Poemas com Sol e Sons PROJETO DE LEITURA O livro reúne diversos poetas latino-americanos, alguns já consagrados, como Cecília Pisos, da Argentina, Ângela Lago, do Brasil, Gabriela Mistral, do Chile, e Humberto Ak’abal, da Guatemala. Eles dedicam (ou dedicaram) sua vida não apenas à arte literária, mas também à ilustração, como Ricardo Azevedo e Ângela Lago, ou à música, como Alberto Blanco, e a maioria se destaca pela beleza e graça de suas obras infantojuvenis. Para saber mais sobre eles, siga a trilha das notas musicais das páginas desta antologia poética. Poemas com Sol e Sons abarca uma diversidade de textos poéticos e não se limita a oferecer uma reunião de poemas; abre caminho para que os alunos conheçam produções culturais de outros povos, favorecendo a ampliação de horizontes e de percepção do mundo. Trata-se de uma antologia poética que evoca as singularidades de países do continente latino-americano, repleto de potencialidades, mas também de contradições e desigualdades sociais. Uma antologia que nos dá conta do imponderável, da essência e da leveza ou dureza das palavras. Uma antologia que permite nos reconhecermos e percebermos a grandeza poética de nosso continente. Uma antologia que fala aos olhos, aos ouvidos e, principalmente, ao coração. Uma antologia que nos mostra como é A literatura, principalmente a poesia, tem a força de criar uma ligação com o sentimento humano, que propicia a expansão da vida afetiva pelo mágico poder de realizar a fusão da alma humana com a alma do mundo. (Cida Ivas e Márcia Feldman) (Carvalho e Mendonça [org.], 2006) Ficha Resenha >> Poesia latino-americana para meninas e meninos , sim . Autor: Palavras de poetas da América Latina para ler coedição latino-americana para cantar para dizer. Poemas, sim… que sim que são. Título: Poemas com Sol e Sons Aique Grupo Editor S.A. Argentina Editora Melhoramentos Brasil Farben Grupo Editorial Norma Costa Rica Promoción Editorial Inca S.A. PEISA Peru Grupo Editorial Norma S.A. Colômbia CIDCLI México Poesia latino-americana para meninas e meninos Os autores anamá Ediciones Nicarágua Ediciones Huracán Porto Rico Editora Taller República Dominicana Ediciones Ekaré Venezuela, Chile Ilustradores: Vicky Ramos, Daniel Villalobos, Álvaro Borrasé Poemas com Sol e Sons - Capa CP 01ed05.indd 1 30 11 09 14:12:54 Formato: 21 x 21 cm No de páginas: 72 Elaboração: Sonia Maria Soares dos Reis Quadro sinóptico Gênero: poesia Palavras-chave: poetas latino-americanos, Sol, sons Tema transversal: pluralidade cultural Interdisciplinaridade: Língua Portuguesa, Artes, Ciências e Geografia Indicação: Leitor em processo a partir dos 8 anos ensino fundamental >> Conversa com o professor possível trabalhar com a língua, em situações vivas de linguagem, de forma criativa e lúdica. Poemas com Sol e Sons traz 78 textos de poetas de lugares diferentes, revelando o tanto que temos em comum e o tanto que nos une, acima das diversidades. No livro, a poesia tem o poder de fundir a alma humana com a alma do mundo: Uma soneca Numa soneca de verão o passarinho ali cantou. E o canto ficou pendurado na rama do pé de limão. Laura Devetach, Argentina (p. 6) Tem pena, Senhor Tem pena, Senhor Tem carinho especial com as pessoas muito lógicas, muito práticas, muito realistas, que se irritam com quem crê no cavalinho azul. Dom Hélder Câmara (Abramovich, 1989) É surpreendente constatar que a vida cotidiana nem sempre esbanja suavidade, fantasia e sonho, caro(a) professor(a). O mundo moderno é essencialmente técnico e utilitário e, nesse contexto, não sobra espaço para poesia. Dom Hélder, na oração poética, dialoga com o Senhor e invoca a compaixão àqueles que sempre buscam, em tudo, utilidade. Pede clemência pelas pessoas que só valorizam conhecimentos práticos e não creem no “cavalinho