FACULDADE CEARENSE BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS O CAPITAL INTELECTUAL E OS MODELOS DE MENSURAÇÃO GLEYDSON ALVES PEREIRA Orientação Profª. Dra Marcia Maria Machado Freitas FORTALEZA 2013 FACULDADES CEARENSES - FAC BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS O CAPITAL INTELECTUAL E OS MODELOS DE MENSURAÇÃO Gleydson Alves Pereira Artigo apresentado ao Curso Ciências Contábeis da Faculdade Cearense – FAC, como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, sob a orientação da Profª. Dra Marcia Maria Machado Freitas. FORTALEZA 2013 2 O CAPITAL INTELECTUAL E OS MODELOS DE MENSURAÇÃO Gleydson Alves Pereira 1 Marcia Maria Machado Freitas 2 RESUMO Este trabalho apresenta a conceituação a respeito do capital intelectual, bem como os modelos de mensuração do mesmo e questiona-se a importância do capital intelectual para as organizações e para a contabilidade. O objetivo geral foi analisar o capital intelectual e os modelos de mensuração. Como objetivos específicos tem-se demonstrar a importância do capital intelectual na contabilidade, analisar sua importância para o processo de tomada de decisão e para os usuários que necessitam de tais conhecimentos do seu cotidiano laboral nas suas organizações. A metodologia utilizada foi uma pesquisa baseada em revisão bibliográfica. Diante da era do conhecimento, tornou-se, mais que necessário a Ciência Contábil fazer o registro dessa nova fonte de riqueza, ou seja, os bens intangíveis de suma relevância para as organizações, denominado como o capital intelectual, sendo composto do capital humano, capital estrutural e de clientes. Por meio desses modelos e sua abordagem, procurou-se evidenciar as vantagens, limitações e características adequandose ao atual contexto econômico, social e global digital. Pouco se sabe do assunto, tornando-se imprescindível explanar a sua importância nas organizações e na sociedade. Palavras-chaves: Capital intelectual. Mensuração. Intangíveis. 3 ABSTRACT This paper presents the concept about intellectual capital, as well as the measurement model of it. Will explain the importance of intellectual capital for organizations and for accounting. The overall objective was to analyze the intellectual capital and measurement models. Specific objectives is to demonstrate the importance of intellectual capital accounting, verify its importance to the process of decision making and for users who need such knowledge of their daily work in their organizations. The methodology used was a survey based on literature review. Given the knowledge era, became more necessary Science Accounting to register this new source of wealth, ie, the intangibles of paramount importance for organizations, termed as intellectual capital. , Which is comprised of human capital, structural capital and customer. Anyway, through these models and their approach, we tried to highlight the advantages, limitations and characteristics adapting to the current economic, social and global Digital. Because little is known of the subject, making it essential to explain its importance in organizations and society. Key words: Intellectual capital, measurement, intangible. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1 Aluno do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Cearense (FAC), [email protected] 2 Doutora em Educação pela Universidade Del Mar – Chile. Contadora. Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Cearense. [email protected] 4 SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Capital Intelectual. 3. Composição do Capital Intelectual. 4. Modelos de Mensuração do Capital Intelectual. 5. A importância do Capital Intelectual para As Organizações e a Contabilidade. 6. Conclusão. 7. Referências. 1 INTRODUÇÃO Ao longo dos anos vêm ocorrendo mudanças na sociedade gerando processo de globalização mundial, devido a existência de novas técnicas e serviços, bem como o rápido avanço das tecnologias de produção, informática e de telecomunicações. Diante desses avanços as organizações necessitam adaptar-se a uma nova realidade, onde o conhecimento torna-se um recurso econômico muito mais essencial do que a matéria-prima, e na grande maioria das vezes mais do que o próprio capital econômico. Com esses fatos percebe-se a importância das pessoas nas entidades. Durante muito tempo foi normal pensar que seres humanos não deveriam ser tratados como despesa, e sim como ativos