoriedade de as
empresas fazerem investimento
social”, afirma.
A educação no Brasil está se transformando em
prioridade para boa parcela do empresariado,
fazendo com que uma nova consciência social se
torne estratégia para um novo projeto de país.
Com base nisso, especialistas
concordam que o caminho para
o desenvolvimento sustentável
passa, fundamentalmente, pela
educação. “A educação é a base
de tudo. É um dos fatores mais
importantes para a mobilidade
social. Sem educação de qualidade, poucas são as chances de
percorrer a hierarquia do desenvolvimento”, finaliza a diretora da Fundação Bunge.
Investimento social
Andre Desenszajn, gerente de
programas do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas
(Gife) – uma rede sem fins lucrativos que reúne organizações de origem empresarial
que investem em projetos com
finalidade pública –, adverte
que é importante diferenciar o
que é investimento social e o
que é responsabilidade social.
“Quando falamos em responsabilidade social, estamos falando
da possibilidade de as empresas
Revista Linha Direta
A principal área de investimento dos associados do Gife
é a educação. “Dos associados
Gife, 82% investem em educação. Esse dado foi obtido a partir do censo realizado pelo Gife
em 2009”, diz o diretor, que
afirma que quase todos os associados, de alguma maneira,
trabalham com esse tema. Ele
acredita que, cada vez mais,
e de uma forma crescente, as
empresas têm pensado sobre o
papel que devem desempenhar
no desenvolvimento social do
país. “A sociedade, de uma forma geral, tem valorizado mais
isso, o que acaba se tornando
um ativo das empresas”, analisa
Desenszajn.
A área da educação também
recebe esforços de algumas
coalizões, como o Todos pela
Educação, por exemplo, que é
uma tentativa de reunir empresas em torno do objetivo comum de melhorar a qualidade
da educação no país. “De modo
geral, houve um progresso mui-
to grande na universalização do
acesso. Hoje, no Brasil, o acesso é quase universal: 98% das
crianças em idade escolar estão
na escola”, comenta o diretor
do Gife. Para ele, outro desafio que se coloca é a qualidade
da educação. “Estudos indicam
que existe uma relação direta
entre a qualificação dos professores e o desempenho e aprendizado dos alunos, e isso induz
a uma concentração de investimento da rede Gife na formação de professores”, diz.
Sobre os investimentos privados
no mercado educacional brasileiro, o professor Manoel Alves,
presidente das Fundações Universa e L´Hermitage e da Rede
Católica de Educação, garante
que não se dão de forma linear
nem uniforme. “Os investimentos são crescentes, com maior
ênfase nas últimas décadas,
quando se configurou um boom
demográfico que acentuou a
demanda”, explica o professor. “Além da variável oriunda
do crescimento populacional,
outra de impacto consiste no
crescimento econômico e na
distribuição de renda no Brasil”, completa.
O elevado grau de atratividade
para o capital está suscitando
aumento dos investimentos no
mercado educacional. “O forte afluxo de capital oriundo de
investidores dos mais variados
setores configura-se fenômeno
importante para o desenvolvimento econômico e social do
país quando o investimento produz crescimento quantitativo e
qualitativo no âmbito educacional”, conclui Alves.
Somar para multiplicar
A Microsoft Corporation, líder
mundial em softwares, serviços e
soluções tecnológicas, é um caso
de sucesso em investimento social. Fundada em 1975, nasceu do
sonho de um jovem chamado Bill
Gates de ajudar pessoas e empresas a atingirem seu potencial
pleno. Ele acreditava que a força
da tecnologia e a capacidade de
inovar poderiam mudar indivíduos e sociedade. O lema da organização é que nenhuma empresa
sobrevive apenas de produtos e
serviços, e que é preciso somar
para multiplicar. Por esses e por
outros motivos, a Microsoft é uma
instituição admirada e lembrada
mundialmente pela contribuição
que dá econômica e socialmente.
© Microsoft
Nenhuma empresa sobrevive apenas de produtos e
serviços, segundo lema da Microsoft
A Microsoft Brasil, presente no país
desde 1989, é uma das 109 subsidiárias da Microsoft Corporation.
Possui 13 escritórios regionais em
todo o país e gera, localmente,
oportunidades diretas na área de
tecnologia para mais de 18 mil empresas e 495 mil profissionais. Nos
últimos seis anos, a empresa investiu mais de R$ 114 milhões em projetos sociais, levando tecnologia a
escolas, universidades, ONGs e comunidades carentes.
Segundo Emilio Munaro, diretor
de Educação da Microsoft Brasil,
23
RevistaRevista
Linha Direta
Linha Direta
pela visão holística da empresa,
entende-se que educação é a
combinação de toda uma política de capacitação, de como mobilizar o mercado no que tange à
educação mais as soluções que a
Microsoft tem para esse segmento. Confira a entrevista do diretor, concedida à Linha Direta.
Por que uma empresa de tecnologia optou por investir no
mercado educacional?
A Microsoft tem 22 anos de Brasil
e um compromisso de longo prazo com esse país, pois está de
fato preocupada com o desenvolvimento sustentável da nação. Queremos efetivamente nos
colocar à disposição para que a
educação como ferramenta de
transformação possa ser levada
em conta. Ou seja, queremos
contribuir para o crescimento
sustentável do Brasil e entendemos que não há como ter um
país competitivo, desenvolvido
e sustentável se a vertente da
educação não estiver presente.
