Relatório Final da Conferência Setorial de Mulheres Rurais Data: 02 e 03 de julho de 2013 – Brasília - DF 1 Apresentação Esse documento apresenta o resultado dos debates e propostas aprovadas na Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais*. A Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais teve o objetivo de aprofundar as propostas de políticas públicas para Mulheres Rurais* e ser um instrumento de mobilização, visando efetivar a paridade de gênero na II Conferencia Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CNDRSS). Juntamente com a paridade, buscou fortalecer a participação das mulheres na elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Durante os dois dias de conferência, as representantes de movimentos sociais e de mulheres, redes, organizações e governo discutiram os eixos temáticos previstos previstos para a II CNDRSS e aprovaram 10 propostas que serão encaminhadas à Conferência Nacional, que acontece no mês de Outubro. O evento foi coordenado pela Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais* (DPMR) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pelo Comitê de Mulheres do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf). A Conferência aconteceu, entre os dias 2 e 3 de julho de 2013, no Centro de Eventos e Treinamento da CNTC – Endereço - W5 - SGAS, 902, Bloco C, em Brasília, Distrito Federal. *De acordo com a lei nº 11326/2006, que regulamenta a Política Nacional de Agricultura Familiar, as mulheres rurais compreendem: silvicultoras; aquicultoras e pescadoras artesanais; extrativistas; indígenas, quilombolas e mulheres de demais comunidades tradicionais; além de assentadas da Reforma Agrária. 2 Agenda de trabalho realizada O primeiro dia da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais* contou com uma solenidade de abertura, seguida de um painel e duas mesas de debates, que serviram como preparação para os trabalhos em grupo que aconteceram no dia 3. Mais de cem representantes de mulheres rurais* de todo o país estiveram em Brasília para debater com o Governo Federal o fortalecimento das políticas públicas e o papel das trabalhadoras no desenvolvimento rural e sustentável. O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e a Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), Eleonora Menicucci, participaram da solenidade de abertura, que contou ainda com a presença da Presidenta em exercício do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Erika Borges, e da Diretora de Políticas para Mulheres Rurais* do MDA, Karla Hora. A Secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alessandra Lunas, e a representante da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Fetraf), Maria Eliana Lima, representaram a sociedade civil. A embaixadora do México, Beatriz Elena Paredes Rangel, também compôs a mesa de abertura. Logo após a fala das autoridades, aconteceu o painel de abertura, que teve como tema “A Construção da Igualdade no Desenvolvimento Rural Sustentável” e apresentou elementos da Economia Feminista e Solidária e da construção de estratégias para superação da desigualdade entre mulheres* e homens no campo. Participaram do painel: Nalu Faria, da Marcha Mundial das Mulheres; Cecília Bernardi, pesquisadora e técnica da Emater/RS; Rosangela Piovizani, do Movimento de Mulheres Camponesas e Karla Hora, Diretora de Políticas para as Mulheres Rurais* do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). 3 Após o painel, as participantes analisaram e aprovaram o regimento da Conferência Setorial. A apresentação do regimento foi feita por Eduardo Valdoski Ribeiro, membro da equipe de mobilização da II Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CNDRSS) e Isolda Dantas, Coordenadora Geral de Acesso à Terra e Cidadania da Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário. No período da tarde foram realizadas duas mesas que abordaram temas essenciais para as discussões em curso: agricultura familiar e reforma agrária. A primeira mesa intitulada “Mulheres e o fortalecimento da Agricultura familiar com gestão territorial e participação social”, teve como objetivo apresentar os principais pontos do texto referência da II CNDRSS relativos aos eixos 1, 3 e 4, que são respectivamente: “Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental do Brasil Rural e Fortalecimento da Agricultura Familiar e da Agroecologia”, “Abordagem Territorial como Estratégia de Desenvolvimento Rural e Promoção da qualidade de vida” e “Gestão e Participação Social”. A coordenação ficou a cargo da Coordenadora Geral de Organização Produtiva e Comercialização da DPMR/MDA, Renata Leite. A segunda mesa “Mulheres na Reforma Agrária e a Democratização do Acesso à Terra e aos Recursos Naturais”, onde foram apresentados os principais elementos do texto referência, relativos ao eixo 2, encerrou as atividades do primeiro dia. O eixo 2 trata desse assunto no âmbito geral. A coordenação desta mesa foi feita por Raimunda Mascena, representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Durante o jantar houve a apresentação cultural do grupo de música regional “Chinelo de Couro”, formado apenas por mulheres, que interpretou clássicos de vários ritmos nordestinos como forró tradicional, coco e embolada, entre outros. 4 O segundo e último dia da Conferência foi dedicado aos trabalhos em grupo e à plenária final. A coordenadora de Acesso à Terra e Cidadania da DPMR/MDA, Isolda Dantas, iniciou os trabalhos com as principais orientações para as atividades do dia e a divisão dos grupos de trabalho. Ao final da plenária, após aprovadas as 10 propostas a serem encaminhadas à II CNDRSS, as mulheres rurais* decidiram que o lema delas na Conferência será: PARIDADE NO ATENDIMENTO DA ATER – entendendo que 50% do público beneficiário da ater devem ser de mulheres. 