imobilizados da organização. Pelo fato dos mesmos serem equiparados às máquinas ou equipamentos da entidade. Todavia, o homem é um ser capaz de produzir o pensamento e o raciocínio, onde o conhecimento produzido e adquirido, habilidades e motivação do mesmo não podem jamais ser confundidos com tal equivoco cometido durante muito tempo, haja vista que tais atribuições são na verdade ativos intangíveis, ou seja, capital intelectual. O ser humano é o maior capital, pois ele tem o senso critico de diferenciar o que não está programado através de comando previamente de dados, ou seja, ele pode acreditar nele mesmo, quando devidamente motivado pelos seus gestores, tem a capacidade de buscar o que quer, tornando-se um diferencial competitivo para as empresas. Uma vez que a capacidade de adquirir e desenvolver conhecimentos são inerentes ao ser humano, isto o diferencia dos demais recursos econômico, pois o conhecimento é um recurso ilimitado, além disso, diferentemente dos 5 recursos naturais que se exaurem com o tempo, nos quais representava a base da sustentação da sociedade industrial, o conhecimento é não subtrativo. A informação e o conhecimento diferem dos demais recursos econômicos, porque podem ser utilizados sem, contudo, serem consumidos e por outro lado, o custo da sua produção independe do nível de atividade da organização, ou seja, do número de pessoas que irão se beneficiar com sua utilização. Na era da informação, o conhecimento tornou-se a principal commodity e acelerador do resultado da atividade econômica, a inteligência organizacional (pessoas inteligentes trabalhando de forma inteligente) deixou de ter um papel secundário, para assumir o papel o de principal nas organizações. Enfim, pode-se concluir que o conhecimento vem se somar aos recursos básicos (fatores de produção), indispensáveis para o desenvolvimento contínuo da Economia, não como um substituto, mas como um agente interativo básico para o atual processo de mudança da situação econômica global. A vantagem de se mensurar o capital intelectual nas organizações está no diferencial competitivo de mercado, pois a sua mensuração irá aumentar o seu ativo intangível de forma substancial, bem como fará com que seus colaboradores sejam reconhecidos pelo seu potencial de conhecimento intelecto, ou seja, algo peculiar a si e que não tem como ninguém comprá-lo ou vendê-lo, pois cada pessoal ao longo da sua vivência profissional vai adquirindo o seu. A limitação do capital intelectual está justamente na sua mensuração, pois os métodos existentes não são de fáceis contabilizações. Haja vista o pouco conhecimento que se tem sobre o assunto, bem como não ser do cotidiano de uma organização tradicional se adaptar a mudanças em seus paradigmas, para a sociedade a dificuldade é maior de se entender sobre o assunto pelo fator de ser pouco abordado em mídias populares. De acordo com o exposto tem-se o seguinte questionamento: Qual a importância do capital intelectual para as organizações e para a contabilidade? 6 Este artigo tem o objetivo geral analisar o capital intelectual e os modelos de mensuração. Como objetivos específicos tem-se demonstrar a importância do capital intelectual na contabilidade, analisar sua importância para o processo de tomada de decisão e para os usuários que necessitam de tais conhecimentos do seu cotidiano laboral nas suas organizações. A importância de se abordar sobre o capital intelectual está em se fazer um levantamento de informações uteis para as organizações e sociedade, tendo em vista que tão pouco se fala em tal assunto que para muitos é algo de pouco relevância, mas que através dessa abordagem provarse-á o contrário. Num mercado cada vez mais competitivo em que se fixar num paradigma pode levar uma organização a ficar ultrapassada para enfrentar um mundo cada vez mais globalizado, onde ser diferente das concorrentes já é um diferencial, o conhecimento é a principal variável que pode se diferenciar para as organizações. As ideias fantásticas, as estratégias perfeitas, o planejamento eficaz e as tomadas de decisões concisas advêm do intelecto trabalhado em cada pessoa. Na sociedade a importância se baseia num ponto de extrema relevância, ou seja, conhecer o seu capital intelectual a tornará mais culta, consequentemente mais consciente de seus direitos e deveres perante todos os aspectos sociais. Isso fará com que o seu diferencial, isto é, o seu intelecto seja