O trabalho da Diretoria de Educação da Microsoft é composto
por dois grandes pilares. O primeiro é o do engajamento, da
capacitação. Nesse pilar, temos
a iniciativa Parceiros na Aprendizagem, no qual focamos os três
“E”: Escola, Educador e Estudante. O outro pilar é o de soluções
para o mercado, composto por
produtos e soluções voltados
Revista Linha Direta
para o segmento educacional.
São essas duas as nossas responsabilidades.
Quais são as soluções da Microsoft para a educação?
Essas soluções estão estruturadas em cinco grandes vertentes
que se combinam e se complementam. Em primeiro lugar, não
há como se falar em tecnologia
sem a disponibilização de equipamentos. Então, a solução PC
ao Alcance de Todos nada mais
faz do que disponibilizar tecnologia para que todos possam ter
acesso e, a partir daí, ela promove uma diferença. Também não
há como ter o PC sem softwares
adequados e financeiramente viáveis. Para isso, temos o segundo
programa, o Software Fácil, que
permite que as escolas adquiram
softwares da Microsoft a preços
subsidiados. Hoje, a nossa lista acadêmica de preços sofre
um subsídio de até 80%, dependendo do produto, em relação
ao preço comercial. Mas não
adianta ter computadores com
softwares sem uma plataforma
­
de colaboração, porque o processo de ensino-aprendizagem
ocorre pela comunicação entre
o professor e o alunado, entre
os professores e entre os alunos.
Essa solução, chamada Colaboração e Comunicação para Todos, disponibiliza, gratuitamente, para qualquer instituição de
ensino, a plataforma Live@edu,
através da qual atribuímos a todos os alunos e professores não
somente uma conta de e-mail,
mas também um ambiente de
colaboração para que eles possam interagir uns com os outros.
Aí vem a quarta solução, que é
a Formação Educacional. Agora que as instituições já têm os
computadores com os softwares,
já têm a colaboração a seu favor,
entra a formação educacional de
docentes e discentes. Tudo isso
leva à Profissionalização em TI,
que é a quinta solução. No final
das contas, o grande objetivo da
Microsoft é impactar esse nosso
país no desenvolvimento sustentável, através de novas oportunidades de trabalho. Segundo a
Brascom, existem mais de 100
mil vagas na área de TI abertas no mercado. São vagas para
profissionais capacitados, e esses profissionais hoje não estão
disponíveis no mercado. Então,
cabe à Microsoft, como empresa socialmente responsável, colaborar, através da educação,
para que pessoas se capacitem
e possam ter acesso ao mercado
de trabalho. Aí a gente cumpre
esse ciclo de PC ao Alcance de
Todos, Software Fácil, Colaboração e Comunicação e Formação
Educacional, levando à Profissionalização em TI.
Como funciona o Programa Parceiros na Aprendizagem?
Ele está presente em mais de 19
mil escolas públicas de todo o
Brasil, nos 26 Estados da Federação, mais o Distrito Federal. Já
capacitamos mais de 385 mil estudantes e 455 mil professores. A
partir do ano de 2011, a grande
inovação foi fazer com que o programa deixasse de ser limitado
às Secretarias de Educação, às
escolas do setor público, e atendesse também ao setor privado.
Lançamos o primeiro acordo de
cooperação assinado com uma
instituição de ensino privado no
país. Em maio de 2011, o Colégio
Visconde de Porto Seguro, com
mais de 12 mil alunos e um quadro de educadores bastante considerável, foi a primeira instituição privada do Brasil a assinar
um acordo de cooperação com
a Microsoft, através do qual eles
se utilizam dos nossos programas
de capacitação para qualificação
de seus professores e educadores. Com esse acordo, toda a
equipe docente do Visconde de
Porto Seguro será capacitada em
tecnologias voltadas às salas de
aula. Isso ultrapassa o que tínhamos como objetivo, que era,
em primeiro lugar, atender ao
ente público no nosso país, que,
em um primeiro momento, era
o que necessitava de mais ajuda, para mostrarmos além das
nossas capacidades, que seria,
obviamente, também, entender
a necessidade do ente privado.
No final das contas, educação é
uma coisa só. Não dá para tratar
a educação de um país discriminando educação pública e privada. A educação precisa ser melhorada em todos os aspectos,
porque é somente a combinação
delas que vai fazer nosso país
diferente. Então, depois de oito
anos de esforços, cumprimos
nosso objetivo. Cabe-nos agora
não só manter o foco no ensino
público, como sempre fizemos,
mas também expandir isso ao
ensino privado.
E o Prêmio Educadores Inovadores?
O Prêmio Educadores Inovadores
é uma iniciativa dentro do Programa Parceiros na Aprendizagem. Não adianta só capacitar
o educador, é preciso mantê-lo
motivado. Essa motivação se faz
através desse Prêmio, que está
na sua sexta edição, pelo qual a
Microsoft reconhece o trabalho
de educadores de todo o Brasil
na utilização da tecnologia na
sala de aula, com o objetivo de
melhorar o processo de ensino--aprendizagem. São várias categorias e a que premia o Educador
Inovador é a mais importante
delas. Foram 1.402 projetos inscritos e analisados por comitês
de avaliação. No dia 3 de agosto os três finalistas de cada uma
das categorias defenderam o seu
“peixe” presencialmente. No final do dia, após os juízes terem
escolhido, foram anunciados os
Educadores Inovadores de 2011.
