Linguagem e Argumentação - Nara Sgarbi - UNIGRAN
Aula 04
CONSIDERAÇÕES SOBRE A
NOÇÃO DE TEXTO
Caro(a) aluno(a),
Estamos em nossa quarta aula e a partir de agora nos dedicaremos mais a um assunto
de grande interesse para todos nós: trataremos sobre as noções acerca do TEXTO e também
veremos como proceder para elaborar textos claros e coesos.
Nesta aula, em específico, abordaremos questões referentes à organização textual e
aos mecanismos de leitura contidos na compreensão e na interpretação de textos.
Assim, desejo que tenhamos uma grande ascensão teórica em relação aos temas
abordados.
Bom trabalho!
Que tal!? Disposto a começar??
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão
desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
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Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de:
• identificar e conceituar, a partir das teorias textuais, um texto e suas particularidades
linguísticas referentes à estrutura;
• entender como acontece o processo de compreensão e de interpretação textuais.
• Compreender a estrutura e a expressão textuais;
• Entender e reconhecer e empregar com precisão a coesão e a coerência textuais.
Seções de estudo
Seção 1 Seção 2 Seção 3 Seção 4 Noções de texto
Compreensão e interpretação textual
Estrutura, conteúdo e expressão
Coerência e coesão textual
Será que o texto tem segredos? Que tal desvendarmos!
Então, vamos em frente?!
Sem dúvida a palavra texto é familiar para qualquer pessoa ligada à
prática escolar, portanto você, acadêmico, tem, com certeza, bastante interesse
nesse assunto!!!!!!!!!!
Já aprendemos o que vem a ser um texto, agora veremos que um texto pode
ser analisado a partir elementos fundamentais, tais como a estrutura, conteúdo e
expressão. Destacando que a sua organização e clareza dependem da coesão e da
coerência textuais, também contempladas nesta aula.
Vamos estudar esses elementos?
Seção 1 Noções de texto
Ela (a palavra texto) aparece com alta frequência no linguajar cotidiano, tanto no
interior da escola quanto fora de seus limites. Não são estranhas a ninguém expressões como
as que seguem:
“redija um texto”, “texto bem elaborado”, “o texto construído não está suficientemente
claro”, “os atores da peça são bons, mas o texto é ruim”, “o redator produziu um bom texto” etc.
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Por causa, exatamente, dessa alta frequência de uso, todo estudante tem algumas noções
sobre o que significa texto. Dentre essas noções, algumas ganham importância especial para esta
e as próximas aulas, que se propõem a orientar a leitura e a escrituração de textos.
Nesta aula introdutória, vamos fazer duas considerações fundamentais sobre a natureza
do texto, Platão & Fiorin (2002) nos sugerem as que seguem:
Primeira consideração:
O texto não é um aglomerado de frases.
(lembre-se de que já tratamos sobre esta consideração em aulas anteriores)
A revista Veja de 1º de junho de 1988, em matéria publicada nas páginas 90 e 91, traz
uma reportagem sobre um caso de corrupção que envolvia, como suspeitos, membros ligados
à administração do governo do Estado de São Paulo e dois cidadãos portugueses dispostos a
lançar um novo tipo de jogo lotérico, designado pelo nome de “Raspadinha”. Entre os suspeitos
figurava o nome de Otávio Ceccato, que, no momento, ocupava o cargo de secretário de Indústria
e Comércio e que negava sua participação na negociata. O fragmento que vem a seguir, extraído
da parte final da referida reportagem, relata a resposta de Ceccato aos jornalistas nos seguintes
termos:
Na sua posse como secretário de Indústria e Comércio, Ceccato, nervoso, foi infeliz
ao rebater as denúncias: “Como São Pedro, nego, nego, nego”, disse a um grupo de
repórteres, referindo-se à conhecida passagem em que São Pedro negou conhecer Jesus
Cristo três vezes na mesma noite. Esqueceu-se de que São Pedro, naquele episódio,
disse talvez a única mentira de sua vida. (Ano 20, 22:91).
Como se pode notar, a defesa do secretário foi infeliz e desastrosa,
produzindo efeito contrário ao que ele tinha em mente. Descobriu por quê????
A citação, no caso, ao invés de inocentá-lo, acabou por comprometê-lo!
Sob o ponto de vista da análise do texto, qual teria sido a razão do equívoco lamentável
cometido pelo secretário?
Sem dúvida, a resposta é esta:
Ao citar a passagem bíblica, o acusado esqueceu-se de que ela faz parte de um
texto e, em qualquer texto, o significado das frases não é autônomo.
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Desse modo, não se pode isolar frase alguma do texto e tentar conferir-lhe o significado
que se deseja. Como bem observou o repórter, no episódio bíblico citado pelo secretário, São
Pedro, enquanto Cristo estava preso, foi reconhecido como um de seus companheiros e, ao ser
indagado pelo soldado, negou três vezes seguidas conhecer aquele homem. Segundo a mesma
Bíblia, posteriormente, Pedro arrependeu-se da mentira e chorou copiosamente.
Esse relato serve para demonstrar de maneira simples e clara que uma mesma frase
pode ter significados distintos dependendo do contexto dentro do qual está inserida. O grande
equívoco do secretário, para sua infelicidade, foi o de desprezar o texto de onde ele extraiu a
frase, sem se dar conta de que, no texto, o significado das partes dependem das correlações que
elas mantêm entre si.
Isso nos leva à conclusão de que:
Para entender qualquer passagem de um texto, é
necessário confrontá-la com as demais partes que o compõem,
sob pena de dar-lhe um significado oposto ao que ela de fato tem.
Em outros termos, é necessário considerar que para fazer uma boa leitura, deve-se
sempre levar em conta o contexto em que está inserida a passagem a ser lida.
Entende-se por contexto uma unidade linguística maior em que se encaixa uma unidade
linguística menor. Assim, a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo encaixa-se
no contexto do capítulo e o capítulo encaixa-se no contexto da obra toda.
Uma observação importante a fazer é que nem sempre o contexto vem explicitado
linguisticamente. O texto mais amplo dentro do qual se encaixa uma passagem menor pode
vir implícito: os elementos da situação em que se produz o texto podem dispensar maiores
esclarecimentos e dar como pressuposto o contexto em que ele se situa.
Por exemplo...
Para exemplificar o que acaba de ser afirmado, observe um minúsculo texto como este:
A nossa cozinheira está sem paladar !!!
Assim, podemos imaginar dois significados completamente diferentes para esse texto,
dependendo da situação concreta em que seja produzido.
Dito durante o jantar, após ter-se experimentado a primeira colher de sopa, esse
texto pode significar que a sopa está sem sal;
Dito para o médico no consultório, pode significar que a empregada pode estar
acometida de alguma doença.
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Interessante, não acha?
Percebe quão importante é sabermos ler e escrever de fato?
Para finalizar esta primeira consideração, convém enfatizar que
toda leitura, para não ser equivocada, deve, necessariamente, levar em
conta o contexto que envolve a passagem que está sendo lida, lembrando
que esse contexto pode vir manifestado explicitamente por palavras ou
pode estar implícito na situação concreta em que é produzido.
2 Segunda consideração:
Todo texto contém um pronunciamento dentro de um debate de escala mais ampla.
Assim, nenhum texto é uma peça isolada, nem a manifestação da individualidade de
quem o produziu.
De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, por meio dele, marcar uma posição
ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. Até mesmo
uma simples notícia jornalística, sob a aparência de neutralidade, tem sempre alguma intenção
por trás, ou seja, nenhum texto é desprovido de ideologia.
Importante!!
Ao final desta aula, devem estar bastante firmes as seguintes questões:
a) Uma boa leitura nunca pode basear-se em fragmentos isolados do texto, já que o
significado das partes sempre é determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam.
b) Uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o pronunciamento contido por trás
do texto, já que sempre se produz um texto para marcar posição frente a uma questão qualquer.
Exercitando a leitura e a produção textual:
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Leia Atentamente as Instruções Abaixo:
1. Para que você continue praticando a leitura e a escrituração de textos, sua atividade
de hoje será a de redigir um texto dissertativo, ou seja, deverá expor, defender e
argumentar suas ideias sobre um dos temas abaixo relacionados, lembrando que
neste tipo de texto não deve fazer uso da primeira pessoa do singular (eu), nem
conjugar verbos nesta pessoa (acredito).
2. Lembre-se de que leituras deverão ser feitas sobre o tema escolhido para que tenha
argumentos para defender o que pensa. Não deixe para fazer este texto na última
hora, como alguns fazem, vez que, sem tempo para reflexões, não poderá desenvolver
uma boa atividade e, consequentemente, será prejudicado!
3. Seu texto terá que ter, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 28 linhas. Não escreva
um texto com menos de quatro parágrafos.
4. A atividade é individual!!!!
Temas Sugeridos:
•
•
•
•
A leitura e o seu poder transformador.
O desafio de conviver com as diferenças.
A violência social no século 21.
Viver em rede no século 21: propostas e desafios.
Seção 2 Compreensão e interpretação textual
Segundo Oliveira (2008),
é a partir da leitura que o aluno pode compreender e entender a realidade em que está
inserida e chegar a importantes conclusões sobre o mundo em que vive e os aspectos
que o compõem. A habilidade de leitura é essencial e da suporte para o estudo de outras
áreas do conhecimento, essas habilidades ultrapassam a uma simples decodificação,
na verdade, vão além da própria compreensão do que foi lido. A leitura é um processo
no qual o “Leitor” é um sujeito ativo que processa o texto e este lhe proporciona seus
conhecimentos, o próprio leitor constrói o sentido do texto.
