UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE EDUCAÇÃO IV - BIGUAÇU
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
BALANÇO SOCIAL EM UMA ENTIDADE FILANTRÓPICA SEM FINS
LUCRATIVOS: O CASO, INSTITUIÇÃO ADVENTISTA SUL BRASILEIRA DE
EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL – IASBEAS - SC
MARCELO RIBEIRO DA SILVA
Biguaçu (SC), dezembro de 2007
MARCELO RIBEIRO DA SILVA
PROJETO DE MONOGRAFIA
BALANÇO SOCIAL EM UMA ENTIDADE FILANTRÓPICA SEM FINS
LUCRATIVOS: O CASO, INSTITUIÇÃO ADVENTISTA SUL BRASILEIRA DE
EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL – IASBEAS - SC
Monografia apresentada ao Curso de Ciências
Contábeis na Universidade do Vale do Itajaí, do
Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão
como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof°: Mauro Sérgio Boppré Goulart
Biguaçu (SC), dezembro de 2007.
MARCELO RIBEIRO DA SILVA
BALANÇO SOCIAL EM UMA ENTIDADE FILANTRÓPICA SEM FINS LUCRATIVOS: O CASO,
INSTITUIÇÃO ADVENTISTA SUL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
IASBEAS - SANTA CATARINA
Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências
Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí e aprovada pela banca constituída pelo
orientador e membros abaixo.
Biguaçu, 04 de dezembro de 2007
Professores que compuseram a banca:
Prof. Mauro Sérgio Boppré Goulart
(Orientador)
Profª. Marisa Luciana Schwabe de Morais
(Membro de Banca)
Prof. Onei Tadeu Dutra
(Membro de Banca)
3
DEDICATÓRIA
A Deus que me deu sabedoria,
disposição e saúde.
A meus pais, que mesmo
estando longe me deram a base
para que eu pudesse desenvolver o
intelecto.
A minha amável esposa,
Neuzeli, por toda dedicação e
colaboração que me prestou na
formatação dos textos e pela
paciência e compreensão com que
soube cercar-me durante os anos de
estudos e do preparo deste trabalho.
A minha cunhada Nilcéia pela
correção dos textos. E também ao
meu amigo Agnaldo, pelo apoio e
presença na banca.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço
ao
Professor
Orientador Mauro Sergio Boppre,
pelo auxílio e ajuda prestados no
desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores da UNIVALI,
pela dedicação ao transmitir o
conhecimento necessário para a
minha formação.
A Administração da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, pelo
contínuo apoio no meu desempenho
intelectual e durante este trabalho.
Aos colegas de trabalho que
muito me apoiaram.
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo a preparação do balanço social da IASBEAS.
Para atingir o principal objetivo, a elaboração do Balanço Social, foi elaborado um banco de dados
somente com as informações necessárias. Além do preenchimento do modelo do balanço social,
buscou-se o entendimento dos dados apresentados, analisando-os de forma técnica e também
destacando os pontos fortes e fracos dos indicadores sociais da entidade. A primeira fase deste
trabalho dará ênfase à parte conceitual na evolução da responsabilidade social no Brasil e no mundo,
o surgimento da contabilidade social e do Balanço Social, bem como sua origem, seus objetivos, seus
usuários, seus diferentes modelos em virtude da falta de uma lei que o padronize e como preenchêlos, e sua análise. São apresentadas também, as leis que regulamentam o Balanço Social. Na
segunda etapa onde é tratada a abordagem prática, faz-se a aplicação do Balanço Social na
Instituição Adventista Catarinense de Educação e Assistência Social. Trata-se de uma entidade
filantrópica, sem fins lucrativos. O trabalho possui oito capítulos que demonstram todas as etapas
necessárias para a elaboração do balanço social. O balanço social é um relatório contábil que auxilia
o administrador a ter informações corretas para a tomada de decisões. A IASBEAS procurou
apresentar no balanço social todas as atividades exercidas no ano de 2006 e aplicar a
responsabilidade social como gestão demonstrando assim, de forma transparente, todas as suas
atividades em prol da sociedade.
Palavras-Chaves: Responsabilidade Social. Balanço Social. Entidade Filantrópica.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - ORGANOGRAMA ............................................................................................................. 21
FIGURA 2 – INFORMAÇÕES DEVEM SER ORGANIZADAS POR AMBIENTES .............................. 32
FIGURA 3 MODELO DE BALANÇO SOCIAL PARA ENTIDADES DE GRANDE PORTE .................. 36
FIGURA 4 - MODELO BALANÇO SOCIAL PARA MICROEMPRESAS ............................................. 37
FIGURA 5 - MODELO IBASE DE BALANÇO SOCIAL ........................................................................ 39
FIGURA 6 - MODELO IBASE DE BALANÇO SOCIAL ........................................................................ 42
FIGURA 7 - BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS.....................................................................................53
FIGURA 8 – CONTINUAÇÃO DOS GRÁFICOS DO BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS......................54
FIGURA 9: GRAFICO DA BASE DE CALCULO................................................................................... 56
FIGURA 10: GRAFICO DOS INDICAORES SOCIAIS INTERNOS...................................................... 57
FIGURA 11: TABELA DOS INDICAROES SOCIAIS EXTERNOS ....................................................... 59
FIGURA 12: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 1 ........................................... 60
FIGURA 13: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 2 ........................................... 61
FIGURA 14: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 3 ........................................... 62
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO............................................................................................................... 9
1.1
JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ................................................................... 9
1.2
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................ 9
1.3
OBJETIVOS................................................................................................................. 10
1.3.1
Objetivo Geral ......................................................................................................... 10
1.3.2
Objetivos Específicos............................................................................................. 10
1.4
SUPOSIÇÕES ............................................................................................................. 11
1.5
ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 11
2
RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................................................. 13
2.1
HISTÓRICO ................................................................................................................. 14
2.2
CONCEITO .................................................................................................................. 16
2.3
RESPONSABILIDADE SOCIAL NO MUNDO ............................................................. 17
2.4
RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL .............................................................. 19
2.5
SURGIMENTO DA CONTABILIDADE SOCIAL .......................................................... 20
3
BALANÇO SOCIAL .................................................................................................... 22
3.1
HISTÓRICO ................................................................................................................. 22
3.2
CONCEITOS................................................................................................................ 24
3.3
IMPORTÂNCIA ............................................................................................................ 25
3.4
OBJETIVOS................................................................................................................. 26
3.5
USUÁRIOS DO BALANÇO SOCIAL ........................................................................... 27
3.6
INDICADORES DO BALANÇO SOCIAL ..................................................................... 30
3.7
MODELO DE BALANÇO SOCIAL - IBASE ................................................................. 33
3.7.1
Modelo proposto para Entidade de Grande Porte ............................................... 33
3.7.2
Modelo de Balanço Social para Microempresas.................................................. 36
3.7.3
Modelo Ibase ........................................................................................................... 37
3.7.4
Preenchimento do Modelo Ibase........................................................................... 39
8
4
ENTIDADES FILANTRÓPICAS SEM FINS LUCRATIVOS........................................ 43
4.1
CONCEITO .................................................................................................................. 43
4.2
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS ...... 44
4.3
LEGALIDADE DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS NO BRASIL .................. 45
5
ANÁLISE DO BALANÇO SOCIAL ............................................................................. 47
6
METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................ 49
6.1
CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 49
6.2
ESTUDO DE CASO..................................................................................................... 50
6.3
CARACTERÍSTICA DA ENTIDADE ............................................................................ 50
6.4
INSTRUMENTOS ........................................................................................................ 51
6.5
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 51
7
APLICAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL........................................................................ 52
7.1
ELABORAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL ..................................................................... 52
7.1.1. Dados Contábeis..................................................................................................... 52
7.1.2. Dados dos Recursos Humanos............................................................................. 53
7.1.3. Dados das Ações Sociais ...................................................................................... 53
7.2
BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS ............................................................................... 53
7.3
ANÁLISE DOS INDICADORES SOCIAIS ................................................................... 56
7.4
PROJETOS SOCIAIS .................................................................................................. 63
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 66
8.1
RECOMENDAÇÕES ................................................................................................... 68
8.2
LIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................................ 68
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 69
1
INTRODUÇÃO
No balanço social a entidade mostra o que faz por seus profissionais,
dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que
buscam melhorar a qualidade de vida para todos. Ou seja, sua função principal é
tornar pública a responsabilidade social, construindo maiores vínculos entre a
entidade, sociedade e o meio ambiente.
O balanço social é uma ferramenta que, quando construída por múltiplos
profissionais, tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da entidade com
as pessoas e a vida no planeta.
Considera-se
Balanço
Social
“uma
demonstração
contábil
de
responsabilidade do profissional na área, pois tem como a principal fonte dos dados
nela expressos a escrituração formal contábil”. (KROETZ, 2000)
1.1
JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA
O balanço social traz um diferencial para a imagem da entidade que vem
sendo cada vez mais valorizado por investidores e consumidores no Brasil e no
mundo. Num mundo globalizado, onde informações sobre entidades circulam
mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e transparente deve fazer
parte da estratégia de qualquer organização nos dias de hoje.
1.2
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
A conscientização da Responsabilidade Social perante a sociedade, por parte
da entidade.
Diante deste quadro, o Balanço Social torna-se um instrumento indispensável
para as demonstrações quantitativas e qualitativas, verificando o desempenho da
10
entidade no plano social, tanto internamente quanto na sua atuação na comunidade.
A partir da elaboração desta ferramenta podem-se fazer análises que auxiliarão na
tomada de decisão sobre onde a entidade deve concentrar seus recursos para tentar
minimizar as desigualdades sociais.
1.3
OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Este
trabalho
de
conclusão
tem
por
objetivo
geral
demonstrar
quantitativamente e qualitativamente por meio do Balanço Social, a responsabilidade
Social da Instituição Adventista Sul Brasileira de Educação e Assistência Social de
Santa Catarina (IASBEAS).
1.3.2 Objetivos Específicos
Este trabalho enumerou como objetivos específicos:
•
Verificar os modelos de Balanço Social existentes para entidades
filantrópicas sem fins lucrativos;
•
Escolher o modelo mais apropriado para a IASBEAS – SC;
•
Identificar as ações filantrópicas e responsabilidade social da IASBEAS –
SC;
11
1.4
SUPOSIÇÕES
O
balanço
social
tornou-se
um
instrumento
indispensável
para
as
demonstrações quantitativas e qualitativas, verificando o retorno da entidade no
plano social, tanto internamente quanto na sua atuação na comunidade. A partir da
elaboração desta ferramenta, podemos fazer análises que podem auxiliar na tomada
de decisão sobre onde a entidade deve concentrar seus recursos para tentar
minimizar as desigualdades sociais.
O balanço social favorece a todos os grupos que interagem com a entidade.
Seu processo de realização estimula a participação dos funcionários e funcionárias
na escolha das ações e projetos sociais, gerando um grau mais elevado de
comunicação interna e integração nas relações entre dirigentes e o corpo funcional.
Aos fornecedores e investidores, informa como a entidade encara suas
responsabilidades em relação aos recursos humanos e à natureza, o que é um bom
indicador da forma como a entidade é administrada. Para os consumidores, dá uma
idéia de qual é a postura dos dirigentes e a qualidade do produto ou serviço
oferecido, demonstrando o caminho que a entidade escolheu para construir sua
marca. E ao Estado, ajuda na identificação e na formulação de políticas públicas.
1.5
ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma:
Capítulo I – Introdução do trabalho destacando a definição do problema, os
objetivos gerais e específicos.
Capítulo II – Inicia-se a apreciação do tema Responsabilidade Social nas
entidades. Inicia-se com o histórico e a definição da palavra Responsabilidade
Social.
Nesse
capítulo
além
de
evidenciar
o
tema,
são
destacados
a
responsabilidade social no mundo e a forma como o Brasil tem abordado esse tema.
Também é demonstrada a sua importância na sociedade atual.
12
Capitulo III – Tem por finalidade evidenciar a responsabilidade do balanço
social no Brasil e no mundo. Destacam-se o papel fundamental do balanço social no
mundo globalizado, os principais usuários desse relatório e o modelo de balanço
social mais usado no Brasil.