Esse Prêmio não para aqui. Ele
tem também as etapas regionais e a mundial. Ano passado,
a etapa local aconteceu em São
Paulo, a regional, no Panamá –
aqui, estamos falando da América Latina toda, desde o México até a Argentina –, e a etapa
mundial aconteceu na Cidade
do Cabo, na África do Sul. Este
ano, a etapa local será aqui no
Brasil, como sempre, a regional
acontecerá em Santiago, no Chile, e a mundial, em Washington,
EUA. No ano passado, o Brasil
levou três projetos para concorrer no mundial. Mundialmente, a
Microsoft recebeu 220 mil projetos. Destes, 75 foram finalistas,
e o Brasil entrou com três. Nós
ganhamos o segundo lugar no
mundo com o melhor projeto de
Inovação em Conteúdo, da professora Adriana Silva, da Escola
Estadual Ávila Jr., de Cachoeiro
do Itapemirim/ES. Essa professora tem uma história de vida
fabulosa. Ela é professora de
língua portuguesa, negra, nascida em uma favela carioca e
que hoje mora no ES. Depois do
nosso Prêmio, ela decidiu fazer
mestrado e teve sua vida transformada por seu projeto, através
do qual a escola inteira utilizou a
tecnologia da informação como
forma de ganho substancial em
seus processos internos. É por
isso que a gente apoia esse tipo
de iniciativa. 
Revista Linha Direta
espaço ibero-americano
espacio iberoamericano
Trabalho e Educação
© lunamarina / Photoxpress
O documento Metas Educativas 2021
estabelece como uma de suas metas a
conexão entre a educação e o emprego
por meio da educação técnica profissional
Revista Linha Direta
P
ara a professora e pesquisadora Lucília Machado, coordenadora do Mestrado em Gestão
Social, Educação e Desenvolvimento Local do
Centro Universitário UNA, existem diferentes formas de se pensar a conexão entre a educação e o
mundo do trabalho. O tema pode ser abordado pelo
ângulo do currículo, da formação de professores, da
relação da escola com a sociedade, das políticas públicas, especialmente das políticas educacionais e
de trabalho, emprego e renda. Para a especialista,
são dois mundos separados e com dificuldades para
se encontrarem: o da educação e o do trabalho.
Confira a entrevista completa.
Como o documento Metas Educativas 2021 trata a
conexão entre a educação técnica profissional e o
mercado de trabalho?
O documento estabeleceu duas formas de se buscar
essa conexão. A primeira diz respeito ao desenho
da educação técnica profissional em diálogo com as
demandas de trabalho. Portanto, uma questão de
ordem curricular ou organizativa dessa oferta educacional. A segunda, à criação de mecanismos que
promovam a inserção dos jovens egressos do ensino técnico-profissional no mercado de trabalho. Os
jovens enfrentam um problema muito sério, que é
conseguir seu primeiro emprego e permanecer no
mercado de trabalho formal.
Qual o conceito de mercado de trabalho?
O mercado de trabalho é concebido como um lugar
de encontro da oferta e da demanda de forças de
trabalho. Sob a influência da economia neoclássica,
oferta e demanda são vistas como realidades independentes, cujo equilíbrio se encontraria, espontaneamente, no próprio mercado. Este teria mecanismos reguladores para estabelecer um nível ótimo
de emprego e da taxa salarial. O documento Metas
Educativas 2021 nos convida a mudar essa maneira
de pensar.
Se o próprio mercado cuida desse equilíbrio espontaneamente, o campo educacional não teria
muito pouco a fazer, a não ser se adaptar a ele,
fazer pesquisas e buscar responder às suas demandas?
Esta é a tendência que vem sendo constituída. Contudo, se olharmos para o passado e para as tentativas nessa direção, percebe-se pouco sucesso. Os
dois mundos, o do trabalho e o da educação, conti-
Trabajo y
Educación
El documento Metas Educativas 2021
establece como una de sus metas
la conexión entre la educación y el
empleo por medio de la educación
técnica profesional
P
ara la profesora y pesquisadora Lucília Machado, coordinadora del Maestría en Gestión Social, Educación y Desarrollo Local
del Centro Universitario UNA, existen diferentes
formas de pensar la conexión entre la educación
y el mundo del trabajo. El tema puede ser abordado por el ángulo del currículo, de la formación
de profesores, de la relación de la escuela con la
sociedad, de las políticas públicas, especialmente
de las políticas educacionales y de trabajo, empleo y renta. Para la especialista, son dos mundos
separados y con dificultades para encontrarse: el
de la educación y el del trabajo. Vea la la entrevista completa.
¿Cómo el documento Metas Educativas 2021 trata
la conexión entre la educación técnica profesional
y el mercado de trabajo?
El documento estableció dos formas de buscar esa
conexión. La primera habla al respecto del diseño de
la educación técnica profesional en diálogo con las
demandas de trabajo. Por lo tanto, una cuestión de
orden curricular u organizativa de esa oferta educacional. La segunda, la creación de mecanismos que
promuevan la inserción de los jóvenes egresos de la
enseñanza técnica-profesional en el mercado de trabajo. Los jóvenes enfrentan un problema muy serio,
que es conseguir su primer empleo y permanecer en
el mercado de trabajo formal.
¿Cuál es el concepto de mercado de trabajo?