5 Propostas debatidas e apresentadas nos grupos de trabalho Com foco no eixo Autonomia das Mulheres Rurais*, foram organizados quatro grupos de trabalho, de acordo com os eixos do documento de referência da CNDRSS. As participantes aproveitaram a ocasião para aprofundar os temas levantados, anteriormente, no painel e nas mesas de debate. Os eixos Promoção do Etnodesenvolvimento e Autonomia e Emancipação da Juventude Rural foram debatidos transversalmente. Grupo 1/ Eixo 1 - Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental do Brasil Rural e Fortalecimento da Agricultura Familiar e Agroecologia: - Reafirmação, por parte da ANATER, dos princípios e público prioritários da PNATER, garantindo a participação das mulheres* nos espaços de gestão e controle social, e a continuidade dos serviços de ATER para mulheres*, com ampliação dos prazos de execução e efetiva incorporação da agroecologia pelas prestadoras de ATER; - Garantia e efetivação das ações do Plano de Agroecologia para mulheres* e jovens, com destaque para capacitação e fomento para produção agroecológica, fortalecimento e ampliação das ações de: Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), infraestrutura, capacitação, e apoio à produção e comercialização de sementes crioulas; - Revisão e readequação do PRONAF Mulher para garantir e ampliar o acesso das mulheres*, com recursos sob o risco da União, por meio da metodologia do microcrédito orientado para todo o país e da desburocratização do sistema de crédito e financiamento; 6 - Criação de territórios livres de transgênicos e agrotóxicos, e proibição da pulverização aérea de agrotóxicos em todo o país; - Revisão e adequação do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), reconhecendo a diversidade dos modos de produção e agroindustrialização artesanal, e padronização dos critérios de acesso aos programas de compras governamentais; - Revisão dos critérios de acesso e qualificação da DAP, reconhecendo as mulheres*, os povos e comunidades tradicionais como sujeitos de direitos; da multifuncionalidade da agricultura familiar e camponesa, por meio da criação de um grupo de trabalho composto por órgãos do governo federal, movimentos de mulheres rurais* e movimentos sociais do campo; - Ampliação e qualificação das metas de atendimento de mulheres rurais* e suas organizações pelas políticas públicas, garantindo: ações de socialização do trabalho doméstico e de cuidados; 50% de participação das mulheres* no público atendido; 30%, no mínimo, dos recursos aplicados destinados a atividades específicas para mulheres*; obrigatoriedade de recreação infantil em atividades coletivas; e oferta de equipamentos de lazer e educação infantil no meio rural; - Implantação de uma educação do campo, contextualizada, de base ecológica, destacando a agroecologia e o acesso e uso racional da água, a fim de se estabelecer processos produtivos com equilíbrio ambiental; - Criação de programas que garantam a geração de renda nas comunidades indígenas e quilombolas, a partir da produção de alimento de base agroecológica, com foco nas mulheres* que são público do Programa Brasil Sem Miséria (PBSM); 7 - Fortalecimento do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais*, com ampliação de ações de promoção da agroecologia e agregação de valor para a produção das mulheres, com apoio a infraestrutura para atividades de processamento e agroindustrialização; - Ampliação do fomento à produção de estudos, pesquisas e publicações sobre as mulheres rurais*; - Garantia e efetivação do direito de acesso à carteira de pesca pelas mulheres* que beneficiam o pescado, bem como a divulgação da legislação pertinente; - Garantia de condições para participação das mulheres* da sociedade civil no planejamento, monitoramento e avaliação dos mutirões do PNDTR nos estados e municípios, custeando: deslocamento, alimentação e hospedagem; - Exclusão das cisternas de plástico e ampliação dos programas Um milhão de cisternas rurais (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), com a participação das mulheres*, viabilizando a captação e armazenamento de água para as unidades produtivas dos grupos; - Garantia e ampliação dos instrumentos voltados para a qualificação profissional para jovens mulheres rurais*, com acesso a crédito, apoio à produção, fortalecimento do empreendedorismo juvenil e orientação para o mercado de trabalho; O Grupo 2 / Eixo 2 - Reforma Agrária e Democratização do Acesso à Terra e aos Recursos Naturais e Agroecologia: - Combate à violência contra as mulheres rurais* por meio da criação de mecanismos de punição aos homens agressores, impedindo-os de acessarem 8 políticas públicas, tais como: acesso à terra, crédito, ATER/ATES, compras públicas, etc; - Integração das políticas de desenvolvimento do Incra, para o atendimento específico de assentadas nas ações de: ATES, Crédito Instalação, Programa de Agroindústria, Programas de compras públicas, etc, de modo a garantir: paridade no atendimento entre homens e mulheres;: com aplicação de, no mínimo, 30% dos recursos para atividades com mulheres*; equipes multidisciplinares formadas por mulheres*; e metodologias específicas que promovam a autonomia das assentadas; - Garantia e ampliação do acesso aos recursos hídricos para as mulheres*, incluindo a água para consumo e para produção (trabalho agrícola