Complementando, segundo Orlandi (2006.p.38), “o leitor não apreende meramente um
sentido que está lá; o leitor atribui sentido ao texto... E isto lhe traz informações, conhecimentos
etc”.
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http://www.portugues.com.br/redacao/interpretacao-textual.html
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Figura 6.1 Compreender e interpretar textos
Vejamos o esquema abaixo que traz alguns dos tipos de conhecimentos que incidem
na compreensão de texto:
Fonte: http://www.slideshare.net/nehemiasj/compreenso-e-interpretao-textual
Figura 6.2 Compreensão textual
Nesse contexto, podemos dizer que um texto é uma ocorrência linguística, na modalidade
escrita, de qualquer extensão, dotada de significação, ou seja, apresentam unidade semântica e
formal.
Para ser compreendido e interpretado, o texto exige conhecimentos de várias naturezas,
conforme a figura 6.2 demonstra.
Ainda, temos outros aspectos que devem ser levado em consideração nesse contexto
de compreensão e interpretação. Vejamos a figura 6.3:
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Fonte: http://www.slideshare.net/nehemiasj/compreenso-e-interpretao-textual
Figura 6.3 Elementos de compreensão e de interpretação
A partir destes elementos podemos construir inferências que nos darão condições de
chegar ao real sentido do texto, ou seja, conseguiremos compreender e interpretar de forma que
os níveis de processamento de sentido sejam contemplados. Mas o que são estes níveis? Para
que possamos de fato entendê-los, lançaremos mão de uma interpretação/resumo do autor José
Roberto Boelter Ribeiro, postado no site http://andreboelter.blogspot.com.br/2009/07/por-umnivel-metaplicito-na-construcao.html. Vejamos o que traz este texto:
Por um nível metaplícito na construção do sentido textual
Texto original de José Marcelino Poersch, interpretado por José Roberto Boelter Ribeiro
O texto operacionaliza questões sobre um modelo de semântica e o processamento de
informação, análise dos níveis de construção do sentido, compreensão e leiturabilidade
associada á eficiência comunicativa, relações de coerência implícita e explícita entre
proposições, o texto de relacionar proposições.
A memória semântica deve ser entendida como a forma individual de estocagem do
significa de um texto. Sua estrutura é uma rede de inter-relações potenciais que podem
ser geradas com base em informações implícitas e de acordo com certas regras. O falante
constrói o significado pela ligação entre as proposições, quando não há uma conexão
ele cria outros meios que liguem e estruturem o seu pensamento.
Os níveis de construção do sentido podem ser vistos de duas formas: abrangência
textual e profundidade de compreensão: o primeiro determina que a compreensão
pode ser lexical, frasal e textual, já o segundo que a construção do conteúdo pode
ser explicito, implícito e metaplícito.
Na construção do conteúdo metaplícito é possível que só possa ser construído pelo
leitor que tem conhecimento do contexto, varia de leitor para leitor, e que, o sentido
metaplícito corresponde á maneira como o texto deve ser efetivamente lido. O texto
é propositadamente escrito para que o leitor tenha o conhecimento determinado pelo
escritor. É pelos dados extratextuais que se conhece os verdadeiros sentidos do texto.
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Na compreensão é a relação de comunicabilidade entre o leitor e o escritor. A
leiturabilidade se relaciona com o tempo e depende não do esforço, mas do mínimo
de tempo que se leva para captar o significado.
O leitor entende o texto se o ler por partes, e isso ocorre quando ele faz a conexão entre
essas partes, como se fosse uma espécie de buffer.
Nesse sentido é possível afirmar que a leitura é um ato de conduz a construção de
sentido e a percepção de signos, aproximando-se ao máximo daquilo que o autor quis
demonstra-la ao escrever. É por esse motivo que se acredita não haver interpretações
idênticas tendo em vista que o conhecimento dos leitores e as impressões de experiências
que ele utiliza para interpretar as proposições nunca serão idênticas.
O processo de compreensão é uma síntese daquilo que o leitor conhece da carga
linguística do leitor e da organização do texto”.
Esclarecendo, podemos dizer, então, que a compreensão de qualquer texto é feita a
partir da conjugação de informações apresentados nos níveis explícito, implícito e metaplícito,
havendo sempre manifestação e imbricação dos três em todo texto.
Segundo Poersch (1991), o primeiro nível estabelecido pelo autor - o explícito corresponde àquelas informações que estão expressas na superfície textual. A compreensão desse
nível depende meramente de uma atividade de decodificação.
