MINAS GERAIS SEXTA-FEIRA, 18 DE MAIO DE 2012 - 7 JUSTIÇA Judiciário e planos de saúde em debate q Desembargadora Vanessa Verdolim destacou o caráter democrático do evento F oi realizado, na segunda-feira (14), na Unidade Raja Gabaglia, o quinto Curso de Direito à Saúde, promovido pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) com o tema Judicialização da Saúde Suplementar. Na abertura, a desembargadora Vanessa Verdolim ressaltou que o evento é o primeiro realizado no TJMG após a Resolução 36 do Conselho Nacional de Justiça, que recomendou a realização de seminários para estudo do tema. A magistrada lembrou que anteriormente foram realizados pela Ejef outros quatro cursos, a maioria sobre saúde pública. Ela destacou o caráter democrático do evento, ao dar voz a todas as instituições interessadas no debate, como as operadoras de planos de saúde Unimed e Bradesco Saúde, o Instituto de Educação e Saúde, o Procon, o Ministério Público e a Defensoria Pública, entre outros. Verdolim afirmou que a discussão sobre o tema, que classificou como angustiante, “servirá para que o Judiciário julgue e atenda melhor os jurisdicionados”. O desembargador Joaquim Herculano Rodrigues em seu discurso destacou que o número de conflitos que envolvem a saúde suplementar requer grande aprofundamento do tema e o amadurecimento das decisões judiciais relacionadas. Lembrou a falta de estrutura do Estado para enfrentar as demandas na área de saúde no País e a estimativa de que 25% da população hoje seja usuária de planos de saúde. O ministro Massami Uyeda, integrante da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, discorreu sobre os principais problemas enfrentados pelo STJ com RENATA CALDEIRA Magistrados, representantes de planos de saúde, Ministério Público, Defensoria Pública e Procon participaram do curso relação à saúde suplementar. Ressaltou que o Direito é uma ciência de interpretação e que a jurisprudência é dinâmica. O magistrado, segundo o ministro, deve meditar muito para buscar estabelecer equilíbrio que pacifique a litigiosidade existente na sociedade. Discussão servirá para que o Judiciário julgue e atenda melhor os jurisdicionados O primeiro painel de debates foi presidido pelo desembargador José Marcos Rodrigues Vieira, com exposição do diretor de integração cooperativista Valdmário Rodrigues Júnior sobre os impactos dos planos de saúde no estudo atuarial, considerando a judicialização da saúde suplementar. Participou como debatedora a defensora pública Sabrina Torres Lamaita Lelo. Na sequência, o professor da USP Luiz Augusto Carneiro falou sobre as principais demandas judiciais relacionadas à saúde suplementar e seu impacto orçamentário. Participou como debatedor o representante do Procon, Marcelo Barbosa. A última exposição foi do presidente da Unimed-BH, Helton Freitas, sobre a visão das operadoras com relação aos aspectos relevantes da judicialização da saúde suplementar. A advogada Lílian Salgado, especialista em defesa do consumidor, foi a debatedora do tema. MESA – Compuseram a mesa de abertura dos trabalhos o 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Joaquim Herculano Rodrigues; a desembargadora Vanessa Verdolim Hudson Andrade, coordenadora do curso; o ministro do Superior Tribunal de Justiça Massami Uyeda; o procurador de Justiça Jacson Raphael Campomizzi; o juiz coordenador do Comitê Estadual da Saúde do Conselho Nacional de Justiça, Renato Luiz Dresch; o coordenador do Procon da Assembleia Legislativa, Marcelo Barbosa; o presidente da Unimed-BH, Helton Freitas; o representante do Bradesco Saúde, André Altière; e o promotor de Justiça Gilmar de Assis, coordenador da Comissão Nacional Permanente de Defesa da Saúde. Estiveram presentes os desembargadores Ney Paolinelli de Castro, Francisco Kupidlowski, Mauro Soares de Freitas, Hilda Teixeira da Costa e José Marcos Rodrigues Vieira. Na parte da tarde foram realizados os debates do segundo painel do curso e, ao final, foram apresentadas e discutidas proposições para enunciados. Coral Gospel ressocializa os sentenciados Um talento, que poderia ficar restrito aos muros de um presídio, terá a chance de ser revelado à comunidade. Trata-se da primeira apresentação do Coral Gospel da Penitenciária Nelson Hungria (PNH), de Contagem. Composto por 10 sentenciados e um agente penitenciário, o grupo se apresenta no domingo (20), às 18h30, na Igreja do Evangelho Quadrangular (Rua Marzagânia, 120, Boa Vista, BH). As composi- ções são dos próprios detentos. Tudo começou com uma visita de fiscalização, realizada periodicamente, na Penitenciária Nelson Hungria pela equipe da Vara de Execução Criminal (VEC) de Contagem. Enquanto percorriam as dependências do presídio, o juiz Wagner de Oliveira Cavalieri e a escrivã Michelli de Campos Brito surpreenderam-se com as músicas evangélicas cantadas por um grupo de sentenciados que traba- lhavam na lavanderia. Naquele momento foi cogitada a ideia de se formar um coral para que aquele dom fosse valorizado. Uma das primeiras providências realizadas pelo juiz Wagner Cavalieri foi analisar todos os processos daqueles sentenciados. Foi possível constatar que eles, há mais de um ano, apresentavam comportamento exemplar, requisito para que o projeto da criação do coral pudesse prosseguir. PARCERIAS - Na sequência, contou a escrivã Michelli Brito, foi preciso correr atrás de um professor de música, mobilizando a comunidade cristã da qual ela faz parte. Parcerias foram firmadas na busca de doação de instrumentos musicais, uniformes, entre outros materiais necessários à efetivação do projeto. Os ensaios, realizados com empenho todas as terças-feiras, das 8 às 11h30, e acompanhados, de perto, pela escrivã, sinalizavam para o acerto do projeto. Michelli Brito falou do apoio da Penitenciária ao projeto social e a seriedade com que o mesmo vem sendo conduzido. “O objetivo do trabalho é ressocializar os sentenciados, incentivando outros detentos a integrarem o projeto”, informou a escrivã, que comentou ainda sobre a euforia e o entusiasmo dos participantes. PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS