Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento
Antirrábico Humano Realizado pela Equipe de
Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do
Distrito Sanitário Leste do Município de Florianópolis,
Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
Aluna: Solange Alberti Andrzejewski1
Orientador: Marcos Abilio Bosquetti2
Tutor: Maria Luciana Biondo Silva3
Resumo
Abstract
Este artigo objetiva avaliar os aspectos epidemiológicos e o atendimento antirrábico
humano realizado pelas equipes da Estratégia Saúde da Família nos nove centros de
saúde do Distrito Sanitário Leste. Trata-se de
uma pesquisa documental, de caráter descritivo com abordagem quantitativa. Foi aplicado um questionário para 61 profissionais de
tais centros. Através da investigação epidemiológica, essas equipes atendem e acompanham pacientes acometidos por mordedura
de animais utilizando os protocolos estabelecidos pela Norma Técnica para Tratamento
Profilático Antirrábico Humano em conformidade com as diretrizes nacionais e internacionais para a proteção em humanos contra
o vírus da raiva. A pesquisa mostra como
está o conhecimento desses profissionais
sobre raiva humana, como estão efetuando
esse atendimento e aponta como principal
sugestão a elaboração de capacitações em
serviços para as equipes de saúde.
This research work has aimed evaluate the
human anti rabies epidemiologic aspects and
related treatment activities developed by the
family health care strategic teams from Florianopolis’ East Sanitation District. The research work presents a quantitative analysis
of existing qualitative data and from information taken from a survey applied to 61
East District professionals. The epidemiologic
investigation, the heath care and follow up
of patients bitten by animals were accessed
through form protocols based on the national
Human Prophylactic Anti-rabies Standard
that is in accordance to human protection to
rabies viruses national and international guidelines. The research shows that the analysis
of the processes used, available resources the
capability of the personnel involved are key
to point out training needs and adjustment of
processes and resources.
Palavras-chave: Antirrábico. Vigilância Epidemiológica. Saúde da Família.
1
Key words: Anti rabies. Epidemiological
Suveillance. Family Health.
Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (1981).
Especialização em Saúde Pública pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
(1990). E.mail: [email protected].
2
Doutorado em Administração pela Universidade de São Paulo – USP (2009) modalidade
sanduíche com estágios na Melbourne University, Australia (2008) e na McGill University,
Canada (2007). E-mail: [email protected].
3
Graduação em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI (2000).
Especialização (Lato Sensu) em Gestão de Pessoas nas Organizações pela Universidade
Federal de Santa Catarina – UFSC (2011). E-mail: [email protected].
Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico Humano Realizado pela
Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
1 Introdução
A raiva, que ainda é considerada um grave problema de saúde pública, é uma doença infecciosa, de etiologia viral e caráter zoonótico, e de alta
letalidade, transmitida ao homem pela inoculação do vírus rábico, presente
na saliva e em secreções de animais infectados.
Estima-se que ocorram 55.000 óbitos de raiva humana ao ano, a
maioria transmitida por cães, principalmente na África e Ásia. No Brasil, em
2011, ocorreram dois casos de raiva humana, ambos na região Nordeste, e,
em 2012, foram confirmados dois casos, um no Nordeste e outro na região
Centro-Oeste.
Desde 1987, não há registro de casos de raiva humana nos estados do
Sul, sendo o último caso ocorrido no estado do Paraná (BRASIL, 2009a).
Devido ao elevado número de casos de raiva humana transmitida principalmente por cães nas décadas de 1950 e 1960 no Brasil, municípios e estados
desenvolveram atividades e regulamentações direcionadas ao controle de
zoonoses, particularmente a raiva.
Em 1973, foi instituído no Brasil o Programa Nacional de Profilaxia da
Raiva Humana (PNPR) com o objetivo de reduzir o número de casos humanos
mediante o controle dessa zoonose em animais domésticos e realização de
profilaxia em pessoas mordidas ou que tiveram possível contato com animais
raivosos (GARCIA et al., 1999; FREITAS; SILVA, 2007)
As ações do PNPR foram se expandindo gradativamente até sua implantação ser concluída, em todo território nacional, em 1977. Essas ações
foram fortalecidas quando, em 1983, a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) desenvolveu o Plano de Ação para Eliminação da Raiva Urbana das
Principais Cidades da América Latina, resultando no compromisso internacional
de eliminação da raiva humana transmitida por cães na América até 2012, o
que ainda não ocorreu, mais um motivo para se manter o acompanhamento
no atendimento desse agravo. Com a publicação da Portaria n. 5, de 21 de
fevereiro de 2006, as epizootias e/ou mortes de animais passaram a ser reconhecidas como eventos sentinelas para a ocorrência de doenças em humanos
e entraram na lista de notificação compulsória e imediata, o que representou
um importante passo na vigilância e controle das zoonoses. (BRASIL, 2006)
Alguns avanços foram obtidos no controle dessa doença, a exemplo da
redução dos casos humanos e caninos devido, principalmente, às atividades
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direcionadas ao controle da raiva em cães. No Brasil, entretanto, ainda existem
áreas endêmicas para o ciclo urbano, o qual envolve reservatórios domésticos,
como cães e gatos. Por sua vez, observou-se a emergência do ciclo silvestre e
seus reservatórios selvagens, como morcegos, cachorros do mato, raposas e
primatas não humanos. (MAIA-ELKHPOURY; ROCHA; WADA, 2011)
A profilaxia antirrábica destina-se à proteção de humanos com exposição ao vírus da raiva, através do uso de vacina e/ou soro contra a raiva.
Para a adequada utilização desses produtos, existem protocolos estabelecidos
pela Norma Técnica para Tratamento Profilático Antirrábico Humano, em
conformidade com as diretrizes nacionais e internacionais preconizadas para
a proteção em humanos, contra o vírus da raiva.