Já as informações do segundo nível - o implícito - não estão escritas no texto, devendo
a recuperação ocorrer a partir daquilo que é apresentado pelo autor. Embora faça parte do texto,
as informações implícitas não são expressas porque o emissor julgou desnecessário, ou seja,
considerou que, a partir daquilo que escreveu, o leitor terá condições de inferir as informações
não ditas.
O terceiro nível - o metaplícito - está relacionado às circunstâncias de produção e
veiculação do texto. Assim, para construir esse nível, o leitor precisa possuir informações que
estão fora do texto: dados relativos ao autor, ao destinatário, à relação entre autor e destinatário, ao
contexto histórico, geográfico, social e cultural. É importante salientar que o sentido metaplícito
constitui o modo como o texto deve ser lido, o que exige do leitor a consideração dos elementos
situacionais da comunicação.
Assim consolida-se o processo de compreensão e interpretação textual.
Elementos Estruturais do Texto
Seção 3 Estrutura, conteúdo e expressão
Iniciamos nossos estudos abordando a estrutura textual, vejamos:
1.1 A estrutura
A estrutura compreende a unidade, organicidade e forma. Vamos conhecer cada uma:
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• Unidade: a redação constitui-se de um só assunto; deve-se organizar em função de
um só núcleo temático. Ter unidade é fazer com que o texto siga um “único” fi o
condutor de ideias, desenvolver a ideia que deseja.
• Organicidade: as partes da redação (introdução, desenvolvimento e conclusão)
devem ser organizadas como um todo e articuladas de forma coerente e lógica.
Quando as partes de um texto se encaixam, a leitura do texto flui de maneira clara.
• Forma: é a maneira de se apresentar o conteúdo. O tema poderá ser abordado de
forma descritiva, narrativa ou dissertativa. Quando solicitar ao aluno uma descrição,
evidentemente não se pode admitir a forma dissertativa, se a solicitação for uma carta
comercial, não cabe ao aluno escrever um poema, um conto ou um texto narrativo/
descritivo. Cada forma textual deve ser adequada ao que está sendo solicitado.
Agora, vejamos o que cabe ao conteúdo!
1.2 O conteúdo
Quanto ao conteúdo, ele exige coerência e clareza e significa a própria mensagem a
ser transmitida.
Vejamos, então, de forma sucinta, a coerência, pois ela será novamente abordada
nesta aula com mais clareza.
1.2.1 Coerência
A redação deve apresentar um conteúdo em que haja ideias fundamentais e pertinentes
ao tema proposto. As ideias devem ser elaboradas segundo critérios que possibilitem perfeita
relação, visando ao entendimento entre emissor e receptor. Nesse item, a principal observação a
ser feita é que não pode haver fuga ao tema proposto, nem inclusão de citações ou informações
que não sejam pertinentes ao desenvolvimento do assunto. Um texto coerente é aquele que tem
significado, tem sentido para o leitor.
1.2.2 Clareza
A clareza é consequência da coerência. A falta de contato com o tema, a abordagem
tangencial ou fragmentada afetam a clareza por apresentar o conteúdo sem contornos definidos,
diluídos ao longo da redação.
Outro obstáculo à clareza é a frase mal estruturada ou ambígua que dificulta a
compreensão e distorce o sentido. Quanto à clareza, convém atentar para o seguinte:
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• Evitar palavras ou expressões vagas, como negócio, coisa, cara, veja bem, etc.
Exemplo: A vida é um negócio sério. Essas expressões vagas em nada esclarecem
ao leitor o que pretendia transmitir.
• Evitar pleonasmo (tautologia), ou seja, a repetição da mesma ideia. Exemplo: Todo
machismo masculino... A repetição da mesma ideia torna o texto cansativo, sem
novidades para o leitor.
• Evitar o uso de palavras ou expressões ambíguas. Exemplo: A especialidade da
loja é vender cama para crianças de ferro. As expressões ambíguas deixam o leitor
confuso! Cansaço
1.3 Expressão
Refere-se ao domínio do léxico e estrutura da língua. Para se conseguir boa expressão
é fundamental a leitura de bons escritores e o manuseio constante, habitual, do dicionário. No
item expressão devem-se considerar os seguintes tópicos: criatividade, propriedade, concisão
e correção.
1.3.1 Criatividade
Diz respeito à originalidade. Consiste em saber apresentar uma positiva contribuição
pessoal, seja variando expressões comuns, seja concorrendo para a renovação de formas antigas.
Há de se evitar o uso de chavões, chapas, lugares comuns.
Exemplos: Desde os tempos mais remotos... Hoje em dia este é um assunto muito
debatido.
Atualmente percebemos que...
• Os chamados clichês estilísticos devem ser igualmente evitados. Exemplos: Era
uma cena dantesca. Nesta radiante manhã de sol.