Capitulo IV – Conceituação do que são Entidades Filantrópicas Sem Fins
Lucrativos e demonstração das principais características e atividades exercidas.
Capitulo V – Comenta-se a análise do balanço do social e sua importância.
Capitulo VI – Trata-se da metodologia adotada no trabalho, destacando: estudo de
caso, características da entidade, instrumentos utilizados e procedimentos
metodológicos;
Capitulo VII – Aplicação do balanço social bem como sua elaboração;
Capitulo VIII – Análise dos dados levantados destacando os projetos sociais;
Capitulo IX – Considerações finais.
2
RESPONSABILIDADE SOCIAL
O termo “Responsabilidade social” pode ter vários significados. Para alguns,
responsabilidade social tem significado de obrigação legal, outros acham que se
trata
somente
de
uma
contribuição
de
caridade.
Em
outras
palavras,
responsabilidade social é tudo que visa melhorar o meio em que se vive de forma
coletiva ou individual. Porém responsabilidade social vai muito além de uma
obrigação ou uma contribuição de caridade. A responsabilidade social está ligada
diretamente ao processo de continuidade da própria entidade.
Essa dificuldade em ter uma definição exata, deve-se ao fato de que a
responsabilidade social é desenvolvida de forma espontânea e informal, visando, em
alguns casos, diminuir o impacto provocado pelas ações da própria entidade. Isso de
certa forma faz com que a responsabilidade social seja encarada da forma como
toda a sociedade gostaria.
Conforme Reis e Medeiros (2007, p. 13):
a responsabilidade social está inserida na cidadania corporativa, que,
por sua vez é parte do planejamento, dos objetivos e da operação da
entidade para atingimento de objetivos, tendo a mesma importância
que outras áreas têm.
Até há pouco tempo, a responsabilidade social era vista como uma obrigação
do Estado. Segundo Kroetz (2000) as entidades deveriam cuidar exclusivamente
das questões econômicas.
As entidades não poderiam ter em suas metas
administrativas, por exemplo, investimentos com parte do seu lucro na área social da
entidade.
Passou-se algum tempo, ocorreu uma modificação na visão de gestão de
entidades. Segundo Korten (1996) essa mudança ocorreu na década de 70 do
século passado, como conseqüência da disseminação da tecnologia de informação
e da mudança cultural na sociedade. A entidade passa a não preocupar-se somente
com o lucro. Agora passa a buscar meios de melhorar sua imagem perante a
sociedade. Produtos de qualidade e preços baixos não são mais o grande
diferencial, já que tais qualidades são obrigações das entidades. Nesse momento a
entidade cria o seu marketing, baseando-se no desenvolvimento social.
14
O foco da entidade volta-se para a preservação da sociedade, uma vez que
todos vivem em um mesmo planeta. Cada irresponsabilidade, cada falta de visão
estratégica e tomada de decisões inconseqüentes, afetam não só no âmbito social,
mas em todo um contexto social mundial. Segundo Lopes de Sá (2000), “a
prosperidade da sociedade depende da prosperidade das células sociais“.
Estudos atuais demonstram que o comportamento social pode afetar
positivamente o desempenho da entidade, uma vez que compreende-se como
comportamento social a relação entre pessoas, produção e plenitude. De acordo
com Jacques Ehrsam, ex-presidente da Singer Francesa apud Kroetz (2002, P.42):
Os resultados da entidade dependem cada vez mas da eficiência e
das motivações de todos que nela trabalham. O lucro continua
indispensável para a nossa sobrevivência, mas não deve mas
constituir nossa única finalidade; a ele é indispensável que se somem
objetivos de ordem humana, como a satisfação dos assalariados e
dos clientes e a proteção e a melhoria do ambiente.
Sem dúvida toda entidade deve ter consciência que o lucro não deve ser o
único objetivo. Deve possuir programas que visem o melhoramento do ambiente
interno e externo da entidade, para que a sua permanência no mercado seja
duradoura.
Conforme Korten (1996), o movimento de responsabilidade social nas
entidades, surgiu pela conscientização da sociedade, proveniente do crescimento
dos centros urbanos que contribuiu para ocorrência de problemas ambientais como
a poluição, aumento dos lixos tóxicos e nucleares. A sociedade passou a entender
que cada entidade e indivíduo possuem responsabilidades no meio em que estão
inseridos e que pela ação conjunta podem diminuir o impacto negativo do progresso
e crescimento desenfreado.
2.1
HISTÓRICO
A responsabilidade social não surgiu da forma que se conhece hoje. Com o
passar do tempo ocorreram muitas mudanças, sendo uma delas a própria legislação.
No entanto a responsabilidade social teve seu início dentro da própria família, onde
15
cada familiar ou descendente era responsável pelas dívidas assumidas por um de
seus membros, quando esse morria (REIS E MEDEIROS, 2007, p. 6). Isso mostra
que a responsabilidade social surgiu da preocupação que indivíduos tinham em
relação à preservação do nome da família.
No início as entidades de interesses econômicos privados, não poderiam
exercer ações que visassem o lado social da sociedade. Segundo Korten (1996) era
algo que somente o governo, poderia fazer. A constituição de entidade acontecia
somente através de autorizações concedidas pelo poder público .Para uma entidade
exercer ações sociais, Reis e Medeiros (2007,p.6) destacam: “Os alvarás eram
concedidos pelo governo às entidades que prometessem benefícios sociais, as
quais prestavam serviços nas áreas de construção, transporte e infra-estrutura”.
Agindo
dessa
forma
o
governo
incentivou
as
entidades
a
terem
responsabilidade social, porém não dando liberdade para exercerem ação social em
qualquer área. Esse foi o marco do início da responsabilidade social.
Porém para que houvesse uma responsabilidade das entidades com o Social
deveria haver não só uma mudança de pensamento, mas também deveriam ser
incluídas leis que auxiliassem nesse novo processo. Korten (1996) diz que em 1861
a 1865 houve mudança na legislação Americana que possibilitou que as entidades
pudessem realizar também serviços de interesses privado, além dos interesses
publico. Como o aumento do seu lucro as entidades exerciam maior pressão sobre o
governo conseguindo dessa forma, obter maiores benefícios.
As discussões sobre as responsabilidades das entidades sobre seus atos em
relação à sociedade não é tão nova assim, no século XVII, o poder das entidades
era controlador pelo poder publico e pela população e esta tinha compromissos com
projetos de âmbito social. Esse panorama mudou quando as entidades conseguiram
mudar a legislação em seu benefício (REIS E MEDEIROS, 2007).
De certa forma, a Responsabilidade Social fez com que as entidades
passassem a se preocupar com o seu futuro. As entidades passaram a ser
responsáveis em devolver para a sociedade parte do seu lucro em forma de ações
que visassem o melhoramento ou diminuição do impacto da sua própria atuação.
Conforme Reis e Medeiros, (2007 p.5) “A Responsabilidade Social das
Entidades, é um movimento que tem seu início nos anos de 1960 no EUA.” Tinha
16
como motivação fundamental a busca por maior consciência de segmentos da
sociedade em relação à responsabilidade das entidades na preservação do meio
ambiente e dos direitos dos consumidores. Essas questões são compreendidas
como de caráter social por estarem referenciadas a problemas da sociedade como
um todo.
2.2
CONCEITO
Nunca se falou tanto em responsabilidade social como em nossos dias atuais.
Mas antes de conceituar-se Responsabilidade Social, é preciso saber o significado
separadamente dessas duas palavras: Responsabilidade e Social.
A palavra Responsabilidade é originada do Latin “responsabilitate”, que
significa: qualidade do que é responsável; obrigação de responder por certos atos
próprios ou alheios ou por alguma coisa que lhe foi confiada. Já a palavra Social
também se originou do Latin “Sociale” que pode ser definido da seguinte forma:
relativo à sociedade; sociável; que convém à sociedade; que diz respeito a uma
sociedade comercial e industrial. (Dicionário Aurélio,2006)
O termo Responsabilidade Social é descrito por autores de diferentes áreas
do conhecimento. Cada autor apresenta uma interpretação diferente e muito
particular em relação à sua área profissional.
Atualmente, a Responsabilidade Social assume um conceito geral entre os
estudiosos da área, como sendo uma área da Ciência Contábil que surge com o
propósito de contribuir, efetivamente, para a prosperidade das entidades e da
sociedade, transformando o sistema de informações contábeis em um conjunto mais
amplo. Tal conjunto apresenta não somente demonstrações financeiras e
econômicas, mas também aquelas de caráter social e ambiental tendo como
principal instrumento as demonstração das mutações quantitativas e qualitativas,
tradicionalmente extraídas dos registros contábeis, o Balanço Social.
De acordo com Kroetz, (2000, p.44) para que a Responsabilidade Social
possa fazer parte efetiva da contabilidade,
17
requer que a Contabilidade evolua no sentido de prestar
informações atualizadas, observando os reflexos das mutações
patrimoniais no ambiente social e ecológico. Essas informações não
são somente de ordem financeira e patrimonial.
Essa afirmação é comprovada com o estudo das doutrinas e teorias
contábeis.
A responsabilidade social tem sido um assunto bastante discutido na
sociedade. Tem sido um assunto de grande destaque entre entidades e a
sociedade. As entidades num todo não podem mais desvincular o objetivo de lucro
da Responsabilidade Social.
Para Reis e Medeiros (2007, p. 7):
A Responsabilidade Social é responsável para que haja o
engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando
a preservação do meio ambiente, do patrimônio cultural, a promoção
dos direitos humanos e a construção de uma sociedade
economicamente próspera e socialmente justa.
Infelizmente o desenvolvimento gera desgaste tanto social como físico dos
meios envolvidos ou utilizados. E é nesse sentido que a responsabilidade social
atua.
De certa forma responsabilidade social é um termo usado para descrever as
obrigações de uma entidade com a sociedade. A entidade deve incluir desde a sua
implantação, um programa que tenha como objetivo melhorar o meio em que está
inserida, tanto no curto como no longo prazo.
2.3
RESPONSABILIDADE SOCIAL NO MUNDO
A responsabilidade Social é considerada um fenômeno que obriga as
entidades a repensarem seu papel no mundo dos negócios. Em seu artigo Márcia
Martins Mendes de Luca (Revista Brasileira de Contabilidade, março, abril 2005, nº.
152, p. 27 ) diz :
A reponsabilidade social é considerada uma estratégia competitiva
para as entidades de todos os segmentos que atuam em um
ambiente cada vez mas complexo, onde a qualidade dos produtos e
18
os preços mas atraentes não se configuram mais como elementos
diferencias, mas como exigências naturais decorrentes dos negócios.
As entidades não podem mais preocuparem-se somente com a parte
econômica. Devem desenvolver programas que visem o melhoramento da
sociedade. Devem ser éticas e comprometidas.
O amadurecimento da responsabilidade social não surgiu ao mesmo tempo
em todos os lugares. Reis e Medeiros (2007, p. 38), fazem um histórico
principalmente nos países mais desenvolvidos. E dizem que a responsabilidade
nesses países somente foi possível depois que houve guerras e a necessidade de
reconstrução. Com isso a sociedade começou a exigir que as entidades passassem
a ter uma posição mais ética em relação aos recursos utilizados.
A responsabilidade social se dá quando a entidade passa a olhar além de
seus próprios interesses. Dessa forma entende-se por responsabilidade social
quando uma entidade se une à sociedade com um único propósito de melhorar o
meio em que vive o que de certa forma fará com que a entidade seja beneficiada
com os resultados dessa ação.
Com a globalização a responsabilidade social passou a fazer parte das metas
e objetivos de muitas entidades. Não se pode afirmar que uma entidade tenha
responsabilidade apenas com desempenho econômico, porém essa é sua primeira
responsabilidade. Dessa forma a entidade deve trabalhar para obter resultados que
cubram o seu custo operacional.
Para Reis e Medeiros (2007, p. 15): “A responsabilidade social é a obrigação
que a entidade assume perante a sociedade no compromisso de maximizar os
impactos positivos e minimizar os negativos.”
