FE D ER AÇ ÃO N AC I O N AL DO S T R AB AL H AD O R E S N AS IN DÚ ST RI AS D A CO N ST RU Ç ÃO P E S AD A (ESTRADAS, PAVIMENTAÇÃO, OBRAS DE TERRAPLENAGEM EM GERAL, PONTES, PORTOS, VIADUTOS, TÚNEIS, FERROVIAS, RODOVIAS, BARRAGENS, AEROPORTOS, HIDRELÉTRICAS, CANAIS, OBRAS DE SANEAMENTO, MONTAGENS INDUSTRIAIS E ENGENHARIA CONSULTIVA) Aos Excelentíssimos Senhores. Dr. Gilberto Carvalho Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República Dr. Carlos Daudt Brizola Ministro do Trabalho e Emprego Dr. José Lopes Feijó Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República Dr. Manoel Messias Melo Secretário de Relações do Trabalho – Mte. Prezados Senhores, Com indisfarçável indignação, a subscritora, em nome dos trabalhadores na Indústria da construção pesada, e enquanto membro da Mesa Nacional Permanente para o Aperfeiçoamento das condições de Trabalho na Indústria da Construção, bem como enquanto coordenadora da “bancada” dos trabalhadores dessa já citada Mesa Nacional; vem manifestar à Secretaria Geral da Presidência da República e ao Ministério do Trabalho e Emprego, seu repúdio às demissões por justa causa de centenas de trabalhadores, intentadas e consumadas a partir do dia 20 de agosto próximo passado, pelos consórcios e ou empresas responsáveis pela construção da Refinaria Abreu e Lima no complexo petroquímico de Suape, Estado de Pernambuco. Oportunamente, solicitar providências do governo federal no sentido de buscar alternativas para rever as demissões havidas, como forma de restaurar o princípio legal, democrático e respeitoso com o qual temos pautados todas as discussões envolvendo o setor econômico, em especial as construções das grandes obras de infra estruturas em andamento no país, razão maior da instalação daquela Mesa Permanente. Sem prejuízo de outras medidas que o caso requer, classificamos que tais demissões, eivadas de vícios, sem critérios, ilegal, covardes, incluindo aí, demissões de trabalhadores estáveis enquanto membros das comissões internas de prevenção de acidentes trabalhadores – CIPA e de comissões de representação de trabalhadores, sobre tudo com forte e grave teor de prática antissindical; ser afronta à condução democrática estabelecida de comum acordo, que norteou os trabalhos da Mesa Nacional Permanente até esse momento, portanto não assiste razão às empresas para que essa medida descabida fosse perpetrada. SCS QUADRA 06 – BLOCO A – 5º ANDAR – SALA 503 (EDIFÍCIO ARNALDO VILLARES) – BAIRRO ASA SUL – CEP: 70324-968 – BRASÍLIA – DF – FONE: (061) 3223-3585 – FAX: (061) 3226-8305 – INSCRIÇÃO NO C.N.P.J. 37.993.235/0001-31 FE D ER AÇ ÃO N AC I O N AL DO S T R AB AL H AD O R E S N AS IN DÚ ST RI AS D A CO N ST RU Ç ÃO P E S AD A (ESTRADAS, PAVIMENTAÇÃO, OBRAS DE TERRAPLENAGEM EM GERAL, PONTES, PORTOS, VIADUTOS, TÚNEIS, FERROVIAS, RODOVIAS, BARRAGENS, AEROPORTOS, HIDRELÉTRICAS, CANAIS, OBRAS DE SANEAMENTO, MONTAGENS INDUSTRIAIS E ENGENHARIA CONSULTIVA) Lamentamos profundamente que, mesmo depois de catorze meses de discussões, buscando na negociação a forma de se evitar conflitos nas execuções dessas grandes obras; tenhamos que conviver com atitude unilateral, manifestadas pelas construtoras executoras das obras do complexo petroquímico de Suape. A grande maioria dessas construtoras não só estiveram presentes à cerimônia de instalação da Mesa Nacional, como assinaram, aderindo o COMPROMISSO NACIONAL para o aperfeiçoamento das condições do trabalho na indústria da construção. Lamentamos ainda, que a Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRAS, tenha diretamente compactuado com essa atitude, a qual repetimos, ao nosso entender está explícita e sobretudo configurada a prática antissindical, adotada com o único objetivo de amedrontar os trabalhadores que exercitavam naquele momento seu direto constitucional de greve, de manifestação e reinvindicação, visando impedir mais uma vez, a organização dos trabalhadores, no seu local de trabalho. Senhores Ministros, Assessor Especial e Secretário de Relações do Trabalho, o que estamos assistindo é