mais apurado, não aceitando mais tudo que lhe é imposto pela falta de conhecimento de determinado assunto. O conceito de determinados temas sem relevância começaria a ter algum valor, pois a principal fonte do capital intelectual é o capital humano, isto é, aquele que é adquirido por cada ser individualmente ao longo da sua vida profissional e pessoal. Não seria mais uma sociedade passiva e alienada a determinados assuntos de suma importância para o desenvolvimento do estado com um todo, como é o caso da política em nosso país. Ao explanar a importância do capital intelectual para as organizações e para a sociedade, pode-se verificar que é imprescindível conhecer e falar desse assunto cada vez mais presente 7 em nosso cotidiano, apesar de se apresentar de uma maneira peculiar e, de certa forma, tímida. Por isso que será explanado a sua conceituação e os seus modelos de mensuração para que se possa entender e se familiarizar cada vez mais com essa temática mais que atual. A metodologia utilizada foi uma pesquisa baseada numa revisão bibliográfica. Na qual forneceu subsídios para um referencial teórico e possibilitou a demonstração da importância do capital intelectual e os modelos de para a sua mensuração pela contabilidade para as entidades como um todo. A pesquisa bibliográfica consiste, portanto, em um levantamento de livros, artigos, periódicos, trabalhos publicados na internet, teses e dissertações que tivessem alguma relação com o assunto ora explanado e com o tema de estudo. Após identificar os conceitos e teorias, serão possíveis através de uma revisão do material bibliográfico, realizar as análises que levaram aos resultados positivos e esperados, sendo apresentadas as conclusões e o desenvolvimento deste trabalho. Segundo Fachin (2001) o conhecimento científico procede ao conhecimento empírico dos fatos para conhecer a realidade além de suas aparências superficiais. O autor ressaltou que o conhecimento científico resulta da pesquisa metodológica, sistematizada e do contexto. Portanto o método científico é racional, sistêmico e tem uma tendência a revelar aspectos da realidade, procurando analisar para descobrir suas causas e concluir as leis que o orientam. Num mercado competitivo como no corporativismo, o risco é iminente, haja vista as incertezas de variáveis financeiras e econômicas. Do ponto de vista de Selltiz et al (1987), nenhum método conhecido pelo homem pode eliminar inteiramente a incerteza, no entanto, o método cientifico, mais do que qualquer outro processo, pode diminuir os elementos de incerteza. E do ponto de vista de Corte (1971) é a síntese de uma maneira de agir, de um procedimento definido de um método próprio de lidar com os fatos. 8 Para se provar algo é necessário de fatos comprobatórios e embasamentos verídicos, isto é, não bastar falar tem que se provar. Para Lakatos e Marconi (2007, p. 43), uma pesquisa bibliográfica significa muito mais do que apenas a verdade, pois trata de “[...] encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos”. A pesquisa deste artigo foi baseada em vários modelos existentes propostos por Edwinsson e Marlone (1997), Sveiby (1998), Kaplan e Norton (1997), Annie Brooking (1996), Andriessen (2001), Baruch Lev (2001 apud Wernke, 2003) e James Tobin (Stewart, 1998), focando a importância do capital intelectual para as organizações e a sociedade, bem como os modelos de mensuração do mesmo. 2 CAPITAL INTELECTUAL O mundo está em constante desenvolvimento, seja no aspecto tecnológico ou no sociológico, haja vista a evolução plena da humanidade ao longo de sua história. Concomitante a essas mudanças se tem um capital que antes não tinha, praticamente, importância, mas que hoje a empresa não evolui se não tiver um investimento alto nele, ou seja, o intelectual. Este é definido por vários autores, todavia sempre no mesmo sentido conceitual. A base central para começar a defini-lo está em entender o que é o ativo intangível, grupo no qual ele está inserido. Em uma visão geral dos conhecimentos acadêmicos é o que não poder ser tocado ou que não possui matéria física. Já em uma visão especifica segundo Schmidt e Santos (2002:151) o define “Como recursos incorpóreos controlados pela empresa, capazes de produzir benefícios futuros”. Ao conhecer a origem em que se pertence o capital intelectual, pode-se iniciar a conceituá-lo. Segundo Stewart apud Lopo Martinez (1999) é o conhecimento que existe em uma