A responsabilidade social está diretamente relacionada com a imagem da
entidade perante a sociedade. Aquilo que a entidade apresentar de ações sociais,
será agregado ao valor da entidade. Ter responsabilidade social de forma contínua
dará a entidade confiança perante a sociedade.
Para que uma entidade execute boas ações sociais, ela deve procurar definir
quais os tipos de grupos irá atingir (REIS E MEDEIROS, 2007), de preferência os
grupos onde ela está inserida, podendo ser os empregados, acionistas,
fornecedores e a comunidade em geral.
19
Segundo Kroetz (2000, p.44): “Nas entidades, existem uma responsabilidade
social suprema, que é a de utilizar seus recursos e de prosseguir com as atividades
destinadas a aumentar seus resultados”. Isso mostra que o resultado da entidade
sempre estará em primeiro lugar. Não existe ação social sem recursos.
A responsabilidade social não trata somente de beneficiar diretamente a
sociedade, também cuida de maneira indireta das pessoas, pois cuida do meio
ambiente em que a sociedade está inserida. A entidade procura investir nos recursos
ambientais para que as pessoas em um futuro próximo também possam usufruir dos
mesmos recursos.
Quando se trata da responsabilidade social das entidades privadas é
necessário que haja uma forma de avaliar essa ação social. Para Reis e Medeiros
(2007),
deve haver instrumentos que permitam medir condutas
socialmente responsáveis das entidades através de
instrumentos específicos de avaliação de desempenho social.
“A própria sociedade é um dos termômetros da entidade”.
Nesse contexto o balanço social é uma das ferramentas mais
importantes para a mensuração dessas ações sociais.
2.4
RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL
Para o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), a
responsabilidade no Brasil começou a ser discutida nos anos 60, e começou a ser
propagada nos anos 90 por entidades não governamentais (http://www.ibase.org.br).
Com o passar do tempo e com as mudanças tanto no lado político e social, as
entidades passaram a sofrer pressões da sociedade para que houvesse uma
prestação de contas de onde e como os lucros estavam sendo aplicados. Dessa
forma criando uma “responsabilidade social” perante a sociedade (REIS E
MEDEIROS, 2000)
A forma autoritária que se estabeleceu com a ditadura militar, fechou canais
de expressão e de negociação de interesses e conflitos mantidos pelo populismo.
Com a ausência de canais de expressão, surgiram novos movimentos sociais que
20
tiveram como objetivo a implantação de ações e espaços legítimos de negociação
(KROETZ,2000).
Apesar de recente no Brasil, a responsabilidade social já foi e continua sendo
bastante discutida, e é cada vez mais presente dentro de nosso mercado e de
nossas entidades (KROETZ,2000).
2.5
SURGIMENTO DA CONTABILIDADE SOCIAL
Com o a evolução da responsabilidade social, houve a necessidade da
criação de instrumentos que contribuíram para mensuração de tudo que a entidade
produzisse para melhoramentos social, tanto interno como externo. Diante dessa
necessidade surge a ‘Contabilidade Social’ (REIS E MEDEIROS,2007).
Com tantas inovações e aprimoramentos de diversas teorias e tecnologias
diferentes nos dias atuais, a teoria de que a Contabilidade não poderia deixar de
evoluir de modo contínuo. Porém ao longo dos tempos a Contabilidade foi se
modificando conforme a necessidade de seus usuários; primeiramente, tivemos uma
Contabilidade como instrumento de controle onde o seu principal enfoque era a
necessidade do proprietário; posteriormente, a Contabilidade Financeira, onde seu
enfoque eram as necessidades governamentais; a terceira Contabilidade era a
gerencial, que previa as necessidades da entidade; e a quarta Contabilidade, a
Contabilidade Social, tem como principal objetivo a necessidade da célula social e
da sociedade, onde possui usuários internos e externos.
Para demonstrar essa evolução, deve-se observar o organograma (KROETZ,
1998, p.32) onde a Figura 1 demonstra as várias ramificações sofridas pela
contabilidade.
Nesse quadro Kroetz mostra que a Ciência contábil teve que evoluir para
atender as necessidades da contabilidade social. Como seriam evidenciados os
dados dessa nova contabilidade? Quais seriam os dados relevantes? O que seria
importante ser mensurado? E nesse contexto chegou-se ao “Balanço Social”.
21
Ciência Contábil
Contabilidade Contabilidade Contabilidade Contabilidade Contabilidade
Agrícola
Objeto de
Estudo
Patrimônio
Aziendal,
relacionado
com o
Ambiente
endógeno e
exógeno da
organização
Gerencial
Social
Demonstração
Principal
Balanço
Social
de custos
Espécie de
Gestão
Participativa
(Gestão Social)
Outras
Comercial
Forma de
Controle
Auditoria
Social
FIGURA 1 - ORGANOGRAMA
FONTE: KROETZ (1998, P.32)
Diante do quadro mundial atual, a Contabilidade Social busca a verdade,
sobre a circulação da riqueza entre a entidade e a sociedade. De acordo com Silva
et ali (1998):
Medir esses impactos é uma tarefa que apresenta inúmeros
problemas metodológicos difíceis de ultrapassar. Por isso, existe
grande interesse em que o desenvolvimento da informação social
não se processe de uma forma anárquica, em que cada entidade
informe do que lhe convém, utilizando critérios e medidas
particulares variáveis e discutíveis.
Em linhas gerais, não é fácil adotar meios que irão evidenciar e destacar
todos os dados necessários. É necessário haver uma conscientização daquilo que
se quer transparecer ou informar para a sociedade.
3
BALANÇO SOCIAL
Com a necessidade de uma melhor mensuração e demonstração das ações
sociais das entidades, foi necessário que se buscassem recursos para melhor
visualização dessas ações. Sendo assim buscou-se na contabilidade essa
ferramenta. Porém não deveriam ser dadas somente informações que destacassem
a ação social da entidade, mas deveria apresentar também, quanto a entidade
estaria dando de retorno econômico para a sociedade. Para atender essa nova
necessidade foi criado um novo termo, balanço social, que até então era
desconhecido para muitos (TINOCO).
3.1
HISTÓRICO
Não é possível localizar, na história, um momento preciso que determine a
origem do Balanço Social. Percebe-se uma evolução de relatórios que continham
informações e dados a respeito de funcionários e também sobre atividades sociais
praticadas pelas empresas.
Porém, pesquisa realizada por Kroetz, sabe-se que no início dos anos 60, por
causa da guerra do Vietnã, o governo Nixon (EUA) e as entidades que o apoiavam
foram severamente criticados: “clamava-se pelo fim da guerra e por outro lado
exigia-se que as empresas adotassem nova postura, moral e ética perante os
cidadãos” (2000, p.56).
Segundo Tinoco (2006, p.27):
Foi na década de 60 do século XX, os trabalhadores,
especificamente na Europa e nos Estados Unidos da América,
passaram a fazer exigências às organizações no sentido de obterem
informações relativas a seu desempenho econômico e social,
ampliando a informação que as organizações forneciam,
incorporando as sociais, tendo em vista a discussão da
responsabilidade social, dando assim a origem à implantação do
balanço Social, em França, a partir de 1977, que evidenciavam
basicamente os recursos humanos.
23
Tinoco diz que a França foi o primeiro país a criar uma lei especifica, dando
assim uma maior importância ao balanço social. Essa lei reconhecia a importância
dos trabalhadores no seio da empresa como usuários da informação contábil e
social.
A lei criada na França em 1977, obrigava que as entidades que possuíssem
300 ou mais funcionários, deveriam elaborar anualmente um balanço social (Tinoco,
2000). Na lei estavam indicadas as seguintes informações que deveriam constar no
balanço social:
•
Emprego;
•
Remuneração e encargos acessórios;
•
Condições de higiene e de segurança;
•
Outras condições de trabalho;
•
Formação profissional;
•
Relações profissionais;
•
Outras condições de vida relevantes na entidade.
Tinoco resalta que a lei não contemplou uma séria de informações de caráter
econômico que os trabalhadores e outros agentes sociais gostariam de ver
publicado no balanço social, como o valor adicionado.
Como mencionado anteriormente, a Contabilidade se preocupava apenas em
dar informações sobre os capitais recebidos pela empresa e a qualidade da sua
utilização; prestavam-se contas aos credores e aos sócios, além do governo, tudo
sob a ótica de capital e seus rendimentos na forma de juros, lucros e seus impostos.
Porém, com o tempo ela vem se adequando às novas emergências do mercado, da
sociedade e seus usuários, passando a ter outras funções tão importantes quanto
àquelas já mencionadas (REIS E MEDEIROS,2007) .
Na segunda metade deste século, na Europa as empresas começaram a
fazer prestação de contas de suas atividades, iniciando assim o movimento em prol
da prestação de contas sobre os recursos humanos à disposição da empresa:
quantos são, quanto ganham, que benefícios têm, como evoluem, que educação
tem, quais os treinamentos que recebem da empresa, etc. (Kroetz,2000).
24
Trata-se de um movimento que procura dar o mesmo status que já era dado
ao capital à mão-de-obra. É o início do Balanço Social.
Segundo estudos de Lopes de Sá, apud Kroetz,
o Balanço Social representa a expressão de uma prestação de
contas da empresa à sociedade em face de sua responsabilidade
para com a mesma, e parece ter sido, inicialmente, desenvolvido na
década de 50, embora na Alemanha, em 1939, a empresa AEG já
publicasse tal peça. (2000, p.55).
O Instituto Ethos (INSTITUTO ETHOS, 2001) diz que o primeiro balanço
social ocorreu no Brasil em 1978, por iniciativa do Instituto de Desenvolvimento
Empresarial, hoje chamado de Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial
e Social (FIDES). “Após uma série de discussões sobre o papel das empresas no
desenvolvimento da sociedade, a entidade iniciou a promoção desse tipo de
relatório, realizando, dois anos depois, um seminário internacional pioneiro nesse
tema”. E em 1984 a Nitrofertil, uma empresa do setor químico, produziu o primeiro
balanço social brasileiro, tendo como público alvo seus funcionários.
3.2
CONCEITOS
Para muitos autores, balanço social é um instrumento bastante importante,
pois nele estão as informações que possibilitam à sociedade ter conhecimento das
ações da entidade.
Balanço social constitui instrumento fundamental de divulgação das
ações e programas das organizações, servindo não só para prestar
contas à sociedade, dentro da ética e da transparência, mas também
como uma ferramenta vital para a gestão dos negócios. (CARNEIRO,
2001,p. 2)
Segundo estudos de Lopes de Sá, apud Kroetz, “o Balanço Social representa
a expressão de uma prestação de contas da entidade à sociedade em face de sua
responsabilidade” (2000, p.55).
O Balanço Social é um documento que pode ser publicado anualmente e
reúne várias informações sobre as atividades desenvolvidas pela entidade em um
25
determinado ano ou período.
Para o Instituto Ethos (INSTITUTO ETHOS, 2001, P. 10):
O Balanço social é um levantamento dos principais indicadores de
desempenho ambiental, econômico e social da entidade. Ele amplia
seu diálogo com os públicos com os quais a entidade se relaciona e
esclarece seus objetivos no passado, no presente e no futuro. O
balanço social ainda permite que a importância da responsabilidade
social seja ampliada na estratégia corporativa, uma vez que reúne,
além da avaliação da entidade sobre seu desempenho, as
expectativas de seus públicos interessados.
O balanço social é um tipo de demonstrativo publicado anualmente pela
entidade. Nesse demonstrativo, está reunido um conjunto de informações sobre os
projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores,
analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento
estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social
corporativa (TINOCO).
No balanço social a entidade demonstra o que faz por seus profissionais,
dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que
buscam melhorar a qualidade de vida para todos( REIS E MEDEIROS, 2007). Ou
seja, sua função principal é tornar pública a responsabilidade social empresarial,
construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente.
O balanço social quando elaborado de forma correta e objetiva por múltiplos
profissionais, tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da empresa
com as pessoas e a vida no planeta.
3.3
IMPORTÂNCIA
No balanço social são publicadas as informações de forma transparente e
com qualidade, procurando evidenciar os aspectos quantitativos e qualitativos do
patrimônio e demonstrando o que a entidade contribuiu para a o aspecto social
visando o bem estar de seus empregados, acionistas, diretores, administradores,
fornecedores, clientes e a sociedade onde está inserida. São informações que se
26
forem informadas corretamente, poderão demonstrar o que a entidade tem investido
em ações sociais (TINOCO, 2006).
