Biblioteca Pública Municipal do Porto Cronologia 1747 1749 1753 1755 1758 1762 1776 1778 17791780 1780 1781 1782 1784 1785 1789 1790 1791 1794 17981799 1799 Alguns religiosos franciscanos da Província da Conceição vêm para a cidade do Porto e fundam um Hospício, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Dionísio Verney, homem de negócios, está a acabar de construir, no Campo de São Lázaro, uma capela, mais tarde adquirida pelos Religiosos da Província da Conceição para estabelecimento de um Hospício Regular. Em disposição testamentária, Dionísio Verney refere-se à construção, em São Lázaro, de um convento, convento esse que tinha intenção de ceder aos Padres da Ordem da Santíssima Trindade. Morre Dionísio Verney, sendo sepultado na sua capela, ao Campo de São Lázaro. A Capela de São Dionísio ou de Todos-os-Santos, mandada edificar por Dionísio Verney, é referida nas «Memórias Paroquiais» da Freguesia de Santo Ildefonso. Do «Hospício do Porto» é enviada ao Convento de Santo António de Viana a notícia da morte de Frei José da Conceição, confessor, falecido a 10 de Abril. Maria Angélica Teresa vende a António José Mendes Guimarães a capela, bem como três moradas de casas, sitas no Campo de São Lázaro, que tinham pertencido a seu irmão, Dionísio Verney. D. Maria I concede aos Religiosos Menores da Província da Conceição autorização para fundarem um Hospício Regular na cidade do Porto. Os Religiosos da Província da Soledade opõem-se a que os da Província da Conceição estabeleçam um Hospício Regular no Porto. Por isso, D. Maria I manda nomear um desembargador para superintendente da fundação do referido Hospício. Em 26 de Novembro, os Religiosos da Província da Conceição compram a António José Mendes Guimarães uma «capella publica com casas misticas a ela» e outras casas e terrenos, situados no Campo de São Lázaro, que haviam pertencido a Dionísio Verney. A 30 de Novembro, a comunidade religiosa muda-se, das casas que habitava na Rua de Santa Catarina, para o edifício de São Lázaro. A Câmara do Porto procede a uma vistoria às obras do Hospício, no dia 26 de Maio. A 11 de Junho, o Ministro Provincial, Frei António das Dores, faz a primeira visita ao Hospício estabelecido em São Lázaro. No dia 3 de Julho, os Religiosos adquirem mais casas e terrenos para ampliação do seu Hospício. É eleito, a 23 de Julho, o primeiro Prelado do Hospício de Santo António da Cidade, com voto e com o nome de Presidente «in capite». São sepultadas duas pessoas, da freguesia de Santo Ildefonso, na Igreja do «Convento» de Santo António da Cidade. Data de registo, no Livro dos Assentos de Defuntos do Convento de Santo António da Cidade, do início dos enterramentos na Igreja do Hospício. Continuam as obras no Hospício, procedendo-se à extracção de pedra na Quinta da Fraga, às Fontainhas. O edifício está ainda por concluir e promete vir a ser «um dos maiores Conventos da Cidade», segundo refere o Padre Agostinho Rebelo da Costa na «Descrição Topográfica e Histórica da Cidade do Porto». O Hospício passa a Convento e Casa Capitular. Frei António de Jesus toma então posse como Guardião. Realiza-se o primeiro Capítulo Provincial no Convento de Santo António da Cidade, a 27 de Agosto. O Provedor da Companhia Geral do Alto Douro, Barnabé Veloso Barreto de Miranda, é enterrado na Igreja do Convento, em frente ao altar de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Os Religiosos obtêm autorização para conduzir água para o Convento, sem pagar foros e laudémios dos terrenos comprados, e comprometem-se a fazer um aqueduto subterrâneo. Em 24 de Maio, é sepultado Frei João da Conceição, religioso leigo «que trabalhou muito para esta fundação». 