CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS HÍBRIDOS (BURITI/FIBRA DE VIDRO) MOLDADOS POR TRANSFERÊNCIA DE RESINA Alessandra Lavoratti, Daiane Romanzini, Ademir J. Zattera PROCAD III PROBIC/FAPERGS INTRODUÇÃO As fibras naturais são fortes candidatas à aplicação em compósitos, pois apresentam propriedades mecânicas satisfatórias. Essas fibras possuem propriedades interessantes, tais como biodegradabilidade, baixo custo, baixa densidade e baixa toxicidade (1). Entretanto, as fibras naturais não conferem ao material um desempenho mecânico satisfatório. Assim, faz-se a hibridização com fibras de vidro ou tratamentos superficiais a fim de melhorar a adesão e o desempenho mecânico dos compósitos, além da redução de peso (1,2). OBJETIVOS Figura 3. Resistência à flexão e ao impacto dos compósitos em diferentes teores de reforço A melhora no desempenho mecânico dos compósitos ao incorporar um maior O objetivo deste trabalho é avaliar a influência da hibridização, do comprimento, do teor de reforço e do tratamento das fibras no desempenho mecânico dos volume de fibra natural pode ser atribuída a um aumento do volume de zonas de absorção de energia (4). compósitos. MATERIAIS • Fibra de buriti (Sisalsul Fibras Naturais); • Fibra de vidro (CPIC Fiberglass do Brasil); • Resina poliéster ortoftálica insaturada UCFLEX UC 5530 (Elekeiroz S.A.); • Peróxido de metil etil cetona 35% de di-isobutil ftlato - Butanox LPT (Akzo Nobel); Figura 1. Fibra de buriti • Di(metil)anilina – DMA (Rudnik). Figura 4. Resistência à flexão e ao impacto dos compósitos com fibras tratadas O tratamento das fibras MÉTODOS com solução alcalina promove uma mudança na morfologia da superfície da fibra, removendo sujidades e ceras, e promove uma separação das fibrilas, o que aumenta o número de sítios de travamento Lavagem das fibras Água destilada à temperatura ambiente Secagem Estufa a 105°C por 1h Tratamento das fibras Tamanhos de 35, 45 e 55 mm Produção das mantas Solução de NaOH 2%, 5% e 10% mecânico, melhorando a adesão na interface fibra/matriz (5,6). Corte das fibras de buriti Fibras distribuídas manualmente em um pré-molde Corte das fibras de vidro Tamanhos de 35, 45 e 55 mm Prensagem das mantas 80°C e 5000 kgf por 10 min Moldagem por transferência de resina (RTM) Pós-cura Pós-cura Cura in situ 120°C por h 80°C por 6h 1 h a 25°C a b c d Resina poliéster Preparada com 1% Peróxido LPT e 0,1% DMA Figura 5. Micrografias dos compósitos (a) 0:100 (FV:FB) 20% / 45mm (b) NaOH 2% (c) NaOH 5% (d) NaOH 10% (x100) RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO Foi possível obter compósitos moldados por transferência de resina utilizando fibras de buriti e de vidro. A hibridização se mostrou favorável na resistência à flexão, e na resistência ao impacto houve um aumento considerável desta propriedade apenas com a incorporação de fibra natural à matriz. O aumento do teor de reforço foi favorável para o desempenho mecânico dos compósitos. O tratamento das fibras com solução alcalina foi eficaz, porém não em altas concentrações. REFERÊNCIAS Figura 2. Resistência à flexão (a) e impacto (b) dos compósitos hibridizados O aumento do desempenho mecânico ocorre devido à maior compatibilidade da fibra sintética com a matriz, melhorando a adesão e permitindo uma maior transferência de tensão da resina para a fibra (3). Além disso, a fibra de vidro apresenta rigidez e resistência à tração superior a das fibras naturais (2). 1. SPINACÉ, M.A.S.;LAMBERT, C.S.; FERMOSELLI, K.K.G.; DE PAOLI, M.A. Carbohydrate Polymers, v.77, p.47-53, 2009. 2. JAWAID, M,. KHALIL, H.P.S.A. Carbohydrate Polymers, v.86, p.1-18, 2011. 3. SANGTHONG, S.; PONGPRAYOON, T.; YANUMET, N. Composites: Part A, v.40, n.p.687-694, 2009. 4. THOMASON, J.L. Composites: Part A, v.40, p.114-124, 2009. 5. MWAIKAMBO, L.Y.; ANSELL, M.P. Journal of Applied Polymer Science, v. 84, p. 2222-2234, 2002. 6. JOHN, M.J.; FRANCIS, B.; VARUGHESE, K.T.; THOMAS, S. Composites: Part A, v. 39, p. 352-363, 2008. AGRADECIMENTOS