• Considera-se elegante a substituição dos possessivos pelos pronomes pessoais
correspondentes.
Exemplo:
O frio percorreu sua espinha. (sua = pronome possessivo)
O frio percorreu-lhe a espinha. (lhe = pronome pessoal)
O remorso roia a sua alma. O remorso roia-lhe a alma.
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• No item originalidade, pode-se deixar de usar a palavra “que”, substituindo-a por
oração reduzida.
Exemplo:
Tinha um comportamento que tendia à depressão. Tinham um comportamento tendente
à depressão.
• Deve-se evitar a repetição de termos ou expressões como devido ao, devido à, que
podem ser substitui dos por: em virtude de, em razão de, em vista de, em face de,
à vista de etc. Em lugar de muitas vezes, pode-se empregar vezes e vezes, vezes,
sem conta, muitas das vezes, vezes muitas, muita vez etc.
1.3.2 Propriedade
A propriedade diz respeito ao uso de palavras ou expressões adequadas ao assunto.
Evitem os casos de impropriedade vocabular, tais como: O paralítico andava sobre cadeira de
rodas. A exuberante alta dos preços. O ser humano nasce cru.
1.3.3 Concisão
Consiste em exprimir apenas o necessário, em oposição à prolixidade (verbosidade,
verborreia). Para se conseguir tal síntese de pensamento, observe o seguinte:
• Eliminar o supérfluo, ou seja, formas redundantes.
Exemplos:
Só a oposição mais ingênua se recusa a enfrentá-lo de frente. Os jovens irão colher os
frutos futuramente. Cada dia o homem sofre mudança diária.
• Eliminar o uso excessivo dos indefinidos em e uma.
Exemplos:
Certa manhã de verão... De um modo geral, somos acomodados. Continua em uma
grande expansão.
• Evitar o emprego do pronome pessoal sujeito, obrigatório apenas nos casos de
ênfase ou antítese.
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Exemplo de ênfase:
“Eu sou o bom pastor”. (Evangelho)
Exemplo de antítese:
“Eu vi a morte. E ela estava viva”. (Cazuza)
• Eliminar pormenores desnecessários.
Exemplo:
“Quando eu tinha quatro anos de idade e morava com minha tia viúva e já idosa, que
passava a maior parte do tempo acariciando um gatarrão peludo numa velha rangente cadeira
de balanço, na sala de jantar da nossa casa, que ficava no subúrbio, próxima ao hospital São
Sebastião, já era louco por futebol”. Ufa! Que cansativo!
• Correção: consiste no uso de formas adequadas, do ponto de vista da gramática
normativa.
Use sempre a gramática e o dicionário!
Entre outros aconselhamentos, andrade (1999), destaca os seguintes:
• Evite o uso de gírias, termos estrangeiros, chavões e outros vícios de linguagem.
• Evite o emprego das abreviaturas de caráter prático, útil apenas para anotações.
Grafe números, de preferência, por extenso.
• Empregue corretamente a pontuação. A pontuação inadequada pode alterar o sentido
da frase. Lembre-se de que o uso de parênteses não tem a finalidade de isolar a
palavra ou expressão errada ou mal escrita.
• É preferível usar a ordem direta da frase (sujeito+predicado+complementos). A
ordem inversa pode dificultar a compreensão.
• Use frases curtas, expressando uma ideia de cada vez.
• Evite períodos longos, com muitas orações subordinadas e intercaladas que
prejudicam a compreensão e o ritmo da frase.
• A subordinação deve ser usada para evitar a repetição de ideias, ligando duas frases
em um só período. A fórmula ideal é uma oração principal e duas subordinadas.
• Tenha muito cuidado com o gerúndio (endo, ondo), principalmente no início dos
períodos. Em caso de dúvida é preferível usar outra forma verbal.
• A ordem das frases deve corresponder à ordem das ideias. É desaconselhável
expressar uma ideia fundamental numa oração subordinada.
• Separe núcleos de ideias em parágrafos diferentes, observando a conexão entre eles.
Não pule linha para separar parágrafos.
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Bom, terminamos a nossa seção 1, agora
vejamos um pouquinho sobre coerência e coesão!
Seção 2 Coerência e coesão textual
Coerência. O que é mesmo?
Observe o texto que segue, retirado do livro de Platão & Fiorin (2002):
Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das
avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que
estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista,
que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para
o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista,
que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o
homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.
O que achou?
Veja Bem...
Esse texto apresenta uma incoerência:
“se o menino era tão fraco que quase não podia carregar a cesta de amendoins, como
conseguiu carregar um homem corpulento até o carro?”
Quando se fala em redação, sempre se aponta a coerência das ideias como uma qualidade
indispensável para qualquer tipo de texto.