organização que pode ser usada para criar uma vantagem diferencial no mercado. Hoje, o grande diferencial no mercado está nos colaboradores, pois o conhecimento adquirido ao longo de sua vivencia profissional quando bem 9 mensurado pela organização é um capital intangível de grande valor perante o mercado competitivo atual. Sá (1999) aborda que o imaterial atua sobre a riqueza como um agente propulsor, e que não se pode negar que existe uma forte ligação entre a riqueza (como algo material apenas) e os que atuam sobre a mesma. Edvinsson e Malone (1998) é um capital não financeiro que representa a lacuna oculta entre o valor de mercado e o valor contábil. Segundo a visão de Hugh MacDonald (apud Stewart, 1998) é o conhecimento existente em uma organização e que pode ser utilizado para criar uma vantagem diferencial de agentes imateriais para a mesma. Para Klein e Prusak (apud Stewart, 1998) é o material intelectual que foi formalizado, capturado e alavancado com a finalidade de produzir um ativo de maior valor. Para Nonakata e Takeuchi (1997) é um ativo intangível que está disperso na cabeça das pessoas que integram a empresa e ainda, em documentos gerados em sua estrutura, como relatórios, memorandos, arquivos eletrônicos e, especialmente, na sua experiência prática. Correspondem ao conhecimento explicito (existência concreta) e ao conhecimento tácito (intuitivo), respectivamente. Nessa definição é perceptível que não se dava a devida importância para o capital intelectual, pois aborda como um fato isolado na contabilidade sem muita importância e como sendo o conhecimento adquirido pelo funcionário e o intangível que foi mensurado. Para Brooking (1996) é uma combinação de ativos intangíveis, fruto das mudanças nas áreas da tecnologia da informação, mídia e comunicação, que trazem benefícios intangíveis para as empresas que capacitam seu funcionamento. Para o autor fica clara a importância do capital intelectual quando devidamente é explorado pelas organizações. Para os autores Shmidt e Santos (2003), ele consiste no conhecimento que foi adquirido e transformado pelas pessoas, com o objetivo de produzir ativos de maiores valores para a organização, com a satisfação da necessidade de um cliente, desenvolvimento de um produto inovador, bom 10 relacionamento com fornecedores e sistemas de informações, entre outros ativos intelectuais, que juntos formam o capital intelectual organizacional. Nessas duas conceituações o conhecimento adquirido e o transformado pelas pessoas são bases para se perceber que esse ativo intangível, que já é notório a sua relevância, além de ser adquirido, ele tem que ser trabalhado pela empresa para ser ter um valor diferenciado ao mensurá-lo. Diante desses conceitos pode-se notar o termo diferencial, ou seja, é o que faz com que grandes empresas se diferenciem no mercado, pois trabalhar a mensuração desse bem intangível é sair na frente das demais que não a mensura. A definição do capital intelectual é explanada por diversos autores, mas a melhor para o meu entendimento é que o mesmo é o conhecimento que o profissional adquire ao longo da sua vida profissional, sendo peculiar para cada pessoa e que pode ser trabalhado pelas organizações como fonte de recursos diferenciados no mercado em que atua quando devidamente mensurado. São inúmeras as conceituações no que tange as definições de capital intelectual, mas como mencionado não há divergências em relação aos elementos que o define. É notória a existência de uma coerência e um consenso entre os conceitos dos autores. Bem como ser de suma importância saber trabalha-lo internamente com seus colaboradores e mensurá-lo de forma correta para conseguir o diferencial perante o mercado em que atua. 3 COMPOSIÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL As definições e as conceituações a respeito do capital intelectual já foram expostas, porém para o seu embasamento ser completo tem que se entender a sua estrutura, isto é, a sua composição. De certo é que ele é encontrado em três lugares específicos: nas pessoas, nas estruturas e nos clientes (STEWART, 1998). Logo é composto do capital humano, capital estrutural e o capital de clientes. 