Tinoco também (2006) enfatiza que a Contabilidade nesse processo tem o
objetivo de mostrar a situação econômica e financeira da entidade e publicar as
informações de maneira adequada. E observando esta questão, percebeu-se que o
Balanço Social tornou-se uma importante ferramenta para evidenciar a vida da
entidade e da sociedade de maneira geral.
3.4
OBJETIVOS
Segundo Tinoco (2006,p.36): “O balanço Social tem por objetivo descrever
certa realidade econômica e social de uma entidade, mediante o qual é suscetível de
avaliação.” O balanço social tem a função de fazer a ligação entre a entidade, os
funcionários e a sociedade.
Através do balanço social a entidade pode mostrar transparência em suas
atividades, a sociedade tem acesso a informações importantes.
Outro objetivo positivo é que a entidade acaba fazendo propaganda de suas
atividades, demonstrando os benefícios que a sociedade está obtendo com a sua
presença em determinado setor. Reis e Medeiros (2007) escrevem, o balanço social
é um bom marketing para a entidade.
Kroetez (2000), também resalta que o objetivo do balanço social é auxiliar a
gestão da entidade e contribuir para melhorar a estrutura da entidade, pois nele
poderá estar relatado a produtividade, eficácia e que tipo de estratégias foram
utilizadas no decorrer do período.
Segundo Kroetz (2000, p.77), o Balanço Social tem como objetivo:
a) revelar, conjuntamente com as demais demonstrações contábeis, a solidez da
estratégia de sobrevivência e crescimento da entidade;
b) evidenciar, com indicadores, as contribuições à qualidade de vida da população;
c) abranger o universo das interações sociais entre: clientes, fornecedores,
associações, governo, acionistas, investidores, universidade e outros;
d) apresentar os investimentos no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias;
27
e) formar um banco de dados confiável para a análise e tomada de decisão dos
mais diversos usuários;
f) ampliar o grau de confiança da sociedade na entidade;
g) contribuir para a implementação e manutenção de processos de qualidade,
sendo a própria demonstração do Balanço Social um parâmetro para tal;
h) medir os impactos das informações apresentadas no Balanço Social perante a
comunidade dos negócios, no amanhã da entidade, na marca (goodwill) e na
imagem do negócio;
i) verificar a participação do quadro funcional no processo de gestão (fase de
gestão participativa);
j) servir de instrumento para negociações laborais entre a direção da entidade e
sindicatos ou representantes dos funcionários;
k) melhorar o sistema de controle interno, permitindo qualificar o ambiente
organizacional, numa perspectiva de confirmar a regularidade da gestão
identificada com o gerenciamento social e ecologicamente correto;
l) clarificar os objetivos e as políticas administrativas, julgando a administração não
apenas em função do resultado econômico, mas também dos resultados sociais.
O Balanço Social deve ter dados que possam ser analisados e utilizados pela
sociedade na área social e também econômica, mas com o objetivo de caráter
social. No balanço social se verifica como a entidade atual na questão ambiental. No
Balanço Social também pode ser analisado a questão da saúde financeira da
entidade. Isso irá ajudar a definir qual foi a principal atuação da entidade no período
analisado. De certa forma o balanço social irá ter uma proximidade muito grande
com o Balanço Financeiro da entidade.
Para Kroetz (2000,p.66): “Balanços transparentes de muitas entidades, em
quantidade de expressão monetária, na realidade encerram um sem número de
bens que muitas vezes nada valem.”
3.5
USUÁRIOS DO BALANÇO SOCIAL
Nos dias atuais, responsabilidade social é muito divulgada como marketing, e
nesse contexto o balanço social desenvolve esse papel de divulgar as ações sociais
da entidade. Dessa forma surgem muitos interessados nas informações sociais da
entidade, sendo que no balanço social também se encontram dados econômicos. A
seguir serão destacados alguns usuários que podem se utilizar do balanço social da
entidade. Será utilizado o modelo de Kroetz (2000), onde o autor destaca esses
principais usuários do balanço social. Para cada usuário existe uma necessidade
básica, algo que irá fazer diferença na tomada de decisão:
28
Trabalhadores
Os trabalhadores são os clientes internos da entidade, onde deveriam ser
considerados os mais importantes dentro da entidade, pois participam diretamente
no processo produtivo. Para os trabalhadores o balanço social mostra o que a
entidade está fazendo para dar continuidade a suas atividades.
Segundo
Korten(2000,p. 85): “As informações contidas da demonstração do balanço social
podem proporcionar aos trabalhadores subsídios para negociações com a categoria
patronal”.
Acionistas
Para este grupo Kroetz (2005) diz que o Balanço Social oferece informações
que complementam as demonstrações contábeis e financeiras com informações de
caráter social e ecológico na base temporal passado/presente/futuro, facilitando e
dando maior segurança na tomada de decisões de seus investimentos. Os
acionistas são um dos usuários mais interessados, pois evidencia boa parte daquilo
que a entidade esta investindo na parte social. O acionista tem interesse que a
entidade possua uma boa imagem perante a sociedade, para que possa continuar
sendo bem vista e conseqüentemente, ter bons lucros.
Diretores/administradores
Os diretores e administradores usam o balanço social como fonte de
informações para a tomada de decisões, planejamento e controle. Através dele é
possível observar as tendências internas e externas, fazendo com que a entidade
desenvolva-se melhorando tanto o ambiente interno como externo.
O Balanço Social auxilia na análise não só nos aspectos econômicos, mas
também nos aspectos sociais e ecológicos. Kroetz (2000) diz que o balanço social
oferece subsídios importantes para julgar os resultados da entidade.
Fornecedores
Os Fornecedores são parceiros do mercado que acreditam no potencial da
entidade a qual fornece produtos e serviços. Através do balanço social, pode-se
mostrar como a entidade é administrada, aumentando assim a confiança dos
fornecedores de que a entidade irá saldar os seus compromissos assumidos.
29
Clientes
Kroetz diz(2000,p. 85) :
O Balanço Social assume, diante dos consumidores, uma postura
correta transparecendo a mentalidade dos dirigentes da companhia,
a política da entidade, suas ações que tem influência no meio
ambiente social e ecológico, sua relação com os funcionários, etc.
Através destes dados pode-se traçar o perfil da empresa, acarretando maior
ou menor credibilidade ao produto ou ao serviço prestado. O Balanço Social
disponibiliza aos clientes uma apresentação da empresa de uma forma literal,
demonstrando a qualidade interna e externa da organização: o Balanço Social serve
aos clientes como um informativo.
Sociedade
Segundo Krotez, o balanço social possibilita fiscalizar a entidade com o
objetivo de identificar possíveis danos e abusos causados à própria sociedade,
contra o meio ambiente e se realmente a sociedade está sendo favorecida ou não
com as atividades apresentadas.
A sociedade tem como obrigação e direito a fiscalização de atitudes ilícitas
das entidades. Os órgãos legais possibilitam essas fiscalizações com o intuito de
identificar possíveis danos e abusos causados à própria sociedade e contra o meio
ambiente. Um dos principais papéis do Balanço Social para a sociedade, é o de
suprir as necessidades informativas deixando-a a par das situações ocorridas interna
e externamente que favoreça ou não a sociedade.
Governos
O governo de modo geral, tem grande interesse em ter acesso às
informações do balanço social. Conforme Kroetz (2000,p.86) “tendo como base o
Balanço Social, o poder público poderá utilizá-lo na preparação de um vasto banco
de dados, possibilitando a geração de informações por segmentos sociais, por
atividade e por região.” Tudo isto permite que haja um planejamento e
desenvolvimento de planos estratégicos, como plano plurianual e orçamentos.
Também possibilita que o poder público verifique os tributos recolhidos, e também o
30
potencial de arrecadação da entidade.
Concorrentes
Os concorrentes utilizam as informações apresentadas para saber a vida
dada da entidade, para procurar uma forma de superar aquilo que está sendo
apresentado e assim tornar mais competitivo. Para Kroetz (2000) os concorrentes
usam o balanço social para projetar suas ações sociais.
3.6
INDICADORES DO BALANÇO SOCIAL
O balanço social traz alguns indicadores bastante importantes. São
informações que demonstram quais os benefícios que a entidade trouxe para a
sociedade.
Para
Kroetz
o
balanço
social
poderá
divulgar
indicadores,
consubstanciados no planejamento estratégico, que revelam as tendências do futuro
da entidade, agregando parte do relatório da administração a seu corpo de
informações, numa visão pró-ativa.
Além dos indicadores, o balanço social poderá informar índices, valor
econômico, social e ecológico, desta forma complementará as informações
contábeis.
Como não existe regulamentação internacional para a demonstração do
balanço social, as entidades divulgam os dados que acharem relevantes e da forma
que acham interessantes (TINOCO, 2006). Dessa forma existe certa dificuldade,
pois cada entidade poderá divulgar o que pretender. Porém dentro desses
indicadores existe uma forma de filtrar quais as informações que serão relevantes.
Kroetz (2000,p.88) sugere que sejam analisados os seguintes critérios:
a) Influências favoráveis no espaço temporal passado/presente
Relação da entidade com empregados (política salarial, normas de
recrutamento, investimentos em treinamento, programas de saúde,
programas de educação, etc);
31
Características do quadro funcional (faixa etária, escolaridade, tempo
de exercício da atividade na entidade, índices de satisfação, etc);
Investimentos em segurança interna e externa (programas de
treinamento, aquisição de equipamentos de segurança, etc);
Investimentos em higiene (programas de limpeza, aquisição de
equipamentos, índices de condições de trabalho, etc);
Contribuição a governos (valor de impostos, taxas e contribuições);
Doações e investimentos em programas sociais (contribuições à
comunidade externa, investimento em cultura, pesquisas, educação,
etc);
Investimentos no meio ambiente (medidas de preservação, aquisição
de equipamentos despoluidores, etc);
b) Influências Desfavoráveis no espaço temporal passado/presente
Relação com os empregados (índices de doenças causadas pela
atividade, programas de demissões, etc);
Prejuízo a comunidade (influência nos níveis de desemprego,
atividades/produtos que causam danos a saúde da população, etc);
Prejuízos ao meio ambiente (danos ambientais causados pelas
atividades/produtos).
c) Influências futuras Favoráveis e Desfavoráveis
Relação com empregados (programas de educação e saúde,
políticas salariais, novos programas de treinamento, políticas de
demissão de pessoal, etc);
Desenvolvimentos de novas tecnologias (investimento em pesquisa,
novos produtos, etc);
Novos programas e investimentos em segurança;
Novos programas e investimentos em higiene;
Novos programas de investimento na sociedade (cultura, esporte,
educação, saúde, etc)
32
Novos programas de investimento no meio ambiente (medidas
preventivas, programas de recuperação ambientais possíveis danos
a serem causados, etc).
Krotez (2000,p. 89) demonstra através da tabela a seguir a forma como as
informações devem ser organizadas:
INFLUÊNCIAS:
AMBIENTE
INTERNO
Favoráveis e
Desfavoráveis
AMBIENTE
EXTERNO
ENTIDADE
INFLUÊNCIAS:
INFLUÊNCIAS:
Favoráveis e
Desfavoráveis
Favoráveis e
Desfavoráveis
ESPAÇO TEMPORAL:
Passado/Presente/Futuro
FIGURA 2 – INFORMAÇÕES DEVEM SER ORGANIZADAS POR AMBIENTES
Fonte: Krotez(2000,p. 89)
Embora o balanço social tenha uma legislação ao seu favor, ainda está muito
longe de ser uma prioridade nas entidades. No Brasil segundo Tinoco (2006),
existem poucas empresas que utilizam o balanço social como uma prestação de
contas para a sociedade. O balanço social tem sido usado exclusivamente para
marketing econômico, uma forma para que a entidade tenha destaque na mídia.