El mercado de trabajo es concebido como un lugar de
encuentro de la oferta y de la demanda de fuerzas
de trabajo. Bajo la influencia de la economía neocláRevista Linha Direta
nuam muito separados, e as instituições escolares e
seus professores, pouco ativos e propositivos sobre
o que fazer. Não se trata de dar as costas ao mundo
do trabalho, achar que não é um problema que nos
cabe discutir, pois as relações sociais do mercado de
trabalho são construções sociais. Nós temos compromissos com nossos estudantes. Temos compromissos
na perspectiva do que a Organização Internacional
do Trabalho (OIT) preconiza: criar empregos decentes, seguros e dignos e que possibilitem, portanto,
uma vida de realizações para as novas gerações.
Essa discussão sobre o que é um emprego decente, de qualidade, digno é um problema que desafia não só os países em desenvolvimento...
A criação de empregos com essas características
pressupõe uma participação maior da sociedade e
do Estado, e as instituições educacionais precisam
se envolver nesse compromisso. O desafio está na
mudança da noção sobre o funcionamento do mercado de trabalho, que passa pelo pressuposto de
que nós podemos intervir e buscar outra lógica de
regulação desse mercado.
E como regular?
Criando representações, conceitos, regras, normas,
pautas de comportamento que orientem as pessoas e o debate social e educacional, as relações de
trabalho. Nós podemos influir estabelecendo alguns
parâmetros do que seja trabalho decente, seguro, digno, de qualidade, para que as pessoas, por
meio de suas organizações, movimentos da sociedade civil, das diversas instituições interessadas,
das políticas públicas, possam discutir o problema
e intervir sobre ele. Então, por um lado, temos uma
concepção tradicional de regulação do mercado de
trabalho pela dinâmica dos preços: se a batata está
cara, o consumidor não compra, o produto sobra e
os preços tendem a baixar. Mas não é possível pensar assim quando se trata de seres humanos. Então,
outra perspectiva é pensar a construção da relação
entre trabalho e educação sob a lógica do social.
Isso é possível?
É difícil, mas é uma questão que se coloca quando
discutimos a perspectiva do desenvolvimento humano e das sociedades. Quando fazemos isso, estamos
estabelecendo algumas metas a atingir, como o faz
o próprio documento Metas Educativas 2021, da OEI.
Para essa ação social de regulação ter consequên­
Revista Linha Direta
sica, oferta y demanda son vistas como realidades
independientes, cuyo equilibrio se encontraría, espontáneamente, en el propio mercado. Éste tendría
mecanismos reguladores para establecer un nivel óptimo de empleo y de la taza salarial. El documento
Metas Educativas 2021 nos convida a mudar esa manera de pensar.
¿Si el propio mercado cuida de ese equilibrio espontáneamente, el campo educacional no tendría
muy poco para hacer, a no ser adaptarse a él, hacer pesquisas y buscar responder las demandas?
Ésta es la tendencia que viene siendo constituida. A
pesar de esto, si observamos para el pasado y para
las tentativas en esa dirección, se percibe poco éxito.
Los dos mundos, el del trabajo y el de la educación,
continúan muy separados, y las instituciones escolares y sus profesores, poco activos y propositivos sobre
qué hacer. No se trata de dar la espalda al mundo del
trabajo, pensar que no es un problema que nos cabe
discutir, pues las relaciones sociales del mercado de
trabajo son construcciones sociales. Nosotros tenemos compromisos con nuestros estudiantes. Tenemos
compromisos en la perspectiva de lo que la Organización Internacional del Trabajo (OIT) prioriza: crear
empleos decentes, seguros y dignos y que posibiliten,
por lo tanto, una vida de realizaciones para las nuevas generaciones.
Esta discusión sobre lo qué es un empleo decente,
de calidad, digno es un problema que desafía no
sólo a los países en desarrollo...
La creación de empleos con estas características
presupone una participación mayor de la sociedad y
del Estado, y las instituciones educacionales precisan
envolverse en este compromiso. El desafío está en
el cambio de la noción sobre el funcionamiento del
mercado de trabajo, que pasa por el presupuesto de
que nosotros podemos intervenir y buscar otra lógica
de regulación de este mercado.
¿Y cómo regular?
Creando representaciones, conceptos, reglas, normas, pautas de comportamiento que orienten a las
personas y el debate social y educacional, las relaciones de trabajo. Nosotros podemos influir estableciendo algunos parámetros de lo que sea trabajo
decente, seguro, digno, de calidad, para que las personas, por medio de sus organizaciones, movimientos de la sociedad civil, de las diversas instituciones
cia, é preciso que haja clareza sobre aonde chegar.
Isso significa construir um projeto de desenvolvimento com sustentabilidade – social, econômica,
ambiental –, que atenda às necessidades sociais, baseado em valores humanos e que pressuponha uma
construção coletiva. Um projeto construído com a
perspectiva de desenvolver integralmente a sociedade, não somente do ponto de vista econômico.
O desafio está na mudança da
noção sobre o funcionamento do
mercado de trabalho... // El desafío
está en el cambio de la noción
sobre el funcionamiento del
mercado de trabajo...
Mas, para fazer isso, temos como referência todo
um espaço nacional e até internacional. Não é
difícil atuar e organizar em espaços tão abrangentes?