11 Para Edvinsson e Malone (1998) o capital humano é composto pelo conhecimento, expertise, poder de inovação e habilidade dos empregados mais os valores, a cultura e a filosofia da empresa. O capital estrutural é formado pelos equipamentos de informática, softwares, bancos de dados, marcas registradas, relacionamento com os clientes e tudo da capacidade organizacional que apoia a produtividade dos empregados. E o capital de clientes envolve o relacionamento com clientes e tudo que agregue valor para os clientes da organização. De forma objetiva o capital intelectual é formado pelo capital humano, estrutural e dos clientes, em que o humano é; as qualificações, habilidades, conhecimento e a criatividade dos clientes. O estrutural é a parte que pertence a empresa como os bancos de dados e os manuais de procedimentos. E o dos clientes é o valor das franquias, do relacionamento com eles, a lealdade deles à marca da empresa, o quanto ela conhece a necessidades de seus clientes e antecipadamente consegue resolver os seus problemas. Portanto, é de suma importância para as organizações, bem como para a sociedade entender a composição do capital intelectual, pois ele não é apenas composto pelo intelecto de cada pessoa e sim por uma junção do capital humano, estrutural e dos clientes. Sendo uma interseção perfeita para se alcançar o diferencial competitivo que as organizações precisam para se destacar num mercado cada vez mais globalizado e restrito. E para a sociedade se tornar mais consciente do novo mercado que surge numa velocidade impressionante, onde quem não acompanhar vai ficar estagnado sem ter um crescimento profissional e, porque não, pessoal. 4 MODELOS DE MENSURAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL Com o aumento da importância das organizações em querer ter esse capital cada vez maior em seu balanço patrimonial, sendo ele a principal 12 fonte de riqueza das entidades, surge à necessidade de se mensurar de forma eficiente esse ativo intelectual. Haja vista que o conhecimento é uma fonte inesgotável para se alcançar o diferencial de mercado perante as concorrentes. Daí o motivo de se registrar esse capital e da criação de vários modelos de mensuração do mesmo. Sendo eles: 4.1 NAVEGADOR DA SKANDIA Este modelo de mensuração do capital intelectual foi criado pelo grupo Skandia (Edvinsson e Malone, 1998) que é uma companhia de seguros e serviços financeiros da Escandinávia. O modelo foca em cinco áreas distintas, isto é, o foco financeiro, foco de clientes, foco de processo, foco de renovação e desenvolvimento e foco humano. Segundo Edvinsson e Malone (1998) existe uma composição de alguns indicadores-chave, dentre eles: Foco financeiro: receita de prêmio e resultado de operações; Foco no cliente: números de contas, números de corretores, números de clientes perdidos, acessos ao telefone e políticas incansáveis. Foco humano: rotatividade de pessoal, proporção de gerentes, proporção de gerentes mulheres, custos com treinamento, educação por funcionário e índice de empowerment; Foco no processo: números de contas por funcionários, custos administrativos por funcionários, tempo de processamento e aplicações sem erros; Foco no desenvolvimento e na renovação: índices de funcionários satisfeitos, despesas de marketing por cliente, parcela de horas empregadas em treinamento, despesas com pesquisa e desenvolvimento e despesas administrativas, despesas com tecnologia da informação e desenvolvimento da competência dos colaboradores. Neste método as organizações conseguem analisar o desempenho financeiro da empresa como seu desempenho nas áreas não financeiras. Com isso o gestor tem como tomar decisões que maximizam o resultado financeiro da empresa, assim como gerir o seu negócio focando nessas áreas. 13 4.2 MONITOR DE ATIVOS INTANGÍVEIS Este modelo segundo Sveiby (1998) é a estruturação de um painel onde são apresentados indicadores relacionados com os ativos intangíveis da empresa. Nos quais são categorizadas, como estrutura externa (marcas, cliente e distribuidores), estruturas interna (organização: administração, estrutura legal, sistemas manuais, atitudes, software) e competência individual (educação, experiência). O modelo consiste num documento que faz a listagem de várias medidas financeiras da organização. Isso possibilita medir os indicadores de crescimento, eficiência e de estabilidade, possibilitando um maior controle à administração. 