azul”. O texto revela a crença de muitos: ler poesia não serve para nada, não é um ato importante! O autor aponta, assim, para uma perda da capacidade de fruição estética e, consequentemente, da sensibilidade estética. A você, professor(a), cabe muitas vezes a tarefa de recuperar o “valor da leitura poética”, e sua trajetória profissional, tecida com saberes e experiências, vai determinar o lugar da leitura e da literatura na vida de seus alunos. Promover a leitura depende de coerência e sensibilidade. Por isso, não basta circular diversos tipos de texto na escola; é necessário aparelhar os alunos para sua recepção, oferecendo-lhes a oportunidade de conviver com os bens culturais (cinema, música, teatro, pintura, literatura) e, dessa forma, assegurando-lhes um repertório de experiências estéticas, pois o estar no mundo “como indivíduos que somos é mediado por uma rede intricada e plural de linguagens”, conforme salienta Santaella (1998). O que mais importa é que os alunos possam perceber as infinitas experiências de vida na prosa, no jornal, na publicidade, no teatro, na melodia, nos poemas com Sol e sons... >> >> Monarquia Os reis estão por cima. Do trono não descem nem a golpe de malho. Por isso eu só gosto dos reis do baralho. José Luis Díaz Granados, Colômbia (p. 24) Ao reunir textos de poetas de diferentes países, o livro Poemas com Sol e Sons comprova que a poesia é uma criação artística por excelência e deve ser apreciada, preferencialmente, por seu valor literário e, também, aponta que o mundo poético, como quer Vygotsky, é tecido pela matéria verbal, pela linguagem. As palavras, dessa maneira, além de representar realidades, revelam-se como realidade visual (plástica) e sonora na imaginação dos leitores. Lição de Gramática Eu estou, você está, e ela está, e ele também; e todos os que estavam estiveram e estão muito bem. Estamos, estaremos nós; ela e ele estarão lado a lado, e eu, que estive, estarei. E, se acaso estivesse alguém que não tenha estado naquela vez, bem-vindo!, porque estar é o que importa – e que todos estejam. David Chericián, Cuba (p. 33) Poemas com Sol e Sons é um agradabilíssimo convite para que todos estejam antenados à palavra poética, “porque estar é o que importa”. O LIVRO NA SALA DE AULA Preparando a leitura O momento da sensibilização – Selecione CDs de canções infantojuvenis que dialoguem com os textos de Poemas com Sol e Sons. Procure chamar a atenção para os títulos das músicas – os títulos muitas vezes podem despertar o interesse dos alunos, levando-os à leitura. – Sugerimos os CDs Canções de Brincar e Canções Curiosas, produzidos por Sandra Peres e Paulo Tatit. A dupla também gravou o álbum em espanhol Canciones Curiosas. Comente com os alunos que esse CD foi produzido entre São Paulo (Brasil) e Buenos Aires (Argentina) e todos os intérpretes infantis são argentinos ou colombianos. (Para saber mais, acesse www. palavracantada.com.br/final/quemsomos.aspx.) – Mostre a capa dos CDs e leia o nome das canções. Convide-os, primeiro, a ouvir “Ora bolas”, do álbum Canções de Brincar, e, em seguida, a cantá-la. Ora bolas (Palavra Cantada) Oi, oi, oi... olha aquela bola, A bola pula bem no pé, no pé do menino Quem é esse menino? Esse menino é meu vizinho Onde ele mora? Mora lá naquela casa Onde está a casa? A casa tá na rua Onde está a rua? Tá dentro da cidade Onde está a cidade? Tá do lado da floresta Onde está a floresta? A floresta é no Brasil Onde está o Brasil? Tá na América do Sul, no continente americano, cercado de oceano e das terras mais distantes de todo o planeta E como é o planeta? O planeta é uma bola que rebola lá no céu Álbum Canções de Brincar – Promova a interlocução entre os alunos e a canção “Ora bolas”. Preserve o ludismo no contato dos leitores com a música. Deixe-os perceber