A descentralização dos atendimentos em saúde para as equipes Estratégias
Saúde da Família é um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), e
a descentralização da Vigilância Epidemiológica (VE) é um importante passo
para a evolução do atendimento antirrábico humano, considerando ainda os
aspectos conceituais de avaliação desses atendimentos. Será avaliada neste
artigo a situação do atendimento antirrábico humano realizado pelas equipes
Estratégia Saúde da Família. O resultado desta pesquisa servirá para avaliar o
potencial dessas equipes e como a VE do Distrito Sanitário Leste gerenciará as
questões abordadas, as dificuldades e os desafios para desenvolver as ações
de prevenção e promoção dos cuidados de atendimento.
2 Descentralização da Vigilância Epidemiológica
A descentralização da gestão da atenção à saúde representa um componente fundamental na consolidação do sistema de saúde do Brasil. Adotada
para oferecer atenção integral e ampliada à população, essa estratégia vem
sendo implementada nos municípios brasileiros, desde 1993, com vistas à
reorganização dos sistemas locais de saúde inspirada nos princípios da integralidade, equidade, descentralização e participação popular. (BRASIL, 2009b)
A descentralização da VE para os municípios ocorre gradualmente, com
repasse das responsabilidades e também dos recursos da esfera federal para
a esfera municipal (MELO; SANTOS, 2008). Assim, um grande passo para a
reorientação das práticas de saúde é a descentralização da VE para a Equipe
Saúde da Família, à medida que os profissionais incorporam-na como uma
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atividade cotidiana do trabalho e desde que o contexto político local seja
favorável a esse processo de mudanças.
2.1 Conceituação de Epidemiologia
A epidemiologia é o eixo da saúde pública que proporciona bases para
a avaliação das medidas de profilaxia, fornece pistas para os diagnósticos de
doenças transmissíveis ou não e enseja a verificação de hipóteses de causalidade. Ela estuda a distribuição da morbidade e da mortalidade a fim de traçar o
perfil de saúde e doença nas comunidades humanas. Realiza testes de eficácia
e de inocuidade de vacinas, desenvolve a vigilância epidemiológica, analisa
os fatores ambientais e socioeconômicos que possam ter alguma influência
na eclosão de doenças e nas condições de saúde e constitui um dos elos entre
a comunidade e o governo, estimulando a prática da cidadania através do
controle dos serviços de saúde, exercido pela sociedade.
A Associação Internacional de Epidemiologia (IEA) cita três objetivos
principais de epidemiologia: descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas; proporcionar dados essenciais
para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle
e tratamento das doenças; e estabelecer prioridades e identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.
Pode-se dizer que uma definição precisa do termo epidemiologia não
é fácil, pois sua temática é dinâmica e seu objeto complexo. De uma maneira
mais simplificada, a epidemiologia define-se como:
[...] ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades
humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes
das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde
coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle
ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam
de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações
de saúde. (GOLDBAUM, 1990, p. 247)
2.2 Prevenção
A saúde pública e a epidemiologia são consideradas indissociáveis
quanto aos seus objetivos sociais e quanto à sua prática, sendo a segunda
o instrumento privilegiado para orientar a atuação da primeira. Se a saúde
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pública é a face tecnológica, a epidemiologia é a face científica. A saúde
pública intervém buscando evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a
saúde física e mental e a eficiência. A epidemiologia faz a observação exata,
a sistematização científica dos eventos de saúde e doença em nível coletivo,
orientando as ações de intervenção. (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 1999)
Saúde pública é a ciência e a arte de evitar doença, prolongar a
vida e desenvolver a saúde física e mental e a eficiência, através
dos esforços organizados da comunidade para saneamento do meio
ambiente, o controle de infecções na comunidade, organização
de serviços médicos e paramédicos, para diagnóstico precoce e
o tratamento preventivo de doenças, e o aperfeiçoamento da
máquina social, que irá assegurar a cada indivíduo, dentro da
comunidade, um padrão de vida adequado à manutenção da
saúde. (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 1999, p. 25)
A prevenção é abrangente, incluída não só a ação dos profissionais,
mas cabe a eles uma importante parcela de ação preventiva com uma decisão
técnica, com ação direta e parte de ação educativa.
2.3 Vigilância Epidemiológica e Estratégia Saúde da Família
A Vigilância Epidemiológica (VE), segundo a Lei Orgânica de Saúde
(BRASIL, 2009b), é o conjunto de ações que proporciona o conhecimento,
a detecção e a prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes
e condicionantes da saúde individual ou coletiva. Ela tem como finalidade
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle de doenças ou
agravos. Essa concepção rompe com um modelo de atenção à saúde com
enfoque biológico e centrado na atenção à doença e, para implementar
medidas eficazes de controle, adota como paradigma o conhecimento dos
fatores que determinam e condicionam o aparecimento de um agravo nos
espaços coletivos.
Segundo Brasil (1990), são funções da vigilância epidemiológica a coleta
e o processamento de dados; a análise e a interpretação dos dados processados; a recomendação das medidas de controle apropriadas; a promoção
das ações de controle indicadas; a avaliação da eficácia e da efetividade das
medidas adotadas; e a divulgação das informações pertinentes. Tais funções
estão pautadas, portanto, na tríade informação-decisão-ação.
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Para que haja o fortalecimento da vigilância epidemiológica, é preciso
ampliar sua atuação para além do controle das doenças transmissíveis, com a
inclusão de outros agravos relevantes para a saúde da população. A atuação
da VE deve ultrapassar o enfoque da doença, procurando identificar os fatores que determinam o processo saúde-doença e, assim, desenvolver práticas
voltadas para a promoção da saúde. O Programa de Saúde da Família (PSF)
assume papel fundamental, pois deve se constituir na porta de entrada do
atendimento de saúde no SUS.
