9 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS I MÁRCIA MENEZES DOS SANTOS ESCOLA E FAMÍLIA: BREVE ANALISE DO GUIA DA EDUCAÇÃO EM FAMÍLIA SALVADOR 2012 10 MÁRCIA MENEZES DOS SANTOS ESCOLA E FAMÍLIA: BREVE ANALISE DO GUIA DA EDUCAÇÃO EM FAMÍLIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção de graduação em Licenciatura em Pedagogia Plena do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, Campus I-UNEB. Sob a orientação da Professora Heloisa Lopes Silva de Andrade. SALVADOR 2012 MÁRCIA MENEZES DOS SANTOS 11 FICHA CATALOGRÁFICA Sistema de Bibliotecas da UNEB Santos, Márcia Menezes dos Escola e família: breve análise do guia da educação em família / Márcia Menezes dos Santos. - Salvador, 2012. 51f. Orientadora: Profª. Heloisa Lopes Silva de Andrade. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Educação. Colegiado de Pedagogia. Campus I. 2012. Contém referências. 1. Educação de crianças - Participação dos pais. 2. Sociologia educacional. 3. Educação - Finalidades e objetivos. 4. Pais e professores. I. Andrade, Heloisa Lopes Silva de. II. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação. CDD: 370.15 12 ESCOLA E FAMÍLIA: BREVE ANALISE DO GUIA DA EDUCAÇÃO EM FAMÍLIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção da graduação em Licenciatura em Pedagogia Plena do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, , Campus I-UNEB.sob a orientação da Professora Heloisa Lopes Silva de Andrade. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade do Estado da Bahia _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade do Estado da Bahia _______________________/__/___ 13 Dedico à realização desse trabalho monográfico a luz do meu coração a mulher que mim gerou, amou e acima de tudo me educa até hoje. A minha mãe, que é uma mulher de Deus fonte de amor e ternura. Há Rozilda Menezes que me ensinou a trilhar as estradas da vida. E por ter profetizado sobre a minha vida a existência dos meus sonhos. Te amo mãe você pra mim é o melhor exemplo de mulher. 14 AGRADECIMENTOS O momento do agradecimento exigiu muito esforço da minha parte, pois não posso esquecer-me daqueles que ajudaram nessa caminhada. Primeiramente quero agradecer ao autor da vida. O Deus que fez o meu sonho se tornar realidade. Ao meu Deus, que é o meu maior tesouro obrigada Senhor. Aos meus pais Justos Pereira dos Santos e Rozilda Menezes dos santos, por todo amor, carinho, cuidado, dedicação que nos momentos difíceis mim apoiaram. Aos meus irmãos, Gilson Menezes, Jailson Menezes e Tatiana Menezes pela amizade e amor que nos une para sempre. A minha cunhada Gizélia Rocha, pelo amor, carinho suporte e orações, pois nesses momentos difíceis me ajudou muito. Aos amigos e irmãos em Cristo Jesus, Aloísio Oliveira, Gracilene Andrade Alexsandra Araújo, Sidney Silva e Tairine Andrade que durante anos de convívio. Permitiram que eu desfrutasse de momentos ricos e proveitosos. Aprendi com vocês que é possível superar as dificuldades e tristezas. A minha eterna equipe, Raelma Boaventura, Edna Gomes e Juliana Lima o meu carinho, companheirismo e infinito amor e respeito. O meu muitíssimo obrigado ao meu grande amigo Carlos Eduardo, pelo carinho e compreensão nos momentos de escrita monográfica. Aos meus Pastores Jean Luiz e Nildes Conceição pelo amor, carinho e acima de tudo estão contribuindo no meu crescimento espiritual. Um grande abraço e meu muito obrigada a minha professora e orientadora Heloisa Lopes,pela dedicação e empatia. A minha família e a todos que contribuíram para que pudesse construir este trabalho, muito obrigada! 15 ‗‘Os psiquiatras tratam do homem doente e os juízes julgam os réus. E os professores? Eles educam o homem para que ele não tenha transtorno psíquico e nem se sente nos bancos dos réus‘‘. (Cury, 2002, p.28). 16 RESUMO O trabalho versa sobre escola e família: breve análise do guia da educação em família. A indagação principal consiste em saber de que forma é possível orientar os pais para uma integração com a escola e acompanhamento escolar da criança?Os objetivos são conhecer a origem histórica da família; identificar as tipologias e modelos de família; compreender a participação da escola e família na educação escolar; analisar as orientações do Guia da Educação para pais de escolas publica e particulares do Programa Educar para Crescer. Quanto à metodologia optou se pela abordagem qualitativa, como resultado pode-se considerar que: o Guia analisado apontou sugestões de roteiros de ações para a família de maneira possível de ser colocado em prática ou mesmo reorientar os pais que pela primeira vez depara com criança em idade escolar. Alguns tópicos do guia analisam o ato de ler em família como ponto de partida para a construção do vinculo. O outro aspecto é o ato de acompanhamento nas atividades para casa como elemento articulador escola família. Estudando e identificando os diversos modelos de família. PALAVRAS CHAVE: Escola-Família - Guia da Educação 17 ABSTRACT The work deals with school and family: a brief review of education in the family guide. The main question is to know how you can guide parents to integration with the school and the schooling of the child? The goals are to know the historical origin of the family, identifying the types and models of family, understanding the participation of school and family in school education, to analyze the guidelines of the Guide to education for parents of public and private schools Educate to Grow Program. Regarding the methodology chosen for the qualitative approach, as a result can be considered that: the Guide analyzed showed tour suggestions of actions for the family so can be put into practice or even redirect the parents who first confronted with child school age. Some topics of analyzing the act of reading as a family as a starting point for the construction of the link. The other aspect is the act of monitoring activities as an organizer for home school family. Studying and identifying the different types of family. KEYWORDS: Family School - A guide to Education 18 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..............................................................................................09 2. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA.........................................................11 2.1. Breve síntese histórica da família..............................................................14 2.2. Funções da família.....................................................................................17 3.DIVERSIDADE ESTRUTURAL MAIS COMUM DE FAMÍLIA.......................18 3.1. Família patriarcal ou matriarcal..................................................................19 3.2. Família matrimonial – casamento.............................................................. 20 3.3. Família informal..........................................................................................21 3.4. Família monoparental.................................................................................22 3.5. Família homoafetiva.................................................................................. 23 3.6. Família anaparental....................................................................................24 3.7. Família pluriperental...................................................................................25 3.8. Família paralela..........................................................................................26 3.9. Família eudemonista..................................................................................27 4. ESCOLA E FAMILIA: PARCERIA NECESSÁRIA...............................................................................................28 4.1. A participação dos pais na educação escolar............................................35 5. PROGRAMA EDUCAR PARA CRESCER.......................................38 5.1. Breve panorama da cartilha: guia da educação em família para pais de escola particular. Guia da educação em família para pais de escola pública...............................................................................................................40 5.2. Ato de ler em família...................................................................................43 5.3. O ato de acompanhamento nas atividades para casa...............................45 5.4.O ato de ser participante das atividades da escola.....................................46 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................48 7.REFERÊNCIAS.........................................................................................51 ANEXO....................................................................... 19 1. INTRODUÇÃO: A presente monografia trata se da escola e família: breve análise do guia da educação em família. Através deste trabalho vamos verificar se a participação da família na escola auxilia para com o desenvolvimento escolar do educando, para que o mesmo obtenha uma aprendizagem mais significativa. Existe um entendimento que a base da nossa sociedade é a família e como tal deve participar do desenvolvimento educacional de seus infantes, mas na atualidade muito se tem discutido qual o seu real papel diante de uma sociedade em crise de valores. Nossa sociedade no momento se encontra desgastada por causa da correria do dia-dia e muitas vezes acabam esquecendo a educação de seus filhos. No entanto, a família têm se esquecido da sua principal responsabilidade na formação ética e moral dos filhos. Ao mesmo tempo da conta do processo de adaptação de seus filhos para o convívio em sociedade. A instituição família ao longo do tempo tem passado por transformações, tanto quanto na estrutura e formação. Podemos afirmar que essas mudanças têm refletido muito no desenvolvimento estudantil das crianças. É de suma importância o acompanhamento da família no processo educacional do infante. Visto que a vida familiar poderá facilita esse processo. Diante do exposto acima a questão central é saber de que forma é possível orientar os pais para uma integração com a escola e acompanhamento escolar da criança? Assim escolheram-se como objetivos conhecer a origem histórica da família; identificar as tipologias e modelos de família; compreender a participação da escola e família na educação escolar; analisar as orientações do Guia da Educação em Família para pais de escolas públicas e particulares do Programa Educar para Crescer. A escolha do tema