Tinoco ainda destaca (2006, p.137): “as perspectivas acerca da evolução do
debate em torno do balanço social vem ganhando contornos mais favoráveis nos
últimos anos, principalmente pela atuação de algumas entidades voltadas para a
33
promoção e divulgação do conceito e dos objetivos do documento.” Porém as
entidades que se preocupam com a transparência ainda são poucas.
3.7
MODELO DE BALANÇO SOCIAL - IBASE
Devido aos vários tipos de entidades, foi necessário criar alguns modelos de
balanço social. Essa atualização foi buscada no site http://www.balancosocial.org.br.
3.7.1 Modelo proposto para Entidade de Grande Porte
Este modelo proposto foi baseado em pesquisas e levantamentos realizados
junto a entidades divulgadoras, estudiosos, periódicos e demais materiais
bibliográficos onde são analisados muitos dados quantitativos e qualitativos.
Os tópicos sugeridos neste Balanço Social podem e devem ser modificados
de acordo com a realidade de cada entidade, cabendo a cada empresa escolher a
melhor forma de apresentá-lo. O principal objetivo de se propor um modelo é o de
aglomerar algumas informações fundamentais para caracterização do Balanço
Social.
Nessa tabela observa-se este modelo para grandes entidades:
BALANÇO SOCIAL – ENFOQUE GERENCIAL
1. APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE
1.1 – Informação endógenas
1.1.1 Missão
1.1.2 Filosofia
1.1.3 Valores
1.1.4 Políticas
1.1.5 Áreas de negócio – principais produtos
1.1.6 Outros dados relevantes
1.2 Informações exógenas
1.2.1 Regiões de atuação
1.2.2 Participação no mercado
1.2.3 Outros dados relevantes
2. INFLUÊNCIAS, FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS
TRANSFERIDAS PARA O AMBIENTE ENDÓGENO E EXÓGENO
2.1 Usuários internos
2.1.1 Empregados
2.1.1.1 Características do quadro
Número inicial de empregados
Número final de empregados
Número de mulheres trabalhando
Ano
X1
Ano
X2
34
Número de deficientes físicos
Número de acidentes de trabalho
Número de atestados médicos
Indicador de absenteísmo
Números de ações judiciais trabalhista
Nível de escolaridade
Por faixa etária
Por função
Média salarial por função
Outras
2.1.1.2 Investimentos compulsórios (Legais)
Encargos sociais
FGTS
Outros
2.1.1.3 Investimentos espontâneos
Treinamento
Educação/Bolsa de auxílio
Alimentação
Saúde
Lazer
Esporte
Transporte
Seguro de vida
Cesta básica
Creche
Segurança no trabalho
Higiene no trabalho
Participação nos resultados
Previdência privada
Moradia e urbanismo
Outros
2.1.2 Administradores/Diretores
2.1.1.1 Características do quadro
Nível de escolaridade
Por faixa etária
Por função
Média salarial por função
Outras
2.1.1.2 Investimentos compulsórios (Legais)
Encargos sociais
FGTS
2.1.1.3 Investimentos espontâneos
Treinamento
Educação/Bolsa de auxílio
Alimentação
Saúde
Lazer/Esporte
Transporte
Seguro de vida
Participação nos resultados
Previdência privada
Moradia e urbanismo
Outros
2.2 – Usuários externos
2.2.1 Acionista
Dividendos recebidos
Movimentos nos fundos
Outros
2.2.2 Governos e previdência
Tributos e contribuições
Participação em programas públicos
2.2.3 Clientes
Investimentos em atendimento
Outros
2.2.4 Fornecedores
Número de fornecedores nacionais e estrangeiros
Política de parceria
2.2.5 Sindicatos
Contribuições sindicais
2.2.6 Estudiosos
Incentivos a novos estudos
2.2.7 Sociedade
a) Local
b) Regional
c) Nacional
35
d) Internacional
Doação/patrocínios
Programas sociais
Programas culturais
Programas educacionais
Programas de esporte/lazer
Investimento em comunicação social
Restauração de espaços públicos
Outros
2.2.8 Concorrentes
Ações conjuntas
Participações acionárias
Outros
2.2.9 Outros usuários específicos
2.3 – Meio ambiente
Programas ambientais
Investimentos em projetos preventivos
Produtos recicláveis
Ganhos com programas ambientais
Tratamento de rejeitos
Recuperação de áreas degradadas
3. INFLUÊNCIAS FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS
RECEBIDAS DO AMBIENTE ENDÓGENO E EXÓGENO
3.1 – Usuários internos
3.1.1 Empregados
Indicadores do nível de satisfação
3.1.2 Administradores
Indicadores do nível de satisfação
3.1.3 Outros usuários internos
3.2 – Usuários externos
3.2.1 Acionista
Indicadores do nível de satisfação
3.2.2 Governos
Incentivos fiscais
Prêmios recebidos
Participações em projetos
3.2.3 Clientes
Número de reclamações
Pesquisas reconhecidas
3.2.4 Fornecedores
Indicadores do nível de satisfação – Grau de confiança
3.2.5 Sindicatos
Indicadores de avaliação
Premiação
3.2.6 Estudiosos
Retorno das pesquisas/ trabalhos realizados
Prêmios acadêmicos recebidos
3.2.7 Sociedade
a) Local
b) Regional
c) Nacional
d) Internacional
Ações de reconhecimento
3.2.8 Concorrentes
Resultado de pesquisas divulgadas
Outros
3.2.9 Outros usuários
3.3 – Meio ambiente
Produtos recicláveis recolhidos
Prêmios recebidos
Multas Ambientais
Ações judiciais provenientes de causas ambientais
•
Ano
X1
Ano
X2
36
5. DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS FUTUROS DE IMPACTO SOCIAL E AMBIENTAL
•
•
•
•
•
•
Novas políticas salariais;
Novos investimentos em treinamento;
Novos investimentos em proteção ao meio ambiente;
Novos produtos ecologicamente corretos;
Projetos de ampliação;
Outros
6. INDICADORES DE QUALIDADE
Indicadores representativos de ações decorrentes da implantação de programas de qualidade:
•
Variação dos resultados (positivo/negativo);
•
Variação no nível de desperdícios;
•
Variação no nível de produtividade;
•
Outras variações não mensuráveis.
7. OUTRAS OBSERVAÇÕES E INFORMAÇÕES RELEVANTES
FIGURA 3 MODELO DE BALANÇO SOCIAL PARA ENTIDADES DE GRANDE PORTE
SILVA E FREIRE (2001,p.109)
Nesse modelo para grandes empresas, existe um detalhamento de todas as
atividades da entidade que envolve, diretamente, o lado social. Os itens são autoexplicativos.
3.7.2 Modelo de Balanço Social para Microempresas
Este modelo proposto para as Microempresas contém informações reduzidas
e simplificadas, sem deixar de informar os dados mais significativos, conforme
modelo.
Modelo de Balanço Social para Microempresas
Identificação da Empresa:
Razão/denominação social:
Endereço:
CNPJ:
CGC/TE:
Principal atividade econômica:
Descrição
1. Dados Não Monetários
1.1 Número de admissões
1.2 Número de demissões
1.3 Número médio de funcionários
1.4 Número total de funcionários no final de exercício
1.4.1 Portadores de deficiência
1.4.2 Mulheres
1.4.3 Idosos
1.4.4 Adolescentes
1.4.5 Outros
1.5 Número de acidente de trabalho
1.6 Número de reclamatória trabalhista
1.7 Número de horas de licenças médicas
1.8 Número de horas de participação comunitária
2. Dados Monetários
2.1 Receita líquida
2.1.1 Mercado interno
2.1.2 Mercado externo
2.2 Folha de pagamento bruta
2.3 Encargos sem folha pagamento
2.3.1 Encargos Sociais
2.3.2 Encargos Trabalhistas
Ano 1
Ano 2
37
2.4 Benefícios laborais
2.4.1 Educação/treinamento
2.4.2 Alimentação
2.4.3 Saúde
2.4.4 Transporte
2.4.5 Higiene e Segurança
2.4.6 Previdência privada
2.5 Participação nos resultados
2.6 Programas de incentivo
2.7 Investimentos na comunidade
2.8 Investimentos no meio ambiente
2.9 Impostos e contribuições
2.9.1 Impostos e contribuições sociais
2.9.2 Outros impostos e contribuições
3 Dados Descritivos
3.1 Programas comunitários
3.2 Programas ambientais
FIGURA 4 - MODELO BALANÇO SOCIAL PARA MICROEMPRESAS
SILVA E FREIRE (2001,p.109)
Esse modelo é resumido, só busca as principais informações, já que nas
microempresas não há necessidade de detalhamento.
3.7.3
Modelo Ibase
Atualmente, o modelo Ibase é o mais utilizado no país. Mesmo não havendo
uma legislação que determine o modelo e a obrigatoriedade da publicação do
mesmo, muitas empresas utilizam este modelo, pois assim podem fazer um
comparativo entre empresas do mesmo setor. Outro fator, é que este modelo é
oferecido gratuitamente pelo IBASE. As empresas que utilizam o Modelo Ibase,
podem utilizar o Selo Ibase Betinho, como um incentivo e distintivo de qualidade.
A seguir, o modelo proposto pelo IBASE como apresentado por (SILVA E
FREIRE, 2006, p. 109-113):
38
Balanço Social Anual – 2006
Balanço Social Anual / 2006
Empresa:
1 - Base de Cálculo
2006 Valor (Mil reais)
2005 Valor (Mil reais)
Receita líquida (RL)
Resultado operacional (RO)
Folha de pagamento bruta (FPB)
2 - Indicadores Sociais Internos
Valor (mil)
% sobre FPB
% sobre RL
Valor (mil)
% sobre FPB
% sobre
RL
Alimentação
Encargos sociais compulsórios
Previdência privada
Saúde
Segurança e saúde no trabalho
Educação
Cultura
Capacitação e desenvolvimento profissional
Creches ou auxílio-creche
Participação nos lucros ou resultados
Outros
Total - Indicadores sociais internos
3 - Indicadores Sociais Externos
Valor (mil)
% sobre RO
% sobre RL
Valor (mil)
% sobre RO
% sobre
RL
Educação
Cultura
Saúde e saneamento
Esporte
Combate à fome e segurança alimentar
Outros
Total das contribuições para a sociedade
Tributos (excluídos encargos sociais)
Total - Indicadores sociais externos
4 - Indicadores Ambientais
Valor (mil)
% sobre RO
% sobre RL
Valor (mil)
% sobre RO
% sobre
RL
Investimentos relacionados com a produção/ operação da
empresa
Investimentos em programas e/ou projetos externos
Total dos investimentos em meio ambiente
Quanto ao estabelecimento de “metas anuais” para minimizar
resíduos, o consumo em geral na produção/ operação e aumentar a
eficácia na utilização de recursos naturais, a empresa
( ) não possui metas ( ) cumpre de 51 a 75%
( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 76 a 100%
5 - Indicadores do Corpo Funcional
2006
Nº de empregados(as) ao final do período
Nº de admissões durante o período
Nº de empregados(as) terceirizados(as)
Nº de estagiários(as)
Nº de empregados(as) acima de 45 anos
Nº de mulheres que trabalham na empresa
% de cargos de chefia ocupados por mulheres
Nº de negros(as) que trabalham na empresa
% de cargos de chefia ocupados por negros(as)
Nº de portadores(as) de deficiência ou necessidades especiais
6 - Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania
empresarial
Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa
Número total de acidentes de trabalho
( ) direção
Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa
foram definidos por:
( ) não possui metas ( ) cumpre de 51 a
75%
( ) cumpre de 0 a 50% ( )
cumpre de 76 a 100%
2005
2006
Metas 2007
0
0
0
0
( ) direção e
gerências
( ) todos(as)
empregados(as)
( ) direção
(x ) direção e
gerências
( )
todos(as)
empregado
s(as)
39
Os pradrões de segurança e salubridade no ambiente de
trabalho foram definidos por:
Quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à
representação interna dos(as) trabalhadores(as), a empresa:
( ) direção e
gerências
( ) todos(as)
empregados(as)
( ) todos(as) +
Cipa
( ) direção e
gerências
( ) todos(as)
empregados(as)
( ) não se
envolve
( ) segue as
normas da OIT
( ) incentiva e
segue a OIT
( ) não se
envolverá
( ) seguirá as
normas da OIT
( ) direção
( ) direção e
gerências
( ) todos(as)
empregados(as)
( ) direção
( ) direção e
gerências
( ) direção
( ) direção e
gerências
( ) todos(as)
empregados(as)
( ) direção
( ) direção e
gerências
( ) não são
considerados
( ) são
sugeridos
( ) são exigidos
( ) não serão
considerados
( x) serão
sugeridos
( ) não se
envolve
( ) apóia
( ) organiza e
incentiva
( ) não se
envolverá
( ) apoiará
na empresa
_______
no Procon
_______
na Justiça
_______
na empresa
_______
no Procon
_______
(x )
organizará
e
incentivará
na Justiça
_______
na empresa
_______%
no Procon
_______%
na Justiça
_______%
na empresa
_______%
no Procon
_______%
na Justiça
_______%
A previdência privada contempla:
A participação dos lucros ou resultados contempla:
Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de
responsabilidade social e ambiental adotados pela empresa:
Quanto à participação de empregados(as) em programas de
trabalho voluntário, a empresa:
Número total de reclamações e críticas de consumidores(as):
% de reclamações e críticas atendidas ou solucionadas:
Valor adicionado total a distribuir (em mil R$):
Distribuição do Valor Adicionado (DVA):
7 - Outras Informações
(x )
todos(as) +
Cipa
(x )
incentivará
e seguirá a
OIT
(x )
todos(as)
empregado
s(as)
( x)
todos(as)
empregado
s(as)
( ) serão
exigidos
Em 2006:
Em 2005:
___% governo
___% colaboradores(as)
___% acionistas ___ % terceiros ___% retido
___% governo
___% colaboradores(as)
___% acionistas ___ % terceiros ___%
retido
FIGURA 5 - MODELO IBASE DE BALANÇO SOCIAL .
