AU TO RA L TO EI DI R UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” MARKETING EM EVENTOS DO CU M EN TO PR OT EG ID O PE LA LE I AVM FACULDADE INTEGRADA Por: Roberta da Cunha Estrella Gomes Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2013 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 2 AVM FACULDADE INTEGRADA MARKETING EM EVENTOS Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Marketing. Por: . Roberta da Cunha Estrella Gomes 3 AGRADECIMENTOS A minha mãe que sempre me incentivou e ao meu noivo que foi meu exemplo e alicerce. . 4 DEDICATÓRIA Primeiramente agradeço a Deus, pois sem Ele eu nada seria. A minha mãe Conceição, pelo apoio e estimulo nesta nova jornada. Ao meu noivo Leonnardo que foi meu exemplo e peça fundamental nos momentos de agonia, sempre com palavras de incentivo e gestos simples que tornaram essa realização menos sofrida. A minha professora Rosa Alcione, pois ela foi o despertar da minha nova vida profissional. Lembro dela com orgulho de ter sido sua pupila. A todos os professores que contribuíram para meu enriquecimento cultural e pessoal, fazendo com que eu pensasse em ideias sobre o mundo muito além do discutido em sala de aula. Aos meus amigos que me ajudaram a ter calma, paciência e equilíbrio neste momento desafiador da vida, pois lembraram que com calma e disciplina tudo daria certo. A minha amiga Ingrid que me acompanhou da matricula até o final. Me dando força, lembrando dos prazos, rindo e chorando em todos os momentos. Aos meus colegas de trabalho por entenderem esse momento delicado, sempre me ajudando, emprestando livros e acreditando que eu iria conseguir. E por fim a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que esta etapa fosse concluída. 5 Você não consegue ligar os pontos olhando pra frente; você só consegue ligá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro. Você tem que confiar em algo – seu instinto, destino, vida, carma, o que for. Esta abordagem nunca me desapontou, e fez toda diferença na minha vida. (Steve Jobs) 6 RESUMO O presente trabalho descreve a importância do setor de eventos e a importância que o marketing tem para o sucesso do mesmo. Analisando o composto de marketing de serviços e aplicando os conceitos de produto, preço, praça, promoção para resultar no êxito do evento. Atualmente o Brasil vive sua fase de ouro no setor de eventos em virtude dos macroeventos realizados e que irão acontecer com envolvimento do setor público e privado. Com estas informações fica notório afirmar que o investimento em eventos é o marketing do presente e que o principal foco é explorar suas propriedades Palavras-chave: Marketing. Marketing de Eventos Serviços. Eventos. Marketing de 7 METODOLOGIA A metodologia aplicada neste trabalho foi desenvolvida através de leituras, pesquisas, experiência na área e conhecimento adquirido durantes as aulas na AVM – Faculdade Integrada. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I - Fundamentação Teórica 10 CAPÍTULO II - Marketing de Serviços 21 CAPÍTULO III – O futuro do Mercado de Eventos 27 CONCLUSÃO 29 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40 ANEXOS 30 ÍNDICE 40 9 INTRODUÇÃO O presente estudo sobre Marketing em Eventos representa uma análise desse mundo que está conquistando cada vez mais espaço e atraindo a curiosidade de muitos profissionais que acabam entrando no ramo. A realização de eventos anda em parceria com o marketing, Um realiza e o outro divulga. Parceria perfeita para o sucesso do evento. No decorrer deste trabalho, entraremos a fundo nos assuntos de marketing, mix de marketing e suas aplicações dentro da área de eventos, markerting de serviços, gestão de eventos, e o futuro desse setor tão promissor. 10 CAPÍTULO I FUNDAMENTAÇÃO TEORICA O QUE É UM EVENTO Antes de abordar o tema central deste trabalho, se faz necessário conhecer a conceituação do que é marketing. Segundo segundo Philip Kotler & Keller (2007), o marketing é um processo social pelo qual indivíduos e grupos obtêm aquilo que necessitam e desejam por meio da criação, da oferta e da livre troca de produtos e serviços de valor com outros. Em outra definição, a American Marketing Association define marketing como: “Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos para criação, comunicação e entrega de valor para os clientes bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado”. (KOTLER & KELLER, 2007, p. 04) Segundo Kotler e Armstrong (2007), a função do marketing, mais do que qualquer outra nos negócios é lidar com clientes (...) marketing é administrar relacionamentos lucrativos com o cliente. Desta forma, pode-se dizer que os dois principais objetivos de marketing são: atrair novos clientes, prometendolhe valor superior, e manter e cultivar os clientes atuais, propiciando-lhes satisfação. Para complementar esta definição, Rocha e Christensen (2008) apresentaram a seguinte definição: “Marketing é uma função gerencial, que busca ajustar a oferta da organização a demandas especificas do mercado, utilizando como ferramenta um conjunto de princípios e técnicas. Pode ser visto, também, como um processo social, pelo qual são reguladas a oferta e demanda de bens e serviços, para atender às necessidades sociais. É, ainda, uma orientação da administração, uma filosofia, uma visão. Essa orientação reconhece que a tarefa primordial da organização é satisfazer o consumidor, atendendo a suas necessidades, levando em conta seu bem estar a longo prazo, respeitadas as exigências e limitações impostas pela sociedade e atendidas as necessidades de sobrevivência e continuidade da organização”. (ROCHA & CHRISTENSEN, 2008, p. 15) 11 1.1 Eventos Evento é todo acontecimento que desperta atenção, promove, socializa e provoca sensações em um público específico para atingir seu objetivo. Também inclui-se datas especiais, como: aniversário, casamento, nascimento ou apenas uma reunião para ligar pessoas que tenham algum interesse em comum. Para Kotler (2006) os eventos têm como um dos objetivos criar experiências entre público e marca e provocar sensações nesses consumidores. Podemos entender os eventos como mídias interativas, que servem de estratégias de penetração e desenvolvimento de mercados. (MELO NETO, 2001). Tenan (2002) classifica