justifica-se pela relevância de pensar a família o desenvolvimento da criança e a escola como parceira no processo educacional. O percurso metodológico pautou-se pela abordagem qualitativa 20 por considerá-la adequada para os estudos. Foi realizada uma revisão bibliográfica com autores do campo da sociologia, do Jurídico, da educação e da antropologia. Os principais autores foram Osório (1996), Mello (1983),Prado (1985), Áries (2006), Martins Filho (2007), Brandão (2007), Oliveira (1991), Paro (2000),Dias (2007), Bordanave (1983). Este trabalho monográfico está dividido em quatro tópicos, a saber: O primeiro tópico trata se dos conceitos relevantes sobre a origem e evolução da instituição familiar, ressaltando uma breve síntese histórica sobre a função da família. O segundo tópico versa sobre os diversos modelos de família, tais como: família patriarcal; matrimonial; informal; monoparental; homoafetiva; anaparental; pluriparental; paralela e eudemonista. No terceiro tópico abordaremos a questão, isto é, a relação escola e família. A parceria que se faz necessária para o processo educacional da criança/aluno. Mostrando que a criação de uma parceria entre escola e família, é importante, visto que permitirá uma distribuição que pode ser mais de responsabilidades na educação do educando. Sendo assim, cada uma desenvolve o seu papel, sem sobrecarregar uma a outra. No quarto tópico estabelece uma analise dos Guias da Educação em Família do Programa Educar Para Crescer, financiado pelo Ministério da Educação. Analisaremos dois guias, o Guia da educação em família para pais de escola particular e Guia da educação em família para pais de escola pública. Ao analisarmos as orientações fez- se necessário a construção de um quadro em tópicos para melhor compreensão. 21 2. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA Historicamente a família é um elemento em real relação com a dinâmica social. Sua história é antiga. A palavra família é derivada do latim, significa casa, servidores, cortejo. Isto é, um conjunto de pessoas que descendem do mesmo ancestral. Na história mesmo nos tempos mais remotos, podemos observar que a família ocupou um lugar de acolhimento, entre os indivíduos que mantinham um vínculo de afinidade. A discussão sobre a temática família tem despertado interesse de diversos pesquisadores. Seja no campo da sociologia, psicologia e até mesmo da educação. As famílias têm a prática de delegar à escola toda a educação dos filhos, esquecendo que a sua principal função é o ato de educar. É notório que em todas as sociedades e culturas, os indivíduos têm a sua história ligada à família. A família é uma instituição social das mais antigas e como também a mais importante no processo de formação do sujeito. Tal pensamento é ressaltado por Osório ao afirmar que: Família é uma unidade grupal onde se desenvolvem três tipos de relações pessoais – aliança, filiação e consangüinidade – e que a partir dos objetivos genéricos de preservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e fornecer-lhe condições para a aquisição de suas identidades pessoais desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de transmissão de valores éticos, estéticos, religiosos e culturais. (OSÓRIO, 1996, p.16). Assim todo indivíduo faz parte dessa relação legitimamente reconhecida como família. Segundo a antropologia a família sempre existiu, tendo início com a existência do primeiro homem. Para Luiz Gonzaga de Mello (1983), a luz da antropologia, é possível dizer que a família é uma, Unidade social composta de pessoas unidas por laços de afinidade e de sangue. Na família podem-se distinguir várias instituições familiares tais como: o namoro, o noivado, o casamento e a vida conjugal com todos os seus papéis. No entanto, não se pode esquecer que as instituições familiares são universalmente reconhecidas, embora em cada sociedade 22 elas assumam formas diferentes. (MELLO, 1983p. 326). Quando pensamos em família automaticamente temos que pensar em toda uma sociedade, visto que o estudo de uma está unido à outra. A sociedade é composta por famílias, onde suas particularidades podem ser entendidas através das relações familiares nela vigentes. Então como devemos conceituar família? Se pesquisarmos no Minidicionário da Língua Portuguesa, assim define a família: ―Conjunto de pai, mãe e filhos; pessoas do mesmo sangue; descendência; linhagem‖. (BUENO, 2004, p.248.). Essa definição leva em vista a compreensão que para existir uma família não basta à união corporal do homem e da mulher. Na Bíblia para se compor uma família faz-se necessário à procriação de filhos. Classificando Família, como um conjunto no quais os filhos devem e estão presentes. Família, portanto, é um conjunto onde os filhos devem e estão presentes. Vieira, 2009, faz referência aos estudos de Giddens, no qual considera que a família é um grupo de pessoas unidas diretamente por laços de parentesco, nos quais os adultos assumem as responsabilidades de tomarem conta das crianças. Juridicamente a família é pensada através da participação dos filhos, podemos dizer que é um núcleo de convivência, na qual todos estão unidos por laços afetivos e sanguíneos, compartilhando o mesmo lar. A noção de família no sentido etimológico ―tem sua origem no vocábulo em latim famulus, correspondendo assim ao conjunto de servos e dependentes de um senhor ou chefe‖. (PRADO, 1985, p.12). Ainda com base nos estudos da autora acima pode se dizer que: A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresentando até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja sendo observado. (PRADO, 1985, p.12). Nos nomeados dependentes, estão incluído a esposa e filhos. O modelo de família greco-romana é composto pelo patriarca, esposa, filhos e até mesmo os 23 seus servos livres e escravos. Ouvimos falar muita que a família é uma instituição falida, e esquecemos que a família passa por um processo de mudança ou estado de evolução. Mesmo em meio às crises geradas por várias circunstâncias, continua crescendo e sendo o pilar de toda sociedade. Visto que tal afirmativa é expressa por Danda Prado ao afirmar que: Fala-se muito em crise da família, mas esquecemos que toda evolução permanente de qualquer fenômeno social implica transformação constante. Isso leva a diminuir o significado do passado, e passamos então a tudo observar, analisar e julgar exclusivamente sob a visão e compreensão atual ou contemporânea. [...] a chamada ‗crise‘ da família está sempre inscrita num contexto amplo de transformações sociais. (PRADO, 1985, p.61, 62,63). Para Dias (2007), nossa sociedade está permeada por diversas crises como educação, judiciários, financeira e também familiar, no qual é o nosso foco. Sendo assim as famílias no atual contexto, têm se apresentado de diversas formas, havendo transformações significativas. As famílias, apesar de passarem por seus momentos de crises e evoluções, têm manifestado grande capacidade de sobrevivência e adaptação, uma vez que ela subsiste sob múltiplas formas, de modo que a natureza das relações dentro de uma família vai se modificando através dos tempos. 2.1. Breve síntese histórica da família Na perspectiva de Dias (2007), a família romana assumia o papel de pilar da sociedade, visto que a mesma tomava conta o setor social, econômicos, religiosos, políticos e jurídicos. O poder da família romana era paternal e os membros da mesma não eram unidos por laços consanguíneos, mas sim pela religião doméstica e culta aos antepassados. O membro de maior importância era o pai. O mesmo administrava todos os 24 bens pertencentes à família. Sendo o total responsável pelos os cultos aos antepassados. Além de tudo, a figura paterna fazia parte do senado romano, o único membro da família que era sujeito do seu próprio direito. Exercendo poder absoluto sobre a mulher, filhos e escravos. A obra ―História Social da Criança e da Família‖ escrita por Philippe Áries (2006), ressalta que no mundo contemporâneo quando a criança começa a falar, elas aprendem logo o seu nome e em seguida o nome dos pais e parentes. Em quanto na família da Idade Média, o nome da pessoa não era tão valorizado, o que identificava a localidade da pessoa era o sobrenome. A família na sociedade moderna tem cada vez mais se distanciado dos seus filhos. A necessidade dos pais trabalharem fora significa pouco tempo em casa com a família, estudando a história social da criança, percebemos que muitas sociedades não valorizavam suas infantes. Na antiguidade havia um grande o desprezo pela criança. Podemos perceber isso no mito grego de Édipo em, que esse personagem foi abandonado por seu pai. Na Bíblia sagrada a historia de Moisés que, quando bebê foi abandonado pela mãe em uma cesta de vime no Rio Nilo. E os fundadores de Roma, os irmãos Rômulo e Remo que segundo conta a lenda foram abandonadas e cresceram sendo amamentado por uma loba. Na idade média a situação também era difícil, visto que o índice de mortalidade infantil era muito alto. O abandono de bebês não é um fenômeno novo na humanidade. Embora em cada década tenham suas diferentes causas e motivos, mas mesmo com o passar do tempo às atitudes se repetem. Por fatos também variados. Na sociedade espartana, as crianças a partir dos 7 anos de idade eram entregues para o começo do treinamento. Com essa idade os Espartanos consideravam que a criança era um adulto, servindo à vida militar com treinamentos rígidos. Somente no ano de 1179, no III Concílio de Latrão ficou esclarecido que nas 25 igrejas deveriam ter uma escola. Sendo assim nascia a educação oficial formal, ministrada pela igreja. No século V, d.c, foi à igreja a responsável por valorizar a criança fazendo assim que o abandono da mesma diminuísse. Foi nesse período que se iniciou a valorização da família e da mãe. Sendo assim, criaram a roda dos expostos, onde as crianças eram deixadas por suas mães, para serem cuidadas na vida religiosa. Muitas dessas crianças recebiam o sobrenome das famílias nobres, que ajudavam à igreja. No nordeste brasileiro as crianças eram deixadas na roda dos expostos e ainda não eram batizadas recebiam o nome do santo do dia. A família desfavorecida economicamente que se disponibilizava para cuidar e educar tais crianças recebia certa quantia para o sustento do órfão. Mas muitas crianças deixadas na roda dos expostos, morriam, pouco eram as que conseguiam sobreviver. Tem autores que classifica a família no século XXI como família desestruturada. Partindo do modelo da família tradicional composta por pai, mãe e filho. A família nuclear era tida como estruturada. Já a família contemporânea era vista como uma instituição estruturada e democrática, tendo o poder descentralizado. Deferente da família romana e da indústria a família da modernidade retirou da família a função de fator de produção e, com isso autoridade do chefe, isto é, pai soberano sobre sua mulher e filhos. O homem passou a trabalhar nas fábricas. Para ajudar no sustento da família, a mulher passou a trabalhar fora, com isso houve transformações na hierarquia familiar. Dentro das famílias as transformações são vista com mais clareza. Na maioria das legislações a mulher adquire os mesmos direitos que os homens. Nesse mesmo contexto o casamento é visto como união afetiva entre dois indivíduos. Na década de 60, surge o divórcio. Em torno da década de 70, surgem as famílias monoparentais. No Brasil a família sofreu grande influência da Igreja católica, o casamento religioso era visto como a base de formação da família. Sendo seus princípios regidos pelos princípios do direito Canônico. 