Fonte: Silva e Freire ( 2006, p. 109-113)
3.7.4 Preenchimento do Modelo Ibase
O Instituto Ibase também oferece em seu site, além do modelo do balanço,
algumas instruções de preenchimento. Essas instruções tornam-se essenciais para
que o balanço social reflita de maneira adequada as atividades da entidade no
período em questão.
Instruções para o preenchimento
Este Balanço Social (BS) deve apresentar os projetos e as
ações sociais e ambientais efetivamente realizados pela
Realização
empresa.
Sugestão: este BS deve ser o resultado de amplo processo
participativo que envolva a comunidade interna e externa.
Este BS deve ser apresentado como complemento em
outros tipos de demonstrações financeiras e sócioPublicação
ambientais; publicado isoladamente em jornais e revistas;
amplamente divulgado entre funcionários, clientes,
fornecedores e a sociedade. Pode ser acompanhado de
40
Selo "Balanço Social
Ibase/Betinho"
1) Base de Cálculo
Receita Líquida
outros itens e de informações qualitativas (textos e fotos)
que a empresa julgue necessários.
A empresa que realizar e publicar o seu balanço social,
utilizando este modelo mínimo sugerido pelo Ibase, recebe o
direito de utilizar o Selo Balanço Social Ibase/Betinho nos
seus documentos, relatórios, papelaria, produtos,
embalagens, site, etc. Mais informações:
www.balancosocial.org.br
Restrições: o Selo Ibase/Betinho NÃO será fornecido às
empresas de cigarro/fumo, armas de fogo/munições,
bebidas alcoólicas ou que estejam comprovadamente
envolvidas com exploração de trabalho infantil.
Itens Incluídos
• Receita bruta excluída dos impostos, contribuições,
devoluções, abatimentos e descontos comerciais.
Resultado Operacional
• Lucro ou prejuízo apresentado pela empresa no período.
Folha de Pagamento Bruta
• Valor total da folha de pagamento.
2) Indicadores Sociais Internos
• Gastos com restaurante, vale-refeição, lanches, cestas
Alimentação
básicas e outros relacionados à alimentação dos
empregados.
• Planos especiais de aposentadoria, fundações
Previdência privada
previdenciárias, complementações de benefícios aos
aposentados e seus dependentes.
• Plano de saúde, assistência médica, programas de
Saúde
medicina preventiva, programas de qualidade de vida e
outros gastos com saúde, inclusive dos aposentados.
• Gastos com ensino regular em todos os níveis, reembolso
Educação
de educação, bolsas, assinaturas de revistas, gastos com
biblioteca (excluído pessoal) e outros gastos com educação.
• Gastos com eventos e manifestações artísticas e culturais
Cultura
(música, teatro, cinema, literatura e outras artes).
• Recursos investidos em treinamentos, cursos, estágios
Capacitação e
desenvolvimento
profissional
(excluído os salários) e gastos voltados especificamente para
capacitação relacionada com a atividade desenvolvida pelos
empregados.
Creches ou auxílio-creche
• Creche no local ou auxílio-creche aos empregados.
41
Participação nos lucros ou
resultados
• Participações que não caracterizem complemento de
salários.
• Seguros (parcela paga pela empresa), empréstimo (só o
custo), gastos com atividades recreativas, transportes,
Outros benefícios
moradia e outros benefícios oferecidos aos empregados
podem ser aqui enumerados.
3) Indicadores Sociais Externos
• Somatório dos investimentos na comunidade que
aparecem discriminados. Não incluir os
gastos/investimentos declarados nos Indicadores Sociais
Total das contribuições
para a sociedade
Internos. Os itens na tabela aparecem como indicação de
setores importantes onde a empresa deve investir, porém,
podem aparecer aqui somente os investimentos e
contribuições que a empresa realiza regularmente (ação
focalizada em educação, por exemplo).
Tributos (excluídos
encargos sociais)
• Impostos, contribuições e taxas
federais/estaduais/municipais.
4) Indicadores Ambientais
• Investimentos, monitoramento da qualidade dos
resíduos/efluentes, despoluição, gastos com a introdução de
Relacionados com a
operação da empresa
métodos não-poluentes, auditorias ambientais, programas de
educação ambiental para os funcionários e outros gastos
com o objetivo de incrementar a qualidade ambiental na
operação da empresa.
• Despoluição, conservação de recursos ambientais,
Em programas/projetos
externos
campanhas ambientais, educação ambiental para a
comunidade externa e para sociedade.
5) Indicadores do Corpo Funcional
• Considerar como trabalhadores negros o somatório de
Nº de negros que trabalha
indivíduos classificados como pretos e pardos (conforme a
na empresa
RAIS)
6) Informações Relevantes
Relação entre a maior e a
• Resultado da divisão da maior remuneração pela menor.
menor remuneração
Número total de acidentes
• Todos os acidentes de trabalho registrados durante o ano.
de trabalho
42
7) Outras Informações
• Este espaço está disponível para que a empresa agregue
outras informações importantes quanto ao exercício da
responsabilidade social e da cidadania empresarial.
FIGURA 6 - MODELO IBASE DE BALANÇO SOCIAL .
Fonte : Silva e Freire ( 2001, p. 109-113)
Nesse quadro é mostrada a importância do preenchimento correto do balanço
social. Toda a informação solicitada tem como objetivo demonstrar de forma correta
as realizações da entidade em um determinado período. Essas instruções visam a
padronização dos procedimentos.
4
ENTIDADES FILANTRÓPICAS SEM FINS LUCRATIVOS
As entidades filantrópicas sem fins lucrativos, são também conhecidas como
entidades do terceiro setor, por não se enquadrarem no primeiro setor que é o
governo e segundo que é o mercado em geral (OLAK E NASCIMENTO, 2006).
4.1
CONCEITO
Buscar uma definição objetiva para as entidades sem fins lucrativos não é
tarefa tão fácil, já que muitos autores discordam da terminologia, sem fins lucrativos.
Sem fins lucrativos, pode somente dar um único sentido. Para Olak e Nascimento
(2006), entidade sem fins lucrativos é uma entidade que não tem distribuição de
seus lucros entre os sócios. No entanto sem fins lucrativos não pode ser usado
como definição final, já que não é necessário que a entidade tenha algum tipo de
rendimento para que possa exercer o seu papel.
Para Drucker (1994,p. 3) “a organização sem fins lucrativos existe para
provocar mudanças nos indivíduos e na sociedade”.
Andrade (1991,p.310), também classifica entidades sem fins lucrativo como
sendo instituições formadas com propósitos sociais, educacionais, religiosos, de
saúde ou filantrópicas e que geralmente não existe interesse na transferência da
propriedade e seus membros ou contribuintes não recebem qualquer ganho
econômico ou financeiro direto. Segundo o mesmo autor, “as entidades sem fins
lucrativos, que desempenham seu papel relevante na economia, na sociedade e na
vida das pessoas, não buscam qualquer retorno ou ganho e são sempre criadas
para atender a algum objetivo específico”.
Olak e Nascimento (2006) chamam as entidades sem fins lucrativos de
entidades não governamentais. Esse conceito seria o mais aplicado hoje.
Devido à dificuldade da definição da terminologia sem fins lucrativos, foi
publicada recentemente a mudança para entidade sem fins econômicos, que dá uma
maior abrangência no tema.
44
O lucro não é o objetivo principal, porém essas entidades devem possuir uma
atividade que possa gerar recursos, afim de que tenham condições de se manter.
Olak e Nascimento (2006,p.6) destacam os principais fundamentos que as
entidades sem fins lucrativos devem seguir:
O lucro não é a sua razão de ser, mas um meio necessário para
garantir a continuidade e o cumprimento de seus propósitos
institucionais;
Seus propósitos institucionais, quaisquer que sejam suas
preocupações específicas, objetivam provocar mudanças sociais;
O patrimônio pertence à sociedade como um todo ou segmentos
dela, não cabendo aos seus membros ou mantenedores quaisquer
parcela de participação econômica no mesmo;
As contribuições, doações e subvenções constituem-se,
normalmente, nas principais fontes de recursos financeiros,
econômicos e materiais dessas entidades.
As entidades sem fins lucrativos não se resumem somente em igreja ou uma
organização de assistência social. Sua abrangência é bastante ampla, podendo se
enquadrar em outras organizações tais como: hospitais, centros educacionais,
clubes, associações de bairros, grupos de mútua-ajuda, fundações de diversos
caracteres e muitas outras ( ANDRADE, 1991).
4.2
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ENTIDADES SEM FINS
LUCRATIVOS
Olak e Nascimento(2006,p. 1,2) dizem que as principais características são:
Quanto ao lucro: o lucro não é a razão de ser dessas entidades.
Quanto à propriedade: pertencem à comunidade. Não são
normalmente caracterizadas pela divisibilidade do capital em partes
proporcionais, que podem ser vendidas ou permutadas.
Quanto às fontes de recursos: as contribuições com recursos
financeiros não dão direito ao doador de participações proporcionais
nos serviços da organização.
45
Quanto às principais decisões políticas e operacionais: as maiores
decisões políticas e algumas decisões operacionais são tomadas por
consenso de voto, via assembléia geral, por membros de diversos
seguimentos da sociedade direta ou indiretamente eleitos.
Essas características diferem de todas as outras organizações de fins
lucrativos, pois não tem a responsabilidade de dar retorno sobre os investimentos.
Porém essas entidades sem fins lucrativos devem cumprir as diretrizes propostas às
quais os seus fundos são destinados, e o mais importante, que não excedam o seu
orçamento proposto (OLAK E NASCIMENTO,2006).
As entidades sem fins lucrativos estão presentes em todo o mundo, são
entidades que buscam atender as necessidades sociais da socieadade.
4.3
LEGALIDADE DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS NO BRASIL
Na legislação brasileira as entidades sem fins lucrativos possuem normas e
diversos dispositivos, desde a constituição federal, bem como leis, decretos e
instruções normativas (OLAK E NASCIMENTO, 2006). Os mesmos autores
mencionam que, embora tenha mudanças na legislação brasileira, isto é, o novo
código civil, muito ainda deverá ser feito para que haja um fortalecimento e
ampliação nas entidades organizadas. Isso fará com que haja transparência nas
aplicações de recursos, visto que um dos problemas é a diversidade de entidades
sem fins lucrativos no Brasil, dificultando uma análise para direcionamento jurídico.