A partir da década de 1960, a VE foi solidificada internacionalmente
e compreendida como o conhecimento da história natural da doença e dos
seus fatores condicionantes, permitindo indicar medidas eficazes e eficientes
para prevenir e controlar determinadas doenças (MENCK; RACZ, 2004). A
Portaria n. 104, de 25 de janeiro de 2011,
Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005
(RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde
pública de notificação compulsória em todo o território nacional
e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades [...]. (BRASIL,
2011, p. 37)
Na Lista de Notificação Compulsória, está incluído, entre os agravos e
eventos relacionados aos de interesse deste artigo, o atendimento antirrábico,
e fazem parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória Imediata a raiva
humana, doença, morte ou evidência de animais com agente etiológico que
pode acarretar a ocorrência de doenças em humanos, com destaque para os
primatas não humanos, morcegos e canídeos. (BRASIL, 2011)
O Programa Saúde da Família (PSF) foi implementado para modificar
as práticas sanitárias, à medida que as ações estariam direcionadas para as
famílias de cada território, permitindo conhecer mais de perto o estado de
saúde da população local. Assim, existem maiores possibilidades de as Equipes
Saúde da Família (ESF) desenvolverem com eficácia as funções inerentes à VE,
implicando a melhoria dos indicadores de saúde dos grupos populacionais,
uma vez que a ESF convive mais de perto com os problemas de saúde da
população e tem condições de intervir oportunamente nos fatores determinantes do processo saúde-doença.
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Os serviços envolvidos na melhoria das condições de vida e saúde da
população, a vigilância epidemiológica e a atenção básica em saúde atuam
em diferentes escopos, mas agem integrados dentro de um mesmo objeto
de trabalho, ou seja, na coletividade, dividindo suas atuações na detecção
de agravos e resposta a eventos de saúde. Embora pesem alguns obstáculos
enfrentados para a sua efetivação, a descentralização dos serviços e ações de
saúde no país apresenta avanços, sobretudo na reorganização da Atenção
Básica aos municípios, nos quais a Estratégia Saúde da Família (ESF) foi
efetivamente adotada e o modelo de Vigilância da Saúde (VS) centrada na
integralidade da atenção foi assumido. (ARAÚJO; ROCHA, 2007)
A concepção de integralidade que fundamenta essa estratégia favorece
a ação interdisciplinar do trabalho em equipe, implicando na possibilidade da
prática de um profissional se reconstruir na prática do outro e, desse modo,
alcançar maior impacto sobre os diferentes fatores que interferem no processo
saúde-doença. (MAIA-ELKHPOURY; ROCHA; WADA, 2011)
A VE tem como objetivo a análise permanente da situação de saúde
da população e a organização e execução de práticas de saúde adequadas
ao enfrentamento dos problemas existentes. Para a identificação de novas
situações e potenciais ameaças sanitárias, a inserção da VE no cotidiano das
rotinas das equipes de saúde da família traz, de forma gradativa, impacto nos
principais indicadores de saúde, mudando a realidade e a qualidade de vida
das populações.
3 Estratégia Saúde da Família
A origem do Programa Saúde da Família teve início em 1994 como
um dos programas propostos pelo governo federal aos municípios para
implementar a atenção primária. A família passa a ser o objeto de atenção,
no ambiente em que vive, permitindo se ter uma compreensão ampliada do
processo saúde-doença. No âmbito da reorganização dos serviços de saúde, a
Estratégia Saúde da Família vai ao encontro dos debates e análises referentes
ao processo de mudança do paradigma que orienta o modelo de atenção à
saúde vigente e que vem sendo enfrentado, desde a década de 1970, pelo
conjunto de atores e sujeitos sociais comprometidos com um novo modelo que
valorize as ações de promoção e proteção da saúde, prevenção das doenças
e atenção integral às pessoas.
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A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do
modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação, em unidades
básicas de saúde, de equipes multiprofissionais, as quais são responsáveis
pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em
uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção
da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais
frequentes e na manutenção da saúde dessas famílias.
O trabalho das Equipes Saúde da Família é o elemento-chave para a
busca permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos
entre os integrantes da equipe e desses com o saber popular do agente comunitário de saúde. As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de
família, um enfermeiro, um técnico ou auxiliar de enfermagem e seis agentes
comunitários de saúde. Quando ampliadas, contam ainda com um dentista,
um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental.
Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de uma determinada área, e esta passa a ter corresponsabilidade no cuidado da saúde. A
atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde,
nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se como
porta de entrada a um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde, por
ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade, por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está
exposta, por prestar assistência integral, permanente e de qualidade, por realizar atividades de educação e promoção da saúde, por estabelecer vínculos
de compromisso e de corresponsabilidade com a população, por estimular
a organização das comunidades, para exercer o controle social das ações e
serviços de saúde, por utilizar sistemas de informação para o monitoramento e
a tomada de decisões, e por atuar de forma intersetorial, por meio de parcerias
estabelecidas com diferentes segmentos sociais e institucionais, de forma a
intervir em situações que transcendem a especificidade do setor saúde e que
têm efeitos determinantes sobre as condições de vida e saúde dos indivíduos,
das famílias e da comunidade.
A Saúde da Família, como estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde, tem provocado um importante movimento com o intuito
de reordenar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na
utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos
nos principais indicadores de saúde das populações assistidas pelas Equipes
Saúde da Família. (MAIA-ELKHPOURY; ROCHA; WADA, 2011)
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4 Raiva
Conhecida desde a antiguidade e descrita por historiadores, estudiosos
e religiosos, a raiva humana é uma das doenças infecciosas mais antigas e
letais que acompanham a trajetória humana.
