DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 212.1.53.O DATA: 21/08/07 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 20h DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase 14:18 PE Obs.: Orador JANETE ROCHA PIETÁ CÂMARA DOS DEPUTADOS Ata da 212ª Sessão, em 21 de agosto de 2007 Presidência dos Srs. ................................................................... ................................................................... ................................................................... ................................................................... ................................................................... ................................................................... ................................................................... ................................................................... ................................................................... ................................................................... ................................................................... ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Arlindo Chinaglia Narcio Rodrigues Inocêncio Oliveira Osmar Serraglio Ciro Nogueira Waldemir Moka José Carlos Machado Manato Arnon Bezerra Alexandre Silveira Deley CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 I - ABERTURA DA SESSÃO O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 313 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. Está aberta a sessão. Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos. O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior. II - LEITURA DA ATA O SR. CLAUDIO CAJADO, servindo como 2° Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Passa-se à leitura do expediente. O SR. CLAUDIO CAJADO, servindo como 1° Secretário, procede à leitura do seguinte III - EXPEDIENTE 3 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Finda a leitura do expediente, passa-se ao IV - PEQUENO EXPEDIENTE Concedo a palavra ao Sr. Deputado Sérgio Barradas Carneiro. 4 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. SÉRGIO BARRADAS CARNEIRO (PT-BA. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, solicito sejam registradas na íntegra, nos Anais da Casa, 2 reportagens publicadas pelo jornal Correio Braziliense, respectivamente nos dias 15 de agosto, assinada pela jornalista Edna Simão, e no último domingo, 19 de agosto, de autoria da jornalista Fernanda Odilla. Essas reportagens tratam de um tema sobre o qual eu, como Parlamentar, venho alertando desta tribuna desde o início deste mandato: o duopólio, no Brasil, das empresas aéreas TAM e Gol. Portanto, há necessidade de se incentivar a formação de mais empresas regionais e de menor porte na área de aviação civil. Em 3 oportunidades (em 3 de abril, 10 de maio e no trágico 17 de julho, antes do acidente com a aeronave da TAM), fiz pronunciamentos sobre o tema neste plenário. Defendi que o duopólio hoje existente entre a Gol e a TAM não é uma boa solução para o País do ponto de vista concorrencial. Essas empresas avançaram tanto sobre o mercado da aviação brasileira, que tornaram inviável a entrada ou a sobrevivência de qualquer companhia de menor porte nessa disputa. Em todas as oportunidades, destaquei o papel das 2 líderes do mercado. Mas também ressaltei a necessidade de serem criadas condições para que empresas regionais se instalem e consigam competir. Afinal, temos projetos consistentes sendo apresentados ao mercado, mas que esbarram numa competição desigual pelo porte e poder econômico das empresas líderes. Lembrei os exemplos do Norte e Nordeste, regiões com crescimento expressivo e que ainda sofrem com horários pouco nobres e rotas dificultosas para seus usuários. Em todas as vezes que falei sobre o assunto, registrei o apelo para que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a Agência Nacional de 5 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Aviação Civil (ANAC), a Infraero, o Ministério do Turismo, o Ministério da Defesa, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e todos os agentes que participam direta e indiretamente deste segmento, observem, avaliem e decidam-se sempre em prol de um ambiente mais competitivo no setor aéreo brasileiro. Em maio, O Estado de S. Paulo, em sua edição do dia 2, publicou notícia informando como as pequenas empresas de aviação civil enfrentam dias difíceis na disputa com as companhias Gol e TAM, alertando para o fato de que empresas como a Rico, TAF, BRA e OceanAir estavam cortando vôos para fazerem frente à redução do mercado e das promoções das concorrentes. As reportagens mais recentes, publicadas pelo Correio Braziliense, enfatizam o que eu já havia registrado: que o caos aéreo enfrentado pelos brasileiros “deve abrir espaço para o crescimento gradual da aviação regional”. Novamente, eu enfatizo: faz-se necessário que o Governo, por meio de seus órgãos regulamentadores, ofereça às empresas menores, como a TAF, a Rico, a Webjet, a BRA e outras, condições de disputar o mercado regional. Afinal, foi no mercado regional que cresceram a TAM e a Gol. Sr. Presidente, era o que tinha a registrar. REPORTAGENS A QUE SE REFERE O ORADOR Reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense em 15 de agosto de 2007 Correio Braziliense (Brasil) 15 de agosto de 2007. 6 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Crise aérea: A saída regional Com mercado concentrado nas mãos de duas grandes companhias, espaço para crescimento das empresas menores está aberto. Na Europa e nos Estados Unidos, pequenas chegam a ter 20% do bolo. No Brasil, 2% A saída regional Edna Simão, da equipe do Correio. O caos aéreo — instalado no país desde o acidente com avião da Gol, em setembro do ano passado, e aprofundado com o da TAM, ocorrido em julho — deve abrir espaço para o crescimento gradual da aviação regional. As pequenas surgem como alternativa para desafogar o movimento de aeroportos como Congonhas (SP) e de Brasília, por exemplo, que concentram quase 25% de todos os vôos do país. Nos Estados Unidos e Europa, a parceria entre grandes companhias aéreas e as regionais já faz parte da rotina para diminuir os custos e, conseqüentemente, os preços das passagens. Lá, regionais abocanham de 15% a 20% do mercado. Aqui, essas empresas ainda estão engatinhando e representam apenas 2%. Para agravar ainda mais a situação, a cada ano é menor o número de municípios atendidos. As justificativas são a falta de incentivo do governo federal, concorrência predatória das companhias de maior porte e preço diferenciado do querosene em várias localidades do país. Um estudo do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (Ipea), encomendado pelo Ministério do Turismo e repassado ao Correio com exclusividade, mostra que dos 5.561 municípios existentes no país, em 2003, apenas 94 são atendidos pelas regionais. Em 1960, cerca de 360 das 2.766 cidades eram beneficiadas. “Observa-se, em termos de localidades atendidas por vôos regulares, um grande retrocesso nos últimos 43 anos, uma diminuição de três vezes”, informa o estudo. Esse cenário é agravado quando se vê que, no período, a população e o número de municípios mais do que dobraram no país. Para a coordenadora do estudo, Lucia Helena Salgado, a concessão de estímulos pelo governo federal, como o retorno da cobrança de uma taxa sob o preço do bilhete ou uma desoneração de impostos sobre os combustíveis, é fundamental para que as pequenas empresas aéreas continuem operando em municípios mais afastados, mesmo que o trecho não seja rentável. Além disso, no 7 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 médio e longo prazo, viabilizaria — se houver parceria entre as aéreas — a redução das conexões aéreas. “Muitas pessoas têm que fazer três, quatro conexões para chegar ao destino final. As regionais possibilitariam uma viagem mais rápida. As conexões têm gerado ganhos para as grandes empresas e isso não tem se traduzido em bem-estar para o passageiro”, diz a pesquisadora. Rotas deficitárias — As pequenas empresas aéreas devem atuar como parceiras das grandes para melhorar os serviços oferecidos aos passageiros, avaliam os técnicos do Ipea. Enquanto as linhas domésticas nacionais interligam os grandes centros populacionais e econômicos (com mais de 1 milhão de habitantes), as regionais fazem o papel de complementação da malha aérea, promovendo a ligação dos grandes centros com as localidades interioranas de baixo e médio potencial de tráfego, inclusive nas fronteiras do país. Dentre os empecilhos apontados pelo Ipea para uma atuação maior das regionais no país estão o fim da arrecadação do Adicional Tarifário, a concorrência predatória em rotas de baixa densidade de tráfego e o alto custo de combustível. O que tem acontecido é que, muitas vezes, as empresas regionais investem alto para desenvolver um novo destino e, quando ele passa a ser rentável, é abocanhado por uma companhia maior. As pequenas aéreas estão registrando crescimento médio de 25% nos últimos três anos, porém, não têm expandido os serviços para uma quantidade maior de cidades. A média de expansão das empresas comerciais no mesmo período foi de 16%. O presidente dos conselhos do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) e da Associação Brasileira das Empresas de Transportes Aéreos Regionais (Abetar), José Mário Capriolli, considera que as regionais — que trabalham com aviões de até 90 assentos — devem ter um tratamento diferenciado. “No Brasil, há um problema de capitalização para as pequenas. É preciso uma regulação específica para as regionais. Defendo uma livre concorrência saudável, mas é necessário ter estímulo para quem trabalha com locais onde a demanda é baixa para preservar a capacidade de investimento e retorno”, defende Capriolli. Taxa para pequenas — Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados prevê a criação de uma contribuição para estimular investimentos das 8 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 companhias regionais de aviação em municípios de baixa demanda. Essa “taxa”, tão esperada pelos donos das pequenas companhias, variaria de R$3 a R$10 nas viagens com até 1,1 mil km e de R$4 a R$14 para distâncias maiores. O valor seria incluído no momento da compra das passagens aéreas. O recurso seria utilizado para financiar as linhas de aviação deficitárias na Amazônia Legal e nas regiões do Nordeste e Centro-Oeste. O texto, já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, ainda depende da apreciação do plenário da Casa. O relator da matéria na CCJ, deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), explica que a contribuição seria interessante para custear linhas deficitárias. “Mas não pode representar aumento de tarifas ao consumidor. Resta saber se a contribuição deve ser financiada pelo governo ou pelo sistema aéreo. Essa é minha dúvida. Por isso, o assunto está sendo levado ao plenário”, afirma. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse em março, na época da aprovação na CCJ, que esse projeto não teria prioridade nas votações da Casa. Mas com o acidente da TAM, todos os projetos que tratam de aviação na Câmara serão analisados para se verificar a possibilidade de inclusão de alguns deles na pauta de prioridades para votação. (ES) Concentração começou em 2000 — O estudo do Ipea mostra ainda que, desde o final de 2000, as companhias aéreas têm concentrado seus vôos regulares nos 15 maiores aeroportos brasileiros em detrimento dos de pequeno e médio porte. Tanto que os aeroportos de Congonhas (SP) e Brasília representam quase 25% do total. Ou seja, um a cada quatro vôos no país sai de Congonhas e de Brasília. Após anunciar medidas para restringir os vôos em Congonhas, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ao Correio que ações podem ser adotadas também em Brasília devido à grande quantidade de congestionamento na capital federal. A tendência de concentração dos vôos em grandes aeroportos, conforme o IPEA, pode ser decorrência da busca de maior eficiência econômica por parte das companhias em um mercado livre. Segundo o estudo, “por conta da maior competitividade do mercado, as companhias intensificam o uso de sua frota no âmbito de suas redes de operação, visando ganhos de produtividade; igualmente, ampliar sua capacidade produtiva instalada, em termos de número e tamanho das 9 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 aeronaves e de freqüências de vôos como forma de atender à demanda crescente pelo transporte aéreo”. O lado negativo disso é que a concentração geográfica da aviação comercial representa uma piora nos indicadores sociais no que diz respeito à universalização dos serviços aéreos. Reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense em 19 de agosto de 2007 Correio Braziliense — Correio Web (Brasil) 19 de agosto de 2007. Duopólio TAM e Gol está na berlinda A aviação brasileira contabiliza: TAM e Gol dominam 88% do mercado. O fenômeno, classificado por economistas e administradores como duopólio (divisão do controle de um setor por apenas duas empresas), pode provocar elevação de preços, redução da oferta e da qualidade dos serviços. Disposto a colaborar com a quebra desse domínio, o relator da CPI do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), pretende apresentar, no relatório final da comissão, sugestões para equilibrar e garantir igualdade no mercado aéreo. “É preciso uma política de equilíbrio e de compensações. Uma companhia que recebe uma linha boa precisa operar outra menos lucrativa”, afirma Marco Maia, convencido da existência do duopólio no mercado aéreo do país. Ele pretende apresentar, ao final da CPI, uma série de mecanismos que possam incentivar a concorrência e o crescimento das pequenas companhias aéreas. Para o petista, hoje, quem perde é o consumidor. Os horários dos vôos são praticamente os mesmos. Os preços também. Uma simples pesquisa nos sites das companhias comprova a pequena quantidade de opções. O viajante que quiser voar de Brasília a Belo Horizonte, por exemplo, não tem como escapar. Pode ir de TAM às 7h ou 10 minutos depois pela Gol. Se preferir viajar no final da tarde, os últimos vôos das duas companhias partem no mesmo horário: 18h45. O valor da passagem muda pouco. De manhã, é R$30,50 mais barato viajar pela Gol. À tarde, é R$20,50 mais caro. Isso, se o passageiro tivesse comprado os bilhetes na última sexta-feira para embarcar amanhã. O alerta dos especialistas sobre os danos do duopólio veio no ano passado, antes de a Varig ter sido comprada pela Gol. A economista do Instituto de Pesquisa 10 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Econômica Aplicada (Ipea) e ex-conselheira do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Lucia Helena Salgado anunciou que a divisão das rotas da Varig entre TAM e Gol, chancelada pela Agência de Aviação Civil (Anac), ampliaria o risco de as duas maiores companhias adotarem práticas predatórias para evitar a entrada de terceiros concorrentes. “A oportunidade de ouro em incrementar a concorrência estava na venda da Varig. Se o governo tivesse se preocupado com o consumidor, teria incentivado outra empresa a comprar a companhia”, completa Ronaldo Seroa, pesquisador do Ipea. Ação governamental — Para mudar esse cenário, o governo pode agir. O presidente da Sociedade Brasileira de Direito Público, Carlos Ari Sundfeld, acredita que a regulamentação é a única forma de introduzir barreiras capazes de proteger o consumidor. Ele defende a ação do governo para ampliar às companhias de menor porte o acesso à infra-estrutura aeroportuária, como hangares e guichês de atendimento, maior espaço na malha aérea, bem como ampliação de linhas de crédito e financiamento. “Falta política de governo para a manutenção da competição”, argumenta. É justamente esse o discurso de duas outras empresas que têm trabalhado para conseguir o apoio do governo para ampliar rotas e participação na malha aérea. A OceanAir e a BRA querem incentivos para concorrer com TAM e Gol. O presidente regional da Associação Brasileira de Agência de Viagens (Abav), João Quirino Júnior, reforça o coro das candidatas a disputar o mercado nacional. “Parece que colocaram uma pedra em cima de empresa (OceanAir). O ideal para a aviação comercial brasileira é que tenhamos no mínimo quatro empresas grandes de linhas regulares”, disse, aos senadores, durante audiência pública na semana passada. Contudo, a maioria dos integrantes do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) prefere a regulação do próprio mercado, sem interferências. “Quando tem mão do Estado, cria-se distorção no mercado. Não se pode impedir o crescimento de quem fez o dever de casa e conseguiu crescer num mercado onde muitas quebraram. O processo de seleção natural do mercado prevê a permanência dos melhores”, avalia o presidente do Conselho Consultivo do Snea, José Márcio Caprioli. 11 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Dono de uma empresa regional, Caprioli classifica de inadequado o uso do termo duopólio para explicar o domínio de TAM e Gol. “Não podemos falar em duopólio, muito menos em cartel, com os preços caindo”, afirma o empresário, defensor das parcerias entre grandes e pequenas companhias. Caprioli diz que o governo está disposto a investir na aviação regional. “Políticas de fomento são válidas, mas protecionismo não”, afirma o empresário. 12 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNALDO JARDIM (PPS-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Lei Geral das Agências Reguladoras está na ordem do dia da sociedade brasileira. O Congresso Nacional realizou Comissão Geral, com representantes do Governo e entidades, para ouvir opiniões sobre essa nova forma de organização administrativa que integra um Estado não provedor, mas disciplinador e orientador de políticas setoriais. Aprofundou o debate sobre a autonomia tecnológica, funcional, financeira e política dos órgãos reguladores. No Brasil, a criação desses órgãos de regulação teve início com as privatizações, mas eles não podem ser confundidos como frutos do neoliberalismo ou usurpadores do poder do Governo. Foram instituídos para ser órgãos de Estado que transcendem influências político-partidárias, conjunturais, zelando pela transparência, qualidade e expansão dos serviços públicos delegados à iniciativa privada, evitando abusos do poder econômico, garantindo os direitos do cidadão e estabelecendo os deveres das prestadoras de serviço. Regras claras possibilitam parâmetros sobre a quantidade e a qualidade de serviços oferecidos à população ou obras a serem realizadas, estabelecendo referências para que possamos exigir o cumprimento do que foi acordado e pleitear o seu aperfeiçoamento. Regras duradouras permitem ao empreendedor planejamento de suas atividades e ao investidor a segurança para agir. A cultura regulatória se aprimora ano a ano, com quadros cada vez mais qualificados, um acervo de normas mais coerente e articulado, buscando o aperfeiçoamento profissional e científico constante para não ser vítima da captura tecnológica, em meio ao desafio de assegurar sua autonomia financeira e decisória. Entretanto, a indefinição do marco regulatório leva à falta de quadros técnicos, 13 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 enquanto proliferam nomeações políticas, ao contingenciamento de recursos e às tentativas do Executivo de avançar sobre as atribuições dos órgãos de regulação. De qualquer forma, apesar do embate duro e de visões distintas, estou otimista. O debate sinaliza o possível acordo com o Governo em relação a aspectos importantes para o fortalecimento das agências reguladoras. Ainda precisaríamos avançar para que os órgãos reguladores constituam-se como unidades orçamentárias, impedindo de uma vez por todas o contingenciamento de recursos e possibilitando a existência de um quadro funcional estável e com remuneração condizente à função diferenciada de regulador. Vejo como essencial o reforço à transparência no processo de tomada de decisões das agências, com a efetiva realização de consultas e audiências públicas, ampla divulgação de pautas, discussões e decisões fundamentadas, inclusive pela Internet, além do incentivo à articulação das agências entre si, com órgãos e entidades estaduais e municipais, e com os órgãos de defesa da concorrência e do consumidor. Isso sem esquecer a necessidade de varas especializadas do Judiciário para dirimir os conflitos que cheguem àquele Poder. Considero importante atribuir papel relevante às Comissões Temáticas da Câmara dos Deputados quanto à análise dos relatórios previstos no projeto ora sob exame e à correta visão de mandatos fixos para os dirigentes das agências; permitir ao Congresso Nacional avaliar o desempenho dos respectivos mandatários, os quais, em caso de comprovada ineficiência e/ou improbidade, poderiam ser afastados e legalmente responsabilizados. A Lei Geral das Agências Reguladoras é fundamental para assegurar os investimentos de longo prazo necessários para financiar as obras de infra-estrutura 14 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 prioritárias. Se o substitutivo ao Projeto de Lei nº 3.337/04 não é o ideal, ele é o resultado do consenso possível. Cabe a nós aprová-lo, aperfeiçoá-lo por meio de emendas, e não tentar sepultar toda uma história de avanço institucional. Não podemos “jogar a criança fora junto com a água suja da bacia”, utilizando o exemplo temerário da Agência Nacional de Aviação Civil — ANAC como regra para desqualificar o indispensável trabalho das agências reguladoras no País. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como eu disse, a Câmara dos Deputados realizou neste plenário Comissão Geral para discutir a Lei Geral das Agências Reguladoras, debate acompanhado por todos e que valeu por sua profundidade. Questões que suscitavam preocupações, como a do contrato de gestão, foram superadas, e outras, como a da autonomia, tiveram evolução importante, principalmente com o parecer do Deputado Leonardo Picciani. Considero que conseguimos um bom resultado e devemos apressar a votação da matéria. Porém, resta uma questão. Durante o mandato dos diretores das agências, pode haver casos que nos levem ao questionamento da sua competência técnica. Então, de que forma resolver isso sem que haja ingerência nas agências? Preocupados com essa questão, Sr. Presidente, eu e o Deputado Federal Paulo Henrique Lustosa apresentaremos emenda de plenário que, no meu entender, resolve esta questão. Era o que eu tinha a dizer. 15 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. BARBOSA NETO (Bloco/PDT-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há algumas semanas vim a esta tribuna pedir esclarecimentos da Fundação Nacional de Saúde, que fora acusada de perpetrar uma violência em relação às mulheres índias de Mato Grosso do Sul. Técnicos da referida fundação estariam empenhados numa campanha de esterilização dessas mulheres, para obter o controle da natalidade nas nações indígenas. Não é uma denúncia nova, reconheço. As entidades que defendem os índios no Brasil volta e meia tornam a esse assunto delicado. Quero referir-me hoje às poucas crianças que têm nascido nas aldeias do Brasil. Muitas, segundo a imprensa de Mato Grosso do Sul, estão morrendo por desnutrição. Também não se trata de uma novidade. Massacrados pelos colonizadores brancos ao longo dos tempos, os índios brasileiros padecem de inúmeras doenças trazidas pelos invasores. A mais grave, sem dúvida, é a tragédia social. Envoltos na miséria, muitas vezes no álcool, na falta de horizontes culturais, essa legião de excluídos está condenada à morte prematura. As crianças são as primeiras a tombar. Há poucos dias, na reserva de Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, Francieli de Souza, de apenas 2 anos, não suportou a desnutrição. Segundo os caciques das aldeias Bororó e Jaguapiru, outras crianças faleceram este ano com a mesma causa mortis. A morte de Francieli ocorreu poucas horas depois da visita do Presidente Lula a Campo Grande e de ele declarar que a redução da mortalidade nas reservas Guarani era de 82%. Sr. Presidente, sem cabotinismo político, devo sinceramente assinalar que meu partido, o PDT, tem raízes profundas com a civilização brasileira, com a 16 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 mestiçagem que nos moldou e nos levou a ser como somos. Desde que surgiu, o PDT enfatiza os valores culturais de nascença do Brasil, atribuindo aos índios, aos primeiros habitantes da velha Pindorama, importante papel na formação genética do povo brasileiro. Devemos muito a Darcy Ribeiro, um dos cientistas mais proeminentes do Brasil, antropólogo, escritor, estudioso de nossas influências indígenas, intelectual mergulhado na vivência prática da razão de seus estudos, a ponto de abandonar as cidades e adentrar anos pelas matas e sertões, nu de conceitos e preconceitos, aprendendo e observando os índios brasileiros. Devemos a Darcy Ribeiro e a sua personalidade incomum — ele sabia combinar teoria e prática, estudos e política de ação — a visão nacional do que somos e das nossas limitações e natureza. Darcy Ribeiro já nos ensinava que, matando o passado, estamos matando a nós mesmos, e essa conta um dia a civilização cobrará dos Governos e dos políticos. Constato, Sr. Presidente, que não falta apenas uma política séria e abrangente para cuidar do índio brasileiro. Falta respeito a nós mesmos. Falta nos encararmos. Toda vez que uma criança indígena padecer por falta de alimentos, estremeçamos. Diante do linguajar moderno e cotidiano, de tanta teoria de mercado, globalização, Internet, negócios, superávit primário, lucro dos bancos, peço licença para tocar nesse assunto tosco. Crianças indígenas desnutridas. Espero não estar sendo sentimental. Nem inconveniente. Ou excêntrico. Afinal — que tristeza, Sr. Presidente! —, nós nem nos lembramos mais que existem índios. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, demonstro indignação no que se refere a esses fatos e peço à Fundação Nacional de Saúde que se pronuncie a respeito dessa questão. Manifesto solidariedade aos indígenas. Não é mais possível ver nossos irmãos morrendo dessa forma. Era o que eu tinha a dizer. 17 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PEDRO WILSON (PT-GO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupamos a tribuna para saudar a beleza da luta lilás que chega à Capital da República, espalhando coragem, luta, ousadia, sonhos e propostas para melhorar a vida no campo e na cidade. Brasília está, desde o dia 17, pintada de lilás e assim continuará até 22 de agosto, devido a 2 grandes mobilizações nesta cidade, protagonizadas pelo movimento organizado de mulheres: a bem-sucedida II Conferência Nacional de Política para as Mulheres, que ocorreu de 17 a 20 de agosto, e a Marcha das Margaridas, que se realiza hoje e amanhã. Gostaríamos de saudar, com muita veemência, a realização da II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, cumprimentar a Comissão Organizadora e todas as companheiras participantes dessa conferência e dizer de nossa admiração e do nosso apoio irrestrito a essa luta em favor das mulheres. O nosso mandato é porta aberta permanente para a luta, qualquer luta, que favoreça, dignifique e melhore as condições de vida e cidadania das mulheres. Saudamos a Ministra Nilcéa Freire, que participou ativamente do movimento, juntamente com sua assessoria, pelo excelente trabalho que vem realizando à frente da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres — SPM e reafirmamos a nossa plena confiança no Governo do Presidente Lula, que tem colocado a temática de gênero num patamar digno de ser elogiado. A consolidação desse Ministério é um exemplo eloqüente disso. Nossa saudação ainda à delegação de Goiás e às delegações de todo o Brasil que participaram do evento. Como diz o cantor popular, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Queremos cada vez mais respeitar o gênero dentro da sua singularidade, sem 18 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 preconceitos, e transformando essa relação de gênero — ainda muito desigual, em favor do homem —, no século XXI, na direção de um mundo em que haja igualdade plena. Acreditamos nesse sonho e lutamos por ele. A luta das trabalhadoras rurais pelos seus direitos, por igualdade de gênero e contra a violência sexista é permanente. A mobilização que ocorre nos dias 21 e 22 de agosto foi discutida nas FETAGs e nos STTRs desde dezembro do ano passado. Trabalhadoras rurais se mobilizaram em vários Estados desde o começo do ano. Em maio, houve várias reuniões das comissões organizadoras da CONTAG. A participação dessas instituições no evento é efetiva. A Marcha das Margaridas, além de um ato político de reivindicação, é considerada importante marco na trajetória de lutas sindical e feminista, pois traduz o crescente amadurecimento político da organização das mulheres trabalhadoras rurais no Brasil. A primeira Marcha ocorreu em 2000, e a segunda, em 2003. A grande capacidade de organização e a força política das trabalhadoras rurais são as responsáveis pela realização da Marcha, que traz à Capital do País pauta com reivindicações específicas das mulheres e questões de interesse geral da categoria. Essas pautas são construídas, debatidas e negociadas com ampla participação das trabalhadoras, nos âmbitos local, estadual e nacional. Este ano, a mobilização reafirma o lema Duas mil e sete razões para marchar, e estes são os temas centrais: soberania e segurança alimentar e nutricional; terra, água e agroecologia; trabalho, renda e economia solidária; garantia de emprego e melhores condições de vida para as assalariadas rurais; política de valorização do salário mínimo; defesa da saúde pública e educação no campo e combate à violência sexista. 19 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A marcha das mulheres trabalhadoras rurais recebeu o nome de Marcha das Margaridas em homenagem à ex-líder sindical Margarida Maria Alves. Ela foi assassinada em 1983, na porta de sua casa, por latifundiários do Grupo Várzea, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba. Margarida Maria Alves era Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e fundadora do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. Ela obteve grande destaque na região por incentivar os trabalhadores rurais a buscarem na Justiça a garantia dos seus direitos protegidos pela legislação trabalhista. Promovia campanhas de conscientização com grande repercussão junto aos trabalhadores rurais que, assistidos pelo sindicato, moviam ações na Justiça do Trabalho, para cumprimento dos direitos trabalhistas, como Carteira de Trabalho assinada, décimo terceiro salário e férias. À época do assassinato de Margarida Alves, foram movidas 73 reclamações trabalhistas contra engenhos e a Usina Tanques. Um fato inusitado, em função da então incipiente democracia brasileira, que gerou grande repercussão. Em conseqüência disso, Margarida Alves passou a receber diversas ameaças. Eram “recomendações” para que ela parasse de “criar caso” e deixasse de atuar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Margarida Alves não escondia que recebia outras ameaças. Tornava-as públicas, fazendo questão de respondê-las. Um dia antes de morrer, Margarida Alves participou de um evento público, no qual falou dos recados que vinha recebendo. Em seu último discurso, registrado em fita cassete, Margarida denunciou as ameaças que vinha sofrendo e disse que preferiria morrer lutando a morrer de fome. 20 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Margarida se tornou um símbolo de força, de garra, de coragem, de resistência e luta. Um exemplo e um estímulo com grande força mobilizadora. Cada mulher trabalhadora rural se inspira em Margarida Alves para resistir, lutar contra as formas de discriminação e violência no campo, qualificar, mobilizar e participar das lutas por igualdade de gênero, por justiça e paz no campo. O espírito de luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais encontrado em Margarida foi o principal motivo de seu assassinato. Margarida não morreu, suas pétalas se espalharam e florescem a cada dia, multiplicando-se num imenso jardim. A Marcha das Margaridas tem sido um marco político na trajetória de luta do movimento sindical e do movimento de mulheres, demonstrando a organização das trabalhadoras rurais do Brasil e o fortalecimento da luta por um desenvolvimento sustentável, justo e solidário no campo e na cidade. A Marcha é organizada pela CONTAG, FETAGs, STTRs, CUT, em parceria com movimentos e redes de mulheres de âmbito nacional e internacional (MMTR/NE, MIQCB, CNS, MAMA, Marcha Mundial de Mulheres, REDELAC, COPROFAM) e organizações colaboradoras e apoiadoras. Queremos saudar mais uma vez as mulheres pela capacidade de organização. Elas querem superar as desigualdades entre homens e mulheres no campo e na cidade; fortalecer sua organização; denunciar e erradicar a fome, a pobreza e todas as formas de violência contra as trabalhadoras rurais; investir na formação política, sindical e feminista das camponesas; fortalecer a capacidade de proposição e negociação, no caso de políticas gerais ou específicas, para as mulheres trabalhadoras rurais. É uma luta de todos aqueles que querem e desejam construir um Brasil digno, um país justo e fraterno, onde mulheres e homens sejam tratados como seres humanos. Muito obrigado. 21 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JACKSON BARRETO (Bloco/PMDB-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, registro documento da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe — FETASE, nos convocando para a 3ª Edição da Marcha das Margaridas, movimento das mulheres trabalhadoras rurais de todo o País contra a fome, a pobreza e a violência sexista. Saúdo em especial a delegação de Sergipe nessa marcha. Sr. Presidente, a Marcha das Margaridas é um compromisso com a realização de uma reforma agrária ampla e massiva neste País. Para elas a primeira condição é mudar a realidade econômica e social das trabalhadoras no campo e na cidade, para vencer a fome, a pobreza, a violência e fazer o Brasil mais justo, soberano, democrático e sustentável. Viva a Marcha das Margaridas! Amanhã, na Esplanada dos Ministérios. DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR 22 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 (INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 23 A 23-T) 23 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra, pela ordem, ao Sr. Deputado Carlos Souza. O SR. CARLOS SOUZA (PP-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, muito tenho falado nesta Casa sobre a idéia de muitas pessoas incautas de preservar a Amazônia por meio da criação de reservas biológicas, prática que está se acentuando muito na nossa região. Mais 401 mil hectares de floresta serão preservados como reservas indígenas para contemplar apenas 1.700 índios. O que chama a atenção é que 50% desses 400 mil hectares de florestas abrigam 3 municípios do Amazonas; ou seja, 200 mil hectares de floresta se transformarão em reserva para contemplar algumas dezenas de famílias indígenas. Não é dessa maneira que conseguiremos preservar a Amazônia; ela só será preservada por meio da ciência e do desenvolvimento. Muito obrigado. 24 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Manato. O SR. MANATO (Bloco/PDT-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, amanhã o Município de Linhares faz 207 anos. Gostaria de agradecer ao Vereador Milton Colega; ao Presidente da Câmara Municipal, Francisco Tarcísio Silva, médico; e aos 17 Vereadores que aprovaram a indicação para eu receber a Comenda Caboclo Bernardo, a mais alta comenda daquele município, conferida aos homens públicos que se destacaram por prestar serviços a Linhares. A data prevista para o recebimento dessa comenda era quinta-feira próxima. Entretanto, devido a problemas na agenda, a entrega foi remarcada para hoje. Infelizmente, não poderei comparecer. Estará lá um representante meu. Chegarei à cidade de Linhares na quinta-feira e lá permanecerei até domingo. Agradeço ao Prefeito, José Carlos Elias, colega nosso, ao Vice-Prefeito, Gentil, e a toda a população de Linhares pela homenagem. Um abraço para Linhares! Era esse o registro que eu queria fazer. 25 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 O SR. REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 FLÁVIO BEZERRA (Bloco/PMDB-CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, marisqueiras e pescadores, hoje eu subo a esta tribuna para mais uma vez denunciar a agressão física, ambiental e moral que está acontecendo nas praias de Uruaru, Sucatinga e Prainha do Canto Verde, no Estado do Ceará. Ocorre que, depois que uma lancha de fiscalização parou de fiscalizar os piratas do mar, digo, mergulhadores clandestinos, saltearam a área de pesca dessas praias. O pior de tudo é que ameaçam os jangadeiros. Estes, com muita dificuldade, compraram covos e manzuás, conforme a Normativa da SEAP, e estão sendo ameaçados por pessoas com armas de fogo, a fim de que saiam do local da pesca, para que os mergulhadores piratas possam mergulhar. Sr. Presidente, de quem é a responsabilidade? Chamo a atenção das autoridades para que ajudem esses pescadores jangadeiros que estão sendo ameaçados de morte. Peço ao Presidente Lula que acelere o envio ao Congresso Nacional da medida provisória destinada a ressarcir os pescadores e que também crie imediatamente um programa de proteção aos pescadores do Brasil, tendo em vista que alguns são ameaçados por armas de fogo em plena atividade de pesca. Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado. 26 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tristeza, morte, desesperança, muita tristeza na Paraíba. Morte anunciada. Se, no caso da crise aérea, houve morte anunciada coletiva, na Paraíba, na semana passada, uma senhora, cardiopata, entrevistada pela Rede Globo, disse precisar de atendimento do SUS. Pois bem, não foi atendida. Dois dias depois, enfartou e morreu. Essa é a crise do Sistema Único de Saúde — SUS. Esta Casa tem de se levantar, e está se levantando, pois é necessário crédito emergencial para corrigir a tabela do SUS e regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, já. Amanhã, às 14h, a Frente Parlamentar fará uma reunião para tomar uma posição. Todos nós Parlamentares temos de nos posicionar para salvar o SUS. Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. 27 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em solenidade das mais expressivas, a Academia Cearense de Letras comemorou, na semana passada, o transcurso de 113 anos de fundação, sendo, portanto, a mais antiga das Arcádias em nosso País, antecedendo mesmo a própria Casa de Machado de Assis, presidida, hoje, pelo Ministro Marcos Vinícios Vilaça, grande expressão da intelectualidade pátria, compondo também o Tribunal de Contas da União. O acadêmico José Murilo de Carvalho Martins, atual dirigente máximo da ACL, conduziu a sessão solene destinada a assinalar o magno evento, diante dos demais colegas — todos figuras exponenciais do prestigioso silogeu —, bem assim representações de outras entidades de finalidades assemelhadas, como é o caso do Instituto do Ceará, da Academia Cearense de Retórica, da Sociedade das Amigas do Livro e da Academia Fortalezense de Letras e Artes. Integrante da instituição — ocupo a cadeira nº 39, que tem como patrono o grande crítico literário, de saudosa memória, Araripe Júnior —, embora ausente do expressivo acontecimento, transmiti mensagem de felicitações aos demais confrades, regozijando-me em razão da jornada cumprida até hoje, abrindo espaços para que a intelectualidade alencarina tenha, ali, um referencial do polimorfismo de aprimorada formação, principiada com a chamada Padaria Espiritual, que inspirou a criação da ACL, em épocas passadas. Na qualidade de presidente de honra da conceituada entidade, foi guindado, em 2005, o Príncipe dos Poetas Cearenses, Artur Eduardo Benevides, que substituiu, na honraria, em seqüência histórica, o Padre Antônio Tomás, Cruz Filho e 28 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Jáder de Carvalho, todos eles como autênticos ícones da composição literária do Nordeste. A cada ano, a ACL promove seminários sobre questões palpitantes, com afluência sempre crescente, comprovando ação ininterrupta no contexto de desenvolvimento no campo das letras, despertando vocações para a poesia, o romance, o folclore e outros ramos de transcendência inquestionável. Saúdo, pois, desta tribuna, a defluência do auspicioso marco da história contemporânea, louvando, também, a quantos, ao longo do tempo, integraram os nossos quadros, guindando-se, portanto, à imortalidade de que se privilegiam os cultores de arraigados pendores intelectuais. A cada aniversário, mais se consolida o reconhecimento dos meus coestaduanos aos que, ali, pontificaram ou pontificam honrando e dignificando uma Casa oracular, congregando vultos paradigmais, que souberam impor-se no respeito e admiração da sociedade civil organizada. 29 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. SEBASTIÃO BALA ROCHA (Bloco/PDT-AP. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, congratulo-me com as mulheres de norte a sul do Brasil pela belíssima conferência que teve início no dia 17 e se encerrou ontem. Aproveito a oportunidade para manifestar meu total apoio à Marcha das Margaridas, que acontecerá amanhã. Quero congratular-me muito especialmente com a delegação amapaense, constituída de mais de 30 mulheres, sob a coordenação da Secretária Ester de Paula. O Amapá foi destaque na conferência por ter uma política avançada em defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência. Foi o primeiro Estado brasileiro a implantar o Centro de Atendimento à Mulher e à Família — CAMUF, mas também dá assistência ao homem agressor. Isso é controverso, polêmico, mas necessário. Muitas vezes é preciso dar um atendimento psicológico e social ao homem agressor, para que deixe de espancar as mulheres. Enfim, Sr. Presidente, parabenizo todas as delegações pelo resultado da conferência, sobretudo a delegação amapaense. Muito obrigado. 30 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, assomo a esta tribuna para falar sobre um tema muito importante para o Brasil: a educação. Mas é impossível falar em educação sem fazer um importante debate sobre a política econômica posta em prática pelo Estado brasileiro. O aumento nos investimentos na educação pública é a base para todo o processo de transformação do ensino no País, que começa pela multiplicação do número de vagas, com condições de acesso e permanência, até chegar à melhoria da qualidade do ensino, que por sua vez, demanda estrutura, investimento em pesquisa e valorização dos profissionais da educação. Atualmente são investidos apenas 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, menos do que os 7% previstos como meta no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em janeiro de 2001. Com a falta de investimento em educação, o ensino público brasileiro ruma por uma estrada sem saída: condenado ao sucateamento completo, se vê refém de uma lógica de mercantilização, que subjuga o conhecimento aos interesses privados. Mudar essa lógica é lutar para que o Estado retome seu papel de provedor dos direitos sociais, garantindo educação pública e de qualidade para todos. É nesse sentido que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES), reunidos a outras entidades do setor de educação, iniciaram ontem, dia 20 de agosto, a Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública. Lutam por uma educação de qualidade, baseada em valores humanistas e não subjugada aos interesses do mercado. 31 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O objetivo dessas entidades é organizar os milhares de lutadores espalhados pelo País para uma ampla e organizada manifestação da sua insatisfação diante do quadro em que se encontra a educação pública brasileira. Defendem a universalização do direito à educação para toda a população, com políticas públicas específicas para o campo, hoje alvo de um projeto excludente. Lutam pela construção de escolas públicas nas áreas de assentamentos e acampamentos para garantir educação em todos os níveis. Reivindicam a garantia do acesso da classe trabalhadora a educação publica de qualidade e socialmente referenciada em todos os níveis. Lutando para que o acesso ao ensino superior seja universal, as entidades se reuniram aos outros setores da sociedade para cobrar democratização do acesso à universidade, com políticas afirmativas de acesso e permanência, qualidade do ensino, investimento em pesquisa e extensão, valorização dos docentes. Além disso, seguem na defesa de universidades públicas nas áreas rurais, com cursos baseados na realidade do campo brasileiro, que formem cidadãos com capacidade crítica para buscar soluções para os problemas do povo e não para servir ao interesse da acumulação do lucro das grandes empresas. Por tudo isso, as entidades convocam todos aqueles que, insatisfeitos com o atual quadro da educação brasileira, se indignam e fazem da indignação uma mola propulsora da luta por uma educação pública de qualidade e socialmente referenciada para todos. Nosso mandato, que sempre defendeu a educação pública como um direito de todos, mais do que se solidariza, soma-se a essa luta! E acredita que só com 32 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 pressão popular de baixo para cima é que conseguiremos as transformações de que tanto necessita nosso País. Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que seja transcrita nos Anais da Casa a carta com os principais pontos de reivindicações que são fruto do acúmulo da luta dos movimentos sociais e entidades que encabeçam a Jornada pela Educação. Boa luta para todos! Saudações! DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública 20 a 24 de agosto 1. Pela erradicação do analfabetismo: 2. Queremos estudar: garantia do acesso da classe trabalhadora a educação publica de qualidade e socialmente referenciada em todos os níveis. Fim do vestibular e dos processos excludentes de seleção para ingresso. 3. Implementação de políticas de ações afirmativas capazes de reverter o processo histórico de exclusão, com gratuidade ativa e políticas de assistência estudantil para garantir a permanência. 4. Ampliação do investimento público da educação pública para no mínimo 7% do PIB. 5. Em defesa da expansão de vagas com garantia de qualidade e abertura de concursos para professores e técnico-administrativos e infra-estrutura adequada. 6. Autonomia das universidades frente as ingerências de governos e mantenedoras. 7. Em defesa de uma formação universitária baseada no tripé ensino, pesquisa e extensão e contra a mercantilização da educação e da produção do conhecimento. 33 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 8. REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Por uma avaliação institucional de educação superior socialmente referenciada, com participação dos estudantes, profissionais da educação e movimentos sociais, sem caráter produtivista, meritocrático e punitivo. 9. Gestão democrática, com participação paritária de estudantes, técnico-administrativos e docentes em todos os níveis de decisão das instituições e sistemas de ensino. 10. Controle público do ensino privado em todos os níveis. Pelo padrão unitário de qualidade na educação. Pela redução das mensalidades e contra punição dos inadimplentes. 11. Garantia da livre organização sindical e estudantil, em especial, nas instituições privadas. Em defesa do direito a greve. 12. Por um sistema nacional de educação que impeça a fragmentação entre os diversos níveis e garanta a obrigatoriedade no ensino médio público. 13. Contra a privatização do ensino público e dos hospitais universitários, seja por meio das fundações privadas seja pela aprovação do projeto de criação de fundações estatais. 14. Pela garantia dos direitos conquistados pelos professores e técnico-administrativos das instituições públicas, contra o Projeto de Lei Complementar — PLP 01. 15. Pelo Passe Livre Estudantil financiado pelo lucro das empresas de transportes. 16. Em defesa de um piso salarial nacional para os trabalhadores da educação calculado pelo DIEESE para a jornada de 20 horas. 17. Pela derrubada dos vetos ao PNE 2001. Pela construção coletiva do novo PNE da sociedade brasileira que atenda as reivindicações históricas da classe trabalhadora. 18. Pela imediata implantação da lei 10.639/2003 em todos os níveis educacionais Entidades que assinam este documento: MST, Via Campesina, UNE, UBES, Andes, CONLUTE, CMP, CMS, CONLUTAS, Consulta Popular, Contraponto, CPT, ABONG, Círculo Palmarino, DCE/PUC-PR, DCE/UFBA, DCE/UFPR, DCE/UFSE, DCE/UNIBRASIL, 34 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 DCE/UNICAM, DCE USP, Educafro, DENEM, ENECOS, ENEF, ENEFAR, ENEN/Nutrição, EXNETO/Terapia Ocupacional, FEAB, FEMEH, Gaviões da Fiel, INTERSINDICAL, JULI-RP, Levante Popular, MAB, MAIS-PT, Marcha Mundial de Mulheres, MCL, MMC, MMM, Movimento Correnteza, Movimento Mudança, MPA, MSU, PJR, REPED, Romper o Dia, UJC, UJR, UJS, UEE, UEE-SP. 35 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. COLBERT MARTINS (Bloco/PMDB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queremos dizer do interesse que temos na discussão que se inicia hoje a respeito da CPMF. Esperamos que haja objetividade nesse debate. Achamos clara a idéia que tem a sociedade e esperamos possa surgir uma nova alternativa. Nós, que fazemos parte da Comissão Especial que discutirá a CPMF, temos especial interesse em que a saúde possa ser cada vez mais contemplada, considerando-se o objetivo inicial da medida. O Sr. Ministro José Temporão disse que, para a saúde, a retirada da CPMF é um desastre. Vamos chamar a atenção para a participação da sociedade como um todo, principalmente das áreas da saúde que diretamente recebem recursos. Está na hora de exigirmos mais recursos para a saúde, mas é preciso estabelecermos sua origem. Neste momento, abre-se um grande diálogo. É preciso intensa participação da sociedade. 36 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 DISCURSO DA SRA. DEPUTADA JANETE ROCHA PIETÁ QUE, ENTREGUE À REVISÃO DA ORADORA, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO. (Discurso publicado na Sessão nº 217, de 23/08/07) 37 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. GONZAGA PATRIOTA (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, inicialmente destaco a realização da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. Lembro-me de que, quando cheguei a esta Casa, há pouco mais de 20 anos, só havia meia dúzia de mulheres. Hoje, temos mais de uma centena de Deputadas trabalhando pelo Brasil. Ressalto também a realização da Marcha das Margaridas. Só do meu Estado saíram mais de 100 ônibus. Milhares de trabalhadoras do campo estão em Brasília não apenas para reivindicar seus direitos, mas também para mostrar que a mulher brasileira começa a ocupar o seu verdadeiro espaço. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — INCRA em Pernambuco tomou posse na última terça-feira, 14 de agosto, das terras de mais 25 engenhos que integravam a antiga Usina Catende. O ato de imissão ocorreu às 15h, na sede da usina, no Município de Catende. Participaram da cerimônia o Procurador-Geral da Procuradoria Federal Especializada junto ao INCRA, Valdez Adriani Farias, e o Procurador do INCRA/PE, Marcus Vinicius Valois de Mello, entre outras autoridades. Com essa imissão, toda a área que compõe o complexo Catende e passível de se transformar em assentamento da reforma agrária passa a ser do INCRA. Nos imóveis que compõem os engenhos imitidos, que totalizam cerca de 23,6 mil hectares, estão sendo assentadas cerca de 4,3 mil famílias de trabalhadores sem terra. O assentamento de tantas famílias possibilita a melhoria da situação de vida na região, que é um dos locais mais emblemáticos para a reforma agrária no País, 38 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 devido aos anos de impasse quanto ao destino dos trabalhadores rurais que ali residem. Os imóveis que estão sendo imitidos na posse do INCRA totalizam aproximadamente 6,1 mil hectares e estão localizados em 6 municípios na Zona da Mata Sul do Estado de Pernambuco. Os engenhos são: Curupaity, Gameleirinha, Nova Vida, Bela Aurora, Bela Rosa, Riachão e Ouricuri, no Município de Catende; Barra do Pirangi, Diamante, Esperança, Herval, Proteção e Passo da Pátria, situados em Palmares; Flor do Dia, Harmonia, Ilha Formosa, Monte Alegre, Ousadia, Permanente, Retiro, Niterói e Rochedo, nos Municípios de Catende e Palmares; Bela Vista, em Jaqueira; Genipapo, em Xexéu; e Engenho Liberdade, situado entre os Municípios de Maraial e Lagoa dos Gatos. O decreto de desapropriação das terras da Catende foi assinado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro de 2006. A criação do Projeto de Assentamento Governador Miguel Arraes ocorreu em dezembro passado. Isso marcou o fim da luta travada pelos antigos trabalhadores da Catende desde o fechamento da usina, em 1995. Essa foi a maior ação de desapropriação de terras da história do INCRA em Pernambuco. A Usina Catende, Sr. Presidente, começou a funcionar no fim do século XIX. No seu momento áureo, entre as décadas de 40 e 50 do século passado, a Catende chegou a ser a maior usina nacional em toneladas de açúcar exportado e pioneira na produção de álcool anidro. Na década de 70, teve início um processo de endividamento junto ao extinto Instituto do Açúcar e do Álcool — IAA e de destruição da infra-estrutura produtiva. 39 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Em 1993, a usina demitiu de uma vez mais de 2 mil trabalhadores sem saldar o passivo trabalhista. Os trabalhadores reagiram coletivamente à espoliação de seus direitos previdenciários e trabalhistas e ingressaram com o pedido de falência da Companhia Industrial do Nordeste Brasileiro, razão social da Usina Catende. Decretada em 1995, foi a primeira falência judicial de usina nordestina. Durante os anos de falência, foi ampliado o plantio de cana própria e implantado um programa inédito de agricultura familiar na exploração de cana, o programa Cana de Morador, que mobiliza atualmente mais de 2,2 mil plantadores familiares, dentre os trabalhadores demitidos pelos usineiros e credores preferenciais da falência. O parque industrial vem sendo recuperado e melhorado, inclusive com uma nova e moderna caldeira, construída em 2002 com recursos próprios. Também foi construída uma fábrica de ração e recuperada parte da frota de veículos, entre outras providências ligadas à melhoria da produção e produtividade industrial. O patrimônio arrecadado na Justiça está preservado e, hoje, tem valor superior ao da época da sentença falimentar. Programas de capacitação e formação dos trabalhadores têm sido executados por uma rede de entidades que apóiam o projeto, sobretudo nas áreas de cursos de alfabetização de jovens e adultos, qualificação profissional no campo e na indústria, autogestão, educação ambiental e de diversificação produtiva. Na safra 2005/2006, os trabalhadores moeram 337 mil toneladas de cana e produziram 629 mil sacas de açúcar, além de 18 mil toneladas de melaço. Também realizaram mais de 6 mil operações do Programa Nacional de Fortalecimento da 40 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Agricultura Familiar — PRONAF para custeio e investimento, no montante de 9 milhões de reais, com inadimplência zero. No Projeto de Assentamento Governador Miguel Arraes, por exemplo, as famílias de agricultores se sustentam por meio da criação de gado bovino, caprino e ovino, além de peixe, lavouras de subsistência, café e cana. Os números ilustram o que vem sendo considerado pelos especialistas um dos melhores exemplos de economia solidária do País. O projeto mobiliza trabalhadores demitidos e garantirá emprego direto a mais 1,2 mil famílias, elevando para 5,5 mil o total de famílias beneficiadas pela desapropriação do complexo da Usina Catende. Aproveito a oportunidade para encaminhar a todos os envolvidos nesse processo os meus mais sinceros cumprimentos pela competência, organização e responsabilidade em prol da economia pernambucana. Por fim, Sr. Presidente, registro o segundo aniversário da morte de Miguel Arraes. Ele deve estar muito feliz lá no céu, ao ver que o INCRA acaba de legalizar todos os engenhos da Usina Catende. 41 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos os que assistem a esta sessão ou nela trabalham, os profissionais das escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro, há 11 anos sem reajuste no piso salarial, deflagraram greve por tempo indeterminado diante da proposta do Governador Sérgio Cabral de 25% de reajuste escalonado em 24 parcelas mensais, a contar de setembro. Isto significará um “acréscimo” de R$0,50 por mês na remuneração dos servidores administrativos e de R$2,00 na dos docentes! A proposta, já apelidada de Reajuste Casas Bahia, causou revolta também nos servidores das áreas de saúde e segurança, que seriam “contemplados” com a proposição do Governo Estadual. Portanto, há possibilidade de a greve se estender para outros setores do serviço público estadual. Desde o início do semestre, a categoria aguarda uma atitude do Governo em relação aos pleitos de um reajuste salarial de 26%, bem como a incorporação da gratificação do Nova Escola, objeto das promessas de campanha do Governador. O Sindicato Estadual de Profissionais de Educação do Rio de Janeiro — SEPE/RJ apresentou estudo recente que comprova a disponibilidade de recursos financeiros para o imediato atendimento das reivindicações, uma vez que em 2007 foram gastos apenas 17% do orçamento previsto para o setor, cujo total alcança R$1.183 bilhão. Além disso, estudo elaborado pelo DIEESE aponta que a proposta enviada por Cabral para a ALERJ não corresponde ao reajuste real de 18% anunciado pelo Governo, pois só chega a 13,81%. A precarização dos salários atinge também servidores federais. O descumprimento de acordos do Governo Lula tem provocado grande revolta e 42 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 mobilização de diversos setores. Exemplo emblemático dessa relação desrespeitosa é a situação dos servidores do Ministério da Cultura, em greve desde 15 de maio, para tentar garantir a implantação do Plano de Cargos e Salários, firmado desde 2005. Após inúmeras tentativas de negociação, os profissionais da cultura receberam do Ministério do Planejamento a sinalização do atendimento de suas reivindicações caso terminassem com o movimento. Aceitaram, mas foram surpreendidos com uma proposta considerada absurda pela categoria, que agora se mobiliza para retomar a greve. Parece que até o Ministro Gilberto Gil, cansado desse “garrote vil” da área econômica, está em vias de mandar “aquele abraço” para o Ministério. Agradeço a atenção. 43 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Há 10 Deputados inscritos, e dispomos de 9 minutos. Solicito aos oradores que sejam concisos, para que todos tenham a oportunidade de dar como lidos seus pronunciamentos. 44 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Beto Faro. O SR. BETO FARO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, este é o lema da Marcha das Margaridas: Contra a fome, a pobreza e a violência sexista. Trata-se de mobilização promovida pelo Movimento Sindical das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura — CONTAG, que começa hoje aqui em Brasília. A Marcha das Margaridas é uma estratégia política construída e consolidada pelas mulheres trabalhadoras rurais para combater a fome, a pobreza, a violência sexista e construir um novo Brasil com justiça, paz e igualdade de gênero. Precedida de diversas atividades em todo o País, em que houve mobilização, denúncias, formação e propostas, a Marcha, com mais de 50 mil mulheres, chegou hoje a Brasília para negociar com o Governo Federal sua pauta de reivindicações, fruto desse intenso e edificante processo de construção coletiva de nossas companheiras. Talvez seja um dos maiores movimentos de massa já realizados no Brasil. Só do meu Estado, Pará, vieram cerca de 20 ônibus, com aproximadamente mil mulheres. Eu, que fui Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, diretor da CONTAG, entidades que coordenam esse movimento, sei da importância dessa marcha para as mulheres do Brasil e da pauta de reivindicações que trazem aos Poderes Públicos federais. Conheço também a relevância da construção dessa marcha, para que haja maior participação dessas mulheres nos movimentos sociais e sindicais. 45 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as conquistas das mulheres ao longo da história se deram graças a movimentos como a Marcha das Margaridas. As mulheres conquistaram com muita luta o acesso à educação, ao direito de votar e ser votada, aos direitos trabalhistas, entre outros. No meio rural, até 3 décadas atrás, as mulheres não tinham direito de se sindicalizar, sendo consideradas dependentes dos seus maridos. No programa de reforma agrária, eram impedidas de ser cadastradas como beneficiárias do programa. Linhas específicas de crédito no PRONAF são conquistas recentes, assim como em outros programas de crédito. A lei de cotas para candidaturas é uma conquista de pouco mais de 1 década. No combate à violência contra a mulher, os Conselhos dos Direitos da Mulher, as delegacias especializadas, os programas específicos de saúde integral e de prevenção e atendimento a vítimas de violência sexual e doméstica foram conquistas importantes. Atualmente, a participação das mulheres na vida pública se dá nas várias esferas de poder, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. São 4 Ministras de Estado, 3 Governadoras, 10 Senadoras, 46 Deputadas Federais, 130 Deputadas Estaduais, quase 7 mil Vereadoras, 2 Ministras do Supremo Tribunal Federal, 3 Ministras do Superior Tribunal, 1 Ministra no Tribunal Superior do Trabalho e 1 Ministra no Tribunal Superior Eleitoral. Vale ressaltar, Sr. Presidente, que esses espaços foram conquistados com competência e dedicação. Tenho consciência de que os avanços são significativos em todas as áreas, mas muito ainda precisamos avançar. 