26 Apenas em 1890, após a proclamação da República, com a dissociação dos poderes, político e religioso. De fato em 24 de janeiro de 1890, através do Decreto nº 181 o casamento civil é instituído, como o único legalmente válido. 2.2. Funções da família A extensão e modelo de famílias dependem muito da época e do desenvolvimento da sociedade assim como suas funções. Se olharmos no processo biológico, a principal função da família é perpetuar a raça. Mas sabemos também que cabe a família a proteção, a educação religiosa, e socialização. Cabe à família introduzir e socializar o individuo a sociedade em que o mesmo está inserido. Nesse sentido ―é através da própria família que a criança se integra no mundo adulto. É nesse meio que aprende a canalizar seus afetos, a avaliar e selecionar suas relações‖ (PRADO, 1985, p.40). Sabemos que houve mudanças radicais na família, nesses últimos séculos. E ainda hoje está em processo de transformação. A família patriarcal que durante muito tempo frequentou o cenário social brasileiro hoje se encontra em processo de desaparecimento. Visto que a mulher se ascendeu na sociedade, o surgimento de mães solteiras tem enfraquecido a figura paterna como centro da família. Sabe-se que: ―a função de cada família dependem em grande da faixa que cada uma delas ocupa na organização social e na economia do país ao qual pertence‖ (PRADO, 1985, P.35). Com isso asseveramos que a família é a construtora do cidadão. Diante do exposto pode-se dizer que: Entre as inúmeras funções da família que correspondem a uma expectativa social, temos, por exemplo: a função da 27 identificação social dos indivíduos, as de reprodução, as de produção de bens alimentação, vestuário, brinquedos, remédios e de consumo destas. (PRADO, 1985, P.36.). Cabe também à família proteger os seus filhos, permitir o acesso à educação e ensinar as atividades domésticas. É na família que a criança recebe todo aparato para ocupar um lugar na sociedade, na qual se encontra inserida. A família, ainda, tem a função de garantir e proporcionar aos filhos os meios necessários para participar da vida em sociedade. 3. DIVERSIDADE ESTRUTURAL MAIS COMUM DE FAMÍLIA: A família é o primeiro grupo social a que o homem pertence. É um tipo de agrupamento que varia de tempo e espaço. Essa variação pode ocorrer devido ao número e tipo de casamento. E varia também de acordo com o tipo de família e sua autoridade maior no meio da mesma. Se olharmos pelo o número de casamentos a família pode ser monogâmica forma garantida por lei no Brasil onde o homem pode casar com apenas uma mulher. Nas famílias poligâmicas o esposo pode ter varias esposas. Desde que o mesmo tenha como mantê-las. Podemos encontrar esse modelo de família poligâmica entre algumas tribos africanas, entre os povos que seguem a religião muçulmana. Nas famílias que permitem que a esposa tenha dois ou mais maridos, são denominados de família poliandria. Esse tipo de família existe entre as tribos do Tibet e os Esquimós. Quando pensamos em família sempre nos vem lembrar uma estrutura familiar composta por pai, mãe e filhos. Com a globalização e modernidade do mundo esse modelo tradicional mudou muito. As mudanças nas estruturas políticas, sociais e econômicas têm produzido grandes reflexos nas relações jurídicofamiliares. Com o mundo globalizado, houve novas reformulações no conceito de família: 28 A família é um grupo social fundado essencialmente nos locos de afetividade após o desaparecimento da família patriarcal, que desempenhava funções procriativas, econômicas, religiosas e políticas. (DIAS, 2007. P.41.). A idéia de família construída pelo elo da afetividade é o que constitui uma relação qualitativa entre os parceiros da relação familiar. Alias o afeto permeia todo universo das relações humanas principalmente no ambiente educativo. Nas relações interpessoais e intrapessoais do infante, permeado entre sua vida social em casa e na escola. Dias, 2007, ressaltam que a lei nunca se posicionou em relação ao conceito do que é família só, apenas a identificava através do casamento. Para a autora significa que: O novo modelo da família funda-se sobre os pilares da repersonalização, da afetividade, da pluralidade e do eudemonismo, impingindo nova roupagem axiológica ao direito de família. (DIAS, 2007, p.41.). Hoje o que realmente importa é o individuo e não os bens construídos pela família. Segundo Dias: ―a família instituição foi substituída pela família – instrumento‖ (2007 p41). Esse novo modelo de família contribui muito para a formação dos seus membros e da sociedade em que o mesmo se encontra inserido. 3.1. Família patriarcal ou matriarcal As maiorias das famílias na época não industrializada viviam na economia agrícola. Época em que as mesmas eram conhecidas como famílias extensas e patriarcais, isto é, tinha o pai como o centro o líder o detentor do poder dentro da família. Segundo Prado, ‖o tipo familiar dominante encontrado nessas sociedades foi 29 chamado tradicional, extenso, patriarcal e doméstico, entre outras denominações menos difundidas‖. Os casamentos eram arranjados pelos pais, era um acordo entre famílias. Era uma continuação de submissa na vida da mulher. Assim, As mulheres eram subordinavam-se aos homens, assim como os jovens aos mais idosos; o homem mais velho era, portanto o personagem que detinha as mais altas autoridades sobre o resto da família da qual ele era o patriarca. (PRADO, 1985, p. 66). Nessa época a mulher era submissa ao seu pai e quando casada passa a ser submissa ao marido. Notoriamente na sociedade moderna a família patriarcal já não existe. Mas no Brasil Colônia a mulher era totalmente submissa ao seu marido: O homem era terrivelmente ciumento, enclausurando a mulher. Só muito excepcionalmente a mulher era apresentada a um visitante ou comparecia à sala em que o marido recebia visita de estranhos. Não se ensinava as jovens a ler e escrever, para que não se correspondessem com os namorados. Como passeio e distração a mulher colonial conhecia, apenas ou quase unicamente, a ida a missa e às festas de igreja, ainda assim coberta de pesada mantilha e sempre acompanhada.(OLIVEIRA Apud MACEDO 1991,p.90). Na família matriarcal a figura principal detentora do saber e poder era a mãe. Sendo o elemento de identificação da família. A sua presença e sabedoria tem um valor inestimável para todos os membros da família. 3.2. Família matrimonial – casamento Como o vínculo afetivo sempre existiu independente das regras da sociedade. Antes mesmo do surgimento das religiões e do Estado. Sendo que as estruturas de poder e a crença das divindades celebraram o acasalamento tendo como objetivo a perpetuação da espécie humana. A família matrimonial 30 decorre do casamento como ato formal, litúrgico. A Igreja Católica sempre teve influência na vida da família brasileira. Junta com o Estado decretou o acasalamento como objetivo de procriar, um pensamento de perpetuação da espécie. As instituições Igreja e Estado intervinham na vida da sociedade, assumindo posturas conservadoras visando preservar a moral. Sendo assim a Igreja instituiu o casamento religioso em sacramento dissolúvel. Para Maria Berenice Dias: O Estado solenizou o casamento como uma instituição e o regulamentou exaustivamente. Os vínculos interpessoais passaram a necessitar da chancela estatal É o Estado que celebra o matrimônio mediante o atendimento de enumeras formalidades. Reproduziu o legislador civil de 1916 o perfil da família então existe: matrimonializada, patriarcal, hierarquizada, patrimonializada e heterossexual. (DIAS, 2007, P. 43). Para o Estado, o casamento era uma instituição. A Constituição de 1988 colocou em vigor o casamento e durante muito tempo o mesmo era a única forma legítima para a constituição de família. A palavra matrimônio é compreendida como sinônimo de casamento se referindo exclusivamente à união entre um homem e uma mulher. A palavra matrimônio deriva de mater, matris (mãe) no latim clássico. 3.3. Família informal A família informal é aquela família constituída sem o casamento civil. As uniões estáveis, isto é, relacionamento entre homem e mulher, sem o vínculo matrimonial. Judicialmente essa espécie de família só era reconhecida se fosse constituída pelo matrimonio, isto é, casamento civil. A lei não dava legalidade a nenhum outro tipo de relacionamento. A lei também só reconhecia os filhos que fossem nascidos dentro do casamento, estando os filhos fora do casamento a mercê do estado civil dos pais. Filhos gerados com as concubinas eram alvos de termos pejorativos e 31 ainda não tinha direito aos bens do pai. Era considerado um bastardo, filho ilegítimo. Tal como o filho, a lei também negava qualquer direito a concubina. Mas devido a muita procura nas portas do judiciário o legislador acabou reconhecendo os casamentos com as concubinas, dando-lhe o termo companheira ,mesmo assim esses relacionamentos não eram reconhecidos como família e sim como relação de trabalho. Sendo assim era concedida à companheira uma indenização no fim do relacionamento, indenização por serviços domésticos prestados. Esse tipo de união era conhecido como sociedade de fato. Para Maria Berenice Dias: A legislação infraconstitucional que veio regular essa nova espécie de família acabou praticamente copiando o modelo oficial do casamento. Igualmente, o Código Civil impõe requisitos para o reconhecimento as uniões estáveis, geram deveres e cria direitos aos coniventes. Assegura alimentos, estabelece o regime de bens e garante ao convivente direitos sucessórios, Aqui também pouco resta à vontade do par, cabendo afirmar que a união estável transformou-se em um casamento por usucapião. (DIAS, 2007, P.45). Devido a mudanças na Constituição Federal de 1988, os filhos tidos fora do casamento, podem ser reconhecidos por qualquer dos pais. A Lei n º 883, de 21 de outubro de 1949, garantiram os direitos dos filhos tidos como bastardos. A Constituição Federal vigente, no art. 226 § 3º, erigiu-a à categoria de entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento. Conforme a Constituição Federal brasileira de 1988 destaca no seu art.266 § 3º que “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. A grande modificação da Constituição Federal foi a dissociação do casamento como única forma de constituição de uma família legítima, passando-se a considerar também como entidade familiar a relação extramatrimonial estável, entre um homem e uma mulher, que antes era tida como pecaminosa, além daquela formada por qualquer dos genitores e seus descendentes, a família monoparental. 