e doméstico), usando tecnologias sociais sustentáveis e solidárias, de acordo com a realidade local; - Garantia do cadastro das mulheres acampadas no CadÚnico, para possibilitar o acesso às políticas públicas (municipal, estadual e federal), dando prioridade às mulheres* chefes de família no processo de seleção para assentamentos. - Incentivo e formação de parcerias entre os entes federativos (Governo Federal, Estadual e Municipal) na implementação de ações voltadas às mulheres rurais*, para ampliação de oferta e alcance das políticas públicas; - Ampliação da participação e controle social das mulheres* indígenas no processo de governança fundiária e demarcação das áreas indígenas; - Ampliação do acesso das mulheres ao Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), garantindo o selo PNCF Mulher para todas as beneficiárias, com oferta 9 de assistência técnica, incorporando metodologias específicas para as mulheres* e ampliando os recursos a partir das realidades locais e regionais; - Democratização do acesso à terra, de forma a garantir: o acesso à terra às jovens mulheres*, às acampadas, extrativistas e quebradeiras de coco babaçu; a permanência das mulheres* como titulares da terra (Reforma Agrária e PNCF), com medidas de proteção em casos de violência, separação ou óbito do companheiro; a demarcação de áreas quilombolas e indígenas; e a regularização fundiária das terras, priorizando a titularidade das mulheres*, com isenção de taxas cartoriais e entrega imediata dos títulos; - Efetivação da regularização fundiária das terras, priorizando a titularidade das mulheres, com isenção de taxas cartoriais e com entrega imediata dos títulos; - Garantia do acesso à terra e às políticas públicas de desenvolvimento para as jovens mulheres, buscando o fortalecimento da sucessão rural e da agricultura familiar camponesa; - Elaboração de um novo Plano Nacional de Reforma Agrária no qual seja estabelecido o planejamento operacional e financeiro para ser executado em cada etapa do processo, desde o acesso à terra até a consolidação das políticas públicas, em conjunto com o desenvolvimento social, ambiental, cultural, político e de igualdade de direitos para as mulheres; - Criação, manutenção e reabertura de escolas de educação infantil (creches) e ensino fundamental no meio rural, tendo como princípio a educação do campo, com oferta de período integral; - Readequação dos marcos e normativos, de forma a atender as necessidades da agricultura familiar e camponesa na produção agroecológica, com punição dos 10 grandes produtores convencionais que contaminam essa produção, através do uso de agrotóxicos; - Readequação dos marcos e normativos da vigilância sanitária, de modo a atender as especificidades de grupos produtivos de mulheres, fortalecendo os processos de comercialização, com ênfase nos mercados institucionais e feiras locais, estaduais e nacionais; - Realização de pesquisas sobre a situação sócio econômica das mulheres rurais*, para qualificar as políticas públicas; - Adequação do documento de identificação da agricultura familiar (DAP/CAR), de forma a reconhecer e visibilizar as mulheres* como agricultoras, permitindo a sua autonomia e seu amplo acesso aos seus direitos e às políticas públicas; - Criação de uma assessoria/divisão de mulheres|* no INCRA, para garantir o acesso das mulheres ao conjunto das políticas públicas; - Reestruturação do PRONAF Mulher, simplificando e desburocratizando o acesso; tornando-o risco da união; adotando a metodologia do microcrédito, não vinculando-o ao pagamento de outras linhas do Pronaf já acessadas pela família; Grupo 3 / Eixo 3 - Abordagem Territorial como Estratégia de Desenvolvimento Rural e Promoção da Qualidade de Vida: - Participação de, no mínimo, 50% de mulheres nos colegiados territoriais e demais espaços de gestão e controle social, priorizando as diversas organizações de mulheres rurais*; garantindo meios necessários para esta participação e incentivando a participação das mulheres jovens; 11 - Fortalecimento e /ou constituição dos comitês de mulheres nos colegiados territoriais, com articulação e formação/capacitação das mulheres rurais* para participação nesses colegiados e por diversos espaços de gestão e controle social; - Garantia da documentação e direitos das mulheres* de acordo com suas especificidades, com destaque para ações concentradas para emissão de documentação jurídica (DAP, Bloco de notas, CNPJ, Nota fiscal, entre outras); - Garantia de creche e escolas de educação infantil no meio rural, ampliação da recreação infantil nas ações ofertadas pelas políticas públicas para socialização do trabalho doméstico e de cuidados, potencializando a participação das mulheres* nos espaços de gestão e controle social, na produção e comercialização; - Destinação de, no mínimo, 30% de todos os recursos sob a responsabilidade dos colegiados territoriais (custeio e infraestrutura) para os projetos produtivos das mulheres rurais*, priorizando projetos de mulheres quilombolas e indígenas; - Ampliação do salário maternidade para as mulheres rurais* de 4 para 6 meses; - Articulação e execução integrada das ações/programas dos diferentes ministérios que envolvam as mulheres rurais* nos espaços de gestão de controle social (conselhos/colegiados); - Estímulo à priorização, pelos colegiados territoriais, do debate sobre legislação e normas, buscando sua adequação e efetividade, considerando a diversidade das realidades e experiências desenvolvidas pelas mulheres* na produção; Grupo 4 / Eixo 4 - Gestão e participação social: 12 - Garantia, na