1 Biblioteca Pública Municipal do Porto 1808 1809 1818 1820 18231824 1828 18291830 1830 1831 1832 1833 São abertas vinte e seis sepulturas nas «quadras do claustro», benzidas a 23 de Maio. Em Julho, é estabelecido no Convento um depósito para móveis e roupas das tropas espanholas que ocuparam a Cidade durante a 1ª Invasão Francesa. Foi morto a tiro pelos franceses, na freguesia de Lordelo do Ouro, no dia 29 de Março, o Irmão Pregador do Convento de Santo António da Cidade, Frei José de Santa Gertrudes. No mês de Abril, passa a funcionar no Convento um hospital para tropas francesas, hospital esse que, a partir de 20 de Maio, é destinado às tropas portuguesas. A 26 de Maio, é enterrado na Igreja do Convento um soldado falecido nesse hospital e, ainda no mesmo ano, um sargento e um soldado miliciano. São abertas sepulturas na segunda quadra do claustro, aplicando-se para este trabalho, entre outras verbas, dinheiro proveniente do Convento do Maranhão. Procede-se a diversas obras na sacristia. Continuam as obras na sacristia, utilizando-se, para o efeito, pedra de Valongo e de Ançã. A 28 de Janeiro, é sepultado o pedreiro, «Mestre das obras da Igreja». A 29 de Abril, o Guardião do Convento, Frei José de Jesus Maria, assina, por si próprio e pela comunidade, a acta da Vereação extraordinária da Câmara em que foi acordado comunicar a D. Miguel que a cidade do Porto o queria como legítimo representante da Coroa. Prosseguem as obras na Igreja e sacristia. Toma posse, em Capítulo Provincial de 29 de Maio, o décimo oitavo e último Guardião do Convento, Frei António da Natividade. Em 3 de Dezembro é celebrado o último Capítulo (intermédio) no Convento do Porto. Continua a construção da nova Igreja, encontrando-se já a capela-mor muito adiantada. Em 20 de Maio, é registada a última patente, dada pelo Ministro Provincial, Frei Francisco de Santa Maria dos Anjos, no Convento do Porto. O Ministro Provincial faz a última visita ao Convento, no dia 4 de Junho. A 1 de Julho, os Religiosos procedem ao último enterramento, feito no claustro. O Convento é abandonado pelos Religiosos no dia 9 de Julho, data da entrada do Exército Libertador na Cidade, permanecendo apenas um membro da comunidade, Frei Joaquim da Assunção. A 14 do mesmo mês, o Convento é ocupado por tropas inglesas que combatem ao lado dos liberais, as quais furtam móveis, alfaias religiosas e livros. No dia 26 do referido mês, são fuzilados pelos liberais, o Irmão Definidor, Frei Francisco da Pureza, e o Irmão Corista, Frei António de Ave-Maria, que se haviam refugiado na Quinta do Fojo. Na presença de Frei Joaquim da Assunção, são inventariados, a 30 de Agosto, os bens do Convento. Em 25 de Setembro e 3 de Outubro, é retirada a «Livraria», a qual é entregue ao Bibliotecário da Comissão dos Conventos Extintos ou Abandonados. O Batalhão Francês, que ocupava o Convento, abandona-o em Novembro, tendo feito nele grandes estragos, o que leva a Comissão dos Conventos Extintos ou Abandonados a comunicar o sucedido a D. Pedro IV. No dia 13 desse mês, a referida Comissão compra um livro de coro, pertencente ao Convento, que estava na posse de um soldado francês. Em Outubro, a mesma Comissão entrega a João Baptista Ribeiro, entre outros quadros e painéis, a «Ceia» da autoria de Joaquim Rafael, que havia pertencido ao Convento de Santo António da Cidade. 2 Biblioteca Pública Municipal do Porto 1834 1836 1839 1842 Em 30 de Dezembro, por o Prefeito do Douro e a Comissão Municipal entenderem que a Biblioteca Pública – provisoriamente instalada no Hospício de Santo António de Vale da Piedade, à Cordoaria, e no Paço Episcopal – necessitava de um edifício mais espaçoso, é mandado examinar, para esse efeito, o «abandonado Convento de Santo António da Cidade», por uma Comissão constituída pelo 1º Bibliotecário, Diogo de Góis Lara de Andrade, pelo Arquitecto da Cidade, Joaquim da Costa Lima Sampaio, e pelo 2º Bibliotecário, Alexandre Herculano. O Prefeito do Douro, em 13 de Março, remete ao Governo as plantas da Praça de São Lázaro e do Convento de Santo António da Cidade, bem como o orçamento das despesas necessárias para neste edifício se instalar o Museu e a Biblioteca. No «Registo dos Egressos habilitados», datado de Maio, são mencionados vinte ex-religiosos do Convento de Santo António da Cidade. Em Agosto, é anunciada a venda dos «materiaes das Igrejas nova, e velha do extincto Convento de Santo António da Cidade». O edifício do Convento é doado à Câmara do Porto, em 30 de Julho. É definitivamente instalada no edifício do Convento a Real Biblioteca Pública do Porto e inaugurada em 4 de Abril, dia do aniversário da Rainha D. Maria II. Meireles, Maria Adelaide – Cronologia in O Convento de Santo António da Cidade: exposição no 150º aniversário da instalação definitiva e da abertura oficial da Biblioteca Pública Municipal do Porto. Porto. 1992. 80 p. ISBN 972-634-067-5 3