os eventos de acordo com a frequência; com a localização; com a forma de participação do público; com o alcance de público; com a dimensão; com o objetivo; com a área de interesse, com o espaço geográfico e com a tipologia “ Evento é a soma de ações previamente planejada com o objetivo de alcançar resultados pré-definidos ao seu público-alvo ” (CANTON, 1997, p.19). Os eventos também contribuem para o aumento de visisbilidade e de apelo de conveniência para o público. A maioria das empresas hoje já tem ou investem em um departamento de eventos. Pois sabem que é uma forma excelente de visibilidade. Aponta-se que cerca de 40% do investimento de uma empresa fica na área de eventos. Depois do grande crescimento da área, as empresas tem investido cada vez mais em profissionais com visão estratégica, profissionais que sabem trabalhar sob pressão, que sabem lidar com problemas em suas mais diferentes esferas, e sabem manter relacionamento 12 com pessoas de diferentes níveis e perfis. Pois todas as exigencias acima são determinantes para o sucesso do evento. Área de produtos Área de Eventos Área Comercial Planeja e organiza Faz contatos e negócios Define produtos para exposição e venda Área de Comunicação Direção da Empresa Participa, faz contatos Área de Compras Divulga e faz o material promocional Compra material EVENTO Recepção da Empresa Área Técnica Área financeira Informa e orienta os clientes Monta equipamentos Aprova e paga fornecedores etc Figura 1: (Maria Cecilia Giacaglia) Envolvimento de diferntes áreas de uma empresa na organização e participação de um evento 1.2 – Classificação de Eventos Os eventos podem ser um leque de opções que se completam entre vários seotres da economia. Podem completar os mais variados objetivos de acordo com cada cliente. É uma forma de divulgação da marca, pessoas, ideias de uma forma geral. O evento ainda pode ser usado para despertar curiosidade, divulgar destinos, empresas e acima de tudo gerar benefícios e lucros. Não esxte um padrão para classificar eventos, por este motivo usaremos o modelo de Steve Jeweler e Julia Rutherford Silvers, do Programa de Gestão de Eventos da Geroge Washington University (HOYLE JR. 2008) • Eventos comemorativos, cívicos e anuais • Festivais e eventos culturais 13 • Eventos esportivos • Reuniões, conferências, viagens e atrações • Promoções entre corporações • Feiras e exposições • Eventos relacionados a causas sociais Já Zanella (2010) classifica eventos segundo sua natureza: • Comericiais: convenção, workshop, mostra, leilão, feira, exposição, desfile, encontro e reunião • Artístico-culturais: desfile, festival, concerto, show, amostra, exposição • Políticos: debate, reunião, palestra, homenagem, convenção • Sociais: recepção, baile, casamento, formatura, garden party, aniversário, passeio • Esportivos: competição, remate, excursão, premiação • Gatronômicos: banquete, coquetel, festival • Técnico-científicos: congresso, mesa-redonda, palestra, seminário, simpósio, palestra • Religiosos: encontros, conclave, festa, concílio, cerimonial • Históricos: aniversário, inauguração, comemoração, desfile Os eventos são uma forma de “adicionar drama e entretenimento ao que, do contrário, não passaria do trivial cotidiano. [...] O desafio é oferecer experiências memooráveis.” (KOTLER, 2003, p. 128). 14 Figura 2: Tipologia do evento GERADORES DE EVENTOS TIPOS DE EVENTOS SETOR GOVERNAMENTAL Governo Central Cerimônias cívicas e comemorações. Eventos de grande porte - foco em eventos esportivos e Corporações de eventos culturais. Autoridades do espaço público Eventos de entretenimento público, lazer e recreação. Festivais, eventos de interesse especial e de estilo de vida, Turismo promoções referentes ao destino. Bureau de convenções Reuniões, incentivos, convenções, exibições. Festivais de arte, eventos culturais, programas turísticos, Artes exibições temáticas de arte. Questões étnicas Eventos étnicos e multiculturais. Eventos esportivos, sede de eventos estatais, nacionais e Esportes e recreação internacionais. Jogos e corridas Corridas e Carnavais. Foco em eventos que envolvam benefícios para Desenvolvimento Econômico desenvolvimento industrial e para a geração de empregos. Governo Local Eventos, festivais e feiras comunitárias. o SETOR CORPORATIVO Promoções, lançamento de produtos e patrocínios de Companhias e corporações formação de imagem. Promoção de setores da economia, feiras de negócios, Associações de setores da economia conferências. Empresários Eventos pagos de esportes, concertos e exibições. Promoção da mídia, por exemplo, concertos, gincanas e Mídia campanhas. SETOR COMUNITÁRIO Clubes e sociedades Eventos de grupo de interesse especial. Instituições de caridade Eventos de caridade e coleta de fundos. Organizações esportivas Eventos esportivos locais. Fonte: ALLEN, O’TOOLE, MCDONNELL & HARRIS, 2003, p. 25. 15 O ex executivo da Oglivy Public Relations Brasil, Francisco Britto, afirma que “o evento é uma forte mídia dirigida que é capaz, ao mesmo tempo, de gerar atenção para uma empresa, produto ou serviço e temabém possibilita contatos pessoais a experimentação. 1.3 – Marketing de Eventos A fundamental importância dos eventos como estratégia de marketing motivou a proposição de uma nova modalidade do marketing: o marketing de eventos. “ Evento é a modalidade de marketing promocional que objetiva criar ambientes interativos onde o negócio do patrocinador se junta a consumidores potenciais, promove a marca e aumenta vendas” (MELO NETO, 2003, p.22) Surgido como uma nova forma de divulgação de empresas, pessoas e ideias o marketing de eventos é uma subcategoria do marketing promocional (esportivo, cultural, social e ecológico) devido ao fato de mabos serem institucional e reforçarem a imagem e a marca da empresa. “ Vender eventos é um processo de empregar o mix de marketing para atingir metas organizacionais através da criação de valor para os clientes e consumidores. A organização precisa adotar uma orientação de relacionamentos marketing que mutuamente vantagens comepetitivas” (ALLEN, 2003, p.250) dê ênfase benéficos e à a formação de manutenção de 16 Figura 3 – Subcategorias do marketing de eventos CATEGORIAS Marketing esportivo Marketing cultural Marketing ecológico