46 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A Marcha das Margaridas vem a Brasília com uma pauta de reivindicações que visam novas conquistas para as mulheres trabalhadoras rurais: agilização do acesso a terra; garantia de condições para a agricultura familiar produzir alimentos diversos; condições dignas de trabalho para trabalhadores e trabalhadoras rurais assalariadas; novos programas de crédito específico para trabalhadoras rurais; combate a qualquer forma de discriminação às trabalhadoras rurais, seja em relação às condições de trabalho, seja no que se refere às desigualdades salariais; implementação de política nacional de saúde das populações do campo e da floresta, levando em consideração as suas especificidades; manutenção das regras atuais de aposentadoria, com a diferenciação de acesso aos direitos entre homens e mulheres e urbanos e rurais, em especial quanto à idade; realização de campanhas de combate à violência; garantia de condições efetivas de implementação da Lei Maria da Penha; combate à exploração sexual de jovens trabalhadoras rurais. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a marcha das mulheres trabalhadoras rurais recebeu o nome de Marcha das Margaridas em homenagem à líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada em 1983, a mando dos latifundiários, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba. Uma Margarida se transformou em um jardim florido. Milhões de Margaridas brotam a cada dia no Brasil inteiro. Na Esplanada, há um “canteiro” com 50 mil Margaridas, inspiradas na Margarida, que resistem e lutam contra toda forma de discriminação e violência no campo. Impulsionadas pela garra e a coragem da Margarida, mobilizam-se e participam das lutas por igualdade de gênero, por justiça e paz no campo. Viva a luta, a garra e a graça da mulher trabalhadora rural brasileira! 47 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Por fim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro que estive, nesse final de semana, nas cidades paraenses de Capanema e Quatipuru, onde seus respectivos Prefeitos, José Alexandre Buchacra e Luiz Guilherme Dias, filiaram-se ao Partido dos Trabalhadores em grande ato, nos municípios. Já na minha cidade, Bujaru, realizamos, também no fim de semana, a festa do nosso padroeiro, São Joaquim. Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que autorize a divulgação deste pronunciamento pelos órgãos de comunicação da Casa. Muito obrigado. 48 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. CARLITO MERSS (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de aproveitar esta oportunidade, no plenário da Casa, para registrar 4 momentos importantes da conjuntura nacional que demonstram situações positivas para a vida do País. Em primeiro lugar, quero registrar o sucesso dos Jogos Parapan-Americanos. Cabe reconhecermos não só a organização do evento e elogiarmos o fantástico desempenho da delegação brasileira, mas também a importância social dos jogos no combate ao preconceito contra cidadãos portadores de deficiência. É realmente emocionante o êxito competitivo de atletas que, com graves limitações físicas, superam tudo, inclusive o preconceito, para alcançarem vitórias que são mais do que esportivas, são vitórias da vida. Cada pódio de um atleta “parapan” serve de exemplo para o conjunto da sociedade. Deve servir também para que, após os jogos, persistamos na valorização e na inclusão dos deficientes. Em segundo lugar, registro a resistência do País ao desequilíbrio financeiro promovido pela crise imobiliária dos Estados Unidos. A consistência das nossas contas públicas, nossos fundamentos macroeconômicos ligados ao superávit comercial, recomposição das reservas monetárias, câmbio flutuante, eliminação da dependência externa e responsabilidade fiscal, nos legaram condições seguras para enfrentar a evasão de divisas e a mobilidade especulativa dos investidores. É sabido que temos um cenário ainda bastante incerto, que pode produzir muitos danos econômicos em todo o mundo, mas é evidente que as condições brasileiras, a política econômica do Governo Lula nos garantem instrumentos efetivos para enfrentar a instabilidade e manter o rumo do crescimento sustentável, com geração de empregos e distribuição de renda. 49 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Imagino que, se não tivéssemos tomado algumas medidas e houvéssemos aceitado o projeto neoliberal do Estado, que prevaleceu no Brasil até 2002, uma crise dessa teria praticamente quebrado o País. O terceiro ponto, também derivado da consistência econômica, da recuperação da capacidade de investimento público, mas sobretudo da recuperação do papel planejador do Estado, é o lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Serão pelo menos 6,7 bilhões de reais até 2012, num conjunto articulado de ações na repressão, prevenção e inteligência relacionadas ao crime, que garante medidas na infra-estrutura prisional, na capacitação dos agentes públicos, em política habitacional para militares, com metas e prazos destinados a reduzir objetivamente os atuais indicadores de insegurança pública. Destaque especial para os programas que visam reduzir o número de homicídios entre jovens e ações sociais afirmativas para setores de risco. A segurança pública é uma responsabilidade do Estado e cabe aos entes atuarem de forma sistêmica e integrada para garantir uma sensação de mais segurança para todos. Por último, depois de falar de cidadania, com inclusão social dos deficientes, da consistência macroeconômica do País e do novo plano de segurança pública, quero finalizar parabenizando a realização da 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas para Mulheres, organizada pelo Conselho Nacional de Direitos da Mulher. Foram 4 dias de debates, com 2,8 mil representantes de todo o País, que discutiram meio ambiente, acesso a terra e moradia, combate à discriminação contra negras, índias, lésbicas e idosas, além de questões culturais como os conteúdos machistas nos meios de comunicação e a participação igualitária dos gêneros na administração pública. 50 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O sucesso e a representatividade da conferência é mais uma demonstração de que o País não está cansado de avançar na luta por direitos sociais, por cidadania, por democracia. Muita coisa positiva está acontecendo no Brasil, e precisamos fortalecer sempre os avanços da cidadania e criar condições para que uma verdadeira liberdade de imprensa fortaleça o espírito crítico, independente, mas participativo, da população brasileira. Críticas verdadeiras e uma oposição construtiva são sempre bem-vindas. Mas a repetição sistemática do sensacionalismo e da produção artificial de escândalos, de inspiração golpista e antidemocrática, à revelia mesmo das instituições, é o que verdadeiramente cansa a paciência do povo, que está percebendo a sua vida melhorar com consistência. 51 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, desejo apenas fazer 2 breves registros e 2 cobranças. Registro a ocorrência da 2ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres neste final de semana e da Marcha das Margaridas, que acontecerá amanhã nesta Capital. Grande delegação vinda da Bahia estará presente nesses eventos. Em relação às cobranças, Sr. Presidente, em primeiro lugar, esta Casa precisa votar a PEC nº 487, que, Seção da Advocacia Pública, constitucionaliza a Defensoria Pública da União. Em segundo lugar, urge seja votada a reforma política. Não podemos encerrar setembro sem proceder à sua votação. É inaceitável não instituirmos o financiamento de campanha para as eleições do próximo ano, assim como a verdadeira fidelidade partidária; e, igualmente, que não estabeleçamos limites aos gastos nas campanhas eleitorais, o que tem gerado a crise política em nosso País. Esta Casa não pode fechar os olhos e os ouvidos a essa realidade. Muito obrigado. 52 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. FERNANDO DE FABINHO (DEM-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, 20 de agosto, é o Dia do Maçom. Surgida por volta de 1200 depois de Cristo, a fraternidade tem como princípio a liberdade como direito fundamental dos homens, desde que amparado pelas leis. Os maçons acreditam que o ser humano adquire conhecimento através do tempo, bem como defendem a liberdade de pensamento e um Estado democrático que garanta igualdade e oportunidade a todos. Os maçons são contrários à intolerância religiosa e ao Estado déspota, que interfira na vida das pessoas em qualquer âmbito de atividade humana e, por conseguinte, que sufoque a sociedade em sua liberdade de ir e vir, de pensar sem censura e a torne vítima de órgãos policiais e de informações. A Maçonaria é a favor do progresso político, econômico e social. O ideais dos maçons estão resumidos nesta frase: “Pela vida, pela liberdade e pela busca da felicidade”. As Lojas Maçônicas, disseminadas no planeta, buscam ajudar os Governos e as populações de quase todos países a encontrar caminhos que viabilizem o bemestar social e que edifiquem uma sociedade mais justa, igualitária e democrática, objetivo dos seres humanos que procuram, no decorrer da vida, diminuir os conflitos sociais e, conseqüentemente, atender os interesses dos atores envolvidos na luta política e econômica. Sr. Presidente, 20 de agosto foi escolhido Dia Nacional dos Maçons porque nessa data, na cidade do Rio de Janeiro, foi Proclamada a Independência pelo Irm Gonçalves Ledo, há apenas 18 dias da Independência do Brasil, acontecida em 7 de setembro de 1822, com Dom Pedro I à frente do movimento de libertação 53 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 nacional. À época, o estadista José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência, era a figura central da Maçonaria no País e responsável pelas idéias de um Brasil livre de Portugal. Sr. Presidente, a Maçonaria é uma das maiores e mais respeitáveis fraternidades do planeta. Dela participaram homens da grandeza e da estatura de John Locke, François-Marie Arouet Voltaire, Jean-Jacques Rosseau, Charles-Louis de Secondat Montesquieu, Denis Diderot e Jean Le Rond d'Alembert. Além desses, foram maçons Thomas Jefferson, George Washington e Abraham Lincoln. Na América Latina, a Maçonaria também contou com vultos da grandiosidade de Andrés Bello, Bernardo O'Higgins Riquelme, José de San Martin, Simon Bolívar e José Miguel Carrera. Como vêem V.Exas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Maçonaria, as Lojas Maçônicas e os maçons estão presentes, há séculos, na vida de diversas sociedades de países de todos continentes. Os maçons preconizam o bem do ser humano e o desenvolvimento espiritual, social, político e econômico de todos aqueles que têm o ideal de servir à causa da liberdade com responsabilidade e os princípios morais que visam à existência de uma sociedade atenta contra àqueles que querem destruir a moral cristã e a cidadania. Parabéns, maçons, pelo transcurso desse dia. Valho-me ainda do ensejo, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, para dizer que Europa, após a 2ª Guerra Mundial, iniciou paulatinamente seu processo de unificação comercial e política. As negociações, complexas e muitas vezes duras, foram se sucedendo até os europeus entrarem em consenso nos anos 90, para, no 54 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 início da primeira década do século XXI, implementarem, de forma assertiva, um dos blocos econômicos e políticos mais importantes e influentes do mundo — a Comunidade Européia. Apesar de ser formada por um conjunto de países de culturas, idiomas e interesses diferentes, até mesmo inimigos no passado, a Comunidade Européia, com o propósito de ter sucesso nas áreas financeira e econômica, aliou-se ao Parlamento Europeu, instituição política de imensa importância, por ser um fórum democrático de negociação e de acomodação de interesses antagônicos, que são resolvidos politicamente, no sentido de atender os países europeus envolvidos em demandas comerciais, financeiras, militares e geopolíticas. Dito isto, volto-me à questão do nosso bloco econômico, também um dos mais importantes do mundo, além de ser estratégico para que os países da América do Sul, tal qual aos europeus, possam ter mais força política e econômica com o propósito de poderem, em iguais condições, negociar com blocos fortes como a Comunidade Européia e com países de economia gigantesca como a dos Estados Unidos e a do Japão. Por sua vez, não basta apenas efetivarmos de vez o MERCOSUL. Precisamos, antes de firmar qualquer acordo de natureza política e econômica, dar fôlego ao Parlamento Latino-Americano, o PARLATINO, com sede na Capital paulista. Desempenhando papel similar ao Parlamento Europeu, o PARLATINO, no momento, se encontra esvaziado por conta de, em primeiro lugar, não observar uma pauta rotineira, e, em segundo, por não ter apoio necessário para seu funcionamento por parte do Governo de São Paulo. 55 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O Parlatino, Sr. Presidente, está sob a ameaça de ficar sem sua sede, em decorrência do corte dos recursos para sua manutenção, além do pedido de reintegração do imóvel pelo Governo do Estado de São Paulo. Contrária às atividades e à existência do Parlatino no Brasil, essa situação tem preocupado políticos brasileiros de diferentes partidos, bem como o Ministério das Relações Exteriores. E o motivo da preocupação é relevante, porque o Parlatino é a única instituição internacional com sede no Brasil. Além do mais, precisamos observar que certamente muitos países da América do Sul e da América Latina querem sediar instituição tão importante, mas que precisa funcionar com mais desenvoltura, o que só será conseguido por meio de esforço e dedicação. A Comunidade Européia e o Parlamento Europeu também levaram tempo para funcionar de forma organizada e metódica. Por isso, é salutar que nós, brasileiros, compreendamos a necessidade de manter a sede desse organismo internacional em nosso País, que, sem sombra de dúvida, é o mais importante da América Latina e do Caribe. Ter a sede do PARLATINO no País implica não perder a liderança continental. Não podemos entregar o que conquistamos graças a duros esforços políticos e diplomáticos. O processo de integração é importantíssimo para os povos latino-americanos. E o PARLATINO é o fórum apropriado para concretizar políticas de integração que buscam equalizar os interesses de cada país envolvido com o crescimento e a solidificação do MERCOSUL. Sr. Presidente, o destino do Brasil é liderar. Somos um país continental, um caldeirão de etnias e de culturas, o que nos leva a compreender e a tolerar com mais acuidade as diferenças. Somos um país democrático, vivemos em um Estado 56 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 de Direito e temos uma economia que se coloca entre as 12 maiores do mundo. Temos tudo: indústria, agricultura, pecuária, terras, água, florestas, universidades, pesquisa e, o mais importante, energia. Portanto, falta-nos liderar as grandes questões da América Latina. Para isso, nada melhor do que manter o PARLATINO em nosso País. As soluções dos problemas provêm do diálogo. O Congresso Nacional e o Itamaraty podem e devem abrir um canal de conversação com o Governo paulista no sentido de ele abraçar essa causa em vez de, aparentemente, ser contrário ao PARLATINO. Para tudo há solução. O Governador José Serra, político de grande estatura, experiente, sabe que é importante para São Paulo e para o Brasil ser sede desse importante parlamento internacional. Da tribuna da Câmara dos Deputados, Sr. Presidente, formulo apelo para que o Governador paulista apoie o PARLATINO, a fim de que o Brasil seja sempre referência para outros países no que concerne à defesa dos interesses das nações latino-americanas perante o mundo. Solicito a V.Exa., Sr. Presidente, que autorize a divulgação deste discurso no Programa A Voz do Brasil e nos órgãos de comunicação da Casa. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. 57 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 O SR. PRESIDENTE REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 (Narcio Rodrigues) - Volto a insistir: se os Parlamentares derem como lido o pronunciamento, todos os oradores inscritos vão poder fazer o mesmo. 58 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Lincoln Portela. O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, demais senhoras e senhores presentes, os que estão acessando a Internet e aqueles que sintonizam a Rádio e a TV Câmara em todo o Brasil, especialmente a população de Minas Gerais, a quem tenho o orgulho de aqui representar, messes tempos de Jogos Pan-Americanos e ParapanAmericanos, quero aproveitar a oportunidade para registrar evento esportivo pouco conhecido no Brasil. Diferente daquelas outras 2 competições, o esporte a que me refiro dá mais ênfase ao desenvolvimento dos neurônios do que ao dos músculos. Trata-se do Campeonato Mundial de Memória, realizado anualmente em cidades diferentes, e que conta com a participação de diversos mentaatletas (como são conhecidos os praticantes da modalidade), oriundos de um número cada vez maior de países. O Brasil já possui representação à altura das demais nações. Atualmente, ela é capitaneada pelo mineiro Alberto Dell'Isola Rezende, de quem se pode dizer, seguramente, fazendo um paralelo com as atividades físicas, que possui um cérebro altamente sarado. Com 27 anos de idade, Alberto é professor de matemática e estudante de Psicologia. É também requisitado palestrante para relatar e demonstrar seus incríveis dotes mnemônicos. Entre outras proezas, o atleta da mente é capaz de identificar, na seqüência correta, as 52 cartas de um baralho, depois de memorizálas em menos de 3 minutos! Além disso, consegue guardar na cabeça os calendários juliano e gregoriano, sua lista telefônica pessoal, sua agenda de 59 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 compromissos e as palestras que profere em empresas, clubes de serviço e instituições de ensino. Convém ressaltar que todos esses feitos exigem muito trabalho físico e mental. Poucos seres humanos são beneficiados pelo simples nascimento com uma supermemória. Alberto reconhece que sua memória real já lhe trouxe muitos dissabores, tal como não saber onde guardou a chave de seu carro. Sua atual memória de elefante se deve a uma conjugação de disciplina, estudo continuado e perseguição de objetivos. Em suas palestras e encontros com estudantes, educadores, pais, empresários, comerciários e funcionários públicos que constituem sua variada audiência, Dell'Isola sempre salienta que não é um superdotado, que seus poderes paranormais estão ao alcance de qualquer mortal. E, mais: que a decoreba, tão excomungada por educadores da modernidade, ainda encontra espaço na educação. Decorar, segundo nosso mentaatleta, dá qualidade de vida aos adultos e facilita o aprendizado das diversas disciplinas escolares. Memória bem treinada propicia segurança a quem a detém, além de enriquecer os relacionamentos pessoais e profissionais, pois não há quem não goste de ter seu nome e suas preferências prontamente lembradas pelo interlocutor. O trabalho despendido pelas crianças e adolescentes na memorização dos trechos imprescindíveis à vida escolar funciona como formador do hábito do estudo. E essa característica, lembra bem nosso campeão mental, deve preponderar para o resto da vida, pois pesquisas recentes demonstram que uma vida mental ativa inibe o surgimento de doenças associadas à velhice, como o mal de Parkinson e o mal de Alzheimer. 60 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, demais senhoras e senhores, entre as inúmeras qualidades do meu conterrâneo Alberto Dell'Isola Rezende, a mais visível é sua notável capacidade de memorização. Quero dele ressaltar, contudo, esse seu trabalho, quase de missionário, que desmistifica a existência da memória boa ou ruim. O que há, na verdade, como comprova o dinâmico atleta do cérebro aqui homenageado, é uma memória preguiçosa, não convenientemente trabalhada. De seu trabalho pedagógico como palestrante, nosso sistema educacional muito lucraria se dele aproveitasse as oportunas lições de que escolas que ofereçam técnicas de memorização, leitura dinâmica, jogos de xadrez ou damas como complemento educacional, tornando o ensino, além de atraente, muito mais eficaz. Muito obrigado. 61 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. WILLIAM WOO (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero parabenizar a Polícia Federal pelo êxito da Operação São Francisco, realizada juntamente com as Polícias da Argentina, da Bolívia, do Uruguai, do Paraguai, da Espanha, da França, da Inglaterra e da Holanda. Grande organização internacional de tráfico drogas, que usava o Brasil como porta de saída, foi desmantelada O brasileiro Duran Bautista, reconhecido como grande empresário no ramo exportação de frutas, foi preso. Proprietário de 3 grandes fazendas, ele usava a exportação de frutas para o transporte de entorpecentes para a Europa — as drogas vinham da Bolívia e da Colômbia. Na operação, a Polícia Federal apreendeu 2 aeronaves no Brasil: um avião e um helicóptero. Parabéns, portanto, à Polícia Federal. 62 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. SANDRA ROSADO (Bloco/PSB-RN. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, quero registrar a ocorrência da 2ª Conferência de Políticas Públicas para Mulheres, realizada de sexta a domingo próximos passados, evento muito importante para a luta das mulheres brasileiras. Também quero saudar as 20 mil trabalhadoras rurais que se encontram em Brasil para participar da Marcha das Margaridas. A luta empreendida por essas mulheres é também de todas as mulheres do Brasil. Na maioria, são trabalhadoras rurais que precisam da atenção desta Casa legislativa para o atendimento de suas expectativas e esperanças principalmente no tocante à aposentadoria rural e aos benefícios de programas e de políticas públicas voltadas para elas. Ao encerrar esta minha manifestação de carinho e de receptividade à luta das mulheres, transmito o meu abraço às mulheres trabalhadoras do Rio Grande do Norte. Hoje, inclusive, tive a alegria de me encontrar com trabalhadoras rurais de Mossoró, Lucrécia, Caraúbas e Cerro Corá. Companheiras, a luta de vocês é a luta de todas nós! 63 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ILDERLEI CORDEIRO (PPS-AC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, primeiramente, quero agradecer a Deus por mais este dia. Na condição de Presidente da Frente Parlamentar Brasil-Peru, Sr. Presidente, quero manifestar, em nome dos colegas que a constituem, imenso pesar pela tragédia que se abateu sobre o povo peruano, ocasionada por recentes terremotos cujos epicentros se localizaram na região de Ica, com alcance de 8 graus na escala Richter. O abalo já causou mais de 500 mortes. Pelo menos 1.500 pessoas estão feridas e há mais 85 mil desabrigados. Informações da imprensa internacional dão conta de que a área atingida transformou-se num verdadeiro território de guerra. Saques, sede, fome e doenças assumem proporções dramáticas. Sou do Estado do Acre, mais precisamente da região do Juruá, na divisa com o Peru. Apesar do isolamento, mantemos com o povo vizinho convivência fraterna e grande esperança de integração. Para nós, esse evento é como se uma desgraça atingisse o nosso vizinho. Não podemos ficar quietos e omissos. Por isto, Sr. Presidente, quero dirigir ao Presidente Lula uma palavra de agradecimento pelo envio de ajuda ao Governo peruano — 46 toneladas de alimentos e mais 46 toneladas de medicamentos —, mas também declarar que ainda é pouco. Muito pouco. O Brasil tem condições de fazer muito mais por nossos vizinhos, e tenho certeza de que cumprirá esse dever humanitário. A população peruana residente no Brasil é estimada em 20 mil pessoas. São cidadãos e cidadãs que para cá vieram atraídos por novas oportunidades de estudo 64 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 e de emprego, ou expulsos e insatisfeitos com regimes autoritários que se sucederam ao longo do tempo naquele país. De todo modo, são vizinhos sulamericanos que merecem nossa solidariedade. Estima-se que pelo menos 3 mil brasileiros estavam no Peru durante os recentes terremotos. Muitos lá se fixaram e desenvolvem seus projetos de vida. Sr. Presidente, Srs. e Sras. Deputadas, felizmente, a ocorrência de terremotos não está entre as preocupações dos brasileiros, embora pequenos abalos sísmicos sem importância geológica sejam sentidos eventualmente. Não sabemos, portanto, o significado de uma tragédia desse tipo. Mas, por imagens e noticias, podemos avaliar a sua extensão na vida das pessoas — adultos, velhos, crianças e doentes —, especialmente quando residem em regiões pobres, como é o caso peruano. Cidades inteiras desmoronaram. Lojas, mercados, escolas e igrejas se transformaram em entulho. Serão necessários anos para que a vida volte ao normal, e muitas seqüelas se eternizarão. Neste momento, é importante estarmos ao lado do povo peruano e de seu Governo, demonstrando com ações efetivas nossa disposição de ajudar materialmente as vítimas do terremoto e manter as melhores relações com a nação amiga. Sei que o Presidente Lula tem sensibilidade para compreender o sofrimento da gente mais pobre. E sei que também que, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, está tomando providências nesse sentido. Assim sendo, quero louvar as ações de S.Exa. e manifestar-lhe total apoio, considerando que esta Casa tem a tradição e o compromisso com a integração latino-americana e com a ajuda humanitária. Nosso pesar e nossa solidariedade ao povo peruano! 65 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. WALDIR MARANHÃO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. WALDIR MARANHÃO (PP-MA. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem, o Governo Federal lançou o PAC da Segurança Pública. Recursos devem ser aplicados para diminuir o índice de criminalidade em bolsões onde, quase sempre, impera a falta de perspectivas para uma população extremamente pobres. Por isso, volto a defender ampla ação de combate ao crime no meu Estado, o Maranhão. Tenho ocupado esse espaço para denunciar a situação de insegurança em que vive o Maranhão. Já fiz também, em outra ocasião, apelo para que a Secretaria de Segurança Pública do Estado mostre competência no combate ao crime no tradicional Bairro do Lira, em São Luís, onde gangues inimigas trocam tiros em plena luz do dia. A violência no Bairro do Lira configura uma condição de insegurança, em qualquer hora do dia ou da noite, às famílias que ali residem, à semelhança do que ocorre em bairros da periferia do Rio de Janeiro e de São Paulo. O cansaço diante da inércia do Estado levou a comunidade do bairro e da região a uma manifestação domingo. Moradores do Lira, da Vila Passos, do Belira, do Goiabal, da Coréia, da Areinha, da Macaúba, do Codozinho e da Madre Deus cobraram do Poder Público ações efetivas para refrear a violência e a criminalidade. Pelas ruas do Lira, em passeata, dezenas de moradores empunharam faixas e cartazes, numa tentativa de chamar a atenção das autoridades. O furto em residências é o mais comum. Casas são assaltadas todos os dias, numa rotina estimulada pelo tráfico de entorpecentes. 66 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O morador do Lira Marcos Roberto, que ajudou a organizar o movimento de domingo, explicou à imprensa de São Luís que a população está cansada de impunidade. Ele diz que é lamentável, da janela de sua casa, observar garotos com revólver na mão andando pelas ruas do bairro Mais uma vez peço às autoridades policiais do meu Estado e também aos agentes públicos ligados à assistência social e à geração de emprego e renda que façam alguma coisa para evitar o crescimento da violência. A situação é crítica e emergencial. Se medidas corretivas acontecerem, tenho certeza, toda a população ficará ao lado do Poder Público. Desta Casa Legislativa, apoiarei todas as manifestações populares para que as autoridades façam seu dever de casa, porque a intranqüilidade tomou conta de muitas famílias são-luisenses. Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente. O cientista holandês Frans de Waall, no livro Eu, Primata, recém-lançado no Brasil, reafirma a tese de que o homem é um animal bipolar, porque, quando somos maus, conseguimos cometer barbaridades piores que as praticadas por qualquer outro ser já observado. Mas, ao exercitarmos nosso lado bom, também vamos além de todas as demais espécies. Esse conceituado cientista afirma ainda ser um erro julgar que a moralidade do homem surgiu do nada ou que é somente produto da religião e da cultura. Foi a natureza que criou as bases para a vida em sociedade tal e qual conhecemos, e não o homem. Faço essas considerações, Sr. Presidente, por conta da crueldade a que são submetidos os animais de circo. Diversas espécies estão condenadas 67 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 quotidianamente a práticas antinaturais. Sofrem fome e sede, são abandonados para morrer. Há um movimento nacional para que seja proibido o uso de animais como atração. O movimento reúne 26 entidades não governamentais que desenvolvem esforço para que seja proibida a utilização de animais em circos. O movimento considera imperativo a aprovação do Projeto de Lei nº 7.291/2006, oriundo do Senado Federal, que trata dessa proibição em todo o território nacional. Faço minhas as palavras do movimento de que não existe a possibilidade de uso de animais em espetáculos de circo sem o exercício da crueldade. Sob a aparência inocente e lúdica que ilusória e desonestamente se quer atribuir à participação de animais nesses espetáculos, o que existe é uma situação permanente e deplorável de maus-tratos, castigos físicos, privações, perda de liberdade e condenação perpétua a condições antinaturais de existência. Nas últimas décadas, a consciência planetária deu um salto qualitativo em sua concepção do meio ambiente e dos seres vivos como não fizera nos milênios antecedentes. O Brasil não pode ficar à margem da História, e a proibição de animais em circo é um avanço na nossa própria condição humana. Por fim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo frisar que é sabido por todos que o nosso Estado enfrentou, nos últimos 3 meses, momentos difíceis no setor educacional, com a paralisação das atividades escolares nos diferentes níveis de ensino. O sentimento era de descrença e de desilusão. Agora, porém, reacende a chama da esperança, ao vermos publicada em jornal local a história da vida do Frei José Rodrigues de Araújo, conhecido como Frei 68 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Rodrigo, marcada por intensa dedicação à sua religião, a ajudar pessoas e a coordenar projetos religiosos. A ele eu externo meu profundo sentimento de admiração e de confiança no trabalho que realiza. Maranhense, nascido em 1960 na Vila Jenipapo dos Gomes, Município de Tuntum, há 32 anos tem se dedicado à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Atualmente, ocupa o cargo de provincial na Província Nossa Senhora do Carmo, com sede em São Luís, Capital do Estado, que reúne, além do Maranhão, os Estados do Pará e do Amapá. Por sua dedicação e competência, tornou-se ainda Presidente da Conferência dos Capuchinhos no Brasil e membro do Conselho de Superiores Maiores Religiosos do Brasil. As fontes que o inspiraram para uma vida cristã e humanizadora tiveram várias referências. Mas uma deve ter tido mais forte influência: a de São Francisco de Assis, que, ao longo da vida, procurou nos ensinar a viver como irmãos em torno do princípio evangélico da fraternidade. É preciso cultivar o amor fraternal e a convivência como a de irmãos. Para isso, precisamos ser instrumentos do Senhor para a paz, o amor, a união, a verdade, a alegria e a esperança. Portanto, assim como Frei Rodrigo, não devemos perder a esperança de um Maranhão melhor. Sob as bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, presto a ele minhas homenagens, em nome da comunidade católica do Olho D’Água, em São Luís, onde o nosso homenageado prega suas vibrantes homilias. Muito obrigado. 69 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MANOEL SALVIANO - Peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra a V.Exa., pela ordem. O SR. MANOEL SALVIANO (PSDB-CE. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, faleceu no último sábado, dia 18, Obi Viana Diniz. Médico, formado pela Universidade do Rio de Janeiro, exerceu a Medicina em sua terra natal, o Município de Cedro, no Ceará, onde se destacou como profissional humanitário e amigo dos pobres. Prefeito do Município de Cedro em 2 mandatos, tornou-se uma das mais importantes lideranças políticas da região centro-sul do Estado do Ceará. Também foi Deputado Estadual por 2 mandatos e Secretário de Estado no primeiro Governo de Virgílio Távora. Receba a família do Dr. Obi Viana Diniz sinceras condolências. 70 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNON BEZERRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ARNON BEZERRA (PTB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, desejo apenas associar-me à manifestação do Deputado Manoel Salviano. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Todos nós nos solidarizamos com o Ceará e com a família do ilustre falecido. 71 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao Sr. Cláudio Cajado. O SR. CLAUDIO CAJADO (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo a tribuna desta Casa no intuito de registrar o brilhante trabalho que realiza a Prefeita de Dias D’Ávila, Andréia Xavier. Faço este registro não apenas na condição de Deputado representante daquele Município, mas, acima de tudo, por entender que as graves condições socioeconômicas que imperam nos municípios brasileiros não permitem falhas de gestões — e quando percebemos os resultados de uma boa gestão administrativa ficamos orgulhosos. Digo isso, Sr. Presidente, porque, atualmente, se uma Prefeitura dispuser de recursos próprios para manter em dia a folha de funcionários com os encargos sociais, realizar um mínimo de trabalho na área de limpeza pública e manter em dia o pagamento dos fornecedores já será um grande ganho. Mas, se a administração municipal, além de manter em dia o pagamento dos funcionários e o custeio com a iluminação e a limpeza pública, tiver condições de alavancar recursos para investimentos principalmente em infra-estrutura e, acima de tudo, oferecer cidadania com ações de cunho social, deve merecer um registro de elogio tanto neste foro privilegiado, que é a Câmara dos Deputados, como na Assembléia Legislativa. E isso deve ser feito, Sr. Presidente, para que os gestores municipais que tenham cumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal e obtido bons resultados nos investimentos públicos tenham sua administração bem avaliada e reconhecida. Esse é justamente o caso da Prefeita de Dias D’Ávila, Andréia Xavier, que conseguiu, por exemplo, recuperar o poder salarial dos funcionários municipais. 72 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Normalmente, os municípios mal conseguem pagar os salários dos seus servidores, mas em Dias D’Ávila, ao contrário, os funcionários estão tendo ganho real de salário, ou seja, reajustes acima da inflação. De igual forma, a Prefeitura mantém em dia todos os encargos sociais. Quando assumiu a Prefeitura, há 30 meses, Andréia Xavier herdou o município com 8 milhões de reais de dívida e um déficit mensal de 300 mil reais. Repactuados os contratos, redistribuída a estrutura e redirecionados os recursos de custeio, reduzido o pagamento com aluguel de carros e de máquinas e, principalmente, ao longo dos últimos 2 anos, feito um trabalho primordial de elevação de receita, os resultados já começam a aparecer. O município tem conseguido não apenas manter em dia seus pagamentos, mas iniciar uma série de novas obras. E, agora, o incremento do repasse ICMS e mais a receita própria do município ao longo dos 4 anos do mandato da Prefeita Andréia Xavier irá resultar num ganho de 20 milhões de reais em relação aos 4 anos da gestão anterior. Significa dizer, Sr. Presidente, que só com uma visão administrativa moderna e contemporânea e com uma equipe capaz os gestores públicos municipais terão condições de superar as adversidades que enfrentam. Esta semana, como disse, Dias D’Ávila está começando a colher importantes frutos, como a recuperação do estádio municipal, que a Prefeita Andréia Xavier construiu no passado. Na primeira etapa ocorreram gastos superiores 850 mil reais, recursos do município e do Estado. Por isso, registro a administração do Município de Dias D'Ávila como exemplo de que é possível, sim, superar as adversidades econômicas e financeiras com competência, trabalho, com visão de médio e longo prazo, fazendo o dever de casa, 73 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 mas, acima de tudo, tendo uma gestão eficiente e viabilizando o aumento das receitas. Gostaria ainda de consignar nos Anais da Casa a saída do Município de Dias D’Ávila, por motivo de promoção, da Exma. Sra. Dra. Juíza de Direita Débora Magda Peres Okumura, transferida para a Comarca de Várzea do Poço. Magistrada idônea, íntegra, competente e trabalhadora, deixará, sem sombra de dúvida, enorme saudade nos munícipes e amigos de Dias D’Ávila, que sempre se lembrarão de sua conduta ilibada à frente da Comarca. Muito obrigado. Durante o discurso do Sr. Claudio Cajado, o Sr. Narcio Rodrigues, 1° Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Átila Lins, § 2º do art. 18 do Regimento Interno. 74 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Átila Lins) - Concedo a palavra à Deputada Cida Diogo. A SRA. CIDA DIOGO (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia seguinte ao encerramento da 2ª Conferência de Política para Mulheres, parabenizo as quase 3 mil delegadas que dela participaram. Essa Conferência foi um marco na história da luta das mulheres brasileiras e do movimento feminista. Ao longo de 3 dias, foram analisados os avanços nas políticas públicas para melhorar a vida das mulheres e traçados novos desafios a serem vencidos e metas a serem alcançadas para garantir a saúde, a segurança, o direito ao trabalho e à creche das mulheres Parabenizo o Presidente Lula, a Ministra Nilcéa Freire, movimento organizado de mulheres brasileiras e as quase 3 mil delegadas que bravamente discutiram e aprovaram propostas para a melhoria da vida da mulher brasileira. Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para falar sobre assunto que considero muito importante. No programa do Ministério da Educação de ampliação do número de escolas técnicas federais, Volta Redonda será contemplada com mais um CEFET, que poderá atender a vários municípios do sul fluminense. Na próxima sexta-feira, dia 24, o Vereador Walmir Vítor, do Partido dos Trabalhadores, promoverá audiência pública, para a qual me convidou, destinada a examinar com representantes não só de Volta Redonda, mas de Barra Mansa, Valença, Resende, Porto Real, Quatis, Pinheiral, Barra do Piraí e Itatiaia que outros municípios poderão ser beneficiados com núcleos dessa escola técnica. Diga-se, a propósito, que o CEFET atenderá cerca de 3 mil jovens só em sua sede, número que poderá aumentar de 800 a mil ao alcançar outros municípios. 75 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Os jovens da região já tiveram uma escola técnica estatal vinculada à CSN. Todavia, em virtude da privatização daquela empresa siderúrgica, deixaram de ter acesso a ensino técnico público de qualidade. Agora, com a implantação desse CEFET, o Estado brasileiro poderá resgatar a dívida que tem para com os jovens do Estado fluminense. Fico muito feliz em ter intermediado a aprovação desse projeto perante o MEC, por meio do CEFET Química de Nilópolis — na verdade, quase o pai dessa criança —, que já existe há muitos. O Prof. Luiz Edmundo Vargas de Aguiar, Diretor-Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica de Química de Nilópolis, será o responsável, junto ao Ministério da Educação, pela implantação desse CEFET em Volta Redonda, no sul do Estado do Rio de Janeiro. Convido os moradores dos municípios do sul fluminense para participar dessa audiência pública a ser realizada na Câmara de Vereadores de Volta Redonda, sexta-feira, dia 24, às 10h, para debater o assunto e buscar opções para ampliar cada vez mais o número de vagas e de municípios beneficiados por esse CEFET. Parabéns ao MEC e ao Presidente Lula por garantir aos nossos jovens mais essa conquista. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. 76 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PEDRO FERNANDES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Átila Lins) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PEDRO FERNANDES (PTB-MA. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, “não há lugar melhor que o lar”. Assim suspirava a encantadora garotinha Dorothy Gale, personagem do filme O Mágico de Oz (1939), imortalizada pela interpretação de Judy Garland na adaptação para a tela do livro de L. Frank Baum. Dorothy/ Judy estava certíssima: é no lar, na companhia de nossos entes queridos, na doce abnegação de nossos pais, no amadurecimento do convívio com os irmãos, no apoio infalível dos amigos que encontramos conforto e energia para perseguir nossos projetos, superar as agruras do cotidiano, aprender a cooperar e competir, enfim, crescer como seres humanos e como cidadãos. Como seria bom se pudéssemos transplantar esses valores e adaptar alguns desses bons hábitos ao plano mais amplo da comunidade e da cidade em que vivemos! É óbvio que não estou me referindo aos vícios anti-republicanos do patrimonialismo, conceito criado pelo sábio alemão Max Weber (1864-1920) para descrever o comportamento daqueles maus governantes que se apropriam dos bens públicos (dinheiro, cargos, instalações, veículos) em proveito próprio ou de seus parentes e cupinchas. Repito: nada menos republicano, uma vez que república (do latim, res publica, ou bem comum) é o regime em que os governantes são controlados pelo consentimento dos governados, e não aquele em que as autoridades transformam o Estado em casa-da-mãe-joana. 77 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Refiro-me, sim, ao fortalecimento da coesão e da solidariedade das pessoas, famílias, vizinhanças, grupos e organizações sociais em torno do objetivo geral de cuidar com carinho da cidade como fazemos com os nossos lares, a fim de transformá-la em um lugar mais bonito, mais limpo, mais seguro, mais humano — em uma frase, melhor para viver. Para concretizar esse sonho, precisamos, antes de mais nada, combater a velha mania de pensar que tudo aquilo que é público não é de ninguém, podendo ser abandonado, depredado, esquecido. Não! O público é de todos, sem distinção de renda, origem, cor. A escola pública pode ser um bom exemplo. Que tal se todos — Governo e cidadãos, pais, mestres, diretores, funcionários, empresários locais, meios de comunicação, Polícia — assumíssemos o compromisso de ajudar os alunos da escola próxima de nossa casa a melhorarem suas notas, a lerem mais livros. Que tal se ajudássemos a aprimorarem seus resultados nas futuras avaliações oficiais periódicas de desempenho em matemática e ciências os estudantes de São Luís, do Maranhão, do Brasil, a se sentirem mais seguros dentro da sala de aula e nas ruas das imediações? É possível (re)pensar nesses mesmos moldes todos os demais setores da vida pública de um município. Afinal, em um lugar sadio, onde as pessoas se amam e respeitam, elas se reúnem para discutir os problemas que afetam a todos, e todos participam da solução, debatendo alternativas, dando sugestões, contribuindo com seu talento especial, dando sua cota de sacrifício, tirando partido das diferenças naturais de temperamento e opinião, compensando deficiências mútuas em benefício de um todo maior e melhor. Isso com muita sinceridade, transparência e 78 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 ampla circulação das informações que permitem a tomada da decisão correta e eficaz. Reza o velho adágio que a união faz a força, e é da força dessa união que precisamos para fazer de São Luís um lugar tão bom como o nosso lar. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. 79 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Átila Lins) - Tem a palavra o Deputado Vicentinho. O SR. VICENTINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo a tribuna para fazer um agradecimento especial à Câmara Municipal de Acari, Rio Grande do Norte, cidade onde fui morar ainda criança, com apenas 2 meses, e da qual saí com 20 anos. Trinta anos depois, fui agraciado com o título de Cidadão Acariense, o que muito me honrou e me deixou feliz. Aliás, qualquer brasileiro ficaria, eu principalmente, porque, embora não tenha nascido naquela cidade, me sinto acariense. Às vezes, fico até constrangido em dizer não sou de Acari, considerada a cidade a mais limpa do Brasil. Quero agradecer a presença àquela solenidade a minha família — tias, primos, sobrinhos, minha irmã Sofia, que mora em Currais Novos, meu irmão Francisco, que mora em Diadema, minha irmã Tetê, que mora em Macaíba — e o carinho que recebi de pessoas daquela comunidade com quem trabalhei e convivi e de amigos de infância. Participei da Festa de Nossa Senhora da Guia, Padroeira de Acari, uma das maiores do Seridó. A cidade tem aproximadamente 11 mil habitantes. No dia da procissão, o último dia da Festa, para lá acorrem mais de 30 mil pessoas. Acari fica linda. Todas as casas são pintadas para acolher os romeiros que vão louvar Nossa Senhora da Guia e os filhos ausentes, que vão de todos os recantos do País — havia gente de Brasília —, que lá se reencontram e confraternizam. Tive a honra de participar também das 2 últimas novenas, da festa na rua, das brincadeiras no parque de diversões, do leilão para a paróquia e de um dos bailes. Houve baile todas as noites, um deles ao som da banda Mastruz com Leite. 80 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Confesso que nunca tinha dançado tanto na minha vida: das 23h às 5h. Depois, fui ver o sol nascer. Quero aproveitar este espaço para agradecer a 2 Deputados queridos a presença àquela solenidade: João Maia, de Jardim de Piranhas, e Fátima Bezerra, do meu partido. Estiveram também presentes outros Deputados, o Vice-Governador do Estado e Prefeitos da região. Manifesto a todos o meu agradecimento. Além de participar dessas confraternizações, tive oportunidade de dialogar com trabalhadores e pequenos produtores do município. Constatei 2 graves problemas, que precisam ser vistos pelo Governo. Um é o risco de desertificação, que no Seridó é grande. O problema da desertificação é preocupante, principalmente numa região que utiliza muita lenha, pois tem fábricas de telhas e de tijolos. Como o Rio Grande do Norte produz gás, jamais poderia abrir mão de usá-lo. É preciso proteger nossa Caatinga, que está ameaçada. Tenho especial carinho pelo grande Açude Gargalheiras, que, além de Currais Novos, que tem mais de 60 mil habitantes, abastece Acari e outras cidades da região. No momento, há risco de contaminação das suas águas pelos esgotos que vêm sobretudo de Currais Novos. É preciso muito cuidado para assegurar proteção a esse ambiente. Coloquei-me à disposição, juntamente com os nobres Deputados, para defender a região, a exemplo de outras do Brasil que estão ameaçadas pela falta de cuidado com o meio ambiente e, sobretudo, pela desertificação. Sr. Presidente, agradeço a oportunidade e saúdo toda a comunidade acariense. 81 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. LUIZ FERNANDO FARIA (PP-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, recordo-me do dia 1º de janeiro de 2003. Assistindo à posse do Governador Aécio Neves, chamou-me a atenção, em particular, a ênfase das palavras em seu pronunciamento, quando anunciou, a Minas e ao Brasil, que os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e o norte de Minas teriam prioridade absoluta nas ações de seu Governo. Eu, que tenho minha origem política na Zona da Mata, mais especificamente na minha cidade de Santos Dumont, após o discurso do Sr. Governador, passei a interessar-me e a conhecer melhor a realidade do norte e do nordeste de Minas Gerais. A convivência com Parlamentares do norte e nordeste de Minas, em especial com meu colega e então Deputado Márcio Kangussu, que tinha sua atuação voltada em defesa da região, notadamente dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, possibilitou-me inteirar-me melhor de seus problemas e entender, então, Guimarães Rosa, em sua sábia assertiva de que Minas são várias. A partir de então, passei também a criar laços de amizades e a estabelecer vínculos políticos com a região a ponto de, nas últimas eleições, ter sido votado em algumas cidades, entre as quais Rubim, Almenara, Felizburgo, Umburatiba, Felício dos Santos e Senador Modestino. Muitas vezes, acostumados a ouvir de vários governantes abundância de palavras e escassez de ações para aquela sofrida região, fomos logo surpreendidos com o primeiro ato concreto do Governo ao criar uma secretaria para cuidar exclusivamente do desenvolvimento daquela região. 82 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Decidido a empreender uma administração moderna e transformadora, o Governador foi determinado ao implantar, de imediato, um programa de austeridade absoluta, promovendo ações administrativas de repercussão e introduzindo o choque de gestão no Estado de Minas Gerais. Tais providências tiveram efeitos extremamente positivos na economia do Estado, com reflexos de curto prazo nas contas públicas. Isso possibilitou o lançamento do PROACESSO, o maior programa rodoviário de Minas Gerais de todos os tempos. O PROACESSO está fazendo a ligação de 240 municípios que ainda não tinham acesso às ligações troncos por vias asfaltadas. Verificando o mapa rodoviário do Estado, pude constatar, Sr. Presidente, que mais de 80% dos municípios sem ligação asfáltica estavam localizados no norte e nordeste de Minas Gerais. Do mesmo modo, freqüentando a Secretaria de Saúde, era sempre informado pelo Secretário de que havia uma recomendação expressa do Sr. Governador para que a região norte e nordeste de Minas tivessem um tratamento diferenciado. Foi assim que vimos o PROHOSPI ser implantado e aquela região beneficiada de fato. Também na Secretaria de Educação não foi diferente. Os programas e ações daquela Secretaria, entre os quais, aqueles voltados à melhoria do transporte e da merenda escolar, bem como das questões pedagógicas, todos eles priorizavam o norte e o nordeste. Consciente da fragilidade das Prefeituras em realizar obras de infra-estrutura e de manutenção de vários serviços em seus municípios, que demandavam o emprego de máquinas e implementos, o Governador criou então o FUNDOMAQ, 83 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 proporcionando a essas Prefeituras acesso a tais equipamentos, essenciais ao desenvolvimento de seus municípios. Para romper o isolamento que sempre caracterizou grande parte do norte e nordeste de Minas Gerais, o Governador Aécio Neves estabeleceu uma série de ações que se completam entre si, algumas delas transformadoras. Depois de implementar o PROACESSO, implanta, num gesto de ousadia e visão de futuro, o Programa Minas Comunica, que está levando o sinal de celular a mais de 400 municípios. Com isso, os 853 municípios de Minas Gerais se integram ao sistema de telefonia celular. Quando imaginávamos que as ações do Governo Aécio Neves voltadas ao combate das desigualdades regionais se concentrariam nas já enumeradas, fomos surpreendidos, nos últimos dias, com uma decisão extraordinária do Governo, desta vez contemplando o setor de abastecimento de água e saneamento básico. Estamos falando da decisão do Governador de criar a COPASA Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais S/A — COPANOR, que por sinal é presidida com muita competência e responsabilidade pelo Dr. Márcio Nunes. O lançamento da COPANOR no último dia 9, em Teófilo Otoni, foi recebido com grande entusiasmo por toda a população daquela região. O Brasil acompanha de perto mais essa ação do Governo de Minas, que visa à ampliação do atendimento às populações menos favorecidas. A COPANOR, na sua primeira fase, vai levar água e esgoto tratados a mais de 600 localidades mineiras, com população entre 200 e 5.000 habitantes. O compromisso é disponibilizar os serviços com o mesmo padrão de qualidade dos que são oferecidos pela COPASA só que com um grande diferencial e muito 84 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 importante, Sr. Presidente: com uma tarifa bem inferior, que, em muitos casos, chegará ao consumidor até 4 vezes menor do que o valor cobrado pela COPASA. Para levar serviços de qualidade a uma região com baixo índice de desenvolvimento humano, que não pode pagar o preço real dos serviços, qual terá sido a solução engendrada pela Sr. Governador para tornar possível esse atendimento? Primeiro, destinou mais de 500 milhões de reais para investimento em obras, recursos do Tesouro Estadual e que não retornarão ao caixa do Estado. Como não haverá despesas com pagamentos de juros e amortizações, esses dois itens, importantes na composição dos custos, deixam de impactar as tarifas. A política de recursos humanos da COPANOR também será praticada de acordo com a realidade regional, com salários dignos, mas obedecendo a lógica do mercado da região. Segundo, a COPANOR usará a tecnologia, a inteligência e a excelência da COPASA, adquiridas ao longo de décadas. A eficiência administrativa e operacional fez dela a melhor empresa de saneamento do País. Todo esse patrimônio intangível será incorporado à COPANOR, sem gerar qualquer ônus para a nova empresa. Terceiro, outra importante novidade acontece no plano administrativo. A gestão da COPANOR, presidente e diretores, não é preenchida por cargos remunerados. Isso porque seus diretores são recrutados da própria Diretoria Executiva da COPASA. Esses 4 itens revelam o segredo que está permitindo a COPANOR praticar uma tarifa baixa e inteiramente compatível com a realidade socioeconômica do norte e nordeste do Estado. 85 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 No que diz respeito à direção da COPANOR, o Sr. Governador Aécio Neves demonstra mais uma vez sua sensibilidade, seu apreço e reconhece o valor dos cidadãos daquela região, ao escolher para presidente da nova empresa o exDeputado Márcio Kangussu. Mais do que uma pessoa com origem naquela região, trata-se de um estudioso e profundo conhecedor dos seus problemas, até porque ali reside e tem seus negócios. Dou meu testemunho pessoal, por ter sido seu colega na Assembléia Legislativa, durante duas Legislaturas, onde se destacou pela defesa intransigente e pelo trabalho intenso e dedicado àquela região, notadamente os Vales do Jequitinhonha e Mucuri, ele que, por duas vezes, foi Prefeito de Joaíma. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um programa dessa magnitude, com abrangência no semi-árido mineiro, que tem a mesma característica do semi-árido brasileiro, certamente servirá de modelo para implantação em todo o Nordeste do país. Por essa razão, precisa obrigatoriamente ter a participação solidária do Governo Federal. Para isso, vou propor, com a urgência que o assunto merece, uma reunião dos dirigentes da COPANOR com os gestores dos Ministérios das Cidades e da Integração Regional, a fim de dar o primeiro passo rumo à integração do Governo Federal com esse programa de saneamento básico. Tenho certeza de que o Presidente Lula, que tem sensibilidade política para entender a extensão social do programa, e que dedica atenção especial pela região, terá todo interesse em apoiar essa iniciativa do Governador Aécio, até porque esses dois homens públicos colocam os interesses do povo em plano superior às diferenças partidárias que os separam. 86 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A COPANOR chega com esse compromisso: melhorar a vida dos cidadãos, já que saneamento básico é um dos pressupostos para garantir saúde e qualidade de vida à população. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Deputado Luiz Fernando Faria, cumprimentamos V.Exa. pelo pronunciamento, que registra transformações importantes que estão acontecendo em nosso Estado, Minas Gerais, sob a liderança do Governador Aécio Neves. Durante o discurso do Sr. Luiz Fernando Faria, o Sr. Átila Lira, § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Narcio Rodrigues, 1º Vice-Presidente. 87 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Carlos Souza. O SR. CARLOS SOUZA (PP-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna, primeiramente, para parabenizar o Governo Federal pelo lançamento de mais um projeto arrojado. O programa diz respeito a uma situação da qual a população brasileira reclama: a insegurança pública. O Governo Lula está lançando o PRONASCI, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. O mais importante nesse programa é o investimento no policial. Esse investimento vai desde a habitação. Hoje, tanto os policiais civis quanto os policiais militares saem para dar segurança à sociedade e deixam suas famílias na periferia das cidades, em favelas, totalmente fragilizadas, e muitas vezes morando ao lado de traficantes. Sr. Presidente, o programa contempla a habitação. O objetivo é construir conjuntos habitacionais simples, mas dignos, para moradia desses policiais, no intuito de dar-lhes condições de, verdadeiramente, desempenharem o seu papel. Outro aspecto do PRONASCI, Sr. Presidente, refere-se à bolsa-formação. É um estímulo aos profissionais da segurança pública para que possam adequar-se, aprimorar-se, fazer cursos de profissionalização e de qualificação para o exercício de suas atividades. O programa contempla com uma bolsa-formação de 180 reais a 400 reais esses profissionais, para que possam qualificar-se. Seria interessante que esse investimento de 6,7 bilhões de reais que o Governo Federal está destinando até o ano de 2012 pudesse contar com a parceria do Programa de Aceleração do Crescimento, cujos recursos foram da ordem de 500 bilhões de reais, para poder levar não só cidadania aos profissionais da segurança 88 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 pública, mas ao mesmo tempo infra-estrutura às cidades que precisam tirar esses guetos, essas favelas do isolamento dos grandes centros urbanos, pois esse isolamento só propicia a alta da violência nas grandes cidades. Sr. Presidente, cito como exemplo minha cidade de Manaus. Temos um programa chamado PROSAMIM, fruto de parceria do Governo do Estado, de Eduardo Braga, com o Governo Federal, mediante o qual estamos levando infraestrutura para a periferia da cidade de Manaus e para a maioria dos igarapés que cortam nossa cidade. Em localidades onde a violência é gritante, como na 13 de Maio, entre 96% e 97% dos trabalhadores são pessoas humildes, gente de bem. Agora, dotadas de infra-estrutura, caíram em cerca de 80% os índices de violência. Espero, Sr. Presidente, que o Governo Federal não seja moroso, que não haja burocracia na liberação de recursos, como, infelizmente, vem acontecendo com o Programa de Aceleração do Crescimento. Nós, brasileiros, ansiamos por mais recursos e investimentos em segurança pública. Muito obrigado. 