No século XVIII, Pasteur afirmava que “Para se ter raiva, havia
a necessidade de se ter envolvimento com um cão raivoso”. Em
1911, o veterinário Antonio Carini contesta essa idéia e levanta a
possibilidade da participação dos morcegos como transmissores
da raiva [...], mas, entre 1925 e 1929, após um possível surto
de paralisia ascendente em humanos e botulismo em animais,
na ilha de Trinidad, no Caribe, os médicos Hurst e Pawan
desfizeram o erro diagnóstico e confirmaram que a doença em
bovinos e humanos tratava-se de raiva transmitida por morcegos
hematófagos. Em 1931-1932, aceitou-se finalmente a idéia de
que morcegos hematófagos também podiam transmitir raiva aos
animais e aos seres humanos. A historicidade dos relatos ao longo
dos séculos demonstra a existência de inúmeras interfaces entre a
raiva humana e animal; a complexidade dessa doença continua
sendo um dos grandes desafios para a ciência, a raiva humana
mantém-se em sua história natural como uma antropozoonose,
com quadro de encefalite viral aguda transmitida por mamíferos;
é de suma importância epidemiológica, pois apresenta 100% de
letalidade. (FREITAS; SILVA, 2007, s. p.)
Depois de instalada, a raiva não tem tratamento específico, e não se tem
relato de imunidade natural no homem. No entanto, dispõe-se de medidas
eficientes de prevenção tanto em relação ao ser humano quanto à fonte de
infecção (vacina e soros homólogos e heterólogos), sendo considerada doença
passível de eliminação no ciclo urbano.
A raiva apresenta dois ciclos básicos de transmissão: urbano e silvestre.
No ciclo urbano, as principais fontes de infecção são o cão e o gato. O morcego
é o principal responsável pela manutenção do ciclo silvestre, por ser o único
mamífero que voa, mantendo a disseminação do vírus ao transpor barreiras
geográficas (CARDOSO; FERREIRA; FILGUEIRA, 2011). Ainda no ciclo silvestre, têm-se, entre outros animais, as raposas, macacos, quatis e guaxinins
como agentes transmissores. Na zona rural, a doença afeta animais de produção, bovinos, equinos, suínos e caprinos, que contribuem como sentinelas,
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pois, quando adoecem com diagnóstico de raiva, sinalizam para a presença
no ambiente de morcegos infectados com o vírus rábico.
Na atualidade, persistem casos de raiva em todos os continentes, com
exceção da Oceania. Alguns países da América (Uruguai, Barbados, Jamaica
e Ilhas do Caribe), da Europa (Portugal, Espanha, Irlanda, Grã-Bretanha,
Países Baixos e Bulgária) e da Ásia (Japão) encontram-se livres da infecção
no seu ciclo urbano (transmitidas por cães e gatos). Entretanto, outros países
(França e Inglaterra, EUA e Canadá) ainda enfrentam problemas quanto ao
ciclo silvestre da doença relacionado especialmente com raposas. (GARCIA
et al., 1999)
Os casos de raiva humana transmitida por cão e gato estão controlados
nas regiões Sul e Sudeste. No entanto, devido a modificações ambientais, vem
sendo observado no país um novo perfil epidemiológico de raiva humana
transmitida por morcegos hematófagos e não hematófagos (MENCK; RACZ,
2004). Em áreas urbanas, observa-se ainda a presença do vírus em pequenos
primatas e carnívoros silvestres, que, ao se aproximarem das cidades, agridem as pessoas, contribuindo para o aparecimento de casos. (CARDOSO;
FERREIRA; FILGUEIRA, 2011)
O vírus rábico pertence à ordem Mononegavirales, família Rhabdoviridae
e gênero Lyssavirus. A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus
contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais
raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. O vírus penetra no
organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso
periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central. A partir daí, dissemina-se para vários órgãos, incluindo glândulas salivares, nas quais também se
replica e é eliminado pela saliva das pessoas ou animais enfermos.
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a
cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo durante
toda a evolução da doença. A morte do animal acontece, em média, entre
cinco e sete dias após a apresentação dos sintomas. Em relação aos animais
silvestres, há poucos estudos sobre o período de transmissibilidade. (SOLLA;
TEIXEIRA, 2006)
O período de incubação é variável, desde dias até anos, com uma média
de 45 dias no homem e de 10 dias a dois meses no cão. Em crianças, existe
tendência para um período de incubação menor que no indivíduo adulto. O
período de incubação está diretamente associado à localização, extensão e
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profundidade do ferimento ou contato com a saliva de animais infectados; à
distância entre o local do ferimento e os troncos nervosos; e à concentração
de partículas virais inoculadas e cepa viral.
Após a introdução do vírus no organismo, há um período variável de
incubação, no qual aparecem sintomas que duram de dois a quatro dias e
são inespecíficos. O paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de
temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento,
irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Podem ocorrer alterações de
comportamento e hiperestesia e parestesia próximas ao local da mordedura,
no trajeto de nervos periféricos.
A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários e
generalizados e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e
língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando
sialorreia intensa. O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e evolução para óbito.
Observa-se ainda a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia. O período de evolução do quadro clínico, da ocorrência dos primeiros sinais e sintomas até o óbito, é em geral de cinco a sete dias. No exame
físico, ante a suspeita clínica, deve ser observada a presença de hiperacusia,
hiperosmia, fotofobia, aerofobia, hidrofobia e alterações de comportamento.