A criação de uma entidade sem fins lucrativos, começa com os interessados
realizando uma assembléia e fazendo um estatuto que irá reger a entidade. Deverá
determinar qual deverá ser o ramo de atividade e qual o tipo de atendimento que irá
prestar a sociedade. Segundo Oliva( 1988, p. 12):
Os interessados em fundar uma associação deverão, em primeiro
lugar, reunir-se em Assembléia Geral, na qual será aprovada o
estatuto e eleita a diretoria, provisória ou definitiva, devendo ainda
constar da ata, a ser lavrada em livro próprio, os nomes dos
fundadores com suas respectivas qualificações.
Nesse processo o estatuto irá definir as regras em que a entidade deverá
46
basear sua administração. Quais serão seus fins, qual a duração, como será sua
administração, quem poderá fazer parte da administração. Qual o período em que
deverão ocorrer as trocas de administradores.
De acordo com Oliva (1988) o estatuto de certa forma trata-se de uma
constituição em que a entidade será regida, onde todos os seus membros estarão
submetidos ao que foi definido no estatuto. Para que esse documento tenha
validade jurídica, deverá ser registrado no registro de pessoas jurídicas.
5
ANÁLISE DO BALANÇO SOCIAL
As demonstrações contábeis são produtos de um sistema de informações
contábeis, os quais coletam os dados, processam e divulgam as informações. Essas
informações são direcionadas aos seus usuários, os quais lhes proporcionam
subsídios para a tomada de decisões, ou seja, análise, controle e o planejamento de
uma empresa (TINOCO, 2006).
A prática da técnica de análise requer que seja antecipadamente realizada
uma avaliação (auditoria) das demonstrações com o fim de certificar-se das
conformidades dos dados apresentados. A partir deste ponto, torna-se possível
efetuar análises com maior grau de confiança.
Em relação ao balanço social, a proposta de análise torna-se restrita pelo fato
de não se ter ainda uma estrutura ou metodologia básica para a sua elaboração,
dificultando o desenvolvimento do processo. Apesar de poucos recursos, é possível
analisar dados qualitativos, índices, valores monetários e demais informações
baseando-se na análise contábil tradicional aliada ao interesse e criatividade do
analista.
O balanço social apresenta uma grande quantidade de dados os quais podem
se transformar em informações importantes, de forma diferente para cada usuário.
A base para a análise é o conjunto de informações que se encontram no
Balanço Social onde são trabalhadas e correlacionadas com os demais
demonstrativos internos e/ou externos que tenham ligação com a espécie de análise
pretendida (KROETZ,2000).
O sistema de informação contábil tem como principal objetivo gerar um
conjunto de informações que possam alterar as expectativas dos usuários e que
minimizem os riscos do processo de tomada de decisão (TINOCO,2006).
Segundo Koerich (2003,p.55):
O balanço social que já vem sendo divulgado espontaneamente por
algumas entidades, tem por objetivo demonstrar os investimentos
sociais realizados pelas companhias em beneficio de seus
empregados, da comunidade e também do meio ambiente. Tem-se
visto um grande número de entidades que, sentindo a necessidade
de um relacionamento mais estreito com a comunidade, tem
48
divulgado o seu balanço social, e, à medida que os resultados
positivos forem aparecendo, certamente surgirão mais empresas
tomando essa decisão.
Conclui-se, portanto, que o sistema de informações deve gerar informações
úteis aos usuários para que eles possam, a partir das demonstrações, efetuar as
devidas análises, correlacionando dados componentes da própria demonstração e
interligando com outros demonstrativos. Essas informações também serão
importantes na tomada de decisão, pois trará um resumo dos indicadores da
entidade.
49
6
6.1
METODOLOGIA DA PESQUISA
CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Quanto à natureza da pesquisa esta é do tipo aplicada, pois tem como meta
obter informações para que se possa elabora um Balanço Social da Instituição
Adventista Sul Brasileira de Educação e Assistência Social, sendo possível
compará-la a outras organizações que desenvolvem projetos de cunho social.
Conforme Cervo e Bervian (1996 p. 47), “na pesquisa aplicada, o investigador
é movido pela necessidade de contribuir para fins práticos, mais ou menos
imediatos, buscando soluções para problemas concretos”.
Com relação à forma de pesquisa, será qualitativa, pois serão utilizadas as
melhores soluções para os problemas levantados de acordo com a legislação. Para
Richardson (1999, p. 80) “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa
podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de
certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos
sociais”.
Quanto aos objetivos, esta pesquisa será do tipo exploratória, pois buscará
fornecer dados e conhecimentos sobre o assunto mencionado, com o intuito de
auxiliar os usuários da contabilidade na elaboração de um Balanço Social.
De acordo com Cervo e Bervian (1996 p. 49), “a pesquisa exploratória realiza
descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre os
elementos componentes da mesma”.
Será uma pesquisa descritiva, pois não possui alteração por parte do
pesquisador. Segundo Cervo e Bervian (1996 p. 49), “a pesquisa descritiva procura
descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua
relação e conexão com outros, sua natureza e características”.
50
Quanto aos procedimentos será uma pesquisa bibliográfica, pois será
desenvolvida por meio de materiais já publicados em livros, internet e periódicos,
que possibilitará alcançar os objetivos propostos, ou seja, buscar nestes materiais
elementos que fundamente o tema de estudo. Conforme Cervo e Bervian (1996 p.
48), a pesquisa bibliográfica
procura explicar um problema a partir de referenciais teóricos
publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente
ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os
casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou
científicas do passado existentes sobre um determinado assunto,
tema ou problema.
Caracteriza-se em um estudo de caso, visando buscar os dados dentro da
própria contabilidade da entidade. Neste caso, busca-se o estudo da melhor forma
de apresentação desses dados. Segundo Beuren (2003, p.84) estudo de caso é “a
pesquisa que se caracteriza principalmente pelo estudo concentrado de um único
caso. Esse estudo é preferido pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus
conhecimentos a respeito de determinado caso específico”.
6.2
ESTUDO DE CASO
Conforme Gil (1999, p. 72), “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo
profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu
conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros
tipos de delineamentos considerados”.
6.3
CARACTERÍSTICA DA ENTIDADE
A entidade de estudo é a INSTITUIÇÃO ADVENTISTA SUL BRASILEIRA DE
EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL (IASBEAS), uma entidade filantrópica, sem
fins lucrativos, de cunho religioso, atuante nas áreas educacionais, assistenciais e
de saúde.
51
A IASBEAS pertence à Igreja Adventista do Sétimo Dia, tendo iniciado as
suas atividades em 1904, com apenas uma escola primária. Atualmente, conta com
escolas de primeiro e segundo graus, centros de atendimentos, a ADRA (Agência de
Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) sendo uma sociedade beneficente, que
tem como principal mão de obra, o trabalho da Congregação da Igreja Adventista,
Clubes de Desbravadores e Aventureiros, agremiação universitária e uma federação
para a mocidade, entre outras atividades realizadas.
A entidade visa o auxílio ao próximo nas diversas formas possíveis entre elas
consideramos o social, material, físico e espiritual. Para tanto, conta para a
realização deste trabalho, com a participação de colaboradores e voluntários que
disponibilizam o seu tempo em prol de outros.
6.4
INSTRUMENTOS
Como instrumentos, serão utilizados relatórios obtidos junto à entidade
pesquisada, os quais serão desenvolvidos de forma adequada ao objetivo proposto,
que é a elaboração do Balanço Social. As informações serão coletadas do exercício
do ano de 2006.
6.5
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para implementar o estudo de caso proposto, se faz necessário uma leitura
analítica do material bibliográfico, para interpretação e fundamentação teórica da
pesquisa. Em seguida serão feitos levantamentos dos seguintes dados:
Montagem de planilhas para adequação dos dados da entidade;
Levantamento dos dados contábeis;
Levantamento dos dados de Recursos Humanos;
Ações Sociais desenvolvidas.
7
APLICAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL
Após a realização de estudos teóricos do que é o Balanço Social e sua importância na
divulgação da Responsabilidade Social das empresas, elabora-se, pela primeira vez, o
Balanço Social da INSTITUIÇÃO ADVENTISTA CATARINENSE DE EDUCAÇÃO E
ASSISTÊNCIA SOCIAL, uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, de cunho religioso,
atuante nas áreas educacionais, assistenciais e de saúde.
7.1
ELABORAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL
Como pode ser observado, há vários modelos do Balanço Social disponíveis. Contudo,
as informações neles contidas não diferem muito. Praticamente, todas as entidades procuram
apresentar, por meio de dados qualitativos e quantitativos, as suas realizações.
Para montar um Balanço Social é muito importante o levantamento dos dados que
servirão de base para a elaboração das demonstrações. Quando uma organização tem
desejo de elaborar o balanço social, deve se preocupar, durante o ano, na construção de um
sistema que possa mensurar, além dos dados contábeis e dos valores que compõem o
Balanço Patrimonial, um sistema que contenha dados do que a entidade fez no que diz
respeito à responsabilidade social, seus eventos, número de participantes, entre outros
dados. É preciso ter um bom planejamento quanto ao quadro de pessoal do último dia do ano,
pois baseado nesses dados é que são estruturados os dados do corpo funcional da empresa.
Foram utilizados três bancos de dados para levantar as informações. Posteriormente,
foi utilizada uma ferramenta da Microsoft (Access) para filtrar as informações necessárias à
construção do Balanço Social.
7.1.1. Dados Contábeis
No banco de dados contábil foram obtidas informações sobre os valores
desembolsados pela instituição na realização dos diversos projetos sociais, além dos
investimentos em seus colaboradores.
53
7.1.2. Dados dos Recursos Humanos
Neste banco de dados buscou-se informações para analisar e demonstrar a
qualificação dos colaboradores de cada empresa. Ao ser analisado este banco de dados na
instituição, percebeu-se sua complexidade para extrair as informações necessárias para a
elaboração do balanço. Como foi o primeiro Balanço Social da Instituição, houve uma
dificuldade em levantar os dados qualitativos de seus funcionários, pois como há um
programa de carreira dentro da empresa, um funcionário que exercia uma função em um ano,
podia estar em outra quando apuramos estes dados.
Foi feito um levantamento dos funcionários promovidos durante o período e as
transferências dentro das diversas instituições para que houvesse exatidão.
7.1.3. Dados das Ações Sociais
Como a Instituição é uma entidade filantrópica, precisa apresentar anualmente um
relatório das suas ações sociais, portanto, criou-se um banco de dados para registrar suas
ações realizadas nas mais diversas formas. Este banco de dados, facilitou consideravelmente
a apuração numérica de suas ações.
7.2
BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS
No Balanço Social abaixo apresentado foi utilizado o modelo Ibase, resultante da
montagem de um banco de dados constituído ao longo do ano. Devem-se apurar os dados e
apresentá-los, conforme sugere o modelo escolhido.