Então, a coerência deve ser entendida como unidade de texto. Um texto coerente é
um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar de modo
que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo.
Platão & Fiorin (2002), pontuam três principais níveis em que a coerência deve ser
observada:
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Vamos partir de exemplos de incoerências mais simples de perceber para mostrar o
que é coerência.
2.1 Coerência narrativa
É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira num carro
sem freios, que para imediatamente, depois de ter brecado, quando uma criança lhe corta a
frente, certo?
Assim, por exemplo, um sujeito só pode fazer alguma coisa (performance) se souber
ou puder fazê-la (competência). Constitui, portanto, uma incoerência narrativa relatar uma ação
realizada por um sujeito que não tinha competência para realizá-la. Outro tipo de incoerência
narrativa pode ocorrer em relação à caracterização dos personagens e às ações atribuídas a eles.
No percurso da narrativa, afirma Fiorin (2002), os personagens são descritos como
possuidores de certas qualidades (alto, baixo, frágil, forte), atribuem-se a eles certos estados de
alma (colérico, corajoso, tímido, introvertido, apático, combativo). Essas qualidades e estados de
alma podem combinar-se ou repelir-se, alguns comportamentos dos personagens são compatíveis
ou incompatíveis com determinados traços de sua personalidade.
A preocupação com a coerência e a unidade do texto pressupõe que se conjuguem
apropriadamente esses elementos. Se na narrativa aparecem indicadores de que um personagem é
tímido, frágil e introvertido, seria incoerente atribuir a esse mesmo personagem o papel de líder
e agitador dos foliões por ocasião de uma festa pública. Obviamente, a incoerência deixaria de
existir se algum dado novo justificasse a transformação do referido personagem. Uma bebedeira,
por exemplo, poderia desencadear essa mudança.
Muitos outros casos de incoerência desse tipo podem ser apontados. Dizer, por exemplo,
que um personagem foi a uma partida de futebol, sem nenhum entusiasmo, pois já esperava ver um
mau jogo, e, posteriormente, afirmar que esse mesmo personagem saiu do estádio decepcionado
com o mau futebol apresentado é incoerente. Quem não espera nada não pode decepcionar-se.
Não é verdade?
As incoerências podem ser utilizadas para mostrar a
dupla face de um mesmo personagem, mas esse expediente precisa
ficar esclarecido de algum modo no decorrer do texto.
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2.2 Coerência figurativa
Suponhamos que se deseje figurativizar (dispor figuras) o tema “despreocupação”. Podese usar figuras como “pessoas deitadas à beira de uma piscina”, “drinques gelados”, “passeios
pelos shoppings”. Não caberia, no entanto, na figurativização desse tema, a utilização de figuras
como “pessoas indo apressadas para o trabalho “ou “ fábricas funcionando a pleno vapor”, pois
seria incoerente essa última escolha.
Coerente
+
Coerente
+
Coerente
=
Incoerente
Disponível em http://www.abrequipamentosdeseguranca.com.br/
Por coerência figurativa entende-se, então, a articulação harmônica das figuras do texto,
com base na relação de significado que mantêm entre si. As várias figuras que ocorrem num texto
devem articular-se de maneira coerente para constituir um único bloco temático. A ruptura dessa
coerência pode produzir efeitos desconcertantes. Todas as figuras que pertencem ao mesmo tema
devem pertencer ao mesmo universo de significado.
Temos outro exemplo dado pelo autor, vejamos:
Pensemos que se queira mostrar a vida no Polo Norte. Pode-se para isso usar figuras
como “neve”, “pessoas vestidas com roupas de pele”, “renas”, “trenós”. Não se pode, porém,
utilizar figuras como “palmeiras”, “cactos”, “camelos”, “estradas poeirentas”, entende por
quê?
2.3 Coerência argumentativa
Quando se defende o ponto de vista de que o homem deve buscar o amor e a amizade,
não se pode dizer em seguida que não se deve confiar em ninguém e que por isso é melhor viver
isolado.
Num esquema de argumentação, joga-se com certos pressupostos ou certos dados e
deles se fazem inferências ou se tiram conclusões que estejam verdadeiramente implicados nos
elementos lançados como base do raciocínio que se quer montar. Se os pressupostos ou os dados
de base não permitem tirar as conclusões que foram tiradas, comete-se a incoerência de nível
argumentativo. É incoerente defender ponto de vista contrário a qualquer tipo de violência e
ser favorável à pena de morte, a não ser que não se considere a ação de matar como uma ação
violenta.
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Muito bem!! Já percebeu o que vem a ser um texto coerente??? Vamos, juntos, ler
um pouquinho mais e entender o que vem a ser a coesão textual.
Vejamos o que é coesão textual...