A confirmação do caso de raiva se faz através de exame laboratorial
realizado pelo método de imunofluorescência direta (IFD) em impressão
de córnea, raspado de mucosa lingual (swab) ou tecido bulbar de folículos
pilosos, obtidos por biópsia de pele da região cervical. As amostras devem
ser encaminhadas para o laboratório local de cada Estado, o qual enviará as
amostras positivas de cães, gatos, humanos e animais silvestres ao laboratório
de referência, para a realização de tipificação. Os laboratórios devem notificar
o solicitante do exame e a Secretaria Municipal de Saúde, que, por sua vez,
repassará as informações para a Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria
de Vigilância em Saúde. (SOLLA; TEIXEIRA, 2006)
5 Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas
Ao se falar em treinamento ou capacitação, deve-se levar em consideração que esse processo é fundamental para se ter um desenvolvimento pessoal
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à altura da qualidade do serviço oferecido e é mais do que necessário para a
sobrevivência de uma empresa ou instituição; além do mais, é importante que
se passe a efetuar treinamentos, capacitações de maneira habitual, fazendo
com que a educação permanente seja integrada na prática dos serviços efetuados. Verificar periodicamente se os profissionais estão atuando com ética,
com respeito às normas estabelecidas, de maneira coerente e com eficiência
é uma tarefa que deve ser executada pelos gestores ou responsáveis. A partir
disso, deve-se estabelecer planos de ação para moldar e melhorar a produtividade e o serviço ofertado. Um ponto crucial deve ser a construção de uma
nova consciência de sujeito público, que gere novos pensamentos e ações, no
sentido de criar modelos assistenciais alternativos. (PAIM, 2001)
O processo de treinamento é uma forma de ação intencional com o
objetivo de fornecer meios para possibilitar a aprendizagem, que pode ser
definida como o processo pelo qual adquire-se a experiência que leva a aumentar a capacidade produtiva das pessoas, a alterar disposições de ações
em relação ao ambiente e à mudança de comportamento. (BOOG, 2001)
Investir em treinamento e desenvolvimento é uma das formas que as
instituições encontram para trabalhar suas equipes de maneira a capacitá-las
e consequentemente garantir o seu sucesso no ramo de atividade. Capacitar
o grupo favorece a qualidade dos serviços prestados, além de padronizar e
melhorar as tomadas de decisões. Treinamento é o processo educacional de
curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual
as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de
objetivos definidos. O treinamento envolve a transmissão de conhecimentos
específicos relativos ao trabalho, atitudes perante aspectos da organização, da
tarefa e do ambiente e desenvolvimento de habilidades. (CHIVENATO, 2006)
O processo de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) ajuda a desenvolver características individuais que auxiliam na aprendizagem, na transmissão
de informações e no desenvolvimento de habilidades e conceitos, a fim de
modificar determinadas atitudes; é um processo de assimilação cultural que
objetiva repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionados diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho.
O treinamento produz um estado de mudança no conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) de cada trabalhador, uma vez que
implementa ou modifica a sua bagagem de conhecimentos. Afirma-se que o
T&D é um dos subsistemas mais importantes da área de recursos humanos e
é composto pelo levantamento das necessidades, planejamento, programa-
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ção de módulos, treinamento (operacional e administrativo), avaliação de
desempenho, desenvolvimento (executivos e talentos), biblioteca e banco de
dados. (MARRAS, 2000)
Segundo Chiavenato (1999a, p. 294),
[...] a conceituação de treinamento apresenta significados diferentes. Antigamente alguns especialistas em RH consideravam o
treinamento um meio para adequar cada pessoa ao seu cargo
e desenvolver a força de trabalho da organização a partir dos
cargos ocupados. Mais recentemente passou-se a ampliar o
conceito, considerando o treinamento um meio para alavancar
o desempenho no cargo [...].
Já para Boog (2001), o treinamento tornou-se fundamental para o
desenvolvimento das civilizações, pois possibilitou a transmissão dos conhecimentos e habilidades das invenções e criações do homem. Modernamente
o treinamento é considerado um meio para desenvolver competências nas
pessoas, para que elas se tornem produtivas, criativas e inovadoras, a fim de
contribuir melhor para os objetivos organizacionais. Assim, também Chiavenato (2006) cita que o programa de treinamento pode ser de quatro fases:
a) levantamento de necessidades de treinamento (diagnóstico);
b) programação de treinamento para atender às necessidades;
c) implementação e execução; e
d) avaliação dos resultados.
O processo de treinamento não deve ser confundido com a simples
questão de realizar cursos e proporcionar informações. Significa atingir o nível
de desempenho almejado pela instituição através do desenvolvimento contínuo
das pessoas que nela trabalham e identificar constantemente as necessidades,
de acordo com as estratégias organizacionais.
6 Descrição do Distrito Sanitário Leste
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Florianópolis está dividida em
cinco Distritos Sanitários de Saúde: Distrito Sanitário Sul, Leste, Centro, Norte
e Continente, os quais possuem base territorial e epidemiológica regionalizadas
e encontram-se vinculados e subordinados técnica e administrativamente à
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
101
Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico Humano Realizado pela
Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
Secretaria Municipal de Saúde. Cada distrito sanitário é composto pelo Diretor
do Distrito Sanitário, pelo Supervisor de Atenção Primária, pelo Supervisor
de Média/Alta Complexidade, pelo Assessor Regional de Vigilância em Saúde
e pelo Assessor Administrativo/Logística. Eles foram criados em 2002, inicialmente com o nome de Regionais de Saúde, oficializados pela Lei n. 137/2004
(FLORIANÓPOLIS, 2004). Segue o regimento do Distrito Sanitário, que em
resumo tem a finalidade de descentralizar os serviços, auxiliar na resolução
de problemas levantados, intermediar o processo de trabalho e gerenciar
recursos humanos, logística, planejamento, educação permanente e ações
de controle entre os centros de saúde sob a responsabilidade de cada Distrito
Sanitário, intermediando com os demais setores e os gestores da Secretaria
Municipal de Saúde.