Sim. Por isso, o território é uma base social importante de ser resgatada quando se pensa em uma
atuação desse tipo. O conceito de território é diferente do conceito de região. O conceito de região é
muito geográfico e espacial. Já o conceito de território é mais do que isso, pois envolve a vida social
local, as comunidades, a dimensão cultural, as redes
de conhecimento, de colaboração e de solidariedade. O território também tem dimensões simbólicas
importantes, como as relações de vizinhança e de
amizade. São relações que permitem pensar na
perspectiva de construção de redes, o que é fundamental para identificar modos de se resolverem
problemas, como os de geração de trabalho e de
renda, e de possibilitar criar alternativas para a sobrevivência das pessoas. Isso pressupõe considerar
que a dimensão territorial ganhou um espaço muito
importante com as mudanças que ocorreram a partir da globalização capitalista.
Com a globalização capitalista, o que aconteceu?
Por incrível que pareça, aconteceu uma valorização
da dimensão local. Vários teóricos têm chamado
a atenção para isso. Hoje, com a globalização – o
rompimento de fronteiras, o envolvimento de todos na dinâmica global – e com as novas tecnologias
de informação e comunicação, mesmo pessoas que
moram em locais distantes dos centros urbanos estão conectadas, implicadas no processo dessa dinâ-
interesadas, de las políticas públicas, puedan discutir
el problema e intervenir sobre él. Entonces, por un
lado, tenemos una concepción tradicional de regulación del mercado de trabajo por la dinámica de los
precios: si la patata está cara, el consumidor no compra, el producto sobra y los precios tienden a bajar.
Pero no es posible pensar así cuando se trata de seres
humanos. Entonces, otra perspectiva es pensar en la
construcción de la relación entre trabajo y educación
bajo la lógica social.
¿Esto es posible?
Es difícil, pero es una cuestión que se coloca cuando discutimos la perspectiva del desarrollo humano
y de las sociedades. Cuando hacemos esto, estamos
estableciendo algunas metas para alcanzar, como lo
hace el propio documento Metas Educativas 2021, de
la OEI. Para que esta acción social de regulación tenga consecuencias, es preciso que haya claridad sobre
adónde llegar. Esto significa construir un proyecto
de desarrollo con sostenibilidad – social, económica,
ambiental –, que atienda a las necesidades sociales,
basado en valores humanos y que presuponga una
construcción colectiva. Un proyecto construido con
la perspectiva de desarrollar ver integralmente la
sociedad, no solamente desde el punto de vista económico.
Pero, para hacer esto, tenemos como referencia
todo un espacio nacional y hasta internacional.
¿No es difícil actuar y organizar en espacios tan
amplios?
Sí. Por eso, el territorio es una base social importante
de ser rescatada cuando se piensa en una actuación
de ese tipo. El concepto de territorio es diferente del
concepto de región. El concepto de región es muy
geográfico y espacial. Ahora el concepto de territorio
es más que eso, pues envuelve la vida social local,
las comunidades, la dimensión cultural, las redes de
conocimiento, de colaboración y de solidaridad. El
territorio también tiene dimensiones simbólicas importantes, como las relaciones entre vecinos y de
amistad. Son relaciones que permiten pensar en la
perspectiva de construcción de redes, lo que es fundamental para identificar modos de resolver problemas, como los de generación de trabajo y de renta, y
de posibilitar crear alternativas para la sobrevivencia
de las personas. Esto presupone considerar que la
dimensión territorial obtuvo un espacio muy importante con los cambios que ocurrieron a partir de la
globalización capitalista.
Revista Linha Direta
mica global, vendendo, comprando, estabelecendo
contatos etc. Com isso, a dinâmica dessas relações
passa a se interessar pelo que acontece no nível
territorial. Muitas vezes, a especificidade da cultura
local e do produto que é produzido ali tem uma singularidade tão peculiar que passa a ser de interesse
global. Com isso, temos a valorização das culturas,
dos produtos e das pessoas locais.
Se pensarmos no mercado de trabalho dentro dessa
perspectiva de mobilização social e de uma nova
lógica de distribuição das mercadorias, isso pressupõe, sim, a construção de um conceito de mercado
de trabalho local. Só que essa palavra – local – precisa ser considerada de uma maneira muito peculiar. Não é o local geográfico. Existem análises de
mercado de trabalho local pela via da segmentação e da diferenciação espacial, mas, dentro deste
paradigma que eu estou propondo, é a perspectiva
da construção social das relações, significada pela
identidade territorial e cultural. É a construção de
uma especificidade, de uma singularidade, de um
mercado de trabalho construído socialmente, dentro de um contexto de relações, em interação com
a própria perspectiva da globalização.
Mudando um pouco de assunto, qual a sua opinião
sobre a definição de currículos por competências
e suas implicações na conexão entre a educação
técnica profissional e o mercado de trabalho?
Acredita-se que uma das possibilidades para fazer
a conexão entre a educação técnica profissional e
o mercado de trabalho seja pela via do desenvolvimento de competências. Isso significa fazer desenhos curriculares por competências, definir o que
se quer desenvolver nos alunos e estabelecer uma
política de avaliação por competências, visando a
adaptá-los ao mercado de trabalho. Porém, eu vejo
nessa formulação alguns problemas. O primeiro
deles: é uma abordagem muito tecnicista. É como
se fôssemos capazes de definir com precisão o ato
humano e como ele deve ser praticado. É uma visão que remonta a uma pedagogia que já tivemos
no passado, a pedagogia por objetivos: definem-se
os objetivos educacionais e esses são orientadores
da sua ação pedagógica. Só que a ação humana
é muito mais complexa do que isso, e não temos
condições de prever e predizer o comportamento
humano nesse nível de objetivação. O segundo proRevista Linha Direta
© Andrey Kiselev / Photoxpress
Então poderíamos pensar em um conceito de
mercado de trabalho local?