4.3 TECHNOLOGY BROKER Este modelo foi desenvolvido por Annie Brooking (1996), sendo baseado na auditoria do capital intelectual. Ele consiste em um questionário que dever ser realizado na organização, onde se busca obter informações sobre os elementos do capital intelectual que a empresa detém e, a partir destas informações, são utilizadas as formulações para quantificar o capital intelectual (BROOKING, 1996). Funciona como um diagnóstico em que estimula os gerentes a desenvolverem indicadores de capital intelectual em forma de pesquisa (VAN DE BERG, 2003). Nesse método é percebido certo grau de subjetividade do examinador, tanto no julgamento das respostas quanto na escolha dos medos de quantificação. 14 4.4 VALOR ECONÔMICO AGREGADO (EVA) E VALOR DE MERCADO AGREGADO (MVA) É um modelo de avaliação da empresa baseado no lucro econômico (BONTIS, 2001), sendo abreviada pela sigla EVA. Ele é igual ao lucro operacional após o pagamento de impostos menos os custos de capital. Nesse método, uma empresa capaz de gera EVA futuros positivos provavelmente verá seu o seu MVA aumentar, enquanto uma organização que possua o EVA negativo verá o seu MVA diminuir. O Valor de Mercado Agregado (MVA) corresponde à parcela de valor paga pelo mercado além do capital investido na entidade. A principal dificuldade em aplicar este método como ferramentas de auxilio a gestão, está em saber, com precisão, as quantias de capital investido, assim como encontrar medidas para calcular índices onde muitos dos ativos são intangíveis, tais como nomes de marcas (RODGERS, 2003). Nesse método a mensuração do capital intangível é de forma imprecisa, pois não foi encontrado uma formular adequada para quantificar o valor da marca em termos de valor de mercado. 4.4 THE VALUE EXPLORER Este modelo foi criado por Andriessen (2001) podendo ser entendido como uma metodologia que visa proporcionar informações ao processo de tomada de decisões estratégicas em relação aos intangíveis que geram valor as empresas ou que exercem influência na vantagem competitiva sustentável ao longo do tempo (WERNKE, 2003). O método avalia a força de cada competência essencial, baseado em cinco critérios, quais sejam: O valor agregado aos clientes, ou seja, a capacidade que determinada competência tem para proporcionar uma avaliação ou conceito positivo por partes dos clientes; Vantagens competitivas que proporcionam respeito aos competidores, onde é baseado nos pontos fortes da empresa; O potencial de futuro que representa a possibilidade de geração de lucros futuros; 15 O caráter sustentável substanciado na possibilidade de sustentação futura da empresa e; O enraizamento da competência na organização, no qual é representado pela cultura vigente. Este método engloba os conhecimentos teóricos e práticos, habilidades e outros aspectos intangíveis da organização, como a cultura, valores e as competências. 4.5 INTELECTUAL CAPITAL BENCHMARKING SYSTEM (ICBS) Este modelo foi criado por Viedma, segundo Wernke (2003). É voltado para a estratégia, missão e os objetivos da empresa. A sua metodologia permite às empresas comparar as suas competências essenciais ou o seu capital intelectual com as dos melhores competidores em nível mundial, do mesmo setor de atividade. O método possibilita a identificação das competências essenciais e a avaliação do capital intelectual detido pela entidade em função destes fatores (WERNKE, 2003). Nesse método é possível fazer um planejamento estratégico para a organização, tendo como base a mensuração do capital intelectual, assim sendo já saindo na frente das suas concorrentes, já que esse bem intangível é o diferencial de mercado atualmente tão competitivo. 4.6 THE VALUE CHAIN SCOREBOARD Este modelo foi criado por Baruch Lev (2001 apud Wernke, 2003). É dividido em três fases: Descoberta e aprendizagem, Implementação e, Comercialização. Na fase da descoberta e aprendizagem ocorre uma subdivisão em renovação interna, conhecimento adquirido e rede de relacionamentos. Já na fase de implementação é formada pelos grupos de propriedade intelectual, viabilidade tecnológicas, clientes e colaboradores. 16 É na fase de comercialização abrange os grupos de venda, lucratividade e colaboradores. Este critério para maximizar a sua utilidade gerencial, conforme (Wernke, 2003) deve satisfazer a três critérios: o primeiro é que os indicadores devem ser quantitativos, o segundo é que os indicadores devem ser padronizados e o terceiro consiste na possibilidade de os indicadores serem confirmado empiricamente pelos usuários. 