Caderno Especial O novo papel do broker de seguros – mudança de paradigma José Manuel Dias da Fonseca Chief Executive do Grupo MDS 202 \ Marketeer n.º 217, Agosto de 2014 \ Opinião O broker de seguros é uma instituição muito tradicional, no bom sentido do termo. Tem uns séculos de existência, o que demonstra a sua enorme utilidade, e tem evoluído ao longo desse tempo em linha com a própria evolução do sector, das economias, dos “paradigmas” do desenvolvimento das sociedades. O que tem permanecido sempre como característica dominante, e espero bem que continue, é a relação de confiança que estabelece com o cliente e com a seguradora, e manter essa característica de confiança nesta relação é, na minha opinião, a maior das batalhas na defesa da reputação e sustentabilidade da nossa profissão e actividade. O nosso trabalho é muito complexo, diria mesmo muito sofisticado, muito técnico, e também por isso dizemos que se trata dum “people business”, logo necessariamente baseado no “trust”. O nosso negócio, sendo sempre o mesmo, está a mudar, porque o mundo está a mudar. Verifica-se uma deslocação da actividade para áreas mais analíticas de produção e gestão de informação, que apoie o cliente na sua decisão e ajude a companhia a entender o melhor possível o risco. Leio com frequência, que já não chega a “mera” actividade de intermediação. Concordo, mas alto lá: essa “mera” actividade é crucial para o mercado e os brokers são indiscutivelmente os melhores a fazê-lo. Falo da colocação do risco, negociação, gestão do sinistro. Será sempre core e não deve ser menosprezada nem comoditizada. Mas não é suficiente. Os clientes também evoluíram. Hoje os interlocutores são cada vez mais risk managers e chief risk officers, com enormes exigências de informação e analytics, abertos a soluções alternativas, criando oportunidades de interlocução cliente/broker de enorme qualidade. Quando a MDS se intitula corretor de seguros e consultores de risco, o que está também a dizer é que, sendo o seguro uma solução imprescindível na gestão do risco, já não é única, a paleta de oferta alargou muito, e mesmo no campo do seguro as soluções são muito diversas. É esta nova visão de broker como verdadeiro consultor do cliente na área do risco que a MDS tem vindo a construir no mercado português, claramente assumindo a liderança em toda a linha desta tendência. Daí a nossa oferta, para além da corretagem, de equipas especializadas, em risk engineering, com forte experiência nacional e internacio- nal, em captive management e em verdadeiras soluções de utilização de cativas pelos nossos clientes, em programas de afinidade, em consultadoria sofisticada em employee benefits, em organização de redes de conhecimento internacionais que nos permitam o acesso, a todo o momento, ao conhecimento e novas soluções. Obviamente que, para chegar aqui e poder continuar neste caminho, tivemos que investir muito em áreas em que poucos brokers estão preparados ou querem fazer. Em primeiro lugar em pessoas. Não apenas em comerciais, mas em quadros técnicos muito qualificados, especializados em diferentes linhas de negócio: responsabilidades, property, engineering, financial lines, captive, employee benefits, etc. Uma equipa muito bem preparada tecnicamente dá uma enorme robustez ao broker no diálogo com a companhia, que só pode beneficiar o seu cliente. Em segundo lugar em tecnologia e em sistemas, que permitam uma enorme capacidade de interacção com o cliente e disponibilizem a melhor informação, com oportunidade e muita fiabilidade. Investir também no relacionamento internacional, em redes de business e knowledge, que integre a empresa no que de melhor há à escala global. Muito importante também investir fortemente em formação, nacional e internacional, e na comunicação com o mercado, desenvolvendo a cultura de risco e o conhecimento do sector na economia e nos agentes económicos. De certa forma é tudo isto que a MDS vem fazendo nos últimos anos, estratégia que lhe permitiu afirmar-se em pouco tempo como, não só o maior player, mas a referência no mercado português, e hoje uma marca consolidada a nível global, com capacidade de intervenção em qualquer mercado e respeitada pelas grandes marcas seguradoras mundiais. De certa forma a “Fullcover” (http://mdsinsure.com/pt-pt/full-cover-2/), a revista que produzimos há cerca de quatro anos, uma edição bilingue com tiragem de seis mil exemplares, sendo hoje das mais reputadas no mundo, reflecte bem o nosso ADN e o de um broker sofisticado, inovador e alinhado com o seu tempo.