Quando lemos com atenção um texto bem construído, não nos perdemos por entre
os enunciados que o constituem, nem perdemos a noção e conjunto. Com efeito, é possível
perceber a conexão existente entre os vários segmentos de um texto e compreender que todos
estão interligados entre si.
A título de exemplificação do que foi dito, observe o texto que vem a seguir, retirado
do livro de Platão & Fiorin (2002, p. 39):
No caso do texto abaixo, pode-se observar a função de alguns desses elementos de
coesão. Vejam os comentários inseridos...
Dessa forma, são várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo
ou de elemento de coesão:
• as preposições: a, de, para, com, por, etc.;
• as conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou, etc.; • os pronomes:
ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.; • os advérbios: aqui, aí, lá,
assim etc.
“É sabido que o sistema do Império Romano dependia da escravidão, sobretudo para a
produção agrícola. É sabido ainda que a população escrava era recrutada principalmente
entre prisioneiros de guerra. Em vista disso, a pacificação das fronteiras fez diminuir
consideravelmente a população escrava. Como o sistema não podia prescindir da
mão de obra escrava, foi necessário encontrar outra forma de manter inalterada essa
população” (grifo nosso).
[M1 Comentário]: A palavra “ainda,” no primeiro parágrafo, (“É sabido ainda que...”) serve
para dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar um outro dado: que o recrutamento
de escravos era feito junto aos prisioneiros de guerra.
[M2 Comentário]: O segundo parágrafo inicia-se com a expressão “em vista disso,”
que estabelece uma relação de implicação causal, isto é: foi necessário encontrar outra forma de
fornecimento de escravos porque o sistema não podia prescindir deles.
Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados caoticamente,
mas estritamente interligados entre si: ao se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma das
partes (ver palavras em negrito).
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A essa conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá-se o
nome de coesão. Diz-se, pois, que um texto tem coesão quando seus vários enunciados
estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles.
A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é
fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são
manifestadas, sobretudo por certa categoria de palavras, as quais são chamadas conectivos ou
elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias relações
de sentido que existem entre os enunciados.
O uso adequado desses elementos de coesão confere unidade ao texto e contribui
consideravelmente para a expressão clara das ideias. O uso inadequado sempre tem efeitos
perturbadores, tornando certas passagens incompreensíveis.
Para Platão e Fiorin (2002, p. 40), o papel dos elementos de coesão, além de “ligar”
partes do discurso, é , também, o de estabelecer entre essas partes um certo tipo de relação
semântica: causa, finalidade, conclusão, contradição, condição etc. Dessa forma, cada elemento
de coesão manifesta um tipo de relação distinta. Ao escrever, deve-se ter o cuidado de usar o
elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se quer estabelecer.
• O porém, por exemplo, presta-se para manifestar uma relação de contradição:
usado entre dois enunciados ou entre dois segmentos do texto, manifesta que um
contraria o outro.
• Observe o exemplo que segue: Israel possui um solo árido e pouco apropriado à
agricultura, porém chega a exportar certos produtos agrícolas.
No caso, faz sentido o uso do porém, já que entre os dois segmentos ligados existe
uma contradição. Seria descabido permutar o porém pelo porque, que serve para indicar a
causa. De fato a exportação de produtos agrícolas não pode ser vista como a causa de Israel
ter um solo árido.
Vejamos, a título de exemplo, as relações que alguns elementos de coesão
estabelecem:
a) Assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e complementar. A sequência
introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes.
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“O Governador resolveu não se comprometer com nenhuma das facções em disputa
pela liderança do partido. Assim, ele fi cará à vontade para negociar com qualquer uma que
venha a vencer”.
b) E: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes;
indica uma progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar
nada, constitui pura repetição e deve ser evitada. Ao dizer:
“Este trator serve para arar a terra e para aplicar herbicida”.
O e introduz um segmento que acrescenta uma informação nova. Por isso, seu uso é
apropriado. Mas, ao dizer:
Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar.
O segmento introduzido pelo e não adiciona nenhuma informação nova. Trata-se,
portanto, de um uso inadequado.
c) Ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de
determinada conclusão, ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.
“O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém
lembrar ainda que os serviços públicos são extremamente deficientes”.
d) Aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um argumento decisivo,
apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no
argumento contrário.
“O salário está cada vez mais baixo porque o processo inflacionário diminui
consideravelmente seu poder de compra. Além de tudo é considerado como renda e taxado com
imposto”.
e) Isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos,
retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente:
“Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu
não comprometido com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade”.
Fique atento! Essas “dicas” auxiliarão muito a produção textual.
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f) Mas, porém, contudo e outros conectivos adversativos: marcam oposição entre
dois enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem ligar, com esses relatores, segmentos
que não se optem. Às vezes, a oposição se faz entre significados implícitos no texto.
“Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se começar o plantio”.
g) Embora, ainda que, mesmo que: são conectores que estabelecem ao mesmo tempo
uma relação de contradição e de concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois
negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito vigoroso:
sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário. Observe-se o exemplo:
“Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis,
pés velozes como raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema
das injustiças”.
Como se nota, mesmo concedendo ou admitindo as grandes vantagens da técnica e da
ciência, afirma-se uma desvantagem maior.
h) Certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes
de certa escala. Alguns, como mesmo, até, até mesmo, situam alguma coisa no topo da escala;
outros, como ao menos, pelo menos, no mínimo, situam-na no plano mais baixo.
“O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio
semelhante, até mesmo do futuro e da morte”.
Vejamos agora o que é a retomada ou a antecipação de termos:
Observe o trecho que segue:
“Ricardo e Renato, apesar de serem irmãos, são muito diferentes. Por exemplo, este é
calmo, aquele é explosivo”.
O termo este retoma o nome próprio “Renato” e aquele faz a mesma coisa com a palavra
“Ricardo”. “Este” e “aquele” são chamados anafóricos.
Atenção: veja bem o que são os termos anafóricos e catafóricos!!!!!
• ANÁFORA: retomada de um termo que apareceu anteriormente;
• CATÁFORA: quando um elemento remete a outro posterior.
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Exemplo de anáfora:
Luiz é um homem muito honesto e competente em sua atividade profissional, ele é
bastante eficiente. O termo/pronome ele retoma o nome Luiz.
Exemplo de catáfora:
Só queremos isto: a sua vitória!!! O termo / pronome isto remete ao termo posterior vitória.
Retomando a conversa inicial
Chegamos, assim, ao final da sexta aula. Esperamos
tenha compreendido as engrenagens que cercam a construção de
um texto, como também as da interpretação textual.
Seção 1 Noções de texto
Para entender qualquer passagem de um texto, é necessário confrontá-la com as demais
partes que o compõem, sob pena de dar-lhe um significado oposto ao que ela de fato tem.
Seção 2 Compreensão e interpretação textual
A compreensão de qualquer texto é feita a partir da conjugação de informações
apresentados nos níveis explícito, implícito e metaplícito, havendo sempre manifestação e
imbricação dos três em todo texto.
Seção 3 Estrutura, conteúdo e expressão
A estrutura compreende a unidade, organicidade e forma. O conteúdo exige coerência
e clareza e significa a própria mensagem a ser transmitida.
Quanto à expressão, esta se refere ao domínio do léxico e estrutura da língua. Para
se conseguir boa expressão é fundamental a leitura de bons escritores e o manuseio constante,
habitual, do dicionário.
Seção 4 Coerência e coesão textual
Podemos dizer que a coerência e a coesão colaboram para conferir textualidade a
um conjunto de frases. Assim, a coerência, manifestada em grande parte no nível chamado
macrotextual (global), é o resultado da possibilidade de se estabelecer alguma forma de unidade
de sentido ou relação entre os elementos do texto. Já a coesão é manifestada no nível microtextual
(parte interna do texto) e se refere ao modo como os vocábulos se ligam dentro de uma sequência.
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Sugestões de Leituras, Sites e Filmes:
Leituras
KATO, M. A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986.
___. O aprendizado da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
KLEIMAN, A. Oficina de Leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes, Unicamp,
1993.
POERSCH, J. M.; AMARAL, M. P. Como as categorias textuais se relacionam
com a compreensão de leitura. Veritas. v.35, n 133, p.77-89, 1989.
POERSCH, J. M. Por um nível metaplícito na construção do sentido textual. Letras de Hoje.
v.26, n 4, p. 127-14, 1991.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais. 3. ed. São Paulo: Editora Ática: 1995.
KOCH, Ingedore G. Villaça; Travaglia, Luiz Carlos. A coerência textual. 12. ed. São Paulo:
Contexto, 2001.
CITELLI, A. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994.
Sites:
http://tangara.unemat.br/iii_cole/pdfs/lingua/007.pdf
http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_2_niveis_de_construcao_do_sentido.pdf
http://w3.ufsm.br/desireemroth/algumas_publicacoes/sentidonaleitura.htm
http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-das-habilidades-para-a-compreensaoleitora/7440/
http://www.mundoeducacao.com.br/redacao/coesao-coerencia.htm
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http://exercicios.brasilescola.com/redacao/exercicios-sobre-coesao-coerencia.htm
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/
Paacutegina1.html
http://www.slideshare.net/aulasdejornalismo/aula-3-coesao-e-coerencia
OBS: Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou
“Quadro de avisos” para se comunicar com o(a) professor(a) ou com seus colegas!
Lembre-se, você é o protagonista da sua aprendizagem!
Bons estudos.
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