Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho decidiu-se pela construção de uma nova igreja 16. Para tanto, os frades franciscanos venderam à Ordem Terceira, por 50$000, o terreno contíguo à igreja conventual. No entanto, em novembro de 1657, sob a administração do Custódio Frei Pantaleão Batista, a escritura de venda foi substituída por outra de doação, sendo a quantia antes tratada convertida em esmola para obras no convento. A partir de tais acordos, foi iniciada a construção desse segundo templo, que viria a ser consagrado a São Francisco da Penitência. Quarenta anos depois, os Irmãos Terceiros tentaram aumentar os fundos do terreno onde estavam instalados, pedido que lhes foi negado “por ser prejudicial às obras da cisterna do Convento com seus alegretes e passadiços” 17. A rara vista da “Cidade de São Sebastião”, de François Froger, datada de cerca de 1695 18, mostra a capela da Conceição junto ao convento e mais algumas incipientes construções laterais, que se imagina serem já as da nova igreja. A partir de então, começaram os desentendimentos entre eles e os frades e, como consequência, a igreja, com suas dependências (sacristia, sala da congregação e capela do noviciado), foi sendo construída com diversas interrupções. Entre os motivos, são citadas questões acerca de mais terreno, da proibição de terem torre sineira (os irmãos seriam atendidos pelos sinos do convento), da localização da porta de entrada (que só podia figurar no frontispício com a função de ornato), dos púlpitos (nos quais foi não foi permitida a realização de sermões) e das catacumbas, só construídas nos começos do século XIX, quando então foram interrompidos os enterramentos no centro ������������������������������������������������������������������������������������������ Mário Barata informa que, segundo documentação, as obras só tiveram início em 1657. Ver Barata, 1975: 63. ��Barata, 1975: 85. Alegrete: canteiro ou recetáculo de madeira, pedra ou argamassa, que se enche de terra e onde se criam plantas. Passadiço: corredor ou galeria que comunica dois edifícios. ���������������������������������������������������������������������������������������������� François Froger,“St. Sebastien, Ville Episcopale du Brésil”.Desenho a bico-de-pena, gravado (grav. De Fer, geógrafo do Delfim), 11,4 x 36 cm. Publicada em sua obra Relation d’un voyage fait en 1695, 1696 et 1697 aux Côtes d’Afrique, Détroit de Magellan, Brezil, Cayenne et Isles Antilles, Paris, 1698. FBN, Seção de Obras Raras, registro 51, 2, 13. 54