89 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, inicialmente, quero fazer uma saudação muito especial a todos os participantes da Marcha das Margaridas, da qual participamos hoje pela manhã no Parque da Cidade. Trata-se de uma manifestação que reivindica direitos como previdência rural, emprego, renda e medidas ambientais para as mulheres trabalhadoras. Faz também uma grande homenagem à Margarida Alves, assassinada em 1983, na porta de sua casa, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba. Essa marcha rende homenagem a todas as mulheres que vêm lutando para conquistar seus direitos em nosso País. Portanto, quero transmitir meu abraço, meu apoio, minha saudação a todas as organizadoras e aos participantes dessa marcha, em particular à delegação do Estado do Ceará, que veio em peso participar dessa atividade tão importante. Amanhã haverá uma caminhada em direção ao Palácio do Planalto. Possivelmente a delegação será recebida pelo nosso Presidente da República, o companheiro Lula, que será solidário com a luta das mulheres trabalhadoras brasileiras. Quero também, Sr. Presidente, neste pronunciamento saudar o Dia da Nacional da Habitação. No momento em que o Brasil se prepara para receber o maior volume de investimentos habitacionais da história, de cerca de 106 bilhões de reais, pelo Programa de Aceleração do Crescimento, importa ressaltar a responsabilidade dos gestores públicos e da própria sociedade civil no que toca ao acompanhamento atento do uso eficiente dos recursos aplicados nesse setor. No caso do Ceará, os recursos destinados pela União somam 979 milhões de reais, conforme anunciou, no início de julho, o Presidente Lula, durante visita ao 90 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Estado. A maior parte desses recursos será empregada na urbanização de favelas e em obras de saneamento básico na Região Metropolitana de Fortaleza e na cidade de Sobral, elevando-se assim de 60% para 80% a cobertura de coleta e tratamento de esgoto. Gostaria ainda de destacar a prioridade absoluta conferida pelo PAC à construção de casas populares. Apenas com recursos do Orçamento Geral da União serão destinados 4 bilhões de reais para a construção de 200 mil casas, e outros 10 bilhões de reais para a área de saneamento básico. Cabe mencionar a nova legislação de parcelamento do solo urbano, que permitirá ampla regularização fundiária no País, beneficiando 12 milhões de domicílios e possibilitando uma economia formal de 120 bilhões de reais em ativos imobiliários. Isso sem contar com o potencial de alavancagem de negócios no setor da construção civil. Entendo que o momento é especialmente importante para que União, Estados e municípios atuem em sinergia de ações em favor do cidadão brasileiro. Vale lembrar a responsabilidade que tem esta Casa de acompanhar, observar, criticar, formular projetos e toda sorte de medidas legislativas voltadas para o pleno uso dos recursos habitacionais para suas devidas finalidades. E essa tarefa cabe sobretudo às Comissões criadas com esse objetivo, como é o caso da Comissão de Desenvolvimento Urbano, da qual sou membro titular, bem como por parte da Subcomissão de Habitação, a qual tenho a honra de atualmente presidir. Compete também a essas Comissões o papel de fiscalizar e observar o uso dos recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, o qual dará prioridade à simplificação dos procedimentos judiciais para a entrega de títulos de 91 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 propriedade, beneficiando famílias com renda mensal de até 5 salários mínimos, segmento da população que responde por 96% do déficit habitacional brasileiro, estimado em 7,9 milhões de moradias, estima o Ministério das Cidades. A prioridade dos investimentos é para a faixa da população que recebe até 5 salários mínimos por mês. Atualmente, cerca de 92% do déficit habitacional do País se concentra nas famílias com renda inferior a R$1,7 mil. É sempre bom lembrar que, ao contrário de Governos anteriores — que se limitavam a construir conjuntos habitacionais —, os investimentos públicos realizados pelo Governo Lula estão erguendo verdadeiras cidades, com até 10 mil casas de uma vez. Trata-se de uma mudança de paradigma, no qual se confere prioridade absoluta à questão da moradia, mas de maneira a torná-la acessível à população carente. De maneira geral, a habitação nesse Governo tem sido contemplada com recursos mais abundantes e contado com novas alternativas de financiamento que tornam a casa própria mais acessível. A expectativa é de ampliação do limite para operações de crédito do setor público e para novas ações de saneamento ambiental na compra de insumos e serviços utilizados na construção civil em novos projetos de infra-estrutura de longo prazo. Essas medidas permitirão um aumento substancial nas obras de urbanização de assentamentos, inclusive a um custo menor. São medidas concretas voltadas ao Brasil real, na busca de maior igualdade social e de oportunidades de trabalho, renda e dignidade para todos os brasileiros. Sr. Presidente, neste dia tão importante, o Dia Nacional da Habitação, queremos parabenizar não só o Governo Federal, mas todos os Governos que têm 92 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 compromisso com essa causa especialíssima, em função da importância que representa para cada cidadão e cidadã ter um local onde morar, um centro de referência da sua cidadania. A casa é um local sagrado. É garantida pela Constituição brasileira a inviolabilidade do lar. Parabéns por esse dia consagrado à habitação no nosso País. 93 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, assomo à tribuna para falar sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica — IDEB, criado pelo Ministério da Educação. O programa Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, lançado pela União Federal ao final do mês de abril, em regime de colaboração com municípios, Distrito Federal e Estados, conta com a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. O IDEB, índice elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais — INEP, vai mostrar as condições de ensino no Brasil. Atualmente a educação básica brasileira tem uma média aproximada de quatro pontos numa escala que vai de zero a dez e que leva em conta o rendimento dos alunos, a taxa de repetência e a evasão escolar. A meta é que o Brasil atinja, nos próximos 15 anos, nota seis no IDEB. Essa meta foi fixada levando em consideração o resultado obtido pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Seis foi a nota obtida pelos países desenvolvidos que ficaram entre os vinte mais bem colocados do mundo. A partir da análise dos indicadores do IDEB, o MEC poderá apoiar técnica e/ou financeiramente os municípios com baixos índices de qualidade de ensino. Sr. Presidente, esse aporte de recursos, adicionais ao Fundo de Educação Básica — FUNDEB, se dará a partir de um plano de ações articuladas, elaborado por uma comissão técnica do MEC e dirigentes locais. Segundo o Ministro da 94 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Educação, Sr. Fernando Haddad, o Ministério disporá de cerca de R$1 bilhão para a assistência no ano de 2007. A previsão é que o Governo Federal atenda aproximadamente mil municípios com os mais baixos índices de qualidade. Várias ações poderão ser recomendadas, tais como o acompanhamento individual das crianças, atividades de cultura e esporte no contraturno escolar, a participação da comunidade nos conselhos de cada escola e a criação de conselhos municipais de educação. O objetivo é envolver Estados, municípios, famílias e a comunidade em torno da melhoria da qualidade da educação básica. Até agora, nobres colegas, houve a adesão de somente 20% das Prefeituras, mas é esperado que esse número cresça, uma vez que todas as transferências voluntárias e assistência técnica do MEC aos municípios, Estados e Distrito Federal estão vinculadas à adesão ao Compromisso Todos pela Educação e à elaboração do Plano de Ações Articuladas — PAR, instrumentos fundamentais para a melhoria do IDEB e da educação brasileira como um todo. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. 95 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PEDRO FERNANDES (PTB-MA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, “Não há lugar melhor que o lar”. Assim suspirava a encantadora garotinha Dorothy Gale, personagem do filme O Mágico de Oz (1939), imortalizada pela interpretação de Judy Garland na adaptação para a tela do livro de L. Frank Baum. Dorothy/ Judy estava certíssima: é no lar, na companhia de nossos entes queridos, na doce abnegação de nossos pais, no amadurecimento do convívio com os irmãos, no apoio infalível dos amigos que encontramos conforto e energia para perseguir nossos projetos, superar as agruras do cotidiano, aprender a cooperar e competir, enfim, crescer como seres humanos e como cidadãos. Como seria bom se pudéssemos transplantar esses valores e adaptar alguns desses bons hábitos ao plano mais amplo da comunidade e da cidade em que vivemos! É óbvio que não estou me referindo aos vícios anti-republicanos do patrimonialismo, conceito criado pelo sábio alemão Max Weber (1864-1920) para descrever o comportamento daqueles maus governantes que se apropriam dos bens públicos (dinheiro, cargos, instalações, veículos) em proveito próprio ou de seus parentes e cupinchas. Repito: nada menos republicano, uma vez que república (do latim, res pública, ou bem comum) é o regime em que os governantes são controlados pelo consentimento dos governados, e não aquele em que as autoridades transformam o Estado em casa da mãe Joana. Refiro-me, sim, ao fortalecimento da coesão e da solidariedade das pessoas, famílias, vizinhanças, grupos e organizações sociais em torno do objetivo geral de cuidar com carinho da cidade como fazemos com os nossos lares, a fim de 96 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 transformá-la em um lugar mais bonito, mais limpo, mais seguro, mais humano, em uma frase, melhor para viver. Para concretizar esse sonho precisamos, antes de mais nada, combater a velha mania de pensar que tudo aquilo que é público não é de ninguém, podendo ser abandonado, depredado, esquecido. Não! O público é de todos, sem distinção de renda, origem, cor. A escola pública pode ser um bom exemplo. Que tal se todos — governo e cidadãos; pais; mestres; diretores; funcionários; empresários locais; meios de comunicação; polícia etc. — assumíssemos o compromisso de ajudar os alunos da escola próxima de nossa casa a melhorarem suas notas, a lerem mais livros, a aprimorarem seus resultados nas futuras avaliações oficiais periódicas de desempenho em matemática e ciências dos estudantes de São Luís, do Maranhão, do Brasil, a se sentirem mais seguros dentro da sala de aula e nas ruas das imediações? É possível repensar nesses mesmos moldes todos os demais setores da vida pública de um município. Afinal, em um lugar sadio, onde as pessoas se amam e se respeitam, elas se reúnem para discutir os problemas que afetam a todos e todos participam da solução, debatendo alternativas, dando sugestões, contribuindo com seu talento especial, dando sua cota de sacrifício, tirando partido das diferenças naturais de temperamento e opinião, compensando deficiências mútuas em benefício de um todo maior e melhor; com muita sinceridade, transparência e ampla circulação das informações que permitem a tomada da decisão correta e eficaz. Reza o velho adágio que a união faz a força, e é da força desta união que precisamos para fazer de São Luís um lugar tão bom como o nosso lar. Muito obrigado. 97 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JORGE KHOURY (DEM-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apesar do curto recesso, pude fazer algumas visitas aos municípios que represento. A Legislatura passada — pautada pela mídia desinformada — cortou o recesso do meio do ano pela metade, só ficando 15 dias. É nos recessos que visitamos as bases e não apenas a capital do nosso Estado, o que ocorre nos fins de semana do período normal. Mas enquanto faltar brio nos Parlamentares, continuaremos sendo pautados por todos — menos pelo desejo do povo, expresso na vontade daqueles por eles eleitos democraticamente, nós. Estive apenas em 4 municípios, por ordem de datas: Casa Nova, Juazeiro, Cravolândia e Araci. Encerrei minha programação do período visitando, com meu parceiro o Deputado Estadual José Nunes, o estimado Município de Araci. Fomos recebidos por Maria Edneide Torres Silva Pinho, a querida ex-Prefeita Nenca; os ex-Prefeitos Edvaldo Pinho e José Carlos Mota; além do Presidente da Câmara Manoel Pinho, que estava na interinidade do cargo de Prefeito, pois logo em seguida passaria o cargo para o Vice-Prefeito Waldomiro Pinho, face à determinação judicial que afastou o Prefeito por 90 dias; os Vereadores Rômulo Carvalho Matos; Gilmara Góes Magalhães da Costa; Laerto Januir Barreto Pinho; e cerca de 40 candidatos a Vereador (2008), todos ansiosos a conversar acerca do próximo pleito, e as possíveis alterações eleitorais. 98 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Falamos sobre reforma política, necessidade de um ou mais partidos, candidaturas — majoritária e proporcional — do nosso grupo, representatividade dos diversos segmentos da sociedade de Araci, dentre os candidatos, etc. Uma verdadeira aula de política, isso sim, de uma POLÍTICA com tudo maiúsculo (não só o P). Uma demonstração de consciência política, de organização partidária, de objetivos claros: voltar ao Poder. O grupo, sob a batuta da líder nata Nenca, que exerceu com dignidade, entusiasmo e muito trabalho as funções de Prefeita de Araci, se prepara para, de forma estruturada e ética, voltar ao cargo e consolidar muitas ações iniciadas durante seu primeiro mandato, tendo sido infelizmente interrompido. Portanto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, foi muito proveitoso o “mini” recesso. Caso fosse como antes, 30 dias, por certo teria oportunidade de rever muitos outros municípios, fazer a boa política e contribuir para o desenvolvimento do nosso País. Sem municípios fortes, jamais teremos Estados e nem mesmo um país forte. Era o que tinha a dizer. 99 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. DR. PINOTTI (DEM-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, depois de pouco mais de 6 meses à frente da recém-criada Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo, reassumo o mandato nesta Casa, oferecendo, inicialmente, algumas reflexões sobre a crise e a situação do ensino superior de nosso Estado. Em recente artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, tive oportunidade de fazer algumas dessas reflexões. Em primeiríssimo lugar, é preciso dizer, ainda que pareça lugar comum, que precisamos de mudanças urgentes em nosso País. Elas, as mudanças, como tudo que é novo, sempre provocam receios e discussões que, se forem sinceras e informadas, gerarão avanços no sentido correto. Respondi, naquele espaço, artigo intitulado Serra e o fim da autonomia universitária, não só como titular, à época, da pasta do ensino superior, mas também como professor da USP e da UNICAMP por toda a vida, ex-reitor da última e um dos estimuladores da criação do CRUESP — Conselho de Reitores das Universidades Estaduais do Estado de São Paulo — e da vinculação de um percentual do ICMS às 3 universidades estaduais paulistas. Sr. Presidente, reafirmo que não há dúvida de que por essas e várias outras razões, como a preparação e o denodo dos docentes, o apoio dos Governos e a competência continuada das direções e dos seus funcionários fizeram dessas 3 universidades as melhores do País, responsáveis por 50% da pós-graduação e da pesquisa nacional, e as únicas brasileiras, ao lado da UFRJ — Universidade Federal do Rio de Janeiro —, a constar de listas internacionais de excelência. Com todo 100 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 respeito pelas demais universidades públicas brasileiras, essa é uma realidade incontestável. Sabemos disso e nos consideramos partícipes. Não há, portanto, de nossa parte, e muito menos da parte do atual Governo de São Paulo, cujo Governador também é docente da UNICAMP, nenhuma intenção que não seja preservar essas características e ampliá-las. Foi esse o significado do gesto do Governador ao criar a nova Secretaria de Ensino Superior: uma valorização do ensino superior, que não se restringe, porém, às 3 universidades estaduais. Elas respondem por 5% dos 366.500 estudantes universitários ingressantes do Estado. Há graves questões a serem corrigidas nesse pujante setor, que dispõe, hoje, de mais de 500 unidades de ensino com baixa conexão entre elas e com as ações governamentais. As unidades universitárias respondem a diferentes setores sem uma organização sistêmica que facilite encaminhar soluções para questões como mobilidade estudantil, baixa percentagem de jovens que fazem curso superior (17% em São Paulo; 11% no Brasil; 31% na Argentina) e elitismo do processo seletivo de ingresso. Famílias com renda maior que 5 salários mínimos per capita (apenas 5,7% da população) têm 53,8% dos seus jovens no ensino superior; famílias com renda menor que um salário mínimo, que são 57,3% da população, têm apenas 1,6% dos seus jovens no ensino superior. Esses dados são do IBGE para o País, mas não devem ser muito diferentes daqueles da Região Metropolitana de São Paulo. 101 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Existe também uma preocupante taxa de evasão de 25% ao ano nas universidades privadas e de 7% ao ano nas públicas no nosso Estado. Tudo isso causa perda de valores, injustiças e entraves ao desenvolvimento. Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, estamos certos de poder contar com a parceria dos pensadores das universidades estaduais para refletir e propor soluções para esses e outros problemas dos quais a universidade, pelo seu compromisso social, não pode se desvincular. A precária qualidade do ensino básico pode melhorar com uma integração mais forte com a universidade, por meio de colégios de aplicação, cursinhos e estágios; a alta taxa de desemprego dos jovens egressos do ensino superior poderá diminuir com melhor direcionamento de cursos para o mercado de trabalho, estágios em empresas e outras ações. Enfim, há espaço para uma integração mais efetiva no pensar e no agir das universidades com a sociedade e com o desenvolvimento. A Secretaria do Ensino Superior, agora sob a responsabilidade do Prof. Carlos Vogt, tenho certeza, poderá dar continuidade a esse trabalho de articulação, mediação e integração. As questões não se resumem nas pertinentes às 3 universidades estaduais paulistas. A tarefa da Secretaria foi e é, em parceria com toda sua inteligência, construir soluções para esses problemas. Estou seguro de que, apesar das incompreensões, naturais diante de propostas inovadores, em nenhum momento ficou comprometida a autonomia universitária, que é constitucional (art. 207), como em relação à parcela do ICMS, à política salarial e à expansão de vagas dentro dessa autonomia que é, segundo Nina 102 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Hanieri (USP), um poder derivado e estará sempre vinculada à consecução das funções sociais cujo cometimento deve otimizar. Sempre considerei — e nisso sou acompanhado pela maioria dos colegas da USP, UNESP e UNICAMP — que a universidade precisa olhar mais para fora do que para dentro dela mesma, como reza a Constituição de nosso Estado. Se o fizer, será o motor de um desenvolvimento humano, tecnológico e sustentável, como tem acontecido de forma intencional em vários países do mundo, com excelentes resultados. Agora, ao retorno do exercício da atividade parlamentar, espero poder aprofundar esse importante debate nesta Casa de leis, em especial no âmbito da discussão que se faz com o objetivo de se promover uma das mais importantes reformas que é a reforma universitária, sem jamais perder de vista a consolidação do princípio da autonomia dessa instituição, que é vital para o desenvolvimento do País e a promoção do bem-estar social. Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mergulho, novamente, no tema da educação, mais especificamente da educação infantil e fundamental. SAEB, SARESP, PREAL, PISA, UNICEF, UNESCO, Prova Brasil e outras formas de avaliação mostram que há 15 anos os resultados da educação infantil e fundamental públicas são precários e, o que é pior, não melhoram. Até quando vamos continuar avaliando, só avaliando? Quase todas as tentativas de correção têm ocorrido dentro da sala de aula, com a maior dedicação dos professores, porém, com reduzido sucesso, porque não 103 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 levam em conta o ambiente onde essas crianças estão inseridas, suas precárias condições de saúde e a demanda reprimida, iníqua, do ensino infantil. O IBGE mostrou que apenas 8% das famílias com meio salário mínimo per capita (40% das famílias com crianças) têm filhos em creche. Quando a renda sobe para 3 salários, a creche existe para 36%. Recentemente, a UNICEF estudou as 33 escolas mais bem avaliadas na Prova Brasil, de um conjunto de 41 mil, e procurou verificar as variáveis comuns que poderiam explicar seu sucesso. A principal delas foi a existência de projetos pedagógicos extracurriculares ligados ao cotidiano das crianças, com atividades culturais e esportivas, envolvimento da comunidade, das universidades próximas e dos pais, usando o tempo do pós-escola. Todos como iniciativa "irreverente e autônoma" da própria escola. Outras características foram professores empenhados e alunos interessados. Claro, professores empenhados é a razão da inovação, e alunos interessados é a sua conseqüência. Já havíamos percebido isso no PROFIC — Programa de Formação Integral da Criança, realizado em São Paulo no Governo Montoro (1983-1987). Os alunos que estavam em tempo integral nas escolas públicas (514.000 alunos), comparados com os que faziam tempo parcial, tiveram melhor rendimento escolar e mudanças mais favoráveis no comportamento e na saúde, em que pese o fato de que o critério de escolha para o PROFIC foi pior rendimento escolar e pobreza. Uma contraprova ocorreu no colégio Porto Seguro, que fica na zona sul de São Paulo. As crianças pertencentes à classe média alta estudam com 70 crianças 104 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 (por série) da favela Paraisópolis, que não pagam, mas têm rigorosamente o mesmo ensino. Neste ano, a primeira turma da qual os alunos carentes fazem parte terminou o secundário e foi prestar vestibular nas universidades públicas. Resultado: um número significativo ingressou, mas nenhum era da favela. A diferença de resultado não ocorreu pela sala de aula, que foi a mesma, mas pelo ambiente onde eles estão inseridos. Ao contrário dos demais, os alunos da favela não têm pais leitores, livros e, muito menos, computador em casa. No pós-escola, eles não têm aulas de reforço, de línguas, tampouco férias ou fins de semana pedagógicos. Além disso, a saúde dessas crianças é malcuidada. Recentemente, um matemático de Harvard mostrou que a escola é responsável por apenas 20% da formação das crianças. Tudo isso, prova e contraprova, com variadas evidências, que a salvação da educação fundamental pública brasileira só se fará oferecendo às crianças mais carentes um ensino cujas características sejam variantes às suas deficiências sociais, usando seu tempo pós-aula, aproveitando pedagogicamente as riquezas culturais e esportivas das cidades e dando às escolas liberdade e condições de usá-las. Foi o que a UNICEF evidenciou. Esse é o princípio do São Paulo é uma Escola, que iniciamos com José Serra na Prefeitura, incluindo a passagem de recursos financeiros, para dar autonomia às unidades escolares e um contato concreto com as universidades próximas, que nos cedem, inclusive, estagiários para o processo de alfabetização. Esse é também o verdadeiro sentido de políticas compensatórias, que devem ser construídas dentro das políticas públicas, dando um pouco mais para quem tem menos, para 105 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 compensar diferenças, igualar oportunidades e criar desenvolvimento sustentado. Neste País se escolheu o modelo equivocado: as políticas públicas favorecem os mais aquinhoados, e aos pobres se dão gorjetas. Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, só não enxerga o caminho correto quem não quer ver, ou não quer ter o difícil trabalho de implementar políticas públicas inteligentes e socialmente construídas. A universidade tem um papel a cumprir na melhora do ensino básico e os seus dirigentes estão cônscios disso. Essa é uma tarefa da qual não podem abdicar aqueles que têm compromisso com a educação e com o desenvolvimento de nosso País. Muito obrigado. 106 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. LUIZ BITTENCOURT (Bloco/PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Universidade Federal de Goiás (UFG), inovando de forma pioneira nas suas ações pedagógicas, acaba de criar o primeiro curso de Direito Agrário destinado ao trabalhador rural do Brasil. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma iniciativa elogiável pelo seu alto alcance social, demonstrando o grau de compromisso da instituição universitária com a realidade vivida pelos trabalhadores do campo. A primeira turma do novo curso de Direito Agrário é formada por 60 assentados da reforma agrária e agricultores familiares e iniciou suas atividades acadêmicas no dia 17 de agosto último, com aula inaugural proferida pelo Ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal. O curso está sendo ministrado no campus avançado da UFG, na Cidade de Goiás, antiga capital do Estado de Goiás, a 138 quilômetros de Goiânia. A escolha da Cidade de Goiás para sediar o curso teve um caráter simbólico. A prelazia da cidade foi durante muitos anos conduzida pelo dirigente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Tomás Balduíno, religioso goiano que ganhou notoriedade por semear a paz e os direitos do homem no campo e que se tornou um dos maiores defensores da reforma agrária no Brasil. A Universidade Federal de Goiás informa que o novo curso terá o mesmo conteúdo e duração das demais turmas de Direito da instituição. Os 60 alunos que foram aprovados entre os 600 inscritos no vestibular realizado pela UFG, em março desse ano, tiveram de comprovar vínculo com assentamentos ou unidades de agricultura familiar. 107 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A criação da turma especial foi possível graças à realização de um convênio entre os trabalhadores rurais, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — INCRA, o Ministério do Desenvolvimento Agrário — MDA e a UFG, por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária — PRONERA. Segundo a UFG, o Ministério do Desenvolvimento Agrário vai repassar a maior parte dos recursos, da ordem de R$180 mil anuais, que vão cobrir os custos da graduação. Essa é a segunda iniciativa em Goiás de cursos ou turmas especiais dedicadas aos trabalhadores rurais. Desde o início de 2007, está em andamento na UFG o curso de Pedagogia voltado para educadores com atuação no campo e nos movimentos sociais, conhecido como Pedagogia da Terra, fruto de convênio entre as mesmas instituições. Em 2006, o Ministério Público Federal em Goiás abriu um inquérito para apurar a regularidade dos cursos para trabalhadores rurais. A peça foi arquivada porque a Procuradoria concluiu que o projeto era uma ação afirmativa voltada a um grupo marginalizado — e não a criação de um privilégio. Com base nessa concepção, a UFG aprofundou sua atuação na área, agora meritoriamente produzindo a multiplicação do saber junto a um segmento de trabalhadores historicamente excluído do universo acadêmico. Ao concluir, quero manifestar meu reconhecimento e cumprimentar o Reitor da UFG, Prof. Edward Madureira, um engenheiro agrônomo de formação e doutor em Genética e Melhoramento de Plantas, que realiza uma gestão irrepreensível à frente deste centro de educação superior de excelência, hoje um dos mais completos e respeitados do País. A UFG é, com certeza, um modelo de instituição universitária que orgulha não só Goiás e o Centro-Oeste, mas todo o Brasil. É esse, Sr. Presidente, o registro que faço com muita satisfação na tribuna desta Casa. Muito obrigado. 108 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. MANUELA D’ÁVILA (Bloco/PCdoB-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero hoje trazer ao debate desta Casa uma questão fundamental, que atingiu de forma mais perversa os moradores da Capital do meu Estado, a cidade de Porto Alegre. Lá, por uma série de atitudes da atual gestão municipal, podemos afirmar que o Programa Saúde da Família está correndo risco. Hoje encerram-se os contratos de metade dos servidores do programa, e, em vez de a Prefeitura negociar e buscar soluções, ela aponta para um caminho incerto, firmando convênio com uma OSCIP, para que ela assuma as contratações. Sras. e Srs. Deputados, o atual Prefeito foi eleito afirmando que sua prioridade seria a saúde, mas a realidade se mostrou muito diferente. Como admitir que uma OSCIP, cujo telefone e endereço de São Paulo, onde seria sua sede, não conferem com o cadastro da OSCIP no Ministério da Justiça — para se fazer contato com esse instituição é preciso ligar para um celular —, administre um programa importante como o PSF? Na sexta-feira, centenas de trabalhadores protestaram em frente à Prefeitura, mas a atual gestão fez ouvidos moucos aos trabalhadores da saúde. Aliás, a atual gestão, que assumiu com o compromisso de enfrentar os problemas da saúde, nada mais fez do que os aprofundar, com uma prática administrativa reprovável. O PSF era gerido pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul — FAURGS, que respondia pelos contratos desde 2000. Entretanto, por conta de uma dívida da Prefeitura Municipal de 2,8 milhões reais, referente ao não-pagamento de uma taxa administrativa, o contrato foi encerrado. 109 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Trata-se de irresponsabilidade em relação a um programa que atende, segundo dados do Ministério da Saúde, 15% da população de Porto Alegre; com assistência e orientação, fez cair o número de partos realizados em jovens de 10 a 19 anos, de 19,5% em 2000 para 17,6% no ano passado; aumentou o número de crianças com aleitamento materno exclusivo; incrementou a cobertura das consultas de pré-natal e derrubou drasticamente a mortalidade infantil por diarréia. É esse programa que está ameaçado pela má gestão da saúde na cidade de Porto Alegre. Submeter esse programa ao desconhecido Instituto Sollus e desestimular os servidores do PSF, ao se recusar a entrada no serviço público via concurso, é efetivamente desmontar um programa fundamental para a saúde na cidade. Nada disso pode ser justificado com falta de recursos, pois somente o SUS aumentou as transferências em 10% com relação ao ano anterior. Posso afirmar sem medo de errar que a atual gestão municipal de Porto Alegre está agindo de forma irresponsável com a vida de milhares de gaúchos e que a saúde em minha cidade está doente. Aproveito a oportunidade para manifestar meu apoio aos 731 servidores demitidos do PSF e também ao Sindicato Médico, que está lutando corajosamente em defesa da vida e da saúde. Muito obrigada. 110 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. NELSON BORNIER (Bloco/PMDB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sem distinção de raça, cor e origem, todo ser humano é simplesmente ser humano. Nós, seres humanos, esperamos melhor futuro, dias menos tortuosos do que estes em que vivemos na atualidade. Mas para que isso seja alcançado, necessário se torna que olhemos o povo como algo muito importante, pois ele, que hoje exige os cuidados dos olhos governamentais, possui, sem dúvida alguma, grande esperança em dias melhores para o futuro. Infelizmente, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apesar dos esforços empreendidos em diferentes setores do País, as estatísticas da Organização das Nações Unidas — ONU exibem números verdadeiramente estarrecedores, num universo de carências que chega a questionar o grau de evolução alcançado pela humanidade. Segundo a ONU, nos últimos anos, 9,9% dos brasileiros sobreviveram com menos de 1 dólar por dia. A meta do Brasil é reduzir esse número para 4,95% da população até o ano de 2015. O homem inventou a roda, descobriu a pólvora, fabricou o relógio, o avião, foi à lua e mudou, por assim dizer, todo um conceito de existência na face da terra. Mas, infelizmente, nossos governantes ainda não se conscientizaram da necessidade de adoção de políticas públicas voltadas para a redução da pobreza no País. São alarmantes os índices de desigualdade social no Brasil, decorrentes da falta de saneamento básico e de condições mínimas de sobrevivência entre as populações de menor poder aquisitivo. 111 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Porém, nada disso desanima os nossos corações, que estão voltados para a prática do bem, tendo os cidadãos do nosso País como objetivo maior. Gostaria que, neste momento, todas as pessoas do Brasil pudessem estar se alimentando, recebendo o devido respeito e dignidade a que têm direito. Mas, se isto não é possível, cabe-me, como representante do povo, formular a todos votos de esperança, e firmar o compromisso de sempre lutar pelos direitos dos nossos cidadãos. Não nos esqueçamos de que o Governo que não cuida do seu povo hoje, está fadado a lidar amanhã com a miséria, a violência e a marginalidade que tanto atormentam os nossos dias. Sejam pois as minhas palavras de compromisso, pois no povo brasileiro repousa, sem dúvida alguma, a grande esperança deste País. Era o que tinha a dizer. 112 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje a esta tribuna defender uma categoria de profissionais que vem se tornando peça fundamental na logística de transporte de pessoas em nossos municípios: os mototaxistas. Digo isso, Sr. Presidente, calcado num triste fato que está se desenvolvendo no Município de Sorriso, no meu Estado de Mato Grosso. Lá, a Associação de Mototaxistas vem encontrando dificuldades, ou melhor, vem sendo impedida de realizar sua atividade devido a uma ação movida pelo Ministério Público local. A situação se configura num absurdo, visto que o Estado de Mato Grosso, em 1998, teve aprovada lei de um Deputado Estadual justamente regulamentando a atividade. Ou seja, dificuldades estão sendo criadas, e como sempre quem sai perdendo é a população e a massa de trabalhadores que, ao invés de optarem por diversos e atraentes ilícitos, preferem trabalhar honestamente num serviço essencial para o povo do município. É preciso que cheguemos a um denominador comum em relação ao serviço dos mototaxistas. E não só em Sorriso, mas em todos os municípios de Mato Grosso e do País. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a profissão, além de extremamente útil para a população, é grande empregadora, mantendo o equilíbrio social e dando oportunidades para milhares de jovens e pais de famílias na luta por seu sustento diário. 113 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Quero deixar hoje minha solidariedade com a categoria e colocar-me à disposição para o que for preciso no sentido de regularizarmos de uma vez por todas a atividade. Não podemos assistir outros episódios como o que hoje ocorre em Sorriso, bem como não podemos permitir que casos como aquele sigam sem solução. Tenho certeza de que diversos pares desta Casa recebem as mesmas reclamações e reivindicações de mototaxistas de seus Estados. É hora de resolvermos a situação, permitir que o povo brasileiro tenha seu serviço de transportes e que os milhares de profissionais mantenham sua profissão. Muito obrigado. 114 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PR-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, creio que vem sendo equivocado no Brasil de hoje o debate que se promove na mídia e em setores da sociedade civil sobre a produção de cana-de-açúcar destinada ao etanol combustível e à produção de alimentos, como se aquela fosse deslocar, no espaço continental brasileiro, o arroz, o milho, o feijão, a aveia, o centeio, o trigo, os hortifrutigranjeiros tão necessários ao cotidiano das nossas vidas. Vejo com preocupação que esse debate é importado e alimentado de fora para dentro para criar uma controvérsia de toda descabida, pois nem mesmo durante a fase áurea da cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro, no século XVII, faltou alimento no litoral para as populações urbanas e trabalhadores rurais engajados na produção de cana-de-açúcar, destinada principalmente à exportação. Isso é, aliás, destacado pelo geólogo Marcelo Guimarães, de Alagoas, quando aponta para a integração da cana-de-açúcar com a produção de alimentos, em especial carne e laticínio, pois a cana tem condições de ser esmagada com as folhas, produzindo mais bagaço destinado à energia, e o vinhoto, depois de tratado, é usado como adubo, bem como está sendo usada a cana-de-açúcar tanto na pecuária leiteira quanto na de corte. Até 2012 o mercado brasileiro de etanol, segundo a revista Exame, edição de 15 de agosto de 2007, deve movimentar mais de 15 bilhões de dólares. No mundo, a produção de etanol não pára de crescer; e os maiores produtores mundiais são os Estados Unidos, com 37%; o Brasil, com 35%; a Índia, com 4%; a China, com 8%; e outros países com 16%. 115 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Ribeirão Preto já foi chamado de “Califórnia brasileiro”, mas hoje há quem a chame de “Texas brasileiro”, pois poderá chegar o dia em que o etanol combustível venha a rivalizar com o petróleo — dizem os mais otimistas. Apesar da expansão da cana-de-açúcar em outras regiões do País — Mato Grosso do Sul, Goiás, no próprio Nordeste, Minas Gerais —, Ribeiro Preto continua sendo o principal pólo sucroalcooleiro do Brasil, com 7% da produção nacional de cana-de-açúcar e 44 usinas instaladas. Cinco das dez maiores destilarias de álcool do País estão na região. Os financiamentos oficiais para o setor também se concentram ali, bastando lembrar que dos 3,5 bilhões de reais destinados pelo BNDES em 2006, cerca de 860 milhões de reais circularam em Ribeirão Preto. A renda per capita cresceu no município 25% (entre 2000 e 2004 — dados do IBGE). O maior desafio do setor sucroalcooleiro no País será o escoamento da produção pelos portos nacionais sobrecarregados e com acesso precário pelas estradas. A inadequação da infra-estrutura de transportes no Brasil é um dos desafios a serem vencidos, pois essa precariedade, que aumenta o chamado Custo Brasil, não atinge somente o açúcar e o álcool, mas também a soja e a produção de carnes e derivados em demanda no exterior. No Nordeste, os produtores de etanol estão procurando aumentar sua produção (maior volume de cana, tonelagem por hectare e maior quantidade de açúcar por tonelada esmagada), além de introduzir novas variedades ricas em sacarose e conquistar novos espaços na região do Vale do São Francisco, sobretudo após a importante contribuição na produção de mudas geneticamente modificadas da Biofábrica Governador Miguel Arraes, da CETENE — Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste). Era o que tinha a dizer. 116 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. PERPÉTUA ALMEIDA (Bloco/PCdoB-AC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem, o Presidente Lula lançou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI). Na ocasião, S.Exa. afirmou que o combate à criminalidade também se faz com políticas sociais. Uma afirmação muito acertada, diga-se de passagem. A violência não é característica inerente aos homens. Ela tem causas e devemos entendê-la como um fenômeno relacionado à saúde de todos nós. A sociedade pega esta doença quando a desigualdade social impera; quando o desemprego reina; quando a miséria campeia; quando a População Economicamente Ativa recebe baixos salários; quando a impunidade e a corrupção são características do Estado; quando o tráfico de drogas está presente entre os nossos jovens; quando o crime organizado manda no Estado; quando o preconceito é forte no interior das comunidades. Por fim, a doença ataca quando a falta de perspectiva num mundo melhor parece dominar os homens e as mulheres. É necessária polícia capacitada, treinada, bem armada. Todavia, são necessárias escolas de qualidade, emprego para todos, hospitais sem filas, cidadania e cultura, tolerância de gênero e de raça, bem como combate determinado ao crime organizado. Na minha participação na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, bem como na luta que desenvolvi com diversos homens e mulheres de valor contra o crime organizado no Estado do Acre, aprendi que segurança pública se faz controlando e limitando o comércio internacional de armas; reduzindo a promoção, o uso e a disponibilidade de armas de fogo; desenvolvendo métodos eficazes de lidar com o 117 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 comércio de drogas; combatendo a glorificação e a mercantilização da violência; promovendo a igualdade entre os gêneros; alterando as legislações que tratam de diversos aspectos envolvendo a segurança pública e a violência urbana, como a Lei do Crime Organizado, o Código Penal e o Código de Processo Penal; e realizando investimentos maciços na capacitação das Polícias Civil, Militar e Federal. Porém, tudo isso deve estar envolvido no cobertor aconchegante do desenvolvimento econômico e da igualdade social. Esta é uma fórmula de consenso que deve ser aplicada na realidade. O Presidente Lula prometeu investimentos da ordem de 6,7 bilhões de reais em segurança pública até 2012. Este ano serão investidos 483 milhões de reais. Uma quantidade considerável de recursos. O Brasil, mesmo com a turbulência nos mercados internacionais, deve crescer 5% este ano. Estamos reunindo as condições ideais para dar o basta na violência que prolifera nas nossas cidades. É necessário ter coragem para combater o crime, principalmente o crime organizado que se mistura com o Estado. As condições são melhores hoje do que no passado. Vejam V.Exas., por exemplo, a Polícia Federal, que, mesmo com poucos recursos humanos e materiais, dá exemplo de competência, coibindo a corrupção e o crime organizado no Brasil, por meio de diversas operações. Estudo preliminar do plano demonstra algumas iniciativas importantes. O plano prevê a concessão de uma bolsa para que o policial se qualifique profissionalmente. A idéia é a de oferecer uma quantia para estimular a qualificação profissional e, ao mesmo tempo, engordar o salário do agente de segurança pública, de forma que ninguém ganhe menos de 1.100 reais até 2012. 118 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O PRONASCI ainda prevê a construção de 93 presídios diferenciados, modelados para receber jovens de 18 a 24 anos de idade; treze sairão ainda este ano. Ao todo, as unidades prisionais que serão construídas criarão 33 mil vagas para homens e 4,4 mil, para mulheres. As unidades terão salas de aula, oficinas profissionalizantes e ambiente para esportes. Estudar contaria como remissão da pena, como hoje acontece com o trabalho. Estes presídios são uma forma de buscar a regeneração dos jovens infratores, que, muitas vezes colocados em presídios comuns, passam pelo chamado “vestibular do crime”. Um dos maiores objetivos do plano é o de reduzir o número de homicídios no País: dos atuais 29 por 100 mil habitantes para 12, num período de 4 anos. São metas ousadas que precisam do apoio deste Parlamento, na aprovação das propostas que farão o plano sair do papel. É necessário dar urgência às votações, pois o sofrimento do povo é grande, e a nossa população está atemorizada. Vamos combater o crime organizado com determinação! Vamos reduzir a criminalidade! Vamos tirar as drogas das ruas e das escolas, salvando a nossa juventude. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania é iniciativa importante e vem em boa hora. Torcemos para que os objetivos sejam alcançados. Estaremos alerta, fiscalizando e garantindo que o programa seja aplicado na sua plenitude. Muito obrigada. 119 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. SANDES JÚNIOR (PP-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo a tribuna neste momento para registrar, com enorme felicidade, notícia alvissareira, abordada com muita propriedade em editorial da Folha de S.Paulo do dia 15 de agosto do presente ano: a redução dos índices de desmatamento na Amazônia. Como bem ilustra o editorial da Folha, as cifras do desmatamento na Amazônia apresentadas pelo Governo Federal trouxeram alívio para a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a tantos quantos se preocupem com o destino da maior floresta tropical do planeta. O período que vai de agosto de 2006 a julho de 2007 poderá até gerar um recorde: 9.600 quilômetros quadrados — o menor desmate desde 1988, quando começou a medição. Ressalta a Folha que se trata de estimativa obtida com as imagens orbitais usadas no Sistema DETER, mais ágil, porém menos preciso, criado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para dar apoio à fiscalização. A projeção precisa ainda ser confirmada com o Sistema PRODES, mais minucioso, fonte da série histórica de quase duas décadas. A boa notícia, Sr. Presidente, é a de que, se confirmada a projeção do DETER para 2006/2007, a taxa de devastação terá recuado por 3 anos consecutivos (em 2004, registravam-se ainda 27.429 quilômetros quadrados, o segundo maior desmatamento de todos os tempos). Um progresso sustentado, sobretudo diante da retomada do crescimento econômico e do bom momento do agronegócio. No passado, tais circunstâncias não raro coincidiam com o recrudescimento da derrubada da mata. 120 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 Sem dúvida alguma, merece cumprimentos REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 do povo brasileiro a competentíssima Ministra Marina Silva. Não há dúvida de que os 9.600 quilômetros quadrados ainda constituem cifra respeitável, equivalente a 1,7 Distrito Federal. Com bem ilustra o editorial da Folha, “o combate ao desmatamento ilegal doravante se torna mais árduo, pois os satélites também indicam que a derrubada se concentra em áreas menores, mais difíceis de fiscalizar. Se para alcançar tais resultados foram realizadas 446 operações de fiscalização, que levaram à prisão cerca de 600 pessoas (115 servidores do IBAMA, cabe lembrar), nos próximos meses essas ações mais espetaculares terão sua eficácia reduzida”. Mas há muito o que fiscalizar, Sr. Presidente. Como bem diz o jornal, não se pode descartar que o entusiasmo de investidores com biocombustíveis termine por refletir na Amazônia, com o avanço da fronteira agrícola. “A dinâmica socioeconômica que leva ao desmatamento abarca uma legião de atores e fatores que ainda pode produzir surpresas nefastas. O teste mais importante do programa de combate à destruição começa agora e termina em agosto de 2008”, conclui o editorial. Era o que tinha a dizer. Agradeço a atenção dispensada aos nobres pares desta ilustre Casa. 121 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. FRANK AGUIAR (PTB-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 22 de agosto comemoramos, no Brasil, o Dia do Folclore. É data não apenas para festejarmos, mas para refletirmos, pelo valor dos temas folclóricos como expressão maior da cultura de um lugar e da história de um povo. Na condição de artista, que me orgulho de ser, viajo há anos por todo o território nacional, e posso dar testemunho da variedade, da beleza e da importância do folclore de todas as regiões deste imenso País. Por onde passo, me emociono com a força criativa da arte popular, com o encanto das festas, com a magia das lendas, com a riqueza das músicas, com a alegria das danças. Nesse belo patrimônio cultural, percebe-se a substanciosa contribuição dos índios, dos africanos, dos portugueses e dos inúmeros imigrantes que adotaram o Brasil como terra natal, povos das mais diferentes origens que formaram uma das Nações com maior diversidade étnica em todo o mundo. Enganam-se os que acreditam ser o folclore uma espécie cultural inferior, pela natureza essencialmente popular que o diferencia. Ao contrário: poucas manifestações do espírito humano revelam-se tão ricas e tão eloqüentes como a arte que vem do povo, dos homens e das mulheres que, na sabedoria da sua singeleza, mostram-se criadores geniais, tanto quanto os artistas clássicos. Não vemos sentido, pois, na velha oposição entre arte popular e arte erudita: ambas são artes, e os que as exercem são todos artistas, merecedores da nossa admiração e do nosso respeito. Não por acaso, as grandes obras da cultura mundial têm origem na tradição oral, nos mitos e nas lendas que passam de geração a geração, no decorrer dos 122 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 séculos. O manancial dessas obras-primas é, portanto, o folclore, a invenção de autor ignorado, a obra de domínio público em que encontramos, se as estudarmos com atenção, elementos étnicos, históricos, sociais, religiosos e filosóficos, entre muitos outros. Veja-se, como ilustração, a famosa lenda do Cabeça de Cuia, uma das mais conhecidas no Estado do Piauí, onde tive o privilégio de nascer. É a história de Crispim, pescador do Rio Parnaíba, que mata a própria mãe ante a notícia de que só terá para saciar a fome uma sopa de osso. Desesperado com o que fez, joga-se nas águas do rio e perece afogado, para reaparecer, depois, com uma grande cabeça que lhe dá aparência monstruosa. Daí o nome que recebeu do povo. Segundo os ribeirinhos, o Cabeça de Cuia castiga aqueles que pescam mais do que precisam para o próprio sustento, virando-lhes o barco. Notem, neste belo exemplar do folclore piauiense, o conteúdo ético-moral — quanto ao amor e ao respeito que devemos ter pela figura materna — e o ensinamento ecológico, de condenação à pesca predatória e aos indivíduos que, por cupidez e ganância, deixam de pensar no rio e nos milhares de trabalhadores que dele tiram o seu sustento. Há, pois, muito que aprender sob a aparente simplicidade de uma lenda como a do Cabeça de Cuia. Assim, também, com o folclore das outras regiões e Estados do Brasil. No Sul, tomamos o chimarrão e ouvimos a história do Negrinho do Pastoreio; no Sudeste, aplaudimos o batuque e admiramos o artesanato em pedra-sabão; no Centro-Oeste, acompanhamos a folia de reis e assistimos às cavalhadas; no Nordeste, assistimos ao bumba-meu-boi e vamos à festa do Senhor do Bonfim; na Região Norte, cantamos o carimbó e nos surpreendemos com a geometria da 123 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 cerâmica marajoara. São primores que atestam o simbolismo e a relevância do folclore brasileiro. Esse, o sentimento de emoção e de orgulho com que devemos comemorar, em 22 de agosto, o Dia do Folclore. A todos os trabalhadores, artesãos e artistas populares — meus colegas de ofício e de paixão —, o meu reconhecimento e a minha homenagem, pelo talento com que iluminam e engrandecem a cultura brasileira. Muito obrigado. 124 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PAULO ROCHA (PT-PA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, meu mandato sempre esteve presente na luta das trabalhadoras rurais e apóia a Marcha das Margaridas 2007, que é um grande evento promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), que trouxe quase 50 mil mulheres dos 4 cantos do País para Brasília, nesses dias 21 e 22 de agosto. Pude acompanhar a saída de cerca de 1.400 trabalhadoras que partiram de Belém do Pará na esperança de conseguirem respostas para os principais problemas enfrentados por elas no campo. A missão desse evento é fazer com que sejam aprovados projetos que contemplem diretamente essas trabalhadoras. São reivindicações que se referem a melhorias na alimentação; na posse de terra; no uso dos recursos naturais e principalmente no combate à violência. Como diz Carmen Foro, Coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, a Marcha tem a “ousadia de mobilizar milhares de trabalhadoras com o foco na importância da reforma agrária”. Srs. Parlamentares, neste ano, o evento traz uma inovação: as mulheres vão apresentar uma maneira diferente de tratar o lixo que será produzido durante o encontro. A idéia é conscientizar não só as pessoas do movimento sindical, mas todos aqueles envolvidos com a mobilização, do cuidado que deve se ter com o lixo que é produzido pelos brasileiros. A participação efetiva das mulheres do campo e da cidade, neste processo de construção de políticas públicas de qualidade para o gênero, tornou o encontro muito mais democrático. 125 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O nome da marcha é uma homenagem à paraibana Margarida Maria Alves, assassinada em 1983, no Município de Alagoa Grande, por incentivar os trabalhadores rurais a buscarem na Justiça a garantia dos seus direitos. Margarida era Presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, e resistiu às ameaças que vinha sofrendo, denunciando os empregadores que insistiam em desrespeitar os direitos dos trabalhadores. “Seu espírito de luta tornou-se um símbolo de força, garra e coragem para o MSTTR, sobretudo para nós mulheres, ainda tão discriminadas”, disse Maria das Neves do Nascimento (Dona Lia), Presidente do Conselho Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Estado da Paraíba (CEMTR-PB). No último dia do evento, as trabalhadoras marcham rumo à Esplanada dos Ministérios. Elas se concentrarão em frente ao Congresso Nacional para ler a Carta da Marcha das Margaridas à sociedade. Com o lema “Contra a Fome, a Pobreza e a Violência Sexista”, a Marcha das Margaridas 2007 integra a agenda política do sindicalismo brasileiro — CONTAG, Federações e Sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais na agricultura, CUT — e do movimento de organizações parceiras: Movimento de Mulheres Trabalhadoras do Nordeste (MMTR-NE), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (MAMA), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe (Rede LAC) e Coordenação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul (COPROFAM). Era o que tinha a dizer. 126 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. AUGUSTO CARVALHO (PPS-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, foi, sem dúvida, uma surpresa, quando, a meio dos balanços publicados pelos bancos e referentes ao primeiro semestre do ano, enquanto os grandes bancos privados BRADESCO e Itaú — exibiam os maiores ganhos de todos os tempos, o Banco do Brasil, o mais importante em toda a América Latina, amargou resultado 36% menor do que o do mesmo período no ano passado. É preocupante. O Banco do Brasil, ao que temos do balanço, não precisaria emprestar um centavo sequer, utilizando aquela intermediação financeira para a qual, enfim, os bancos foram criados há muitos séculos, já que as tarifas cobradas da clientela foram mais que suficientes para enfrentar todas as suas despesas administrativas, com sobra de 10%. Foram ao todo quase 5 bilhões de reais, quando o lucro apresentado pelo Banco do Brasil não chegou à metade, isto é, a 2,5 bilhões. Justificativas são logo apresentadas. E, por seu açodamento, na tentativa de esconder o que de fato ocorre, um diretor chegou a dizer que o lucro menor se deveu a gastos de quase 700 milhões com um novo plano de aposentadorias incentivadas. Pura balela. O projeto dessas demissões foi desenvolvido pelo próprio banco, quase que às ocultas, mas seguramente com o cálculo prévio de seus custos. Esqueceram de dar relevo ao baita prejuízo apresentado, mais uma vez, pelo Banco Popular, uma excrescência montada dentro da estrutura do Banco do Brasil com o objetivo único de abrigar companheiros derrotados em pleitos eleitorais e sindicais. Popular o Banco do Brasil vem sendo pelos tempos afora. Ainda nos primeiros anos da década de 80, sua Carteira de Crédito Rural — financiadora única 127 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 da agricultura familiar — cobrava, no Nordeste, juros menores que os fixados para as regiões menos pobres do País. E o Banco do Brasil — é importante destacar — jamais teve qualquer prejuízo. Com mais um destaque: não havia essa aberrante pletora de tarifas. Isto acaba sendo muito ruim. Veja-se que a PETROBRAS, a maior empresa brasileira, também teve resultados preocupantes, porque sinalizam com lucros bem menores do que os do ano passado. Justificativas, como já o disse, sempre existem e são sempre as mais simplórias, para dizer o mínimo. No caso do petróleo vem a explicação de que a valorização do real preocupa a empresa, por seus grandes ativos no exterior. Curioso: a PETROBRAS se diz, ano após ano, umbilicalmente ligada às trocas internacionais, sendo inadmissível que possa vir a ser surpreendida com os humores daquele comércio. Mas, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sem me valer do mesmo açodamento de nossas autoridades nas respectivas áreas, já lamentamos, desta mesma tribuna, o aparelhamento de empresas estatais, agora instrumentos do toma-lá-dá-cá em que se transformou essa inexplicável governabilidade buscada desesperadamente pelo Governo. Desesperadamente e a qualquer custo, aqui incluídos, é claro, os resultados inexpressivos conseguidos pelas empresas governamentais. Continuem as coisas nesse ritmo, em breve se levantarão vozes defendendo a privatização do Banco do Brasil e da PETROBRAS, por sua incapacidade de gerar lucros e, assim, remunerar as ações de que o Tesouro é o maior proprietário. E depois os companheiros dirigentes da CUT não sabem como explicar o fracasso de sua manifestação do dia l5 deste mês de agosto. Ora, encaminharam à 128 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Presidência, ao Presidente Lula, aliás, uma série de reivindicações. Mas nem uma palavra sequer foi levantada contra esse cabide de empregos em que as estatais brasileiras estão sendo perniciosamente transformadas. É forte a palavra “perniciosa” que acabo de empregar? Mas os resultados pífios apresentados pelo Banco do Brasil e pela PETROBRAS seriam, afinal, o quê? Grato pela atenção. 129 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JORGE TADEU MUDALEN (DEM-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a crise aérea toca diretamente o Município de Guarulhos. Lá está um dos maiores aeroportos do Brasil, responsável por boa parte da movimentação de pessoas e bens em nosso País. Guarulhos pode contribuir para desatar o nó do estrangulamento que se abate sobre a infra-estrutura aérea nacional, e para isso é necessário construir sua terceira pista. Contudo, esta é uma situação complexa, sobretudo em seus aspectos sociais. Atualmente há 7 bairros que seriam objeto de desapropriação na região se a pista fosse construída na face norte do aeroporto: Jardim Eucaliptos/Malvinas, Jardim Santa Lídia, Jardim Marilena, Jardim Planalto, Haroldo Veloso, Cidade Seródio e Jardim Novo Portugal. Calcula-se que seriam atingidas cerca de 5.568 casas, mais de 20 mil pessoas. Além disso, ainda seria necessário que se modificasse o curso do Rio Baquirivu. Trazemos à discussão a possibilidade de que a construção dessa terceira pista seja feita não na face norte do aeroporto, mas sim no terreno atualmente de posse da Aeronáutica, do lado oposto ao projeto atual. Essa alternativa teria o benefício incontestável de minorar os custos sociais da expansão, pois não atingiria os 20 mil moradores da face norte do aeroporto. É necessário que a INFRAERO realize a avaliação da viabilidade dessa alternativa e que, sobretudo, atente para o aspecto social da questão. É possível que encontremos uma saída economicamente factível e socialmente justa, colaborando para a verdadeira construção da melhoria das condições de vida da população de Guarulhos. Contudo, caso a desapropriação venha realmente a se efetivar, é importante que os imóveis sejam avaliados pelo seu valor de mercado e não pelo valor venal. 130 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 Os moradores da região depositaram nessas REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 propriedades, mesmo que conquistadas de forma precária, esforços e economias de uma vida de trabalho e luta, e não é possível tratar seu sofrimento de forma burocrática. É imperioso que se considere os pleitos das associações de moradores; que se conduza o processo de construção da terceira pista de forma transparente e próxima à população; que se coloquem as necessidades sociais dos moradores da região em pé de igualdade com as necessidades dos usuários de transporte aéreo. É imperioso, senhores, que se respeite o suor e o trabalho daquelas famílias, porque sem justiça e respeito para todos é impossível haver progresso verdadeiro. Sr. Presidente, peço que o meu discurso seja divulgado em todos os meios de comunicação desta Casa. Obrigado. 131 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. SANDRO MABEL (PR-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje pela manhã, estive com o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, em Águas Lindas, cidade goiana situada no Entorno de Brasília, durante a assinatura da ordem de serviço para duplicação de 16,2 quilômetros da BR-070, que liga o Distrito Federal àquela cidade. Essa é mais uma conquista ao povo goiano. A rodovia, considerada uma das mais perigosas da região, por causa dos inúmeros buracos e pela falta de acostamento, registrou só no primeiro semestre deste ano 192 acidentes. O que dá uma média de mais de um desastre por dia. Este é um índice considerado muito alto, se comparado com o registrado em outras rodovias da região. A duplicação da pista, com certeza, reduzirá o número de acidentes. Há 5 anos luto para que essa estrada seja duplicada. Só em Águas Lindas mais de 40 mil pessoas serão beneficiadas diretamente. A duplicação da estrada também vai impulsionar o turismo para Pirenópolis. Hoje muita gente deixa de visitar a região por causa das péssimas condições da estrada. Quero salientar o importante apoio que o Governo Lula tem dado ao povo goiano, sempre destinando recursos para o desenvolvimento do nosso Estado. Com investimentos do PAC da ordem de 40 milhões a obra terá início imediato, com previsão de conclusão em 2 anos. O projeto de duplicação da BR-070 também teve a preocupação de fazer corretamente o escoamento das águas pluviais. Hoje, as águas da chuva, misturadas com o óleo da pista, vão parar no lago formado pela Barragem do Rio Descoberto, causando o assoreamento do local. Isto poderia causar uma tragédia 132 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 ambiental. As águas da barragem são responsáveis por abastecer Brasília. Por isso, o projeto previu galerias para o escoamento das águas pluviais. Sr. Presidente, Sras e Srs. Deputados, o Entorno de Brasília hoje está em festa, a população de Águas Lindas merece mais esta obra, que trará conforto e comodidade, além de maior tranqüilidade aos motoristas que utilizam a BR-070 todos os dias. O povo de Goiás agradece ao Governo as melhorias em suas estradas, o progresso e o desenvolvimento sustentado do Estado. Muito obrigado. 133 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOVAIR ARANTES (PTB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 25 de agosto próximo, comemora-se o 59º aniversário de emancipação político-administrativa do Município goiano de Porangatu, de grande relevância histórica, política e econômica. A Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores de Porangatu, com primor de organização e brilhantismo, planejaram diversas comemorações e solenidades para marcar esta data, de grande relevância não só para os munícipes como para toda a região do norte goiano. A programação teve início hoje, 21 de agosto, com inaugurações de reformas em escolas municipais, pela manhã, e prosseguirá no decorrer da semana com mais inaugurações de obras e festividades que incluem solenidades cívicas, competições esportivas, manifestações culturais, enfim, eventos que irão integrar toda a comunidade porangatuense com muita alegria e civismo. Cabe destacar que no dia 23 de agosto de 2007 o Exmo. Sr. Alcides Rodrigues, Governador do Estado de Goiás, irá abrilhantar o evento de inauguração de obras, as quais tenho orgulho de ter ajudado a viabilizar, como a reforma, ampliação e adequação do Hospital Municipal, a construção do Centro de Inclusão Digital e do Centro Educacional Profissionalizante. A História do Município de Porangatu teve início a partir da instalação do povoado de Descoberto, fundado pelo bandeirante João Leite. No início do século passado, havia no médio norte goiano uma fazenda denominada Pindobeira, pertencente aos padres da Companhia de Jesus. Rica em minérios, suas terras foram largamente exploradas por garimpos, o que ocasionou a formação do povoado de Descoberto. 