¿Qué sucedió con la globalización capitalista?
Por increible que parezca, aconteció una valorización
de la dimensión local. Varios teóricos han llamado
la atención para esto. Hoy, con la globalización – el
rompimiento de fronteras, el envolvimiento de todos
en la dinámica global – y con las nuevas tecnologías
de información y comunicación, hasta personas que
viven en locales distantes de los centros urbanos están conectadas, implicadas en el proceso de esta
dinámica global, vendiendo, comprando, estableciendo contactos etc. Con esto, la dinámica de estas relaciones pasa a interesarse por lo que sucede a
nivel territorial. Muchas veces, la especificidad de la
cultura local y del producto que es producido allí tiene una singularidad tan peculiar que pasa a ser de interés global. Con esto, tenemos la valorización de las
culturas, de los productos y de las personas locales.
¿Entonces podríamos pensar en un concepto de
mercado de trabajo local?
Si pensamos en el mercado de trabajo dentro de esta
perspectiva de movilización social y de una nueva
lógica de distribución de las mercaderías, eso presupone, si, la construcción de un concepto de mercado
de trabajo local. Sólo que esta palabra – local – precisa ser considerada de una manera muy peculiar. No
es el local geográfico. Existen análisis de mercado de
trabajo local por la vía de la segmentación y de la diferenciación espacial, pero, dentro de este paradigma que yo estoy proponiendo, es la perspectiva de
la construcción social de las relaciones, significada
por la identidad territorial y cultural. Es la construcción de una especificidad, de una singularidad, de un
mercado de trabajo construido socialmente, dentro
de un contexto de relaciones, en interacción con la
propia perspectiva de la globalización.
Cambiando un poco de asunto, cuál es su opinión
sobre la definición de currículos por competencias
y sus implicaciones en la conexión entre la educación técnico/ profesional y el mercado de trabajo?
Se piensa que una de las posibilidades para hacer la
conexión entre la educación técnico/profesional y
el mercado de trabajo sea por la vía del desarrollo
de competencias. Esto significa hacer diseños curriculares por competencias, definir lo que se quiere
desarrollar en los alumnos y establecer una política
de evaluación por competencias, buscando adaptarlos al mercado de trabajo. Pero, yo veo en esa
formulación algunos problemas. El primero de ellos:
Revista Linha Direta
blema é que pessoas que recebem a mesma educação podem responder a um desafio com entendimentos diferentes do que seja eficácia, ou de como
ser eficaz. Competências humanas são fatos inegáveis. Porém, eu as comparo a uma caixa preta, de
difícil acesso, pois as pessoas possuem diferentes
estratégias de aprendizagem e de aplicação do que
aprenderam, variam suas interpretações sobre os
conceitos, a percepção, os sentidos, a maneira de
ver o mundo, os valores. É muito diversificado o
modo como cada um mistura tudo isso e reage em
diferentes situações. Isso é sempre um mistério,
até para a própria pessoa. Considero a competência humana como algo pouco tangível. Daí o terceiro problema dessa maneira de entender a conexão
entre educação e trabalho, que é essa questão de
prescrever currículos e avaliações com base em tais
e tais competências para se fazer algo. No meu entendimento, isso é uma lógica taylorizada de pensar a educação.
... as pessoas possuem diferentes
estratégias de aprendizagem e de
aplicação do que aprenderam... //
... las personas poseen diferentes
estrategias de aprendizaje y de
aplicación de lo que aprendieron...
es un abordaje muy tecnicista. Es como si fuésemos
capaces de definir con precisión el acto humano y
como él debe ser practicado. Es una visión que remonta a una pedagogía que ya tuvimos en el pasado,
la pedagogía por objetivos: se definen los objetivos
educacionales y estos son orientadores de su acción
pedagógica. Sólo que la acción humana es mucho
más compleja que esto, y no tenemos condiciones
de prever y predecir el comportamiento humano en
este nivel de objetivación. El segundo problema es
que personas que reciben la misma educación pueden responder a un desafío con entendimientos diferentes al de eficacia, o de cómo ser eficaz. Competencias humanas son factos innegables. Pero, yo las
comparo a una caja negra, de difícil acceso, pues las
personas poseen diferentes estrategias de aprendizaje y de aplicación de lo que aprendieron, varían sus
interpretaciones sobre los conceptos, la percepción,
los sentidos, la manera de ver el mundo, los valores.
Es muy diversificado el modo como cada uno mezcla
todo eso y reacciona en diferentes situaciones. Esto
es siempre un misterio, hasta para la propia persona.
Considero la competencia humana como algo poco
concreto. Nace de ahí el tercer problema de esta
manera de entender la conexión entre educación y
trabajo, que es esta cuestión de prescribir currículos
y evaluaciones con base en tales competencias para
hacer algo. Bajo mi entendimiento, esto es una lógica
taylorizada de pensar la educación.
Como assim?
¿Cómo “taylorizada”?
Taylorismo é um método de gestão do trabalho, desenvolvido por Taylor, que estabeleceu formas de
aumentar a produtividade do trabalho humano por
meio do seu parcelamento e do controle de seus
movimentos e tempos. Eu vejo na pedagogia das
competências a inspiração da prescrição taylorista.