32 3.4. Família monoparental Podemos classificar uma família Monoparental a que compreende as pessoas que estão ligadas uma com a outra por laços da consangüinidade ou afinidade, e inclui também os estranhos. As principais características da família monoparental, é a presença de um só genitor. Desempenha o papel no lugar na criação, convivência, educação e manutenção dos filhos. A família monoparental tem reconhecimento pela Constituição Federal 1988, Capítulo VII Art. 226. § 4º. É conhecida como entidade familiar e é conceituada como ―a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes‖.Esse modelo de família passou a ser aceito na sociedade com acessão da mulher no mercado de trabalho. Visto que na maioria das vezes a família monoparental é chefiada por mulheres solteiras, divorciadas ou de maternidade livre. A Constituição Federal de 1988, alargando o conceito do que é família, reconheceu como entidade familiar, a família monoparental. Visto que ressalta a presença de apenas um dos genitores no vinculo familiar. Com o declínio do patriarcalismo e a incisão da figura feminina no mercado de trabalho, as famílias monoparental passaram a ser mais frequente na sociedade. 3.5. Família homoafetiva Uniões Homoafetivas são as uniões de pessoas do mesmo sexo. É notório que a homossexualidade é muito antiga. Vem acompanhando a história da humanidade e ainda que por muitos não tenha sido aceita sempre foi tolerada. Mesmo com tanta rotulação o legislador reconheceu a esse tipo de relacionamento o mesmo direito das uniões estável. Dias descreve um pouco das nuances dessa relação ao afirmar aqui: Em face do repudio social, fruto da rejeição de origem 33 religiosa, as uniões de pessoas do mesmo sexo receberam, ao longo da história, um sem-números de rotulações pejorativas e discriminatórias. (DIAS, 2007, p.182.). De modo que durante muito tempo os homossexuais e seus parceiros foram ignorados pela Constituição Federal, visto que a mesma só admite união estável entre um homem e uma mulher. Por falta de leis que ampare e assegure direita a população homossexual, o poder Judiciário a mais ou menos uma década, passou a admitir os vínculos afetivos, independentemente da identidade sexual do par, tendo consequências jurídicas. Inicialmente o relacionamento entre casais homossexuais eram identificados como mera sociedade de fato, como se os mesmos fossem sócios. Quando a sociedade acaba se, os lucros eram divididos entre ambos. Mas em muitos casos se um dos parceiros morresse a família tomava posse de todos os bens e o viúvo saia do relacionamento sem direito aos bens construídos. O Supremo Tribunal Federal aprovou as uniões homoafetivas no que podemos chamar de união estável. Sendo assim os noivos sendo do mesmo sexo pode requerer o direito ao casamento diretamente ao Registro Civil. Tal como casal de sexo diferente. 3.6. Família anaparental Atualmente o conceito de família não se restringe somente ao casamento. A Constituição Federal de 1988 alargou o conceito de família; Mas olvidou-se o legislador de regular essas entidades familiares. A convivência entre parentes ou entre pessoas, ainda que não parentes, dentro de uma estruturação com identidade de propósito, impõe o reconhecimento da existência de entidade familiar batizada com o nome de família anaparental. (DIAS, 2007, p.46). 34 Esse tipo de família pode ser constituída por irmãos órfãos de pai e mãe, parentes ou amigos que convivem na mesma residência unidos pelo laço da afetividade. Nesse caso DIAS diz que: Quando inexiste essa hierarquia entre gerações e o convívio não dispõe de interesse sexual, o vínculo familiar que se constitui é de outra natureza: chama-se família anaparental. O exemplo é a família constituída pelos irmãos que surge com a morte dos genitores. (DIAS, 2007, p.194). Quando não sacralizada a união pelo casamento é reconhecida pela Constituição Federal como união estável. O que é levado em conta é que ―qualquer estrutura de convívio que forme uma unidade afetiva da qual se irradiam efeitos que merecem ser tutelado pelo direito‖ (Dias, 2007, p.196). 3.7. Família pluriperental Depois de um relacionamento frustrado ficam as lembranças e em alguns casos ficam os bens e os filhos. A esperança e oportunidade de recompor uma família dão um novo lar aos filhos. Começar um novo casamento, isto é, uma nova família. Nesse caso segundo Dias, será uma família pluriparental ou mosaico, quando destaca que: Família pluriparentais ou mosaica, que resultam da pluralidade das relações parentais, especialmente fomentadas pelo divórcio, pela separação, pelo recasamento, seguidos das famílias não-matrimoniais e das desuniões. As famílias pluriparentais são caracterizadas pela estrutura complexa decorrente da multiplicidade de vínculos, ambigüidade das funções dos novos casais e forte grau de interdependência. A administração de interesses visando equilíbrio assume relevo indispensável à estabilidade das famílias. (DIAS, 2007, p.4748). Isso é um resultado da pluralidade das relações parentais. A afetividade na construção do vínculo dessa nova família é de fundamental importância. Isto é, o afeto é elo que fundamental na constituição de uma família. Família 35 constituída apenas por mãe ou pai, homoafetiva ou mesmo formada por irmão, onde o mais velho cuida dos mais novos o importante é que todas essas são famílias, porque possui o elemento formador primordial, qual seja o afeto. Para Dias: A dignidade da pessoa humana encontra na família o solo apropriado para florescer. A ordem constitucional dá-lhe especial proteção independentemente de sua origem. A multiplicação das entidades familiares preserva e desenvolve as qualidades mais relevantes entre os familiares – o afeto, a solidariedade, a união, o respeito, a confiança, o amor, o projeto de vida de vida em comum -, permitindo o pleno desenvolvimento pessoal e social de cada partícipe com base em ideais pluralistas, solidaristas e democráticas. (DIAS, 2009, p. 62). As famílias pluriparental , assim como as demais famílias, merecem o amparo legal do Estado. A família pluriparental muitas das vezes é confundida com as famílias monoparentais, mas enquanto as demais famílias decorrem da consangüinidade e também do afeto, na pluriparental , mais do que em nenhuma outra, é indispensável o afeto para que subsista. Já que se unem debaixo do mesmo teto os filhos de ambos os genitores. 3.8. Família paralela A família paralela é aquela decorrente de uma relação extraconjugal, onde um dos integrantes participa como cônjuge de mais de uma família. Esse tipo de família é também denomina de concubinato as relações não provindas do casamento religioso e civil. Conforme consta no Código Civil Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato. Mas também denomina- se este concubinato de família paralela. Maria Berenice Dias ressalta que a união paralela é um relacionamento de afeto, repudiado pela sociedade. Ao afirmar que: Os relacionamentos paralelos, além de receberem denominações pejorativas, são condenados à invisibilidade. 36 Simplesmente a tendência é não reconhecer sequer sua existência. Somente na hipótese de a mulher alegar desconhecimento da duplicidade das vidas do varão é que tais vínculos são alocados no direito obrigacional e lá tratados como sociedades de fato. (DIAS, 2007, P.48). De fato as famílias paralelas são frutos de um triângulo amoroso. Como é inegável a existência desse tipo de família, só resta ao legislador, reconhecer a família paralela como sociedade de fato e em caso de rompimento amoroso a mulher pode ser indenizada por serviços domésticos prestados. 3.9. Família eudemonista É denominada Família Eudemonista aquela decorrente do afeto. Eudemonista é um conceito moderno referindo-se a entidade familiar que busca a realização plena de seus membros, tendo como principal característica a comunhão de afeto recíproco, a consideração e o respeito mútuos entre os membros que a compõe, independente do vínculo biológico. Maria Berenice Dias observa que: Surgiu um novo nome para essa tendência de identificar a família pelo seu envolvimento efetivo: família Eudemonista, que busca a felicidade individual vivendo um processo de emancipação de seus membros. O Eudemonismo é a doutrina que enfatiza o sentido de busca pelo sujeito de sua felicidade. A absorção do principio Eudemonista pelo ordenamento altera o sentido da proteção jurídica da família, deslocando-o da instituição para o sujeito, como se infere da primeira parte do § 8º do art. 226 da CF: o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos componentes que a integram. (DIAS, 2007, p.52,53). Como primeira instituição responsável pela formação da personalidade do indivíduo a família deve ser vista como o lugar de acolhimento, afeto e proteção satisfazendo as necessidades de seus membros. Esse modelo de família permite a sua formação de acordo com os laços afetivos entre pessoas de diferente parentesco ou laços consanguíneos. 37 Como já sabemos a instituição familiar possui um papel de suma importância na formação do indivíduo como cidadão e como ser humano. A sua importância não é apenas na sua convivência social e na sua condição de existência no mundo, mas também na satisfação de seus mais peculiares anseios, na busca pela felicidade. 