4.7 RAZÃO VALOR DE MERCADO/VALOR CONTÁBIL Este modelo segundo Stewart (1998) é dado pelo resultado da divisão do valor de mercado pelo seu valor contábil que indica o capital intelectual da empresa. (valor de mercado = preço das ações x número total de ações em circulação da empresa) Para o referido autor a razão valor de mercado/valor contábil apresenta problemas, devido ao fato do mercado de ações serem volátil e responder de forma enfática a fatores fora do controle da empresa. Nesse método o capital intelectual da empresa é mensurado não pelo conhecimento adquirido ou pelo intangível, mas sim pela diferença do valor de mercado da empresa como um todo pelo valor contábil que de fato foi registrado pelos documentos probos e lícitos. 4.8 Q DE TOBIN Este modelo foi criado por James Tobin. Ele é uma razão que compara o valor de mercado de um ativo ao seu custo de reposição (Stewart, 1998). As organizações tendem a investir quando o valor de ativos semelhantes é maior que seu custo de reposição, ao passo que se for menor que 1 (um), o ativo vale menos seu custo de reposição, ou seja, a empresa não deve investir neste tipo de ativo (STEWART, 1998). 17 Nesse método é possível prever decisões de investimentos da empresa, como os investimentos estão ligados boa parte na busca por um ativo intangível, como o intelectual, torna-se um bom método para mensurar o capital intelectual. 5 CAPITAL INTELECTUAL PARA AS ORGANIZAÇÕES E A CONTABILIDADE O mercado atual é bastante restrito e seletivo, sendo implacável na disputa de quem vai se destacar no cenário econômico e financeiro, haja vista a grande quantidade de organizações que a cada dia aumenta e não se tem previsão de se estagnar esse crescimento. Logo, surge a necessidade de se diferenciar, fazer algo para se destacar e conseguir o diferencial perante as concorrentes. O intelecto, isto é, o conhecimento peculiar a cada pessoa vai ser de suma importância para as organizações, pois quando mensurável pela contabilidade vai aumentar o ativo intangível da mesma, fazendo com que quantitativamente se tenha um diferencial imprescindível contabilmente. A correta mensuração do capital intelectual pela contabilidade vai ajudar de forma bastante positiva os gestores da organização nas tomadas de decisão, pois ao tomar conhecimento desse ativo intangível denotar-se-á a importância dos colaboradores para a organização. Não serão apenas números quantitativos e sim qualitativos, em que sem eles perder-se-á alem da identidade da organização a força de mercado, pois eles são o que geram a principal parte desse capital cada vez mais importante nas organizações e na sociedade. A formação do capital se complementa com a estrutura da organização e os seus clientes. A mensuração desse ativo tão importante é imprescindível, pois com os registros pela contabilidade fará com que as organizações passem a notar o real valor de seu capital intelectual. Isso só será possível pela existência de modelos para se mensurar tal capital. 18 Com a clara evidencia e necessidade de ser ter um balanço diferenciado, não mais com um imobilizado gigantesco, mas sim com um ativo intangível cada vez maior, pois este não se deprecia anualmente, para ser o diferencial de mercado. Logo, verifica-se a notória importância de se mensurar de forma eficiente e concisa o capital que advém do intelecto peculiar a cada colaborador da organização. O conhecimento é formidável, pois é uma fonte que nunca acaba os seus recursos a ser exploráveis, onde a busca inteligente de aumentá-lo traz para as organizações a possibilidade de se alcançar essa variável tão competitiva de mercado, ou seja, o capital intelectual. Para atingir esse diferencial é preciso conhecer senão todos os modelos de mensuração, pelo menos boa parte deles. Pois não se tem capital intelectual sem antes entender o que é e, principalmente, quantificar tal intangível pela contabilidade através dos modelos existentes. Diante das explanações abordadas, pode-se concluir que a importância do capital intelectual para as organizações, consiste na mensuração do capital intelectual contido em cada colaborador da organização, o qual a mensuração só é possível pela existência de modelos contábeis eficientes e concisos. Com a correta mensuração pela contabilidade a organização irá conseguir atingir o seu diferencial competitivo de mercado, ou seja, o capital intelectual. Já para a contabilidade a importância consiste no fator de ser um conhecimento que é abordado por outras áreas, porém registrada apenas por ela, isto é, sem mensuração não existiria a necessidade de se abordar esse conhecimento para as organizações, pois não teriam esse ativo intangível nos seus balanços. 