Marketing social Marketing de eventos Subcategorias Fonte: NETO, Francisco. Marketing de eventos, 2003 p. 23 A ilustração supra citada nos mostra que todos os tipos de marketing tem a estratégia de marketing de eventos como comunicação alternativa, resultando assim na promoção da marca e venda dos produtos. “ Para o consumidor, presente ao evento, o impacto ainda é maior. Ele associa diretamente o sucesso do evento ao valor e prestigio da marca do patrocinador”. (NETO, 2003, p.24) Enquadrado ao marketing de eventos alguns estudiosos do tema juntam aos 4Ps do mix de marketing mais quatro, totalizando oito: pacotes, 17 planejamento, prospecção e pós vendas. Entende-se assim que no marketing de eventos temos os 8Ps que significam: Estratégia de Mix de Marketing: 1.Produto é o destino turístico/centro de convenções e suas dependências e recurso; 2.Preço pode abranger uma grande variedade de itens, como custos de locação de centro de eventos, taxas de representantes, custos com hospedagem e transportes; 3.Pacotes se refere ao formato utilizado para se oferecer o produto e o preço no mercado; 4.Praça (ou distribuição) tem como foco as atividades realizadas por um destino ou centro de eventos que buscam fazer do produto slgo disponível e acessível a possíveis clientes; 5.Planejamento é o processo estratégico que compreende a análise dos mercados, a avaliação da concorrência, a elaboração de programas e a seleção das melhores estratégias de marketing; 6.Promoção é a etapa na qual se passa aos possíveis clientes informaçãoes a respeito do destino/centro de eventos e seus produtos; 7.Prospecção (ou cliente/consumidor) é o grande objetivo dos esforços em marketing feitos por destinos/centros de eventos; 8.Pós–venda e seus processos lidam com a constante necessidade de oferecer e prestar serviços para possíveis clientes. (MARTIN & ROGERS, 2011, p 57 e 58) O grande estudioso Maslow, acredita que as necessidades humanas são dispostas em uma hierarquia da mais urgente para menos urgente. Em ordem de importância elas são necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima e necessidades de auto-realização. Quando o individuo consegue alcançar o que espera de uma necessidade ele parte para outra e assim por diante. Tal teoria nos ajuda a entender como os produtos/serviços se enquadram na vida e nos objetivos dos consumidores. 18 Figura 4: Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte: KOTLER & KELLER, 2007, p. 184 (reproduzido com permissão de A. H. Maslow, Motivation and personality, 2 ed. Epper Saddle River: Prentice Hall, 1970) 1.4 – Gestão de Eventos Conceituar eventos não é uma tarefa difícil, tendo em vista que a sua caracterisitca mais marcante é ser uma atividade muito dinâmica e com isso possuir diversas definições. Com o passar dos anos, uma série de definições foram atualizadas e uma nova realidade começou a existir. “ O setor apresenta crescimento médio de 7% ao ano, o que significa, aproximadamente, um aumento eventos.”(GIACAGLIA, 2011, p. 04) anual de cerca de 28 mil novos 19 “Eventos são acontecimentos criados e planejados para ocorrer em um lugar determinado e com espaço de tempo pré-determinado. Têm finalidades bastante específicas que visam a apresentação, a conquista ou a recuperação do público-alvo. Podem ser criados artificialmente, ocorrer espontaneamente ou, ainda, ser provocados. Os eventos se multiplicam em inúmeras atividades com características próprias. Mas, segundo seus objetivos, admitem algumas classificações.” (GOIDANICH;MOLETTA, 2000,p. 09) A realização de eventos em uma localidade pode gerar maior número de empregos devido à grande demanda de serviços que eles utilizam. Restaurantes acostumados a esse tipo de situação já se preapra para grandes eventos, pois sabem que deverão dobrar ou até mesmo triplicar sua demanda. Isso também ocorre com os hotéis, locadoras de veçiculos, atrativos turisticos, lojas para turistas, etc. Tal aumento da quantidade de pesosas que irão frequentar determinado hotel os força a aumentar seu quadro de funcionários. Sendo assim os eventos possibilitam oportunidades de empregos, criando até a possibilidade de um temporário virar efetivo. Eventos geram lucros para diversos setores como hoteleiro, entretenimento, turistico, alimentação dentro outros. “Todo aumento de demanda corresponde a um aumento de produção, assim qualquer aumento de produção corresponderá proporcionalmente um aumento no nível de emprego” (Nadjberg & Ilkeda, 1999, p. 05). 20 Figura 5: Necessidades, motivos e benefícios oferecidos pelos eventos BENEFÍCIOS E OPORTUNIDADES CORRESPONDENTES OFERECIDOS PELOS EVENTOS NECESSIDADES E MOTIVOS Físicos Necessidades fisiológicas motivam a necessidade de: * Comer e Beber Comer e beber coisas diferentes * Exercitar Participar de atividades esportivas * Relaxar Entretenimento relaxante * Buscar segurança Diversão em ambiente seguro * Encontrar satisfação sexual Conhecer pessoas Sociais / Interpessoais A necessidade de inclusão, amizade e amor motiva: * A socialização com a família e amigos Compartilhar um ambiente novo e diferente * O romance Conhecer novas pessoas * Ligações com as raízes culturais e étnicas Renovar laços com grupos étnicos e culturais * Expressões da comunidade e de nacionalismo Compartilhar o uso de símbolos e rituais específicos * Busca do reconhecimento por ações notáveis Obter prestígio por ter assistido a um evento Pessoais A necessidade de compreensão, julgamento estético, crescimento e autoaperfeiçoamento motivam: * A busca do conhecimento Aprendizado formal/informal * A procura de novas atividades Programas exclusivos * A criatividade Participar de projetos artísticos * A realização de aspirações Participar de algo exclusivo e especial Fonte: ALLEN, O’TOOLE, MCDONNELL, HARRIS, 2003, p. 120 - Adaptado de GETZ (1991) 21 CAPÍTULO II MARKETING DE SERVIÇOS – A INTEGRAÇÃO COM OUTRAS FUNÇÕES “Estamos todos nos serviços hoje em dia, e no futuro estaremos bem mais. Estamos numa sociedade de serviços, consequência inevitável do grau elevado de personalização e de interação dentro de um meio desregulamentado e competitivo, onde os consumidores tornam-se cada vez mais exigentes.” (TÉBOUL, 1990,p. 22) 2.1 – ENTENDENDO MELHOR O CONCEITO Segundo Lovelock, há duas definições que exterman a essência do marketing de serviços: 1) Serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte a outra, Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é essencialmente intangível e normalmente nã resulta em propriedade de nenhum dos fatores de produção. 