STOP QUEDAS Programa de Gestão e Controlo das Quedas de Doentes em Ambiente Hospitalar Gabinete de Gestão do Risco do Centro Hospitalar de Lisboa Central: Ana Marinho; Ana Timóteo; Catarina Mendes; Fátima Barata; Idalina Bordalo; João Lage; José Fragata; Lurdes Tavares; Lurdes Trindade; Paes Duarte; Susana Ramos [email protected] INtrodução Vários estudos apontam que 80% dos incidentes relatados nos hospitais são quedas e em 5 a 6% destas o doente sofreu uma fratura ou uma lesão grave, com repercussões a nível psicológico, económico e social. Dos múltiplos fatores que podem contribuir para as quedas, destaca-se a idade (acima dos 65 anos), o estado de saúde, a medicação que o doente está a tomar, história de queda anterior e fatores ambientais. A monitorização do indicador "Queda do Doente" iniciou-se em 2005 no Hospital de Santa Marta impulsionado pelo Programa de Acreditação do CHKS e integrado no Projeto IQIP (International Quality Indicator Project). Em 2008 o Centro Hospitalar de Lisboa Central promoveu o alargamento do projeto de gestão e controlo das quedas de doentes em todos os seus hospitais com vista a aumentar a segurança do doente. OBJECTIVOS - Medir a dimensão do problema associado ao incidente de queda. - Promover as boas práticas na prevenção de quedas do doente. - Identificar fatores de risco e fatores contribuintes associados aos incidentes de quedas dos doentes. - Introduzir ações de melhoria ao nível das práticas e do ambiente físico. - Alertar os doentes/família e os profissionais para as medidas de prevenção das quedas e redução das suas consequências. Metodologia QUEDA Admissão do doente Colheita de dados de Enfermagem Avaliação do estado do doente (nas primeiras 24 horas de internamento) Avaliação de Risco de Queda Utilização da Escala Morse Sim ® HEALTH EVENT & RISK MANAGEMENT Não Lesão aparente ou queixas? Equipa do Serviço Prestação de Cuidados Avaliar causa de queda Doente estabilizado Doente Doente BAIXO RISCO Doente MÉDIO RISCO ALTO RISCO Sim ® HEALTH EVENT & RISK MANAGEMENT Monitorizar doente REGISTO DA EVOLUÇÃO No máximo a cada 7 dias Após queda do doente Alteração importante factores de risco ® HEALTH EVENT & RISK MANAGEMENT Figura 1 – Processo de Avaliação do Risco de Queda do Doente Figura 2 – Avaliação do Risco de Queda do Doente - Escala de Morse Figura 3 – Avaliação das Condições Fisicas e Ambientais ® HEALTH EVENT & RISK MANAGEMENT Não SITUAÇÃO AGRAVADA? Prestação de Cuidados REAVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDA REAVALIAR O RISCO RELATO DE QUEDA Monitorizar doente - Identificar factores de risco - Intervenções gerais e específicas de prevenção - Sinalizar o doente Intervenções gerais Intervir no factor causal NOTIFICAÇÃO Gestão do Risco Grupos de Análise GESTÃO DO RISCO: - Análise do incidente - Ações de Melhoria Figura 4 – Gestão do Incidente de Queda do Doente Figura 5 – Formação aos Profissionais: Prevenção e Gestão da Queda O programa assenta em quatro pilares: avaliação do risco de queda do doente individualizada, realizada pelo enfermeiro com recurso à escala de Morse e plano de intervenções gerais e específicas conforme o nível do risco, assim como avaliação do risco dos fatores ambientais. Registo do incidente de queda na Aplicação da Gestão do Risco on-line, que emite uma notificação para a Equipa da Gestão do Risco, Grupo dos Padrões da Qualidade dos Cuidados de Enfermagem e Grupos de Análise que integram cerca de 400 profissionais, tendo como responsabilidade a analise dos fatores contribuintes para a queda e desenvolvimento de medidas de melhoria. Realização de formação em serviço e contínua para os profissionais e disponibilização de suporte comunicacional para o doente e família. Resultados e Discussão Níveis de Risco N.º de Avaliações Ano 2012 Alto Risco 13455 Baixo Risco 12950 Médio Risco 25497 Total Geral 51902 HOSPITAL ANO HSJ Figura 6 – Total de Avaliações de Risco de Queda em 2012. HSM 2010 172 117832 0,15% 2011 205 121046 0,17% 2012 430 128416 0,33% 2010 101 55993 0,18% 2011 140 57742 0,24% 2012 166 60231 0,28% 2010 360 104184 0,35% HSAC 2011 350 97715 0,36% 2012 378 83582 0,45% 2010 17 50341 0,03% 2011 7 44173 0,02% 2012 22 39350 0,06% 2011 702 320676 0,79% 4 Hospitais 2012 996 311579 1,12% HDE CHLC Figura 7 – Exemplo de Avaliação do Risco relacionado com fator Ambiental N.º DIAS N.º QUEDAS INTERNAMENTO % QUEDAS Figura 8 – Inciência do registo de quedas no CHLC (2010-2012) 3880 ATOS MÉDICO/ENFERMAGEM Estado Saúde 743 (74,5%) Imobilização da Fractura Nenhum Factores Ambientais 38 (3,8%) Ligeiro Lesão 630 (63,2%) 308 (84,1%) 366 (36,7%) 11 (1,1%) Outros 13 7 16 26 40 43 Aplicação de Ligaduras Moderado 56 (15,3%) Tratamento 204 (20,4%) Severo 2 (0,5%) Realização de Sutura Restrição Física (medicação) Rx 1Monitorização/Vigilância do Estado de Consciência Realização de Penso 635 80 152 Aplicação de Gelo 485 Monitorização dos Sinais Vitais 407 Elevação de Grades de Proteção 226 Contenção Física (imobilização) 343 Observação Médica 748 Comunicação ao Médico 609 Ensino ao Doente 0 Figura 9 – Distribuição da Queda por Motivo (2012) Figura 10 – Nível de Gravidade da Lesão (2012) 100 200 300 400 500 600 700 Figura 11 – Atos médicos/enfermagem em consequência da queda (2012) Este projeto contribuiu para a mudança da cultura de segurança dos profissionais e para uma maior consciencialização da dimensão do problema e da necessidade de adotar boas práticas na prevenção das quedas. Em 2012 realizaram-se 51902 avaliações de risco individual e registou-se uma incidência de 1,12%. Verificou-se que os fatores que mais contribuíram para a queda do doente foi o “Estado de Saúde” (74,5%), dando relevância à importância de uma abordagem multidisciplinar da Equipa de Saúde na gestão e controlo das quedas do doente. Os fatores ambientais representam 20,4% das causas de queda do doente, sendo avaliados e monitorizados pela Equipa da Gestão do Risco. Do total das quedas, 36,7% originaram lesão e resultaram 3880 atos médicos e de enfermagem. Boas Práticas de Todos os Profissionais na Prevenção das Quedas Conclusão Os cuidados de saúde devem proporcionar o máximo bem-estar e segurança ao doente. O CHLC desenvolve um projeto integrado e contínuo para a prevenção das quedas e a Equipa da Gestão do Risco utiliza estratégias multimodais promovendo momentos formativos e de reflexão entre os profissionais e o envolvimento dos doentes/família. Em Maio de 2013 a iniciativa da “Semana da Segurança do Doente” alusiva ao tema que contribuiu para a promoção das boas práticas e alertou o cidadão para as medidas de prevenção Ensino e Envolvimento do Doente e Família PREVENÇÃO DAS QUEDAS Promover a Segurança do Doente é uma Prioridade da Equipa de Saúde! Formação dos Profissionais na Prevenção das Quedas Avaliação do Risco de Queda Promoção de Ambiente Seguro Figura 12 – Momentos da Semana da Segurança do Doente: Quedas. Bibliografia Centro Hospitalar de Lisboa Central - Prevenção e Monitorização das Quedas do Doente em Ambiente Hospitalar. Procedimento Multissectorial (2009). International Quality Indicator Project, Indicator 13: Falls, UK QIP Newsletter, Outono 2005, University of Newcastle. Manual Internacional da Qualidade CHKS/HAQU, 2010: Norma 2 – Governação Clínica - Qualidade Clínica (Critério 2.28); Norma 7 – Gestão do Risco-Avaliação do Risco (Critério 7.15) MORSE, Janice M. – Preventing Patient Falls: establishing a fall intervention program. 2nd ed. Springer Publishing Company. 2009. 172 pág. ISBN 978-0-8261-0389-5 800