a sonoridade das palavras. Chame a atenção deles para o jogo de perguntas (Quem? Onde? Como?) e respostas, para a estrutura paralelística do texto (mesma frase se repete várias vezes) e para o tom de informalidade do diálogo que os compositores estabelecem com os ouvintes. Veja que os artistas – Edith Derdyk e Paulo Tatit – apoiam-se na ideia da articulação entre objetos, seres, lugares, estabelecendo inter-relações entre esses elementos (do mais específico para o mais abrangente), por meio de encadeamentos: bola, menino, vizinho, casa, rua, cidade, floresta, Brasil, continente americano, planeta. Nesse sentido, o leitor-ouvinte é conduzido do espaço mais imediato, mais concreto, ao espaço geográfico, mais abstrato – o planeta –, e pode, dessa maneira, construir referenciais de localização. O texto musical permite que o aluno encontre seu lugar, seja capaz de tomar posse de sua história, porque a arte lê a existência, lê o real e a fantasia. No texto, ele se reconhece. Isso é o mais importante! Intertextualidade – Traga o globo terrestre para a sala. Identifique a imagem poética “o planeta é uma bola” e converse com os alunos sobre isso. – Localize o continente americano no globo. Veja com os alunos quais países fazem parte desse continente e anote os nomes na lousa. – M ostre-lhes “onde” se localiza o Brasil dentro do continente. Que países são seus vizinhos? O que o Brasil tem em comum com esses países? O que os torna irmãos? O que os torna diferentes? – Volte à música. Peça aos alunos que se coloquem no lugar de meninos de outras nacionalidades (cubanos, argentinos, chilenos etc.) e refaçam a letra substituindo o nome do país e, às vezes, da América (do Norte ou Central, em vez de do Sul), de acordo com a lista dos nomes na lousa. Ex.: “...Onde está a floresta? A floresta é no México / Onde está o México? / Tá na América Central, no continente americano...”. Na trilha da canção: bem à vontade, num exercício de “memória puxa memória”, incentive os alunos a se lembrar de poemas, acalantos, canções de roda ouvidos em casa, na casa dos avós, tios... Faça uma sessão de textos de raízes populares. o livro na sala de aula Trabalhando a leitura A hora e a vez do livro – Apresente o livro “Poemas com Sol e Sons aos alunos. Mostre-o aberto. Fale sobre a capa, o miolo, a disposição dos poemas nas páginas, salientando que tudo foi idealizado por artistas gráficos para tornar o livro um objeto estético, agradável de ser lido. Comente sobre a importância das ilustrações e mostre que essa obra integra, em sua tessitura, múltiplas linguagens. As ilustrações agregam ritmo, contraste, dinâmica, direção à obra e são compatíveis com os temas dos poemas – ora subjetivas (p. 49, 59), ora simbólicas (p. 23), ora poéticas (p. 31, 55), ora fantasiosas (p. 11) –, ou seja, são ilustrações pertinentes ao conteúdo. – Leia alguns poemas em voz alta com ritmo, entonação! Chame a atenção para o jogo poético, que estimula um sem-número de sensações: • Visuais (imagens plásticas, translúcidas, co- • Olfativas (cheiros, perfumes): “Sempre soloridas e outras): “Um gomo de laranja / é nhando rumo ao mar, / como uma canção uma lua encantada; um gomo de laranja / de prata, / vai cantando em seus cristais / é uma diminuta gargalhada” (p. 41); “...O desde a noite até a alvorada; / vem carrechão negro, / opala, opala, / é rubro-negro, gado de pássaros, / vem cheirando à mon/ olhar, olhar” (p. 20). Táteis (textura, aspetanha, / sempre sonhando rumo ao mar, / reza, maciez etc.): “A lua / roça a água. / caminho que nunca acaba!” (p. 56). Rói / com suaves dentes / as flores de loto / das serpentes” (p. 8); “As folhinhas fres- • Gustativas (sabor, paladar): “Lua de açúcas / da hortelã / com lua e estrelas. / Eram car, / Lua encantada. Que alegria vê-la / as amigas / do regador, / dos vaga-lumes detrás da minha janela, / vestida de noiva, / e das borboletas. / Conheciam as mãos / de noiva e tão bela!...” (p. 52); “ ...vai secas da vovó; / conheciam as horas / de deixando nos céus / uma longa cauda de sombra serena / e eram muito felizes / com chuva / que derrama / serpentinas coloria lua nova. / As folhinhas frescas / da hordas / e luzes de fruta / sobre o teto acaratelã,/ com lua e estrelas...” (p. 30). melado / da Terra” (p. 54). • Auditivas (música, sonoridade etc.): “Uma palavra / palavriteira / se despalavrava / pela escada velha. / Pobre palavra! / Se apalavrou / palabrincando / cada degrau. / Caiu sentada / a palazangada e / se despalabrochou / flor de pancada. / Despalavra / pala botão / ontem palavra / hoje palavrão” (p. 7). E tantas outras sensações. Incentive os alunos a ler os textos e, em seguida, converse sobre as sensações e/ou impressões que eles tiveram. – O poema “Festa”, de Excilia Saldaña (p. 34), faz referências a diversos estilos de dança, ritmos e instrumentos musicais. Traga para a sala de aula CDs com esses estilos e faça uma sessão musical. FIQUE POR DENTRO Explorando a leitura – Mostre aos alunos que o poema reúne danças populares de vários países (rumba, mambo, sapateado, guaracha etc.). Algumas desapareceram, mas a maioria modificou-se ao longo do tempo. Por exemplo, a guaracha (termo que significa “bailador” em dialeto guanche, das Ilhas Canárias), no que se refere ao aspecto musical, era divulgada por trovadores cubanos nas ruas e praças públicas. Eles expressavam uma crítica mordaz à situação política vigente, acompanhados de um coro. Por seu espírito burlesco, a guaracha passou das praças públicas e ruas para o teatro e espetáculos circenses. Sua principal característica é a apresentação de um diálogo entre o vocalista e o coro, o qual vai evoluindo até a seção rítmica de “rumba”. – Agora é a vez de “ir a festas e dançar”. Elabore uma coreografia à moda latino-americana. Crie o “figurino” apropriado para interpretar o mesmo poema e dançar ao ritmo escolhido. Algumas palavras Só se tece a poesia quando o coração vem morar na ponta dos nossos dedos. A mão segura a caneta e pela sua ponta fina e frágil ela deixa vazar o essencial. Por ser assim, a poesia é breve como asas e penas, mas nos leva para muito depois dos ares... (Bartolomeu Campos de Queirós) A poesia nos leva ao Chile, a Gabriela Mistral, poetisa que obteve o Prêmio Nobel de Literatura em 1954. – É hora da poesia-canto! Leia com os alunos “A rata” (p. 21), da Gabriela Mistral, e, à maneira da Palavra Cantada, peça-lhes que criem um arranjo musical para o poema, acompanhados de voz e instrumento musical. Atenção: oriente-os a pesquisar sobre instrumentos musicais típicos do Chile para adequar o arranjo à cultura chilena e/ou fazer instrumentos musicais populares de origem indígena e africana que muito influenciaram os ritmos latino-americanos. O livro nos leva a três grandes artistas da literatura brasileira: Ângela Lago, Marina Colasanti e Ricardo Azevedo. – Leia para os alunos os poemas “Lição de biologia” (p. 12), de Ricardo Azevedo, “O gato” (p. 15), de Marina Colasanti, e “ABC doido” (p. 16), de Ângela Lago. Deixe-os sorver as poesias devagarzinho... – Incentive-os a trocar experiências pessoais: qual dos textos é o preferido de cada um? Por quê? Com qual eles mais se identificaram? Permita que comentem livremente. – Confeccione um grande painel com o título “A poesia nos leva para muito depois dos ares...”. Divida-o em quatro seções: 1.“Brincando com as palavras”, à semelhança de “ABC doido” e de “Lição de biologia”. 2.“Perfil dos poetas”, com a biografia e fotografia dos três artistas brasileiros. 3.“O melhor de Poemas com Sol e Sons”, com a seleção de poemas do livro de acordo com a preferência dos alunos. 