2) Serviço são atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para cliente em tempos e lugares específicos, como decorrência da realização de uma mudança desejada no ou em nome do destinatário do serviço. Após o conceito dado para marketing de serviços, houve um aprofundamento sobre o tema e seus estudiosos passaram a investigar 22 o problema da qualidade dos serviços e seus conflitos. O ‘pai’ do tema falado afirma: “Os anos 80 foram marcados pela crescente insatisfação do cliente com qualidade dos produtos e serviços. Muitos problemas com os produtos industrializados diziam respeito ao mau atendimento no ponto da compra – a loja de varejo – e a dificuldade na solução de problemas, obtenção de reembolsos ou reparos após a venda. Com a crescente consciência de que a melhoria da qualidade era boa para os negócios e necessária para a competição eficaz, ocorreu uma mudança radical no pensamento. Noções tradicionais de qualidade (baseadas na conformidade com padrões definidos por gerentes operacionais) foram substituídas pelo novo imperatiivo de deixar a qualidade ser dirigida pelo cliente, o que trouxe enormes consequências para a importância do marketing de serviços e o papel da pesquisa junto aos clientes. Numerosas organizações de serviço têm investido em pesquisas para determinar o que os clientes desejam em cada dimensão do seriço, em programas de melhoria da qualidade destinados a entregar aquilo que os clientes almejam e na avaliação contínua do grau de satisfação dos clientes com a qualidade do serviço recebido .” (LOVELOCK, 2001,p.13-14) Para entender melhor o tema foi preciso buscar as primeiras pesquisas sobre esse assunto e fica claro que tudo começou quando tentaram diferenciar serviços dos bens, onde concentravam-se em quatro diferenças genéricas – intangibilidade, variabilidade, precibilidade do resultado e simultaneidade de produção e consumo. Para que nós, curiosos e estudiosos do assunto, possamos compreender melhor Lovelock listou as noves diferenças báscias entre marketing de serviços e bens específicos: 23 Figura 6: Diferenças Básicas entre Bens Específicos e Serviços • Os clientes não têm propriedade sobre os serviços; • Os produtos dos serviços são realizações intangíveis; • Há maior envolvimento dos clientes no processo de produção; • Outras pessoas podem fazer parte do produto; • Há maior variabilidade nos insumos e produtos operacionais; • Muitos serviços são de difícil avaliação pelos clientes; • Normalmente há uma ausência de estoques; • O fator tempo é relativamente mais importante; • Os sitemas de entrega podem envolver canais eletrônicos e físicos; Fonte: Lovelock, 2001, p.17 2.2 – MIX DE MARKETING DE SERVIÇOS APLICADOS NOS EVENTOS Os 4P’s estudados no tão famoso mix marketing, se transformam em 7P’s quando falamos de marketing de serviços. “Estes 7 elementos, denominados coletivamente os 7P’s do marketing de serviços, representam um conjunto de variáveis de decisão inter-relacionadas com que se defrontam os gerentes” (LOVELOCK & WIRTZ,2011,p.19) “ Eventos são acontecimentos criados e planejados para ocorrer em um lugar determinado e com espaço de tempo pré-determinado. Têm finalidades bastante específicas que visam a apresentação, a conquista ou a recuperação do público-alvo. Podem ser criados artificialmente, ocorrer espontaneamente ou, ainda, ser provocados. Os eventos se multiplicam em inúmeras atividades com características próprias. Mas, segundo seus objetivos, admitem algumas classificações.” (GOIDANICH;MOLETTA, 2000, p.09) 24 2.2.1 Elementos do produto “Gerentes devem selecionar os aspectos do produto principal” (LOVELOCK & WIRTZ,2011,p.19) Podemos classificar produto como o evento pronto. O encontro de pessoas seja ele de qualquer tipo, sua história, diferencial e benefícios oferecidos ao participante. 2.2.2 Lugar (praça) e hora O evento pode ocorrer em um hotel, centro de convenções, restaurantes, hospitais, lojas, casas de festas, etc. 2.2.3 Promoção e educação “Nenhum programa de marketing pode ser bem-sucedido sem comunicações eficazes” (LOVELOCK & WIRTZ,2011,p.19) A divulgação do evento pode ser feita através de anúncio na tv, rádio, panfletos, mala direta, internet, convites e outras possíveis fontes de mídia espontânea do evento. 2.2.4 Preço Nesse setor o preço é dado em troca dos serviços prestados. Ele pode ser por ação ou fechado. Ex: Cotas de patrocinio para um evento, desenvolvimento da ideia central, organização, secretaria, planejamento, etc. 2.2.5 Ambiente Físico Cenografia, paisagismo, mobiliário especial, quipamentos, sonorização, sinalização, material impresso dentro outros formam a identidade visual do evento. 2.2.6 Processo 25 “Um processo é o método e a sequência de ações no desempenho do serviço”. (LOVELOCK & WIRTZ,2011,p.20) Processo no caso do evento seria do planejamento ao fechamento do evento. Começando por captar o cliente, planejar, precificar, reservar, executar e fechar o mesmo. 2.2.7 Pessoas Fator principal em qualquer ação, não só em eventos, as pessoas são fatores importantes para o sucesso ou fracasso de um evento. “A qualidade do serviço é frequentemente avaliada com base em interações dos clientes com o pessoal da linha de frente”.(LOVELOCK & WIRTZ,2011,p.20) As empresas já conscientizaram que investir no funcionário com treinamento, motivação é a chave do sucesso para qualquer ação. Funcionário motivo é igual a empresa em destaque. 