COLÉGIO PORTO ALVORADA Colocar limites: o que pode e o que não pode. Algumas crianças ficam roxas de raiva, outras gritam e esperneiam, enquanto os pais, constrangidos, se perguntam: por que tudo isso? Os limites cumprem várias funções e preparam as crianças para viverem em um mundo real. Além de servirem como proteção e segurança em situações concretas (como situações de perigo ou risco), abrangem também a proteção da criança contra seus excessos sentimentais. Quando ela sente raiva ou ódio com muita intensidade, fica difícil se frear sozinha: precisa de nossa ajuda, no sentido de canalizar a expressão desses sentimentos de modo não destrutivo. E essa ajuda significa a firmeza e a segurança de limites bem colocados. Outra função dos limites é a de ajudar a criança no controle de sua voracidade – querer tudo o que desejar, na hora que desejar, do jeito que bem entender. A princípio, a frustração e a raiva tomam conta dela quando sua voracidade é interditada. E como seus impulsos não cedem de imediato, ela pode ter uma conduta desordenada, com acessos de fúria e descontrole – atirar-se no chão, berrar, espernear, bater, chutar, cuspir ou morder. É necessário que os pais demonstrem compreensão pelos sentimentos da criança e uma firmeza de decisão: “sei que você está com muita raiva, mas não vou deixar que você bata em mim”, “você está zangada porque não deixei mexer na gaveta, mas não é certo quebrar as coisas por causa disso”. A criança que nunca recebe um “não” e sempre tem suas vontades prontamente atendidas, cria a fantasia de que não existem restrições. Quando ela é contrariada, vem a explosão de raiva como forma de inibir os pais e atingir seus objetivos. O artifício serve também para chamar atenção. Nesse caso, é apropriado estabelecer as regras e não prestar muita atenção aos chiliques. O sucesso no combate à birra também está ligado à coerência nas atitudes dos pais. Nada de colocar as regras e depois ceder. A mãe jamais deve desautorizar o pai, ou vice-versa, na hora da bronca. É importante que cada um apoie a bronca do outro e mantenha a mesma orientação, ao menos na frente do filho. Se a criança percebe que a birra não surte efeito, ela acaba desistindo. Toda criança irá testar os limites estabelecidos, desrespeitando-os. Toda vez que ela conseguir o que quer com birra, insistências ou chantagens emocionais, o adulto perde um ponto no relacionamento. Mas o excesso de normas também é desgastante. Guarde o “não” para quando for realmente necessário. E na hora de demonstrar autoridade, nada de discussões ou discursos morais. O exercício da autoridade requer brevidade. A fala do adulto será levada mais a sério se for objetiva, breve, com explicações concretas. * Quanto menor a criança, maior é o número de regras que não são negociáveis. Por exemplo: tomar banho. www.portoalvorada.com.br