4.“Mais uma leitura”, dedicada à arte visual, com ilustrações dos alunos associadas ao conteúdo dos textos da terceira seção. Outras palavras Magia de primavera – Bom dia, Joaninha. – Bom dia, Caracol. – Passou o amor pela tua casa? – Pela minha casa? Não senhor! – Eu vivo sozinha num cogumelo. – Eu, sozinho embaixo duma flor. – Que lindo! Que lindo dia! – Que lindo com tanto sol! – Primavera está chegando! – Primavera? Já chegou! – Adeus, Joaninha querida. – Adeus, Caracol, col, col Heriberto Tejo, Espanha (p. 51) – Leia para os alunos o poema “Magia de primavera”, de Heriberto Tejo (p. 51), com pausas, sublinhando o importante, para que eles possam curtir cada passagem, cada estrofe, cada mudança. – Converse com os alunos sobre: • suas vivências com animais, insetos, aves; • suas relações diretas com elementos da natureza: o vento, a chuva, o ar, o sol, a flor (elementos de sentido metaforicamente poético). – A partir da conversa sobre o tema, proponha a elaboração de um álbum com recorte e colagem de gravuras (fotos) de animais e insetos mais comuns no Brasil. Novas trilhas: as atividades propostas a seguir devem ser adaptadas de acordo com o horizonte de experiências (conhecimentos prévios) dos alunos. As escolas públicas do Brasil recebem do MEC/FNDE acervos de livros do PNBE para a promoção da leitura e, também, outros materiais, como a revista Ciência Hoje das Crianças; em geral, as particulares possuem essa publicação na biblioteca. Destinada a jovens leitores, ela traz diversos assuntos de interesse pedagógico. Toda edição dedica uma seção aos animais em extinção, intitulada “Galeria de bichos ameaçados”, por exemplo: PROCURA-SE! Nome popular: joão-de-barba-grisalha. Nome científico: Synallaxis kollari. Tamanho: 15,5 cm. Local onde é encontrado: no Estado de Roraima, extremo norte da Amazônia. Hábitat: matas de galeria, ao longo dos rios Uraricoera e Tacutu, dentro de savanas amazônicas. Motivo da busca: animal ameaçado de extinção. (Ciência Hoje das Crianças, SBPC, ano 21, n. 191, p. 13-16, jun. 2008.) –M ostre aos alunos vários exemplos dessa seção (ou afixe modelos em cartaz) nas revistas existentes na escola. Posteriormente, sugira que criem uma “Galeria de bichos ameaçados” ou “Galeria de insetos ameaçados”, à maneira da seção da Ciência Hoje das Crianças. >> >> • O que mais chamou a atenção deles? Do que mais gostaram? • Como vivem os personagens de Vida de Inseto? • A que família pertencem? • Alimentam-se de quê? • Quais são seus predadores? Como se protegem? – Divida a turma em dois grupos e peça que confeccionem cartazes sobre a vida da joaninha e do caracol, inseto e molusco respectivamente, personagens do poema “Magia de primavera”, de acordo com o modelo: Vida de Inseto Nome popular: joaninha Nome científico/família: Habitat (onde vive?): Coloração: Cadeia alimentar (alimenta-se de quê?): Função no ecossistema (que papel cumpre no meio ambiente/ controle biológico?): Prepare-se para entrar na vida dos insetos mais divertidos e coloridos que o cinema já viu. No Filme Vida de Inseto, da Disney / Pixar, Flik é uma pequena formiga com grandes ideias! Desta vez sua missão é proteger a colheita da Ilha das Formigas contra o ataque dos cruéis gafanhotos. E, para defender sua colônia, o nosso herói contará com a ajuda de certos guerreiros. Estes, porém, são na verdade um grupo de insetos circenses meio arruinados... Será que Flik e seus amigos vão conseguir se livrar dos seus terríveis inimigos? © Disney Enterprises, Inc. – Outra atividade interessante: traga para a sala de aula o vídeo Vida de Inseto e proponha uma sessão aos alunos. Depois de assistirem ao filme, converse com os alunos: REFERENCIAL TEÓRICO 10 No Dicionário Michaelis, a palavra leitura (do latim medievo lectura) significa