2.3 – QUALIDADE DOS SERVIÇOS “Produtividade e qualidade foram historicamente consideradas como questões para os gerentes de operações. Entretanto, os esforços contínuos para compreender e mlehorar a qualidade voltavam-se ao cliente e ao reconhecimento de que a qualidade é definida pelo cliente.” (LOVELOCK, 2001,p.102) A satisfação do cliente está diretamente ligada a qualidade do serviço prestado. Desde o primeiro atendimento, de como é tratado até o produto final. Há várias definições para o conceito de qualidade. Para a American Society for Quality Control: qualidade é a totalidade dos atributos e características de um produto ou serviço que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas. 26 Englobando o assunto temos que saber separar o que seria qualidade de conformidade e qualidade de desempenho. Mas a grande chave do sucesso é que ambas estejam unidadas para o sucesso do negócio. Nós profissionais de marketing, somos extremamente importantes, no processo da qualidade dos serviços. Pois somos nós que ajudamos diretamente a definir e entregar bens e serviços de alta qualidade a clientesalvo. Começando por identificar a real necessidade do cliente, passar o briefing correto ao planejamento, assegurar que o prazo de entrega esteja de acordo com o combinado, entrega e acompanhamento depois da entrega. O mesmo processo ocorre na área de eventos. O primeiro passao é a captação do cliente, seguindo pela identificação da necessidade, planejamento, prazo, entrega e acompanhamento. Figura 7: A qualidade percebida pelo cliente Fonte: Gianesi & Corrêa, 1994, p. 80 Motta (1995) destaca o que se constituia como inovador na década de 80 e, hoje, simplesmente visto como um requisito mínimo para ingressar em qualquer segmento de mercado. “A organização não pode parar de inovar, ficando de olho somente para o seu mercado interno. A comepetitividade é global, e o espectro da concorrência atinge a todos, independente de onde esteja a organização localizada e do que esteja produzindo.” 27 CAPÍTULO III O FUTURO DO MERCADO DE EVENTOS NO BRASIL Andrade (2007) ressalta que o avanço da tecnologia e da automação refletiu na redução do nível de empregos nos setores tradicionais da economia. Desta forma, o setor de serviços vem absorvendo esta mão de obra com uma participação relevante do setor de turismo, entretenimento e lazer. Desde 2003, o Ministério de Turismo, por meio da Embratur, atua no apoio à captação e promoção de eventos internacionais em parceria com os órgãos oficiais de turismo, Conventions & Visitors Bureau e associações de classe do país. Como resultado destas ações, e alicerçadas no potencial brasileiro no setor de negócios e eventos, as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Foz de Iguaçu sediam o maior número destes eventos respaldadas também pelos investimentos em infraestrutura e qualidade na prestação de serviços (LOHMANN, 2007). Confirmando o valor econômico do segmento de eventos no Brasil, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Federação Brasileira dos Convention & Visitors Bureaux (FBC&VB) relatam que há 400 empresas organizadoras de eventos, distribuídas em 120 cidades brasileiras, que realizaram um total de 330 mil encontros, em 1664 espaços, com a participação de 79,872 milhões de pessoas, gerando uma receita de R$ 37 bilhões, ou 3,1% PIB, gerando 2,9 milhões de empregos, diretos e indiretos, e uma arrecadação em impostos estimada em R$ 3,7 bilhões (MERCADO..., 2007). “ – O Sucesso do evento transfere-se para o sucesso da marca - As emoções do eventos são sentidas pelo consumidor como sendo emoções associadas ao consumo do produto e à marca - A percepção da grandeza do evento é entendida como sentimento de grandeza da marca - O sentimento de estar presente ao evento é suficiente para criar uma forte empatia entre cliente e-marca” (MELO NETO, 2003,p.101) 28 Se revisitarmos o início da história de eventos podemos notar o grande salto no setor. Segundo GIACAGLIA podemos notar principalmente: • Um crescimento astronômico em números do setor; • Um crescente grau em termos de complexibilidade que, ao que tudo indica, continuará a crescer; • O surgimento de novas modalidades de eventos, principalmente ligadas a utilizaçõa da Internet. Esse setor que cresce em torno de 7% ao ano, o que seria aproximadamente 28 mil novos eventos ao ano, hoje é olhado com outros olhos pelas empresas. O interesse no setor não fica apenas para os que querem divulgar sua mensagem, mas também pela rede hoteleira que fica com parte do lucro pois os eventos são responsãveis por parte de sua ocupação. “Um evento e muito mais do que planejamento, a programação, a execução e o monitoramento de uma sequência de atividades destinadas a um publico especifico e realizadas num local apropriado.Temos que pensar no evento como uma atividade econômica que gera uma serie de benefícios para as empresas patrocinadoras, para a cidade promotora do evento, para o comercio local, restaurantes e hotéis, e para a comunidade.” (MELO NETO, 2003,p.32) 29 CONCLUSÃO O marketing está muito mais presente do que se pensa no tema escolhido. Aplicado no evento ele vai do início ao fim. Do momento da captação, passando pelo convite, divulgação, ação, até o follow up final com a satisfação do cliente. Mais do que uma festa, evento é uma das maneiras mais eficazes de divulgação de um produto ou ideia. Ele aproxima o público do objetivo e gera sensação de fazer parte do todo, pois desta maneira de sente prestigiado e íntimo da empresa. Após o estudo desse trabalho fica claro afirmar que o composto de marketing é o fator mais importante na formatação e execução de um evento. A utilização dos conceitos de produto, praça, promoção e preço são decisivos no sucesso de uma empreitada comercial como a produção de festas, shows, espetáculos, congressos, feiras, simpósios, mostras dentre os diversos tipos de eventos existentes. Não podemos deixar de citar que há fatores externos, que não podem ser controlados pelo homem. Um dia chuvoso, uma data mal escolhida ou um caso fortuito podem prejudicar a execução de um evento. E estes, diferente do composto de marketing, não podem ser manipulados por nós produtores. Com o crescimento notório do setor, cerca de 28 mil novos eventos ao ano, as organizações estão criando seus próprios setores de eventos que são ligados ao marketing. Eles são capaz de enteder a essência, estar próximo ao cliente e criar vínculos com seus produtos e/ou marca. Concluimos então com base em diversas pesquisas que o evento como ferramenta de marketing é um fator agregador na imagem do país e agrega de maneira ética, transparente e respeitosa a uma ferramenta de geração de receita para país e de melhoria na qualidade de vida dos brasileiros. 