4. ESCOLA E FAMILIA: PARCERIA NECESSÁRIA A parceria família escola deve ser entendida como uma relação de cooperação. A quem cabe a responsabilidade de construir a relação escola família? Muitos professores acreditam que os pais devem ir á escola, procurando saber da vida escolar do seu filho, mas alguns autores: Como Reali (2002), Tancredi (2002) e Caetano (2002) vão mais além ao afirmarem que: Acreditam que a construção da parceria entre escola e família é função inicial dos professores, pois eles são elementos-chave no processo de aprendizagem. Dada à formação profissional específica que têm, as tentativas de aproximação e de melhoria das relações estabelecidas com as famílias devem partir, preferencialmente, da escola, pois ―transferir essa função à família somente reforça sentimentos de ansiedade, vergonha e incapacidade aos pais, uma vez que não são eles os especialistas em educação. (TANCREDI, REALI 2002 apud CAETANO, 2004, p. 58). Sabemos que a família tem função social, que são determinadas no meio ao qual se insere o infante, uma delas é garantir e manter as necessidades básicas da criança. Também cabe a família propagar a educação moral e Ética compatível com a cultura onde está inserida a criança. Sendo assim, Oliveira (2002) resume a função da família dizendo que ―a educação moral, ou seja, a transmissão de costumes e valores de determinada época torna-se, nesta perspectiva, seu principal objetivo‖ (2002, p.16). Incluir a criança no universo da língua cultural é função do seio familiar. Socializando e incluindo a criança na sua cultura. Embora para que tudo isso aconteça à família e a escola tem que saber o que é educação. O que Segundo 38 Brandão: Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante. (2007.p.9). A educação ocorre na colaboração família e escola. Pois a educação acontece em vários espaços e sociedades diferentes. À família compete; Dialogar com a criança sobre, suas amizades e laços desenvolvidos na escola, discutir sobre o conteúdo que está vivenciando na escola; ensinar a criança a cumprir as regras estabelecidas pela escola; ensinar a criança a valorizar a escola, professores, alunos e funcionários; os pais devem se informar das dificuldades apresentadas pela criança e seu desempenho. A escola compete; o cumprimento das atividades escolares propostas pedagógicas apresentadas aos pais; promover ao aluno liberdade para manifestar-se na comunidade escolar; receber e convidar os pais a participarem da vida escolar do seu filho; promover eventos na escola para que os pais possam participar de atividades culturais, esportivas, entre outras que a Instituição venha a oferecer. A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o processo de aprendizagem da criança ou de qualquer individuo. Por isso, pais e educadores necessitam serem grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional daquele ser que irá ser humano na nossa sociedade que muitas vezes é desumana. Ao refletimos em cidadania devemos pensar acerca dos direitos e deveres que cada indivíduo possui no convívio social, e Pensando em educação nos remete a refletir sobre educação, compreender como e onde a mesma acontece e de quem é o dever de educar. Segundo Brandão (2007): ―a educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam. E recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade‖ (2007, p.10). 39 A educação não se dar apenas entre os muros da escola. Para o Sociólogo Pérsio Oliveira, a educação pode ser formal e informal. A educação assistemática, difusa ou informal é o que acontece, no correr da vida diária, pelo aprendizado das tarefas normais de cada grupo social, pela observação do comportamento dos mais velhos, pela convivência entre os membros de uma sociedade. É realizada sem qualquer plano, sem local ou hora determinada. (OLIVEIRA, 1991, p.128). Esse exemplo de educação, toda sociedade participa dessa forma de educação. Em seu livro o que é educação, Brandão descreve sobre a educação informal nas tribos indígenas. Os meninos observam os homens quando fazer arco e flechas; os homens os chamam para perto de si e eles se vêem obrigados a observá-lo.As mulheres,pro outro lado ,levam as meninas para fora de casa,ensinando –as a conhecer as plantas boas para confeccionar cestas e a argila que serve para fazer potes.E,em casa,as mulheres tercem os cestos,costuram os mocassins e curtem a pele de cabrito diante das meninas ,dizem-lhes,enquanto estão trabalhando ,que observem cuidadosamente ,para que,quando forem grandes,ninguém as possa chamar de preguiçosas e ignorantes.Ensinam-nas a cozinhar e aconselham –nas sobre a busca de bagas e outros frutos,assim como sobre a colheita de alimentos.(BRANDÃO,1984,P.21.). De fato em algumas comunidades isoladas, onde ainda não existem escolas a educação é de forma informal, os saberes são passados no convívio diário. Como exemplo dessa forma de educação tem as comunidades indígenas. Nas sociedades mais complexas a educação é formal, transmitida pela a escola. É a educação formal: Esta é, portanto, a que é dada na escola e visa apenas à transmissão de determinados legados culturais, isto é,de determinados conhecimentos ,técnicas ou modos de vida.É uma forma seletiva de educação.Dentro da cultura,escolhemse elementos considerados essenciais ou mais necessários para serem transmitidos na escola,por pessoas especializadas.(OLIVEIRA,1991,p.129). 40 A família e a escola exercem grandes influencias no processo educacional dos indivíduos. E a escola, é a instituição podemos dizer que organizada para transmitir ao aluno a herança cultural da sociedade em que o mesmo está inserido. A responsabilidade de educar a criança é atribuída por lei as duas instituições de estrema importância, na vida psicológica e social da criança. A família é o primeiro grupo social no qual o indivíduo faz parte e logo depois ele vai frequentar a comunidade escolar que é o segundo maior grupo na vida do individuo. A obrigação de educar recai, moralmente e legalmente sobre essas duas instituições responsáveis pela formação cidadã do aluno-filho. Conforme a Constituição Federal, 2008, preceitua no seu artigo 205 que: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Para oferecer uma educação de qualidade os Estados mantêm nas escolas profissionais da educação, especializados e capacitados, a escola cabe a função de transmitir saberes socialmente validos. Em quanto à família desempenha seu papel educacional na vida da criança no campo sociocultural. É de estrema importância que escola e família reconheçam e cumpram suas responsabilidades faz-se necessário para que ocorra a interação escolafamília. A Escola cabe procurar conhecer a realidade de cada aluno porque é importante e necessário, pois as diferenças, étnicas, sociais, culturais e físicas são reais e o conceito de igualdade não cabe nessas características, visto que a classe escolar não será homogenia nas características citadas acima. Mas o conceito de resiliência e de respeito na relação eu e o outro cabe no tempo e nos espaços escolares. Em termos legais o Estado é responsável primário pela oferta da educação escolar. A escola é um lugar de transmissão da cultura é um espaço onde o 41 aluno constrói sua identidade. A escola oferece subsidio para o processo de desenvolvimento das habilidades dos seus alunos. O seu currículo e projeto pedagógico são estruturados de maneira que contemple a realidade do corpo discente. A escola comprometida com a educação se preocupa em desenvolver subsídios para que os alunos desenvolvam suas capacidades. A mesma deve ajustar seu modo de ensinar, selecionando cuidadosamente os conteúdos que devem ser trabalhados de maneira que significativamente auxilie o aluno a se inserir e desenvolver-se em seu universo cultural e sócio afetivo e dentro das suas habilidades educativas. Um dos papeis de fundamental importância da escola é oferecer aos alunos suporte para que os mesmos possam refletir de modo coerente perante os problemas da sociedade ao qual estão inseridos. À escola cabe o dever de trabalhar no sentido de transformar o educando para o convívio em sociedade. Por cerca de muitos anos família e escola viveram uma relação muito estreita, mas durante algum tempo essa relação tem se alargado,Isso ocorreu por vários motivos, tais como os pais da atualidade estão mais informados na área de educação, sendo assim conseguem detectar com mais facilidade as falhas da escola, o que muitas vezes acaba fazendo com que a escola se afaste dos pais. Muitas famílias não têm ocupado o seu lugar na educação de seus filhos, com isso a relação entre as duas instituições tem entrado em processo de falência. Sabemos que o ambiente familiar é o primeiro espaço de disseminação de valores e regras. Sendo assim o papel da família é de fundamental importância na educação da criança. O que ocorre atualmente na sociedade é que a família tem colocado nas mãos dos professores a responsabilidade de ensinar valores que são ensinados no seio familiar. Acontece que quando a família não vai bem, esse conflito acaba refletindo no desenvolvimento escolar da criança. É nesse momento que o professor entra em ação, para amenizar ou até mesmo solucionar as dificuldades enfrentadas pela família. 42 A construção da parceria entre a família e a escola é algo de fundamental importância. Visto que a relação entre família e escola tem passado por um processo turbulento. Os professores, sempre ressaltam a importância, isto é, a necessidade de acompanhamento dos pais na vida escolar de seus filhos, embora pais e educadores não estejam sabendo como aproximar essas duas instituições tão necessárias na vida educacional da criança. Na visão do pesquisador Paro: Parece haver, por um lado, uma incapacidade de compreensão por parte dos pais, daquilo que é transmitido na escola; por outro lado, uma falta de habilidade dos professores para promoverem essa comunicação. (PARO, 2000, p.68). A verdade é que a escola não tem se importado com o que ocorre na vida da criança fora da instituição escolar, e tão somente tem se importado para o que acontece dentro da escola. Há quem diga que a escola não tem se mobilizado para aproximar a família da mesma. Vários são os fatores que afetam essa relação: a falta de conhecimento de alguns educadores; o pouco interesse dos pais para com a educação dos filhos; as negligencias dos pais; as questões sócias- econômicas –histórica em que se fundamenta a família, e até mesmo a violência doméstica. E o fato de muitas famílias terem na Escola um alento para a educação dos filhos, uma vez que eles já perderam o controle e o respeito dos filhos. Sendo assim, a escola necessita de uma relação de cooperação com a família, os professores devem fazer parte do universo sócio-cultural vividos pelos seus educandos, para que assim possam ser empáticos, respeitando e acima de tudo compreendendo-os, para que assim possam imbricar de maneira significativa na vida de seus alunos. A sociedade tem um modelo de homem no seu ponto de vista mental, físico, intelectual e moral tendo assim esse ideal de homem como norteador da educação. Existindo assim na sociedade uma homogeneidade. É por meio da educação, que o ser individual passa pelo processo que se transforma em um ser social. 