António Gomes e Filipe da Silva (mestres imaginários) – 1719 A atração exercida pelo Convento de São Francisco, de Guimarães, sobre uma mão-de-obra especializada, que se traduzia pela mobilidade de artistas oriundos do Porto, que aí afluíam, não se resume apenas a Manuel da Costa Andrade. Dois mestres imaginários portuenses são os autores da fase do entalhe, realizado em 1719-1720, do desaparecido retábulo da capela de Santo António da igreja de São Francisco, de Guimarães, a que se seguirá o douramento e pintura em 1723, por um artista vimaranense. Refererimo-nos a António Gomes e Filipe da Silva, considerados “dois dos artistas mais famosos da Escola do Porto da época (...) que sozinhos ou de parceria, arremataram algumas das obras mais importantes de talha no Norte do país” (FERREIRA-ALVES, 1998: 49) 18. O período cronológico em que António Gomes e Filipe de Silva executam esta empreitada de Guimarães, corresponde a uma fase mais alargada (1718-1724), na qual estes dois importantes entalhadores executam vários trabalhos em parceria, no Norte de Portugal. Dos seus trabalhos de sociedade podem referir-se os seguintes: a talha da capela de Nossa Senhora da Conceição da igreja do convento de S. Francisco do Porto (1718), no retábulo e credência da capela do Hospital do Espírito Santo de Miragaia (1719-1722) e a obra de talha do coro e cadeiral do convento de Arouca (1722-1724) 19. 18 Flávio Gonçalves ao debruçar-se sobre esses dois artistas, afirmava igualmente que se tratavam de expoentes da sua geração na escola portuense (GONÇALVES, 1971: 38). 19 FERREIRA-ALVES, 1989c: 96-98 e 100-101; FERREIRA-ALVES,1989d: 206-207; FERREIRA-ALVES, 1989e: 446-447; FERREIRA-ALVES, 1993: 367; GONÇALVES, 1971. 159