30 ANEXO 1 Eventos internacionais crescem 400% em nove anos no Brasil http://www.portal2014.org.br Em 2011, Brasil sediou 239 congressos e convenções segundo o ICCA Brasil recebe Rio+20 em junho deste ano (crédito: Arquivo) Da redação - São Paulo - postado em 15/05/2012 16:25 h - atualizado em 15/05/2012 16:28 h O número de eventos internacionais sediados pelo Brasil cresceu 390% nos últimos nove anos. De acordo com relatório da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, na sigla em inglês) divulgado nesta semana, o país recebeu 239 eventos no ano passado, crescimento expressivo na comparação com os 62 eventos sediados em 2003. O levantamento mostra ainda que 2011 foi o melhor ano do Brasil na captação de congressos e convenções internacionais. O país é o sétimo no ranking mundial e o único sul-americano na lista dos 20 maiores do setor. O ranking é liderado pelos Estados Unidos, que recebeu 759 eventos internacionais no ano passado. Em seguida vêm Alemanha, Espanha, Reino Unido, França e Itália. Depois do Brasil, aparecem China, Holanda e Áustria. 31 ANEXO 2 Vocação para grandes eventos Dos 170 eventos internacionais na América do Sul em 2010, São Paulo sediou 140, mais de 82% do total http://www.portal2014.org.br Olimpíada levou à renovação da infraestrutura londrina (crédito: Divulgação) Walter Feldman - São Paulo - postado em 11/01/2012 14:51 h - atualizado em 11/01/2012 14:54 h As economias do Brasil e do mundo estão se transformando rapidamente. Passamos a Inglaterra e agora somos a sexta maior economia do planeta. É um fato para se comemorar. Precisamos estar cientes, portanto, dos desafios que devemos superar, mantendo um ritmo de crescimento sustentável e, principalmente, ampliando os benefícios para a população. Dentro desse contexto, São Paulo é uma cidade-chave para nos posicionarmos no mercado internacional. Somos a maior e a mais rica cidade da América Latina e necessitamos nos reinventar constantemente para continuarmos competitivos, buscando sem tréguas melhor qualidade de vida. Isso significa melhorias na infraestrutura e uma economia mais dinâmica e limpa. Os grandes eventos se transformaram em uma de nossas principais atividades. Podemos nos destacar como um dos principais polos de eventos e negócios do mundo. Para se ter uma ideia, faturamos em 2010 R$ 18 bilhões nesse setor. Dos 170 eventos internacionais da América do Sul, São Paulo sediou 140. Nesta década, apenas 50 grandes eventos mundiais vão movimentar mais de US$ 200 bilhões. "Devemos também aproveitar obras como o Itaquerão para recuperar a região leste e deixar um legado para população local" Essas mega-atividades culturais e de entretenimento também estimulam outros segmentos, como o turismo e os novos empreendimentos, sem contar a geração de milhares de empregos para profissionais de múltiplas áreas. Além do mais, elas melhoram a infraestrutura do município, sendo capazes de recuperar bairros ou regiões inteiras. Tudo isso já é realidade em Londres e, em razão disso, aceitei a missão de ficar seis meses trabalhando para São Paulo no Reino Unido como secretário especial da prefeitura. Londres e São Paulo, assim como o Reino Unido e o Brasil, merecem atenção em relação às suas semelhanças, pois iremos disputar esse novo filão da economia. Nós também poderemos realizar em São Paulo o que os ingleses estão fazendo. Eles investem no desenvolvimento tecnológico voltado para a produção inteligente e criativa, planejando assim um aumento de 30% na sua balança comercial após os Jogos Olímpicos de 2012. Eles cuidam da publicidade com grande atenção e profissionalismo, porque entendem que os grandes eventos conquistam espaço abundante e espontâneo na mídia, suficiente para relançá-los como protagonistas na economia mundial. Ao pedir a exoneração da Secretaria de Grandes Eventos ao prefeito Gilberto Kassab, propus extingui-la e continuar o desenvolvimento do projeto de uma forma transversal, utilizando as secretarias de Relações Internacionais e de Desenvolvimento Econômico, além da SPTuris, que já realiza um excelente trabalho na área. Devemos também aproveitar obras como o Itaquerão para recuperar a região leste e deixar um legado para população local. Podemos fazer isso turbinando a economia local e melhorando a qualidade de vida com a construção de parques, ciclovias, escolas e creches. "Essas mega-atividades culturais e de entretenimento também estimulam outros segmentos, como o turismo e os novos empreendimentos" A experiência em Londres não significa um exemplo apenas para São Paulo e para o Rio de Janeiro, mas para o Brasil. Para realizarmos a Copa do Mundo e a Olimpíada com perfeição, é obrigatório termos governança, ética, 32 transparência, planejamento estratégico, orçamento fixo, projetos executivos e compreensão do legado. Apresentei um relatório com mais de mil páginas para avançarmos nessas ações que estão em andamento. Seguirei contribuindo com esta meta na Câmara Federal, onde reassumi o mandato em janeiro. A capital paulista tem um privilegiado posicionamento geopolítico e uma infraestrutura completa. A Copa e os Jogos Olímpicos são oportunidades únicas não só para São Paulo e o Rio, mas para o Brasil dar um salto definitivo para se tornar uma potência econômica. Megaeventos como esses certamente podem favorecer o nosso futuro. *Walter Feldman, 57, médico, é deputado federal (PSDB) e ex-secretário especial de Articulação para Grandes Eventos da Prefeitura de São Paulo 33 ANEXO 3 Como medir a qualidade dos serviços Marcelo Miyashita, 3 de julho de 2008 http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/como-medir-a-qualidadedos-servicos/23763/ Como ocorre em produtos, é necessário também criar um bom programa de qualidade em prestação de serviços, que meça a sua eficiência operacional e a satisfação do cliente. Para isso, é preciso compreender as diferenças entre produtos e serviços. Produtos são físicos, tangíveis e produzidos, portanto, sua medição de qualidade pode ser realizada por meio de testes internos e com uso de equipamentos. Já serviços são atos intangíveis e prestados por pessoas a todo momento. O controle dos serviços pode ser feito em testes internos, via avaliações no treinamento das pessoas, mas esses resultados não são garantia de qualidade na hora