ação ou efeito de ler, mas também ato de olhar e tomar conhecimento da indicação de um instrumento de medição ou de quaisquer sinais que indiquem medidas ou aos quais se atribui alguma significação. O verbete “leitura“ da Enciclopédia Einaudi assinala que o termo leitura não remete a um conceito e sim a um conjunto de práticas que regem as formas de utilização que a sociedade, particularmente através da instituição escolar, faz dele. Leitura é, pois, conforme acentuam Barthes e Compagnon nessa enciclopédia, uma palavra de significado vago, deslizante, que é preciso ocupar “por meio de sondagens sucessivas e diversas”, segundo os muitos fios que tecem sua trama. Apesar do questionamento ao conceito fechado de leitura, vale refletir um pouco sobre a etimologia da palavra ler, do latim legere, que pode nos ajudar a compreender um pouco melhor essa prática. Numa primeira instância ler significava contar, enumerar letras; numa segunda, significava colher, e, por último, roubar. Observe-se que em sua raiz a palavra já traduz pelo menos três maneiras, não excludentes, de se fazer leitura. Na primeira, soletramos, repetimos fonemas, agrupando-os em sílabas, palavras e frases. É o primeiro ato da leitura, o primeiro estágio, correspondente à alfabetização. Já no segundo momento, o verbo colher implica a ideia de algo pronto, correspondendo a uma tradicional interpretação de texto, em que se busca um sentido predeterminado. Ao leitor caberia apenas descobrir que sentido o autor quis dar a seu texto. Ele colheria o sentido como se colhe uma laranja no pé. Nesse tipo de leitura é que se busca sobretudo a mensagem do texto, seu tema. Aparentemente, o leitor não teria poder algum, a não ser o de traduzir o sentido que estaria pronto no texto. Entretanto, o texto não se apresenta ao leitor senão como uma proposta de produção de sentido, que pode ou não ser aceita. Trata-se de um pacto de leitura que constitui o que denominamos interação leitor/texto. Há ainda uma terceira instância, correspondente ao verbo roubar, que traz uma ideia de subversão, de clandestinidade. Não se rouba algo com conhecimento e autorização do proprietário, logo essa leitura do texto vai se construir à revelia do autor, ou melhor, vai acrescentar ao texto outros sentidos, a partir de sinais que nele estão presentes, mesmo que o autor não tivesse consciência disso. Nesse tipo de leitura, o leitor tem mais poder e vai, como diz Umberto Eco, construir suas próprias trilhas no texto/bosque. Considerando a ideia de leitura como transgressão, De Certeau também compara o leitor a um viajante: Bem longe de serem escritores, fundadores de um lugar próprio, herdeiros dos lavradores de antanho – mas, sobre o solo da linguagem, cavadores de poços e construtores de casa –, os leitores são viajantes; eles circulam sobre terras de outrem, caçam, furtivamente, como nômades através de campos que não escreveram, arrebatam os bens do Egito para com eles se regalar. Como se vê, embora não tenha um sentido fixo, a palavra carrega significações que nos levam a encarar “sondagens sucessivas e diversas”. (Paulino, Graça e outros. Tipos de Textos, Modos de Leitura. Belo Horizonte: Formato, 2001, p. 11-13.) Referências bibliográficas Abramovich, Fanny. Literatura Infantil – Gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1989. Carvalho, Maria Angélica Freire de; Mendonça, Rosa Helena (Orgs.). Práticas de Leitura e Escrita. Brasília: Ministério da Educação, 2006. Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil; Instituto C&A. Nos Caminhos da Literatura. São Paulo: Peirópolis, 2008. Santaella, Lúcia; Noth, Winfried. Imagem – Cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1998. Tatit, Paulo; Peres, Sandra. Canções Curiosas. Coleção Palavra Cantada. São Paulo, 1998. 11