Análise química e morfológica de compósitos de polietileno pós-consumo reforçados com fibras do bagaço de cana Alberto G. V. de C. Neto (IC), Ana Claudia M. Rosa (IC), Silvia L. Fávaro (PG) e Eduardo Radovanovic (PQ) Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Química – Av. Colombo, 5790 – CEP 87020-900 - Maringá – PR – Brasil Fax (44) 3261-4125 e-mail: [email protected] INTRODUÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO A expansão do uso de materiais poliméricos pode ser observada no nosso dia a dia através dos inúmeros bens de consumo que nos cercam. Uma grande variedade de polímeros surgiu decorrente do desenvolvimento de novos processos de polimerização. Assim, os materiais desenvolvidos a partir de polímeros pós-consumo tem chamado cada vez mais a atenção devido aos ganhos sociais, econômicos e ecológicos que propiciam. A maior fração dos polímeros passíveis de reciclagem é composta de poliolefinas, tais como o polietileno (PE) e o polipropileno (PP). Entretanto, para os materiais reciclados podem ser requeridas algumas propriedades finais específicas diferentes dos polímeros de origem. Uma alternativa ecologicamente correta para a modificação de algumas das propriedades dos polímeros é a utilização de fibras naturais na preparação de materiais compósitos. A utilização total ou parcial de fibras vegetais como substitutas de diversos produtos sintéticos ou outras fibras minerais tem apresentado um grande potencial para aplicação tecnológica. O emprego de compósitos de matriz polimérica reforçados por fibras naturais lignocelulósicas vem tendo um crescente desenvolvimento nos últimos anos. As fibras vegetais, além de apresentarem muitas vantagens em relação às fibras sintéticas (baixo custo, fontes renováveis, baixa abrasividade) são também promissoras devido ao desempenho mecânico obtido por seus compósitos em relação aos obtidos com fibras sintéticas como, por exemplo, as de vidro. Muitas fibras naturais como: madeira, juta, kenaf, abacaxi, coco, bagaço da cana, casca de arroz e sisal têm sido utilizadas como reforço em materiais compósitos. O objetivo desse trabalho foi estudar através de FTIR, TGA e MEV as propriedades químicas e morfológicas de compósitos preparados com polietileno pós-consumo (PE) e fibra do bagaço de cana. As fibras vegetais são revestidas por substâncias intercelulares constituídas principalmente de lignina e de outros compostos. Com o tratamento alcalino ocorre a extração de lignina, hemicelulose, impurezas, ceras e células parenquimáticas. Assim, ocorre uma exposição das fibrilas e dos grupos de hidroxila presentes na estrutura da celulose, o que melhora o processo de acetilação. D C 100 Fibra 80 60 Fibra mercerizada Fibra Fibra lavada Fibra mercerizada Fibra acetilada 40 Fibra acetilada 20 0 0 100 200 300 400 500 600 80 ºC – 1h NaOH 10% -15h Acetilação Ácido acético, 1 h Anidrido acético ácido sulfúrico 0,1% 5 min + Fibra-OH Fibra-OH + + NaOH NaOH Fibra-O Fibra-O-Na Na + + +H H22O O+ + impurezas impurezas FibraOH FibraOH + + (CH (CH33CO) CO)22OO CH3COOH / H + 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 -1 Modificação da fibra do bagaço de cana Mercerização 2000 Número de onda (cm ) Temperatura (ºC) Lavagem B Fig. 1. Imagem de MEV da fibra do bragaço de cana: (A) fibra não modificada, (B) Fibra lavada, (C) fibra mercerizada, (D) fibra acetilada. Fig. 2. Análise de TGA das fibras do bagaço de cana. EXPERIMENTAL A PE/B20 Fibra-O-CO-CH Fibra-O-CO-CH33+ + CH CH33COOH COOH Fig. 3. Espectro de FTIR das fibras do bagaço de cana. Nas micrografias obtidas a partir de compósitos PE/B20 foi possível notar a inexistência de adesão entre as fases. Nas micrografias do compósito PE/Bac20 foi possível observar uma grande adesão entre a superfície das fibras modificadas e da matriz de polietileno, o que provavelmente promoverá ganhos nas propriedades mecânicas dos compósitos. Preparação dos compósitos PE/Bac20 Extrusão Extrusão Injeção Injeção Fig. 4. Imagens de MEV dos Compósitos. CONCLUSÕES T1 – 110 ºC T2 – 165 ºC T3 – 195 ºC Notação PE - Polietileno Pos-consumo B – Fibra do bagaço de cana Bac – Fibra do bagaço de cana acetilada 5 e 10 – Quantidade de fibra no compósito Técnicas de Caracterização FTIR, TGA e MEV PE / B20 PE/ Bac10 Compósitos preparados a partir de polietileno pós-consumo e fibras de bagaço de cana não modificadas e acetiladas foram processados por extrusão e injeção. As fibras acetiladas foram caracterizadas por FTIR, TGA e MEV. Foi observado que a modificação química da fibra melhora a adesão entre a matriz e reforço. AGRADECIMENTOS