Ora, se hoje nós vivemos num contexto de produção
flexível, se queremos pessoas capazes de responder
a incertezas, situações incontroláveis, eventos não
previstos, como podemos prescrever por antecipação a resolução e a forma de se comportar diante
de problemas inusitados? Então, acredito, é uma
pretensão muito grande querer estabelecer um rol
de competências a serem ensinadas, controladas,
monitoradas, avaliadas, para definir comportamentos desejáveis de pessoas. Acredito, inclusive, que
isso beira uma forma pouco democrática de se pensar o processo de desenvolvimento humano, porque
engessamos um modelo de ação humana quando
definimos um padrão de comportamento a partir do
modelo de competências. 
Taylorismo es un método de gestión del trabajo,
desarrollado por Taylor, que estableció formas de
aumentar la productividad del trabajo humano por
medio de su división y del control de sus movimientos y tiempos. Yo veo en la pedagogía de las competencias la inspiración de la prescripción taylorista.
Si hoy vivimos en un contexto de producción flexible, si queremos personas capaces de responder las
incertidumbre, situaciones incontrolables, eventos
no previstos, ¿cómo podemos prescribir por anticipación la resolución y la forma de comportarse delante de problemas inusitados? Entonces, pienso, es
una pretensión muy grande querer establecer un rol
de competencias a ser enseñadas, controladas, monitoradas, evaluadas, para definir comportamientos
deseables de personas. Creo, inclusive, que esto limita con una forma poco democrática de pensar el
proceso de desarrollo humano, porque moldeamos
un modelo de acción humana cuando definimos un
patrón de comportamiento a partir del modelo de
competencias. 
Revista Linha Direta
intratexto
Mônica Massahud*
Ciência:
conhecimento,
reflexão e ação
N
ove de julho, celebração
do Dia Nacional da Ciência, estabelecido pelo
Congresso Nacional para incentivar a atividade científica
no país. É impossível fechar os
olhos diante dos fenômenos da
natureza e, em função dessa observação, desde os tempos mais
remotos, estudar e compreender tais fenômenos tem sido a
tônica do ser humano. Essa atividade, baseada na utilização de
um método definido, por meio
do qual se produzem, testam e
comprovam conhecimentos, é
designada como ciência (do latim scientia, traduzido por conhecimento).
Revista Linha Direta
novos fatos são observados e as
explicações são eventualmente
modificadas e refeitas.
“Na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma”.
Essa é a lei de Lavoisier (17431794, considerado o pai da química moderna), enunciada de
forma simplificada e amplamente
divulgada e compreendida. Nesse contexto, há que se lembrar
que 2011 é o Ano Internacional
da Química. Ciência da matéria,
© saiva_l / Photoxpress
Galileu Galilei (1564-1642), astrônomo e físico italiano, é considerado o fundador da ciência
experimental moderna. Suas
conclusões eram baseadas mais
em observações e em resultados
de experimentos do que em dedução lógica. À medida que nos
aprofundamos no estudo da ciência, averiguamos a importância
dos conhecimentos científicos.
A ciência é intrínseca à vida: do
simples ao mais complexo, do
micro ao macro, do imaginário
ao real. Todos os seres interagem na dinâmica dessa grandiosa obra, a natureza. E o homem,
como ser curioso, está sempre
em busca de respostas, que nem
sempre são definitivas, visto que
© PaulPaladin/ Photoxpress
a Química utiliza-se de símbolos,
fórmulas, equações, modelos,
postulados, aplicações orientadas em práticas de laboratório
para seu estudo e compreensão de fenômenos associados
às transformações da matéria.
Trabalho operacional e intelectual proporcionando o entendimento da Química, tantas vezes
estigmatizada. “Odeio Química”,
“Não como nada que contenha
química”, “Tintura para cabelo
sem química” são exemplos de
afirmações que somente a ciência pode elucidar. A própria fisiologia do organismo humano é um
laboratório químico magnífico!
Interessante ressaltar que, depois da teoria da relatividade,
publicada por Einstein em 1905,
uma verdadeira revolução foi
deflagrada no campo científico.
Inúmeras convicções passaram
a ser analisadas e revistas. Essa
é mais uma característica, ou
mesmo um encanto das ciências.
Claro, das ciências, uma vez que
o estudo dos fenômenos naturais
é realizado por diversificadas
áreas de conhecimento e camRevista Linha Direta
pos de pesquisas, nos quais se
incluem a Biologia, a Química,
a Física, a Matemática, a Geografia, a Astronomia, a Bioquímica e, dentre inúmeras outras,
a Neurociência. Esta última representa um grande salto para
a formulação racional das explicações sobre o comportamento
humano.
Há uma tendência global à integração das ciências naturais e
humanas – o ser científico e filosófico, com capacidade de analisar diferentes ações humanas,
do ponto de vista econômico,
social e tecnológico e sua interferência nos fenômenos e ciclos
naturais (ciclos geobioquímicos,
ciclo da água, ciclo do carbono
e o efeito estufa, radiação solar
etc.), bem como de refletir sobre a participação individual na
formação de uma rede que envolve hábitos e costumes de nossa sociedade. Desse modo, será
possível maior consciência das
possibilidades de interferência
e modificação dessa realidade.
“A ciência, como um todo, não
é nada mais do que um refina-
mento do pensar diário.” (Albert
Einsten)
E a nossa prática no ambiente
convencional da sala de aula no
ensino das ciências? É desafiadora, mas o princípio está na magia
de despertar no aluno o gosto
pela ciência, incrementar o conhecimento de como a realidade
funciona, facilitar a propagação
da informação científica e despertar nele a vontade de fazer.