134 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Em 1911, Descoberto, já Distrito, pertencia ao Município de Pilar. Na divisão administrativa de 1933 passou a ser Distrito de Uruaçu. Em 25 de agosto de 1948 foi elevado à condição de município, já com o nome de Porangatu. Porangatu conta com uma população de aproximadamente 50 mil habitantes. Fica localizada a 420 quilômetros de Goiânia, às margens da BR-153, importante eixo de integração no País. Porangatu é ainda servido pelas rodovias GO 443, 244 e 241, sendo pólo de toda região norte goiana. A economia do município baseia-se na agropecuária, com destaque para a cria e engorda de bovinos, produção de arroz, milho e feijão. O município de Porangatu, o mais industrializado da região, dispõe de fábricas de queijo, de bebidas, curtumes, frigoríficos, dentre outros. Entre os grandes eventos que acontecem no município, merecem destaque a Festa de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Porangatu, e a EXPONORTE, maior feira de exposição agropecuária do norte do País, marcante pela consolidação do grande volume de negócios. Como Deputado Federal, tenho me empenhado junto aos órgãos federais para melhorar as condições do município. Em parceria com o Prefeito José Osvaldo da Silva e a Câmara Municipal de Porangatu, temos conseguido viabilizar importantes empreendimentos no município. Entre as realizações de que mais nos orgulhamos estão a construção do Centro Cultural de Porangatu e a restauração da antiga Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade. De modo geral, buscamos promover a ampliação dos atendimentos de saúde, com a construção de posto de saúde; a melhoria das condições de saneamento básico, com a construção de aterro sanitário, a construção de 300 módulos 135 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 sanitários, a construção de sistema de abastecimento de água nos povoados de Grupelândia, Capelinha de São Sebastião e Capelinha do Cruzeiro; a melhoria dos serviços de assistência social, com a construção do centro de múltiplo uso, do centro profissionalizante e outras ações de geração de renda; o incentivo à cultura, com a implantação do centro cultural e da biblioteca; o incentivo ao desporto, com a construção de quadras e ginásios poliesportivos; o incremento da produção agrícola e pecuária, com a aquisição de patrulha agrícola mecanizada, construção da feira coberta e incentivos à agricultura familiar; além da construção e pavimentação de estradas e implantação de infra-estrutura nos assentamentos rurais. Todas essas realizações são o reconhecimento que presto àquela promissora região. Com esse trabalho, busco sobretudo retribuir os votos de confiança que me foram dados por essa importante cidade goiana. Parabéns ao Município de Porangatu pelo seu 59º aniversário de emancipação política. Agradeço a parceria que nos tem rendido proveitosos frutos. Coloco-me, como sempre estive, à disposição de seus munícipes e de seus administradores para tudo em que puder ser útil. Congratulo-me com sua população e com todos aqueles que, como eu, participam da vida ativa daquela cidade e nela creditam seus esforços. Muito obrigado. 136 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MARCELO SERAFIM (Bloco/PSB-AM. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, povo do Estado do Amazonas, o Ministro da Educação, Fernando Haddad, esteve ontem na capital do Amazonas, visitando as iniciativas do município para a área de educação, desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de Manaus. O Ministro esteve no Complexo Municipal de Educação Especial André Vidal de Araújo e pôde ver de perto que Manaus cumpre 15 das 28 diretrizes previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação — PDE Compromisso Todos pela Educação. Sr. Presidente, esse plano foi criado pelo Governo Federal tendo por objetivo central a melhoria da educação básica no País. O PAC da Educação, como ficou conhecido, prevê 28 diretrizes que deverão ser seguidas por todos os municípios que aderirem ao programa. O Prefeito Serafim Corrêa assinou o termo na presença do Ministro e de várias autoridades, na solenidade que aconteceu no auditório da Universidade do Estado do Amazonas, fazendo de Manaus a 11ª capital do País a aderir ao Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. Sr. Presidente, Manaus, segundo as afirmações de Fernando Haddad, está entre as 10 capitais com as melhores propostas para a educação, apresentando propostas que são avaliadas positivamente e servem de modelo para outros Estados e outras capitais. O Ministro também destacou o Processo Seletivo para Escolha de Diretores das Escolas, o PROSED, que foi adotado no ano passado pelo Prefeito Serafim Corrêa nas escolas municipais. O PROSED, por exemplo, já está sendo utilizado em 137 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Macapá, e existe um claro interesse da cidade de Recife de também adotar a iniciativa. Sras. e Srs. Deputados, Fernando Haddad disse que as instalações do Complexo Municipal de Educação Especial André Vidal de Araújo é modelo para o País. Ele disse que não conhece outro similar no País. O Ministro elogiou a estrutura física e o trabalho desenvolvido em atendimento às pessoas com necessidades especiais matriculadas na rede municipal de ensino. Sr. Presidente, S.Exa. teve a oportunidade de ver o trabalho de fisioterapia e atendimento realizado no complexo e conversar com estudantes e professores. O Ministro Haddad recebeu de presente um kit com produtos regionais como bombons, licor e artesanato. Ao chegar ao Complexo Municipal de Educação Especial André Vidal de Araújo, o Ministro da Educação foi recepcionado pelo coral formado por crianças autistas e deficientes visuais. Sr. Presidente, agradeço ao Ministro Fernando Haddad a visita a Manaus. Quero parabenizar o Prefeito Serafim Corrêa por cuidar da educação de nossa gente de forma dinâmica e eficaz, fazendo com que o município seja modelo para o resto do País. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado. 138 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. NATAN DONADON (Bloco/PMDB-RO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, nesta tribuna da Câmara dos Deputados, quero fazer breve explanação da minha programação de ações no último final de semana no Estado de Rondônia. Tal como afirmei em campanha, quero ser um Deputado presente nos municípios de Rondônia e, até o momento, tenho adotado essa postura e esse compromisso. Não é tarefa fácil, mas é a melhor maneira de conhecer de perto a realidade da nossa população, principalmente, a mais necessitada. Sábado, visitei Buritis, município próximo à Capital, Porto Velho. Fiquei feliz ao saber que meu trabalho também é reconhecido pelos munícipes daquela localidade. Participei, ao lado do Prefeito Volpi, da cavalgada de abertura da 10ª Festa do Peão do Boiadeiro, mantive reuniões com lideranças locais e conheci a ASAMENOR — Associação de Assistência ao Menor Carente. À noite, conversei com o cantor Amado Batista, meu amigo pessoal, que animou o evento. Já no domingo, estive no Município de Espigão do Oeste. No aeroporto local, fui recepcionado por algumas lideranças municipais e, logo em seguida, prestigiei diversos eventos do município. No final de tarde do mesmo dia, também visitei os Municípios de Cerejeiras, Colorado do Oeste e, finalmente, Vilhena. Sr. Presidente desta Casa de leis, repetindo, não é tarefa fácil ser representante de um Estado, mas faço isso com muito prazer e com a alegria de saber que estou ajudando a desenvolver minha terra, Rondônia, que possui povo ordeiro e trabalhador. 139 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Desta tribuna, quero reafirmar meu compromisso de atingir as metas e os projetos programados no Congresso Nacional, ao mesmo tempo que garanto fidelidade na aprovação de projetos de importância para Rondônia. Meu muito obrigado. 140 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. GLADSON CAMELI (PP-AC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a realização, na semana passada, da Assembléia Aberta, em Cruzeiro do Sul, reunindo todos os municípios do Juruá para um debate amplo e profundo acerca dos problemas e perspectivas da região, foi uma oportunidade única de trazer à tona as expectativas e demandas de uma comunidade que durante muito tempo ficou à margem das prioridades de Governo. Foi a chance de o Juruá apresentar à classe política suas necessidades mais prementes e suas exigências em relação às políticas públicas a serem implantadas na região. Os diversos setores da sociedade organizada juruaense têm agora o direito e o dever de fazer valer suas posições e idéias acerca do que é melhor para a comunidade local. O debate, focado no desenvolvimento econômico, inclusão social e infraestrutura, contou com a apresentação mais que oportuna do Programa de Planejamento Estratégico (2007/2010) do Governo do Estado para a região, o que demonstra a importância que hoje o Juruá desfruta merecidamente em termos de ação de governo. A economia local é, hoje, com todo seu potencial e peculiaridades, levada em consideração na visão macroeconômica dos planejadores do desenvolvimento estadual. É sinal positivo e altamente promissor no firme propósito de integrar a região definitivamente ao resto do Estado. Nesse sentido, aliás, retoma-se a necessidade fundamental e estratégica da pavimentação da BR-364, trecho Cruzeiro do Sul—Rio Branco, nosso elo que vai tornar real a integração do Estado e viabilizar definitivamente o desenvolvimento social e econômico desse rincão acreano. 141 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Portanto, é hora e vez de as lideranças políticas e comunitárias buscarem juntas soluções e respostas para os desafios cotidianos. O objetivo comum é claro: estimular o desenvolvimento nos mais diversos setores da economia e garantir um mínimo de qualidade de vida para a população, sobretudo a mais carente, o alvo principal das ações de governo. Por isso mesmo, a Assembléia Aberta vai oferecer uma pauta de reivindicações e soluções. O mais salutar de tudo é que as instituições vão, aos poucos, se apossando da pauta e aproveitando para ter um diálogo aberto e direto com o Governo Estadual, principalmente no que se refere ao direcionamento do Orçamento. Não deixa de ser uma forma democrática de debate, discussão e orientação das verbas públicas, num arcabouço de orçamento participativo que tanto benefício traz à sociedade em geral. Neste aspecto, é primordial um debate especial acerca do Plano Plurianual, com ênfase nos municípios e suas prioridades. É a oportunidade de fazer uma nova e mais abrangente radiografia das necessidades e prioridades dos municípios, num olhar crítico, mas, ao mesmo tempo, disposto a buscar soluções práticas e rápidas para as demandas mais prementes. É hora do debate das dificuldades e empecilhos, mas principalmente é vez de apresentar medidas plausíveis para problemas antigos e reincidentes, que exigem soluções inteligentes e corajosas. Sem dúvida, a idéia de Assembléia Aberta deve frutificar e sobretudo se consolidar, tal a importância de que se reveste esse encontro de população e autoridades, numa troca profícua de idéias e pontos de vista que só virão beneficiar a sociedade em geral. Muito obrigado. 142 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ANTÔNIO CARLOS BIFFI (PT-MS. Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para salientar aos colegas desta Casa, principalmente aos companheiros do Partido dos Trabalhadores (PT), que, no último sábado, 18 de agosto, no auditório da Moderna Associação Campograndense de Ensino (MACE), de Campo Grande, Capital de Mato Grosso do Sul, realizei, juntamente com meu grupo político, o 3º Encontro Movimento PT em 1º Lugar!, que teve como objetivo profunda análise estadual da atual conjuntura política e a preparação para o Programa de Eleição Direta (PED) do PT de Mato Grosso do Sul, prevista para novembro deste ano. Durante o encontro, Sr. Presidente, defendi a construção de nova hegemonia política para o Partido dos Trabalhadores, superando os vícios herdados pelo comando político do ex-Governador do Estado José Orcírio Miranda dos Santos, destacando como desafio a capacidade de constituir nova direção partidária, pois penso em costurar ampla frente com outras correntes internas, como a Articulação de Esquerda, do Deputado Estadual Pedro Kemp, a Esquerda Viva, do Deputado Amarildo Cruz, e a Democracia Socialista (DS), do ex-Deputado Federal João Grandão, o que agregará importantes lideranças, destacando-se o atual Presidente do Diretório Regional, Mariano Cabreira, dirigentes sindicais da FETEMS (Federação dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul) e da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos), como João Rocha, da CUT e da luta pela terra. Nessa linha de raciocínio, saliento que, na última eleição do PED PT/MS, ocorrida em setembro de 2005, o grupo PT em 1º Lugar!, em parceria com o Senador Delcidio Amaral, mostrou, de forma expressiva, a sua força, mesmo enfrentando as demais correntes políticas e a pressão do ex-Governador José 143 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Orcírio Miranda dos Santos, levando a decisão do Diretório Regional para o segundo turno, quando, saliento, lideramos em Campo Grande, principal diretório do Estado, o primeiro turno das eleições, com a candidatura da atual Secretária Executiva do Diretório Regional do PT, Profa. Elza Aparecida Jorge. É por isso, Sr. Presidente, que, tendo meu nome aceito pelas demais correntes internas, agregarei forças para fortalecer o Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul, pois capacidade organizativa, tradição e coerência política interna são a principal marca desse grupo, cujo raciocínio, após dados de pesquisas qualitativas, é basificar o partido para as eleições municipais do ano que vem. Finalizo destacando que o encontro obteve grande êxito e contou com a participação de, aproximadamente, 150 militantes, o que representou cerca de 30 municípios do Estado — destaco a participação da Vice-Presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação (FETEMS), Deumeires Baptista; do Gerente Regional dos Correios, João Rocha; do Presidente da Caixa de Assistência do Servidor de Mato Grosso do Sul (CASSEMS), Lauro Sérgio Davi; do Presidente do Diretório Regional, Mariano Cabreira; e de assessores do Senador Delcidio Amaral, alem de Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores e, principalmente, da marcante presença de lideranças sindicais e comunitárias. Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado. 144 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNON BEZERRA (PTB-CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os professores doutores Maria de Lourdes Rollemberg Mollo, Joaquim Pinto de Andrade, Aquiles Rocha, José Ângelo Divino e Milene Takasago, todos pesquisadores do Centro de Excelência em Turismo da UnB — Universidade de Brasília, publicaram o estudo A importância do setor aéreo na economia brasileira. Os pesquisadores afirmam, na introdução do trabalho, que “a importância econômica de um setor produtivo mede-se pela contribuição que ele dá para a formação do PIB, mas também pelas inter-relações que estabelece com os demais setores da economia, seja adquirindo insumos, e assim fornecendo a demanda necessária ao desenvolvimento de outros setores, seja vendendo produtos a serem usados em outros processos produtivos, ou mesmo bens e serviços a serem adquiridos pelo consumidor final”. O trabalho avaliou o impacto do setor frente a outros 53 setores da economia. A discussão sobre o setor aéreo deve ser norteada por essas inteligentes considerações e não por certos discursos que tenho ouvido, Sr. Presidente, até de alguns homens públicos em posição de destaque. Pessoas de partidos da base do Governo têm afirmado (e tem havido certa ressonância dessas afirmações na imprensa e na sociedade) que o setor aéreo não é importante para o País, que “avião é coisa de rico”, que “pobre não anda de avião”, concluindo daí, que o setor aéreo não deve merecer melhor atenção por parte do Governo. Terrível engano esse, como bem demonstram os pesquisadores, para o qual o Governo deveria bem atentar. 145 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Não devemos olvidar que o crescimento ou a retração do setor aéreo brasileiro geram impactos consideráveis, tanto positivos como negativos, nos demais setores econômicos relacionados com sua vasta cadeia produtiva. Lendo atentamente o estudo, podemos concluir que o setor aéreo é importante para “o povo”, para “os pobres”, sim. Ele não só demanda insumos, sobretudo provenientes da indústria e do setor de serviços, como também produz para ambos, como, por exemplo, restaurantes e outros meios de alimentação; serviços recreativos, culturais e esportivos; transporte rodoviário regular de passageiros; transporte aéreo regular; estabelecimentos hoteleiros e outros tipos de alojamento temporário; transporte rodoviário não regular de passageiros; agências de viagens e organizadores de viagens; transporte aéreo não regular; atividades auxiliares ao transporte terrestre; atividades auxiliares ao transporte aéreo; aluguel de automóveis e outros meios de transporte; transporte regular próprio para exploração de pontos turísticos. A maior parte dos que lidam com essas atividades, pessoas de menor renda, ficariam extremamente prejudicadas com o enfraquecimento do setor aéreo. Haveria diminuição de renda, desemprego e queda no nível de vida de vasto segmento da população por todo o País, principalmente nas áreas mais voltadas ao turismo. Cada R$1 mil produzido pela aviação civil, Sr. Presidente, reflete um aumento de R$258 na produção da indústria química, o setor que mais se beneficia, seguido de R$78 no comércio, R$58 em peças e outros veículos, R$52 no extrativismo mineral, R$51 nas instituições financeiras e R$36 nas agências de viagens. O estudo foi realizado por meio do cruzamento de dados macroeconômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2003, 146 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 com indicadores dos setores que fornecem insumos e dos que demandam serviços da aviação civil. Ele se concentra em simulações sobre os impactos que variações econômicas no setor aéreo causam nos segmentos industriais relacionados com a aviação. Isso significa, Sr. Presidente, que, se a produção de aviões ou a oferta de serviços de transporte aumentarem, os ganhos da indústria química, que fornece combustível e outros insumos para as aeronaves, será proporcionalmente igual. Nesse caso, as perdas dos outros setores com uma possível retração do setor aéreo também seriam proporcionais. Por isso, os que fornecem insumos para a aviação fazem o papel de estimuladores da cadeia produtiva, uma vez que a produção deve sempre responder aos aumentos de demanda. A aviação civil gera R$4,2 bilhões anuais para o setor de serviços e R$795,4 milhões para o de turismo. Em contrapartida, o setor aéreo demanda insumos provenientes da indústria (R$5,8 bilhões) e do setor de serviços (R$5,3 bilhões), ao qual pertence. A participação do setor aéreo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu de 0,63%, em 2003, para 0,86% em 2006. Essa participação não é nada desprezível, se pensarmos que se trata de apenas um entre 54 setores da economia brasileira. Essa participação cresce se nos lembrarmos de que as demais atividades que formam o setor de turismo, fortemente relacionadas ao setor aéreo e dele dependentes, constituem 4,74% do PIB brasileiro. Terminando, Sr. Presidente, destaco que, por fazer uma radiografia completa do setor aéreo dentro da macroeconomia brasileira, esse tipo de análise interessa tanto aos setores industriais, para o planejamento estratégico, como ao Governo, e 147 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 aos nobres pares do Congresso nacional, na elaboração e no aperfeiçoamento das políticas econômicas. Não se pode, de maneira nenhuma, desprezar a importância do setor aéreo para o equilíbrio de nossa economia considerada como um todo. Os trabalhadores antes impossibilitados de viajar em aviões hoje estão usando esse meio de transporte. São professores, autônomos, comerciantes, comerciários, enfermeiros, policiais, funcionários públicos de baixa renda, enfim, muitas categorias profissionais que estão contribuindo para movimentar nossa economia ao tomar um avião para viajar. É por essa ótica que devemos contemplar a questão do setor aéreo para fortalecê-lo, barateá-lo e torná-lo cada vez mais uma opção para as grandes camadas da população que ainda podem fazer uso dele, o que certamente contribuirá para impulsionar muitos outros setores da economia brasileira. 148 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho louvar a iniciativa do Governador José Roberto Arruda que vai adotar, a partir de 2008, a escola de tempo integral no Distrito Federal, a partir da experiência em uma escola pública. Considero a adoção dessa medida essencial para aperfeiçoar o processo de formação da nossa população. Em meu entender, investir no aprimoramento da educação é pressuposto inafastável para o processo de desenvolvimento de qualquer país, assim como é indispensável para se conseguir reduzir as desigualdades sociais e melhorar as condições de vida da população. A partir da Declaração de Jomtien, cidade da Tailândia, em que representantes de 155 países se encontraram, entre 5 e 9 de março de 1990, para a Conferência Mundial de Educação para Todos (EFA), as nações signatárias, entre elas o Brasil, comprometeram-se a promover a universalização da educação básica e a erradicação do analfabetismo, e a educação passou a ser reconhecida como componente estratégico para o combate à pobreza e à exclusão social e para a promoção do desenvolvimento sustentável. Atualmente, os países se distinguem justamente em função do patamar de conhecimento que alcançam. A história tem mostrado que país algum se desenvolve se não investir prioritariamente em educação. Temos os exemplos da Irlanda e da Coréia, que nos últimos 25 anos investiram maciçamente e estão em situação privilegiada nessa área. A par do esforço visando à universalização do ensino fundamental, no Brasil a educação infantil vem-se tornando um imperativo da sociedade, sobretudo por 149 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 questões de natureza econômica: proteger a criança cuja mãe trabalha. Em grande medida, creches e pré-escolas podem ter papel relevante no combate à desnutrição e, em menor medida, na educação. Entre os avanços da nova LDB, destaca-se a inclusão da educação infantil (0 a 6 anos) como primeira etapa da educação básica. Minha luta nesta questão é antiga. Em 2002, apresentei o Projeto de Lei nº 7.222, de 2002, que implanta a escola integral em todo o Brasil. Entretanto, tal projeto foi rejeitado pelo Deputado Carlos Abicalil, do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso, sob a argumentação de que faltam recursos para a implantação da escola integral. Ora, a falta de apoio do Governo Lula à proposição por mim apresentada demonstra uma insensatez muito grande. Um projeto tão relevante ser rejeitado por falta de recursos é um menosprezo com o processo de formação educacional da população brasileira. Portanto, louvo a iniciativa do Governador Arruda e tenho a certeza de que esta experiência se espalhará por todo o País e permitirá que o Governo Federal reveja sua oposição e apóie a minha idéia, a qual reapresentei nesta Casa, através do Projeto de Lei nº 355, de 2007. O objetivo deste projeto por mim reapresentado é assegurar que a educação infantil seja oferecida em tempo integral e que o ensino fundamental seja ministrado em tempo integral para os menores de 7 a 14 anos de idade. Além dos aspectos de aprendizagem, tal idéia é importante porque é uma forma de impedir o trabalho infantil e contribuir para que os alunos não sejam atraídos pela delinqüência infantil e a criminalidade precoce, valorizando o direito básico da criança: ter acesso à educação. 150 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Por fim, registro que há 20 anos, quando era Prefeito do Município de Cambé, no Estado do Paraná, implantei na Escola Pedro Tkotz o período integral do ensino fundamental. Trata-se de experiência exitosa, que até se encontra em pleno funcionamento, demonstrando a sua importância para a formação educacional da população. Muito obrigado. 151 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. GORETE PEREIRA (PR-CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no momento em que nos mobilizamos nesta Casa para votar a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, fundamental para solucionar os problemas da saúde pública brasileira, e em que também lutamos pelo reajuste da tabela do SUS — Sistema Único de Saúde, ocupo esta tribuna para tratar da necessidade de mudanças na legislação dos planos de saúde, além da atualização dos valores dos procedimentos médicos. Os planos de saúde são responsáveis pela cobertura de procedimentos médicos que constam do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ao compararmos a tabela atual com a do ano de 2004, verificamos que contém praticamente os mesmos procedimentos de 3 anos atrás. Significa dizer que a atualização dos procedimentos médicos, no rol da ANS, não acompanha a evolução do conhecimento médico-científico. Sr. Presidente, esse é um problema grave, pois envolve vidas humanas. Em muitos casos, os pacientes, legítimos contribuintes, são obrigados a recorrer à Justiça para garantir a cobertura pelos planos de saúde de exames e tratamentos mais modernos. Existem outras maneiras de se padronizarem esses procedimentos médicos que poderiam ser utilizadas, como, por exemplo, a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos — CBHPM, instrumento norteador da conduta dos profissionais da área médica no Brasil. A quimioterapia, tratamento de alto custo, faz parte da tabela da ANS. Entretanto, essa tabela não contempla o procedimento radioisotopoterapia, constante da CBHPM e que, segundo publicações especializadas internacionais, 152 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 tem se mostrado eficiente em tratamentos de tumores neuroendócrinos (câncer de pâncreas com metástase no fígado). Destaco que, no Ceará, o Hospital do Câncer já realiza esse procedimento. No meu Estado também, há cerca de 2 anos, alguns laboratórios realizam o exame de sangue cromogranina A, marcadores tumorais utilizados no acompanhamento e na evolução da doença, que, igualmente, não possui cobertura. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho dito que todos os dias cai um avião na saúde, tendo em vista as dificuldades do nosso povo em utilizar os serviços, principalmente do SUS, que paga R$7,55 por uma consulta, R$4,91 por um raio X, R$14,41 por uma endoscopia, quando o hospital gasta R$20,94, R$27,58 e R$79,67, respectivamente, para realizar esses procedimentos. Observamos que os problemas da saúde também atingem a rede privada. É por isso que temos alertado incansavelmente sobre a crise do sistema e sobre a necessidade de evitar o “apagão da saúde”. Muito obrigada. 153 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Antes de dar prosseguimento à sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte Ato da Presidência Nos termos do § 2º do art. 202 do Regimento Interno, esta Presidência decide constituir Comissão Especial destinada a, no prazo de 40 (quarenta) sessões, proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº 558-A, de 2006, do Sr. Mendes Ribeiro Filho, que “dispõe sobre a inclusão da CPMF nas disposições do § 2º do art. 76 do ADCT da Constituição Federal”, e Resolve I - designar para compô-la, na forma indicada pelas Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa; II - convocar os membros ora designados para a reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 22 de agosto, quarta-feira, às 14h, no Plenário 4 do Anexo II. Brasília, 21 de agosto de 2007 Arlindo Chinaglia Presidente 154 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 COMISSÃO ESPECIAL PROPOSIÇÃO: PEC nº 558-A/06 PMDB/PT/PP/PR/PTB/PSC/PTC/PTdoB Titulares: Antonio Palocci, Colbert Martins, Eduardo Cunha, José Eduardo Cardozo, Nelson Meurer, Nilson Mourão, Paes Landim, Pedro Novais, Sandro Mabel. Suplentes: Arnon Bezerra, Átila Lins, Dalva Figueiredo, Fátima Pelaes, João Maia, José Pimentel, Luiz Fernando Faria, Odair Cunha, Vital do Rêgo Filho. PSDB/DEM/PPS Titulares: Antonio Carlos Mendes Thame, Fábio Souto, Moreira Mendes, Paulo Bornhausen, Rodrigo de Castro. Suplentes: Antonio Carlos Magalhães Neto, Bruno Araújo, Fernando Coruja, Ronaldo Caiado, Waldir Neves. PSB/PDT/PCdoB/PMN Titulares: Julião Amin, Rogério Marinho. Suplente: Silvio Costa, 1 vaga. PV Titular: Marcelo Ortiz. Suplente: 1 vaga. PHS Titular: 1 vaga. Suplente: 1 vaga. 155 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Passa-se ao V - GRANDE EXPEDIENTE 156 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ALBANO FRANCO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ALBANO FRANCO (PSDB-SE. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, compareci como representante da Câmara dos Deputados à posse do novo Comandante Militar do Sul, General-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira. Para mim, pessoalmente, e para o meu Estado de Sergipe, esse fato é de grande significação. O General Elito é um insigne sergipano, nascido em Aracaju, e que tem honrado com extrema competência, disciplina e responsabilidade o Exército Brasileiro. Comandou o 28º Batalhão de Caçadores, sediado em Aracaju, Sergipe; a 16ª Brigada de Infantaria da Selva, em Tefé, Amazonas; a Brigada do Exército, em Taubaté, São Paulo; a 6ª Região Militar, em Salvador, Bahia; e as tropas de paz da ONU no Haiti. Com vários cursos de especialização, inclusive na Academia Real de Assuntos Estratégicos na Inglaterra, o General Elito certamente vai prestar importante serviço no Comando Militar do Sul, substituindo outro digno Comandante, o General-de-Exército Carlos Alberto Pinto Silva. Com este registro, desejo, Sr. Presidente, congratular-me com S.Exa. o Sr. Presidente da República; com o Comandante-de-Exército, General Enzo Martins Peri; e com o Sr. Ministro da Defesa, Nelson Jobim, pois a escolha do General José Elito Carvalho Siqueira é a demonstração do reconhecimento a quem sempre serviu com excelência a Pátria brasileira. Era o que tinha a dizer. 157 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MANOEL SALVIANO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. MANOEL SALVIANO (PSDB-CE. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo a tribuna desta Casa para registrar os 40 anos de criação da Escola Lírica do Belmonte, no meio rural. Esta escola foi fundada pelo músico, maestro e professor Monsenhor Ágio Augusto Moreira. O Padre Ágio cultivou de forma paciente a sensibilidade e a brilhante ascensão dos humildes filhos de camponeses em notáveis músicos de hoje. A evolução e a difusão desses primeiros artistas musicais tiveram como base uma linguagem simples, concisa e espiritualizada com solfejos da divina arte promovida pela presença marcante e inspiradora de um educador e mestre das notas musicais. Sua dedicação pessoal em favor da causa abraçada, a de educar através das artes, motivada pela criatividade, elevada habilidade e fortalecida de experiências adquiridas da orquestra do seminário, conseguiu lapidar e fazer despertar a formação artística em cada um de seus alunos, preparando e deixando-os prontos para o seletivo mercado de trabalho. Idealizador da Capela de Nossa Senhora das Graças, no Belmonte, o Monsenhor Ágio, na incansável missão educadora buscou, concomitantemente, no cumprimento do ofício das artes, assistir a sua comunidade em todas as celebrações religiosas, bem como nas bênçãos, nas curas espirituais ou nos variados e significativos aconselhamentos. 158 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A sua vida insere-se no amor, na fé, na humildade, na simplicidade, na entrega e na partilha. Portanto, Padre Ágio, a sua semente fecundou e brotou em solo fértil, preenchendo de toda grandeza a vida e a história artística, cultural, social e religiosa do povo e da história do Ceará. Que Nossa Senhora das Graças nos envie muitos outros Padres Ágios em nosso convívio. Nossos parabéns e nossos agradecimentos pelo engrandecimento de nosso povo. Outro assunto. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, faleceu no último sábado, dia 18, Obi Viana Diniz. Médico, formado pela Universidade do Rio de Janeiro, exerceu sua profissão em sua terra natal, o Município de Cedro, no Ceará, onde se destacou como médico humanitário e amigo dos pobres. Foi Prefeito do Município de Cedro por duas legislaturas, tornando-se uma das mais importantes lideranças políticas da região centro-sul do Estado do Ceará. Também foi Deputado Estadual por 2 mandatos e Secretário de Estado no primeiro Governo de Virgílio Távora. 159 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MAURO BENEVIDES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Município de Madalena, no meu Estado, festeja os seus 21 anos de emancipação política, em meio a programação elaborada pela Prefeitura, à cuja frente se acha o Prefeito Antônio Wilson de Pinho, coadjuvado por vereadores e demais autoridades, além da própria comunidade, dispostas a ajudar em empreendimentos que estejam direcionados para o interesse coletivo. Anteriormente, a cidade integrava a jurisdição territorial de Quixeramobim, numa identificação perfeita, que se desfez em função do anseio autonomista que dominou, em determinado momento, os distritos que possuem condições de enfrentar os desafios do desenvolvimento urbano e do bem-estar social, alcançando numerosas localidades em todo o Brasil. Em 1964, ocorreu a primeira tentativa, tendo-me cabido, como governador interino, na condição de Presidente da Assembléia, assinar o primeiro diploma legal que favorecia Madalena, desvinculando-a da terra de Antonio Conselheiro, o lendário pregador da saga de Canudos. Um ato revolucionário, porém, tornou sem efeito todas as emancipações naquela época ocorridas no País, num procedimento revisional que frustrou, por algum tempo, a ânsia de independência que grassava por entre as suas lideranças mais atuantes. 160 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Em 1986, porém, restabeleceu-se a almejada independência, dando lugar a que, ali, prosperasse um ponderável conglomerado demográfico, em condições de gerir o seu próprio destino. Ainda recordo quando o líder Dário Araújo, à frente de um grupo ponderável de próceres destacados, entregou-me memorial reivindicatório, com dezenas de assinaturas, à época em que me encontrava na Chefia do Poder Legislativo cearense, mostrando-me a justeza da causa na qual estavam empenhados devidamente. Possuindo uma área territorial de 1.014 quilômetros quadrados, Madalena limita-se com Santa Quitéria, Canindé, Itatira, Choró, Quixeramobim e Boa Viagem, numa integração fraterna, em perfeita harmonia, direcionada para o avigoramento de nossas atividades socioeconômicas. Ao recordar, desta tribuna, o histórico de tantas lutas, desejo homenagear todos quantos, no passado como no presente, esforçaram-se para que Madalena pudesse crescer e progredir, beneficiando o Ceará, o Nordeste e o País. Os 21 anos encaram luta permanente para a consolidação de um ideal, já agora numa maioridade de incontestável ponderabilidade. 161 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Luiz Couto. S.Exa. dispõe de 20 minutos. O SR. LUIZ COUTO - Sr. Presidente, lembro a V.Exa. que o tempo para o Grande Expediente é de 25 minutos. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Sabemos disso, mas estamos destinando o tempo de 20 minutos para estender um pouco o Pequeno Expediente. Essa foi uma decisão. O SR. LUIZ COUTO - Vamos exigir o cumprimento do Regimento Interno. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Por favor, Deputado, faça o seu pronunciamento. O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Governo Federal lançou ontem o Plano Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o PAC da Segurança, através do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania — PRONASCI, cujo objetivo principal é integrar a segurança pública com políticas sociais para a prevenção, controle e repressão da criminalidade, atuando em suas raízes socioculturais, numa relação de colaboração entre União, Estados e municípios, levando-se em consideração as diretrizes do Sistema Único de Segurança Pública — SUSP. O programa terá R$483 milhões disponíveis para serem implementados ainda neste ano. No total, o PRONASCI deverá investir R$6,7 bilhões em segurança pública até 2012. Com isso, os municípios serão protagonistas de uma política integrada de combate à violência. Será estabelecida uma nova relação federativa de articulação das ações de segurança pública. 162 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 De acordo com informações do Ministério da Justiça, os recursos serão liberados à medida que os Estados e os Municípios forem atendendo às exigências do PRONASCI. Uma delas diz respeito à instalação dos Gabinetes de Gestão Integrada Municipais — GGIM, que serão compostos por 11 representantes do Estado, 3 representantes do município e 1 representante do Conselho Estadual de Direitos Humanos, cujo objetivo é facilitar o acesso aos programas sociais do Governo e investir em novas ações de prevenção e recuperação, com o apoio de equipes multidisciplinares, formadas por assistentes sociais, psicólogos, educadores e pedagogos, que integrarão os Gabinetes de Gestão a serem instalados regionalmente. Entre as metas do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania estão aquelas que incluem a melhoria do sistema de segurança pública e prisional, com valorização dos profissionais da área; o desenvolvimento de projetos educativos e profissionalizantes para ressocialização daqueles que cumprem pena com restrição de liberdade; e a intensificação de medidas contra o crime organizado e a corrupção policial, que precisa da ação decidida do Congresso Nacional na aprovação das matérias que somem esforços ao Plano Nacional de Segurança, como a reforma do Código de Processo Penal, a nova Lei de Lavagem de Dinheiro e a Lei de Tipificação do Crime Organizado. É muito importante uma lei tipificar o crime organizado e estabelecer como deve ser feito o combate a essa ação, que cada vez mais cresce em nosso País. O Sr. Mauro Benevides - V.Exa. me permite um aparte? O SR. LUIZ COUTO - Pois não, Deputado. 163 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O Sr. Mauro Benevides - V.Exa. elegeu como um dos itens preferenciais de sua atuação parlamentar o combate à violência, e outro Deputado não teria mais autoridade diante deste Plenário para se reportar ao PAC da Segurança do que V.Exa., que desde o primeiro momento ergueu a sua voz em relação ao crime organizado e aos grupos de extermínio que atuam no País como um todo. A essa altura do seu discurso, focalizando os aspectos fundamentais do PAC da Segurança, V. Exa. começa chamar a atenção do Congresso Nacional para o dever que tem de aprovar esses diplomas legais, que, aqui chegando, não podem ter um trâmite modorrento como o de outras proposições que aqui aguardam a decisão deste Plenário. Portanto, regozijo-me pela presença de V. Exa. na abordagem desse tema e, desde já, entendo a advertência para que unamos forças a fim de aprovar essas proposições antiviolência, como V. Exa. preconiza. O SR. LUIZ COUTO - Obrigado, Deputado Mauro Benevides. Em 2007, Sr. Presidente, serão aplicados os recursos para reforma do sistema prisional em cada uma das 11 regiões mais violentas do País: Belém, no Pará; Belo Horizonte, em Minas Gerais; Brasília e Entorno, no Distrito Federal; Curitiba, no Paraná; Maceió, em Alagoas; Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Recife, em Pernambuco; Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro; Salvador, na Bahia; São Paulo, em São Paulo; e Vitória, no Espírito Santo, que receberão pelo menos a construção de um novo presídio. Até 2011, o programa deverá criar 33,4 mil novas vagas para homens e 4,4 mil para mulheres. De acordo com o Ministério da Justiça, o controle técnico e financeiro do PRONASCI será feito pela Fundação Getúlio Vargas, e o controle social ficará a cargo da própria sociedade, por meio de conselhos comunitários. Além dos Estados 164 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 e municípios, o Programa conta com a parceria dos Ministérios da Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão, Educação, Saúde, Cultura, Trabalho, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Social, Cidades, Esporte, além da Casa Civil e de várias secretarias ligadas à Presidência da República e da Caixa Econômica Federal. Outro foco de atuação importante é o combate à violência contra as mulheres. Durante a 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada no último final de semana, o Governo Lula anunciou investimentos de quase 1 bilhão no combate à violência contra a mulher. Os recursos fazem parte do Pacto Nacional pelo Enfrentamento da Violência contra as Mulheres, que prevê atuação conjunta da União, Estados e municípios, além do Legislativo e do Judiciário, em ações de prevenção, proteção e garantia às mulheres que sofrerem violência e no combate à impunidade dos agressores. Além da Lei Maria da Penha, que atua no combate à violência doméstica, a política de combate à violência contra a mulher contará agora com a criação de um juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher; o fortalecimento da rede de atendimento às vítimas da violência, com criação de novas delegacias especializadas no atendimento à mulher, defensorias públicas da mulher e casas de abrigo; atendimento às mulheres em situação de violência nos centros de referência de assistência social. O pacto contará com ações e recursos dos Ministérios da Educação, Justiça, Saúde, Desenvolvimento Agrário, Trabalho, Cultura, Desenvolvimento Social e das Secretarias Especiais de Direitos Humanos e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e ainda de empresas públicas. 165 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Com a parceria de vários órgãos do Governo Federal, dos Governos Estaduais e Municipais e de toda a sociedade, o PRONASCI tem como principal foco os jovens entre 15 e 29 anos que se encontram em situação de risco infracional ou criminal. Esse público contará, em especial, com o Projeto Mães da Paz, que vai oferecer bolsas para as mulheres das comunidades atendidas que queiram colaborar com a proposta. Capacitadas em temas como ética, direitos humanos e cidadania, elas serão incumbidas de identificar os jovens que serão atendidos pelo programa. Além disso, elas passarão seus conhecimentos para os chamados Promotores Legais Juvenis, jovens bolsistas escolhidos para atuar como multiplicadores junto a outros grupos de jovens e respectivos familiares. O objetivo é resgatar a cidadania nesses locais. Na condição de Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias desta Casa, tenho tido a oportunidade de acompanhar de perto, em diversas regiões do País, o drama de muitas famílias vítimas da violência. Por essa razão, gostaria de destacar a firme decisão do Governo Federal no enfrentamento das causas da violência, firmado por um acertado programa que alia segurança pública a programas sociais que garantem cidadania. Por essa razão, acredito que um amplo programa de combate à violência, ao narcotráfico e ao crime organizado pressupõe uma nova concepção de segurança pública, que envolva o planejamento, a definição de metas e de estratégias, investimentos em qualificação técnica e profissional, incluindo a integração do sistema policial e uma completa revisão do Código Penal e do sistema prisional. Desta forma, quero reafirmar as palavras do Ministro da Justiça, Tarso Genro, quando diz que não adianta liberar recursos para Estados que não fazem uso dos 166 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 seus próprios recursos orçamentários para a segurança e simplesmente recebem os recursos da União para substituí-los. Acrescento aqui a necessidade de superarmos a visão que algumas autoridades responsáveis pela segurança pública nos Estados têm de reduzir a política pública de segurança. Há uma permanente demanda por veículos, coletes e armamentos. Estes equipamentos são importantes, não resta dúvida. Entretanto, precisamos dar um salto de qualidade na política de enfrentamento da violência em todos os níveis. É isso o que propõe o PRONASCI e o que a sociedade brasileira espera. É claro que temos pressa na redução dos atuais índices de violência no País, especialmente naquelas regiões dominadas pelo crime organizado, pelos grupos de extermínio, pelas milícias privadas armadas, pelas redes de exploração sexual de crianças e adolescentes, pelo narcotráfico e pelas organizações criminosas responsáveis pela lavagem de dinheiro. Mas precisamos investir a médio e longo prazo nas políticas de segurança pública, para colhermos um resultado muito mais eficaz e eficiente para a população. Concedo um aparte ao Deputado Fernando Ferro. O Sr. Fernando Ferro - Caro Deputado Luiz Couto, quero parabenizá-lo pelo pronunciamento. O tema é extremamente desafiador e nos preocupa muito. A iniciativa do Governo é extremamente bem-vinda, principalmente com a compreensão de que o ataque à violência, a busca de soluções para a insegurança no País têm que estar combinadas com a estruturação da Polícia, com melhores salários, com qualificação, com combate à corrupção policial, conjugados com as políticas sociais. Aliás, sabemos que a falta de políticas públicas é o grande 167 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 alimentador dessa violência da juventude e de um grupo de pessoas que são excluídas e seduzidas para o crime. É evidente que não podemos associar a dificuldade financeira ou a pobreza ao crime, o que seria uma visão preconceituosa. Mas é lógico que a iniquidade e a exclusão social são o caminho que facilita a captura dessas pessoas para a orientação criminosa. Por isso parabenizo V.Exa., que conhece muito bem o assunto e dá um grande testemunho da importância dessa iniciativa do Governo Federal. O SR. LUIZ COUTO - Deputado Fernando Ferro, agradeço a V.Exa. o aparte. Ouço, com prazer, o Deputado Domingos Dutra. O Sr. Domingos Dutra - Deputado Luiz Couto, parabenizo V.Exa. pelo excelente trabalho na Comissão de Direitos Humanos, e por seu intermédio, felicito o Presidente Lula, o Ministro da Justiça e todo o Governo pelo programa lançado ontem. Entendo que a segurança é um problema nacional, atinge toda a Nação. Compreendo que o Governo Federal tem papel relevante nessa questão. Mas esse problema tem de ser enfrentado pelo País, tem de haver esforço conjugado da sociedade civil organizada, através dos seus múltiplos organismos, dos Governos Municipal, Estadual e Federal. Chamo a atenção para 2 pontos: primeiro, a preocupação do Governo com a educação, principalmente dos policiais; segundo, é importante envolver os municípios nesse processo. Vemos que os Prefeitos, os Vereadores, a sociedade local ficam omissos, numa postura de cobrança dos Governos Estadual e Federal, e não se envolvem. Como moramos no município, é fundamental o envolvimento do Poder local para ajudar a combater a violência. 168 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. LUIZ COUTO - Deputado Domingos Dutra, V.Exa. tem razão. Esse programa conta com a ação integrada do Governo Federal, dos Governos Estaduais e Municipais. Na Paraíba, a onda de violência estampada nos jornais e telejornais dos grandes centros urbanos agora também é destaque diário nos programas radiofônicos que cobrem as cidades interioranas, chegando às comunidades da zona rural (vilas, povoados, distritos, sítios etc.), onde as famílias, os agricultores e pequenos produtores são vítimas da onda de violência que vem dominando a paisagem do interior. Para que se tenha uma idéia do drama que essas famílias têm vivido na zona rural da Paraíba, ao tomar conhecimento que naquela família alguém vendeu um animal ou possui uma moto, os bandidos vão àquela casa para assaltar, levando a moto e todo o dinheiro em poder daquela família, espalhando medo e insegurança em várias regiões do Estado. Um exemplo disto é o que vem acontecendo no Município de Cuité, região do Curimataú paraibano, divisa com o Estado do Rio Grande do Norte, onde cerca de 2 mil pessoas, aproximadamente 500 famílias da zona rural, abandonaram suas casas e foram para a cidade à procura de mais proteção e segurança para fugir da violência crescente no interior do Estado da Paraíba. De acordo com o jornal Correio da Paraíba, edição de segunda-feira, 13/08/2007, os moradores de sítios e povoados como Caiçara, Santa Rita, Catolé, Espinheiro, Canoa do Costa e Muralhas — todos em Cuité — estão fugindo para a periferia de cidades próximas como Baraúna, Damião, Nova Floresta, Picuí e Sossego, com medo dos bandidos e assaltantes. Os distritos e outras localidades 169 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 estão se esvaziando por causa da falta de segurança. É um êxodo na zona rural próximo de 70%. Os bandidos já assaltaram as agências do Banco do Brasil, Multibank e dos Correios, além de lojas e casas no comércio de Cuité. O que mais deixa indignada a população, que se sente desprotegida, é saber que os assaltantes são conhecidos da população e da própria Polícia, que nada faz, deixando o município como território livre para os bandidos praticarem suas ações e fugirem pelas estradas vicinais dos municípios que ligam os Estados da Paraíba ao Rio Grande do Norte. Próximo à cidade de Pombal, sertão paraibano, no Município de São Domingos de Pombal, a violência é grande. É necessária ação enérgica para combater essa violência. Bandos vêm praticando diversos assaltos a veículos às margens da BR-230. Dezessete veículos chegaram a ser assaltados na zona rural de São Domingos, de acordo com os dados da própria Polícia Militar. Já em outra localidade, chamada Sítio Brejinho, zona rural do Município de Brejo do Cruz, sertão da Paraíba, 2 homens, na última quinta-feira, invadiram a residência da agricultora Maria Fernandes Bezerra, de 79 anos, e levaram R$250. Fazendas são assaltadas com freqüência na região de Guarabira, no brejo paraibano. O mais recente assalto ocorreu no sítio Lagoa de Serra. Todos esses eventos ocorridos são indicadores incontestes de que a população, nas cidades e na zona rural da Paraíba, está sofrendo com a falta de segurança e que algo precisa ser feito. Este quadro da falta de segurança no Estado da Paraíba aponta para a necessidade de estabelecermos novos padrões de segurança pública, com o melhoramento dos sistemas de segurança e prisional, por meio da implementação de projetos educativos e profissionalizantes, além da valorização dos profissionais; a 170 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 garantia de condições dignas de vida e de trabalho; o acesso dos jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade e desagregação familiar às políticas sociais governamentais; a ampliação das medidas de enfrentamento ao crime organizado e à corrupção policial; avanço na legislação brasileira para tipificação do crime organizado e na Nova Lei de Lavagem de Dinheiro; promoção dos direitos humanos, considerando as questões de gênero, étnicas, raciais, de orientação sexual e de diversidade cultural. Compreendo que todos, Governos e sociedade, devem estar comprometidos com a questão da segurança pública, integrando as ações nos 3 níveis de Governo — Federal, Estadual e Municipal —, a fim de dar maior eficácia e eficiência às ações planejadas de segurança, garantindo o direito à vida, o direito de ir e vir sem ser molestado, violentado, assaltado ou assassinado. Sr. Presidente, gostaria ainda de registrar minha preocupação com matéria da revista Veja, edição nº 2.022, intitulada À sombra do estado policial. Segundo a matéria, Ministros do STF denunciam as suspeitas de que estão sendo grampeados, e apontam o dedo para uma parte da Polícia Federal. A matéria já foi desmentida por outros órgãos de comunicação, revelando que não havia grampeamento. A síndrome do pânico e do denuncismo irresponsável não podem tomar conta das nossas autoridades e das nossas instituições. Quero demonstrar minha solidariedade aos servidores da Polícia Federal, e à própria instituição, destacando os relevantes serviços que estão prestando ao País. Não dá para acreditar que um órgão subordinado ao Ministério da Justiça, ao controle externo do Ministério Público e que tem suas ações voltadas para o combate à corrupção, às fraudes, ao crime organizado, ao narcotráfico e a todas as 171 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 formas de ações criminosas possa ser atacado dessa maneira, colocando suspeição e atingindo a conduta de servidores de modo quase generalizado. Isso é muito grave e precisamos estar atentos para que não represente um indicador de apoio às medidas restritivas às investigações criminais. É preciso ficarmos atentos e fazermos o debate de forma clara e transparente. A escuta telefônica ilegal é crime, e se estiver acontecendo devemos agir dentro do rigor da lei. O que não podemos é jogar dúvidas e atacar a história de uma instituição séria e republicana como a Polícia Federal. Sr. Presidente, peço a inserção nos Anais desta Casa do Projeto PRONASCI PROJETO A QUE SE REFERE O ORADOR 172 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 (INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 173 A 173-H) 173 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito, ilustre Deputado Praciano. O SR. PRACIANO (PT-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cidadãos brasileiros, sou o Deputado Praciano. Sou cearense, mas também sou amazônida. Escolhi viver no Amazonas e na Amazônia. Com muito orgulho — diria até com muita vaidade —, represento o Estado do Amazonas, na condição de Deputado Federal. Companheiros que assistem a esta sessão, Thomas Friedman, em O Mundo é Plano, livro que virou moda ler, afirma muito claramente que as tecnologias achataram o mundo. Aquele mundo redondo de Colombo, grande e distante, tornouse, em função das diversas plataformas tecnológicas nas áreas de eletroeletrônica, informática, comunicação e transporte, aplainado, chato e pequeno. Dessa forma, transformou-nos todos em vizinhos e cidadãos do mundo. Por causa da minha formação e da minha consciência crítica, sinto-me um cidadão do mundo. Como tal, sinto-me proprietário e co-responsável pelas coisas do mundo. Sinto-me responsável pelo patrimônio público de uso compartilhado. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, prezados ouvintes, nós nos sentimos donos das Pirâmides do Egito. Seria uma agressão ao mundo mudar as suas formas geométricas, caiar, pintar de azul ou rebocar suas paredes. O mundo não toleraria a agressão — nem eu, nem V.Exa., Sr. Presidente, nem ninguém. Quem ousaria desentortar a Torre de Pisa? Tal ato seria uma agressão ao mundo, porque se trata de patrimônio da humanidade. O mundo seria agredido. 174 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Somos donos de todas as cidades históricas do mundo. Ninguém ousaria bombardear Roma, que detém enorme acerco artístico e cultural, pois estaria agredindo o mundo. A baleia, por exemplo, é um patrimônio do mundo. O Japão agride o mundo com a caça anual às baleias. A água e a atmosfera já são patrimônios do mundo, e somos todos co-responsáveis por elas. Sou muito mais vaidoso por ser brasileiro do que por ser cidadão do mundo. E, sendo brasileiro, companheiros, sou vaidoso por pertencer a este povo, com essa conjunção, essa amálgama de raças, cores e cultura que nos transformou em povo alegre, criativo, feliz e até muito tolerante. Sou orgulhoso de morar em um país de imensas riquezas naturais e culturais, tais como as Serras Gaúchas; as praias paradisíacas do Nordeste; o Pantanal matogrossense. Tenho orgulho de Tom Jobim, assim como de Pavarotti. Sou vaidoso por causa das obras de Aleijadinho, assim como por causa das obras de Michelangelo. E essa brasilidade nos atinge. Sr. Presidente, Srs. Deputados, companheiros que nos ouvem e que assistem a esta sessão, permitam-me cantar a minha aldeia e lembrar Gonçalves Dias, extraordinário poeta da terra do meu amigo Deputado Domingos Dutra, o Maranhão: “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”. Companheiros, é um orgulho ser amazônida e amazonense. Tenho orgulho de suas águas, de seus rios, de seus índios — mais de 100 mil —, de seus escritores. 175 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Aproveito o ensejo para homenagear companheiros, a exemplo do meu amigo Milton Hatoum, um dos escritores mais traduzidos do Brasil. Seus livros Relato de um certo Oriente e Dois Irmãos foram traduzidos em mais de 30 países do mundo. Tenho orgulho de Márcio Souza, amazonense de muito valor, grande escritor que o Brasil conheceu por meio do seriado Mad Maria. Cito ainda Aldízio Filgueiras, Zemaria Pinto, Chico da Silva, Luiz Bacellar, Candinho e Inês, Célio Cruz, Aníbal Bessa, Pereira, Armando de Paula, Cileno, Torrinho e Dori Carvalho, todos grandes artistas da cultura e da arte do Amazonas. Não poderia deixar de homenagear, ao me lembrar de artistas, uma vaidade e um orgulho do povo amazonense: o pintor Moacir Andrade. Na condição de amazonense, permita-me, Sr. Presidente, cantar mais ainda a minha Amazônia. Vamos falar da dimensão da região. Com área de 500 milhões de hectares, composta por 9 Estados brasileiros, a Amazônia é maior que o resto do Brasil sem ela e ainda seria o quarto país do mundo em extensão territorial, se fosse autônoma. As suas extremidades vão do Paralelo 44, no Maranhão, até o Paralelo 74, no Amazonas, e seria preciso estar a 2 mil quilômetros de altura para visualizar a sua extensão numa só imagem — os grandes jatos cruzam os céus a 10 quilômetros de altura. Encontram-se na Amazônia montanhas como A Bela Adormecida — às margens do Rio Curicuriari, no município amazonense de São Gabriel da Cachoeira —; e a Ponta do Cururu, no Rio Tapajós, Estado do Pará; o encontro das águas na confluência dos Rios Negro e Solimões, imensos e piscosos; um dos maiores festivais folclóricos do mundo — o dos Bumbás, na cidade de Parintins; a tradicional 176 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 procissão do Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações religiosas do Brasil; e outros tantos atrativos turísticos. Essa é a Amazônia, Sr. Presidente! Paradoxalmente, lá se produzem artigos de eletrônica com a mais avançada tecnologia mundial, como o mouse ocular e o primeiro conversor de sinais digitais, o Set-Up-Box, totalmente brasileiro. Ao mesmo tempo em que lá se abrigam mais de 200 etnias e aproximadamente 180 línguas, inclusive a dos índios ianomâmis, uma das culturas mais antigas do mundo, ainda na era do desconhecimento comercial, e outras tribos indígenas ainda sequer contatadas, com costumes e conhecimentos milenares. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, essa é a riqueza que a Amazônia possui! Há pouco mais de 3 meses, foi divulgada pela imprensa mundial — inclusive foi capa da revista Veja — a descoberta, por equipe composta pelos astrônomos suíços Michel Mayor e Stéphane Udry, do Superterra, planeta-irmão da Terra, o que mais se assemelha às condições da nossa Terra. O seu nome científico é GL581c. Os cientistas acham que lá deve haver água em forma líquida, mas não têm certeza. Dizem os cientistas que não haveria nenhum problema em transferir os 6,5 bilhões de habitantes da Terra, se preciso e possível. Espero não ser o último a fechar a porta. E a nossa Amazônia poderia fornecer água doce suficiente para o Superterra. Essa é a nossa Amazônia! E, pasmem V.Exas., se houvesse mais 10 Superterras, nas mesmas condições, ainda assim a Amazônia supriria a necessidade de água de todos. 177 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Essa é a nossa Amazônia! As suas dimensões são gigantescas. Todos os dias são despejados no mar, pelo Rio Amazonas, o maior do mundo, cerca de 3 mil litros de água para cada habitante do planeta, com a sua vazão média de 220 mil metros cúbicos por segundo. Segundo a ONU, o consumo diário normal por pessoa é de 150 litros. A Bacia do Rio Negro, principal afluente da margem esquerda do Amazonas, tem mais água do que toda a Europa. Essa é a nossa Amazônia, Sr. Presidente! Quando se trata de água, tenho orgulho e vaidade da nossa Amazônia. Espero que todos tenham. A Amazônia equilibra a atividade hídrica que sustenta, por exemplo, a Usina de Itaipu, de onde São Paulo e outros Estados retiram parte importante do fornecimento de energia elétrica. Esta é uma das conclusões a que chegou, ao custo de 100 milhões de dólares, o LBA — Experimento de Grande Escala da BiosferaAtmosfera da Amazônia. O LBA durou 10 anos, após ter sido iniciado pelo Governo brasileiro em 1996, terminando em 2005, e reuniu mais de mil estudiosos, incluindo o holandês Prêmio Nobel de Química, Paul Crutzen. Contou, inclusive, com a NASA entre os co-patrocinadores (com 35 milhões de dólares). Esse estudo concluiu, por exemplo, que está havendo comprometimento da energia elétrica gerada para o Sul e para o Sudeste do Brasil, pelos rios da Bacia do Prata, alimentado pelo sistema pluvial interligado pelas massas de ar oriundas da Amazônia, canalizadas pela Cordilheira dos Andes. Esse comprometimento é motivado pelo plantio de soja, pelo desflorestamento e pelas pastagens, que provocam a “savanização” da região. São conclusões científicas pelas quais o país pagou para ter. 178 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Os rios da Amazônia têm extensão navegável de mais de 20 mil quilômetros, o equivalente à distância entre Manaus e Japão. Na Amazônia, a vida gira em torno dos rios. A vida se produz e se reproduz dentro e nas margens dos rios. Os rios não causam impacto ambiental; não necessitam de Relatório de Impacto Ambiental (RIMA); não têm custo de manutenção; não entram no orçamento; se comparados com outros rios, detêm a maior capacidade de trafegabilidade do planeta; e foram local de escolha espontânea de 90% dos municípios e comunidades localizados nas bacias da região. São feitos da própria vida: a água, que se bebe, com a qual se banha e se lava, e na qual se move e se vive. A sua província mineral é ainda bastante desconhecida, e os números a ela relativos, até então disponíveis, são amazônicos: 1 bilhão de toneladas de potássio em Nova Olinda do Norte; 3,5 bilhões de toneladas de caulim ao norte de Manaus; 81 milhões de toneladas de nióbio a leste da região da Cabeça do Cachorro. O primeiro lugar da pauta de exportações brasileiras é o minério de Carajás, na Amazônia, a maior mina de ferro do nosso planeta, com reservas de 18 bilhões de toneladas. Além dos minérios já mencionados, temos na Amazônia também petróleo, gás natural, ouro, tantalita, zirconita, xenotima, silvinita, urânio e muitos outros. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, essa é a Amazônia! Ouço, com prazer, o nobre Deputado Domingos Dutra. O Sr. Domingos Dutra - Deputado Praciano, obrigado pelo aparte. Nesses menos de 8 meses de convivência, tornou-se grande a minha admiração por V.Exa., pela figura humana que tem demonstrado ser, pela paciência, pelo andar diferenciado pelos corredores. O Ceará perdeu um grande cearense, mas o 179 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Amazonas ganhou um grande brasileiro. Neste momento, parabenizo-o pela aula que nos dá. Serei breve para continuar a ouvi-lo daqui. Destaco apenas a minha preocupação com a violência com a qual esse potencial da Amazônia tem sido atacado. Ao mesmo tempo em que V.Exa. nos enche de orgulho e de esperança com o potencial que a Amazônia pode oferecer, e oferece para a humanidade, também nos preocupamos com os dados da devastação sem freios e com os danos ambientais. Lembro-me de que, há 2 anos — se não me falha a memória —, todos ficamos preocupados porque a seca chegou à Amazônia. Quando estudava em Saco das Almas, onde nasci, via aquelas maravilhas da Amazônia e nunca imaginei que algum dia teríamos de conviver com a seca. Deputado Praciano, parabéns pela aula! Deixo aqui a preocupação com os danos ambientais, com a voracidade daqueles que em busca do lucro não medem esforços e colocam em risco a humanidade, pois a Amazônia continua sendo violentada. Parabéns pelo discurso! Ficarei aqui sentado, como bom aluno do Maranhão, para continuar a ouvi-lo. O SR. PRACIANO - Obrigado, companheiro Domingos Dutra, pela grande colaboração que certamente incorporo ao meu discurso. A maior riqueza da Amazônia, para mim, é a sua gente. Na região, de grande extensão, moram cerca de 20 milhões de pessoas. Considero que riqueza mesmo é a do índio. Existem lá aproximadamente 200 etnias e 180 línguas — cultura, costumes milenares e sobejos conhecimentos tradicionais. Mas estamos perdendo isso. Há etnias no Estado do Amazonas com apenas 6 mulheres e nem 1 homem. Perdemos uma etnia, uma língua, costumes, cultura. A Amazônia e o mundo ficaram mais pobres. O índio, segundo Darcy Ribeiro, faz parte da cultura da nossa 180 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 civilização, mas o Brasil é uma fábrica de matar gente — índios, negros, crianças e mulheres. Estão matando, infelizmente, os nossos índios. Em 1971, os kreen-akarore foram vistos pela primeira vez em seu habitat, na Serra do Cachimbo, divisa do Pará com Mato Grosso, e a partir daí foram “beneficiados” com estradas, cachaça, diarréias e demais epidemias. Em 1975, 90% deles estavam mortos. No início da década passada, dos 25 mil ianomâmis que viviam na fronteira entre Brasil e Venezuela, os 10 mil do lado brasileiro, em Roraima, sofreram os primeiros impactos da garimpagem. Primeiro, as doenças, incluindo um tipo de malária mais forte do que o já dominado pelo organismo dos índios; depois, a introdução do comércio, desconhecido desses povos até então; a aliciação dos tuxauas com comida, facões e machados. Quando removidos, os garimpeiros tinham espantado a caça com os seus equipamentos barulhentos, viciado os índios com a comida de graça e morto os peixes com a lama que deixaram nos igarapés. Sydney Possuelo, sertanista brasileiro reconhecido internacionalmente, com mais de 40 anos de trabalho junto aos indígenas, em entrevista divulgada em fevereiro de 2006, após ter sido desligado da FUNAI, concluiu : “Não devemos ir atrás deles”. Pelos dados geográficos de que estamos falando, é possível concluir, com certeza, que é muito difícil não cobiçar a Amazônia. A minha pergunta é: o Brasil cobiça a Amazônia? Em visita ao IBAMA, aprendi — e na hora fiquei irritado porque cobiço a Amazônia — que, dos instrumentos e equipamentos usados para apagar incêndios, 181 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 que provocam 102 milhões de dólares de prejuízo por ano, só dispomos de abafador de fogo e pano molhado. Pergunto: será que cobiçamos a Amazônia? Companheiros, isso não é cobiçar a Amazônia! Às vezes, noto uma vaidade esquisita: sempre comparamos as queimadas com as do ano anterior. Percebo uma certa vaidade, quando dizem: “Diminuímos as queimadas em 10%”. É o mesmo que aceitar o planejamento, o escalonamento do fim da floresta. Será que aceitaríamos ouvir que hoje temos — e é uma realidade — 500 milhões de hectares de floresta na Amazônia. Mas poderemos ter, de forma bem planejada e escalonada, em 2025, somente 380 milhões de hectares de floresta. Podemos chegar a 300 milhões de hectares em 2055, e assim por diante. E por que não admitir que, no ano de 2095, teremos somente 35 milhões de hectares? Com muito planejamento, com muito escalonamento, com muito suporte da Ciência, teremos tão somente 35 milhões no futuro. E isso é possível, sim, porque, da Mata Atlântica, só sobraram 7%. E 35 milhões eqüivalem a 7% dos 500 milhões de hectares da Floresta Amazônica. Isso não é cobiçar a Amazônia. O Sr. Luiz Couto - Permite-me V.Exa. um aparte? O SR. PRACIANO - Com prazer, Excelência. O Sr. Luiz Couto - Deputado Praciano, antes de mais nada parabenizo-o pelo pronunciamento. Amanhã, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, apreciaremos requerimento apresentado por V.Exa. e eu, em que solicitamos a visita ao Estado do Amazonas para discutir essa realidade, principalmente a dos nossos 182 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 irmãos indígenas. V.Exa. chama a atenção para algo fundamental. Se não fossem os Batalhões de Selva na fronteira com os países vizinhos, o Estado estaria ausente daquelas localidades. Mas é preciso reformular a FUNAI, dar a ela condições de trabalho e mais servidores para atuar naquela enorme região. Ao mesmo tempo, é preciso fazer com que a FUNASA, que tem um programa de saúde para os índios, trabalhe também nessa perspectiva. V.Exa., ao defender a Amazônia, diz que temos de cobiçá-la, porque outros países a cobiçam. Muita gente tem cobiçado a Amazônia. Somente nós ficamos aqui reclamando ou dizendo que temos a maior floresta do mundo, mas não cuidamos para que ela não seja destruída, dizimada. O SR. PRACIANO - Muito obrigado, Deputado Luiz Couto. Incorporo as palavras de V.Exa. ao meu discurso. É exatamente isso o que quero dizer. Acho que o discurso brasileiro sobre a Amazônia é retórico, uma vez que o Orçamento não corresponde à sua grandeza. A Amazônia precisa de um orçamento do tamanho do Rio Amazonas. A Amazônia precisa de um orçamento do seu tamanho. A Amazônia precisa de um orçamento constitucional. Hoje, a ação do Governo é inconstitucional — e não estou falando do Governo Lula; falo do Governo Federal, de maneira histórica —, quando se trata da Amazônia. O que estabelece o inciso VII do art. 225 da Constituição Federal? Que é função do Estado proteger a fauna e a flora, vedadas as práticas que coloquem em risco o equilíbrio ecológico ou que provoquem a extinção de espécies. Com o orçamento existente, não se está mantendo o equilíbrio ecológico da região. Segundo alguns cientistas, estamos perdendo 30 espécies por dia naquela região, ou seja, não a estamos protegendo da cobiça. 183 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Sr. Presidente, a minha proposta é a de que os membros desta Casa esqueçam a sua origem. Esqueça, Deputado Emanuel Fernandes, que V.Exa. é paulista; Deputado Domingos Dutra, esqueça que V.Exa. é maranhense. Nós, companheiros, não podemos ter um Estado de origem quando se trata de defender a Amazônia. Um orçamento exige o replanejamento da Amazônia e muita pesquisa — atualmente, do que é disponibilizado para a área de Ciência e Tecnologia, somente 1,2% vai para o Norte do País —, além da integração econômica daquela região. A Zona Franca de Manaus tem de ser protegida porque é o único projeto econômico da Amazônia que espraia economia pelos Estados vizinhos, pelos interiores, inibindo a cobiça dos outros e colaborando com a economia, a autonomia e a soberania deste País. Sras. e Srs. Deputados, nos grandes centros do País, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, as pessoas não se vêem, dado o atribulado cotidiano; na Amazônia, elas não se vêem porque a vista não alcança. Há lugares com 4 milhões de metros quadrados por habitante, cuja densidade demográfica é de 0,25 habitante por quilômetro quadrado, segundo o Censo de 2000, do IBGE. É na Amazônia também que isso acontece! Está na Amazônia o maior paradoxo geográfico do País: a coexistência do ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina, com seus 3 mil metros de altura, e a planície mais baixa em relação ao nível do mar, pois, da cidade de Benjamin Constant, no Amazonas, até o Atlântico, o Rio Amazonas percorre 3 mil quilômetros com um desnível de tão-somente 65 metros. 184 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 O mundo deposita inúmeras REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 esperanças na Amazônia: em sua riquíssima biologia, nas áreas da Medicina, nos inseticidas biológicos, na energia, nos minérios e em outras tantas áreas. Inseticidas naturais desconhecidos e muitas outras respostas hoje buscadas pelo mundo estão encerradas na Amazônia, segundo o biólogo Thomas Lovejoy. Sim, Sr. Presidente, é esta a Amazônia: o “planeta das águas”, o estoque dos mais caros e preciosos minérios do mundo, o lugar da maior diversidade étnica e de costumes milenares; região bela, exótica e rica. Por isso, é difícil não cobiçá-la, Sr. Presidente! A Amazônia é um dos nomes mais conhecidos e também um dos lugares mais cobiçados do mundo. Até a sua cobiça é amazônica: é a maior do mundo. A cobiça é o principal risco da Amazônia. Ouro, nióbio, mogno, água, carne, soja, terras, biotecnologia, peixe. É isso que é cobiçado. Mesmo os índios não estão imunes à tentação e já aprenderam conosco: os cintas-largas querem participação nos lucros obtidos com os diamantes de Rondônia. Os índios não aprenderam conosco somente a ter cobiça; aprenderam também que podemos matá-los com gripe, hepatite, álcool e outras doenças civilizadas. Aprenderam ainda que, quando aparecemos, o fim está próximo. Inconscientemente, a maioria das lideranças indígenas, ao buscar participação na definição das discussões de políticas públicas para seus povos, ao freqüentarem as escolas dos não-índios, ao buscarem assistência médica da FUNASA, ao reivindicarem parte no resultado da exploração de diamantes de suas terras, estão já inocentemente absorvidos pelo resultado do avanço dos efeitos envolventes. E, ao buscar condições melhores de sobrevivência para as nações que 185 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 representam, aspirações estas legítimas e compreensíveis do ponto de vista humanitário, caminham para o seu fim. Somente uma faceta de comunicação pode existir entre os índios e os nãoíndios, e através dela todas as matizes de relacionamento em qualquer campo devem ser contempladas e por ela transitar com exclusividade. É uma faceta eminentemente técnica, antropológica, com as ações para o seu funcionamento determinadas em sintonia absoluta com as diretrizes da Amazônia, harmônicas entre si e o que se quer para ela. É sobre esta Amazônia que dedico este discurso, na intenção de despertar na sociedade civil, nos Governos e nesta Casa em particular, a consciência da elevada importância que esta floresta tem para a soberania nacional, para os brasileiros, para as gerações futuras do Brasil e do mundo. É difícil não cobiçar a Amazônia! Entretanto, nós, os seus legítimos soberanos, que temos este tesouro mineral e biológico legado pelos caminhos da ocupação das Américas, executamos uma das mais ineficientes políticas de vigilância e fiscalização de que se tem notícia, em que pesem todas as medidas que se têm tomado, especialmente nos últimos 4 anos. E não são poucas. Mas são insuficientes, tal a magnitude da região. Embora amparadas por farta legislação, as ações de fato tomadas para a proteção da Amazônia não são suficientes para atenuar a sua destruição diária e desenfreada, resultante da cobiça do capital. No Brasil, o padrão de qualidade do ar é de 50 microgramas de partículas por metro cúbico. Em São Paulo, cidade das mais poluídas, a média é de 70 microgramas. O estado de alerta é atingido aos 170 microgramas por metro cúbico. A atmosfera da Amazônia é a mais limpa do planeta em suas áreas de floresta. 186 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Durante as queimadas — e nós as permitimos —, a sua atmosfera se transforma, em algumas áreas, no ar mais poluído do mundo, com 500 microgramas por metro cúbico. Relatório conjunto do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia — IPAAM, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada — IPEA e do Centro de Pesquisa Woods Hole Research Center — WHRC, intitulado O Custo Econômico do Fogo na Amazônia (Texto para Discussão 912), de outubro de 2002, indica custos médios anuais de 102 milhões de dólares como resultado das queimadas, não considerando as perdas dos produtos não madeireiros (cipós, castanhas, óleos, plantas medicinais), nem os serviços ecológicos da floresta em pé. E nós as permitimos! Cometem-se vários tipos de crimes em todas as nações, mas onde há o rigor da presença executiva da lei os índices são os mais baixos possíveis. Os dados publicados pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente totalizam 320 mil quilômetros quadrados desflorestados apenas entre 1988 e 2005, ou seja, cerca de 37 milhões de campos de futebol como o do Maracanã. Some-se o desmate de 2005 e 2006, de mais 14.039 quilômetros quadrados e se tem 334.039 quilômetros quadrados, sendo que a previsão é a de conseguirmos fechar 2007 com mais ou menos 350 mil quilômetros quadrados de desflorestamento, área desmatada equivalente a 41 milhões de campos de futebol. Sr. Presidente, destruímos o que o mundo cobiça! Não está incluso no preço da soja o custo das perdas com o resultado ambiental futuro da devastação florestal que cede seu lugar. Como é preciso competitividade de preços, a terra barata da Amazônia é importante fator redutor de custo para o momento, restando às futuras gerações arcar com a recomposição. A 187 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 discussão em torno do impacto ambiental da monocultura da soja se agravou com o início do cultivo nas regiões do Cerrado brasileiro, a partir do final dos anos 80. Segundo o cientista Charles Clement, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o agronegócio da soja acabou com o Cerrado “sem saber o valor de sua biodiversidade, e este foi um dos grandes crimes dos últimos 20 anos”. Segundo o Presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Sperotto, houve impactos, tanto que foi preciso fazer intenso trabalho de recuperação das matas e dos rios depois de alguns anos de plantio. Da mesma forma, o preço e a abundância de espaço para as pastagens relegam as práticas de aumento de produtividade a segundo plano. É uma questão de sobrevivência, ampla e cientificamente fundamentada, e o Brasil está neste contexto, pela sua Constituição e por seu compromisso com os cidadãos do mundo. Sobre a madeira, os dados atuais pesquisados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia — INPA indicam serem comercializáveis em torno de 20 metros cúbicos por hectare. Se tomarmos por base um volume médio de 20 metros cúbicos por hectare de floresta para alimentar, por exemplo, um pólo madeireiro de Paragominas ou de Ariquemes, pertencentes à chamada região do Arco do Desmatamento, da classe de mais de 500 mil metros cúbicos/ano, seriam necessários 25 mil hectares de floresta todos os anos. São 13 os pólos deste porte, mais 28 pólos entre 200 e 500 mil metros cúbicos, e mais 36 dos menores, entre 100 a 200 mil metros cúbicos. Os pólos todos, 77 só neste caso, demandam 10.084 quilômetros quadrados por ano, todos os anos. Não se ouve nenhum governante prometer eliminar este ou aquele tipo de crime, mas se verificam os níveis toleráveis obtidos, se é que se 188 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 podem tolerar crimes, quando as ações dos governantes são presenciais e enérgicas. Os grilos, pedaços de terra grilada, nascem até com o pagamento de multas provocadas para constituir documento inicial de processos de legalização das escrituras falsas e obter a propriedade das terras. Tais ardis são combatidos com a ineficiência e a exclusividade do Estado, com timidez e aparelhagem imprópria, com o sangue dos que são por ele desamparados, facilitados pela corrupção. A Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, prendeu, no início de dezembro de 2005, uma quadrilha incrustada no INCRA — Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Superintendência de Rondônia, que beneficiava grileiros e Juízes, entre outros, com titulação de terras de alto valor mineral, ou madeireiro, ou de fertilidade. No Pará, outra fonte ativa da expansão da grilagem é a atividade madeireira empresarial, liderada por multinacionais como a Verde Vivos S/A (da Malásia); Maginco Madeireira Araguaia S/A; Amacol; DLH Nordisk; e EIDAI do Brasil. Além de malaias, são japonesas, norte-americanas e chinesas, entre outras. Vivem de exaurir florestas, exibindo nos seus nomes a essência de sua atividade escamoteada: Verde Vivos S/A ou a Cikel Brasil Verde Ltda., com sede brasileira em Curitiba, Estado do Paraná, e atuando em Faro e Oriximiná, no oeste do Pará, bem como na divisa Pará/Amazonas, em Nhamundá, terra da Lagoa Espelho da Lua, onde lendariamente viveram as amazonas, as mulheres guerreiras, e que está sofrendo processo de degradação. O poeta Vital Farias versou o que seque, em sua canção Amazônia: “Se a floresta, meu amigo, tivesse pé pra andar, eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá”. 189 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Disse o repórter Carlos Mendes, da Agência Estado, em 20 de fevereiro de 2005, sobre as madeireiras: “O pior é que são companhias autorizadas a funcionar pelo Governo Federal. Elas têm inscrição na Receita Federal, no INSS e no Ministério do Trabalho”. Das 28 multinacionais que atuam na Amazônia, metade já foi flagrada pelo IBAMA cometendo ilegalidades. Os infratores, nem sempre presos, têm continuado a agir. O principal recurso utilizado pela grilagem é o da pistola. E, em todas as regiões em que é utilizada, a comunidade local teria informações de grande utilidade para uso da inteligência debeladora do Estado, se existisse. Neste vácuo, continuam as execuções como as 8 ocorridas em São Félix do Xingu, sul do Pará, em outubro de 2003, ou o caso de Anapu, onde morreu a Irmã Dorothy Stang. Na Amazônia, os conflitos de terras aumentaram de 156, em 1997, para 328, em 2006. Em 2006, na região ocorriam 43% dos 761 conflitos registrados. Em Apuí, sul do Amazonas, houve 6 assassinatos por motivos de grilagem, no primeiro semestre de 2005. A cidade tem apenas 17.500 habitantes, o que lhe dá o índice de uma morte para 2.916 habitantes. Na Operação Uiraçu, executada em Lábrea, sul do Amazonas, pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas — IPAAM, em maio de 2005, segundo o Major PM Denis Sena, gerente de fiscalização do órgão, todas as 38 serrarias fiscalizadas estavam irregulares, tendo sido 3 fechadas, 9 embargadas e 26 multadas. Permitir esse estado de coisas não é cobiçar nem ao menos proteger a Amazônia. 190 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Não temos conseguido resultados toleráveis para os crimes contra a Amazônia. E, o que é pior, não vamos conseguir resultados toleráveis para a Amazônia apenas com 3 agentes da Policia Federal na fronteira com a Colômbia, enquanto para a cidade de Fortaleza estão alocados 290 agentes. Não vamos conseguir, como não estamos conseguindo resultados toleráveis para a Amazônia sem navios, helicópteros e avião anfíbio para vigiar e fiscalizar 5 milhões de quilômetros quadrados; muito menos com poucos agentes do IBAMA e com o vazio de 300 metros acima do solo para os radares do SIVAM — Sistema de Vigilância da Amazônia, incorporado recentemente pelo Cindacta IV e em estado de inoperância em certos casos. O Orçamento do IBAMA no Amazonas, para 2007, é de 4 milhões de reais. São 250 funcionários. Não possui barco, combustível, helicóptero nem tem empresa contratada para serviços de limpeza e de vigilância na sede do órgão. O Amazonas é o maior Estado da Federação e possui a maior representatividade do bioma amazônico. O Orçamento da Fundação Nacional do Índio — FUNAI, no Amazonas, é de 1,2 milhão de reais, e são 67 funcionários para desenvolver políticas públicas para 100 mil índios. Condição irreal para desenvolver política de organização territorial e interação social com mais de 200 etnias e aproximadamente 180 línguas. Enquanto o Estado de Pernambuco possui 167 funcionários para 37 mil índios. Isso é cobiçar a Amazônia, companheiros? O Orçamento anual do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia é de 15 milhões de reais. Para que o INPA possa manter infra-estrutura adequada e atingir 191 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 suas metas institucionais, seria necessário um orçamento anual de pelo menos 32 milhões de reais. Pela falta de recursos humanos, muitas linhas de pesquisas nas áreas de fruticultura, virologia, malária, nutrição e leishmaniose vão ser paralisadas. Há 15 anos havia 1.200 servidores; hoje, há apenas 744 no Instituto, dos quais 242 são pesquisadores (sendo 147 doutores, 82 mestres e 13 pós-graduados), o que não é suficiente para a demanda da instituição. Atualmente, são 68 os servidores préaposentados. Daqui a 1 ano serão mais 60 pessoas. É fundamental que aconteça uma renovação no quadro funcional do INPA. Sr. Presidente, há tesouros desconhecidos na Amazônia! Alguns tesouros têm de ser encontrados primeiramente para depois serem cobiçados. Como encontrá-los ou criá-los com investimentos em pesquisa de cerca de 1,5% dos recursos nacionais? Pesquisam lá no INPA e em outros institutos a cura para diversas doenças, curas estas talvez ainda perdidas na floresta que estamos destruindo e que jamais vamos pesquisar. Os tesouros, mesmo bem vigiados, vez ou outra são saqueados. A Amazônia, que paradoxalmente é muito bem defendida pela legislação brasileira e por fundamentos cientificamente apresentados, é ao mesmo tempo atacada por legiões de brasileiros e talvez por alguns estrangeiros diariamente — são 2 quilômetros quadrados por hora de destruição, que completam 18 mil quilômetros quadrados por ano, em média. Enquanto faço este discurso, vão-se 1 milhão de metros quadrados de floresta! Sim, senhoras e senhores: 1 milhão de metros quadrados estão sendo destruídos enquanto ocupo esta tribuna! 192 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O pesquisador Ennio Candotti, então Presidente da SBPC — Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, por ocasião de encontro sobre o tema na Universidade Federal do Amazonas, em setembro de 2005, disse: “A melhor defesa contra a biopirataria é antecipar-se aos biopiratas e extrair, antes deles, as riquezas escondidas na floresta. Sem a pesquisa científica, a educação e a formação especializada, perderemos sempre a batalha para a conservação dos ecossistemas complexos”. O Brasil investe em pesquisa anualmente cerca de 6 bilhões de dólares (0,9% do PIB). A região continental da Amazônia brasileira recebe menos de 2% dos investimentos nacionais em pesquisa. Onde está a cobiça brasileira pela Amazônia? O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético — CGEN é responsável pela concessão de licenças para o acesso à fauna e à flora com potencial de uso econômico. O CGEN concedeu, em 2005, licença para o CBA — Centro de Biotecnologia da Amazônia, criado no âmbito do PROBEM/Amazônia — Programa Brasileiro de Ecologia Molecular para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia, envolvendo os Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, única unidade do gênero em toda a Amazônia voltada para a produção de conhecimento científico. A capacitação laboratorial e técnica do Centro está na fase de finalização, abrigando em seu acervo, por exemplo, o único equipamento de ressonância magnética da América do Sul, a ser utilizado para determinar a estrutura das substâncias. A fauna e a flora da região poderão em 193 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 breve ser cientificamente mais bem decifradas para a cura de doenças, a criação de novos processos produtivos e o desenvolvimento de substâncias revolucionárias diversas. Está articulado com a Universidade Federal do Amazonas; o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia — INPA; a Fundação Oswaldo Cruz; a Universidade Federal do Pará; o Museu Emílio Goeldi (no Pará); a Universidade de São Paulo; o Instituto Butantan; a UNICAMP; o Instituto de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul, entre outros. Estão previstos ensaios farmacológicos; análises físico-químicas; genômica; metabolômica; controle microbiológico; desenvolvimento de processos bioindustriais; entre outros. Entre as suas estratégias de ação está a de “prospectar a biodiversidade amazônica, inclusive com comunidades tradicionais, descoberta de novas moléculas e substâncias”. É auspicioso! Agora é preciso impedir que sejam extintas as espécies que sequer foram catalogadas, e que não se sabe que benefícios poderão nos trazer. Construído o CBA, é preciso lhe facultar a floresta. Toda a floresta! Cerca de 30 espécies desconhecidas desaparecem na Amazônia diariamente. Esta é a Amazônia, avessa às estradas por vocação geográfica, onde cada uma delas é como uma espinha de peixe espetada em sua laringe, a incomodar e ser combatida dia-a-dia com as suas intempéries, até que seja extirpada ou engolida, como foram os 450 quilômetros iniciais da BR-319 e centenas de outros quilômetros da Transamazônica; ou, então, apodreça a sua garganta, infestada de grilagem, pastagens, exploração madeireira e desertificação. 194 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Está em curso o PAS — Programa Amazônia Sustentável, lançado em junho de 2006 pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Integração Nacional, concebido a partir de uma reunião realizada em 2003, no Acre, entre o Presidente Lula e Governadores de quase todos os estados da Amazônia. O PAS foi apresentado em consultas públicas nas Capitais dos 9 Estados que compõem a Amazônia, trazendo a divisão dos 500 milhões de hectares da região em 3 Amazônias: a Ocidental (fronteira com Peru, Colômbia e Venezuela); a Central (Pará e Amapá); e a do Arco do Povoamento Adensado (Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão). A primeira (Ocidental), um tanto inóspita, é a mais preservada; a segunda (Central), preservada na parte norte por ser de difícil acesso e relativamente ocupada na parte sul; e a terceira (Arco do Povoamento Adensado), provavelmente a menos amazônica por estar mais descaracterizada, também chamada de Arco de Desmatamento ou Arco do Fogo. A concepção do plano para a socialização dos recursos amazônicos é o fator determinante e até louvável, considerando-se as necessidades imediatas. O que perigosamente se está desconsiderando é que o nome das 3 Amazônias são a homologação de seu estado crítico enquanto bioma, onde uma parte está na condição de provável irreversibilidade da destruição, uma outra está a caminho desta situação, e a terceira aguarda a vez. Provavelmente, em mais algumas décadas, haverá um novo PAS, dividindo a região talvez em 5 partes e oficialmente retirando a área mais degradada do status de Amazônia, que naquela altura estaria biologicamente desfigurada. Os esforços e a intenção são compreensíveis e até certo ponto inocentes, mas o fato desapercebido é que, dos 3 mil litros diários de água por habitante 195 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 gerados pelo Rio Amazonas, e tudo o mais que gravita ecologicamente em torno deste dado, vêm 70% da região do Arco do Povoamento Adensado! Na margem esquerda do Rio Amazonas, Bacia Norte, desembocam afluentes de porte como o Rio Negro (1.100 quilômetros) e o Rio Japurá (730 quilômetros), além de centenas de outros rios que formam sub-bacias de curso médio, em torno de 400 quilômetros de extensão, como as de Piorini, Badajós, Manacapuru, Uatumã, Nhamundá, Trombetas, Paru e Jari, drenando cerca de 20% da Amazônia. Na margem direita, subindo o Brasil, exatamente no Arco do Desmatamento ou do Fogo ou do Povoamento Adensado, situa-se a Bacia Sul, onde estão os rios mais caudalosos, de onde deságuam outras centenas de rios e as sub-bacias do Javarí, Jutaí, Juruá, Tefé, Coari, Purus, Madeira, Andirá, Arapium/Tapajós e Xingu, captando a água de 70 % da Amazônia, entre 3° e 17° de Latitude Sul, originários do Acre, Rondônia e Mato Grosso, na linha horizontal de Brasília. As extensões são de 1.400 quilômetros (Mamoré—Guaporé—Madeira) e de cerca de mil quilômetros no caso de Juruá, Purus, Tapajós e Xingu, considerando os seus cursos naturais. Os 10% restantes pertencem à Bacia do Araguaia/Tocantins, desembocando no Rio Pará, ao Sul da Ilha de Marajó, já no estuário do Oceano Atlântico. Essas redes, alimentadas com chuvas e degelo, sofrem influência das estações climáticas de cada sub-região e do próprio contorno do planeta. Homologar e tratar a Arco do Povoamento Adensado como área já semiamazônica e apenas ordenar a sua ocupação e a sua exploração como forma de amenizar impactos ambientais, conforme preconizado no PAS, é permitir o gradual desmonte da estrutura hidroflorestal desta parte do Brasil, comprometendo em suas nascentes a resultante geográfica impar no planeta: o Rio Amazonas e tudo o que 196 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 ele representa ecologicamente está sendo mutilado em seus vasos capilares vitais! Não se sabia a exata extensão das ações sobre Hiroshima e Nagazaki, intentadas em agosto de 1945. Os amazônidas sabem da extensão das conseqüências oriundas da seca de 2005; o mundo não esqueceu as recentes imagens da cobiçada Amazônia, iguais ao solo rachado do Nordeste brasileiro mostrado pela imprensa. O PAS pode estar preparando a perpetuação do quadro. E tem jeito? Tem jeito! A curto e a médio prazos, tem jeito. Como permitir aos 21 milhões de brasileiros que residem na Amazônia melhores condições de vida dentro de uma floresta preservada? A médio prazo, como não poderia deixar de ser, pela educação. A educação ambiental é o nível superior na formação humana. Ao ensinar respeito pelo meio ambiente, ensina-se o respeito ao semelhante, porque se ensina a preservar bens comuns de uso compartilhado, ensina-se a adquirir visão de futuro, por preservar recursos para quem ainda não nasceu; ensina-se a necessidade de desenvolvimento de pesquisas desse meio ambiente e de socialização de seus benefícios. Esse ensino influencia as pessoas a consumir com parcimônia mesmo na fartura; a diminuir a geração de lixo e a tratar de seu destino, tanto em casa quanto nas ruas; a comprar móveis de madeira com origem certificada; e, quando empresários industriais, estes alunos ensinados só farão compra ou extração de madeira da forma adequada. Regulam naturalmente as atividades adequadas ao meio ambiente comum. Os exemplos são muitos, como o do Japão, que mantém 70% de seu território cobertos por florestas através de normas e programas ecológicos de resultados; como o de Nova Guiné, que reflorestou áreas de plantio e completa 7 mil anos de 197 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 prática sustentável de agricultura; como o da Costa Rica, que, a partir de 1980, reverteu o processo de desflorestamento que dizimou 60% de sua cobertura através do sistema de compensação financeira para quem preservasse a floresta, tornandose importante centro de exportação de produtos de alta tecnologia, e profissionalizou o ecoturismo, que hoje é a segunda fonte de renda do país, à frente da agricultura, da pecuária e da exploração madeireira. Outro exemplo é o de uma senhora menos conhecida no Brasil: a norueguesa Gro Harlem Brundtland, a “mãe do desenvolvimento sustentável”. Em 2003, foi reconhecida pela revista Scientific American como a “Líder do Ano” por seu trabalho na elaboração de uma estratégia mundial de combate à SARS. Em 2004, foi incluída pelo jornal britânico Financial Times entre as 4 personalidades européias mais influentes dos últimos 25 anos, juntamente com o Papa João Paulo II, Mikhail Gorbatchev e Margaret Thatcher. Gro Harlem Brundtland tornou-se a primeira mulher eleita Primeira-Ministra da Noruega, em 1986, país que se mantém há anos na primeira colocação dentre os demais, com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano — IDH do planeta. Depois de se destacar na gestão pública, foi Diretora-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1998 a 2002, e presidiu a célebre Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, cujo resultado ficou conhecido como Relatório Brundtland. Liderou a elaboração dos conceitos políticos adotados até hoje como definição do desenvolvimento sustentável. O relatório final da Comissão — Our Common Future —, publicado em 1987, serviu como base para a realização da Eco-92, no Rio de Janeiro, e para a criação da Agenda 21, pela ONU. 198 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A Conferência Nacional do Meio Ambiente instituída no Brasil tem um tanto da consciência coletiva de Brundtland. No curto prazo, muito se pode fazer, e o principal é a fiscalização! Oitocentas e duas pessoas conhecidas nominalmente têm um enorme poder de realizações, pois se trata de 1 Presidente da República, 9 Governadores e 792 Prefeitos das cidades da Amazônia, além dos 513 Deputados Federais e vários Deputados Estaduais. Essas pessoas têm o poder político sob o seu comando, e é a execução das leis o caminho rápido do estancamento do desflorestamento. Estão em suas mãos as Polícias, as agências e os agentes de todos os órgãos executivos com atuação efetiva em todas as questões ambientais. A fiscalização é a principal das atividades que garantiriam a efetividade do cumprimento da legislação. E, nesse contexto, em termos de Amazônia, não há no País corporação que possa representar melhor esse quesito do que a das Forças Armadas, em logística, apoio e segurança, para garantir o pleno desempenho das funções da Polícia Federal e do IBAMA. O General Cláudio Figueiredo, Comandante do CMA — Comando Militar da Amazônia até 2006, conhecedor da região, ex-chefe de um contingente de 22 mil homens (eram 5 mil em 1970), diz que o Ministério da Defesa já tem inclusive planos concluídos para operações dessa natureza, como a Operação Escudo, com logística e orçamento completo definidos por região e por período de duração. Faltam apenas as definições de recursos, dado que o orçamento normal disponível não contempla tais atuações. A Operação Timbó III, realizada em julho de 2005, para treinamento das tropas da Amazônia, mesmo sem estar em seus objetivos, acabou por efetuar 199 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 prisões e apreensões diversas devido a atividades ilícitas verificadas nos Estados do Acre, Rondônia e Amazonas. Além da faixa interna de fronteira internacional de 150 quilômetros de extensão, que sobe de Mato Grosso contornando o Brasil até o Oiapoque, no Amapá, é preciso incluir a faixa sul de fronteira política da Amazônia Legal, que abrange a parte interna, entre os Estados brasileiros limítrofes dela. A estratégia de comando aliada á excelência de campo do soldado amazônida, integrado às peculiaridades da região como nenhum outro combatente do planeta, situa a guarnição como totalmente capacitada para exercer tal função, já prevista na Constituição Federal inclusive, dado que a Amazônia não se restringe somente à área de fronteira, e as Forças Armadas não mais atuam somente contra ameaças externas. O Brasil já tem as ferramentas e a inteligência. Por que esperar? A questão é constitucional. O §1º do art. 91 da Constituição da República diz: “Art. 91....................................................................... .................................................................................. §1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: .................................................................................. III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional (...) especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;” Basta convocar o Conselho e determinar as ações. Nem acordo político é necessário. São ações de curtíssimo prazo. 200 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Lê-se no art. 225, incisos e parágrafos, da Constituição Federal do Brasil: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; .................................................................................. VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam animais a crueldade; .................................................................................. § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização 201 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”. Como cumprir o estabelecido neste art. 225 da Constituição da República com a instrumentalização até agora alocada? A Mata Atlântica agoniza com seus 7% restantes, e não se dizimou totalmente ainda porque os habitantes da costa brasileira, onde ela predomina, tomaram iniciativas cidadãs no vácuo das ações de fiscalização governamentais. Arregimentar ações e recursos para tal é dever constitucional que não está sendo cumprido! Fazer apenas um pouco mais do que se fez também não é suficiente — continua sendo inconstitucional! É inconstitucional permitir a destruição de 2 quilômetros quadrados da Amazônia por hora! É preciso obedecer à Constituição Federal, determinando a imediata alocação dos recursos necessários para o seu cumprimento, remanejando imediatamente os recursos humanos e estruturais já disponíveis para a região. É preciso entender que o mundo já está agindo, e não mais somente sugerindo que ações benéficas ao meio ambiente mundial sejam tomadas. O Protocolo de Kyoto estabeleceu metas que, queiramos ou não, vão se consolidando, mesmo a contra gosto de uma potência ou de outra. Os países vão sendo persuadidos pela ONU e por outros organismos a se adequarem às definições mundiais (ainda sem o uso da força). Outros parâmetros já estão sendo estudados. E, depois das recomendações e conscientizações mundiais, devem ser adotados os prazos e as fiscalizações, até a fase dos ultimatos. Foi assim com os países totalitários; é assim com os que 202 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 defendem tecnologia para fissão nuclear e enriquecimento de urânio; com os poluentes atmosféricos e as metas para amenizar o superaquecimento; e, em breve, com os descuidados com as águas e com os demais recursos naturais do planeta. Para a questão Meio Ambiente, é imprescindível haver insusceptibilidade política, o que, historicamente, pela cultura nacional, não tem encontrado guarida. Não é somente com a Amazônia, mas especialmente com ela, o que se decidir deve estar submetido a embasamento técnico-científico, numa perspectiva de futuro consciente, voltado não para as próximas gerações, mas para todas as gerações, indefinidamente, e em harmonia com o conhecimento mundial atualizado. Os governos agem por pressão nacional e internacional, produzindo um emaranhado de projetos e medidas simultâneas, às vezes desconexas inclusive pela quantidade delas e pelo tamanho e diversidade da área. Exemplo disto é a existência do PPG-7 — Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, com recursos internacionais de 40 milhões de dólares por ano, durante 10 anos, e exigência dos doadores de haver participação da sociedade civil; o Grupo de Trabalho Interministerial da Presidência da República para o Controle do Desflorestamento, que junta nada menos do que 18 Ministérios, UCs (Unidades de Conservação) estaduais e federais, Reservas Extrativistas (RESEX), Florestas Nacionais (FLONAs), Parques Nacionais e Estaduais, políticas federais do IBAMA em desalinho com as políticas das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, das Reservas Indígenas, das APP (Áreas de Preservação Permanente), do PMFS — Plano de Manejo Florestal Sustentável, do PAOF — Plano Anual de Outorga Florestal e do ZEE — Zoneamento Ecológico-Econômico (Projeto de Lei nº 4.776, de 2005 — Gestão de Florestas Públicas). 203 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 São tantas as siglas e tal é a transversalidade dos conceitos que o resultado que se parece obter é o de um conjunto de esforços, bem intencionados, à deriva. Veja-se o exemplo do Grupo de Trabalho Interministerial —GTI coordenado pelo Gabinete Civil da Presidência da República, instituído em 2003 pelo Presidente Lula para cuidar do tema Desflorestamento da Amazônia. Os participantes originais eram simplesmente 15 Ministérios, aumentados em seguida para 18, incluindo o Ministério das Relações Exteriores, que interagiam com 101 siglas de programas, órgãos, projetos, sistemas, fundos, conselhos, bancos e fundações, começando com a ADA — Agência de Desenvolvimento da Amazônia e terminando com o ZEE — Zoneamento Ecológico-Econômico, em ordem alfabética. São reuniões com grande número de pessoas, que seguem orientações políticas não uniformes porque vinculadas aos seus respectivos Ministros, de partidos políticos diferentes, e máquinas burocráticas enormes a se movimentarem para as ações definidas. Há ainda a necessária conciliação com os programas estaduais dos 9 Estados da Amazônia. A mensuração é delicada e demorada, embora se percebam mudanças, ainda pequenas e com velocidade lenta. O Orçamento de 2004 para o Plano de Ação deste GTI foi de 394 milhões de reais. E, em seu segundo relatório de avaliação, de março de 2005, foram mencionadas as recomendações para corrigir os desvios de metas. Dentre as várias e importantes recomendações constou a principal delas, que interfere em todas as demais, citada no Tópico 5.22I do relatório: “falta de uma sinalização mais clara do Governo como um todo sobre o nível de prioridade do Plano para a Amazônia”. 204 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A decepção veio na terceira avaliação, em 15 de dezembro de 2005, durante um seminário que acabou por não se realizar: não havia dados; não compareceu a Ministra Marina Silva, do Ministério do Meio Ambiente — MMA, nem Dilma Rousseff, da Casa Civil, coordenadora do GTI. Estava lá João Paulo Capobianco, Diretor de Biodiversidade e Florestas do MMA, explicando o episódio. E a Amazônia? O relatório de março de 2005 já fazia essa previsão, confirmada em 15 de dezembro, sem considerar a crise política do Governo Federal, iniciada no meio do ano, fato que agravou a situação. Há um ensinamento a aprender: a Amazônia deve independer de política partidária. O IBAMA declarou “inviável ambientalmente” a instalação da Usina Hidrelétrica de Ipueiras no Rio Tocantins através do Parecer Técnico nº 119/2005. E o Ministério de Minas e Energia pressiona para que seja revista a análise técnica, e inclui a usina na lista dos leilões. É como fazer uma conta para chegar a um resultado já conhecido. Em vez de obter convencimento científico para aprovar ou não determinada obra, como a das usinas hidroelétricas do Rio Madeira, há suspeita de que a solução é partilhar o IBAMA e obter da parte possível a aprovação. Nesse contexto, há ainda que se considerar que a Amazônia Legal brasileira está ligada à Amazônia Sul-Americana. A selva, assim como os ianomâmis, não têm fronteiras políticas. A OTCA — Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, criada com o objetivo de “promover o desenvolvimento harmônico da região amazônica e a preservação do meio ambiente”, envolvendo Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Suriname e Guiana, por sua vez, tem ainda inter-relação com a COP — Conferência das Partes, órgão internacional supremo no âmbito da 205 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Convenção sobre Biodiversidade Biológica — CDB, da qual participam 187 países e diversos organismos ambientalistas, incluindo a ONU, cuja oitava reunião se realizou no Brasil, de 20 a 31 de março de 2006. Ações dos peruanos no Rio Iucayali, ou dos colombianos no Rio Caquetá podem se refletir no Estuário do Marajó, assim como os sedimentos andinos são depositados na costa do Amapá. “Nenhuma tecnologia avançada será capaz de recompor ambientes principalmente aqueles complexos onde as e dinâmicos, informações são escassas e o conhecimento ainda menor. As florestas tropicais e subtropicais constituem fonte de recursos biológicos e fenômenos ecológicos que, provavelmente, ainda serão descritos”. Trecho dos Anais 2005 do 1º Congresso Internacional do Programa PIATAM — Potenciais Impactos e Riscos Ambientais na Indústria do Petróleo e Gás no Amazonas, que apresentou 238 trabalhos científicos nacionais e internacionais sobre integridade biótica, recursos hídricos, saúde e meio ambiente, observações por satélite, entre outros. A atmosfera do planeta hoje já está em processo de internacionalização, assim como a captura de baleias e a exploração da Antártida. O Protocolo de Kyoto é um sinal do direcionamento que a comunidade internacional pretende dar ao uso do meio ambiente como bem da humanidade e um alerta para os povos quanto à necessidade de cuidados com ele, que passarão a compor expectativas cada vez maiores manifestadas através de pressões mais práticas, até o encaminhamento de 206 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 ações conscientes sintonizadas com a sua autopreservação, incluindo-se formas de forçar atitudes ou intervir por elas, com a aprovação de organismos mundiais. Hoje já se estabelecem parâmetros, datas para cumprimento de decisões e avaliações cada vez mais freqüentes e específicas, acompanhadas de recursos financeiros cada vez mais vultosos. Quando se trata da Amazônia, a minha proposta é a da colaboração desta Casa para a criação de uma Comissão Especial que elabore um orçamento especial para a Amazônia. Temos de agir dessa forma, na condição de brasileiros e cidadãos do mundo. Essa é a nossa proposta. Cuidemos nós da nossa Amazônia, a melhor forma de defendê-la. Viva a Amazônia! Viva o Brasil! Imagino que podemos fazer o exercício de olhar de forma diferenciada a Amazônia. Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que autorize a divulgação do meu pronunciamento nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A Mesa cumprimenta o ilustre Deputado Praciano pela sua estréia no Grande Expediente, com a abordagem de um tema tão atual, oportuno e de grande importância para o País. 207 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Antes de dar prosseguimento à sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte Ato da Presidência Satisfeitos os requisitos do art. 35, caput e § 4º, do Regimento Interno, para o Requerimento de Instituição de CPI nº 2, de 2007, do Sr. Domingos Dutra e outros, esta Presidência constitui Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, “investigar a realidade do Sistema Carcerário brasileiro, com destaque para a superlotação dos presídios, custos sociais e econômicos desses estabelecimentos, a permanência de encarcerados que já cumpriram pena, a violência dentro das instituições do sistema carcerário, a corrupção, o crime organizado e suas ramificações nos presídios e buscar soluções para o efetivo cumprimento da Lei de Execuções Penais”, e Resolve: I - designar para compô-la, na forma indicada pelas Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa; II - convocar os membros ora designados para a reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 22 de agosto, amanhã, quarta-feira, às 14h30min, no Plenário 7 do Anexo II. Brasília, 21 de agosto de 2007 Arlindo Chinaglia Presidente da Câmara dos Deputados 208 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de investigar a realidade do Sistema Carcerário brasileiro, com destaque para a superlotação dos presídios, custos sociais e econômicos desses estabelecimentos, a permanência de encarcerados que já cumpriram pena, a violência dentro das instituições do sistema carcerário, a corrupção, o crime organizado e suas ramificações nos presídios e buscar soluções para o efetivo cumprimento da Lei de Execuções Penais. PMDB/PT/PP/PR/PTB/PSC/PTC/PTdoB Titulares: Afonso Hamm, Cida Diogo, Domingos Dutra, Iriny Lopes, José Linhares, Jusmari Oliveira, Luiz Carlos Busato, Marcelo Itagiba, Maria do Carmo Lara, Maria Lúcia Cardoso, Neucimar Fraga, 1 vaga. Suplentes: Arnaldo Faria de Sá, Lincoln Portela, Luiz Couto, Mauro Lopes, Pedro Eugênio, 7 vagas. PSDB/DEM/PPS Titulares: Bruno Rodrigues, Carlos Sampaio, Jorginho Maluly, Paulo Abi-Ackel, Pinto Itamaraty, Raul Jungmann, 1 vaga. Suplentes: Alexandre Silveira, Renato Amary, Waldir Neves, William Woo, 3 vagas. PSB/PDT/PCdoB/PMN Titulares: Abelardo Camarinha, Francisco Tenório, Pompeo de Mattos. Suplentes: 3 vagas. PV 209 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Titular: Dr. Talmir. Suplente: Fernando Gabeira. PHS Titular: Felipe Bornier. Suplente: 1 vaga. 210 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. DOMINGOS DUTRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, apenas um esclarecimento. Nesse ato de instalação, a Presidência vai para o autor do requerimento ou para o Deputado mais idoso? Só para informação. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Nobre Deputado Domingos Dutra, não entendi a pergunta de V.Exa. O SR. DOMINGOS DUTRA - Para a instalação da presidência dessa CPI, em relação a esse ato. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A instalação se dará amanhã, às 14h30min, e o Presidente será eleito no momento da instalação. 211 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Convoco todos os Srs. Deputados para registrar presença em plenário. Há mais de 400 Deputados na Casa, e apenas 215 registraram presença. Já estamos no horário da Ordem do Dia, mas não há quorum para iniciá-la. 212 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. NICE LOBÃO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. NICE LOBÃO (DEM-MA. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta semana recebi forte apelo do Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão, meu Estado, feito em nome de mais de 20 mil profissionais, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares, que aguardam há mais de seis anos a aprovação do Projeto de Lei nº 2.295, de 2000, de autoria do Senado Federal. Tal projeto, Sr. Presidente, limita em 30 horas semanais a jornada de trabalho desses profissionais da área da saúde. Portanto , eu não poderia deixar de me manifestar sem subir a esta tribuna para me aliar à luta desses abnegados seguidores de Anna Nery, a Matriarca da Enfermagem no Brasil. Sendo profissão que exige alto sentido de ética pessoal e de respeito pela vida humana, a enfermagem beira a vocação sacerdotal. Porém, não há dúvida de que o exercício da enfermagem, em qualquer das modalidades previstas na lei, é extenuante. O contato com situações extremas de sofrimento e a exposição a ambientes insalubres fazem com que essa categoria mereça tratamento diferenciado no exercício da profissão. Nossa posição como Deputada comprometida com a luta dos trabalhadores do Maranhão e do Brasil é pelo total apoio à redução da jornada de trabalho da categoria. O Hospital da Mulher, em São Luís, já adota as 30 horas semanais. A medida contempla a resolução da Organização Internacional do Trabalho que recomenda essa jornada de trabalho para os trabalhadores em saúde no mundo inteiro. 213 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Presidenta do Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão, Euzenir Silva Aroucha, acredita que a aprovação desse projeto de lei contribuirá, em muito, para valorização do profissional. Portanto, Sr. Presidente, faço apelo veemente a meus pares da Comissão de Seguridade Social e Família para que votem pela aprovação do projeto. Muito obrigada. 214 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. FERNANDO FERRO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, todos os que participam conosco desta sessão, faço pronunciamento a partir de preocupação levantada pelo INCRA sobre a aquisição de terras brasileiras por estrangeiros. Há pouco, ouvi o depoimento do Deputado Praciano, do Estado do Amazonas. Constatamos que está em curso um processo de aquisição de terras no território nacional, em particular na região amazônica, onde grupos empresariais estrangeiros, ambientalistas e especuladores têm comprado terras para negócios e outras ações. Não posso deixar de considerar as preocupações legítimas com o aquecimento global e com a defesa da Amazônia em algumas dessas iniciativas. No entanto, parece-nos que há, de fato, um processo especulativo de aquisição de terras, devido ao interesse de introduzir técnicas agrícolas na disputa pelo biodiesel e outros biocombustíveis. Sr. Presidente, no oeste da Bahia e no cerrado goiano, temos hoje grupos de fazendeiros americanos, australianos e holandeses adquirindo terras. São casos impressionantes. Há um condomínio chamado American Colony, com 18 mil hectares, de um fazendeiro americano. São cerca de 150 mil hectares nas mãos de estrangeiros no Município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano. Essa realidade está a nos preocupar. 215 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Tenho informações, através de matéria do INCRA, de que o grupo APLUB oferece 900 mil hectares por 100 milhões de dólares na Amazônia. Há grupos interessados, um deles conduzido pelo Sr. Jaime Hughes, que tenta comprar esse empreendimento. Não o fez ainda por não ter certeza da titulação dessa terra. Estamos acompanhando também a situação de um senhor sueco-britânico, de nome Johan Eliasch, que comprou na Amazônia 160 mil hectares de terra. Numa conversa que tivemos com o Embaixador do Brasil na Inglaterra, soubemos que esse cidadão está a oferecer na Europa lotes dessa terra por ele comprada como forma de preservar a floresta amazônica no Brasil. Sr. Presidente, parece-nos que essa situação é de extrema gravidade, pois revela um procedimento de especulação e venda de áreas verdes, muitas vezes com um discurso ambientalista, mas desnacionalizando parcela de nosso território. E é uma situação que levanta sérias suspeitas. Estou pensando inclusive em propor uma CPI sobre a venda de terras brasileiras para grupos estrangeiros. Convido todos aqueles que tanto combatem o MST, que lutam por terras, que ficam calados aqui diante desse tipo de invasão do solo brasileiro, a se manifestar. Não estão apenas na Amazônia, mas no cerrado goiano e no Rio Grande do Sul, querendo comprar 100 mil hectares de terras para plantar eucaliptos. Estão também comprando áreas de usinas de açúcar no Estado de Pernambuco. Toda essa movimentação de aquisição de terras no Brasil é extremamente preocupante, e nós estamos assistindo a isso sem a devida reação. Estou, portanto, propenso a iniciar a coleta de assinaturas para instalação de uma CPI da venda de terras brasileiras a grupos estrangeiros. 216 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Não posso deixar de considerar que há, em alguns casos, propostas corretas de adquirir terras degradadas para o replantio e reflorestamento. Mas precisamos separar o joio do trigo, porque há também em curso um processo de especulação e compra de terras brasileiras por grupos estrangeiros que gradativamente estão se apossando de nosso patrimônio. Isso requer a nossa atenção e cuidado, sob o risco de sermos brevemente recolonizados por essas políticas de compra de terras brasileiras. Muito obrigado, Sr. Presidente. 217 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. FÉLIX MENDONÇA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. FÉLIX MENDONÇA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar o falecimento do Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, colega e amigo Ursicino Pinto de Queiroz, aos 69 anos, vítima de complicações decorrentes de acidente vascular cerebral. Ursicino Queiroz cumpriu 2 mandatos de Deputado Federal (1995-1998; 1999-2002). Político de trajetória dedicada à melhoria da assistência médica, Ursicino dirigiu no Congresso a Frente Parlamentar da Saúde, agregando 157 Deputados Federais e Senadores em prol da melhoria da assistência médica à população. Em seus mandatos parlamentares, teve importante papel na tramitação de projetos que democratizaram a distribuição per capita de recursos do SUS, que obriga a um investimento mínimo em saúde por parte da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e na regulamentação dos medicamentos genéricos. Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia na turma de 1962, Ursicino foi provedor da Santa Casa de Santo Antônio de Jesus, Secretário de Estado da Saúde (1986-1987), Assessor da Casa Civil do Governo, Diretor da 4ª Diretoria Regional de Saúde, cargos todos exercidos na Bahia, e foi também Vice-Presidente da Confederação Nacional dos Municípios e da Confederação das Santas Casas de Misericórdia do Brasil. 218 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Natural de Santo Antônio de Jesus, foi Prefeito da cidade de 1977 a 1983, quando também presidiu a União dos Municípios da Bahia (UPB), de 1977 a 1980. Ursicino Queiroz foi empossado no TCE em 18 de outubro de 2002, em substituição ao Conselheiro Adhemar Bento Gomes, que se aposentara. Na cerimônia de posse no TCE, Ursicino reafirmou a manutenção da lealdade e da simplicidade como linha de conduta no Tribunal e agradeceu a contribuição ao Governador de então, Antonio Carlos Magalhães, para o desenvolvimento de sua carreira pública. Queiroz era Presidente da 1ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado. Deixa a mulher, Edna, e os filhos, Roberto, Luís e Cláudia. Sr. Presidente, solicito o envio deste registro ao familiares. Muito obrigado. 219 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. RITA CAMATA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. RITA CAMATA (Bloco/PMDB-ES. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo esta tribuna para registrar pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE que comprova que, em pleno século XXI, a responsabilidade pelos serviços de casa continua sendo da mulher. De acordo com matéria publicada no jornal Correio Braziliense do dia 18 de agosto, apenas 34% dos homens aceitam tais tarefas. O texto dá destaque para a contradição entre os vários direitos conquistados pelas mulheres e a dificuldade de ultrapassar essa barreira da divisão de responsabilidades e afazeres domésticos. Sr. Presidente, faço questão de registar esses dados por eles virem ao encontro de artigo que escrevi e foi publicado pelo jornal Folha de S.Paulo na edição de hoje. Nele destaco a origem do direito à aposentadoria com tempo inferior para as mulheres e mostro que as circunstâncias motivadoras desse benefício se mantêm. Sempre que se fala na necessidade de nova reforma da Previdência, volta com força a tese defendida por alguns estudiosos do tema de que homens e mulheres deveriam aposentar-se sob os mesmos critérios. É preciso, no entanto, considerar que homens e mulheres estão expostos a conjunturas completamente diversas e que, enquanto essa situação perdurar, é necessária a devida compensação para as mulheres brasileiras. Essa compensação nasceu da comprovação dos efeitos da dupla jornada de trabalho para as mulheres. Ao ingressar no mercado de trabalho, elas continuaram com a responsabilidade pela casa e pelos filhos e por outras tantas outras atribuições ainda não compartilhadas 220 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 integralmente com seus companheiros. Isso sem mencionar a diferença salarial — as mulheres ganham menos — e os cargos inferiores para a mesma qualificação. Nada disso se alterou, e a situação se confirma com os dados da pesquisa do IBGE. Mas não apenas esses dados: outras pesquisas indicam ainda que as mulheres são as principais vítimas da hipertensão. As mortes por esse motivo já são seis vezes superiores às causadas por câncer de mama. Uma das razões apontadas para essa doença silenciosa é exatamente a dupla jornada. Dados do próprio IBGE revelam que na faixa etária entre 50 e 64 anos o índice de diagnóstico de doença crônica é de 57,4% para homens e de 70,8% para mulheres. Na faixa entre 40 e 49 anos, tal índice é de 40,9% para homens e de 51,8% para mulheres. A diferença é gritante, e comprovadamente as mulheres estão mais suscetíveis a essas doenças pelo estresse, e não pela carga genética. Sr. Presidente, trago esses dados como uma contribuição ao debate sobre o tema nesta Casa. Em breve será divulgado o resultado do Fórum Nacional de Previdência Social, que tem por objetivo promover o debate para aperfeiçoar os regimes de previdência social. Seremos chamados a opinar sobre uma nova reforma da Previdência. Já passamos por outras reformas e sabemos do desgaste que esta Casa enfrentou. No que se refere ao direito à aposentadoria das mulheres, espero a parceria dos nobres pares no entendimento de que esse é um direito social legitimado pela necessidade familiar. Não podemos permitir que seja suprimido. Devemos lutar para que o Estado brasileiro garanta políticas públicas capazes de suprir essa compensação. Só assim a sociedade poderá evoluir para uma mentalidade de verdadeira igualdade entre homens e mulheres. Quando a alcançarmos, o que ainda 221 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 é uma utopia, serei a primeira a propor que homens e mulheres se aposentem mediante os mesmos critérios. Sr. Presidente, peço a V.Exa. o registro de artigo publicado hoje em Tendências/Debates do jornal Folha de S. Paulo, cujo título é A origem de um direito, e de matéria publicada no jornal Correio Braziliense, sob o título Trabalho pesado é delas. Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - V.Exa. será atendida. ARTIGOS A QUE SE REFERE ORADORA 222 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 (INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 223 A 223-B) 223 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PAULO PIMENTA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PAULO PIMENTA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, registro que hoje protocolei projeto de lei, que recebeu o nº 1.798 e dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de escritórios regionais das concessionárias de serviços públicos. Por que isso, Sr. Presidente? Porque esse projeto, fruto de estudo e trabalho da nossa Consultoria Legislativa, procura atingir situação que se caracteriza hoje como verdadeiro dilema para milhares de brasileiros. Refiro-me aos chamados serviços 0800, de atendimento de empresas de cartões de crédito, de telefonia, de TV a cabo, um verdadeiro massacre a que são submetidos os brasileiros quando buscam algum tipo de atendimento por parte dessas empresas. O projeto regulamenta essa situação, determina a forma de atendimento aos consumidores e busca, na defesa do contribuinte, resolver o problema de desrespeito ao povo brasileiro. 224 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, registro que Brasília recebe nesses dias a terceira edição da importante Marcha das Margaridas, evento promovido pelas CONTAG, pela FETAG, pela CUT e pelos movimentos em rede de mulheres, em âmbito nacional e internacional, com importante pauta de reivindicações da luta das mulheres no Brasil e no mundo, incluindo demandas nas áreas de saúde, previdência e educação. Na semana passada, a bancada feminina desta Casa recebeu delegação da Marcha das Margaridas, com representação de todos os Estados brasileiros. Foi-nos solicitado que voltemos a ter a urgência determinada nesta Casa para votação do projeto de lei que trata da Previdência e da garantia da previdência aos trabalhadores e às trabalhadoras da área rural do Brasil. Sr. Presidente, agradeço-lhe esta oportunidade para saudar esse importante evento, a Marcha das Margaridas. Muito obrigada. 225 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PEDRO WILSON - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PEDRO WILSON (PT-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o Governo Lula, ontem, com ajuda do Ministro Tarso Genro e de uma equipe de profissionais dos mais qualificados do Brasil, lançou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Como bem disse o Presidente Lula, vamos lutar pela segurança sem pancadaria, no Estado de Direito, respeitando os direitos humanos. Acabar com a impunidade, criar condições para que a segurança pública no Brasil seja direito de cada cidadão, de cada família, e dever do Estado, na União, nos Estados, nos Municípios e na própria sociedade. Foram escolhidas 11 regiões, a começar pelo Entorno de Brasília, no Estado de Goiás, estabelecendo-se estímulos para que policiais do Estado realizem cursos de aperfeiçoamento, com uma bolsa que complementa o salário e dá ao policial condição para que se qualifique na luta contra o crime organizado, o narcotráfico, a droga, a lavagem de dinheiro e a corrupção. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania estabelece também um processo de articulação nos diferentes setores de segurança do País. A melhor arma contra o crime organizado, contra a violência e seus praticantes é o uso da inteligência. Para isso, o Ministro Tarso Genro está articulando convênios com todos os Estados, a fim de que possamos ter condições de fazer face à violência. Esse projeto vai ser amplamente debatido no País. Há recursos para construir penitenciárias e investir na qualificação dos agentes e dos instrumentos de combate ao crime. 226 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Não é possível no Brasil volta e meia os bandidos terem melhores armas e melhores condições. Há pouco, assistimos a uma ação extraordinária da Polícia Federal e dos Estados no combate ao narcotráfico, a chefes de cartéis que vêm da Colômbia e se estabelecem no Brasil. O Presidente começou com a luta pela segurança alimentar, lançando o Programa Fome Zero, que está cada vez mais desenvolvido pelo Ministro Patrus Ananias. A luta agora é para, junto com os Estados e... (O microfone é desligado.) O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Deputado Pedro Wilson, peço desculpas a V.Exa., mas estamos com problemas no som e o final do seu pronunciamento não pôde ser registrado. Se V.Exa. quiser, poderá repetir. O SR. PEDRO WILSON - Sr. Presidente, vou repetir, só para fazer um registro histórico. O Presidente Lula, ainda candidato à Presidência da República, presidiu o Instituto de Cidadania, ONG de São Paulo em que foi feito um estudo para um programa nacional de segurança pública. Depois, eu, na qualidade de Prefeito de Goiânia, e outros Prefeitos (cito Fernando Pimentel, de Belo Horizonte; Célio de Castro, também grande Prefeito de Belo Horizonte; João Paulo, do Recife; Tarso Genro, de Porto Alegre), juntos na Frente Nacional de Prefeitos, lançamos a busca de um sistema único de segurança pública. O Município não pode ser prejudicado, ficando sem direitos, só com deveres. E os Estados e a União não se podem furtar de fazer esse extraordinário trabalho. Por isso, o Presidente está com a Força Nacional. V.Exa., o Presidente Arlindo Chinaglia, este Congresso, todos juntos haverão de apoiar esse projeto, que é de segurança e cidadania para o bem da população brasileira. Muito obrigado. 227 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra, pela ordem, ao Deputado Domingos Dutra. O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, representantes da imprensa, ouvintes de A Voz do Brasil, telespectadores da TV Câmara, internautas, senhoras e senhores presentes nas galerias, a exemplo de outros Parlamentares, manifesto minha esperança em relação à 3ª Marcha das Margaridas, promovida pelas federações de trabalhadores rurais, por sindicatos de trabalhadores rurais, pelo Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco e por organizações de mulheres que atuam no campo. De hoje até o dia 23 de agosto, a Marcha estará em Brasília reivindicando uma série de direitos, para melhorar as condições de vida das mulheres que trabalham e vivem no campo. A 3º Marcha homenageia Margarida Alves, líder camponesa da Paraíba, que foi barbaramente assassinada pelos representantes do latifúndio. Em homenagem a Margarida Alves e às mulheres que trabalham na zona rural e lutam para combater o latifúndio, a pistolagem e a injustiça que reinam no campo é que está sendo realizada a 3ª Marcha. A Casa é constituída por Deputados majoritariamente eleitos pela população mais pobre. Se a totalidade da elite do País votasse, não elegeria 10% do Parlamento. A maioria dos Parlamentares foi eleita pela esmagadora maioria da população pobre. Entre a população de baixa renda, é importante que olhemos para a que vive no campo, principalmente para as trabalhadoras rurais. 228 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Espero que a Casa, em homenagem à luta das mulheres, vote rapidamente os projetos que beneficiarão a luta dos trabalhadores rurais e das mulheres, para que a reforma agrária e a justiça no campo avancem. Temos um país enorme. Ainda há pouco, o Deputado Fernando Ferro denunciou da tribuna o avanço de empresas e de pessoas físicas estrangeiras na aquisição de terras no Brasil. Se realmente quisermos dar conseqüência ao discurso de que este País tem de ser democrático, de que a justiça deve existir, temos de nos esforçar para fazer a reforma agrária, desmontar o latifúndio e, principalmente, desmontar a pistolagem que reina e faz vítimas em nosso Brasil. Amanhã estarão em Brasília mais de 5 mil mulheres vindas de todo o território nacional. Elas farão uma grande marcha pela Esplanada dos Ministérios e virão a esta Casa. Espero que a Mesa Diretora e todos nós, Parlamentares, possamos recebê-las com a atenção e o carinho que merecem, principalmente, repito, fazendo avançar a necessária legislação para levar paz, justiça, democracia e esperança de dias melhores ao povo brasileiro, especialmente ao que vive no campo, notadamente às mulheres. Vivam as Margaridas! Vivam as mulheres brasileiras, de forma especial aquelas que lutam, labutam e trabalham no campo. 229 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Com a palavra o Deputado Raimundo Gomes de Matos. O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, reportagem do jornal Folha de S.Paulo de 25 de março do corrente ano afirma: “A violência explodiu, na percepção dos brasileiros, como o principal problema do País, no governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. A escalada da violência, que tem estado presente no dia-a-dia das pessoas de todos os segmentos sociais, vem se intensificando. Para enfrentar essa escalada da insegurança, amplamente compartilhada por toda a sociedade, o Governo Federal lança o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), denominado PAC Segurança, com previsão de alocação de R$6,7 bilhões até 2012, recursos esses livres de contingenciamentos, bloqueios e cortes. Para o exercício de 2007, é prevista a aplicação de R$483 milhões. A liberação dos recursos está condicionada à criação, em cada região metropolitana contemplada, de Gabinetes de Gestão Integrada, com participação de forças de segurança federais, estaduais e municipais. O PRONASCI, que prioriza 11 regiões metropolitanas com alto índice de violência, contempla, no Nordeste, apenas Recife e Salvador, excluindo, portanto, a Região Metropolitana de Fortaleza, não obstante o compromisso feito pelo Ministro da Justiça, que em junho, na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, afirmou: “Esta é uma região que tem problemas de segurança graves e tem uma estrutura de poder municipal e estadual interessadas em compor projetos de segurança cidadã, 230 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 que vão na linha do PRONASCI. Não há a menor dúvida que os recursos poderão vir para cá”. Na ocasião, em reunião com os Secretários da Segurança Pública, Roberto Monteiro, e da Justiça, Marcos Cals, frizou Tarso Genro: “O PRONASCI é um projeto aberto a todas as regiões que tenham problema de segurança”. O Estado do Ceará e, em especial, a Região Metropolitana de Fortaleza, graças à ação do aparelho de estado e à prioridade estabelecida pelos Governos Estaduais, nos últimos anos vêm desenvolvendo ações no sentido de reduzir os indicadores de violência e dos crimes contra a vida e o patrimônio. Apesar de não possuir altos índices de violência, o Estado do Ceará necessita do apoio do Governo Federal para garantir a continuidade das ações preventivas e repressivas contra atos de criminalidade porque muito ainda tem que ser feito, principalmente tendo em vista a tendência à migração do crime que vem caracterizando a nova configuração espacial da violência nos Estados. Poderíamos falar que existe hoje um caráter universal da insegurança, o que nos faz concluir: “Ou haverá segurança para todos ou ninguém estará seguro”. Precisamos atuar nas várias matizes da criminalidade e suas diversas manifestações. Não existe o crime. Há uma diversidade de práticas criminosas. Algumas filhas da pobreza e da desigualdade e outras estimuladas pela impunidade. Não existe, portanto, uma causa única da criminalidade. Sem esquecer a relevância das ações destinadas a atuar nas macroestruturas socioeconômicas, é importante ressaltar que, na área da segurança pública, as ações preventivas não podem ficar restritas às políticas estruturantes de longo prazo. 231 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Sem os recursos do PRONASCI, o Ceará não terá condições suficientes para atuar na prevenção e agir no combate à violência, no controle e na repressão da criminalidade, contribuindo, assim, para transformar aquele Estado no locus privilegiado dos grupos criminosos que já não conseguem atuar nas aglomerações urbanas de outras regiões do País. Esse programa lançado pelo Governo Federal elegeu o jovem em situação de risco e de vulnerabilidade social como um dos pontos de convergência da atuação do Estado. É louvável a iniciativa de promover a inclusão social dos jovens, oferecendo um suporte social para esse segmento mais fragilizado da população em relação à violência e à criminalidade. Os jovens, principalmente os do sexo masculino de baixa renda, são hoje as maiores vítimas da insegurança, pagando quase sempre com a própria vida o preço da escalada da violência no País. Esses jovens vêm sendo submetidos a um verdadeiro genocídio, comparável ao que vem acontecendo em países que se encontram em conflitos armados. É uma “guerra civil sem bandeira, sem propósito, sem ideologia e sem razão”. Visando assegurar uma política nacional de segurança, o Governo Federal teria que universalizar suas ações, evitando diferenciação na qualificação, incentivos e remuneração dos profissionais da área. Esses investimentos alocados somente em determinadas regiões brasileiras vão promover o deslocamento de delinqüentes para localidades não beneficiadas pelo programa. 232 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Para que o PRONASCI não fique só no papel, somando-se aos inúmeros programas e projetos concebidos ao longo do tempo, é fundamental repensar um novo modelo de gestão da segurança pública embasado na ação repressiva das polícias, mas, e principalmente, na implantação de políticas preventivas. Por último, gostaria de formular um apelo ao Ministro da Justiça para que leve em consideração as sugestões apresentadas e que poderão ser de grande valia para a implantação de uma efetiva política de segurança pública com cidadania, através da intersetorialidade com os programas sociais. Em relação ao PRONASCI no Ceará, reitero todos os apelos já feitos no sentido de que o Estado seja incluído como área prioritária de ação do programa. A alocação destes recursos é fundamental para garantir a continuidade das ações preventivas e repressivas contra atos de criminalidade e pela gradativa redução da violência. Era o que tínhamos a dizer. 233 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MAX ROSENMANN - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. MAX ROSENMANN (Bloco/PMDB-PR. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de registrar hoje na tribuna desta Casa que enviamos ofício ao Ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, em que solicitamos a revisão de decreto presidencial de 2005 que extinguiu a Superintendência Regional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do Paraná, subordinando a estrutura do INSS no Estado à Gerência Regional de Florianópolis, em Santa Catarina. Na nossa avaliação, a mudança prejudicou o trabalho do INSS no Estado, reduziu sua autonomia e afetou diretamente o atendimento aos segurados do Instituto no Paraná. O Decreto nº 5.513, de 16 de agosto de 2005, extinguiu ao todo nove Superintendências Estaduais, para a criação de cinco Gerências Regionais. Para o Sul do País, a representação do INSS ficou limitada à Gerência Regional de Santa Catarina, à qual ficaram subordinadas política e administrativamente as unidades do Paraná e do Rio Grande do Sul. Passados 2 anos da mudança, ficou evidente que a medida não colaborou para melhorar a atuação do INSS no Paraná. Pelo contrário. Acompanhando o desempenho das Gerências Executivas nesses dois últimos anos, observamos as dificuldades das mesmas em adequar-se ao novo modelo, não nos surpreendendo com informações que atualmente nos chegam no sentido de que uma nova mudança na estrutura se impõe. 234 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A extinção da Superintendência Regional do Paraná não se justifica sob nenhum aspecto, principalmente quando se levam em conta os números referentes à demanda por serviços do INSS no Estado. O Paraná é o quinto em arrecadação no País, tem uma população de mais de 10,2 milhões de habitantes e possui apenas cinco Gerências Executivas do INSS para cuidar de uma rede de atendimento de 58 agências da Previdência Social, incluindo unidades móveis e agências especiais que tratam de demandas judiciais. O Instituto possui um quadro de 1.815 servidores, pequeno para atender a um volume de quase 1,5 milhão de benefícios, que somam mais de 736 milhões de reais. Esses dados por si só demonstram que o Paraná requer tratamento condizente com sua importância e sua magnitude no cenário da Previdência Social, mesmo se compararmos os dados referentes à Previdência no Estado com os números de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Na realidade, lamentavelmente a rede de atendimento do INSS no Paraná continua sendo precária diante das necessidades da população, apesar do aumento substancial conquistado entre 2001 e 2002, que elevou o número de agências da Previdência Social no Paraná de 40 para 51. Esse aumento foi resultado de uma proposta de ampliação da rede de atendimento do INSS no Paraná apresentada em 2001 pela então Superintendente do Instituto no Estado, Elizabete Santos Elpo, com nosso apoio e nosso empenho pessoal no Ministério e no Governo Federal. Essa proposta previa a instalação de um total de 19 novas unidades de atendimento ao público no Estado. 235 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Na época, levamos o projeto e a reivindicação ao Ministério da Previdência, que atendeu prontamente ao pedido, e em vários desses municípios já foram instaladas agências do PREVCIDADE (unidades avançadas da Previdência Social), como Nova Esperança, Sarandi, São Mateus do Sul, Prudentópolis, Santo Antônio do Sudoeste e, mais recentemente, na Lapa. Diante desses fatos que relatamos e conhecedores da realidade da Previdência Social, estamos solicitando do Ministro Luiz Marinho atenção especial no sentido de rever a posição do Estado do Paraná, pela sua dimensão técnica, política e social ante os Estados que serão priorizados com a instalação de Gerências Regionais. Essa medida ampliaria de forma significativa a representatividade da Previdência no Estado, dentro de estratégia mais ampla de inclusão social e elevando sua posição mais uma vez no contexto regional e nacional. Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação de meu pronunciamento no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado. 236 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ERNANDES AMORIM - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ERNANDES AMORIM (PTB-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar o que ocorreu há pouco em reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, do Senado Federal, durante discussão de assunto importante para Rondônia. Em demonstração de unidade e interesse, compareceram os 3 Senadores, diversos Deputados Federais e 24 Deputados Estaduais de Rondônia para protestar contra a situação que o Banco Central, a União conseguiu criar para o Estado: o endividamento adquirido na época dos RAETs e das intervenções nos bancos estaduais. Naquele período, o Banco do Estado de Rondônia sofreu intervenção por 1 ano, com o objetivo de posterior liquidação. No início, encontrou-se uma dívida de 40 milhões de reais. Ao final, o banco devia 600 milhões de reais, dinheiro contraído pelo interventor e então Governador Valdir Raupp. O Estado ficou com o compromisso de pagar a dívida em 30 anos. Na época Senador, briguei para que revisassem essas contas e retirassem do Banco do Brasil esse endividamento, que é da União, do Governo Federal, e que impede o desenvolvimento de Rondônia. Na Comissão de Assuntos Econômicos, do Senado Federal, ficaram de revisar a dívida. Sr. Presidente, começamos esse trabalho. Agora, com o apoio de toda a bancada estadual e federal, tenho certeza, na revisão por parte do Tribunal de Contas da União, do Banco do Brasil e do Tribunal de Contas de Rondônia, o Estado será desencarregado desse pagamento absurdo originado por ordem e 237 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 interesse de maus administradores que o Governo Federal pôs como interventores no banco àquela época. Obrigado. O Sr. Narcio Rodrigues, 1º Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Arlindo Chinaglia, Presidente. 238 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 VI - ORDEM DO DIA PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS: 239 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - A lista de presença registra o comparecimento de 272 Senhoras e Senhores Deputados. 240 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Passa-se à apreciação de matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia. Item 1. Medida Provisória nº 375, de 2007 (Do Poder Executivo) Discussão, em turno único, da Medida Provisória nº 375, de 2007, que fixa a remuneração dos cargos e funções comissionadas da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e dá outras providências. Pendente de parecer da Comissão Mista. 241 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Sobre a mesa requerimento no seguinte teor: “Sr. Presidente, requeiro a V.Exa., nos termos do inciso VI do art. 117, combinado com o item 1, alínea a, inciso I, do art. 10, do Regimento Interno, a retirada da Ordem do Dia da Medida Provisória nº 375, de 2007, que fixa a remuneração dos cargos e funções comissionadas da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e dá outras providências”. Assina o Líder do PSDB. 242 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Em votação. Para encaminhar, concedo a palavra ao nobre Deputado Eduardo Valverde, que falará contra o requerimento. (Pausa.) Para falar a favor do requerimento, concedo a palavra ao Deputado Antonio Carlos Pannunzio, Líder do PSDB. O SR. ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, são vários os fatores que nos levam a apresentar este requerimento. O primeiro é o da impertinência desta medida provisória. O mesmo Governo que é muito parcimonioso quando da concessão de aumentos para os funcionários que entraram no serviço público pela porta da frente, pelo concurso público, é extremamente generoso quando dá aumentos de até 140% aos ocupantes de cargos de confiança. Não consideramos adequado esse procedimento. Razão pela qual entendemos deva ser retirada de pauta esta matéria, até que se possa chegar a algum consenso com o Relator, se ainda for possível, a respeito do tema. Portanto, votamos favoravelmente ao requerimento. 243 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Para orientar bancadas. Como vota o PTdoB? (Pausa.) Como vota o PSOL? (Pausa.) Como vota o PPS? (Pausa.) A favor do requerimento. Como vota o PV? O SR. ROBERTO SANTIAGO (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o PV vota contra a retirada do requerimento. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Como vota o PTB? O SR. ERNANDES AMORIM (PTB-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PTB é contra. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Como vota o PR? O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o relatório já foi distribuído, a matéria está trancando a pauta. Temos de fazer a Casa andar. Somos contra este requerimento. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Como vota o PP? O SR. ELIENE LIMA (PP-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, também somos contra o requerimento. Vamos votar pela votação do relatório. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Como vota o PSDB? (Pausa.) Naturalmente, a favor. Como vota o Democratas? 244 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, entendemos que o Governo está obstruindo os trabalhos, pelo menos agindo de forma não usual. V.Exa., que conhece bem esta Casa, imagine o que é, sistematicamente, a assessoria da Liderança do Governo orientar os Relatores no sentido de considerar as emendas inconstitucionais. Sem absolutamente nenhuma razão, emendas estão sendo consideradas inconstitucionais. Esse é um dos principais motivos pelos quais vamos votar com a proposta do PSDB. Sr. Presidente, entendo que a Mesa poderia tomar alguma providência com relação à questão das inconstitucionalidades políticas. A Constituição não pode ser usada para esse fim. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - O Deputado Fernando Coruja levantou questão de ordem em sessões pretéritas, à qual respondemos da seguinte maneira: o parecer do Relator é opinativo. Ao final, o Plenário delibera, referenda ou não essa opinião, inclusive quanto à constitucionalidade de emendas e ao próprio mérito da matéria. S.Exa. apresentou recurso. É regimental. Portanto, isso será analisado na Comissão de Constituição e Justiça e voltará de lá com definição, tal como quer V.Exa. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Como vota o Bloco Parlamentar PSB/PDT/PCdoB/PMN/PHS/PRB? (Pausa.) Como vota o PT? O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a retirada de pauta nos levaria a derrubar a sessão, o que seria um 245 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 desastre para a imagem da Câmara dos Deputados. As medidas provisórias estão pautadas, e precisamos e deliberar sobre elas. Por isso, somos contrário a este requerimento. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Como vota o Bloco Parlamentar PMDB/PSC/PTC? O SR. COLBERT MARTINS (Bloco/PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Medida Provisória nº 375, de 2007, precisa e deve ser votada. Obstrui a pauta. Existem e podem existir discussões com respeito à constitucionalidade de uma emenda ou o que seja. Mas que venhamos decidir aqui, no voto. Portanto, Sr. Presidente, o PMDB quer votar e vota contra o requerimento de retirada de pauta. E convida todos os seus Deputados que estão na Casa neste momento para que possamos iniciar a Ordem do Dia e concluir esta e outras votações hoje. O PMDB vota contra, vota “não”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Como vota o PSOL? O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, queremos votar até para, no bom argumento próprio do Parlamento, de uma sessão como esta, de votação, lembrar que os cargos comissionados e as funções gratificadas são necessárias, sem demasia e, sobretudo, sem objeto de troca, o toma-lá-dá-cá fisiológico da má tradição política brasileira, que parece não ter fim. Vamos votar. Portanto, não à retirada de pauta, e sim a uma boa discussão desta e de outras matérias. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Como vota a Liderança da Minoria? (Pausa.) Como vota a Liderança do Governo? (Pausa.) 246 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Em votação o requerimento. 247 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Os Srs. Deputados que forem favoráveis ao requerimento permaneçam como se acham. (Pausa.) REJEITADO. 248 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP) - Verificação, Sr. Presidente. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA) - Verificação, Sr. Presidente. O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ) - Verificação conjunta, Sr. Presidente. O SR. COLBERT MARTINS (Bloco/PMDB-BA) - Verificação conjunta, Sr. Presidente, para não haver recuo. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Verificação conjunta concedida. 249 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - A Presidência solicita a todas as Sras. Deputadas e a todos os Srs. Deputados que tomem seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema eletrônico. Está iniciada a votação. Queiram seguir a orientação do visor de cada posto. 250 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero mudar a orientação do Democratas. Como disse a V.Exa., nossa postura é de reação a uma atitude no mínimo incorreta que é a orientação dada pela Liderança do Governo. Diante disso, vamos para a obstrução. O SR. ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PSDB também reformula a posição e entra em obstrução a partir de agora. O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, PPS está em obstrução. 251 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Está iniciada a votação. 252 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, temos na pauta a Medida Provisória nº 378. Nessa proposição, o Presidente da República reedita, nos mesmos termos, um dispositivo derrotado por esta Casa. Repito: a Medida Provisória nº 378 reedita, ipsis litteris, dispositivo da Medida Provisória nº 339 modificado por nós. Esta medida foi editada no final do ano passado, mas o dispositivo, que é o art. 42, foi derrotado aqui neste ano, foi mudado. Decidimos que Estados e Municípios podem colocar na Receita Corrente Líquida tudo aquilo que estiver incluído no FUNDEB. O Governo quer apenas 15%. Derrotado aqui, o Presidente vetou o dispositivo que aprovamos e editou nova medida provisória com idêntico teor. Ora, a nossa Constituição diz no art. 62, § 10, que é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. O dispositivo foi rejeitado nesta sessão legislativa. Não é o fato de a medida ter sido editada em 28 de dezembro que se contrapõe ao disposto no § 10, porque o dispositivo foi rejeitado neste ano. Este Congresso disse que não o acatava. Se aceitarmos isso, acabou a medida provisória. Tudo que o Congresso rejeitar, o Presidente reedita em medida provisória, fica reeditando aquilo que derrotamos. Poder-se-ia entender que a restrição de que se fala é relativa à edição anterior. Entendo que é relativa à aprovação do projeto, que se deu neste ano. Aliás, essa é a prática do nosso Regimento Interno, que diz que, quando um projeto é 253 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 derrotado, só pode ser reapresentado pela maioria absoluta. E entende-se que não é a partir da apresentação do projeto, mas da votação. Por isso, apresento esta questão de ordem: é possível votarmos essa medida provisória tendo em vista que ela, literalmente, reedita algo que derrotamos aqui? Substituímos dispositivo, o Presidente vetou o que aprovamos e voltou ao dispositivo original. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Líder Fernando Coruja, o art. 60 da Constituição Federal estabelece, no seu § 5º, no caso de emenda à Constituição: “A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”. O art. 67 trata de projeto de lei e estabelece a mesma coisa: “A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta de maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional”. Nesse caso, quando se fala de matéria, é parte do projeto; no caso de emenda à Constituição, quando se fala em matéria, também se refere a parte de emenda à Constituição. Vou agora para a medida provisória, que está no § 10 do art. 62, que estabelece o seguinte: 254 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 “É vedada REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo”. Portanto, aqui não é matéria, ou seja, não é parte de medida provisória, mas é a medida provisória na sua íntegra. Se dúvida houvesse sobre essa interpretação, o Dr. Mozart relembra que quando da emenda constitucional que alterou o rito, isso foi discutido especificamente. Portanto, não há hipótese de haver erro na interpretação. Ou seja, aqui não se trata de parte, portanto, não se trata de matéria. Trata-se de medida provisória que seja rejeitada integralmente. Esta é a resposta. Portanto, indefiro a questão de ordem de V.Exa. 255 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, salvo melhor juízo, também participei efetivamente da elaboração e não me lembro dessa disposição. Vou recorrer à Comissão de Constituição e Justiça. Mas veja o absurdo, não da sua interpretação, mas a que pode levar essa interpretação. Toda matéria que derrubarmos aqui o Presidente da República veta e reedita em medida provisória. Criou-se o mecanismo de acabar com a discussão no Congresso. Toda parte de MP que derrubarmos ele reedita. Derrubamos novamente, ele reedita novamente. A medida provisória se torna ad aeternum, e o Congresso não tem mais nenhum poder. Aconteceu aqui. Derrubamos o artigo, e ele o reeditou. Se o derrubarmos de novo, ele poderá reeditá-lo novamente. Ele coloca o artigo em outra medida provisória e o vai reeditando. Então, o Congresso não tem mais opinião, porque o Presidente da República, se quiser, reedita ad aeternum, enquanto durar o seu mandato. Recorro à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, porque, em relação a esta matéria, ou deliberamos ou se cria um mecanismo de reeditar medida provisória durante o mandato. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Nobre Deputado Fernando Coruja, quanto a essa hipótese que V.Exa. levanta, naturalmente não opinei. Estou me restringindo àquilo que é, digamos, o ditame regimental. Se amanhã o Plenário entender que deve ser alterado, exatamente pelas ponderações que V.Exa. acabou 256 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 de fazer e outras, será outra situação. No presente momento, V.Exa. faz um recurso à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. É regimental. O SR. FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, apenas para dizer que estou recorrendo da interpretação de V.Exa. porque entendo que há que ter uma interpretação sistêmica e não apenas ler o que está escrito no § 10 sobre medida provisória. Quando diz “medida provisória”, temos que entender sistemicamente, até pelo que V.Exa. disse dos outros dispositivos, que a interpretação tem que ser geral. Não posso permitir uma interpretação que tire o papel do Congresso Nacional colocado no art. 2º da Constituição Federal. Portanto, recorro da sua decisão. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - É regimental. 257 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Convoco as Sras. e os Srs. Parlamentares a virem ao plenário para votar, dado que temos um determinado prazo. 258 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, assisti a uma parte da reunião de Líderes e posso testemunhar a preocupação de V.Exa. em produzir uma pauta que valorize o trabalho do Congresso. Claro que V.Exa. sozinho não fará isso. Há necessidade voltar a haver diálogo entre a Oposição e o Governo. Acabei de falar com o Líder do Governo sobre a impropriedade que está sendo cometida por orientação da assessoria da Liderança do Governo de mutilar as emendas, considerando-as inconstitucionais. Até o dissenso tem que ser ajustado antes. Seguindo a orientação do Deputado Inocêncio Oliveira, somos do tempo em que se ajustava como seria votado, como seria o dissenso, como seria o respeito à Minoria. Está faltando isso. E é exatamente por isso que a votação não está avançando. Estamos vendo em plena terça-feira uma votação se arrastando, com uma obstrução que poderia ser evitada. Portanto, o que está faltando é diálogo, entendimento. Sr. Presidente, embora deseje que as votações sigam, o que nos espera adiante é terrível. Esperam-nos 3 trens da alegria. O primeiro aumenta desbragadamente o número de Vereadores. Até admito discutir o assunto, desde que se reduza o repasse às Prefeituras, que está exagerado. Todos sabem que está exagerado. O segundo é o da incorporação de 300 mil funcionários aos quadros efetivos da União. E o terceiro é o da criação de um novo poder, porque o que a 259 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Defensoria Pública está querendo é criar um novo poder, inclusive com iniciativa legislativa. Portanto, precisamos produzir uma pauta, para o bem da nossa imagem. A imagem do Senado está muito mal. Lá não há como produzir pauta, lá o Presidente está sendo questionado. Aqui, felizmente, o nosso Presidente tem a confiança de todos. Então, é necessário aproveitarmos o momento para produzir uma pauta que responda à sociedade. Esta pauta que temos hoje nos dá a impressão, usando uma expressão de Barack Obama, de que os políticos que temos não são os de que precisamos. E precisamos provar que os políticos que temos são os de que a Nação precisa. Votando o que está aí, a Nação vai pensar que temos políticos que são os de que não precisamos. Muito obrigado. 260 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Aproveitando as palavras do Deputado Aleluia, que é um líder natural — mas existe a questão formal —, marcamos para a próxima terça-feira uma reunião com todos os Líderes, em que de preferência cada bancada deverá definir, por mecanismos próprios, que matérias julga relevantes para colocarmos em pauta e votarmos, até matérias que porventura não estejam preparadas para a pauta, mas que entendamos devam ser perseguidas no sentido de que fiquem preparadas para a deliberação. Essa preparação é para todo o Plenário, até porque — e esta é a segunda observação — evidentemente o nosso esforço coletivo é exatamente no sentido de que nós, em nosso ofício, democraticamente e respeitando as divergências, as opiniões de cada bancada, não sejamos jamais uma Câmara medrosa. O que quero dizer com uma Câmara medrosa? Uma Câmara que não delibera. Então, acho que é da essência do Parlamento a discussão e a deliberação. E quanto àquilo que for matéria polêmica cada um de nós vai responder pelas suas palavras e também pelos seus votos. Acho que essa é a essência da democracia. Agora, evidentemente, todos nós temos que ter essa dimensão, desde quando apoiamos requerimentos. Às vezes, alguns até esquecem, aqueles que, só na linha de pressão e contrapressão, nem sempre conseguem vislumbrar um passo à frente. Acho que esse chamamento é importante para nós, exatamente porque é da nossa responsabilidade tomar as melhores decisões. 261 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. ÍRIS DE ARAÚJO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. ÍRIS DE ARAÚJO (Bloco/PMDB-GO. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os últimos meses foram cruéis com a sofrida população do Nordeste, impedida de ter acesso aos serviços essenciais de saúde por conta de greves e pedidos de demissão em massa de médicos que não mais suportam as precárias condições de trabalho e os salários aviltantes. Alagoas está sendo duramente castigada pela paralisação dos médicos iniciada há cerca de 80 dias, o que levou o Governo local a decretar estado de calamidade pública. Foram 244 os pedidos de exoneração. Uma criança morreu em Maceió, e há investigação para verificar se houve falta de atendimento. Mesmo os recursos liberados ontem ao Estado pelo Ministério da Saúde, da ordem de 26 milhões de reais, não solucionam as gritantes dificuldades. Também os Estados de Pernambuco, do Ceará e do Espírito Santo vivem o martírio do caos na saúde. Na Paraíba, uma mulher que não conseguiu agendar uma operação cardíaca por causa da greve morreu esta semana, a caminho do hospital. O “apagão da saúde” bem evidencia o que foi constatado pela Organização Mundial da Saúde: em 191 países pesquisados, o Brasil aparece na preocupante posição de número 125 no que se refere à qualidade do atendimento. Mais uma vez há necessidade de votação do projeto de lei complementar que regulamenta a Emenda Constitucional 29, que estabelece a aplicação de percentuais mínimos para o setor da saúde. 262 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 E mais: esta Casa precisa tomar uma posição firme para que os recursos da prorrogação da CPMF sejam ampliados para a saúde, ao contrário dos atuais 40% direcionados ao setor. Viver com saúde é nosso bem mais precioso. Não podemos permitir que o dinheiro destinado aos que sofrem com as doenças seja desviado para a construção de obras físicas que podem acelerar o crescimento econômico, mas tendo como preço a morte e o sofrimento de milhões. O País exige saúde de qualidade, com remuneração justa para todos os profissionais que atuam no setor. Tudo isso em nome da vida. Era o que tinha a dizer. 263 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Anuncio a presença entre nós da Deputada Federal Olga López, Coordenadora da Frente Parlamentar dos Direitos da Criança do Paraguai. Nossos cumprimentos. Seja bem-vinda. (Palmas.) 264 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Jackson Barreto. (Pausa.) Concedo a palavra ao nobre Deputado Ivan Valente. (Pausa.) 265 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ANTONIO CARLOS MENDES THAME - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ANTONIO CARLOS MENDES THAME (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos vendo, nos últimos dias, pelos jornais, um dos maiores recalls de brinquedos chineses na história da importação desses produtos. A produtora das bonecas Barbie, a Mattel, que tem grande parte dos produtos produzidos na China e vendidos aqui no País, fez um recall para retirar do mercado quase 1 milhão de brinquedos que continham tinta à base de chumbo, e uma criança, se os levasse à boca, correria o risco de ingerir produto altamente cancerígeno. Por outro lado, outros brinquedos tinham no interior pequeno ímã destacável, que poderia ser ingerido pelas crianças. A Mattel pediu o recall. Muito bem. Isso revela gravíssimo problema: os produtos que vêm da China e de outros países não são submetidos às mesmas normas de qualidade e de segurança a que estão submetidos os produtos nacionais. Vejam que paradoxo: quando exportamos, temos que nos submeter às normas de segurança do país importador, e o Brasil é um dos únicos países do mundo que não tem legislação que obrigue o produto importado a se submeter às mesmas normas de qualidade e de segurança a que são submetidos os produtos nacionais. Projeto de lei sobre o tema tramita nesta Casa e já foi aprovado em todas as Comissões. Resta ser apreciado pelos nobres Deputados neste plenário, para depois ser remetido ao Senador Federal, a fim de cobrir lacuna que permite casos gravíssimos como o de máquinas que, quando produzidas no Brasil, como prensas 266 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 ou guilhotinas, precisam ter duplo comando ou célula fotoelétrica para que, quando o braço do trabalhador adentrar a área de corte ou de prensa, se desliguem automaticamente. Quando vêm da China, da Índia ou de outro país, tais máquinas não precisam ter nenhum desses dispositivos, desenvolvidos na FUNDACENTRO durante muitos anos, para proteger a vida, a saúde e a segurança do trabalhador brasileiro. Portanto, deixo registrado nosso apelo para que, com essa lei, ajudemos também a evitar a importação de produtos de péssima qualidade que vêm de outros países, entre os quais esses desnecessários produtos chineses. Muito obrigado. 267 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Para uma breve comunicação, concedo a palavra ao Deputado Fernando de Fabinho. (Pausa.) 268 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. LINCOLN PORTELA.- Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, demais senhoras e senhores aqui presentes, os que estão acessando a Internet e aqueles que sintonizam a Rádio Câmara e a TV Câmara em todo o Brasil, especialmente a população de Minas Gerais, a quem tenho o orgulho de aqui representar, a Câmara analisa projeto de lei que amplia o período de internação para adolescentes infratores e institui medidas de segurança para jovens com transtornos mentais. A proposta eleva, de três para quatro anos, o prazo máximo de internação em estabelecimento educacional. O prazo poderá chegar a 8 anos em caso de reincidência ou ser aumentado de um terço a dois terços caso a infração resulte na morte da vítima ou na ocorrência de lesão corporal de natureza grave. Por outro lado, prazo maior será dado para que o Estado possa ressocializar os jovens, uma vez que falhou nas medidas de proteção à infância. O projeto também acaba com a liberação compulsória do jovem aos 21 anos de idade. Sras. e Srs. Deputados, se o Estado investisse maciçamente em políticas públicas e programas de prevenção, o número de adolescentes infratores seria reduzido significativamente, e ainda se economizariam recursos financeiros. Ressalto que a medida de internação, ainda que prive o adolescente infrator de sua liberdade de ir e vir, tem caráter essencialmente educativo e socializador, e não punitivo e retributivo, como querem alguns. 269 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O projeto estabelece, ainda, que todo adolescente que praticar ato infracional será obrigatoriamente submetido a exame psiquiátrico e a testes projetivos de personalidade. Esses testes serão feitos por equipe interprofissional, composta por médicos psiquiatras e psicólogos, a fim de verificar se o jovem tem alguma doença mental ou distúrbio de personalidade. Espero que a Câmara possa, o mais rápido possível, dar solução a essas questões, principalmente no que se refere aos menores, que estão sendo cooptados não apenas aos 16, 15 e 14 anos — já estamos vendo meninos de 12, 11 anos cometendo crimes dos mais pesados. É preciso que medidas sérias sejam tomadas pelo Poder Público nesse sentido. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, demais senhoras e senhores, a aprovação dessas medidas trará, sem dúvida, benefícios à recuperação dos jovens infratores e maior segurança para toda a sociedade. Por isso, manifesto-me desde já favorável à aprovação desse oportuno projeto de lei. Muito obrigado. 270 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Vou encerrar a votação. 271 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, encerrar a votação? Não há quorum ainda. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Eu disse que vou, mas não disse que seria agora. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Se V.Exa. encerrar agora, não há quorum. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Por isso, estou dizendo que vou. Eu não disse que seria agora. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a sua paciência está esgotada. V.Exa. pode encerrar a votação. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Há fluxo. Alguns Deputados estão levantando a mão ali. O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Já se passaram 26 minutos, Sr. Presidente. A turma está devagar. Vinte e seis minutos numa votação! Para atingir o quorum. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Não contei, mas faz tempo mesmo. O SR. CHICO ALENCAR - Começou às 16h40min. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Mas, depois que V.Exa. observou, só falta 1 para dar quorum. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Mostra que a coisa é política. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Pode encerrar agora, Sr. Presidente. 272 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Está encerrada a votação. 273 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. NELSON GOETTEN - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. NELSON GOETTEN (PR-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votei com o meu partido. O SR. JOSEPH BANDEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, estou há 10 minutos tentando votar, mas não consegui. Votei com a bancada do PT. 274 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não deu número: 256. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O art. 17 conta para o quorum. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - No quorum conta. No quorum tem. Bela tentativa! 275 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Esta Presidência vai proclamar o resultado da votação: “sim”, 4 votos; “não”, 251 votos; “abstenção”, 1. Total de votantes: 256 Srs. Deputados. O REQUERIMENTO FOI REJEITADO. 276 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PAULO PIAU - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PAULO PIAU (PMDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei conforme orientação do partido. O SR. MENDES RIBEIRO FILHO (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei “não”. O SR. HENRIQUE FONTANA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, acompanhei a bancada do PT. A SRA. JANETE CAPIBERIBE (Bloco/PSB-AP. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, votei com o PSB. O SR. JADER BARBALHO (Bloco/PMDB-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, acompanhei o partido na votação anterior. O SR. MUSSA DEMES (DEM-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei com a Liderança do meu partido. O SR. SILAS CÂMARA (Bloco/PSC-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, acompanhei a Liderança do meu partido. O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, acompanhei o meu partido. 277 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Arlindo Chinaglia) - Concedo a palavra, para oferecer parecer à medida provisória e às emendas a ela apresentadas, pela Comissão Mista, ao Sr. Deputado Eliene Lima. O SR. ELIENE LIMA (PP-MT. Para emitir parecer. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, passo a proferir o parecer. A Medida Provisória nº 375, de 2007, dispõe sobre a remuneração de cargos em comissão de natureza especial, cargos e funções comissionadas no âmbito do Poder Executivo Federal, altera o percentual de opção dos cargos comissionados e dá outras providências. Trata-se, primordialmente, de uma busca de compatibilização da remuneração dos cargos em comissão de natureza especial, cargos e funções comissionadas da União ao recente reajuste remuneratório concedido à alta administração do Poder Executivo Federal. Resumidamente, as principais medidas introduzidas para o fim proposto são as seguintes: I - concessão de um reajuste na remuneração de todos os cargos em comissão de natureza especial, cargos e funções comissionadas, no âmbito do Poder Executivo Federal, bem como de algumas funções gratificadas e gratificações de representação e de serviço extraordinário, de forma a recompor as perdas acumuladas em virtude da inflação apurada entre janeiro de 2003 e fevereiro deste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); II - correção, por meio de reajustes diferenciados, de algumas distorções de amplitude de remuneração detectadas entre os cargos e funções comissionadas da 278 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 administração federal, principalmente no que tange aos cargos em comissão de níveis DAS-1, DAS-2 e DAS-3, vez que os mesmos não observam níveis de remuneração compatíveis com os graus de responsabilidade havidos em função da posição hierárquica ou da complexidade das tarefas que lhes são atribuídas pela administração; III - modificação do percentual de opção a ser percebido pelos detentores de cargo efetivo quando em exercício dos cargos em comissão DAS, de Natureza Especial e cargos de direção das instituições de ensino e das Agências Reguladoras, que passa a ser de 60% para todos os cargos; IV - revogação de artigos de leis anteriores que disciplinavam de forma diferente a matéria tratada nesta Medida Provisória; V - definição da data de 1º de junho de 2007 para o início dos efeitos financeiros desta Medida Provisória. Encaminhada a Medida Provisória ao Congresso Nacional, foi aberto o prazo para oferecimento de emendas, ora já encerrado, verificando-se a apresentação de 35 emendas, sintetizadas no quadro a seguir. No que concerne à caracterização dos pressupostos de urgência e relevância, disciplinados no art. 62 da Constituição Federal como requisitos indispensáveis para a edição de medidas provisórias, entendemos acolher os termos da Exposição de Motivos que acompanha a Medida Provisória nº 375, de 2007, segundo a qual o encaminhamento desta matéria é urgente e relevante por integrar um conjunto de medidas destinadas a promover o reajuste tempestivo das tabelas remuneratórias dos cargos em comissão de natureza especial, cargos e funções comissionadas no 279 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 âmbito do Poder Executivo Federal, atendendo a uma política de revitalização de suas remunerações. Consideramos, também, terem sido devidamente observados os requisitos formais para seu envio ao Congresso Nacional, nos termos previstos no art. 2º, § 1º, da Resolução nº 1, de 2002-CN. Quanto à constitucionalidade, a Medida Provisória nº 375, de 2007, trata de matéria que se insere na competência legislativa do Congresso Nacional, nos termos do art. 37, inciso X, combinado com o art. 48 da Carta Magna, e não incorre em qualquer das vedações temáticas estabelecidas pelo § 1º do art. 62 da Constituição. Inexistem também objeções a levantar quanto aos requisitos de juridicidade e de técnica legislativa. Com relação à adequação orçamentária e financeira, cumpre registrar que a Exposição de Motivos do Poder Executivo informa estar plenamente atendido o disposto nos arts. 16 e 17 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal — LRF), vez que as despesas adicionais, no ano de 2007, relativas ao aumento das remunerações dos cargos em comissão de natureza especial, cargos e funções comissionadas do Poder Executivo Federal, da ordem de R$282.587.990,56, foram incluídas na Lei nº 11.451, de 7 de fevereiro de 2007 (Lei Orçamentária Anual de 2007), em funcional específica com recursos previstos para esta finalidade. Informa, ainda, que, no exercício de 2008 e subseqüentes, as respectivas despesas adicionais anuais serão da ordem de R$484.436.555,24. O § 1º do art. 5º da Resolução nº 1, de 2002-CN, estabelece que o exame da compatibilidade e adequação orçamentária e financeira das medidas provisórias abrange a análise da repercussão sobre a receita ou sobre a despesa pública da 280 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 União e da implicação quanto ao atendimento das normas orçamentárias e financeiras vigentes. De fato, a Lei Orçamentária Anual de 2007 consigna, no Anexo V, dotação específica para a reestruturação da remuneração de cargos, funções e carreiras no âmbito do Poder Executivo, com valor autorizado da ordem de R$1.158.224.700,00, que se mostra suficiente para atender à projeção das despesas criadas pela Medida Provisória em exame, pelo que acolhemos a Exposição de Motivos do Poder Executivo, entendendo que as despesas anualizadas ora introduzidas podem ser absorvidas pela margem líquida de expansão para despesas de caráter continuado dos exercícios subseqüentes, de forma compatível com o aumento de receita decorrente do crescimento econômico do País, projetado para o curto e médio prazos. Quanto ao exame de mérito da Medida Provisória nº 375, de 2007, julgamos serem extremamente oportunas as providências destinadas a melhorar o padrão remuneratório dos cargos e funções comissionadas do Poder Executivo Federal, sem qualquer reajuste desde julho de 2003, pois entendemos que elas valorizam os respectivos servidores detentores de funções de coordenação, direção e assessoramento, favorecendo a retenção de competências na administração pública e, conseqüentemente, propiciando a continuidade na condução das políticas governamentais, de extrema importância para o bom funcionamento e maior efetividade de toda ação estatal federal. No que concerne à constitucionalidade das emendas apresentadas, entendemos que 29 delas apresentam alguma objeção técnica intransponível: seja por invadirem iniciativa legiferante ou competência privativa do Poder Executivo, 281 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 disciplinada nos arts. 61, § 1º, II, “a” (emendas de nºs 3, 4, 6, 11, 13, 16, 22, 23, 24, 25, 26, 28, 29, 32 e 34 — relativas a alterações de remuneração de cargos, funções comissionadas, gratificações, vantagens e adicionais, no âmbito do Poder Executivo federal), art. 61, § 1º, II, “c” (emendas de nºs 7, 8, 9 e 33 — relativas a alterações de percentuais mínimos de ocupação de cargos em comissão por servidores concursados e de prazos para servidores optarem por reenquadramento em Planos de Cargos e Carreiras) e 84, VI, “a”, da Constituição Federal (emendas de nºs 14, 17, 18, 19, 20, 21 e 27 — relativas à estruturação, organização e funcionamento das carreiras integrantes deste Poder), respectivamente; seja por não observarem o art. 63, I, da Constituição Federal, que veda elevação de despesas em projetos de iniciativa privativa do Presidente da República (emendas de nºs 1, 2, 3, 4, 6, 11, 13, 16, 22, 23, 24, 25, 26, 28, 29, 31, 32, 33 e 34). Quanto à juridicidade das emendas, registramos que 31 delas apresentam matéria estranha ao objeto específico da medida provisória em exame, contrariando o disposto na Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998 (emendas de nºs 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 32, 33, 34 e 35). Com relação à adequação orçamentária e financeira das emendas, registramos óbices em 20 delas (emendas de nºs 1, 2, 3, 4, 6, 11, 13, 16, 22, 23, 24, 25, 26, 28, 29, 31, 32, 33, 34 e 35), por não indicarem o montante das despesas incorridas nem a fonte do seu custeio, conforme exigência disposta no art. 17, § 1º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. No que tange ao mérito das emendas apresentadas, nos posicionamos contrariamente a todas, vez que elas não trazem qualquer aperfeiçoamento 282 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 significativo ao texto da proposição original, com relação ao objeto específico ali enunciado. Assim é, que, ao nosso ver, as emendas de nºs 1, 2 e 31 distorcem a graduação e o equilíbrio da reestruturação remuneratória referente aos cargos em comissão do grupo DAS (caso das emendas de nºs 1 e 2) e às funções gratificadas de que trata a Lei nº 8.216, de 1991 (caso da emenda de nº 31), enquanto a emenda de nº 5, também pertinente ao objeto desta Medida Provisória, suprime revogações de artigos de leis ora alterados, tornando confusa e contraditória a legislação temática remanescente. Quanto às demais 31 emendas, todas introduzem matérias estranhas ao objeto específico da Medida Provisória em exame, seja com a finalidade de promover alterações em dispositivos legais que disciplinam a organização, estruturação, e/ou remuneração de cargos e carreiras integrantes do Poder Executivo Federal e em dispositivos do Estatuto do Desarmamento, seja com a finalidade de editar dispositivo legal impedindo a contribuição voluntária de servidores ocupantes de cargos em comissão a partidos políticos ou de uniformizar e majorar os valores relativos às bolsas de estágio oferecidas no âmbito da Administração Pública Federal, cujas repercussões financeiras e administrativas não estão postas e que ultrapassam, em muito, o eixo do objetivo central visado com a edição desta MP: de reestruturar e adequar a remuneração dos cargos e funções comissionadas do Poder Executivo Federal em níveis compatíveis com as responsabilidades exercidas e com as disponibilidades do Erário. Feitas essas considerações, o voto é pela admissibilidade, constitucionalidade, juridicidade, boa técnica legislativa e adequação orçamentária e 283 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 financeira da Medida Provisória nº 375, de 2007, bem como, no mérito, por sua aprovação, na forma inicialmente proposta. Com relação às emendas, o voto é pela inconstitucionalidade das emendas de nº 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 11, 13, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 31, 32, 33 e 34; pela injuridicidade das emendas de nºs 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 32, 33, 34 e 35; pela inadequação orçamentária e financeira das emendas de nºs 1, 2, 3, 4, 6, 11, 13, 16, 22, 23, 24, 25, 26, 28, 29, 31, 32, 33, 34 e 35; e pela admissibilidade da emenda de nº 5. No mérito, voto pela rejeição de todas as emendas apresentadas. Sr. Presidente, é o parecer. PARECER ESCRITO ENCAMINHADO À MESA 284 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 (INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 285 A 285-I) 285 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O Sr. Arlindo Chinaglia, Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Inocêncio Oliveira, 2º Vice-Presidente. 286 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. FRANCISCO RODRIGUES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. FRANCISCO RODRIGUES (DEM-RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo como o partido. O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com o Partido dos Trabalhadores. O SR. MOACIR MICHELETTO (Bloco/PMDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o PMDB na votação anterior. A SRA. ELCIONE BARBALHO (Bloco/PMDB-PA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o partido. O SR. AIRTON ROVEDA (PR-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o partido. O SR. RICARDO BARROS (PP-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votei de acordo com o partido. O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votei de acordo com o partido na votação anterior. O SR. JOÃO BITTAR (DEM-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o partido na votação anterior. O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o partido na votação anterior. O SR. DAVI ALCOLUMBRE (DEM-AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votei de acordo com o partido na votação anterior. 287 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. MARINHA RAUPP (Bloco/PMDB-RO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o partido na votação anterior. O SR. FÉLIX MENDONÇA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votei de acordo com o partido. 288 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Anuncio a visita à Mesa Diretora da Casa do ilustre Deputado Vaz de Lima, Presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, e do Deputado Estadual Donisete Braga. 289 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PROFESSOR RUY PAULETTI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PROFESSOR RUY PAULETTI (PSDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o partido na votação anterior. 290 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço um esclarecimento ao Sr. Relator Eliene Lima. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Deputado Eliene Lima, V.Exa. pediu para que anotassem as perguntas? O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Mas eu queria um esclarecimento. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - O Deputado Eliene Lima está aí atrás. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Deputado Eliene Lima, V.Exa. certamente leu a Emenda nº 10 e a Emenda nº 30. A Emenda nº 10, Sr. Presidente, Sr. Relator, estabelece apenas o seguinte: “Art. 6º Para efeito de cálculo da contribuição dos servidores públicos ocupantes de cargo em comissão em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal em favor de partidos políticos, não incidirá sobre os valores pecuniários decorrentes dos índices de reajustes aplicados por esta Medida Provisória”. Sr. Relator, V.Exa. é profundo conhecedor do Direito. Onde está a injuridicidade desta emenda? O SR. ELIENE LIMA (PP-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria de responder ao nobre Deputado José Carlos Aleluia que a medida 291 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 provisória não objetiva esse tipo de matéria, que é estranha a ela. O entendimento do Relator é nesse sentido. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, a emenda é exatamente sobre o reajuste. O Relator diz que a matéria é estranha à medida provisória. Realmente, estamos criando um clima de desrespeito às oposições, às minorias. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Acredito que o Relator não tem mais nada a dizer. S.Exa. apresentou sua opinião. Vou suspender o debate. 292 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer uma indagação ao Sr. Relator, a quem peço a atenção, porque tenho um cuidado muito grande quando elaboro as emendas. Eu as apresento com cautela, com cuidado, até porque sei, regimentalmente, até onde posso ir. A Emenda nº 23 modifica as classes “a” e “b” da referida lei, a Emenda nº 25 trata das pensões e aposentadorias concedidas com base na GIFA e a Emenda nº 28, também apresentada por mim, trata das funções de auditoria da Receita Federal do Brasil e da auditoria fiscal do trabalho. Quero saber por que o Relator disse que as emendas são estranhas à medida provisória. 293 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, seria interessante que o Relator fosse à tribuna para nos responder. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Não. Prefiro que S.Exa. o faça daí mesmo, para não criar uma discussão paralela. 294 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado Eliene Lima. O SR. ELIENE LIMA (PP-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, respondendo ao questionamento do Deputado Arnaldo Faria de Sá, entendo que as emendas mencionadas por S.Exa. são matérias estranhas ao objeto da medida provisória. Esta trata das funções de confiança do Governo, e não do que consta nas emendas. 295 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, solicito um esclarecimento ao Relator. A Emenda nº 9, Sr. Relator, foi proposta por um Deputado do nosso partido, o Deputado Cezar Silvestri. V.Exa. afirma que a emenda, primeiro, é inconstitucional porque, em função do art. 61, § 1º, inciso II, alínea “c”, que trata da iniciativa, salvo melhor juízo, pelo que compreendo do Direito, pelo que sempre foi proposto nesta Casa, a iniciativa é de quem apresenta o projeto de lei ou a medida provisória. Então, a medida provisória é de iniciativa do Presidente da República. Logo, não posso apresentar emendas... Se o assessor me permitir, eu gostaria de concluir. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - O Deputado Eliene Lima é o Relator da matéria. O SR. FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, é que o assessor estava atrapalhando. Então, Sr. Presidente, não é possível que haja uma emenda que fira a iniciativa, que é do Presidente da República. Significaria dizer que não posso mais apresentar emenda a projeto de iniciativa do Executivo? É evidente que posso. Essa interpretação não comporta. Não posso, segundo o art. 63, apresentar emendas a projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República que aumentem despesa. Essa emenda não aumenta despesa. 296 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Segundo, o Relator diz que é injurídica. Ora, a emenda diz que esses cargos comissionados devem ser ocupados por servidores de carreira, tendo como base o ano de 2007. Ora, a Constituição preceitua, no art. 37, inciso V: “Art. 37................................................................... V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei...” A Constituição, inclusive, exige uma lei para que haja essa limitação. Este dispositivo refere-se à medida provisória. Salvo melhor juízo, o Relator tem de ser orientado pelos seus assessores e não pelos do Governo. Se o Governo insiste, em cada dispositivo, em dizer que é inconstitucional, para que não possamos destacar, como diz o Deputado José Carlos Aleluia, estaremos criando aqui uma situação anormal, Sr. Presidente. Não poderemos mais legislar. 297 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, seria bom que o Relator pedisse tempo, senão S.Exa. ficará numa situação ruim. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - O Regimento Interno é claro e só permite perquirição ao Relator nos casos em que o parecer é dado oralmente. S.Exa. o fez por escrito. O parecer já está sendo distribuído no plenário. Não há como discutir previamente a matéria, deixando de fazê-lo na parte fundamental. Cada um terá a oportunidade de dizer, na discussão, quais as partes com as quais não concorda e por que está sendo feito, senão haverá 2 atos na votação da matéria: um na prévia e outro durante a discussão mesmo. Então, é um absurdo que isso aconteça. Portanto, só nos casos de parecer oral é que se permite a algum Parlamentar perquirir o Relator para esclarecer os fatos. 298 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, V.Exa. tem razão, mas a discussão é pelo fato de o Relator ter declarado injurídicas as emendas. As emendas não são injurídicas. Queremos o direito de destacar a emenda. Como está feito, não podemos destacar a emenda. Se ela não for destacada, não haverá a discussão de que V.Exa. está falando. O Relator pode, no mérito, rejeitar a emenda. Não quero entrar na apreciação do mérito. S.Exa. pode rejeitá-la, mas nos dê o direito de destacá-la. 299 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero levantar uma questão de ordem, mas apelo para a grande experiência de V.Exa. Estou sentindo a dificuldade do Relator, por quem tenho um grande carinho e respeito. Há duas saídas. O Relator, antes de começar o relatório, chegou a admitir a negociação da mudança de seu relatório em função da supressão de obstrução, o que não aceitamos. O importante neste momento é que o Regimento diz claramente que o Presidente devolverá ao autor — e o autor, no caso, é o Relator — qualquer proposição anti-regimental. O que S.Exa. está fazendo é anti-regimental e cerceia o direito de a Oposição destacar. Peço a V.Exa. que considere isso ou o Relator peça um tempo para admitir a juridicidade, para que possamos continuar a votar, senão haverá um clima de desconfiança. O Relator não tem culpa, mas está sendo pressionado pela assessoria a levar isso a um clima de desconfiança. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência indefere a questão de ordem de V.Exa. e continuará de acordo com o requerimento, porque essa decisão compete ao Relator da matéria e ao Plenário. 300 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. SERGIO PETECÃO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. SERGIO PETECÃO (Bloco/PMN-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei com a bancada. O SR. JOSÉ CARLOS VIEIRA (DEM-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei com o partido. O SR. VALADARES FILHO (Bloco/PSB-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, também votei com o partido. 301 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Fernando Coruja, para uma Comunicação de Liderança, pelo PPS. O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, está-se fazendo neste plenário com as medidas provisórias um verdadeiro absurdo. Se alguém diz que este Governo quer criar um momento tal de abafamento deste Congresso, esta é uma demonstração explícita. Estamos gerando aqui uma situação em que este Congresso não pode mais opinar. Não podemos mais apresentar emendas a uma medida provisória porque todo Relator ligado ao Governo diz que as emendas são inconstitucionais, e o fazem, com todo o respeito aos Relatores, sem nenhuma fundamentação. Apenas dizem que são injurídicas e inconstitucionais, sem fundamentar tais afirmações. Qualquer juiz neste País, ao decidir, tem de fundamentar. É inconstitucional por quê? É injurídica por quê? Este Congresso precisa debater as matérias. Como pode um Relator ser sistematicamente orientado pela Liderança do Governo, pelos assessores do Governo, que ficam rodeando os Relatores para lhes dizer que estes têm de fazer assim ou assado? Este Plenário servirá apenas para dizer amém às medidas provisórias. Absurdo maior acontece quando alteramos alguma medida provisória, como a de nº 339. O Governo reedita o mesmo dispositivo que derrubamos, ou seja, o dispositivo vem para cá novamente. Estamos fazendo aqui um papelão. É preciso que os Relatores retomem a seriedade do debate legislativo, analisem as propostas à luz da Constituição e não com base na opinião dos assessores do Governo, da 302 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Liderança do Governo ou do próprio Governo. Do contrário, continuaremos fazendo um papel ridículo e não poderemos mais apresentar emendas. Por que uma emenda que limita a ocupação de cargos comissionados por agentes de fora, que a Constituição prevê no art. 37, inciso V, não pode ser apresentada? Como a emenda é inconstitucional, como fere a iniciativa, se a iniciativa foi do Presidente da República? As decisões dadas por vários Relatores aqui raiam ao absurdo. Então, meu discurso é de desabafo. Estamos passando dos limites! Passando dos limites. Isso porque temos 1% de aceitação popular, Deputado Aleluia. Vai ser pior! Vai ser pior! Para isso não é preciso Congresso. O Presidente da República edita as medidas provisórias, fechamos aqui e vamos para casa. Não é preciso mais debater. Se debater é dizer sim, é não poder nem emendar, não temos papel nenhum a desempenhar. Então, têm razão muitos do Governo que acham que o Congresso é despiciendo. 303 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. LÉO ALCÂNTARA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. LÉO ALCÂNTARA (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, segui a orientação do partido. 304 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero formular uma questão de ordem. Gostaria que V.Exa. tivesse acesso ao relatório feito pelo Deputado Eliene Lima. Se prestarmos atenção ao relatório final, ele declara que são inconstitucionais quase 30 emendas, que são injurídicas mais de 20 emendas, que são inadequadas financeiramente 15 emendas. Apenas uma emenda ele rejeita pelo mérito. Sr. Presidente, assim não pode. Na verdade, aquilo que o Deputado Fernando Coruja afirmou tem procedência. É melhor fechar a Casa. A medida provisória é aprovada automaticamente, e acabou. Aceito perder no voto, mas não aceito perder na mão. Estão passando a mão em todas as emendas. Gostaria, Sr. Presidente, que V.Exa. desse uma olhada. Não pode ser. Apenas uma emenda, de quase 70 apresentadas, foi rejeitada pelo mérito. Todas as demais por inadequação financeira. Por que inadequação financeira? Porque não podem ser destacadas. Outras tantas, por injuridicidade. Por quê? Porque não podem ser destacadas. Outras tantas inconstitucionais. Por quê? Porque não podem ser destacadas. Sr. Presidente, com todo o respeito, isso é uma palhaçada. Não pode acontecer isso. Passou do limite. A questão de ordem é no sentido de que V.Exa. converse com o Relator, somente com o Relator, só com o Relator, sem assessoria, porque a assessoria é que está emprenhando o Relator para que deixe as emendas nesse sentido. Sr. Presidente, não posso concordar com isso. Portanto, peço, nessa questão de ordem, que V.Exa. resolva isso, que significa a falência da Câmara dos Deputados. 305 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero complementar a questão de ordem do experiente Deputado. V.Exa., com sua experiência, deve dar uma decisão. Isto que está acontecendo não é contra os Democratas, não é contra o Deputado Arnaldo Faria de Sá, é contra os que vão votar a favor. Não podemos retirar o poder de voto dos Deputados. Seria o momento de a Casa reagir. Peço a V.Exa. compreensão, porque o Relator sabe que está fazendo algo inadequado. Não queremos agredir o Relator, S.Exa. foi pressionado a fazer isso. Há uma saída: pedir tempo. Nós não queremos agredir o Relator, repito, e não vamos fazer isso. Agora, com a experiência de V.Exa., eu confio que V.Exa. dará uma solução para que não se desgaste ainda mais esta Casa. 306 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Eliene Lima, para contraditar. O SR. ELIENE LIMA (PP-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, discordo do Deputado José Carlos Aleluia de que estou sendo pressionado e de que estou sendo induzido. Não tenho culpa de, ao relatar uma medida provisória, receber 35 emendas inadequadas, estranhas à matéria. Não tenho de acatá-las por pressão. Estou consciente de que meu relatório está muito claro e tranqüilo com o que escrevi nele. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Se essa é a posição de V.Exa., compete à Mesa única e exclusivamente acatar sua decisão. O Relator é soberano nesse ato. Está encerrada essa questão. Matéria vencida. 307 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, respeitosamente, quero recorrer à Comissão de Constituição e Justiça, porque não posso admitir — eu vi — que o assessor sopre ao ouvido do Relator o que ele deveria responder para os Deputados Fernando Coruja, José Carlos Aleluia e para mim. Não somos moleques! 308 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSÉ PIMENTEL - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSÉ PIMENTEL (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meu voto é de acordo com o PT. 309 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Antonio Carlos Pannunzio, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSDB. O SR. ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as coisas têm que ser bem explicadas dessa tribuna, até porque o PSDB está em obstrução com relação a essa medida provisória e, possivelmente, aos temas que virão na seqüência desta matéria. Primeiramente, é preciso deixar claro que é inaceitável o comportamento da base governista no que se refere à competência de qualquer Parlamentar em apresentar emendas às medidas provisórias. A partir do instante em que, de plano, rechaça-se a possibilidade de um emendamento para vir a voto e ser debatido democraticamente neste plenário, está instituída a ditadura do Executivo, a ditadura da Maioria nesta Casa. Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, a opção que nos dão é “aprovem a medida provisória como veio da Presidência da República, ou então ela será aprovada”. Não compactuaremos com essa posição que nos últimos tempos a Maioria vem tomando. Estamos questionando até mesmo o fato de os Relatores designados para relatar a medida provisória darem essa destinação. Queria falar um pouco do mérito desta MP. Para isso tenho que, antes de mais nada, exibir para esta Casa o Projeto de Lei nº 4.825, de 2005, que concedeu 0,1% de aumento para o funcionalismo público da União. Foi a última proposta do Governo Lula da Silva com relação ao aumento do funcionário público. Mas para quais funcionários públicos? Para os milhares e milhares que fizeram concurso para 310 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 entrar no serviço público. Não se aplica, infelizmente, àqueles outros que ocupam os cargos de livre provimento. Neste caso, sem pejo algum, o Governo não tem nenhuma dificuldade em recomendar aumentos que vão de 28%, 29% até 140%. Agora por que será que o Governo só cuida dos cargos de livre provimento? Vale dizer que a maioria desses cargos é ocupada por indicados do Partido dos Trabalhadores. E aí fica aquela celeuma: eles terão grandes aumentos, o dízimo do partido também terá um reconfortante recolhimento, e o partido passa a ter mais recursos. Amanhã terá início no Supremo Tribunal Federal o maior julgamento da história da mais alta corte de Justiça deste País. E essa história, caríssimos Parlamentares, já é secular. Nunca houve um julgamento nessas proporções. E o que a mais alta corte de Justiça vai julgar a partir de amanhã? Vai julgar a implicação, os escândalos do mensalão, os ocupantes de cargos do Governo, das estatais, Ministros de Estado, os dirigentes do partido do Governo. Todos os 40 foram indiciados pelo Procurador-Geral da República; e o Supremo Tribunal Federal decidirá, a partir de amanhã, qual será o destino dessa gente. A Nação quer acompanhar de perto o que vai se passar no Supremo Tribunal Federal. Aliás, é bom lembrar que o Tribunal Federal de Recursos acolheu outra denúncia contra trinta e sete pessoas — alguns que se repetem entre aqueles quarenta indiciados. Portanto, o Poder Judiciário começa a fazer agora a verdadeira investigação, aquela que eu espero possa terminar com a punição dos culpados, daqueles que enxovalharam o mandato e a confiança recebida do povo nas urnas, traindo suas propostas. 311 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Por isso, Sras. e Srs. Parlamentares, nós, do PSDB, estamos a partir de hoje em vigília cívica. Não mais aceitaremos a imposição de medidas provisórias escandalosas como essa. Queremos acompanhar a votação no Supremo Tribunal Federal. Não queremos votar o Projeto de Lei nº 1.210, que chamam agora eufemisticamente de financiamento flex de campanha. Não queremos isso, porque é mais um dos escândalos. Aliás, escândalos como esse estão sendo examinados no Supremo Tribunal Federal. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o PSDB está em obstrução, porque não aceita que continuemos na mesma situação. É preciso deixar claro, como diz o jornal O Estado de S.Paulo na edição de hoje, em editorial da jornalista Dora Kramer, cujo título é O passado não passou. Esse passado está em julgamento, e nós vamos acompanhá-lo de perto. Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.) O Sr. Inocêncio Oliveira, 2º Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Narcio Rodrigues, 1º Vice-Presidente. 312 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Sobre a mesa requerimento de adiamento da discussão de proposição no seguinte teor: “Requeiro a V.Exa., nos termos do art. 117, combinado com os arts. 101, II, b, 2, e 117, X, do Regimento Interno, o adiamento da discussão, por 2 sessões, da Medida Provisória nº 375, de 2007, que fixa remuneração dos cargos e funções comissionadas da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e dá outras providências”. Assina o Líder do PSDB. 313 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. RIBAMAR ALVES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. RIBAMAR ALVES (Bloco/PSB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do Bloco. O SR. DANIEL ALMEIDA (Bloco/PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com a orientação do partido. 314 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para falar contra, concedo a palavra ao nobre Líder Luiz Sérgio. O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, existem 4 medidas provisórias trancando a pauta. O adiamento e a retirada de pauta significam derrubar a sessão, o que seria péssimo para nós, Parlamentares, e para a imagem desta Casa, numa terça-feira, às 18h. Isso é inaceitável. Por isso, somos contra o adiamento e queremos a deliberação da matéria. 315 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. MARINA MAGGESSI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. MARINA MAGGESSI (PPS-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, votei com o partido. 316 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para falar a favor do requerimento, concedo a palavra ao autor, ilustre Deputado Antonio Carlos Pannunzio. O SR. ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não temos nenhuma condição de votar essa matéria, sem maiores explicações. Foi levantada questão de ordem pelo nobre Líder Fernando Coruja a respeito desse posicionamento, agora quase que contumaz na Comissão de dar pela inconstitucionalidade das emendas propostas pela Oposição a qualquer medida provisória, impedindo-nos de seguir num debate franco e na votação democrática que teria de acontecer. Sendo declarado inconstitucional, não há o que fazer. Por isso, pedimos o adiamento da matéria por 2 sessões, até para ver se conseguimos fazer com que o bom senso prevaleça nesta Casa. 317 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em votação o requerimento. 318 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como votam os Srs. Líderes? Como vota o PSOL? (Pausa.) Como vota o PPS? O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero novamente salientar que esta Casa deve entrar num clima produtivo. Estamos recebendo medidas provisórias em excesso ao longo do tempo e elas entulham o Congresso Nacional. Nós, aqui, fazemos um esforço para apresentar emendas tentando melhorar essas medidas provisórias. Entramos agora numa segunda fase. Recebemos medidas provisórias e não podemos emendá-las. E quando eventualmente as emendamos e as alteramos, como aconteceu com a Medida Provisória nº 339, de 2006, o Presidente da República reedita aquilo que nós alteramos aqui, na mesma Sessão Legislativa. O Sr. Presidente da Mesa diz que pode. Os Relatores fazem o que querem. Dizem que tudo é inconstitucional, injurídico ou inadequado financeiramente. Não há mecanismos, segundo interpretação da Mesa, para destacá-las. Então, só nos resta votar a favor ou contra as medidas provisórias, porque não podemos emendá-las ou alterá-las. Por isso, é necessário rever esse posicionamento. Votamos a favor do requerimento. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para orientar, vou conceder a palavra por 1 minuto. Como vota o PV? 319 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ROBERTO SANTIAGO (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Contra o requerimento, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PTB? O SR. PASTOR MANOEL FERREIRA (PTB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PTB vota “não”, Sr. Presidente. Nós queremos votar. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSOL? O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, no primeiro momento, com o mero pedido de adiamento de retirada de pauta, nós nos posicionamos contrariamente, mas não aceitamos que as medidas provisórias virem decretos-lei e que haja um rolo compressor de aprovação liminar de tudo, sem acolher emendas razoáveis, constitucionais. Nesse sentido, nós nos somamos ao PPS, pelo adiamento, para negociar, discutir e avançar sem esse rolo compressor. Votamos “sim”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PR? O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votamos pela desobstrução da pauta. É impossível votar a favor deste requerimento. Queremos votar o restante da proposta da reforma política e a PEC nº 333, 2004, dos Vereadores. Somos contra o adiamento da discussão, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PP? O SR. VILSON COVATTI (PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero chamar a atenção dos Srs. Líderes e dos demais colegas, 320 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Deputados, porque temos de separar, neste plenário, o número de medidas provisórias enviadas pelo Governo. O Partido Progressista não se insurge contra todos os líderes que reclamam dessas medidas provisórias. Porém, alguns colegas acreditam que essa seja a vontade do Relator. A opinião do Relator tem de ser soberanamente respeitada. O Relator não recebe pressão de A ou B; analisa na forma regimental e constitucional. E foi isso o que fez o Deputado Eliene Lima. Por isso, o Partido Progressista vota de acordo com o Relator. Vota “não”, pela agilidade do processo de votação. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSDB? (Pausa.) Como vota o Democratas? O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votamos a favor do requerimento. Primeiro, a medida provisória tem problemas. O texto encaminhado pelo Executivo é ruim na forma e no mérito. Segundo, o projeto sugerido a partir do relatório também tem problemas. Aliás, há problemas absolutamente inexplicáveis como, por exemplo, o pronunciamento do Relator sobre as emendas apresentadas. O Relator opina pela inadmissibilidade e inconstitucionalidade das emendas. Esta é uma posição claramente política de evitar que aconteça o debate. Eu, por exemplo, sou autor de 2 emendas que alcançam o âmago do que está sendo discutido, que evidencia o propósito real da medida provisória, que é o de encher os cofres dos partidos, sobretudo o do PT, fruto dos cargos de confiança que estão sendo criados e das remunerações que estão sendo aumentadas. 321 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Então, concluo meu encaminhamento dizendo que será um absurdo e um desrespeito a este Congresso Nacional votarmos essa medida provisória no dia de hoje. Portanto, a única saída é adiarmos a discussão e a votação da matéria. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSDB? O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, que trem da alegria esta medida provisória! Um custozinho de 600 milhões de reais, sendo que 22 mil servidores vão receber a maior parte dos recursos, são os comissionados, os protegidos daqueles que estão no poder. Seiscentos milhões de reais por ano custa esta medida provisória! Quer motivo maior para adiar a discussão? Ora, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o Governo não executou o orçamento de investimento e aumentou a arrecadação real em 26 bilhões de reais. Não paga nada, não faz investimento, está tudo empacado. Mas, para dar aumento... O Governo Lula pegou a folha de pagamento em 75 bilhões de reais e, este ano, ele fecha em 117 bilhões de reais. O Governo é perdulário com os gastos, com essa crise internacional que está aí assustando todos os países do mundo. O resfriado americano vai dar pneumonia no Brasil. O Presidente Lula mandou-nos rezar; o Ministro do Planejamento disse que é preciso torcer. Nós estamos torcendo, nós estamos rezando. Não é hora, não é momento de se gastar. É hora de se fazer economia para enfrentar a tempestade que assola a economia mundial. Neste momento, o PSDB é contra. É a favor de adiar a discussão desta matéria. 322 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MÁRIO HERINGER (Bloco/PDT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Bloco Parlamentar PSB/PDT/PCdoB/PMN/PHS/PRB entende que está na hora de caminhar. Temos muitas matérias importantes a serem inseridas na pauta às quais precisamos dar andamento, como por exemplo a PEC dos Vereadores, que espera solução antes de setembro. Por isso, vamos votar contra este requerimento, “não”. O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro, é preciso deixar claro que neste plenário não há Parlamentar de primeira ou de segunda categoria. O Deputado Eliene Lima tem todo o direito de fazer seu parecer de acordo com sua convicção, e é o Plenário que vai deliberar a favor ou contra. O que não pode é querer reprimir, de forma até intolerante, que o Parlamentar, dentro daquilo que lhe é peculiar, um direito, uma prerrogativa, uma atribuição sua, possa apresentar seu relatório. Censura a relatório, aí sim, é uma intolerância que não podemos aceitar. Em segundo lugar, a folha de pagamento do Governo do Presidente Lula tem aumentado, mas tem aumentado porque este é o Governo que mais concurso público fez para reestruturar as carreiras de Estado. E isso a população que está nos assistindo pela televisão, que inclusive está se preparando para alguns concursos públicos, para a PETROBRAS, para o Tribunal Regional Federal, sabe da importância de se criar os mecanismos do concurso público para que o cidadão possa entrar no serviço público de cabeça erguida, sem dever favor a ninguém. Por isso, Sr. Presidente, queremos votar e somos contra o adiamento. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Bloco Parlamentar PMDB/PSC/PTC? 323 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. TADEU FILIPPELLI (Bloco/PMDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tendo em vista a própria intenção deste projeto em consolidar os quadros de administração do Governo Federal e valorizar o pessoal, principal patrimônio de qualquer administração, temos pressa nesta votação. Encaminhamos o voto “não”. 324 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 O REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Chico Alencar, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL. O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Como Líder.) - Sr. Presidente, acabei de ser informado que a Mesa Diretora do Senado arquivou a representação do PSOL contra o Senador Gim Argello, que apresentamos há nada menos que 34 dias. A alegação vitoriosa naquele Colegiado ilegítimo para apreciar o mérito da questão foi a de que qualquer eventual malfeitoria que S.Exa. tivesse praticado teria acontecido fora do exercício do mandato. Como se a vida pregressa, a história, inclusive já na condição de suplente — não de suplente de corretor imobiliário, nem de boiadeiro, mas de suplente de Senador! —, não pudesse ou não devesse ser levada em conta. Por isso, queremos manifestar nosso repúdio a esse procedimento que, aliás, é inusitado. O art. 55 da Constituição Federal garante a partido político com representação no Congresso Nacional, e é o nosso caso, o direito de pedir um processo disciplinar para verificar quebra de decoro parlamentar. No Senado, ao contrário do procedimento correto da Câmara dos Deputados, a representação passa pelo filtro da Mesa Diretora, que torna-se a suprema juíza da tramitação de um pedido absolutamente fundamentado. Não precisa ser morador do Distrito Federal para saber o tipo de atuação na vida pública e nos negócios desse cidadão chamado Gim. Até o concreto futurista da cidade sabe de seus expedientes para “vencer” na política. Aliás, no seu primeiro dia como Senador pleno, já que era Senador-em-expectativa — por isso suplente é diplomado com o titular —, foi questionado por alguns pares e saiu correndo. Gim Argello escolheu para tomar posse na undécima hora, no último minuto antes do recesso de julho, exatamente para ter um tempo de tranqüilidade, desfrutando das 325 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 benesses do cargo. Mas S.Exa. não sabia ainda que o corporativismo, a cumplicidade, a falta de seriedade e de zelo com a própria instituição senatorial iriam ajudá-lo tanto! Vamos recorrer ao Supremo e entrar com mandado de segurança porque queremos esse processo disciplinar tramitando, tanto quanto temos absoluta convicção que o Sr. Gim Argello, pelos seus procedimentos, obviamente feriu e quebrou a ética e o decoro parlamentar. Só não vê quem não quer. Parece que no Senado alguns não querem ver muitas coisas que estão acontecendo, como a imbricação de interesses públicos com privados, a intermediação desses negócios com o escudo de mandato público e a degeneração da vida política brasileira. Por apertada maioria, inclusive, ao que sei, com o voto do Sr. Renan, parte interessadíssima, o Senado se maculou um pouco mais. O povo vaia, o povo critica, o povo cobra, a representação entra em declínio e não sabemos por quê. A decisão da Mesa, em um momento circunstancial, pode favorecer aquele que não deveria sequer estar exercendo o mandato de Senador. A médio e longo prazos, desserve à democracia e, seguramente, será revertida, um dia, a bem da própria democracia. É preciso acabar com o corporativismo sem fronteira, sem critério, com essa postura vergonhosa para o Parlamento! Os Executivos ficam sempre imunes e todo o ódio à politicalha reinante cai sobre o Parlamento. Com gestos sem pudor, como o da Mesa Diretora do Senado, isso acaba sendo inevitável. Triste República, que premia os “espertos” e não valoriza os corretos. 326 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Registro o repúdio do PSOL. Sabemos que outros partidos têm questionado esse cidadão na Justiça do Distrito Federal. Esperamos que hoje não seja o ponto final desse processo, a partir dessa decisão absurda, que foi surpreendente e chocante para nós e para a cidadania. Parece até que alguém andou bebendo gim demais. Muito obrigado. 327 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota a Minoria? O SR. AYRTON XEREZ (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é prerrogativa de qualquer Presidente da República encaminhar leis e projetos de lei para apreciação da Câmara e do Senado Federal. O Governo está encaminhando leis iníquas e injustas. Essas propostas de lei envergonham não apenas a Câmara dos Deputados, mas toda a sociedade brasileira, que se vê estarrecida diante de um novo escândalo de aumento de até 140% para cargos comissionados, em valores que atingem a estratosfera de 600 milhões de reais em um ano. E isso, obviamente, não pode ser imputado à responsabilidade da Minoria, que se sente esmagada pelo rolo compressor deste Governo. Por conta disso, a Minoria pede aos Srs. Parlamentares que apóiem esse requerimento e votem “sim”, para postergarmos essa decisão que é nociva aos interesses do povo brasileiro. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A Minoria encaminha o voto “sim”. Como vota o Governo? O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, determinados encaminhamentos e justificativas contrárias a essa medida provisória surpreendem esta Casa e o País. Todos sabemos, Sr. Presidente, a qua ntidade de funcionários beneficiados com essa medida provisória. E funcionários de carreira. Setenta e cinco por cento dos funcionários são de carreira, lotados em órgãos públicos deste País. Daí por que, Sr. Presidente, não é justo que alguns desses funcionários passem até 12 anos sem reajuste salarial. 328 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Estranhamos testemunhar nesta Casa alguns companheiros, somente com a justificativa de serem de partidos da Oposição, protestarem contra uma medida provisória justa, que vem na verdade corrigir distorções acontecidas ao longo desses 10 ou 12 anos. Na verdade, esses funcionários foram esquecidos. Sr. Presidente, encaminhamos o voto “não” ao requerimento, por ser justa a medida provisória. 329 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em votação o requerimento. 330 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) REJEITADO. 331 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNALDO MADEIRA (PSDB-SP) - Sr. Presidente, peço verificação. O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ) - Verificação conjunta, Sr. Presidente. O SR. ROBERTO MAGALHÃES (DEM-PE) - O DEM também pede verificação, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedida a verificação. O SR. ROBERTO MAGALHÃES - Conjunta. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Verificação conjunta concedida. 332 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ARNALDO MADEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ARNALDO MADEIRA (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSDB entra em obstrução, Sr. Presidente. 333 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. SARAIVA FELIPE Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. SARAIVA FELIPE (Bloco/PMDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei com o partido na votação anterior. 334 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A Presidência solicita aos Srs. Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema eletrônico. Está iniciada a votação. Queiram seguir a orientação do visor de cada posto. 335 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ROBERTO MAGALHÃES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ROBERTO MAGALHÃES (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Democratas declara-se em obstrução. O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PPS também está em obstrução. 336 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JORGE BITTAR Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JORGE BITTAR (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, acompanhei a orientação do partido. A SRA. MARIA LÚCIA CARDOSO (Bloco/PMDB-MG. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, na dúvida, vou justificar: participei agora da votação desse requerimento, mas, na anterior, votei com o meu partido. O SR. LEONARDO PICCIANI (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, acompanhei o meu partido. 337 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. CHICO ALENCAR - Peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem a palavra V.Exa. O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o PSOL está em obstrução. 338 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. BETO ALBUQUERQUE - Peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem a palavra V.Exa. O SR. BETO ALBUQUERQUE (Bloco/PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação passada, votei de acordo com a orientação do PSB. O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei conforme o partido. 339 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PASTOR MANOEL FERREIRA - Peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem a palavra V.Exa. O SR. PASTOR MANOEL FERREIRA (PTB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, convidamos a bancada do PTB para vir a plenário votar “não”. O SR. VICENTINHO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, convocamos a bancada do Partido dos Trabalhadores a vir ao plenário votar “não” a este requerimento, para que continuemos o debate e as votações. É fundamental que cada Parlamentar esteja presente. Ainda há muitas matérias a serem votadas e 4 medidas provisórias obstruem a pauta. O SR. BETO ALBUQUERQUE (Bloco/PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, solicitamos aos Deputados da base do Governo que venham ao plenário votar. Não é de interesse do Brasil impedir que a pauta avance. Portanto, esses requerimentos, que, a rigor, são obstrutivos, precisam ser rejeitados rapidamente. Nossa coesão, neste momento, é no sentido de votarmos as medidas provisórias e, em seguida, apreciarmos matérias aguardadas por diferentes segmentos do País. Apelamos para cada Deputado da base do Governo no sentido de virem ao plenário, votarem contrariamente a este requerimento e aqui permanecerem. 340 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MARCELO SERAFIM - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. MARCELO SERAFIM (Bloco/PSB-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do Partido. O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do Partido. 341 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A Presidência convoca os Srs. Parlamentares que se encontram nos respectivos gabinetes a virem ao plenário. Estamos em processo de votação nominal. 342 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. LAUREZ MOREIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. LAUREZ MOREIRA (Bloco/PSB-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do Partido. 343 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PASTOR MANOEL FERREIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PASTOR MANOEL FERREIRA (PTB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é muito importante que todos os Deputados da base do Governo venham ao plenário votar. Temos de votar “não”. 344 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. CARLOS MELLES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. CARLOS MELLES (DEM-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, na primeira votação, votei com o partido. 345 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Enquanto transcorre o processo de votação, concedo a palavra, pela ordem, ao ilustre Deputado Manato. S.Exa. disporá de 2 minutos. O SR. MANATO (Bloco/PDT-ES. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pretendo abordar questão que tem sido recorrente no Brasil. A revista ISTOÉ, edição 1.972, desta semana, foi obrigada a publicar a sentença proferida pelo Juiz de Direito da 18ª Vara Cível da Circunscrição Especial Judiciária de Brasília — DF. Os autos versam sobre a demanda indenizatória por danos morais ajuizada pelo agente da Polícia Federal Marcos Edilson do Rego Bandeira, servidor de comportamento exemplar, homem honrado e de conduta irrepreensível, conforme pode testemunhar qualquer pessoa que conheça um pouco de sua trajetória pessoal e profissional. O agente Marcos Bandeira teve sua reputação moral e profissional manchada indevidamente em reportagem publicada pela revista ISTOÉ, que divulgou pretenso envolvimento dele com a encarcerada Glória Trevi, artista mexicana que se encontrava foragida no Brasil, acusada em seu país de abuso e aliciamento de menores e outros crimes igualmente graves. Como acontece com freqüência, não se dando ao trabalho de verificar a veracidade de suas fontes, uma vez que buscam tão-somente causar impacto, criar fatos, vender e alcançar furos, sem se importar a que custo, muitos meios de comunicação divulgam informações colhidas sabe-se lá como e enlameiam a reputação de terceiros. Para eles, a reputação alheia nada vale, a imagem das pessoas e instituições não interessa. Importa apenas divulgar fofocas, mexericos 346 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 sobre a vida alheia, prática que transforma grande parte de nossa imprensa em verdadeiros panfletos, mais apropriados a centros acadêmicos das universidades. Revista da expressão da ISTOÉ não tem absolutamente nenhuma necessidade de lançar mão de expedientes dessa natureza, ou seja, publicar, como fez em 2002, reportagens totalmente infundadas com fotografias, dados pessoais e profissionais das pessoas, atingindo-as no que têm de mais precioso — a honra e a reputação. A ISTOÉ — não se pode negar — é uma revista séria, que tem prestado muitos serviços ao País com denúncias e reportagens de impacto. E esperamos que continue assim, contribuindo com a sociedade brasileira na denúncia e elucidação de irregularidades e prestação de boas informações, mas deixe ao leitor a função de formar opinião com base em seu senso crítico, que não o induza a pensar de acordo com a vontade da revista. A imprensa livre desempenha um papel importante no sistema democrático. Diz o juiz na sua sentença: “Creio que o requerente foi feliz em demonstrar, quantum satis, a impertinência da conduta lesiva da ré quanto à publicação dos fatos que teriam maculado e denegrido a imagem e a boa fama que detém no seio familiar e profissional e que goza no âmbito das suas relações sociais, acarretando, indeclinavelmente, os danos de ordem moral a sua esfera patrimonial, conforme alinhavado no corpo da peça de ingresso”. Afirma ainda a decisão judicial: 347 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 “As REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 reportagens veiculadas no periódico de propriedade da empresa ré não se limitaram apenas a reproduzir os fatos narrados à época pela cantora Glória Trevi, notoriamente mentirosos, os quais envolviam a pessoa do demandante numa ardilosa trama de violência sexual, extrapolando as raias do dever legal e constitucional de informação para adentrar no perigoso e proibido terreno da formação de um juízo de valor negativo acerca das notícias publicadas, fazendo incutir na consciência da opinião púbica nacional e estrangeira a culpa potencial do autor relativamente aos fatos que contra ele pesavam, agindo como se fosse juiz natural da causa e, sobretudo, o que é pior, prejulgando antecipadamente os acontecimentos em detrimento da garantia constitucional que consagra o princípio da inocência”. E conclui o Exmo. Juiz Claudio Martins Vasconcelos a sua fundamentação: “O princípio constitucional da liberdade de imprensa merece ser exercitado com consciência e responsabilidade, em respeito à dignidade alheia, para que não resulte prejuízo à honra, à imagem e a direito de intimidade da pessoa abrangida na notícia, sob pena do responsável pela publicação, tanto àquele que divulgou direta e pessoalmente os fatos, como assim a empresa na 348 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 qual foram publicados responder de forma integral e acertada pelos eventuais danos ocasionados à vítima, decorrentes da publicação inexata, imprudente ou sensacionalista da notícia mostrada”. Em seguida, julga procedente o pedido indenizatório reclamado pelo autor do processo e condena a revista ISTOÉ a pagar ao policial a importância de R$200.000,00, monetariamente corrigida a partir do evento danoso e também sentenciou a revista a publicar na íntegra a sentença condenatória. Fica minha solidariedade, Sr. Presidente, ao agente Marcos Bandeira, na época carcereiro da Polícia Federal em Brasília. O trabalho desse servidor muito honrou a corporação, pois ele se dedicava com honestidade, comprometimento a seu labor, desenvolvia trabalho sério e eficaz de reeducação dos presos sob sua custódia, tratava-os com respeito, humanidade e firmeza, e preocupava-se com a evangelização daqueles que se mostravam dispostos a estudar a Palavra de Deus. Portanto, Sr. Presidente, este é o meu desagravo ao servidor Marcos Bandeira, da Polícia Federal, e, por extensão a toda essa corporação que desenvolve trabalho exemplar, republicano e do mais alto nível, comparado ao das melhores Polícias dos países desenvolvidos. Que sirva essa decisão judicial de exemplo para a imprensa nacional, muitas vezes apressada em suas matérias, para não dizer “inexata, imprudente e sensacionalista”. Que esses episódios possam contribuir para nosso crescimento na democracia, nosso amadurecimento e nossa aprendizagem. 349 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. CLEBER VERDE - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. CLEBER VERDE (Bloco/PRB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com o meu partido, o PRB. 350 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. AYRTON XEREZ - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. AYRTON XEREZ (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o DEM está em obstrução. (Pausa.) A Minoria também. 351 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. GEORGE HILTON - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. GEORGE HILTON (PP-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei com o partido. O SR. MAURO NAZIF (Bloco/PSB-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votei de acordo com a orientação da bancada. 352 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Com a palavra o Deputado William Woo. (Pausa.) Ausente do plenário. Com a palavra o Deputado Sergio Petecão. (Pausa.) Ausente do plenário. Com a palavra, pela ordem, o Deputado Daniel Almeida. O SR. DANIEL ALMEIDA (Bloco/PCdoB-BA. Pela ordem.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero cumprimentar as trabalhadoras rurais de todo o Brasil que hoje estarão em Brasília participando da terceira edição da Marcha das Margaridas. São milhares de mulheres que se deslocam de vários pontos do Brasil trazendo à Brasília bandeiras em defesa do trabalho digno no campo, da reforma agrária, da igualdade de oportunidades para as mulheres, contra a discriminação que ainda prevalece em nossa sociedade. Demonstrando sua energia, força e combatividade, elas batem às portas do Congresso Nacional e do Poder Executivo para apresentar suas proposições, no sentido de fortalecer as suas reivindicações e de construir o seu espaço na sociedade brasileira. A marcha é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura — CONTAG e pela Central Única dos Trabalhadores — CUT e tem como parceiros: o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, o Movimento de Mulheres da Amazônia, a Marcha Mundial das Mulheres, a Rede de Mulheres Rurais da América Latina e do Caribe e a Coordenação das Organizações dos Produtores Familiares do MERCOSUL. 353 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A Marcha das Margaridas é considerada um dos marcos da luta do movimento de mulheres. A expectativa é de que estarão presentes no evento cerca de 50 mil mulheres, vindas de todos os cantos do Brasil. A mobilização, que acontece pelo terceiro ano, ganhou esse nome em homenagem à Margarida Alves, trabalhadora rural assassinada no dia 12 de agosto de 1983, na frente do seu filho de 10 anos. Ela era conhecida por lutar contra o poder dos latifundiários da Paraíba. O tema deste ano, Duas Mil e Sete Razões para Marchar, destaca questões como soberania, segurança alimentar e nutricional, trabalho, renda, economia solidária, referendando o lema da marcha, que é a luta contra a fome, a pobreza e a violência sexual. Durante a manifestação, as trabalhadoras rurais trazem uma extensa pauta de reivindicações, que deverá ser encaminhada ao Governo, reafirmando questões como a luta em defesa da reforma agrária, de mais recursos para a agricultura familiar, e, sobretudo, a garantia de emprego e melhores condições de vida e trabalho para as trabalhadoras rurais. Queremos, portanto, saudar todas as trabalhadoras rurais, que hoje se encontram em Brasília, embelezando ainda mais a nossa capital e postulando uma melhor qualidade de vida para todas as mulheres que vivem do trabalho na zona rural. Na oportunidade, aproveito para lamentar o acidente ocorrido na manhã de ontem, na BR-242, em Oliveira dos Brejinhos, na Serra das Mangabeiras, na Bahia, envolvendo um ônibus com trabalhadores rurais piauienses que vinham participar da Marcha. O trágico acidente levou a óbito Maria dos Santos Rodrigues, a Santinha, 354 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Acauã, no Piauí, e o motorista do ônibus, Josivan Antônio da Silva. Outras 34 pessoas ficaram feridas após colisão e foram atendidas nos hospitais de Ibotirama, Ibitiara e Oliveira dos Brejinhos, com o apoio da Polícia Federal e da FETAG-BA. Portanto, manifesto minhas breves saudações a todas as mulheres que se organizaram para participar dessa marcha; à CONTAG, que organiza esse evento; às Federações dos Trabalhadores na Agricultura — FETAGs; aos sindicatos de trabalhadores rurais; enfim, às associações que participam dessa grande manifestação, que merece o nosso aplauso. Que o sacrifício destes companheiros não fique em vão e que possamos dar mais um passo na consolidação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, na perspectiva de construção de um projeto de desenvolvimento rural sustentável e solidário. Este é o nosso desejo e o nosso compromisso. Era o que tinha a dizer. 355 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. GERVÁSIO SILVA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. GERVÁSIO SILVA (DEM-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, justifico meu voto na votação anterior. 356 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queremos registrar o lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, destinada especialmente à juventude brasileira, às populações moradoras dos centros urbanos e das regiões mais empobrecidas, onde há impressionante dívida social a ser resgatada. Pela primeira vez, concebe-se um programa em que há o reconhecimento das causas sociais da violência que vitima jovens brasileiros e a busca de seu enfrentamento. Onze regiões metropolitanas, num primeiro momento, foram selecionadas como áreas urbanas que receberão atuação do Estado brasileiro. Se a concepção está definida com base nas pesquisas realizadas sob o patrocínio do Ministro da Justiça, Tarso Genro, a quem cumprimentamos, a efetividade desse programa depende da integração entre Governadores e Polícias estaduais para modificar a cultura dos Estados, em especial das forças de segurança. Por isso, ao saudar esse programa, afirmamos que um dos seus principais aspectos é o olhar sobre os trabalhadores da segurança, homens e mulheres, que passam a contar com um programa que chega em importante momento e que poderia, há muitos anos, já ter sido pensado. O programa busca apoiar os agentes públicos de segurança responsáveis por fazer cumprir a lei com políticas habitacionais, oferecendo-lhes a segurança essencial para suas respectivas famílias, a fim de que tenham melhores condições de atender ao conjunto das pessoas que deles dependem. 357 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Destacamos por fim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Programa Mães da Paz. Nós, mulheres, não temos como abraçar todas as causas ao mesmo tempo. Mas, na mediação de conflitos, as mulheres brasileiras estarão nas vilas, nas favelas, falando sobre a necessidade de superação da violência pela nossa juventude e sobre o caminho que queremos abraçar para esse fim. Muito obrigada. 358 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. VICENTINHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. VICENTINHO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos recebendo visita que muito nos honra: as mulheres que participam da Marcha das Margaridas. Lembro que o nome Margarida é uma homenagem a Margarida Alves, Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, assassinada em 1982, quando se preparava para ir a São Paulo ajudar a fundar a Central Única dos Trabalhadores. Essas mulheres demonstram que Margarida continua viva e também a importância da luta pela dignidade da mulher e do homem. São guerreiras, filiadas à CONTAG, à federações de trabalhadores na agricultura, à Central Única dos Trabalhadores, que, juntas, se mobilizam para superar a desigualdade de gênero, organizar as mulheres na base, denunciar e protestar sobretudo contra a violência, investir em formação e capacitação, elaborar propostas e negociar políticas públicas. Sras. e Srs. Deputados, vale a pena receber nossas irmãs com muito carinho, pois são as verdadeiras lutadoras que mostram o quanto somos iguais, homens e mulheres, na luta, na conquista, no sofrimento e na alegria. Registro minha saudação fraternal a todas as mulheres que lutam pela dignidade humana. Obrigado, Sr. Presidente. 359 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. GIACOBO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. GIACOBO (PR-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para parabenizar a Câmara de Vereadores de Foz de Iguaçu, em especial o Vereador Geraldo Martins, por ter solicitado aos Governos Estadual e Federal a intervenção no município da Força Nacional de Segurança. Infelizmente, aquela grande cidade brasileira, que abriga as Cataratas do Iguaçu, está sob exacerbada violência. Muito obrigado, Sr. Presidente. 360 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. DR. ROSINHA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. DR. ROSINHA (PT-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei conforme orientação da bancada. 361 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. DELEY - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. DELEY (Bloco/PSC-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, registro minha alegria com a finalização dos Jogos Parapan-Americanos e com o fato de o Brasil ter conquistado o maior número de medalhas. Parabenizo os atletas paraolímpicos brasileiros e todos quantos estiveram envolvidos nesses Jogos e, nos últimos 30 dias, transformaram a cidade do Rio de Janeiro na capital mundial do esporte. Já tive oportunidade de me referir aos Jogos Pan-Americanos e, agora, falo sobre os Parapan-Americanos. O Brasil e, em especial, o Rio de Janeiro conseguiram comprovar capacidade de organização dos Jogos, garantir segurança e receber com hospitalidade atletas, visitantes, enfim, todos que participaram ativamente dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos. Sr. Presidente, outro registro. É claro que, primeiramente, temos de nos preocupar com a segurança dos vôos, mas ontem, quando vinha do Rio de Janeiro para Brasília, observei que um senhor de mais ou menos 1,80m não conseguia se mexer na cadeira a ele destinada no avião É lamentável a ganância das empresas aéreas. Temos de tomar, o mais rapidamente possível, uma atitude a respeito. A comodidade que os passageiros têm nos aviões é ridícula. Era o que tinha a dizer. 362 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. VANESSA GRAZZIOTIN - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB-AM. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei conforme a orientação do meu partido. O SR. ARMANDO ABÍLIO (PTB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, na primeira votação, votei de acordo com a orientação do PTB. 363 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PAULO PIMENTA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PAULO PIMENTA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero dar conhecimento à Casa que protocolei no final da semana passada proposta de emenda à Constituição que visa a corrigir um equívoco cometido pelo Congresso Nacional quando da votação da PEC que tratou da reforma da Previdência. Aprovamos dispositivo, relativo à Constituição Federal, que permite aos servidores públicos federais que já têm tempo para aposentadoria optar por continuar no serviço e, por conta dessa decisão, receber o chamado abono de permanência, que, na prática, significa a isenção do desconto previdenciário. Mas ocorre que os profissionais que exercem atividade de risco e os servidores portadores de deficiência têm sua situação previdenciária regulada por outro inciso. Por causa disso, não foram contemplados com a possibilidade de permanecer em atividade além do tempo de aposentadoria e receber o abono de permanência. Hoje, os policiais federais, os policiais rodoviários federais, os agentes penitenciários federais e os servidores públicos com algum tipo de deficiência não são contemplados com essa possibilidade. É exatamente essa distorção que pretendo corrigir com essa PEC que apresentei. Espero que a aprovemos em breve. Muito obrigado. 364 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Sras. e Srs. Deputados, após o pronunciamento da Deputada Sandra Rosado, esta Presidência vai encerrar a votação. Antes, porém, de conceder a palavra a S.Exa., a Presidência conclama os Srs. Parlamentares presentes nos gabinetes a comparecer ao plenário, pois a votação será encerrada em 3 minutos. 365 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. SANDRA ROSADO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. SANDRA ROSADO (Bloco/PSB-RN. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro o transcurso do Dia Nacional do Maçom, comemorado no dia 20 de agosto. Símbolo da liberdade e do compromisso, a Maçonaria é reconhecidamente uma instituição de caráter fraternal, na qual se ingressa com o propósito de executar a beneficência. Assim sendo, quero prestar minha sincera homenagem aos maçons, ao poder de ação, às forças, às vontades e aos ânimos que inspiram esses homens direcionados à prática do bem incondicional. O dia 20 de agosto foi escolhido como Dia Nacional do Maçom por um grupo de Irmãos da Grande Loja, que levaram em consideração os movimentos de maçons brasileiros visando à libertação do Brasil. Desse modo, a data é tida como marco importante para a Maçonaria, que se constitui em sociedade com o grande objetivo de despertar o poder latente que se acha dentro de cada um de nós, por meio da consciência de sua divindade e quebra de suas limitações, o que nos deve servir de norte para vivência baseada na paz e no amor ao próximo. Sintam-se, assim, todos os maçons do Brasil, especialmente os de Mossoró, no Rio Grande do Norte, que tiveram uma participação muito grande na nossa história de luta, de libertação dos escravos bem antes da Lei Áurea, homenageados por esse trabalho tão importante em prol do nosso desenvolvimento maior. Um grande abraço aos maçons do Brasil, pela história de luta e de fraternidade. 366 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A Mesa se associa à homenagem que V.Exa., Deputada, presta aos maçons do Brasil, que tanta contribuição deram à história do nosso País. 367 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. NILSON MOURÃO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. NILSON MOURÃO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei com o meu partido. O SR. DAGOBERTO (Bloco/PDT-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, na última votação, votei conforme a orientação do partido. O SR. AFONSO HAMM (PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei com o meu partido. 368 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ADÃO PRETTO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. ADÃO PRETTO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, enquanto há Parlamentares votando, vamos continuar obedecendo à lista de inscrições. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A Mesa está apenas aguardando que o Parlamentar que está à esquerda conclua a votação. 369 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Se o Parlamentar que está tentando votar não consegue fazê-lo, faça o registro do voto em ata. 370 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Está encerrada a votação. A Presidência vai proclamar o resultado: votaram “sim” 13 Srs. Deputados; votaram “não” 289 Srs. Deputados. Total: 302 Srs. Deputados. REJEITADO O REQUERIMENTO. 371 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOSEPH BANDEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOSEPH BANDEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, estou tentando votar desde o início da tarde, e não consigo. Peço então a V.Exa. que registre o meu voto. Acompanho a orientação da bancada do PT, voto “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - O voto de V.Exa. será registrado em ata. 372 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Sobre a mesa requerimento no seguinte teor: “Sr. Presidente, requeremos a V.Exa., nos termos regimentais, o adiamento da discussão por 1 sessão da Medida Provisória nº 375/07, constante do item 1 da presente Ordem do Dia. Sala da sessões, 21 de agosto de 2007”. Assina o Líder Onyx Lorenzoni. Há, porém, antes, outro requerimento sobre a mesa: “Sr. Presidente, requeiro, nos termos regimentais, art. 186, II, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que o requerimento de adiamento da discussão por 1 sessão da Medida Provisória nº 375/07 seja feito pelo processo nominal. Sala da sessões, 21 de agosto de 2007. Assina o Líder do PPS, Deputado Fernando Coruja. 373 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para encaminhar, concedo a palavra ao nobre Deputado Vicentinho, que falará contra a matéria. O SR. VICENTINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queremos votar, não queremos obstrução. É importante que essa votação seja realizada por 2 razões. Primeiro, pela importância de se resolver essa pendência com a categoria envolvida. Trata-se de cargos comissionados, cargos de confiança altamente profissionalizados, em relação aos quais não há reajuste há muito tempo. Nós Deputados já o tivemos e outros servidores também. É importante que consideremos esse aspecto. Segundo, porque precisamos continuar votando, esta Casa precisa continuar produzindo. Não é do feitio do Parlamento brasileiro ficar parado, é do feitio dele produzir. Essa é a grande marca que queremos imprimir ao Parlamento brasileiro neste momento. Por isso somos contra esse adiamento. Queremos discutir, debater e votar. 