19 6 CONCLUSÃO Com as mudanças tecnológicas, econômicas, políticas e sociais, houve uma necessidade de se atualizar em todos os campos da seara contábil. Houve um surto de um ativo jamais trabalhado com devida importância que merece, pois não se sabia o seu devido valor perante a sociedade e, principalmente, as empresas como um todo. Diante da descoberta da relevância de tal ativo intangível, o qual é denominado de Capital Intelectual, percebeu-se que o conhecimento que cada indivíduo adquiriu durante a sua vida profissional é o diferencial de mercado das entidades do mundo atual globalizado e sistematizado a uma velocidade voraz. Surgiu assim a necessidade de se registrar tal conhecimento que hoje vale muito para as organizações, isto é, fazer a mensuração de acordo com os modelos disponibilizados pela contabilidade. Deve-se saber identificar e disseminar o conhecimento gerado dentro da organização, para poder transformá-lo em capital intelectual, pois irá garantir o desenvolvimento e o crescimento perante as suas concorrentes. As pessoas são os recursos mais importantes das organizações e, quando estão motivadas, enxergam o trabalho como algo agradável e sentemse bem em trabalhar. Não se permite apontar os ativos imobilizados como o bem maior das companhias, pois já está mais do que provado que os intangíveis são alguns circunstanciais incalculáveis de forma precisa e metódica, como é o caso do capital intelectual. Apesar de existirem diversos modelos de mensuração do mesmo, a abordagem realizada através desse trabalho evidencia que é necessário cada vez mais focar no estudo e nas análises a respeito do assunto Capital Intelectual, sendo de total responsabilidade da ciência contábil a mensuração deste capital de extrema importância e de tamanho valor, não deixando para outras searas tal mensuração ou abordagem. 20 As organizações estão se preocupando cada vez mais com o seu balanço social, pois o registro de seu capital intelectual está demonstrado nele, ou seja, onde as ações tomadas para estimular o aumento desse ativo intangível estão devidamente contabilizadas. O questionamento sobre a importância do capital intelectual para as organizações e para a contabilidade ficou evidenciado, uma vez que ficou claro a necessidade de se analisar o capital intelectual juntamente com a mensuração feita através dos modelos abordados, bem como se demonstrou ser imprescindível se ter um capital intelectual cada vez maior e registrado em seu balanço social pela contabilidade. Assim como o objetivo geral e os objetivos específicos foram atingidos, pois foi analisado o capital intelectual e os modelos de mensuração. O conhecimento é o bem mais precioso que um colaborador pode ter, pois na vida se pode perder tudo, mas o intelecto que é peculiar a cada um de nós jamais se perderá e muito menos será levado ou roubado por alguém. O diferencial para as organizações está em conseguir aumentar esse conhecimento de cada colaborador, fazendo com que o seu capital intelectual seja cada vez maior, beneficiando tanto a organização como o seu colaborador. 7 REFERÊNCIAS ANDRIESSEN, David A. KUMER, V. DAY, George S. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2004. BASSAN, Cristiane Cervi. HAUSCHILDT, Rogerio. Mensuração do Capital Itelectual: Um Desafio Importante para a Contabilidade. Revista Brasileira de Contabilidade. Volume I. n. 2 dezembro/2004-fevereiro/2005. BONTIS, Nick. Assessing Knowledge assets: a review of the models used to measure intellectual capital. International journal of Management Reviews, v. 3, n.1, p. 41-60, 2001. 21 BROOKING, Annie. Intellectual capital: core asset for the third millennium enterprise. Boston: Thomson Publishing, 1996. CORTE, Mauro Real. O que é método científico. Revista de ensino. SEC/RS, ano XVIII, n. 134, 1971. EDVINSSON, Leif; MALONE, Michael S. Capital Intelectual. 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O CAPITAL INTELECTUAL E OS MODELOS DE MENSURAÇÃO Gleydson Alves Pereira _____________________________________________ Profª. Dra Marcia Maria Machado Freitas Orientadora _____________________________________________ Profª. Dra Liliana Farias Lacerda Membro I _____________________________________________ Profª. Me. Liana Márcia Costa Vieira Marinho Membro II FORTALEZA 2013 24