Tudo isso com muita disciplina,
entusiasmo, empenho e afeto.
Essa combinação é capaz de estender o conhecimento científico às atividades do cotidiano,
qualificando nossa existência e
transformando nossa vida.
“A maioria das ideias fundamentais da ciência são essencialmente sensíveis e, regra geral, podem ser expressas em linguagem
compreensível a todos.” (Albert
Einsten) 
*Professora de Ciências da Escola
Sesi Alvimar Carneiro de Rezende
www.sesi.org.br
© Amy Walters / Photoxpress
tecido
Micros equipados com nova tecnologia
de recuperação baixam drasticamente
os custos de manutenção
Ganho de
disponibilidade
Revista Linha Direta
Lauro Vianna*
O
Centro Universitário Fundação Santo André, instalado na cidade de Santo
André/SP, que reúne em seu campus três faculdades – a Faculdade
de Ciências Econômicas e Administrativas (Faeco), a Faculdade
de Engenharia (Faeng) e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafil) – e conta com mais de
9 mil alunos, sofria com um problema recorrente: a manutenção
dos equipamentos nos laboratórios de informática. A área de
tecnologia da Fundação encarava
o sério desafio de zerar as alterações feitas por alunos de cursos
de tecnologia, ou mesmo por alunos em geral, que baixavam arquivos de forma indevida, instalavam softwares não autorizados
ou, ainda, alteravam o sistema
das máquinas, gerando problemas de funcionamento e atrapalhando o uso por outras pessoas,
já que o processo de manutenção
podia durar horas, dependendo
do tipo de problema.
A questão foi resolvida quando
a Fundação renovou seu parque
instalado, com 333 computadores
Itautec, adquiridos num contrato
avaliado em R$ 1,1 milhão. Todos
os equipamentos trazem a placa
ReBorn Card, solução tecnológica
incorporada aos computadores
Itautec para mitigar os gastos
com recuperação de sistemas
na área estudantil. Esse componente separa um espaço do disco
rígido do computador para que
novas instalações ou alterações
no sistema sejam salvas, resguardando o drive onde estão instalados o sistema operacional e os
programas definidos. Essas alterações são apagadas quando o PC
é reiniciado, preservando assim
sua configuração original. Com
esse recurso, restaurações de sistemas que podiam consumir até
três dias de trabalho passaram a
consumir entre 30 e 40 minutos,
com ganhos adicionais, como a
automação de tarefas e o gerenciamento remoto.
a disciplina ou a faculdade em
questão.
Segundo Dejalcir Lourencetti, gerente do Centro de Informação da
Fundação Santo André, a equipe
responsável pela manutenção,
composta por 18 profissionais,
obteve um ganho de tempo de
90%; agora, livre de uma tarefa
trabalhosa e que consumia tempo, pode se dedicar a novos projetos dentro da Fundação. De
acordo com ele, a adoção dessa
tecnologia trouxe meios de controlar as alterações feitas pelos
estudantes, melhorando a disponibilidade das máquinas e criando uma percepção mais positiva
por parte de professores e alunos
quanto ao uso dos micros.
A placa ReBorn Card reserva um
espaço do disco rígido do computador para que as novas instalações ou alterações no sistema
sejam salvas separadamente do
drive onde o sistema operacional e os programas definidos estão instalados. Ao reiniciar o PC,
automaticamente as alterações
são apagadas, fazendo com que o
computador retorne à configuração original. Se algum problema
acontecer, basta reiniciar o computador que ele será resolvido.
Outra funcionalidade envolve o
controle remoto: tanto o professor pode usar a função para visualizar a tela do estudante e,
eventualmente, prover alguma
orientação pedagógica, conforme
a atividade, como a equipe de
tecnologia pode, por exemplo,
desabilitar a conexão de internet
em uma aula e sala específicas.
Isso permite, por exemplo, que os
professores desabilitem o acesso
quando querem que os alunos se
concentrem totalmente na aula.
A equipe da Fundação também
desdobrou o uso da placa ReBorn
ao explorar suas outras funcionalidades. Ela viabiliza, por exemplo, fazer a clonagem de disco
(copiar versões inteiras de sistemas operacionais e softwares
aplicativos) nas máquinas com
maior eficiência, substituindo
um software antes usado para o
mesmo fim. Esse recurso permite
que a equipe de tecnologia implemente com agilidade imagens
diferentes de sistema, conforme
Sobre a ReBorn Card
Manter o bom desempenho de
computadores compartilhados é
um grande desafio para os administradores e técnicos de laboratórios de informática e lan houses,
já que o controle sobre aplicativos
que estão sendo instalados nos
computadores por cada usuário é
uma tarefa que consome tempo e
grande esforço técnico. A maioria
dos problemas de lentidão e falhas
nos sistemas é causada por vírus
e programas instalados de forma
indevida e, para solucionar isso, é
preciso fazer backup de arquivos e
reinstalar o sistema operacional, o
que gera demandas constantes de
reparos nas organizações.
Ao dispor de uma oferta de PCs
com essa tecnologia, a Itautec
reafirma sua capacidade de entregar produtos customizados
para as necessidades de mercados verticais, como é o caso de
empresas e organizações que
atuem nas áreas de educação e
treinamento. 
*Diretor comercial de Computação Corporativa da Itautec
www.itautec.com.br
Revista Linha Direta
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