emissão da DAP, de uma identificação individual para cada membro da família, assegurando o controle social e o acesso às políticas públicas das mulheres e jovens; - Garantia e fortalecimento de instrumentos que possibilitem a participação das organizações de mulheres via editais, chamadas públicas e outras formas, que promovam a intersetorialidade e a garantia de recursos, para propiciar a participação das mulheres das bases nos espaços de construção das políticas, incluindo recursos de deslocamento e outros; - Garantia da realização de campanhas educativas permanentes para a erradicação da violência contra as mulheres rurais, indígenas, quilombolas, pescadoras, ribeirinhas, marisqueiras, camponesas e povos e populações tradicionais, e para a desnaturalização do trabalho reprodutivo e valorização do trabalho produtivo das mulheres; - Implementação de políticas estruturantes - à exemplos de creches, escolas, EFA, socialização do trabalho doméstico, assistência técnica qualificada e espaços de recreação infantil no meio rural e em outros espaços externos, que valorizem o modo de vida do campo, garantindo maior participação das mulheres em espaços públicos de discussão, bem como a qualificação das estruturas técnicas das entidades públicas e privadas, para assegurar o acesso das mulheres às políticas públicas, por meio de formações continuadas e criação de manuais informativos para as entidades financeiras e instituições de assistência técnica, para conscientização da importância da Economia Feminista, sobre a desigualdade de gênero, geração, raça e etnia; - Articulação dos Conselhos Municipais com os Conselhos Territoriais de Desenvolvimento Rural e os Comitês de Mulheres, fortalecendo e repensando a 13 estratégia de desenvolvimento rural. Assegurando e garantindo na composição dos Conselhos (Condraf e Consea) a participação de 30% de representações das organizações de mulheres, e a paridade de gênero nos Conselhos Municipais e Territoriais, assegurando a capacitação e formação política para as mulheres rurais que ocupam esses assentos, para participarem igualitariamente e de forma qualificada; - Estimulo à paridade de gênero nos órgãos de execução das políticas públicas e nas instituições públicas; - Efetivação da Reforma Agrária no Brasil para ampliação da produção agroecológica dos povos, em detrimento do agronegócio, e consequente ampliação da participação das mulheres; - Criação, implementação e ampliação das políticas públicas de saúde, educação, assistência social, cultura e lazer para atender as necessidades geracionais de mulheres no meio rural; 14 Propostas aprovadas na plenária final e encaminhadas à II CNDRSS Os resultados dos trabalhos em grupo, submetidos à Plenária Final do encontro, foram reunidos em 10 propostas, descritas a seguir, que serão apresentadas nas conferências regionais e na II CNDRSS, como proposições para o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Propostas das Mulheres Rurais* para a II Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CNDRSS) 1. Reforma Agrária e Acesso à Terra: Democratização do acesso à terra e aos recursos naturais para as mulheres rurais*, de forma a: A) Garantir o acesso à terra às jovens mulheres do campo e da floresta, às acampadas, extrativistas e quebradeiras de coco babaçu; B) Garantir a permanência das mulheres rurais* como titulares da terra (Reforma Agrária e Programa Nacional de Crédito Fundiário), com medidas de proteção em casos de violência, separação ou óbito do companheiro; C) Demarcar e homologar as áreas indígenas e regularizar as áreas quilombolas; D) Garantir a regularização fundiária das terras, priorizando a titularidade das mulheres rurais*, com isenção de taxas cartoriais, com entrega imediata dos títulos; E) Garantir o controle social das mulheres indígenas no processo de governança fundiária, demarcação e homologação das áreas indígenas; F) Ampliar o acesso das mulheres ao Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), garantindo o selo do PNCF Mulher para todas as beneficiárias, com 15 oferta de assistência técnica, incorporando metodologias específicas para as mulheres rurais*. 2. Participação social: Qualificação e fortalecimento da participação das mulheres rurais* nos espaços de controle e concertação social, de forma a: A) Garantir a participação de no mínimo 50% de mulheres rurais* nesses espaços; B) Garantir a participação de no mínimo 30% de organizações de mulheres rurais*, especialmente no Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e Conselhos Territoriais; C) Assegurar capacitações, formações e condições para viabilizar essa participação (hospedagem, alimentação, transporte); D) Articular os conselhos municipais, territoriais de desenvolvimento e comitês de mulheres. 3. Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER): Afirmação dos princípios e do público prioritário da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) pela Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER), garantindo a participação das mulheres rurais* nos espaços de gestão e controle social; a continuidade e regularidade nos serviços de ATER para mulheres, com ampliação dos prazos de execução e efetiva incorporação da agroecologia pelas prestadoras de ATER. 4. Agroecologia: 16 Garantia e efetivação das ações do Plano Nacional de Agroecologia e produção Orgânica para mulheres e jovens, com destaque para a capacitação e fomento para produção agroecológica, fortalecimento e ampliação das ações do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais, ATER, infraestrutura e capacitação para o apoio a produção e comercialização de sementes crioulas. 