da verdade. E nem garantem que os serviços serão sempre prestados no mesmo nível planejado. Serviços, mais do que produtos, sofrem muitas influências que afetam o padrão de qualidade: as pessoas, a cultura da empresa em relação aos clientes e o trato com funcionários, a liderança praticada por cada gestor da linha de frente e, lógico, os diversos perfis de clientes com suas opiniões e necessidades diferentes. Fundamental no caminho rumo à qualidade total em serviços é compreender a satisfação do cliente. E medi-la constantemente via controles gerenciais, enquetes, questionários e, principalmente, pesquisas estruturadas - justamente o que menos se faz. E qualquer empresa, de qualquer tamanho, pode promover pesquisas de satisfação de clientes. Há uma mística sobre esse tema, normalmente pensa-se em pesquisas quantitativas complexas que demandam grandes investimentos. O ponto é que é muito simples realizar, por exemplo, uma pesquisa via entrevistas individuais com clientes, que fornecerá informações valiosas sobre a qualidade dos serviços. Primeiro, deve-se definir que clientes serão entrevistados. Se a sua empresa atende a muitas pessoas, escolha os clientes habituais e convide-os para uma entrevista. Por consumirem com freqüência, eles têm uma opinião mais clara sobre os seus serviços, conhecem as qualidades importantes e sabem distinguir o que é bom e o que não é. E o que são essas qualidades? São os adjetivos, os atributos que, na visão dos clientes, são fundamentais para as suas satisfações. Por exemplo, no atendimento de balconistas, as qualidades podem ser: simpatia, atenção, conhecimento, rapidez, vestimenta e até higiene. Depois de identificadas as qualidades, precisamos que os pesquisados ordenem a importância de cada uma. Aparentemente, “simpatia” e “atenção” são mais relevantes, mas, dependendo do negócio, qualidades como “rapidez” e “conhecimento” podem ser decisivas na visão dos clientes. 34 E, para terminar, levantamos notas, avaliações de cada item. Como resultado, a empresa identificará com mais clareza suas qualidades e seus desempenhos. No caso do balconista, se a vestimenta for uma qualidade importante para os clientes e a nota for baixa, para aumentar a satisfação, será preciso melhorar a qualidade do uniforme. Muitas informações valiosas sobre os seus serviços podem ser captadas por entrevistas individuais periódicas. Há muitas técnicas de medição de qualidade e o ideal é encontrar o conjunto mais adequado ao seu negócio. Indico um livro interessante: Qualidade total em serviços, de Alexandre Luzzi Las Casas (Editora Atlas). Implante um processo de pesquisa nos serviços, ele vai apresentar caminhos e direcionar suas decisões, além de ajudar na melhoria do padrão de qualidade, que deve ser a busca contínua de qualquer empresário que tenha nos serviços sua vantagem competitiva. 35 ANEXO 4 Eventos: a peça chave na melhoria da ambiência das organizações e integração social. Por: Ana Carolina Barbosa Nicolau http://www.webartigos.com/artigos/eventos-a-peca-chave-na-melhoria-da-ambienciadas-organizacoes-e-integracao-social/21378/ O enfoque deste artigo é procurar compreender o planejamento e organização dos eventos, posicionando o profissional de relações públicas no nível institucional das organizações. A comunicação, assim como as várias esferas do conhecimento, vem sendo alterada constantemente ao longo do tempo. As modificações no dia-a-dia dos públicos de interesse, as estratégias e inovações tecnológicas fazem-se presentes também nas corporações. A grande concorrência e as variações aceleradas colaboraram para distinguir a organização dos concorrentes ajudando-as na sua sobrevivência, colaborando para o fortalecimento de uma imagem positiva, pautada em uma identidade manipulada de maneira consciente, responsável e coerente com seu papel social. Hoje, o planejamento estratégico das organizações não pode ser idealizado de forma isolada das estratégias de comunicação. Além disso, o evento é um instrumento de comunicação dirigida que tem um dos maiores poderes de aprimorar o relacionamento com os públicos de interesse. Melo Neto (1998) garante que o evento quando é compreendido como uma ferramenta estratégica, além de provocar a consciência e fidelização de um produto também cria e amplia a confiabilidade das empresas. Neste contexto, abordaremos neste artigo o uso dos eventos como instrumento de comunicação dirigida voltado à melhoria da ambiência e integração social. O evento, como instrumento de comunicação dirigida, quando utilizado de maneira correta, colabora diretamente na incorporação de políticas dos negócios e valores políticos. Penteado (1999) assegura que a organização de eventos é um dos instrumentos de comunicação dirigida menos estudados, apesar das diversas iniciativas bem-sucedidas na maioria dos casos dão executados de forma amadora e não planejada. Em geral, as empresas não realizam planejamento de eventos como um instrumento de comunicação dirigida. Isto se deve principalmente pela desinformação. Grande parte dos gestores desconhece que os eventos quando bem executados podem fortalecer a imagem da 36 empresa perante seus públicos. Podemos afirmar que planejar um evento é fator primordial para o sucesso do mesmo. Pretendemos apontar as ações do profissional de relações públicas como fator estratégico no relacionamento com seus públicos. O desenvolvimento das empresas ocorre a partir da melhoria do seu funcionamento e este é resultante de ações de gestão eficazes. O gestor é o profissional responsável pelo bom funcionamento da organização, com isso os colaboradores acabam mantendo o foco no sentido de um objetivo mútuo. A partir de estímulos, passam a existir condições que motivam a equipe para que os processos de trabalho aconteçam da maneira esperada. Assim, quando os valores humanos e compromisso social são referenciados, fazem com que o grupo seja induzido a pratica do espírito de equipe. Com as modificações estruturais da sociedade, as empresas seguiram estas tendências e adotaram novos formatos de gerir seus colaboradores. Bayma (1997) afirma que os estudos sobre gestão moderna levam em conta esta flexibilidade de estruturação como um dos fatores preponderante para a sobrevivência organizacional