O Distrito Sanitário Leste é composto por nove Centros de Saúde (CS):
CS Barra da Lagoa, CS Costa da Lagoa, CS Lagoa da Conceição, CS Canto
da Lagoa, CS Córrego Grande, CS Pantanal, CS Itacorubi, CS João Paulo, CS
Saco Grande; um Centro de Zoonose; e um Centro de Atenção Psicossocial
Álcool e Drogas da Ilha (CAPS AD Ilha).
A sede do Distrito Sanitário Leste situa-se na Rua José Henrique Veras, número 203, na Lagoa da Conceição; e este é composto pelos seguintes
membros:
a) uma diretora de DS (médica);
b) uma supervisora de atenção primária (enfermeira);
c) uma supervisora de média complexidade (enfermeira);
d) um apoio logístico (dentista);
e) um auxiliar administrativo;
f) duas enfermeiras de vigilância epidemiológica (VE), uma das quais
ocupa o cargo de chefe de departamento; e
g) uma técnica de enfermagem de VE.
Cada membro das equipes tem suas funções definidas e norteadas pelo
nível central da SMS, atuando como ponte entre as demandas de serviços e as
ações que são desenvolvidas nos Centros de Saúde, com o nível central, com
a finalidade de auxiliar, agilizar e resolver questões técnicas e administrativas.
No setor de VE do Distrito Sanitário Leste, os trabalhos são de investigação
de agravo de notificação compulsória, de óbito infantil e óbito de mulheres
em idade fértil, monitoramento em imunização, organização e avaliação de
102
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
Solange Alberti Andrzejewski #Marcos Abilio Bosquetti # Maria Luciana Biondo Silva
campanhas de vacinação, controle de surtos, capacitações e treinamentos em
VE e suporte técnico em agravos e doenças imunopreveníveis.
Entre os serviços efetuados, é de responsabilidade da VE do Distrito
Sanitário Leste monitorar, acompanhar e assessorar a investigação do atendimento antirrábico humano realizado pelas equipes de saúde da família dos
CS, fornecer dados epidemiológicos, alinhar estratégias para coberturas vacinais, e estar atento a situações de risco epidemiológico, a fim de que possam
ser definidas ações em tempo hábil de impedir surtos ou calamidades, em
conjunto com a Diretoria de Vigilância em Saúde.
7 Metodologia
Foi realizado um estudo descritivo dos casos de raiva humana, e os
atendimentos antirrábicos humanos foram notificados no SINAN, no município
de Florianópolis, no ano de 2011. O atendimento antirrábico humano (ARH)
é o agravo de maior ocorrência anualmente no Município de Florianópolis,
totalizando 1.726 notificações em 2011.
Não se tem registro de raiva humana na região Sul do Brasil desde
1987. (FREITAS; SILVA, 2007)
Dos casos de ARH notificados, foi feito um levantamento das frequências
por espécie de animal agressor segundo a faixa etária, por tipo de ferimento,
por tratamento indicado segundo a espécie de animal agressor e por abandono
de tratamento indicado.
Foi escolhido para pesquisa o ano 2011, por ser o mais recente com
casos encerrados no Sistema Nacional de Notificação (SINAN). Para essa
informação, foi feita a busca na Gerência de Vigilância Epidemiológica, setor
de doenças agudas da Secretaria Municipal de Saúde. As frequências foram
colocadas em planilha Excel e mostradas mais adiante, juntamente com as
demais análises e resultados.
Também foi realizada uma pesquisa de campo, aplicando-se um questionário para profissionais dos nove Centros de Saúde do Distrito Sanitário
Leste. Responderam a ele aproximadamente 61 pessoas com as seguintes
formações profissionais: enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e
agentes comunitários de saúde.
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
103
Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico Humano Realizado pela
Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
As perguntas do questionário foram elaboradas com a intenção de
verificar como está sendo realizado o atendimento antirrábico humano nos
Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste, qual é o entendimento de cada
componente da equipe Estratégia Saúde da Família e que ações estão sendo
realizadas, avaliando não só a questão técnica como também as condições
de capacitação, recursos humanos, disponibilidade de vacina/soro antirrábico
e encaminhamentos necessários para o desenvolvimento do atendimento.
8 Análise e Resultados
Na Tabela 1, verifica-se que, entre os atendimentos antirrábicos humanos
realizados em Florianópolis no ano 2011, a maior a frequência por espécie
de animal agressor está na faixa etária entre 5 a 34 anos, totalizando 869
ocorrências, que representam 50,3% do total de atendimentos. Observa-se
também que, em todas as faixas etárias, a maior ocorrência de ataques é da
espécie canina.
Tabela 1: Frequência por espécie de animal agressor segundo a faixa etária
Faixa
Etária
<1 Ano
1-4
5-14
15-24
25-34
35-44
45-54
55-64
65 e+
Total
Ign/
Branco
Canina
Felina
Quiróptera
Primata
Outra
Total
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
26
102
336
216
244
184
187
161
117
1.573
3
6
16
20
29
20
14
18
12
138
0
0
0
2
1
0
0
0
2
5
0
0
0
1
1
0
3
0
0
5
0
0
0
0
2
2
0
0
0
4
29
108
353
239
277
206
204
179
131
1.726
Fonte: Brasil (2013)
Três tipos de ferimentos, superficial, profundo e dilacerante ocorreram
no ano 2011. O de maior frequência é o ferimento superficial, com 1.050
casos, que representam 60,8 % do total (Tabelas 2, 3 e 4).