5. Educação infantil e socialização do trabalho doméstico: Implementação de políticas estruturantes de socialização dos cuidados e dos trabalhos domésticos, ofertando recreação infantil e escolas de educação infantil; e ações de educação infantil nas Escolas Família Agrícola e Casa Familiar Rural, no meio rural e em outros espaços externos, que valorizem o modo de vida do campo, possibilitando às mulheres rurais* maior participação em espaços públicos de discussão . 6. Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP): Qualificação e revisão dos critérios da DAP, reconhecendo as mulheres, as jovens, os povos e comunidades tradicionais como sujeitos de direitos e da multifuncionalidade da agricultura familiar e camponesa, a partir da criação de um grupo de trabalho composto por órgãos do governo federal, movimentos de mulheres rurais e movimentos sociais do campo, garantindo que também na emissão da DAP para a família haja identificação do registro para cada membro de forma individual. 7. Crédito e financiamento : Efetivação de uma política de financiamento para as mulheres rurais*, visando: A) Adequar e efetivar o PRONAF Mulher, garantindo e ampliando o acesso das 17 mulheres rurais* ao crédito, com recursos sob o risco da União, por meio da metodologia do microcrédito orientado em todo o país; B) Aplicar, no mínimo, 30% dos recursos financeiros destinados ao apoio à produção em projetos voltados para mulheres rurais* nos territórios rurais, de identidade e da cidadania e nas demais políticas de financiamento produtivo. 8. Enfrentamento à violência: Combate e prevenção à violência contra as mulheres rurais, por meio de: A) Aplicação da Lei Maria da Penha; B) Implementação de serviços especializados de atendimento as mulheres em situação de violência nos territórios rurais, de cidadania e de identidade; C) Criação de mecanismos de punição aos(as) agressores, que os impeçam de acessarem políticas públicas como: acesso à terra, crédito, ATER/ATES, compras públicas, etc; D) Garantia da realização de campanhas educativas permanentes para erradicação da violência contra as mulheres rurais*. 9. Legislação Sanitária: Revisão e adequação da legislação e dos sistemas de inspeção sanitária, visando reconhecer e incorporar a diversidade dos modos de produção e agroindustrialização da agricultura familiar e camponesa, desenvolvidas pelas mulheres rurais*, tendo como referência o alimento para saúde humana. 10. Transgênico / agrotóxico: Criação de territórios livres de transgênicos e agrotóxicos e proibição da pulverização aérea de agrotóxico em todo o país. 18 Programação Primeiro dia – 02 de julho 08h – Credenciamento 9h - Abertura Ministro do Desenvolvimento Agrário - Pepe Vargas Ministra de Políticas para Mulheres - Eleonora Menecucci Presidenta em exercício do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária- Érika Borges Secretaria de Mulheres da Contag - Alessandra Lunas Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar – Maria Eliana Lima Embaixadora do México no Brasil – Beatriz Elena Paredes Rangel Diretora de Política para Mulheres do Ministério do Desenvolvimento Agrário - Karla Hora 10h - Painel de Abertura A construção da igualdade no Desenvolvimento Rural Sustentável Objetivo: Apresentar elementos constituintes da Economia Feminista e Solidária e da construção de estratégias para superação da desigualdade entre mulheres e homens no meio rural Nalu Faria – Marcha Mundial das Mulheres Cecília Bernadi – Pesquisadora e Emater/RS Rosangela Piovizani – Movimento de Mulheres Camponesas Karla Hora – Diretoria de Política para Mulheres Rurais /MDA Coordenação: Karla Hora 12h – Almoço 14h - Aprovação do Regimento da Conferência Nacional Setorial de Mulheres e Apresentação do Processo da II CNDRSS Isolda Dantas – DPMR/MDA Eduardo Valdoski Ribeiro – CONDRAF 14h30 - Mesa 1 – Mulheres e o fortalecimento da agricultura familiar com gestão territorial e participação social. Objetivo: Apresentar principais elementos do texto referência da II CNDRSS relativos aos eixos 1, 3 e 4 Andrea Butto – Secretária de Desenvolvimento Territorial/MDA Manuel Ruas P. Bonduki- Secretaria da Agricultura Familiar/MDA Alessandra Lunas – Secretaria de Mulheres da CONTAG 19 Ivanira Quevedo da Silva – Setor de Gênero do MPA Maria do Socorro Teixeira Lima– Mov. Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu Coordenação: Renata Leite - DPMR/MDA 16h – Mesa 2 – Mulheres na Reforma Agrária e democratização do acesso à terra e aos recursos naturais Objetivo: Apresentar principais elementos do texto referência da II CNDRSS relativos ao eixo 2 Érica Borges – INCRA Dino Castilhos – Secretaria de Reordenamento Agrário/MDA Kelli Cristine Mafort – Setor de Gênero do MST Iranilde dos Santos - COIAB Elizete Maria – Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais – NE Maria do Rosário – Conselho Nacional de Populações Extrativistas Coordenação: Raimunda Mascena – Secretaria de Políticas para Mulheres/PR 19:30 – Atração cultural - Grupo feminino de Forró Pé de Serra e ritmos tradicionais – Chinelo de Couro. Segundo Dia – 03 de junho 08h30 - Orientação para os trabalhos em grupo por eixos temáticos Coordenação: Isolda Dantas 08h45 – 12h Trabalho em grupo por eixos temáticos Os debates terão como referencia o eixo Autonomia das Mulheres Rurais. Grupo 1 – Eixo 1 - Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental do Brasil Rural e Fortalecimento da Agricultura Familiar e Agroecologia Coordenação.: Elizabeth Maria Cardoso - GT Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) Relatoria: Elizangela Bezerra – DPMR / Condraf Grupo 2 – Eixo 2 - Reforma Agrária e Democratização do Acesso à Terra e aos Recursos Naturais e Agroecologia Coordenação.: Maysa Mourão Miguel - Marcha Mundial das Mulheres (MMM) Relatoria: Sany Espíndola – DPMR / Condraf Grupo 3 – EIXO 3 - Abordagem Territorial como Estratégia de Desenvolvimento Rural e Promoção da Qualidade de Vida 20 Coordenação.: Lariane Silva dos Santos – União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) Relatoria: Rejane Medeiros – DPMR / Condraf Grupo 4 – EIXO 4 - Gestão e participação social Coordenação.: Nágila Pereira – Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – EBDA Relatoria: Ariane Brugnhara - DPMR / Condraf Os eixos Promoção do Etnodesenvolvimento e Autonomia e Emancipação da Juventude Rural serão debatidos transversalmente. 12h30- Almoço 14h30 Socialização dos trabalhos em grupo e Plenária Final Coordenação: DPMR / Comitê Permanente de Mulheres do Condraf 17h - Encerramento 21 Anexos: ANEXO I – MOÇÃO Foi aprovada durante a plenária final da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais, a seguinte moção: Moção de Repúdio Considerando a contaminação crescente por agrotóxicos da população do entorno de áreas de monocultivo do agronegócio, bem como os recentes casos de contaminação de 100% do leite materno, na cidade de Lucas do Rio Verde – MT (segundo pesquisas da Universidade Federal de Mato Grosso – MT); Considerando os casos de contaminação de educandos(as), educadores(as) e demais trabalhadores(as) na educação da Escola do Assentamento Pontal dos Buritis, em Rio Verde – GO, por pulverização aérea e outras tragédias e situações, divulgadas na mídia; Considerando a falta de precisão na tecnologia de pulverização aérea de agrotóxicos em lavouras, que atinge os seres humanos, animais e o meio ambiente como um todo; Considerando, o Brasil ser o maior consumidor de agrotóxicos no mundo, cujas consequências ainda são incalculadas ou encobertas na saúde da população; Considerando o fato de que, quem produz de forma agroecológica e orgânica precisa provar que não contém resíduos de agrotóxicos e que, quem produz da forma convencional, utilizando os venenos, sequer precisa provar o que utiliza e a quantidade; Considerando que o artigo 225 da Constituição Federal de 1998, garante a todas e a todos o acesso a um meio ambiente equilibrado, sendo este de responsabilidade da coletividade e principalmente, do Poder Público; Nós, mulheres, pertencentes a vários movimentos sociais e associações e, vindas de várias regiões e estados do Brasil, reunidas nos dias 02 e 03 de julho de 2013, em Brasília-DF, na Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais, repudiamos a não punição do uso indiscriminado de agrotóxicos. Brasília –DF, 03 de julho de 2013. 22 ANEXO II - REGULAMENTO PARA A CONFERÊNCIA SETORIAL NACIONAL DE MULHERES RURAIS CAPÍTULO I DA FINALIDADE, ABRANGÊNCIA E COMPOSIÇÂO Art. 1º Este regulamento tem por finalidade definir as regras de funcionamento da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais, de conformidade com o que disciplina o Regimento Interno da 2ª CNDRSS. Art. 2º - A Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais debaterá questões estratégicas relacionadas ao segmento de mulheres rurais e contará com a participação de 100 representantes dos movimentos sociais e governo, definidos pela Comissão Organizadora Setorial, de comum acordo com a Comissão Organizadora Nacional. CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS Art. 3º A Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais tem como objetivo debater questões estratégicas relacionadas ás mulheres rurais e ao desenvolvimento rural sustentável e solidário. Além deste objetivo, também contribuirá para a elaboração, qualificação das políticas publicas para mulheres visando o fortalecimento da participação das mulheres na elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. CAPÍTULO III DOS DOCUMENTOS Art. 4º A Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais tem como referência os documentos: Documento de Referência, Manual de Orientações e Roteiro Orientador. Parágrafo Único: Além destes documentos a Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais poderá debater outros documentos relacionados ao segmento da Conferência. CAPÍTULO IV DA REALIZAÇÃO 23 Art. 5º A Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais será realizada nos dias 02 e 03 de julho de 2013 em Brasília-DF, e seguirá a programação constante em anexo, neste regulamento. CAPÍTULO V DA COORDENAÇÃO Art. 6o A coordenação dos trabalhos da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais será de responsabilidade da Diretoria de Política para Mulheres Rurais, Comissão Organizadora Setorial, apoiada por representantes da Comissão Organizadora Nacional. CAPÍTULO VI DO CREDENCIAMENTO Art. 7º O credenciamento das participantes será realizado no local da Conferência Setorial Nacional. Para tanto, as participantes devem chegar uma hora antes do seu início. CAPÍTULO VII DA ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Art. 8º As atividades da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais serão organizadas da seguinte forma: I - Abertura oficial II. Aprovação deste Regulamento III - Apresentação do Documento de Referência e outros documentos IV - Debate e elaboração das proposições nos grupos V – Plenário final: aprovação das proposições VII – Após a realização da Conferência Nacional Setorial de Mulheres Rurais, a Comissão Organizadora Setorial deverá elaborar o Documento Setorial contendo o registro das atividades e as proposições aprovadas para a II Conferências Nacional Parágrafo Único: Apenas elegem delegados/as para a conferência nacional as conferências setoriais de povos e comunidades tradicionais, num total de 20 delegados/as por segmento. . SEÇÃO I DA APROVAÇÃO DO REGULAMENTO Art. 9° A aprovação do regulamento da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais será realizada em sessão plenária coordenada pela Comissão Organizadora Setorial. 