43 Foi no século XVI e XVII, que ocorreu uma mudança significativa na relação da família com a criança. Nessa época na Inglaterra os pais entregavam seus filhos de 6-7 anos para serem criados por outras famílias, com a finalidade de fazerem os serviços pesados. E vivendo com essa nova família até os 18 anos, e sendo chamado de aprendizes. Assinando assim um contrato de aprendizagem, as famílias confiavam os seus filhos aos mestres, que tinha como função ensinar a criança a servi-lo e servir bem, isto é, serviços domésticos. Acreditavam assim que tais serviços eram educação. Com as práticas domesticas que o mestre transmitia a criança do outro, os valores humanos e seus conhecimentos de vida. Assim, toda a educação se fazia através da aprendizagem, e dava-se a essa noção um sentido muito mais amplo do que o que ela adquiriu mais tarde. As pessoas não conservavam as próprias crianças em casa: enviavam-nas a outras famílias, com ou sem contrato, para que com elas morassem e começassem suas vidas, ou, nesse novo ambiente, aprendizagem as maneiras de um cavaleiro ou um ofício, ou mesmo para que freqüentassem uma escola e aprendessem as letras latinas. (ARIÈS, 1981, p.226-227). O contrato de aprendizagem era uma tradição, seguida pelos nobres e não nobres. Sendo assim os conhecimentos da família só era transmitida a criança no contato com os adultos de geração a geração. Podemos perceber que na atualidade a instituição escolar tem muito reclamado da ausência da família na escola. As famílias tem se distanciado cada vez mais da escola, e conseqüentemente da vida escolar de seus filhos. A família é essencial para o desenvolvimento do indivíduo, independentemente de sua formação. Seja ela Monoparental, anaparental, homoafetiva. Sendo constituída pelo laço da afetividade tendo responsabilidade para com o educando. O educando que têm o acompanhamento familiar tem uma boa convivência, onde há o respeito nos relacionamentos e nas regras, entre outros têm bom rendimento escolar. O acompanhamento familiar na vida do educando pode evitar uma possível reprovação e possibilitando assim uma aprendizagem significativa. Muitos pais delegam a escola a responsabilidade da educação 44 dos filhos, esquecendo que a educação moral e cívica vem da família. A transmissão de valores, a formação do caráter, além da carência afetiva é um papel dos pais. 4.1. A participação dos pais na educação escolar Antes de falarmos sobre a participação dos pais na educação escolar de seus filhos, devemos conceituar o que é participação. Para Bordanave participação ―é o caminho natural para o homem exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirma-se a si mesmo e dominar a natureza e o mundo‘(1983, p.16). De fato participar envolve também a satisfação de outras necessidades, tais como a interação com o outro, o prazer de criar e recriar coisas. Segundo o Minidicionário da Língua Portuguesa, participação é ―Ato de participar; atividade; aço; comunicação.‖ (BUENO, 2004, p.419.). Participar é estar presente nas atividades acadêmicas da criança, comunicar se com os agentes que promove esse aprendizado. Quando a criança entra na escola, conta com certa quantidade de experiências que foram adquiridas no convívio com seus familiares. Informações estas que lhe permitirão formar uma determinada visão sobre ela mesma. Quando a mesma vai à escola ocorre uma ampliação na sua esfera de relações. Pois a criança conhecerá outras crianças irá compartilhar uma parte considerável de sua vida, além de estabelecer relações com outros adultos, além de seus pais. Ainda segundo a Bordanave: (...), a participação não mais consiste na recepção passiva dos benefícios da sociedade, mas na intervenção ativa na sua construção, o que é feito através da tomada de decisões e das atividades sociais em todos os níveis. (1983, p.20). Notoriamente que, depois da família, as crianças permanecem mais tempo é na escola, fazendo com que os pais participem mais do processo educacional 45 da criança. Pois há certas expectativas em relação ao seu desempenho escolar. Mas sabemos que não compete apenas à escola a função de educar, mas também à família em primeiro lugar. A participação dos pais conta muito para o aprendizado. Primeiro por que as crianças precisam de ajuda para manter disciplina nos estudos. A presença dos pais contribui muito no processo de adaptação manter a rotina. Outro papel muito importante e decisivo da família é ajudar a despertar no educando o interesse pela escola e pela leitura. Segundo Macedo: Com a participação da família no processo de ensino aprendizagem, a criança ganha confiança vendo que todos se interessam por ela, e também porque você passa a conhecer quais são as dificuldades e quais os conhecimentos da criança. (MACEDO 1994, p.199). Estão pensando nesse sentido, a família deve manter uma relação ativa no processo educacional de seus filhos valorizando o educando, mostrando-se sempre interessada, ajudando os filhos em tarefas escolares. O que a família deve compreender é que assume um papel relevante na vida escolar dos filhos, esse acompanhamento vai refletir no comportamento escolar dos infantes. A escola traz a premissa de educar para o convívio em sociedade, para educação e o trabalho, mas objetiva que haja uma co-participação da família. A Família é essencial para o desenvolvimento da criança, independente de seu grau de instrução, formação e situação econômica. Notoriamente que é no seio familiar que a criança tem seus primeiros contatos com a sociedade, em que a mesma se encontra inserida. É no seio familiar que a criança encontra o suporte afetivo. As escolas têm um papel importante na aproximação dos pais com os assuntos acadêmicos. Para a escola o envolvimento da família no desenvolvimento escolar é visto na participação dos pais nas reuniões de pais e mestres, atenção nos comunicados vindos da escola para casa. O acompanhamento nos deveres de casa e das notas. São atitudes positivas que fortalece a relação nessa parceria tão necessária entre escola e família. 46 Podemos assim dizer que esse acompanhamento se baseia na obrigação natural dos pais, para com a vida escolar dos filhos. É notório que quanto maior o envolvimento das famílias no desenvolvimento educacional da criança, maior será o rendimento escolar do educando. A criança tem sido o centro da família. Desse modo também passou a ser o foco principal do sistema educativo. A carta Internacional dos Direitos da Criança, de 1987, registra o acesso da criança ao estatuto de sujeito de direitos e à dignidade de pessoa. No Brasil, os direitos infanto-juvenis são amparados pela Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),Lei nº. 8.069/90. A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 1996, ressalta que os responsáveis pelo processo de aprendizagem, são os profissionais da educação em parceria com a família. A LDB prevê as seguintes ações para entregar a escola com as famílias. “Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: (...) VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; (...) Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (...) VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: (...) II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes‖. Assim como a LDB se preocupa em estreitar os laços de relacionamento entre 47 a escola e a família o Estatuto da Criança e do Adolescente, trás no seu Capitulo IV Art.55 e 56 que: Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III - elevados níveis de repetência. Podemos assim afirmar que tanto na LDB quanto no ECA, o direito da educação a criança e adolescentes deve contar com a ajuda dos pais e responsáveis,visto que os laços de afetividade que os unem também o responsabiliza quanto o direito de educar. 5. PROGRAMA EDUCAR PARA CRESCER Com o propósito de fundamentar o papel da família e escola como elo estruturador da educação da criança, esta pesquisa buscou também analisar as cartilhas Guias da Educação do programa Educar para Crescer, 2009. A escolha justifica diante da característica apresentada pela cartilha, no qual orienta as famílias no acompanhamento e desenvolvimento escolar da criança. O Projeto Educar para crescer, é um movimento sem fins lucrativos que vem estimulando boas práticas e sempre destacando a importância da Educação para o crescimento do Brasil e de seus cidadãos. Sendo uma iniciativa da editora Abril e dos grupos Laureate e Malwee, conta com o apoio do Ministério da Educação MEC junto ao movimento social Todos Pela Educação, Instituto Unibanco, Conselhos Federais e Regional de Educação Física CONFEF/CREFS dentre outros grupos. O programa estimula boas práticas ressaltando a importância da parceria da 48 família junto à educação dos seus filhos. Destacando sempre que uma boa educação faz a nação crescer melhor. Segundo o programa o sistema de ensino brasileiro só melhorará no dia em que todos os cidadãos se sentirem responsáveis pela qualidade do ensino do país. Um dos objetivos é sensibilizar as famílias, pais, mães professores e profissionais da educação, empresários, eleitores e governantes. Sensibilizar sobre a importância de uma educação de qualidade para todos. O programa tem como objetivo também; Estimular o envolvimento dos pais e responsáveis na educação de seus filhos; conscientizar a sociedade que uma educação de qualidade é a chave para o crescimento pessoal e do país. A idéia de multiplicar essas iniciativas contou com a criação do Guia da Educação em família. Criada em 2009, as cartilhas voltadas para os pais que possuem filhos em escolas publicas e particulares. Voltadas também para executivos e empresários, educadores e profissionais da educação. Na cartilha contem orientações praticas e simples sobre o que cada leitor pode fazer para acompanhar e ajudar na educação dos seus filhos e até mesmo do país. As mesmas são distribuídas gratuitamente nas escolas, empresas e locais de grande circulação, e em algumas revistas a cartilhas vão encartadas para que todos tenham acesso. Caso o leitor deseje baixar as cartilhas em PDF, a mesma se encontra disponível no Portal Educar para Crescer no endereço eletrônico http://educarparacrescer.abril.com.br. O Educar para Crescer desenvolveu Guias da Educação, contendo dicas e idéias para que toda família, educadores, empresários e cidadãos se envolvam na melhoria do ensino brasileiro. As cartilhas foram desenvolvidas pela redação do Educar para Crescer com a consultoria do movimento Todos pela Educação e da Fundação Victor Civita. 