a reprise de uma prática recorrente por parte das mesmas empresas (vide usinas de Jirau e Santo Antônio), que à décadas buscam reprimir, impedir todas e quaisquer manifestações grevistas ou não, que represente e ou importem a organização e as consequentes reivindicações de seus trabalhadores; para tanto se utilizam de expedientes de toda a sorte. Apenas para ilustrar os fatos, basta-nos observar o ocorrido nos últimos quinze meses; contando com o “beneplácito” da Justiça do Trabalho, buscaram em todas as manifestações grevistas a decretação de abusividade e ilegalidade dos movimentos (e em todas as oportunidades lograram êxito). Em Suape mais uma vez não foi diferente. A consequência pelo “uso” contínuo e exacerbado da Justiça Trabalhista, nessa oportunidade foi a “desobediência” da determinação pela totalidade de seus 51 mil trabalhadores. Colocando em “cheque” o malfadado “poder normativo da Justiça Especializada”. Os trabalhadores não se curvaram frente a “determinação judicial”, daí a razão alegada para justificar as demissões; porém surgem com um “ingrediente” novo para justificar a “justa causa” afirmam, sem qualquer critério, que as demissões se deram aos “trabalhadores vândalos e encapuzados que aterrorizam” as obras de execução da refinaria, algo em torno de 500 a 1000 demissões de pais e mães de famílias, acusados sem qualquer prova e sem a instauração do “devido processo legal”. A leitura que fazemos, bem como a pergunta que deixo para reflexão – (...) “Será que teremos que assistir a reprise do acontecido no último dia 16 de agosto na África do Sul, quando policiais abriram fogo, matando dezenas de trabalhadores que exerciam o direito à manifestações; utilizando-se desse expediente como forma de impedir organização a dos trabalhadores”? SCS QUADRA 06 – BLOCO A – 5º ANDAR – SALA 503 (EDIFÍCIO ARNALDO VILLARES) – BAIRRO ASA SUL – CEP: 70324-968 – BRASÍLIA – DF – FONE: (061) 3223-3585 – FAX: (061) 3226-8305 – INSCRIÇÃO NO C.N.P.J. 37.993.235/0001-31 FE D ER AÇ ÃO N AC I O N AL DO S T R AB AL H AD O R E S N AS IN DÚ ST RI AS D A CO N ST RU Ç ÃO P E S AD A (ESTRADAS, PAVIMENTAÇÃO, OBRAS DE TERRAPLENAGEM EM GERAL, PONTES, PORTOS, VIADUTOS, TÚNEIS, FERROVIAS, RODOVIAS, BARRAGENS, AEROPORTOS, HIDRELÉTRICAS, CANAIS, OBRAS DE SANEAMENTO, MONTAGENS INDUSTRIAIS E ENGENHARIA CONSULTIVA) A Fenatracop desde o início, data 02 de agosto se prontificou, perante o governo, perante as empresas e em especial perante o Sinicon a buscar e ou participar das soluções para o conflito, por óbvio sem sucesso. Estranhamente jamais foi consultada oficialmente a participar de qualquer discussão envolvendo a realidade atual em Suape! Lembramos que a subscritora, desde o final de 2010 vem sistematicamente alertando as autoridades competentes (Governo Federal, Ministério Público do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, Polícia Civil e Federal, Ouvidoria do BNDES, Ouvidoria da Petrobras entre outros), inclusive às próprias empresas executoras a respeito da precariedade e tensão a qual estão submetidos os trabalhadores daquela obra; tendo solicitado providências e que para nossa surpresa ainda nada fizeram a respeito. Isso posto e por considerar inaceitável o caminho adotado pelas construtoras; pugnamos pela reversão imediata das demissões! Pelo chamamento dos órgãos competentes ao processo, inclusive o Ministério Público Federal. Pugnamos ainda pelo caminho da negociação, pelo convite às partes envolvidas à negociação. A julgar pela gravidade dos fatos, se entenderem, a convocação em caráter extraordinário da Mesa Nacional Permanente. Por fim, acreditamos que só através do caminho do diálogo, da negociação, poderemos lograr êxito e evitar mais conflitos durante a continuidade das execuções daquela obra. Atenciosamente, Brasília, agosto de 2012. Wilmar Santos Presidente Fenatracop SCS QUADRA 06 – BLOCO A – 5º ANDAR – SALA 503 (EDIFÍCIO ARNALDO VILLARES) – BAIRRO ASA SUL – CEP: 70324-968 – BRASÍLIA – DF – FONE: (061) 3223-3585 – FAX: (061) 3226-8305 – INSCRIÇÃO NO C.N.P.J. 37.993.235/0001-31