24 SEÇÃO II DA ABERTURA OFICIAL Art. 10° A Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais será instalada oficialmente com a composição de uma mesa de abertura que deverá contar com a participação de representante da Comissão Organizadora Setorial, do poder público e da sociedade civil, presentes na Conferência. SEÇÃO III DA APRESENTAÇÃO DO DOCUMENTO DE REFERÊNCIA Art. 11° Será feita uma apresentação síntese do Documento de Referência, organizada em mesa de debate. SEÇÃO IV DOS GRUPOS DE TRABALHO Art. 12° Serão organizados grupos de trabalho em torno dos eixos estratégicos para o desenvolvimento do segmento da Conferência Setorial Nacional. Art. 13° Cada grupo contará com uma moderadora e uma relatora. A moderadora orientará o debate e a construção de proposições relacionadas com o segmento da Conferência. Art. 14° Após a formulação das proposições os grupos deverão fazer uma análise das proposições, priorizando as que são estratégicas para o desenvolvimento do segmento e indicando as que serão encaminhadas para influenciar os debates nas Conferências Estaduais e Nacional. § 1º Cada grupo deverá aprovar até 10 propostas, sendo que 5 destas serão apresentadas no Plenário Final da Conferência Setorial. SEÇÃO V DA PLENÁRIA FINAL E DA VOTAÇÃO Art. 15° O Plenário Final da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais visa debater e aprovar as proposições formuladas pelos grupos temáticos. § 1º O quórum para deliberação do Plenário Final é de 1/3 das participantes. 25 § 2º As discussões e deliberações das proposições no Plenário Final observarão os seguintes procedimentos: I - Leitura das proposições que foram aprovadas nos grupos, com apresentação de destaques naquelas que as participantes julgarem conveniente. II - Debate, ajuste e votação das proposições colocadas em destaque. Caso necessário, cada proposição em votação terá 02 (dois) minutos para um esclarecimento ou defesa a favor e, tempo igual, para uma defesa em contrário, não sendo permitidos apartes nos momentos de defesa e de contraditório, tampouco réplicas. III – As decisões do Plenário serão tomadas por maioria simples das participantes, 50% + 1. IV - Aprovação e priorização das proposições estratégicas para o desenvolvimento do segmento da conferência. V - Aprovação e priorização de até 10 proposições para influenciar os debates nas Conferências Estaduais e Nacional. Art. 16° Os resultados da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais constituirão o Documento Setorial contendo o registro da referida Conferência (local, data, nº de participantes) e as proposições aprovadas. Parágrafo Único: O Documento Setorial deverá ser enviado à Comissão Organizadora Nacional até 10 dias após a data de realização da Conferência Setorial. SEÇÃO VI DAS MOÇÕES Art. 17° As Moções serão encaminhadas exclusivamente por participantes da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais e deverão necessariamente, ser de âmbito, estadual ou nacional, devendo ser apresentadas à Comissão Organizadora Setorial, até o início dos trabalhos do segundo dia, 03 de julho. § 1° A Coordenação da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais procederá à leitura do texto da Moção, garantindo-se a cada proponente o tempo de 2 (dois) minutos, no máximo, para a defesa da moção. § 2° Serão concedidos dois minutos para a defesa de ponto de vista contrário ao do/a expositor/a da Moção, desde que a proposta não tenha sido aprovada por aclamação. § 3º A aprovação das Moções será por maioria simples das delegadas presentes nas plenárias. 26 CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 18° Será assegurado pela Coordenação da Conferência Setorial Nacional de Mulheres Rurais o direito à manifestação, pela ordem, às participantes, sempre que qualquer um dos dispositivos deste Regulamento não estiver sendo observado. Art. 19° Qualquer organização que constatar irregularidade no processo de realização da Conferência Setorial poderá apresentar recurso à Comissão Organizadora Nacional que o examinará. Art. 20° Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora Setorial. 27 ANEXO III – LISTA DE PARTICIPANTES NOME ORGANIZAÇÃO UF GRUPO DE TRABALHO ANALINE SPECHT SECRETARIA EXECUTIVA / MDA DF 1 ADDA ELLEN DE LIMA SILVA EMATER PA 1 ADELAIDE CABRAL MIRANDA UNICAFES PE 4 ALCINEIDE OLIVEIRA NASCIMENTO SRA/MDA DF 2 ALENCÁSSIA ARAÚJO DOS SANTOS MPA SC 1 ALESSANDRA C.LUNAS CONTAG DF 1 ALEXANDRA FILIPAK DPMR DF ANA CAROLINA SILVA MDA DF 4 ANA KARLA COSTA UNICAFES PE 4 ANDRÉIA PINZON CORSOL FETRAF SC 3 ARIANE BRUGANERA MDA RJ 4 ARLENE LUZ DOS SANTOS FUNAI DF 4 BARBARA NUNES DE ALMEIDA MPA DF 3 BEATRIZ ELENA PAREDES RANGEL EMBAIXADA DO MEXICO MEX CARMEM MUNARINI MMC SC 3 CAROLINE BUOSI MOLINA DPMR DF 2 CECÍLIA MARGARIDA BERNARDI EMATER RS 4 28 CLARA DE ASSIS VALE EVANGELISTA INCRA DF 2 CLAÚDIA REJANE MARTINS GOUVEIA SEMU-MA MA 4 CLEUNILDA JESUS SILVA EBDA BA 4 DANIELA JORGE DE PAULA CONAB DF 1 DELANE PESSOA EVANGELISTA INSS DF 1 DENILVA PINTO DE ARAÚJO MPA BA 1 EDILAMAR CLARINDA DE RESENDE OLIVEIRA SEMIRA GO 4 EDMILTON