frente às turbulências e grande competitividade do mercado atual. Os relacionamentos da organização com seus mais diversos públicos implicam no direcionamento de seus diálogos de acordo com os interesses e anseios de cada perfil. O planejamento direcionado à imagem organizacional tem sido uma prática constante adotada nas empresas, visto que gera mais lucro do que a sua ausência. Os eventos, quando aliados a este planejamento contribuem significativamente neste contexto. A comunicação pode ser compreendida de duas formas distintas: como um conjunto de estratégias aplicadas por uma organização com o intuito de difundir informações e também como um processo comunicativo existente em todas as relações sociais. Enquanto sistemas sociais, as organizações têm na comunicação a condicionante para seu funcionamento, visto que as informações relativas ao processo de trabalho são gerenciadas e podem ser racionalizadas pela força de trabalho quando bem difundidas. A falta da comunicação, em diversos casos, é apontada como um dos principais agravantes na execução de diversos processos. Quando bem executado, o processo de comunicação caracteriza-se como um dos mais importantes elementos do sistema de gestão empresarial, impactando positivamente na produtividade, satisfação, motivação entre outros. O processo de comunicação vem sendo instrumentalizado com o avanço das tecnologias de informação. Este método cria uma infinidade de possibilidades na interação entre as pessoas, favorecendo a disseminação de 37 práticas e ideias. Porém, o uso da comunicação meramente instrumentalizada pode favorecer a liderança e distanciar o relacionamento interpessoal. O evento é definido pelo dicionário Aurélio (2004) como "acontecimento, sucesso". Melo Neto (2004) diz que o evento é um julgamento de domínio amplo. Tudo pode ser considerado evento. Desde palestras, cursos, shows, competições esportivas entre outras atividades. Vale lembrar que o evento mencionado neste estudo trata-se de uma ferramenta de relações públicas. Cesca (1997) assegura que para as relações públicas, o evento executa o projeto devidamente planejado de um acontecimento, objetivando manter, elevar ou reconquistar o conceito de uma organização junto ao seu público de interesse. A comunicação integrada em uma empresa quando bem conduzida pode melhorar a produção de seus serviços/produtos, além de contribuir para uma melhor estruturação da organização frente às constantes reivindicações do mercado. Hoje, o institucional e o mercadológico andam juntos e exclusivamente acompanhando esta tendência se consegue sobreviver no mercado atual. A satisfação dos anseios e necessidades dos clientes é, em geral, priorizada. Porém, a empresa que consegue entender a importância dos colaboradores neste processo cativa e motiva e, com isso, este público sente-se comprometido com os objetivos da organização, tornando-se importantes aliados. A força de trabalho que está envolvida no processo, seguramente sente-se mais motivada. Quando os colaboradores conseguem entender a sua importância na execução da melhora de algo que lhes é significativo, ficam aptos a se envolverem e aceitam mais as ações delegadas pelo planejamento de endomarketing. Portanto, o evento quando inserido como estratégia de comunicação deve ser compreendido como o planejamento e execução de ações com objetivos, metas e ações bem delineadas. Giacaglia (2006) aponta que as empresas que participam e organizam eventos para seus colaboradores obtém um forte estreitamento em suas relações. Vale ressaltar que os eventos sempre devem estar alinhados aos planos de comunicação no qual fazem parte. O uso de pesquisas de opinião e observações, ao final de cada evento, o relações-públicas consegue obter o feedback dos participantes envolvidos nas programações. Estes fatores são importantes para a implementação de melhorias e ajustes no desempenho das atividades de planejamento e realização de eventos. 38 Ouse, experimente solenizar no ambiente organizacional a partir de agora, certamente a força de trabalho passará a incorporar as mudanças e seguirão de maneira mais fácil tais modificações visto que os objetivos ficarão mais explícitos e a importância dos fatos poderá ser sentida. Os maiores porta-vozes das organizações são os colaboradores, estes são responsáveis pela formação da imagem corporativa, visto que são multiplicadores de opinião. Para que isto aconteça com harmonia, é primordial que o processo de comunicação consiga suprir as expectativas da força de trabalho, constituindo um clima de credibilidade e confiança. 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALLEN, J. Organização e gestão de eventos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. LOVELOCK, Christopher; WIRTZ, Jochen. Marketing de Serviços: pessoas, tecnologia e resultados, 5 ed Sao Paulo: Prentice Hall Brasil, 2006. . BRITTO, Janaína.; FONTES, Nena. Estratégias para Eventos – uma ótica do Marketing e do Turismo. São Paulo: Aleph, 2002. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing: a bíblia do marketing. 12 ed. Sao Paulo: Prentice Hall Brasil, 2007. MARTIN, Vanessa; Manual prático de eventos. São Paulo: Atlas, 2007 MATIAS, Marlene. Organização de Eventos: procedimentos e técnicas. São Paulo: Manole, 2001. MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing de Eventos. 4. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de organização de eventos: planejamento e operacionalização. São Paulo: Cengage Learning, 2006. GIACAGLIA, Maria Cecilia. Gestão estratégica teoria,prática,casos,atividades. São Paulo: Atlas, 2011. de eventos: 40 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 6 METODOLOGIA 7 SUMÁRIO 8 INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I Fundamentação Teórica – O que é um evento 10 1.1 – Eventos 11 1.2 – Classificação de Eventos 12 1.3 – Marketing de Eventos 15 1.4 – Gestão de Eventos 18 CAPÍTULO II Marketing de Serviços – A integração com outras funções 21 2.1 – Entendendo melhor o conceito 21 2.2 – Mix de Marketing de serviços aplicado em eventos 23 2.3 – Qualidade dos Serviços 25 CAPÍTULO III O futuro do mercado de eventos no Brasil 27 CONCLUSÃO 29 ANEXOS 30 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 ÍNDICE 40