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Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
Solange Alberti Andrzejewski #Marcos Abilio Bosquetti # Maria Luciana Biondo Silva
Tabela 2: Frequência por ferimento profundo segundo o tipo de ferimento
Ferimento
Ign/Branco
Único
Múltiplo
Total
Ign/
Branco
8
4
0
12
Profundo
Não
Total
0
295
325
620
5
788
301
1.094
13
1.087
626
1.726
Fonte: Brasil (2013)
Tabela 3: Frequência por ferimento superficial segundo o tipo de ferimento
Ferimento
Ign/Branco
Superficial
Não
Total
8
2
0
10
5
762
283
1.050
0
323
343
666
13
1.087
626
1.726
Ign/Branco
Único
Múltiplo
Total
Fonte: Brasil (2013)
Tabela 4: Frequência por ferimento dilacerante segundo o tipo de ferimento
Ferimento
Ign/Branco
Único
Múltiplo
Total
Ign/Branco
Dilacerante
Não
Total
8
3
0
11
0
45
94
139
5
1.039
532
1.576
13
1.087
626
1.726
Fonte: Brasil (2013)
Ao se analisarem as fichas de atendimento antirrábico humano realizado
pelas Unidades de Saúde em 2011, verificou-se que a maior frequência de
indicação de tratamento foi em relação a cão ou gato, com 1.292 indicações,
que representam 78,8% dos casos. Esse fato comprova a importância de se
fazer o acompanhamento no período de observação do cão ou gato, que é
de 10 dias após a exposição da agressão. A segunda maior frequência é a
indicação da vacina contra raiva, com 311 indicações, totalizando 18,0%
dos casos, seguida da indicação de soro mais vacina, com 78 indicações,
representando 4,5% dos atendimentos (Tabela 5).
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
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Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico Humano Realizado pela
Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
Tabela 5: Frequência por tratamento indicado segundo a espécie do animal agressor
Espécie de
Ignorado
ou em
animal agressor
branco
Pré
Dispensa de
exposição
tratamento
Observação
do animal (se
cão ou gato)
Observação
mais vacina
Vacina
Soro
mais
vacina
Esquema de
Reexposição
Total
Ign/Branco
1
0
0
0
0
0
0
0
1
Canina
3
4
1
1.202
25
287
49
2
1.573
Felina
2
1
0
90
5
24
16
0
138
Quiróptera
(morcego)
0
0
0
0
0
0
5
0
5
Primata (macaco)
0
0
0
0
0
0
5
0
5
Outra
1
0
0
0
0
0
3
0
4
Total
7
5
1
1.292
30
311
78
2
1.726
Fonte: Brasil (2013)
A pesquisa realizada foi para amostragem. Participaram os profissionais
que compõem as equipes básicas de Estratégia Saúde da Família (médico,
enfermeiro, técnico de enfermagem, agente comunitário de saúde e coordenadores dos Centros de Saúde (CS) do Distrito Sanitário Leste). Foi aplicado
questionário com perguntas objetivas e dissertativas para:
a) 11 médicos;
b) 12 enfermeiros;
c) 17 técnicos de enfermagem;
d) 12 agentes comunitários de saúde; e
e) 9 coordenadores dos centros de saúde.
Todos os nove centros de saúde do Distrito Sanitário Leste foram contemplados na pesquisa e todos fazem o atendimento Antirrábico Humano
(ARH), independente de possuírem ou não sala de vacina; inclusive, seis
deles possuem sala de vacinação e três não. Analisando as respostas dadas
ao questionário pelos profissionais, têm-se as seguintes avaliações concluídas,
que estão colocadas em forma nos 15 gráficos a seguir.
106
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
Solange Alberti Andrzejewski #Marcos Abilio Bosquetti # Maria Luciana Biondo Silva
120
100
80
60
40
20
0
Gráfico 1: Resposta dos enfermeiros dos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
18%
36%
Muito bom
Bom
Regular
46%
Gráfico 2: Opinião dos enfermeiros sobre o ARH nos
centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
107
Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico Humano Realizado pela
Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
Treinamento/capacitação
16
Melhorar as notificações em ARH
8
Ter ficha de notificação no
InfoSaúde
8
55
Ter ARH nas UPAs
Todos os CS com sala de vacina
8
Não tem sugestão
8
Gráfico 3: Sugestão dos enfermeiros para melhorar o ARH
nos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Gráfico 4: Resposta dos médicos dos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
108
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
Solange Alberti Andrzejewski #Marcos Abilio Bosquetti # Maria Luciana Biondo Silva
18,2%
27,3%
Muito bom
Bom
Regular
Sem opinião
9%
45,5%
Gráfico 5: Opinião dos médicos sobre o ARH nos
centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
Gráfico 6: Sugestão dos médicos para melhorar o ARH
nos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
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Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
Gráfico 7: Resposta dos coordenadores dos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
11,1%
11,2%
Muito bom
Bom
Regular
77,7%
Gráfico 8: Opinião dos coordenadores sobre o ARH nos
centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
110
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
Solange Alberti Andrzejewski #Marcos Abilio Bosquetti # Maria Luciana Biondo Silva
Treinamento/capacitação
33,3%
Material para consulta de fácil
acesso
55,5%
Não ter falta de vacina contra a
raiva humana
11,1%
Não tem sugestão
11,1%
Gráfico 9: Sugestão dos coordenadores para melhorar o ARH
nos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Gráfico 10: Resposta dos técnicos de enfermagem dos
centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
111
Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico Humano Realizado pela
Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
5,9%
5,8%
Muito bom
Bom
Regular
88,3%
Gráfico 11: Opinião dos técnicos de enfermagem sobre o ARH
nos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
Gráfico 12: Sugestão dos técnicos de enfermagem para melhorar
o ARH nos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
112
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
Solange Alberti Andrzejewski #Marcos Abilio Bosquetti # Maria Luciana Biondo Silva
75
66,6
58,3
50
33,3
25
25
8,3
Gráfico 13: Respostas dos agentes comunitários de saúde
dos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
16%
Muito bom
42%
Bom
Regular
Sem opinião
42%
0%
Gráfico 14: Opinião dos agentes comunitários de saúde sobre o
ARH nos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
113
Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico Humano Realizado pela
Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
Gráfico 15: Sugestão dos agentes comunitários de saúde para melhorar
o ARH nos centros de saúde do Distrito Sanitário Leste
Fonte: Elaborada pelo autora deste artigo
9 Considerações Finais
Esta pesquisa foi realizada com a intenção de analisar, através das
respostas aos questionários que deram os profissionais que compõem as
equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) dos centros de saúde do Distrito
Sanitário Leste, o seu entendimento sobre o atendimento antirrábico humano
(ARH) dos componentes da equipe de saúde, que é composta por médicos,
enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários. Também foi
verificado como os coordenadores dos centros de saúde (CS) percebem esse
atendimento. As enunciações avaliativas das entrevistas indicaram desempenho
positivo quanto à capacidade de intervenção da ESF, ainda que relacionado
sobretudo com a detecção dos cuidados que devem ser aplicados no que se
refere à mordedura de animais com risco de transmitir raiva humana.