49 5.1. Breve panorama da cartilha: guia da educação em família para pais de escola particular. Guia da educação em família para pais de escola pública Quadro nº 01, Descrição dos comandos contidos na cartilha Guia da Educação em Família para pais de escola particular. TÓPICOS 1. Levantamento PAIS das dificuldades. Pergunte dificuldades se RESULTADOS ESPERADOS ele em tem alguma Criar a cultura do estudo em casa diário. matéria. Proponha que ele lhe ensine algo que aprendeu na escola. Esta é uma boa maneira para ele fixar o conteúdo A tarefa de casa tem essa função reforçar o que foi estudado na escola. Confira se ele faz a lição de casa diariamente. 2. Criar a pratica de Não deixe seu filho faltar às Faltar frequentar as aulas. aulas sem necessidade. processo de aprendizagem Garanta que ele vá do aluno. à escola na hora certa Quanto mais aulas um aluno aula dificulta o perder, Maiores serão as chances de ele Tirar notas ruins e repetir o ano. 3. Definir os horários de Combine com o seu filho um O horário da leitura tem que estudos. horário para os estudos. ser Separe um lugar da casa possível. Ler freqüentemente para a lição — deve ser o auxilia mais tranquilo possível. conhecimento de mundo e da o mais e proveitoso muito com escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização ajudando a criança em todas as disciplinas. 4. Desenvolver habilidades as Aos 8 anos, ele deve saber Acompanhar em ler e escrever com facilidade. semanais de as tarefas matemática 50 Matemática. Aos 10 anos, deve saber identificando os conteúdos e somar, subtrair, multiplicar e exercícios. dividir. Aos 14 anos, deve resolver. uma equação de 10 grau com duas variáveis (X e Y) e 5. Desenvolver as Aos 14 anos, deve interpretar Desenvolver a competência habilidades de leitura e textos com diferentes linguísticas argumentação. opiniões. argumentativas. textuais e Acompanhar os conteúdos dos textos. 6. Desenvolver a pratica da Estimule leitura. usem atividades a leitura: que jogos, receitas, mapas. Desenvolvimento textual, argumentativo o prazer de ler e escrever. Faça da leitura um momento de prazer — pode até estourar pipoca. Seja um exemplo de leitor. Leia sempre é bom para você e para o seu filho, que seguirá o seu exemplo. Converse com ele sobre o livro, a revista ou o jornal que estiver lendo. Deixe seus livros ao alcance das mãos dele. Livro é para ser lido, não é para enfeitar a 7. Criar a cultura de Ensine-o a emprestar livros Desenvolver frequentar a Biblioteca, aos ambientes a possibilidade de livrarias, sebos, bancas de emprestado. jornal. Leve-o amigos para bibliotecas e a pedir desenvolver uma cultura de explorar e as livrarias próximas de sua casa. Incluir visitas a biblioteca é uma das maneiras de incentivar a leitura. Faça uma ficha para nesses seu filho na biblioteca mais próxima da lazer e conhecimento relações com as pessoas. de 51 sua casa. 8. Busca por uma Conheça a educação de qualidade. pedagógica. Não proposta Espera-se desenvolver uma acredite rede de relações cordiais que a escola com a escola participação e do seu filho oferece um compromisso ensino de qualidade só por atividades, cursos, palestras, ser particular. oficinas e reuniões. Isso é mito. Há colégios Verifique se a escola privados muito ruins, assim oferece reforço para como públicos bons. Informe- os alunos com se. mais dificuldades nas disciplinas. Informe-se sobre os índices de repetência e de criação de evasão da escola. 9. Acompanhamento nas Ofereça sempre ajuda, mas atividades lições de casa. não faça as lições por seu O dever de casa reforça filho. aprendizagem, Combine com o seu filho um desenvolvendo assim a horário para os estudos. responsabilidade dos alunos acompanhe a lição de casa. para com o seu aprendizado. Isso é uma maneira dos pais auxiliares na educação escolar do filho. *10. Educação Moral e ética Ensine seu filho a ouvir o Educação moral e ética é professor e a respeitá-lo. papel dos pais e da família. Fonte: Guia da educação em família, Programa Educar para Crescer. 2009. Elaborado: Márcia Menezes dos Santos *Este item foi sinalizado apenas na no Guia da Educação em Família para Pais de Escola Pública Observa-se no guia as seguintes orientações dez comandos tais como: levantamento de dificuldades; Criar a pratica de freqüentar as aulas; Definir os horários de estudos; Desenvolver as habilidades em Matemática; Desenvolver as habilidades de leitura e argumentação; Desenvolver a pratica da leitura; Criar a cultura de freqüentar a Biblioteca, livrarias, sebos, bancas de jornal; Busca por uma educação de qualidade; Acompanhamento nas atividades lições de casa; Educação Moral e ética. 52 5.2. Ato de ler em família Da idéia de receituário o Guia coloca com sugestões e roteiros de ações para os pais maneira possível de ser colocado em pratica ou mesmo reorientar os pais que pela primeira vez depara com criança em idade escolar. Alguns tópicos do guia merecem algumas considerações, um deles é o ato de ler em família. Quanto ao ato de ler em família é relevante perceber essa relação que a cartilha coloca com os escritos do educador Paulo Freire. Segundo Paulo Freire, ―a leitura do mundo precede a leitura da palavra‖. (1993, p, 11), os gestos, olhares das pessoas, a natureza, os espaços sociais em fim tudo que esta em nossa volta é possível realizar uma leitura. Embora não seja uma leitura de livro, mas é uma leitura de mundo. Sabe se que a prática da leitura esta presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a compreender e perceber o mundo à nossa volta. Vale destacar que ler não é uma atividade que corresponde a uma simples decodificação das letras, mas significa interpretar e compreender tudo o que se lê. Além da possibilidade de dar significados, permiti ao homem abrir as portas para a sua percepção. Fazendo com que o mesmo se torne apto a estar no mundo, consciente da sua realidade social. Para que a leitura seja prazerosa e significativa, o leitor tem que ter desejo e curiosidade de ler, pois quando torna a leitura obrigatória, a mesma se resume em fardo levando a preguiça. Assim como todo cidadão o leitor também tem direito. Direitos de escolher o que quer ler, qual é o livro que mais o agrada, têm direito de ler no local que o agrada. Motivar a leitura não é tarefa fácil, mas também não é das mais difíceis. É papel dos professores promoverem um espaço interativo na sala de aula, no qual o convívio com a leitura e os livros seja realmente efetivo e significativo para todos. Outro aspecto que faz a diferença é a motivação do sujeito quanto leitor. Tanto o professor quanto os pais, cabe o papel de potencializar o gosto 53 pela leitura. A leitura é necessária em todos os contextos sociais e em todas as formas e por isso é necessário que se fale do papel da família neste contexto. Quando a criança ganha um livro ou revista de presente dos pais sua primeira leitura é sensorial, pois a criança observa de imediato as cores, as ilustrações e o formato do livro. Nesse momento é necessário que os pais explorem na criança tudo que a mesma esta vendo no livro. A leitura não pode ser encarada como uma obrigação principalmente dentro do seio familiar. A leitura deve ser prazerosa, deve ser um momento que servirá para criando um vínculo maior entre pais e filhos. Cantar cantigas de ninar ou até mesmo ler um livro com ilustrações de historia para dormir, faz com que a criança sinta se a vontade de também contar ou ler suas próprias histórias. No espaço familiar é fundamental criar uma cultura de leitura de livro, revistas, quadrinhos, jornais, panfletos, além de outros textos e imagens. Promover no seio familiar passeios em museus, teatros, bibliotecas, livrarias. 5.3. O ato de acompanhamento nas atividades para casa Outro ponto relevante é o dever de casa. O dever de casa é uma prática diária de todos educador de todos os níveis escolares. Os pais não têm como saber, no seu cotidiano, como seu filho está indo na escola. Visto que o mesmo não tem acesso à sua sala de aula diariamente. Mas a tarefa de casa é um meio dos pais observarem se seu filho esta realmente aprendendo. Para os educadores, os principais objetivos para a aplicação do dever de casa são para: Reforçar da aprendizagem; fixar a disciplina estudada em sala de aula; desenvolver a responsabilidade dos alunos para com os estudos; auxilia a 54 fixar o hábito de estudo; pode ser usada como meio de integração entre a escola e a família. Também vale indagar se ―fixar a matéria‖ ainda é um objetivo adequado para tempos em que o próprio conhecimento não tem tempo para fixar-se a si próprio, dada à velocidade com que se produzem pesquisas que derrubam as certezas mais rapidamente do que conseguimos delas tomar conhecimento. 5.4. O ato de ser participante das atividades da escola Em casa que se começa uma boa educação onde garante uma formação sólida e segura em contato com as adversidades culturais e sociais. Hoje á ausência da família tem gerado consequências graves na formação do individuo isso tem alimentado valores egocêntricos que tem levado os jovens ao mundo do vício e das futilidades. Contudo, desde o início da industrialização, a sociedade vem passando por transformações que resultam em uma postura cada vez mais individual por parte da maioria dos adultos. E também o ingresso da mulher no mercado de trabalho gerou a diminuição do tempo disponível para se dedicar a seus filhos. Em virtude da pouca convivência dos pais com os filhos faz-se com que a responsabilidade do ensino básico da criança fique relegado a escola. Se a escola só desempenhava ação de educadora profissional, hoje desenvolve também o papel de formadora crucial da consciência cidadã dos seus educandos. Como a escola é considerada a extensão da família, por isso trabalhando juntas escolas e famílias podem desempenhar o papel de educadores na construção de uma sociedade humana. E como a escola é um espaço onde os alunos ampliam as suas relações sociais, no entanto, através da participação dos pais possam ampliar suas ações e que as repercussões surtam efeito. 