CERQUEIRA CGPCT/MDA DF EDNA NEVES RAMARIZ SDH DF 3 ELISÂNGELA COSTA BEZERRA CONDRAF RN 1 ELIZABETH MARIA CARDOSO GT GENERO ANA MG 1 ELIZETE MARIA DA SILVA MMTR PE 1 ÉRICA BORGES INCRA DF FABIANA DE JESUS RIBEIRO CARNEIRO CNS MA 2 FABIANA MOREIRA VICENTINA SPM DF 1 FÁBIO VIEIRA DE FARIA INCRA DF 3 FILOMENA TEREZINHA MPA PA 2 FRANCISCO URBANO SRA/MDA DF 1 GABRIELA MADRID MPA DF 1 GILBERTO SANTOS SOARES SSMDH PB 3 29 GRAÇA CABRAL SEPPIR DF 4 INQUE SCHENEIDER FETAG RS 1 IRANILDE BARBOSA DOS SANTOS COIAB AM 2 IRIDIANE GRACIELE SEILERT MMC DF 2 ISOLDA DANTAS DPMR DF IVANIRA QUEVEDO DA SILVA MPA DF 2 JAQUELINE ALVES DOS SANTOS COIAB PA 4 JAQUELINE BARROS RMPN MA 3 JOANA RODRIGUES MOUSINHO ANP PE 1 JUÇARA M. RAMOS MMC DF 1 JUDITE FERREIRA DE OLIVEIRA REMERA MT 2 KATIA CILENE DE MENDONÇA CONSEA AP 4 KARLA EMMANUELA RIBEIRO HORA DPMR DF 1 KÁTIA SOUTO MS DF 3 KELLI CRISTINE MAFORT MST TO 2 LARIANE SILVA DOS SANTOS REDE DE PRODUTORAS DA BAHIA BA 3 LETÍCIA CHIMINI MPA RS 4 LETÍCIA LUÍZA OMI AC 1 LETICIA PETRARCA INCRA DF MAÍSA MOURÃO MIGUEL REF SP 1 MARCIA DAMIANA SOUZA CNS PA 3 30 MARCIA REGINA BRITO BRAGA RMPN PI 1 MARIA APARECIDA APOLINÁRIO CPMR PE 1 MARIA APARECIDA R. MEDEIRAS COP. CREDITO PE 3 MARIA DAS GRAÇAS SEIXAS EMATER AL 4 MARIA DAS NEVES DE SOUZA RMPN PE 1 MARIA DE JESUS COSTA SALES MIQCBQ MA 2 MARIA DE LOURDES RODRIGUES SPM PR 4 MARIA DO DISTERRO MMM MT 3 MARIA DO ROSÁRIO SOARES COSTA FERREIRA MIQCBQ MA 2 MARIA DO SOCORRO TEIXEIRA LIMA MIQCBQ MA 1 MARIA DP ROSÁRIO F. BARBA CONTAG AM 1 MARIA ELIANA LIMA SANTOS FETRAF BA 2 MARIA JOSÉ DA SILVA MMTR AL 4 MARIA LUIZA COSTA DOS SANTOS REMERA AP 4 MARIA MADALENA DE SANTANA MMTR BA 2 MARIA MARCIA DOS SANTOS LEPORACE SPM DF 1 MARIA MIQUELINA BARRETO MACHADO COIAB AM 1 31 MÔNICA SANTANA RIBEIRO GONÇALVES SENASP/MJ DF 4 NÁGILA PEREIRA EBDA BA 4 NALU FARIA REF/MMM SP 1 NATÁLIA TAVARES UFPR PR 1 RAIMUNDA CELESTINA DE MASCENA SPM DF 3 RAQUEL SANTARI MDA DF 2 REJANE CLEIDE MEDEIROS CONDRAF RN 3 RENATA LEITE DPMR DF RITA AUXILIADORA TEIXEIRA GT GENERO ANA PA 2 RITA MARIA DE SOUZA SPM BA 4 ROSALINA RODRIGUES DA SILVA FETAG PI 2 ROSÂNGELA ANGELIM AREDE RS 4 ROSÂNGELA FERREIRA MOURA LUCENA FETRAECE CE 2 ROSÂNGELA PIOVIZANI CORDEIRO MMC DF 2 SANDRA ALVES LEMES FETAG GO 1 SANDRA MARIA DA SILVA ANDRADE CONAQ MG 3 SANDRA SOUZA MPA DF 1 SANY SPÍNOLA ALEIXO DPMR DF 1 SELMA DOS SANTOS DEALDINA CASA CIVIL ES 1 SELMA GLORIA DE JESUS MOC BA 1 SIONE MARIA GUEIROS UNICAFES PE 1 32 MARQUES TATIANA MUNIZ REDE XIQUE-XIQUE PB 3 TEREZA SACCLET MDS DF 4 VERA LÚCIA DE OLIVEIRA MAPA DF 3 33 ANEXO IV – Lista de organizações Órgão/Movimento/Rede Sigla Ministério do Desenvolvimento Agrário MDA Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário DPMR/MDA Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário SAF/MDA Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário SDT/MDA Secretaria de Reordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário SRA/MDA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável CONDRAF Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS Ministério do Trabalho e Emprego MTE Ministério da Saúde MS Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA 34 Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República SEPPIR Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República SPM Ministério da Pesca e Aquicultura MPA Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República SDH Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça SENASP/MJ Coordenação Geral de Política para Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Desenvolvimento Agrário CGPCT/MDA Companhia Nacional de Abastecimento CONAB Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural EMATER Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional CONSEA Fundação Nacional do Índio FUNAI Secretária de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial SEMIRA Instituto Nacional do Seguro Social INSS Secretaria de Estado da Mulher SEMU Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola EBDA Universidade Federal do Paraná UFPR Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana do Estado da Paraíba SSMDH/PB Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na FETRAF 35 Agricultura Familiar Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura CONTAG Conselho Nacional das Populações Extrativistas CNS Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais MMTR Federação dos Trabalhadores na Agricultura FETAG Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste MMTR-NE Coordenação de Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira COIAB Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas CONAQ Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu MIQCB Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia GT MULHERES ANA Rede Xique-Xique de Comercialização Solidária REDE XIQUE-XIQUE Rede de Produtoras da Bahia REDE PRODUTORAS BAHIA Movimento de Mulheres Camponesas MMC Rede de Mulheres Empreendedoras Rurais da Amazônia REMERA 36 Rede de Economia Feminista REF Articulação Nacional de Pescadoras ANP Associação Regional Educação, Desenvolvimento e Pesquisa AREDE Rede de Mulheres Produtoras do Nordeste RMPN Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará FETRAECE Setor de Gênero do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Setor de Gênero do MST Movimento dos Pequenos Agricultores MPA Movimento de Organização Comunitária MOC Organização de Mulheres Indígenas do Acre OMI Comissão Permanente de Mulheres Rurais de Pernambuco CPMR/PE União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária UNICAFES 37