Apesar de positiva, esta avaliação mostrou também que há necessidade
de melhorar o atendimento antirrábico humano (ARH) e capacitar profissionais da saúde para atuarem efetivamente nesse atendimento aos usuários do
Sistema Único de Saúde (SUS). Na classe médica, o que chamou a atenção
foi que, apesar de 90% efetuarem o ARH, apenas 60% sabem quando há necessidade de indicar o soro antirrábico humano para tratamento. O enfermeiro
114
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
Solange Alberti Andrzejewski #Marcos Abilio Bosquetti # Maria Luciana Biondo Silva
foi quem demonstrou mais entendimento sobre o ARH, mas apenas 63,7%
têm conhecimento de que há casos de raiva humana no Brasil.
Os técnicos de enfermagem executam a parte de vacinação antirrábica
e fazem o acompanhamento dos pacientes durante o período de observação
do cão e gato que os agrediram. Desses técnicos, 58,8% tiveram dúvidas em
relação à indicação do soro antirrábico humano e 64,7% não sabem que há
casos de raiva humana no país. Entre as respostas dos técnicos em relação
às sugestões, 35,2% não tiveram nenhuma sugestão, o mesmo percentual de
quem solicitou capacitação ou treinamento. Quanto ao agente comunitário
de saúde (ACS), apesar de ele compor a equipe ESF, não faz parte de suas
atribuições realizar o ARH; sua função nesse processo é auxiliar na observação do animal doméstico (cão e gato). Apesar de o conhecimento em ARH
ser menor nessa categoria, 58,3% não tiveram sugestão para melhorá-lo e
apenas 33,3% opinaram para que houvesse capacitação nesse tema. Entre os
coordenadores, 88,8% sabem que esse é um agravo de notificação compulsória, mas só 33,3% disseram que há raiva humana no Brasil. O que ainda
surpreendeu foi que mais da metade (55,5%) dos coordenadores não tinha
sugestão para melhorar esse atendimento.
Pode-se dizer que, entre as classes profissionais pesquisadas, o enfermeiro
mostrou maior conhecimento do assunto, seguido do médico e do técnico de
enfermagem. Essa tendência se confirma, pois são esses os profissionais que
mais se envolvem no ARH. Em relação aos coordenadores dos centros de saúde,
os resultados também são o esperado, já que eles não compõem a equipe de
saúde ou são poucos os que a compõem. A pesquisa mostra ainda que todas
as classes consideram o ARH bom ou muito bom e que, com exceção dos
ACS, os demais apontaram a necessidade de receberem capacitações sobre
o tema e orientação em relação ao ARH. O Ministério da Saúde tem uma
estratégia proposta, chamada de Política Nacional de Educação Permanente,
para atuar efetivamente com as necessidades populacionais. Diante da situação
em que se encontra esse atendimento e seguindo o objetivo proposto neste
artigo, são indispensáveis a criação e a adoção de políticas públicas educativas que contribuam positivamente para a promoção da saúde e colaborem
para o trabalho em equipe entre profissionais, gestores e comunidade, com
vistas ao bom resultado e à efetividade do atendimento antirrábico humano
nos centros de saúde.
Compondo um dos objetivos do planejamento da Secretaria Municipal
de Saúde de Florianópolis, está a implementação da educação permanente
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 13
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Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico Humano Realizado pela
Equipe de Estratégia Saúde da Família dos Centros de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do Município de Florianópolis, Considerando-se Indicadores Epidemiológicos
aos profissionais das unidades de saúde. O Distrito Sanitário Leste propõe
elaborar uma capacitação em atendimento antirrábico humano reforçando
a importância dos profissionais de saúde permanecerem atentos à avaliação
e indicação adequada e oportuna do tratamento antirrábico. Este estudo
apontou para a necessidade de um investimento continuado de aprendizado,
buscando identificar avanços e superar os entraves numa intervenção complexa
e fundamental para mudar o estado de saúde da população.
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117
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CHIVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo:
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Análise da Realização e a Avaliação do Atendimento Antirrábico