55 De fato a família deve participar do ambiente escolar, pensando em participação, participar segundo Bordanave (1983): o uso frequente da palavra participação nos remete a aspiração dos setores cada vez mais numerosos da população que querem assumir o controle do próprio destino. Mas de fato como ocorre essa participação? Inúmeras indagações permeiam o termo em se tratando da palavra participação vemos que muitas vezes o termo se encontra banalizado sem sentido e seu conceito acaba perdendo sua essência na construção de uma sociedade justa e participativa. A participação consiste a construção de uma sociedade justa e igualitária. Então participamos para quê?Para Bordanave ‘‘ as pessoas participam em sua família, em comunidade, no trabalho, na luta política. Os países participam nos foros internacionais, onde tomam decisões que afetam os destinos do mundo‘‘. (Bordanave, 1983, p.11). Então participar significa dizer que às vezes tem altos e baixos, isso em virtude de formas históricas que a vida social se desenha. E na atualidade há uma urgência em intensificar os processos participativos e a escola tende a seguir esse caminho. Todavia, a participação é vista como uma forma de liberação, mas para a manutenção de uma situação de controle de muitos sobre alguns. Mas qual o real papel da escola diante desse aspecto?A escola junto com a família fortalece a consciência da população e prepara os seus alunos para adquirir mais senso crítico perante a sociedade. ‘‘Quando a população participa da fiscalização dos serviços públicos, estes tendem a melhorar em qualidade e oportunidade‘‘. (Bordanave, 1983, p.13). Por outro lado é necessário salientar o papel reforçador da escola no intuito de aproximar as famílias da escola e para que a as famílias possam perceber sua importância na formação sócio moral de seu filho. E a escola é canal viabilizado para essa formação humana. 56 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A família é um elemento fundamental na dinâmica social. É uma relação que pressupõe vínculos e afinidade. Em todas as sociedades e culturas os indivíduos têm a sua história ligada à família. Juridicamente a família é reconhecida como um núcleo de convivência nos quais todos estão unidos por laços consangüíneos, compartilhando o mesmo lar. A família não é apenas um fenômeno natural ela é uma instituição social variando através da história apresentando formas e afinidades diversas na mesma época e lugar. A família é uma instituição social importante na formação do sujeito. Cabe a mesma introduzir e socializar a criança a se entregar no mundo do adulto. Cabe também a família proteger os seus filhos, promovendo o acesso a educação. Sabemos que a família tem função social, que são determinadas no meio ao qual se insere o infante, uma delas é garantir e manter as necessidades básicas da criança. Também cabe a família propagar a educação moral e ética compatível com a cultura onde está inserida a criança. A instituição familiar varia também de acordo com seus tipos, modelos e sua autoridade maior no meio da mesma. Se olharmos pelo o número de casamentos a família pode ser monogâmica forma garantida por lei no Brasil. Judicialmente os novos modelos de família fundam-se sobre os pilares da repersonalização e da afetividade. Quando pensamos em família sempre nos vem lembrar uma estrutura familiar composta por pai, mãe e filhos. Com a globalização e modernidade do mundo esse modelo tradicional mudou muito. As mudanças nas estruturas políticas, sociais e econômicas tem produzido grandes reflexos nas relações jurídicofamiliares. Com o mundo globalizado, houve novas reformulações no conceito de família. 57 Nas diversidades de família encontramos a: família patriarcal; matrimonial; informal; monoparental; homoafetiva; anaparental; pluriparental; paralela e eudemonista. Família homoafetiva é derivada das uniões de pessoas do mesmo sexo. É notório que a homossexualidade vem acompanhando a história da humanidade e ainda que por muitos não tenha sido aceita sempre foi tolerada. As uniões de pessoas do mesmo sexo receberam, ao longo da história, um sem-números de rotulações pejorativas e discriminatórias. Em relação ao desenvolvimento escolar qual é a função da família. À família compete; Dialogar com a criança sobre, suas amizades e laços desenvolvidos na escola, discutir sobre o conteúdo que está vivenciando na escola; ensinar a criança a cumprir as regras estabelecidas pela escola; ensinar a criança a valorizar a escola, professores, alunos e funcionários; os pais devem se informar das dificuldades apresentadas pela criança e seu desempenho. A escola compete; o cumprimento das atividades escolares propostas pedagógicas apresentadas aos pais; promover ao aluno liberdade para manifestar-se na comunidade escolar; receber e convidar os pais a participarem da vida escolar do seu filho; promover eventos na escola para que os pais possam participar de atividades culturais, esportivas, entre outras que a Instituição venha a oferecer Na relação escola e família podem afirmar que é uma questão debatida na atualidade. A escola é um lugar onde as crianças desenvolvem suas aptidões, conhece outras pessoas começa a se socializar com outras crianças. A instituição escolar durante muito tempo foi vista como a detentora do saber assim como o professor, por isso há uma necessidade na parceria entre a escola e a família, parceria essa que é desejada por todos que fazem parte da educação. Na analise dos guias foi possível perceber o papel da família e escola como elo estruturador da educação da criança, analisamos os Guias da Educação em Família do programa Educar para Crescer, 2009. No guia contem comando orienta os pais no acompanhamento escolar da criança. Orientando como criar a pratica de freqüentar as aulas, desenvolver a pratica da leitura, criar a cultura 58 de freqüentar a Biblioteca, livrarias, sebos, bancas de jornal, O tópico é o ato de ler em família. Motivar a leitura não é tarefa fácil, mas também não é das mais difíceis. No espaço familiar é fundamental criar uma cultura de leitura de livro, revistas, quadrinhos, jornais, panfletos, além de outros textos e imagens. Promover no seio familiar passeios em museus, teatros, bibliotecas, livrarias. É papel dos professores promoverem um espaço interativo na sala de aula, no qual o convívio com a leitura e os livros seja realmente efetivo e significativo para todos. Outro aspecto que faz a diferença é a motivação do sujeito quanto leitor. Outro ponto de fundamental importância é o dever de casa. O dever de casa é uma prática diária de todos educador. A tarefa de casa é um meio dos pais observarem se seu filho esta realmente aprendendo. Na relação escola família é necessário salientar o papel reforçador da escola no intuito de aproximar as famílias da escola e para que a as famílias possam perceber sua importância na formação sócio moral de seu filho. E a escola é canal viabilizado para essa formação humana. 59 7. REFERENCIAS: ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Philippe; tradução de Dora Flaksman. 2. Ed. - Rio de Janeiro: Guanabara, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023. Informação e documentação: referências / elaboração, Rio de Janeiro, ABNT 2002. ________ NBR 10520. Citações em documentações: apresentação, Rio de Janeiro, ABNT 2002. BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. Editora FTD, 2004. BRANDÃO, Carlo Rodrigues. O que é educação / Carlos Rodrigues Brandão. São Paulo: Brasiliense, 2007. - - (Coleção primeiros passos; 20). BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. BRASIL. Estatuto da criança e do Adolescente. Lei nº 8069, de julho de 1990. BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação. Lei nº 9424, de dezembro de 1996. BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é participação? São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros Passos). CURY, Augusto Jorge. O mestre do amor / Augusto Jorge Cury - São Paulo: Academia de inteligência, 2002. DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias/Maria Berenice Dias. -4. Ed. rev. atual. E ampl. -São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007. Guia da Educação em Família para pais de escola Particular: 77 idéias para melhorar o desempenho escolar do seu filho Disponível em:< http://educarparacrescer.abril.com.br > Acesso em 20 de dezembro de 2011. Guia da Guia da Educação em Família para pais de escola Pública Disponível em:< http://educarparacrescer.abril.com.br > Acesso em 05 de Janeiro de 2011. MACEDO, R.M. A Família diante das dificuldades escolares dos filhos. Petrópolis: Vozes, 1994. 60 MARTINS FILHO, José. A criança terceirizada: Os descaminhos das relações familiares no mundo contemporâneo / José Martins Filho. – Campinas, SP: Papiros, 2007. MELLO, Luiz Gonzaga de. . Antropologia cultural: iniciação, teoria e temas. 2. Ed Petrópolis (RJ): Vozes, 1983, 526p. OSÓRIO, Luiz Carlos. Família hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. --5º edição. Editora Ática - São Paulo, 1991. OLIVEIRA, José Sebastião de. Fundamentos Constitucionais do Direito da família. São Paulo: Revista Tribunal dos Tribunais, 2002. PARO V. H. Qualidade do ensino: A contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000. PRADO, Danda. O que é Família. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985. Revista da FAEEBA/Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Faculdade de Educação do Estado da Bahia - Ano 1.nº1 (jan./jun.,1992)Salvador:UNEB,1992. REALI, A. M. M. R., & Tancredi, R. M. S. P. (2002). Interação escola-famílias: concepções de professores e práticas pedagógicas. In M. G. N. Mizukami & A. M. M. R. Reali (Orgs.), Formação de professores, práticas pedagógicas e escola (2004, p.74-98). São Carlos: EDUFSCAR. VIEIRA, Maria Cecília dos Santos. Famílias de acolhimento. Cuidar e proteger em tempos de dificuldades. Universidade de Aveiro. Departamento de Ciências da Educação. Ano 2009. Disponível em:<http://biblioteca.sinbad.ua.pt/teses > Acesso em 15 de Janeiro de 2012.