374 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para encaminhar, concedo a palavra ao nobre Deputado Fernando Coruja, que falará a favor da matéria. O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, também queremos votar, mas é evidente que a votação não é o simples ato de colocar o dedo ali e escolher “sim” ou “não”. O processo legislativo compreende várias fases. Entre as fases está a de apresentar emendas, a de discutir o projeto. Não faz sentido, no caso de projeto de lei ou de medida provisória, por exemplo, cercear-se a possibilidade de o Parlamento apresentar emendas ou debater. O Parlamento não existe apenas para colocarmos o dedo ali; se fosse assim, poderíamos fazê-lo a distância, com as digitais. Não. Temos que debater a matéria, temos que discutir a matéria. Estamos aqui nos insurgindo contra os Relatores. Não é apenas contra o Relator desta medida provisória, é contra os Relatores que sistematicamente agem por orientação do Governo — está aqui o representante da Casa Civil, dizendo que não é assim, não é assim, tem que responder desse jeito. Estamos nos insurgindo contra isso. O nobre Relator disse que votou e deu o parecer de acordo com a sua consciência. É preciso lembrar que não damos votos conforme a nossa consciência. Quando damos um parecer, tem que ser de acordo com o Livro, com a Constituição, não apenas conforme a consciência. Em nome da consciência se fizeram muitos absurdos neste mundo e vão se fazer muitos ainda, pelo fato de a pessoa acreditar, de boa-fé, que está certa. Tantos foram ditadores, tantos cometeram crimes contra a humanidade em nome da consciência! Não é pela consciência, é pela lei. Se cada 375 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 um fosse pela sua consciência, não precisaria haver lei. Cada um chegaria aqui e diria que votava a favor ou contra determinada matéria. Mas as coisas não são bem assim, há limites. Estamos aqui limitados pela Constituição, pelo Livro, que nós respeitamos. Cada um, quando sobe à Mesa, jura respeitar a Constituição. Depois não pode argumentar que é pela consciência, portanto contra o Livro. O mesmo rigor que teve o Deputado para não admitir todas as emendas deveria ter para não admitir a medida provisória, que é, por si só, obviamente, inconstitucional. Há um rigor para inadmitir as emendas, mas não um rigor para inadmitir uma medida provisória inconstitucional, que não obedece aos critérios da urgência e relevância. Desde quando aumentar salário de comissionado obedece ao princípio da urgência estabelecido na Constituição? Então, é claramente por isso que estamos apresentando essa proposição para que se vote artigo por artigo, com a finalidade de se permitir a reflexão. Quem sabe, cai uma luz lá do céu, voltamos ao bom senso e passamos realmente a votar, como quer o Deputado Vicentinho, mas na plenitude, discutindo, apresentando emenda e tudo, de forma completa. 376 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em votação o requerimento. 377 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO - Sr. Presidente, peço a palavra para orientar. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - REJEITADO. 378 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO - Sr. Presidente, eu já havia solicitado a palavra para orientação da bancada. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Vamos à orientação de bancada. Como vota o PSOL? O SR. LUIZ SÉRGIO - Sr. Presidente, se já votamos, como é que vamos orientar a bancada? O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO - Tem de ser uma nova votação, Sr. Presidente! O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Proclamamos o resultado e vamos para o próximo requerimento. 379 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 A SRA. SUELI VIDIGAL - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. A SRA. SUELI VIDIGAL (Bloco/PDT-ES. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, nas 2 votações anteriores, votei com o Bloco. O SR. MAURO NAZIF (Bloco/PSB-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votei de acordo com a orientação da bancada. 380 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. LUIZ SÉRGIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, só agora eu compreendi: é orientação da próxima votação. 381 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Peço aos Parlamentares que queiram fazer justificativa que aguardem a conclusão do processo de votação, porque nós vamos dar oportunidade a todos. 382 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Sobre a mesa requerimento no seguinte teor: “Sr. Presidente, requeremos a V.Exa., nos termos regimentais, o adiamento da discussão por 1 sessão da Medida Provisória nº 375/07, constante do item 1 da presente Ordem do Dia. Deputado Onyx Lorenzoni Líder do Democratas”. 383 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para falar contra o requerimento, concedo a palavra ao Líder Luiz Sérgio. O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, adiar significa derrubar a sessão. Seria muito ruim para a imagem desta Casa não deliberar numa terça-feira, com quorum altíssimo. O Plenário existe para isso, para votar, para deliberar. Por isso nós queremos votar e somos contra esse requerimento, Sr. Presidente. 384 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para falar a favor do requerimento, concedo a palavra ao ilustre Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto. O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o conjunto dessa pauta é uma soma de absurdos. De fato, esta é uma noite lamentável para a Câmara dos Deputados, que se inicia na votação da presente Medida Provisória nº 375, que, além de criar centenas de novos cargos comissionados para a estrutura do Governo Federal, amplia a gratificação de diversos outros que já desempenham funções na máquina pública estatal. Mas não pára por aí. Digo que é um conjunto de absurdos, porque, quando superada a votação das MPs nºs 375 e 376, nós chegaremos à de nº 377, que propõe a criação do trigésimo oitavo Ministério deste Governo: o Ministério das Políticas de Longo Prazo. Como é que um Governo que não tem políticas de curto prazo pode pensar na reflexão acerca de políticas de longo prazo? Então esta noite é uma noite para entrar na história do Congresso Nacional, especialmente desta Casa, como uma noite lamentável, como uma noite que deveria não acontecer. Sr. Presidente, estamos aí com um debate vivo sobre a prorrogação ou não da CPMF — esses 36 bilhões de reais que o Governo arrecada a cada ano. Ora, por que sustentamos que a CPMF não precisa ser prorrogada? Porque nós defendemos que este Governo precisa ser forçado a arrecadar menos, para aprender a gastar menos. Este é o governo da gastança, é o governo do desperdício, é o governo dos absurdos que são cometidos, ferindo os princípios republicanos para atender às vontades, aos desejos e às sanhas de natureza política. 385 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Certamente, estamos diante de uma medida provisória que procura encher os cofres do Partido dos Trabalhadores, porque muitos desses cargos de confiança são de militantes e companheiros petistas, que são obrigados, compulsoriamente, a contribuir para o partido. Para onde está indo o dinheiro do cidadão brasileiro? Para os cofres do Partido dos Trabalhadores. Sr. Presidente, em nome das nossas prerrogativas, dos nossos deveres constitucionais e das nossas obrigações para com o cidadão brasileiro, não podemos votar a favor dessa medida provisória, que não passa de uma imoralidade! E quero aqui fazer um apelo ao Relator, com todo respeito que tenho a ele, no sentido de que reveja sua posição. Tenho 2 emendas e quero vê-las destacadas, para que possam ser votadas. Quero saber a posição de cada um dos Srs. Parlamentares, porque todos nós devemos satisfação ao Brasil. Não é possível que sejam dadas por inconstitucionais, e que nem condições de votá-las nós tenhamos. Sr. Presidente, vamos dizer um sonoro “não” à imoralidade dessa medida provisória e aprovar o requerimento apresentado pela bancada do Democratas. 386 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em votação o requerimento. 387 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Orientação de bancada. Como vota o PSOL? (Pausa.) Como vota o PPS? O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estamos insistindo nesse processo de obstrução e de reflexão exatamente pela gravidade da situação aqui criada. Essa medida provisória representa o clímax, o ponto máximo de um processo que vem se instalando de freamento da capacidade de este Plenário se manifestar. A coisa está evoluindo de forma tal que, hoje, o Relator disse que todas as emendas não servem. Inclusive, S.Exa. tinha dito que a Emenda nº 5 servia; chegou a ler que ela tinha sido admitida pelo mérito, mas alguém saiu correndo daqui e lhe entregou outro papel. O Relator leu uma coisa e distribuiu outra para nós. Daqui a pouco até vou fazer uma questão de ordem para saber o que aconteceu. Então, S.Exa. leu uma coisa e entregou outra?! É para cercear a capacidade deste Plenário de dizer aquilo que pensa. Por isso, evidentemente, vamos encaminhar o voto a favor do requerimento, para ver se sai algo de razoável aqui desta Casa. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PV? O SR. ROBERTO SANTIAGO (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) O PV vota “não”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PTB? O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem.) - Sr. Presidente, por orientação da liderança, nosso voto é “não”. 388 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Quero também aproveitar a oportunidade para fazer um registro de evento realizado pela Federação de Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo, na última semana, em Itanhaém, na Colônia de Férias da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Cumprimento o Presidente da Federação dos Aposentados e Pensionistas de São Paulo (FAP/SP), Warley Martins Gonçalles, pelo brilhante trabalho realizado naquele momento do Congresso Extraordinário de Aposentados e Pensionistas e um abraço a todos aqueles que participaram desse evento. Na oportunidade, foi eleita a Miss dos Aposentados, Dalva Gouveia Pontes Matsumoto, e o Mister dos Aposentados, Vicenzo Colabelli. Sem dúvida alguma, trata-se de uma satisfação estar no Congresso Nacional lutando pela defesa dos interesses de todos os aposentados e pensionistas, reclamando pela revisão e atualização dos benefícios prometidos no PAC. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSOL? A SRA. LUCIANA GENRO (PSOL-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - O PSOL continua em obstrução, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - O PSOL continua em obstrução. Como vota o PR? O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o Partido da República continua insistindo em que precisamos votar. Já existe uma PEC nesta Casa que regulamenta a questão das medidas provisórias. É bom a Oposição trabalhar em cima disso. Os Parlamentares da base também estão dispostos a fazê-lo. Então, em vez de procrastinar as coisas aqui no plenário, impedindo as votações, vamos fazer andar essa PEC e colocá-la em votação, para resolver essas questões. 389 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O Partido da República continua querendo desobstruir a pauta. Somos contra o requerimento, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PP? O SR. PAULO MALUF (PP-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PP, Sr. Presidente, vota “não”. Sr. Presidente, também justifico que, na última votação, votei com o partido. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSDB? O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PSDB vota “sim”, por uma questão muito simples: estamos em obstrução. Esta medida provisória tem a cara deste Governo improvisado, que dá aumento a servidores comissionados através de medida provisória. Que o Governo é improvisado já sabemos; mas, agora, quer improvisar o Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados tem de dizer um “não” ao Governo, para ele se planejar. Não é possível que isso continue. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Democratas? O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, já tive oportunidade, por várias vezes, de dizer que o Sr. Relator, nesta matéria, desrespeita a relação que deve existir entre Oposição e Situação e propõe algo nitidamente agressivo ao Regimento e à Constituição. Por isso, vamos trabalhar na linha de adiar a discussão, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Bloco Parlamentar PSB/PDT/PCdoB/PMN/PHS/PRB? 390 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MARCELO SERAFIM (Bloco/PSB-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, entendemos que a Oposição tem todo o direito de utilizar os artifícios de obstrução para manter a pauta do jeito que está. O mérito da matéria será discutido mais à frente. Neste momento, todos nós da base do Governo queremos votar as matérias. Hoje temos 4 medidas provisórias trancando a pauta e, na próxima semana, teremos mais 2. O Brasil não pode ficar parado em razão de nossas divergências. Temos que tratar disso urgentemente para fazer o País andar. E fazer andar o Brasil não é agir da forma como se está fazendo, com obstruções consecutivas. Por isso, o Bloco Parlamentar encaminha o voto “não” ao requerimento. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PT? O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estamos ouvindo declarações que não correspondem à realidade. Em passado recente, bastava um friozinho em alguns países asiáticos para que a economia brasileira tivesse uma pneumonia. No entanto, neste momento, estamos vendo um furacão na economia mundial, mas o estamos atravessando sem nenhuma turbulência. Essa é a prova concreta de que temos governo, temos políticas e temos resultados que se refletem de forma positiva nos amplos setores da sociedade brasileira. Por isso queremos votar “não” a esse requerimento, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Bloco Parlamentar PMDB/PSC/PTC? O SR. COLBERT MARTINS (Bloco/PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Bloco Parlamentar e o PMDB, todos nós queremos votar. 391 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Estamos dispostos a votar, por exemplo, o que diz respeito aos defensores públicos e a PEC dos vereadores, e o que acontece neste momento com a Oposição? Bloqueia a discussão. Está na hora de votar. Votemos. Que os votos contra ou a favor sejam dados na matéria. Esta obstrução acaba prejudicando milhões de defensores públicos e de vereadores no Brasil inteiro. O PMDB quer votar. Portanto, votamos “não” ao adiamento de discussão. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota a Liderança da Minoria? O SR. AYRTON XEREZ (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, esse Governo tem-se caracterizado, entre outras de suas ações, por estabelecer uma certa concupiscência sexual. O Presidente andou buscando o ponto G, a sua Ministra do Turismo manda relaxar e gozar, e agora os relatores desses projetos querem que nós, diante do estupro inevitável, relaxemos e gozemos também. E com uma matéria ilícita, ilegal. Estão obrigando a Minoria a dar o seu voto para coonestar uma legislação que não vai repercutir em benefício da melhoria da sociedade. Por isso, nós, da Minoria, queremos que o requerimento seja aprovado. Votamos “sim”, Sr. Presidente. 392 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - A Mesa prorroga a sessão até as 20h. Em seguida, convocará sessão extraordinária para continuar o processo de votação das medidas provisórias. 393 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota a Liderança do Governo? O SR. BETO ALBUQUERQUE (Bloco/PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, inicialmente peço-lhe que seja desconsiderado o linguajar, para mim, muito chulo para este Plenário, há pouco referido sobre o nosso Governo. Com todo respeito ao Deputado Ayrton Xerez, por quem tenho admiração, é inaceitável esse tipo de linguajar nesta hora do dia. Vamos votar “não”, porque esse requerimento não tem qualquer fundamento, a não ser impedir o óbvio: que a Maioria vença. Na democracia não há outra matemática. A Maioria vai vencer, novamente, a despeito da obstrução. 394 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em votação o requerimento. 395 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Aqueles que forem a favor permaneçam como se encontram. (Pausa.) REJEITADO. 396 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. JOÃO PIZZOLATTI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. JOÃO PIZZOLATTI (PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas votações anteriores, acompanhei o partido. O SR. ANTÔNIO CARLOS BIFFI (PT-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei com o partido. O SR. GERALDO RESENDE (PPS-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei conforme orientação do partido. 397 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Sobre a mesa requerimento no seguinte teor: “Sr. Presidente, requeremos a V.Exa., nos termos do art. 165, § 2º, do Regimento Interno, que a discussão da Medida Provisória nº 375/07 seja feita por grupo de artigos. Sala das Sessões, 21 de agosto de 2007”. Assina-o o Líder Onyx Lorenzoni. 398 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para encaminhar, concedo a palavra ao nobre Deputado Luiz Sérgio, que falará contra a matéria. O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, esse requerimento tem o único objetivo de obstruir esse processo. Muitos dos que estão nos assistindo estão esperando pela votação de matérias, como a PEC dos Vereadores, da reforma política — aliás, precisamos deliberar essa matéria diante da ansiedade de muitos em saber se vai ou não haver mudança —, e a PEC sobre a Defensoria Pública. Precisamos desobstruir a pauta. Queremos deliberar. Não há necessidade de ir por partes nesse tema, pois se trata de uma expressão como um todo. Somos contra esse requerimento. 399 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para encaminhar, concedo a palavra ao nobre Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto, que falará a favor da matéria. O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, beira a irresponsabilidade as declarações dos nobres Deputados Luiz Sérgio e Colbert Martins. Peço a S.Exas. que respeitem os milhares de Vereadores de todo o Brasil que há anos aguardam, ansiosamente, a votação dessa proposta de emenda à Constituição. Essa PEC não foi votada anteriormente porque faltou disposição e vontade política à base do Governo para fazê-lo. Da parte da Oposição, especialmente do nosso partido, os Vereadores sempre tiveram nosso apoio, sobretudo nossa decisão política de colocar essa proposta de emenda à Constituição em votação. Não vamos jogar com as palavras. Não vamos criar uma realidade falsa. Tenho absoluta certeza de que os Vereadores que nos assistem, bem como os brasileiros, sabem o que está em jogo no dia de hoje. Sr. Presidente, na condição de Parlamentar, estou tento um direito meu usurpado. Portanto, estou sendo violentado. Vejam só. Apresentei as Emendas nºs 10 e 30, com objetivos semelhantes. Em síntese, essas emendas procuram acabar com a compulsoriedade da contribuição daqueles que ocupam cargos de confiança no Governo para partidos políticos. Claro, quem quiser contribuir livre e espontaneamente que o faça, pois o dinheiro lhe pertence. Porém, isso não pode ser obrigatório, como alguns partidos fazem, a exemplo do próprio Partido dos Trabalhadores. Aliás, pode se questionar caso de apropriação indébita. 400 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Quero, porém, citar o que diz o art. 37 da Constituição que direciona os princípios da administração pública. Dentre os princípios da administração pública, 2 devem ser observados com especial atenção: impessoalidade e moralidade. Pois esses princípios estão sendo agredidos, feridos e desrespeitados com a compulsoriedade da contribuição. O próprio Ministro Marco Aurélio Mello, respeitado homem público e grande jurista, já deu declarações nesse sentido. Não podemos compactuar com este tipo de coisa: criam-se cargos de confiança para engordar os cofres dos partidos públicos. Além das negociações para compor uma ampla maioria parlamentar, procura-se tirar dinheiro público para colocar nos cofres dos partidos políticos. Não podemos aceitar essa realidade. Estão aí feridos alguns princípios da Constituição, especialmente os da moralidade e impessoalidade. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Conclua, Deputado. O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO - Ainda apelo ao Relator pela boa convivência parlamentar, pelo respeito ao direito da Minoria e de um simples Deputado que quer ver sua emenda discutida e votada. Não estou pedindo que ela seja aprovada. Estou querendo apenas que se respeite o meu direito a discutir e votar minha emenda. Ela não é inconstitucional. O Relator pode discordar do mérito, mas não quanto ao princípio da constitucionalidade. Por isso, Sr. Presidente, peço que esse requerimento do nosso partido seja aprovado. Vamos continuar na trincheira da obstrução porque essa é a vontade da sociedade brasileira. 401 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em votação o requerimento. 402 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para orientação de bancada, como votam os Srs. Líderes? Como vota o PSOL? (Pausa.) Como vota o PPS? O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estamos debatendo requerimentos. E esses requerimentos têm a finalidade de chamar a atenção para a questão da sistemática declaração de inconstitucionalidade, injuridicidade e inadequação financeira por parte do Relator das emendas. Aqueles que defendem o Governo não têm contra-argumentos aos nossos argumentos. O que precisamos discutir é se é inconstitucional ou não, se é injurídico ou não. A discussão aqui é a seguinte: temos de votar, temos maioria, como se a maioria pudesse tudo. A maioria não pode tudo. A maioria não pode ser contra a Constituição. Por exemplo, há cláusulas pétreas na Constituição que nem a maioria pode derrubar. Não se pode, sob o argumento de que se tem maioria, fazer o que quiser, ainda mais maiorias compostas como sabemos que elas o são no Parlamento brasileiro. Por isso, encaminhamos o voto “sim”. 403 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. GIVALDO CARIMBÃO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. GIVALDO CARIMBÃO (Bloco/PSB-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do partido. 404 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PV? O SR. CIRO PEDROSA (PV-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PV vota “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PTB? O SR. PASTOR MANOEL FERREIRA (PTB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PTB vota “não”. 405 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MIGUEL CORRÊA JR. - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. MIGUEL CORRÊA JR. (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do partido. 406 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PR? A SRA. GORETE PEREIRA (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) Sr. Presidente, o PR vota “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PP? O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PP vota “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSDB? O SR. ARNALDO MADEIRA (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, já nos posicionamos a favor do adiamento da matéria. Já que a Maioria não quer adiar, quer votar hoje, pelo menos que se faça o esforço de votar artigo por artigo, para que haja clareza sobre o que estamos votando, para que cada um possa ver a dimensão e a gravidade do que o Governo está fazendo. O PSDB acompanha o PFL e vota a favor. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Democratas? O SR. MARCIO JUNQUEIRA (DEM-RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Democratas, com certeza, vai apoiar o Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto. S.Exa. é um Parlamentar como qualquer outro e não pode ser desprestigiado pelo Plenário. Portanto, nós, do Democratas, votamos pela aprovação. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Bloco Parlamentar PSB/PDT/PCdoB/PMN/PHS/PRB? O SR. MARCELO SERAFIM (Bloco/PSB-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, mais uma vez, entendendo os motivos que levam a Oposição à obstrução, encaminhamos o voto “não”. 407 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSOL? O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PSOL vota “sim”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PT? O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PT vota “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Bloco Parlamentar PMDB/PSC/PTC? O SR. COLBERT MARTINS (Bloco/PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, queremos votar. Alertamos os milhares de Vereadores deste País que o PMDB quer votar e evitar que S.Exas. sejam cassados. Muitos discursam, mas recorrem ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral, a fim de cassar milhares de Vereadores pelo País. V.Exas. têm de ficar muito atentos! O PMDB quer votar. Votamos “não”. Queremos votar hoje a matéria. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota a Minoria? O SR. AYRTON XEREZ (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Minoria acompanhará a votação favorável ao requerimento e lamenta que a base do Governo seja tão leniente e permissiva. Essa medida provisória nada interessa à sociedade brasileira, que está desempregada, ganhando um salário de fome, sem perspectiva de crescimento. A sociedade se deparará amanhã com a publicação nos jornais de aumentos que chegam a 140% para os apaniguados, os companheiros, aqueles que fazem coro com tudo que o Governo Lula pretende, sem 408 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 terem feito concurso público, sem terem entrado num legítimo certame para exercer o serviço público. Por isso, a Minoria — Democratas, PSDB, PSOL, PPS — é favorável ao requerimento. O voto é “sim”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota a Liderança do Governo? O SR. BETO ALBUQUERQUE (Bloco/PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nosso voto é “não”. 409 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em votação o requerimento. 410 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) REJEITADO. 411 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PEDRO WILSON - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PEDRO WILSON (PT-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com o PT. O SR. ÁTILA LINS (Bloco/PMDB-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com o PMDB. O SR. MARCELO MELO (Bloco/PMDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, acompanhei o PMDB. A SRA. DALVA FIGUEIREDO (PT-AP. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, na votação anterior votei com o partido. A SRA. REBECCA GARCIA (PP-AM. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) Sr. Presidente, votei de acordo com o partido. O SR. LEANDRO VILELA (Bloco/PMDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas 2 votações anteriores, votei de acordo com o PMDB. O SR. BERNARDO ARISTON (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas votações anteriores, votei de acordo com o PMDB. O SR. LUIZ BITTENCOURT (Bloco/PMDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com o partido. O SR. MARCELO GUIMARÃES FILHO (Bloco/PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas votações anteriores, votei de acordo com o partido. O SR. RUBENS OTONI (PT-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o partido. 412 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. ANÍBAL GOMES (Bloco/PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas votações anteriores, votei de acordo com a orientação do partido. O SR. PEDRO CHAVES (Bloco/PMDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, acompanhei a orientação do PMDB. A SRA. FÁTIMA BEZERRA (PT-RN. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) Sr. Presidente, na primeira votação, votei de acordo com orientação do meu partido. O SR. WOLNEY QUEIROZ (Bloco/PDT-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas votações anteriores, votei de acordo com o partido. O SR. EVANDRO MILHOMEN (Bloco/PCdoB-AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com o PCdoB. O SR. EDUARDO VALVERDE (PT-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com o PT. 413 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em discussão a MP nº 375, de 2007. Concedo a palavra ao ilustre Deputado Antonio Carlos Mendes Thame. O SR. ANTONIO CARLOS MENDES THAME (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Deputados, observamos o desenvolvimento da economia brasileira, em comparação com o desenvolvimento da economia dos países emergentes, e o fato é que o Brasil não cresce. Na América Latina só um país cresceu menos do que o Brasil: o Haiti. Mesmo com essa mudança, essa “siliconada” no PIB, o Brasil continua na “vice-rabeira” dos países da América Latina, quando se fala em crescimento. E crescer não é uma opção. Temos de crescer. A população do Brasil está crescendo: a cada ano nascem mais 2,2 milhões brasileiros. A cada ano 1,7 milhão de jovens chegam à idade de trabalhar e querem um emprego ou um vaga em uma universidade. Se não têm dinheiro para pagar os estudos e não encontram vaga numa FATEC, numa escola pública de terceiro grau, ficam à margem. “Ficar à margem” é sinônimo de marginalizado, e não de marginal. Mas na prática esses jovens, sem fazer nada, acabam transformando-se num exército de reserva que delinqüentes e traficantes tentam aliciar. Por isso, insisto: temos de crescer. Não se trata de uma opção, mas de uma necessidade. E por que o Brasil não cresce? Porque, dentre os países emergentes, somos o país com a menor taxa de investimento. A maioria dos países em crescimento, em desenvolvimento, os emergentes, investem 25% do PIB, mas nós não conseguimos investir sequer 17%, e desses recursos o setor público não consegue investir nem 414 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 2%: fica em 1,9%. Nos países emergentes, o Poder Público aplica mais de 3%, quase 4% do total destinado a investimentos, e nós não conseguimos investir nem 2%! Gastamos nosso superávit no pagamento de juros e no custeio da máquina pública! O que estamos fazendo é um crime contra os jovens brasileiros. Estamos mais uma vez engordando a máquina pública, aumentando o paquiderme, o peso que recai sobre a economia privada. Estamos aumentando os salários de 74 mil cargos em comissão, os DAS, em até 139%! Enquanto os funcionários públicos efetivos recebem um aumento pífio, quase impercebível, agigantam-se os salários dos que ocupam cargos comissionados, nomeados por pessoas que têm afinidade ideológica com o atual Governo ou são afiliados ao partido que está no poder. Trata-se do mais brutal agigantamento do Estado, algo jamais visto na história do País. Isso deixará uma herança que se não é maldita é desastrosa, não apenas para o próximo Governo mas também para os seguintes, já que terá de ser bancada por todos eles. 415 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRACIANO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PRACIANO (PT-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o PT na votação anterior. O SR. MARCONDES GADELHA (Bloco/PSB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com meu partido nas 2 últimas votações. O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votei de acordo com o partido na última votação. 416 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Ricardo Barros. (Pausa.) Ausente do plenário. Com a palavra o próximo orador inscrito, o ilustre Deputado Eduardo Valverde. O SR. EDUARDO VALVERDE (PT-RO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ilustres pares, um estudo do Prof. Márcio Pochmann, recentemente divulgado pela grande imprensa, aponta que o Brasil gasta muito pouco com o serviço público, comparativamente a outras economias de tamanho similar. É uma falácia afirmar neste momento que o custeio da máquina pública é muito elevado. O Brasil tem poucos servidores públicos e gasta pouco com eles. O País precisa investir na sua máquina administrativa e contratar servidores públicos para que a prestação de serviço à sociedade seja melhorada. Comparativamente à França, à Inglaterra e aos Estados Unidos, que talvez sejam a baliza de alguns liberais neste momento, o Brasil ainda precisa investir pesadamente no Estado nacional. Outra questão importante: de acordo com o Decreto nº 5.497, de 21 de julho de 2005, 75% dos cargos de DAS, os cargos em comissão, são ocupados por servidores de carreira. O último aumento para esses cargos comissionados foi dado em 2002. Refiro-me ao chefe de departamento, de divisão, àqueles que ocupam cargos de gestão e de assessoramento da máquina pública, que precisa ser modernizada. Evidentemente, o Governo precisa de uma política de retenção desses quadros. Se quisermos melhorar a qualidade da prestação do serviço público, evidentemente teremos de contar com as melhores cabeças. Hoje 75% dos cargos comissionados são ocupados por servidores de carreira, de acordo com o decreto 417 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 assinado em 2005 pelo Presidente Lula, rompendo uma tradição dos Governos passados, que preenchiam esses cargos com seus apaniguados políticos. Essa é a grande diferença entre o Governo do Presidente Lula e os Governos que o antecederam — que, repito, preenchiam os cargos de assessoramento superior com apaniguados políticos. Vale ressaltar: atualmente 75% dos cargos em comissão, de DAS 1 a DAS 5, são ocupados por servidores de carreira. Além disso, era necessário fazer uma redistribuição para melhorar o quadro, porque havia uma grande diferença entre os DAS 1, 2 e 3 e o DAS 5, o mais alto. Era preciso fazer o nivelamento, buscando um certo equilíbrio. A medida provisória, portanto, buscou reajustar esses valores, para remunerar corretamente os que têm a responsabilidade de gestão e assessoramento, corrigindo as distorções existentes, para que o Estado brasileiro seja bem administrado. Por essa razão, Sr. Presidente, sou favorável à MP nº 375, de 2007. 418 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PEDRO NOVAIS - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. PEDRO NOVAIS (Bloco/PMDB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, segui a orientação do partido. O SR. SANDRO MABEL (PR-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a bancada de Goiás, cuja presença está registrada no painel, estava reunida com o Ministro da Fazenda. Em nome da bancada, registro que na votação anterior votamos conforme orientação dos respectivos partidos. 419 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra, para falar contra a matéria, ao Deputado Raul Jungmann. (Pausa.) Concedo a palavra, para falar contra a matéria, ao Deputado Fernando Coruja. O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estamos falando agora sobre o mérito da matéria, que trata de um significativo aumento para os servidores comissionados do Governo Federal. O questionamento que se faz envolve primeiro o enorme número de servidores comissionados do Governo e o acréscimo constante, aprovado aqui nesta Casa, de servidores com cargos comissionados. O Brasil extrapola o número de cargos comissionados. Agora mesmo um Deputado que defende o Governo nos comparava a Estados Unidos, Inglaterra e França, mas deveria comparar-nos, nas questões sociais, com Zâmbia ou Burundi. Como foi que os países desenvolvidos cresceram? Certamente não foi criando cargos comissionados, mas sim mantendo uma estrutura de Governo em que os cargos são acessíveis a todos os que prestam concurso público. Alguns podem até ser preenchidos eleição, mas nunca por nomeação. Aqui, há excesso de cargos providos por nomeação. Hoje temos uma estrutura administrativa gigantesca no Brasil. A República brasileira segue antes a influência dos partidos políticos do que programas político-partidários. Ela fica à mercê de militantes que muitas vezes são nomeados para ocupar um cargo apenas. Vide o caso da ANAC, que está em todos os debates da crise aérea. Daí a nossa preocupação. 420 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O aumento para os ocupantes desses cargos ultrapassa os 100%, quando outros servidores não têm essa mesma atenção, mesmo labutando, mesmo vindo a esta Casa para, aos gritos, pedir aumento. Então, não nos parece adequado dar um aumento dessa ordem aos cargos comissionados. É preciso reformar o Estado brasileiro e reduzir o número de cargos comissionados. O Brasil precisa ser uma República de verdade, com cargos acessíveis a todo cidadão. Hoje a burocracia está fragilizada. O Brasil sempre teve uma burocracia relativamente qualificada, e o Estado funcionava, fosse qual fosse o Governo de plantão, o que hoje não está acontecendo. Os ocupantes desses cargos são cada vez menos qualificados, as estruturas administrativas estão politizadas, e agora queremos dar um aumento estrondoso aos comissionados, e não aos servidores de carreira! Isso parece-me um grande erro. Pelo exposto, encaminho o voto “não”. 421 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. SANDES JÚNIOR - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. SANDES JÚNIOR (PP-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas 2 votações anteriores, votei conforme orientação do PP. O SR. WLADIMIR COSTA (Bloco/PMDB-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Narcio Rodrigues, nas 2 últimas votações votei conforme orientação do meu partido, o PMDB. 422 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para falar em favor da matéria, concedo a palavra ao nobre Deputado Vicentinho. O SR. VICENTINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta Casa aprendemos a ouvir todo tipo de opinião. Se há algum lugar onde se aprende a ouvir os divergentes é nesta Casa, mas é preciso que haja respeito pelos Parlamentares. Estou dizendo isso porque o Deputado Eliene Lima, Relator dessa medida provisória, tem a mesma autoridade que qualquer Deputado nesta Casa, pois também foi eleito pelo voto popular, e tem o direito de tomar sua própria decisão no relatório, conforme tomou, assim como qualquer Deputado tem o direito de apresentar emendas. Saúdo o Deputado Eliene Lima pelo seu trabalho e por sua autonomia, na decisão tomada e no debate ora feito nesta Casa. É muito desagradável imaginarem que um Deputado não tem capacidade de elaborar um relatório. Por isso, Deputado Eliene Lima, deixo minha solidariedade a V.Exa., que aqui tem atuado com galhardia e competência. Com referência a essa medida provisória, lembro que o último reajuste para esses cargos, no âmbito do Poder Executivo Federal, ocorreu em 2002. Em 2003 somente foi repassado o reajuste de 1%. Nenhum outro reajuste foi realizado no nosso atual Governo. A justificativa essencial para a aprovação da medida provisória é o fato de que ela favorece a retenção de competências na máquina pública, valorizando os servidores detentores de funções de direção e assessoramento, em favor do fortalecimento da burocracia federal e da continuidade na condução das políticas públicas. Além disso, a medida busca compatibilizar a remuneração dos cargos e 423 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 funções comissionadas ao recente reajuste concedido à alta administração do Poder Executivo Federal, isto é, não só aos Ministros e ao Presidente da República, mas também aos Deputados Federais. Sr. Presidente, nós Deputados Federais e os Senadores também recebemos reajustes. Portanto, defendemos essa medida provisória, que aliás já está valendo para os servidores. 424 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. OLAVO CALHEIROS - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. OLAVO CALHEIROS (Bloco/PMDB-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas 2 últimas votações, votei de acordo com a orientação do meu partido. 425 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra, para falar contrariamente à matéria, ao ilustre Deputado Paulo Renato Souza. (Pausa.) Ausente. Concedo a palavra ao nobre Deputado Luiz Carlos Hauly. O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, a medida provisória pretende dar aos ocupantes de cargos em comissão um aumento que representa para o Tesouro a bagatela de R$600 milhões. Os comissionados dos Ministérios receberão 136% de aumento! Trata-se de uma contradição do Governo, que não quer conceder um aumento geral. Há categorias, como a do extinto Instituto Brasileiro do Café, com 3 mil funcionários, a maioria aposentados, com idade avançada, que não tiveram aumento algum durante o Governo Lula. Apresentei uma emenda, a de nº 34, para corrigir em 200% o salário dessas pessoas, repondo as perdas que tiveram nos último anos. Ora, Sr. Presidente, o Governo Lula arrecada muito e gasta mal. Permitiu nesses seus 4 anos e meio de gestão que a máquina pública engolisse o Poder. Hoje o Governo Lula está refém da despesa pública. Não tem capacidade de investimento por pura incompetência administrativa, governamental e gerencial. Acreditem: só em 2007 o aumento da arrecadação real já chegou a R$26 bilhões, projetando-se R$52 bilhões para este ano, e o Governo não consegue investir o que está no Orçamento. Não paga as emendas, não investe. Não conseguiu aplicar sequer R$4 bilhões até o presente momento! O que é isso? Um Governo que vai chegar ao final do ano com R$0,5 trilhão de arrecadação não consegue investir em 426 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 estradas, portos, aeroportos, e fica na enganação, na empulhação? Ora, arrecadação existe, o que não existe é planejamento, eficiência e eficácia. Essa medida provisória é a prova completa de que o Governo é refém da sua estrutura e das corporações. Quando o Presidente Lula assumiu o Governo a folha de pagamentos da União estava em R$75 bilhões, e esse ano ela vai fechar em R$117 bilhões. De onde sai esse dinheiro? Do bolso do trabalhador brasileiro! Assim como a CPMF, que pesa mais no bolso do trabalhador e no do operário! Lula e o PT se auto-intitularam, durante mais de 20 anos, os defensores dos trabalhadores, mas só fizeram aumentar a carga tributária que recai sobre eles. O Brasil é o país mais injusto do mundo, é o que mais tributa os pobres. É o mais injusto porque dá aumento para os ricos, enche de dinheiro a banca financeira nacional e internacional com os juros mais altos do mundo, e não tem recursos para fazer um programa social de habitação para todos os brasileiros; fica fazendo programinha aqui, outro ali, e não resolve nada. Fica eternamente no tapa-buraco. Posso e ouso dizer, do alto dos meus 16 anos e meio nesta Casa, que o Governo Lula não passa de um tapa-buracos. É um Governo de remendos. Não tem capacidade de fazer as grandes reformas de que este País necessita. 427 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para encaminhar, concedo a palavra ao nobre Deputado Dr. Rosinha, que falará em favor da matéria. (Pausa.) S.Exa. está ausente de plenário. 428 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. VALTENIR PEREIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. VALTENIR PEREIRA (Bloco/PSB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei com o PSB. Muito obrigado. 429 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao Deputado Tarcísio Zimmermann. (Pausa.) Ausente. Concedo a palavra à Deputada Cida Diogo. (Pausa.) Ausente. Concedo a palavra ao Deputado Dr. Ubiali. (Pausa.) Ausente. Concedo a palavra ao Deputado Paulo Teixeira. (Pausa.) Ausente. Concedo a palavra ao Deputado Rodrigo Rollemberg. (Pausa.) Ausente. Concedo a palavra ao Deputado Zé Geraldo. (Pausa.) Ausente. 430 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. EUNÍCIO OLIVEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. EUNÍCIO OLIVEIRA (Bloco/PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, meu voto foi de acordo com o partido. 431 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para discutir, concedo a palavra ao Deputado Vilson Covatti, que falará em favor da matéria. O SR. VILSON COVATTI (PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no início da votação dessa medida provisória travou-se um debate sobre o parecer do Relator. Como membro de partido que dá sustentação ao Governo, concordo que há excesso de medidas provisórias. Este Parlamento há que questionar todos os assuntos vindos a este Plenário por meio de medida provisória. Não admito, porém, que determinados Líderes levantem qualquer suspeita sobre a idoneidade, a capacidade e a autonomia do Relator na apresentação do relatório. No Partido Progressista não há ninguém submisso. Nós cumprimos todos os preceitos legais e constitucionais, conforme orienta a boa técnica legislativa e a soberania de um legislador. Portanto, não cabe que neste plenário Líderes questionem o parecer de um Relator. Para concluir minha linha de pensamento, quero deixar claro que não condiz com a justiça nem contribui para o bom andamento desta Casa termos de passar toda uma tarde, por força do expediente de obstrução utilizado pelos que querem adiar a votação, sem votar sequer uma medida provisória. Se, por um lado, entendo que há excesso de medidas provisórias, entendo também que é compromisso deste Parlamento apreciá-las sem usar o expediente da protelação. É inaceitável que Deputados se desloquem de todo o País para a Capital Federal e não consigam em toda uma tarde apreciar sequer uma medida provisória. Quero cumprimentar a Mesa pela decisão de prorrogar esta sessão. Espero, sim, que os Deputados que estejam em seus gabinetes ou em compromissos fora 432 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 deste plenário venham para que possamos concluir a votação dessa medida provisória, que está obstruindo a pauta. Muito obrigado, Sr. Presidente. 433 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Sobre a mesa requerimento de encerramento de discussão e encaminhamento no seguinte teor: “Sr. Presidente, requeremos, nos termos dos arts. 117 e 157, § 3º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o encerramento da discussão e do encaminhamento da votação da Medida Provisória nº 375/07.” Assinam o requerimento o Líder Luiz Sérgio e outros. 434 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao Deputado Arnaldo Faria de Sá, que falará contra a matéria. (Pausa.) 435 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. RIBAMAR ALVES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. RIBAMAR ALVES (Bloco/PSB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei conforme a orientação do partido. O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, votei com o partido na votação anterior. 436 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao Deputado William Woo. O SR. WILLIAM WOO (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, somos totalmente contrário ao encerramento da discussão da Medida Provisória nº 375, de 2007, que concede reajuste principalmente aos servidores de livre provimento — aqueles, telespectadores da TV Câmara, que não prestaram concurso para ingressarem na carreira pública, ou, como nós, não se elegeram. Trata-se de servidores que ingressaram no serviço público por indicações políticas e que gerarão um aumento de R$580 milhões aos cofres públicos. Na semana passada, o Sr. Ministro Guido Mantega participou de encontro com empresários em São Paulo e disse que era totalmente contra o fim da CPMF, e também disse que era favorável à redução dos gastos públicos e à diminuição dos cargos de livre provimento. Só que não é isso que se vê nesta Casa. Já rejeitamos aqui a Emenda nº 17, que permitia, sim, um aumento para os pensionistas e aposentados, mas também um aumento para as indicações políticas — o que é um absurdo. Agora devemos votar contra o encerramento da discussão. Para V.Exas. terem uma idéia, um DAS 3 passará de R$1.575,00 para R$3.777,00! Lembro aqui que de 2003 a 2007 o reajuste do salário mínimo foi de 90%, enquanto o dos aposentados de apenas 43%. Além disso, o Executivo enviou-nos o Projeto de Lei nº 4.825, de 2005, concedendo ao servidor concursado, de carreira, um aumento de 0,1%! Devemos votar contra o encerramento da discussão e trazer à consciência de todos nós Parlamentares o fato de que, se quisermos realmente obter respeito da parte do Poder Executivo, precisamos trazer para discussão em plenário projetos de 437 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 nossa autoria, e não somente propostas de aumento de salário e criação de novos cargos por meio de medida provisória. As MPs têm desrespeitado a todos nós Parlamentares que estamos aqui para discutir projetos sérios mas ficamos só apreciando aumento de salário, criação de novos cargos e doação de dinheiro a países vizinhos. Precisamos recuperar nosso respeito votando contra essa medida provisória. Obrigado, Sr. Presidente. 438 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Para falar em favor do requerimento, concedo a palavra ao nobre Líder Luiz Sérgio, do PT. O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro, a matéria foi profundamente debatida. Segundo, estamos vendo aqui um show de hipocrisia; todos os que estão à frente do Poder Executivo, seja do municipal, seja do estadual, seja do federal, sabem da dificuldade de levar para a administração pública técnicos capacitados, diante da questão do salário. Terceiro, em dezembro de 2002 a União tinha 18.374 cargos de DAS; em dezembro de 2006 esse número não passava de 19.797. Portanto, não houve aumento exagerado de cargos comissionados. Mantém-se, relativamente, o mesmo número que havia quando assumimos a Presidência da República. O Decreto nº 5.497, de 21 de junho de 2005, do Governo do Presidente Lula, estabelece que 75% dos cargos DAS 1, 2 e 3 têm de ser ocupados por funcionários públicos. Isso quer dizer que, dos 18.374 cargos de DAS, 13.950 são ocupados por servidores públicos. E muitos servidores, ao serem convidados para cargo de chefia, dizem que não vale a pena assumir tamanha responsabilidade por tão pouco. O Governo está reajustando os DAS para que aqueles que ocupam cargos estratégicos possam ter uma remuneração à altura de sua responsabilidade. Por isso, Sr. Presidente, queremos encerrar a discussão e votar essa matéria, que é importante para o País e para a Administração Pública Federal. 439 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Em votação o requerimento. Como votam os Srs. Líderes? Como vota o PSOL? (Pausa.) Como vota o PPS? O SR. FERNANDO CORUJA (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, acabei de receber resposta a um pedido de informações, assinada pelo Sr. Ministro do Planejamento, que confronta os números ofertados pelo Deputado Luiz Sérgio: em 31 de dezembro de 1994 havia 19.302 cargos comissionados; em 31 de dezembro de 2002, depois de 8 anos de Governo Fernando Henrique, 19.943 — um aumento de 600 cargos. Hoje, no Governo Lula, até aqui já estamos com 22.345; portanto, houve um incremento de mais de 3 mil cargos. Esse pedido de informações tem a assinatura do Sr. Ministro do Planejamento Paulo Bernardo Silva, do Especialista em Políticas Públicas do Governo Antônio Augusto Ignacio Amaral, do Diretor do Departamento de Modernização Institucional Walter Emura e do Secretário de Gestão Francisco Gaetani. Se esses números estão certos, evidentemente os do Deputado Luiz Sérgio não estão. Eu encaminho o voto “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PV? O SR. ROBERTO SANTIAGO (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o PV vota pelo fim das discussões. Vota “sim”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PTB? O SR. PASTOR MANOEL FERREIRA (PTB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PTB vota “sim”. 440 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSOL? O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, o PSOL quer discutir mais fundo essa questão e as outras do Estado. Não queremos mínimo, mas não queremos barganhado. Votamos “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PR? O SR. JOSÉ CARLOS ARAÚJO (PR-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, votamos “sim”, pelo encerramento da discussão. Achamos que a matéria foi exaustivamente discutida. Sabemos o que queremos votar. Por isso, o voto é “sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PP? O SR. BENEDITO DE LIRA (PP-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, a matéria está absolutamente definida e discutida. Só precisa ser votada. Por essa razão, o PP vota “sim”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PSDB? O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PSDB vota “não”. A Situação precisa entender que estamos tentando impedir aqui que continuem a manter o Brasil no subdesenvolvimento. Estaremos impedindo o desenvolvimento do Brasil se adotarmos esse instrumento da medida provisória, que só deveria ser usado em casos graves, para arrumar os salários da “companheirada” do Poder. Hoje os “neobacanas” devem estar todos rindo porque vão ter um “dindim” a mais no bolso. Insisto: nós estamos querendo impedir que a Situação mantenha o Brasil no subdesenvolvimento. Por isso somos contra o requerimento. Votamos “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Democratas? 441 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MARCIO JUNQUEIRA (DEM-RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, como democrata, eu digo que falar de hipocrisia é precipitação por parte da Liderança do Governo. Hipocrisia é querer encerrar a discussão, pois os outros partidos da base aliada podem começar a entender que isso na verdade é uma grande armação de um partido que quer instrumentalizar-se financeiramente às custas do Erário. Portanto, é imperativo continuar a discussão. Depois disso poderemos desvendar essa grande armação, essa grande hipocrisia. O Democratas vota “não”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Bloco Parlamentar PSB/PDT/PCdoB/PMN/PHS/PRB? O SR. MARCELO SERAFIM (Bloco/PSB-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - “Sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o PT? O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - “Sim”, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Bloco Parlamentar PMDB/PSC/PTC? O SR. LELO COIMBRA (Bloco/PMDB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A matéria foi exaustivamente discutida. Portanto, é importante a manifestação do voto. Votamos “sim”. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota a Liderança da Minoria? O SR. AYRTON XEREZ (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Minoria quer continuar a discutir a matéria. Não quer o encerramento da discussão. Esse aumento será concedido aos comissionados em detrimento de 442 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 todos os aposentados do Brasil, aqueles que recebem no máximo R$500, R$600 por mês do INSS, porque eram da iniciativa privada. Eles não merecem que se concedam esses aumentos aqui. Alguns comissionados passarão de R$5 mil para R$10,4 mil, outros de R$4 mil para R$8,4 mil. Esses serão os salários dos comissionados, uma situação muito diferente da dos trabalhadores do setor privado e dos aposentados pelo INSS. Por conta de injustiças como essas, de leis com 2 pesos e 2 medidas, dessa cobrança desenfreada para que se aprove a CPMF, é que a Minoria, dentro do prazo que V.Exa. gentilmente estabeleceu, diz “não” ao requerimento de encerramento desta discussão. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Como vota o Governo? O SR. BETO ALBUQUERQUE (Bloco/PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, queremos encerrar hoje a discussão e votar o mérito amanhã. Ademais, não é verdadeiro que os salários vão para R$8 mil, R$10 mil. Isso não está na medida provisória. O salário máximo que está sendo fixado, por exemplo, para o superintendente do DNIT, que cuida de todas as obras em um Estado, é de R$3 mil. É isso que está em discussão. Por isso queremos encerrar a discussão e o encaminhamento da votação, e amanhã votar o mérito dessa questão. 443 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Onyx Lorenzoni, para uma Comunicação de Liderança, pelo Democratas. O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Como Líder. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, amanhã, às 10h, o Pleno do Supremo Tribunal Federal fará um julgamento histórico, provavelmente o grande julgamento desta década, e dará a decisão a respeito da aceitação ou não da denúncia do Procurador de Justiça quanto ao episódio do mensalão. Eu quero falar sobre esse assunto, neste momento, para relembrar que por 11 meses uma CPI Mista, da Câmara e do Senado, percorreu os caminhos tortuosos da investigação parlamentar, caminhos esses muitas vezes polêmicos, muitas vezes não compreendidos pela população. A CPI Mista dos Correios chegou à conclusão de que havia uma quadrilha que organizou um processo de financiamento para compra de apoio político, processo esse que foi apelidado de mensalão. Muitos até hoje negam ou tentam ocultar esse fato, mas quero lembrar que o Ministério Público recebeu a denúncia, por meio do Supremo Tribunal Federal, de um juiz federal de Minas Gerais, que havia recebido a relação dos pagamentos feitos lá por Marcos Valério, da SPM&B, da DNA, e havia Parlamentares nessa lista. Por dever de ofício o Juiz enviou essa relação ao Supremo, que determinou ao Ministério Público a abertura da investigação, a qual correu em segredo de Justiça. Foram mais de 11 meses de investigação, respeitando-se todas as regras processuais, todos os procedimentos constitucionais exigidos. E com uma semana de prazo para a apresentação da conclusão da CPI da Câmara e do Senado e do diagnóstico feito pelo Procurador Antônio Fernando de Souza, a conclusão era rigorosamente a mesma: havia uma organização criminosa dentro do Governo Lula, 444 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 comandada por José Dirceu, que coordenou o desvio de dinheiro público para compra de apoio político parlamentar, envolvendo, conforme comprova a denúncia do Procurador que vai a julgamento amanhã, esses 40 indivíduos que de uma forma ou de outra contribuíram para o desvio do dinheiro dos Correios, do IRB e do Banco do Brasil. Assistimos de ontem para cá a um conjunto de ações do Ministério Público Federal denunciando por improbridade administrativa aquela série de personagens do triste episódio do “mensalão”, como ficou conhecido. Lembro também que desta tribuna Roberto Jefferson, então Deputado Federal, Presidente do PTB, fez a denúncia. Não me esqueci, não. Lembro-me bem. Eram 5 as fontes de financiamento do “mensalão”, segundo Roberto Jefferson: Correios, IRB, DNIT, PETROBRAS e Furnas. Isso foi dito desta tribuna. A CPI Mista dos Correios investigou apenas os Correios, o Banco do Brasil, os fundos de pensão, e mais nada. O DNIT nunca foi investigado, nem a PETROBRAS, empresa da qual o ex-Secretário-Geral do Partido dos Trabalhadores Sílvio Pereira havia recebido um Jeep Land Rover, fruto de um contrato com uma empresa chamada GDK em que houve um superfaturamento, segundo o Tribunal de Contas de União, no valor de R$130 milhões, para uma obra cuja licitação a GDK venceu sem ter, tecnicamente, experiência nem qualificação para tanto. Nunca conseguimos abrir a caixa-preta da PETROBRAS. Quando conseguirmos fazer uma investigação sobre essa empresa, o Brasil provavelmente recuperará bilhões e bilhões de reais, que suspeito — porque participei ativamente das investigações — possam ter tomado outro rumo que não o do bem do Brasil ou do benefício da sociedade brasileira. 445 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 Lembro que o DNIT, na época da CPI dos Correios, foi denunciado por Roberto Jefferson desta tribuna. Já se passou muito tempo. Recentemente, na Operação Tapa-buraco, o Tribunal de Contas da União voltou a encontrar irregularidades. Bem que tentam, mas não vão conseguir calar a voz de quem investigou, de quem esteve presente, conheceu os meandros do esquema, a lama que envolveu o Governo Lula no episódio do mensalão. Amanhã o Supremo Tribunal Federal começará o julgamento, que vai durar 3 dias, para decidir o rumo que dará às investigações brilhantemente conduzidas pelo Sr. Antonio Fernandes Souza. Muita gente gostaria que não falássemos mais sobre o tema, mas o debate é obrigatório, porque se trata de ética, de combate à corrupção e de garantia de futuro para o Brasil. A investigação tem de ir a fundo para que a punição aconteça. Muito obrigado. 446 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. MAURÍCIO QUINTELLA LESSA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem. O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Tem V.Exa. a palavra. O SR. MAURÍCIO QUINTELLA LESSA (PR-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior votei de acordo com a orientação do partido. O SR. JADER BARBALHO (Bloco/PMDB-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, votei de acordo com o partido. O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior votei de acordo com o partido. 447 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 VII - ENCERRAMENTO O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão. 448 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - COMPARECEM MAIS OS SRS.: 449 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.: 450 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 O SR. PRESIDENTE (Narcio Rodrigues) - Encerro a sessão, convocando para amanhã, quarta-feira, dia 22, às 9h, sessão extraordinária e, às 14h, sessão ordinária com as seguintes ORDENS DO DIA 451 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 212.1.53.O Data: 21/8/2007 REDAÇÃO FINAL Tipo: Ordinária - CD Montagem: 4171/4176 (Encerra-se a sessão às 20 horas.) 452