54
Balanço Social Anual 2006
1) Base de Cálculo
Receita Líquida (RL)
Resultado Operacional (RO)
Folha de Pagamento Bruta (FPB)
2) Indicadores Sociais Internos
Valor
(Mil R$)
Alimentação
Encargos sociais compulsórios
Previdência privada
Saúde
Segurança e medicina no trabalho
Educação
Cultura
Capacitação e desenvolvimento profissional
Outros
Total - Indicadores Sociais Internos
3) Indicadores Sociais Externos
73
1.067
255
468
32
366
40
164
1.418
3.883
Valor
(Mil R$)
2006
2005
Valor (Mil Reais)
Valor (Mil Reais)
11.348
10.148
1.298
7.685
1.227
6.787
%Sobre FPB
%Sobre RL
0,95%
13,88%
3,32%
6,09%
0,42%
4,76%
0,52%
2,13%
18,45%
50,53%
0,64%
9,40%
2,25%
4,12%
0,28%
3,23%
0,35%
1,45%
12,50%
34,22%
%Sobre FPB
%Sobre RL
Valor
(Mil R$)
48
907
232
447
33
348
38
119
1.110
3.282
Valor
(Mil R$)
%Sobre FPB %Sobre RL
0,71%
13,36%
3,42%
6,59%
0,49%
5,13%
0,56%
1,75%
16,35%
48,36%
0,47%
8,94%
2,29%
4,40%
0,33%
3,43%
0,37%
1,17%
10,94%
32,34%
%Sobre FPB %Sobre RL
Educação
Cultura
Saúde e saneamento
Jurídoco e Social
Creches
Vestuário
Alimentação
Outros
Total das Contribuições para a Sociedade
Tributos (excluídos encargos sociais)
2.361
120
75
10
491
221
55
32
3.365
43
30,72%
1,56%
0,98%
0,13%
6,39%
2,88%
0,72%
0,42%
43,79%
0,56%
20,81%
1,06%
0,66%
0,09%
4,33%
1,95%
0,48%
0,28%
29,65%
0,38%
1.601
114
91
9
483
275
83
41
2.697
41
23,59%
1,68%
1,34%
0,13%
7,12%
4,05%
1,22%
0,60%
39,74%
0,60%
15,78%
1,12%
0,90%
0,09%
4,76%
2,71%
0,82%
0,40%
26,58%
0,40%
Total – Indicadores Sociais Externos
3.408
44,35%
30,03%
2.738
40,34%
26,98%
4) Indicadores Ambientais
Relacionados com a operação da empresa
Em Programas e/ou projetos externos
Total dos Investimentos em Meio Ambiente
5) Indicadores do Corpo Funcional
Nº de empregados ao final do período
Nº de admissões durante o período
Nº de empregados acima de 45 anos
Nº de mulheres que trabalham na empresa
% de cargos de chefia ocupados por mulheres
Nº de negros que trabalham na empresa
% de cargos de chefia ocupados por negros
Nº de empregados portadores de deficiência
FIGURA 7 - BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS
Fonte:IBASE
882
143
154
713
51,28%
49
2,56%
775
74
155
695
52,50%
38
2,50%
34
15
55
Relação entre o maior e menor remuneração na empresa
0
0
0
Número total de acidentes de trabalho
0
( ) pela direção (X) direção e
gerências
( ) todos os
empregados
( ) pela
direção
(X) direção e
gerências
( ) todos os
empregados
Os padrões de segurança e salubridade no ambiente de ( ) pela direção (X) direção e
trabalho foram definidos:
gerências
( ) todos os
empregados
( ) pela
direção
(X) direção e
gerências
( ) todos os
empregados
Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela
empresa foram definidos:
A previdência privada contempla:
( ) direção
( ) direção e (X) empregados de ( ) direção
gerências
carreira
Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos
e de responsabilidade social e ambiental adotados pela
empresa:
( ) não são
considerados
(X) são
sugeridos
( ) são exigidos
( ) não são
considerados
Quanto à participação dos empregados em programas de
trabalho voluntário, a empresa:
( ) não se
envolve
(X) apóia
( ) organiza e
incentiva
( ) não se
envolve
( ) direção e
(X)
gerências empregados de
carreira
(X) são
( ) são
sugeridos
exigidos
(X) apóia
( ) organiza e
incentiva
FIGURA 8 – CONTINUAÇÃO DOS GRÁFICOS DO BALANÇO SOCIAL DA INSTITUIÇÃO ADVENTISTA
Fonte:IBASE
56
7.3
ANÁLISE DOS INDICADORES SOCIAIS
Do balanço social podem-se extrair vários indicadores, tanto quantitativos como
qualitativos.
Os indicadores que podem ser extraídos podem tanto ser econômicos como sociais.
Esses indicadores dão a entidade uma maior credibilidade perante a sociedade.
Para que haja um melhor entendimento dos números apresentados no balanço social,
serão utilizados indicadores que tem como objetivo demonstrar quais foram os pontos fortes e
fracos da entidade. Através desses indicadores poderão ser tomadas decisões importantes
quanto ao papel da entidade ao longo do período.
1) Base de Cálculo:
Os Valores que formam a base de cálculo são formados pela Receita Liquida (RL),
Resultado Operacional (RO), e Folha de pagamento bruta (FPB). Os valores foram extraídos
do sistema contábil da própria entidade.
Para melhor visualização dos dados que formaram a base de calculo nos anos de 2005
4.000
2.000
10.148
6.787
6.000
1.227
8.000
11.348
10.000
Escolaridade dos Funcionários 2001
1.298
12.000
11,82
5 80%
7.684
11,82%
e 2006, será apresentado um gráfico, demonstrando as variações nos dois períodos.
Receita Líquida (RL)
Resultado Operacional (RO)
Folha de Pagamento Bruta (FPB)
-
2006
2005
FIGURA 7: GRAFICO DA BASE DE CALCULO
Verificou-se que a receita líquida teve um crescimento de 11,82% em relação ao ano
57
de 2005. Porém o resultado operacional não teve o mesmo crescimento, ficando em 5,80%.
Um dos motivos do aumento na Receita Liquida, foi o investimento que a entidade
fez na capacitação dos seus colaboradores. Durante o período foram feitas palestras e
simpósios voltados para a qualidade total.
A folha de pagamento teve maior crescimento, ficando em 13,22%. Esse crescimento
se deu pelo reajuste salarial dos professores pelo sindicato, ficando em mais de 10%. Além
do reajuste no
salário dos professores, foi repassado aos demais servidores o mesmo
percentual de aumento. Outro fator que contribuiu com o aumento do custo da folha de
pagamento, foram as novas contratações para atender o novo colégio construído na cidade
de Itajaí.
2) Indicadores Sociais Internos:
Os indicadores sociais internos tiveram as seguintes variações:
In d ic a d o r e s S o c ia is In t e r n o s
2006
73
1.067
255
468
32
366
40
164
1.418
A l i m e n ta ç ã o
E n c a r g o s so c i a i s c o m p u l só r i o s
P re v id ê n c ia p riv a d a
Saúde
S e g u r a n ç a e m e d i c i n a n o tr a b a l h o
Ed u ca çã o
C u l tu r a
C a p a c i ta ç ã o e d e se n v o l v i m e n to p r o fi ssi o n a l
O u tr o s
2005
48
907
232
447
33
348
38
119
1 .1 1 0
3.883
FIGURA 8: GRAFICO DOS INDICAORES SOCIAIS INTERNOS
s
tr o
se
ed
e
ão
aç
ci t
pa
Ca
Ou
. ..
a
lt u
r
aç
Ed
uc
ed
Cu
ão
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e
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gu
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Sa
ad
r iv
ia
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Pr
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idê
nc
Se
En
ca
rgo
ss
A li
oc
me
iai
s
n ta
. ..
çã
o
a
1 .5 0 0
1 .2 0 0
900
600
300
-
58
Os valores dos indicadores sociais internos mostram que a entidade aumentou, no ano
de 2006, os gastos em relação ao ano de 2005. Verificou-se um aumento significativo
praticamente em quase todos os itens.
A IASBEAS oferece vale refeição, porém devido à mudança de turno no colégio da
cidade de Joinville, São Francisco do Sul e Indaial, passou a oferecer refeições em suas
instalações. Devido essa mudança foi contratado um colaborador para que ficasse
responsável por mais esse setor.
Em 2006 os encargos sociais compulsórios totalizaram 1.067 um aumento de 17,64%
em relação a 2005. Os encargos sociais compulsórios em 2006 representaram 13,89% de
toda folha de pagamento, já em 2005 representaram 13,36%. Um dos fatores desse
crescimento foram as contratações no período.
A entidade manteve seus investimentos em previdência privada, saúde, segurança e
medicina do trabalho conforme ano anterior. Porém houve uma aplicação relevante em
educação: a IASBEAS passou a auxiliar seus colaboradores no ensino superior. Nesse
mesmo período não houve investimento significativo em cultura, mantendo-se o mesmo
percentual de crescimento do ano anterior.
Observou-se que a IASBEAS em 2006 investiu 1,45% de sua Receita Líquida em
capacitação e desenvolvimento profissional, tendo um aumento de 27,75% em relação ao ano
de 2005.
No indicador outros, estão contemplados os demais gastos que a empresa teve com os
colaboradores de caráter social.
59
3) Indicadores Sociais Externos:
Na figura abaixo, há todas as variações relativas aos indicadores sociais externos:
2006
3) Indicadores Sociais Externos
Valor
%Sobre RO %Sobre RL
30,73%
1,56%
0,98%
0,13%
6,39%
2,88%
0,72%
0,42%
20,81%
1,06%
0,66%
0,09%
4,33%
1,95%
0,48%
0,28%
(Mil R$)
1.601
114
91
9
483
275
83
41
43,79%
0,56%
29,65%
0,38%
Total – Indicadores Sociais Externos
3.408 44,35%
FIGURA 9: TABELA DOS INDICAROES SOCIAIS EXTERNOS
30,03%
Educação
Cultura
Saúde e saneamento
Jurídoco e Social
Creches
Vestuário
Alimentação
Outros
(Mil R$)
2.361
120
75
10
491
221
55
32
Valor
Total das Contribuições para a Sociedade
Tributos (excluídos encargos sociais)
3.365
43
2005
%Sobre
RO
%Sobre RL
23,59%
1,68%
1,34%
0,13%
7,12%
4,05%
1,22%
0,60%
15,78%
1,12%
0,90%
0,09%
4,76%
2,71%
0,82%
0,40%
2.697
41
39,74%
0,60%
26,58%
0,40%
2.738
40,34%
26,98%
Fonte : IBASE
No ano de 2006 a IASBEAS gastou R$ 2.361 milhões em educação, valor maior que
2005 que totalizou R$ 1.601 milhões. Esse crescimento deve-se ao aumento da gratuidade
escolar oferecida aos alunos carentes.
Em cultura a IASBEAS pagou em 2006 R$ 120 mil, que foram aplicados na compra de
livros para distribuição gratuita, já em 2005 foram gastos R$ 114 mil.
De modo geral percebe-se que a IASBEAS têm aplicado recursos nos indicadores
sociais externo. Sua política de investimentos tem sido mantida, mesmo tendo em 2006
indicadores reduzidos como saúde, saneamento, vestuário e alimentação. Porém nota-se que
esses recursos foram diminuídos para que fosse aplicado em creche que em 2006 gastou R$
491 mil, valor bastante relevante em comparação a diminuição dos demais indicadores. De
indicares sociais externos a IASBEAS gastou em 2006 R$ 3.408 milhões, valor superior que
2005 que foi de R$ 2.738, demonstrando o envolvimento da IASBEAS com os indicadores
externos.
60
4) Indicadores Ambientais:
Conforme tabela abaixo, a IASBEAS não teve gastos em indicadores ambientais. A
entidade não possui recursos destinados para essa área em específico, seus investimentos
destinam-se à área social.
5) Indicadores do Corpo Funcional:
Para melhor compreensão, o corpo funcional será destacado na tabela abaixo, onde
pode-se observar as variações:
5) Indicadores do Corpo Funcional
Nº de empregados ao final do período
Nº de admissões durante o período
Nº de empregados acima de 45 anos
Nº de mulheres que trabalham na empresa
% de cargos de chefia ocupados por mulheres
Nº de negros que trabalham na empresa
% de cargos de chefia ocupados por negros
Nº de empregados portadores de deficiência
2006
2005
882
107
154
713
51,28%
49
2,56%
34
775
74
155
695
52,50%
38
2,50%
15
FIGURA 10: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 1
Fonte: IBASE
No ano de 2006 a entidade abriu novas vagas de emprego totalizando 107. Nesse
mesmo período diminuiu a quantidade de funcionários com mais de 45 anos, que devido a
sua quantidade não pode ser considerado um indicador de grande relevância.
Nesse indicador destaca-se que 81% do total de colaboradores são do sexo feminino,
sendo que 51,28% dos cargos de chefias estamos sendo ocupados por mulheres.
Na IASBEAS possuem em seu quadro de colaboradores 77 pessoas negras, ocupando
somente 1,28% das vagas de chefia.
Em 2006 a IASBEAS fechou o ano com 34 colaboradores com algum tipo de
deficiência. Em relação a 2005 houve um aumento em mais de 100%. Esse fato ocorreu pela
obrigatoriedade imposta pelo governo, que determina que a instituições filantrópicas tenham
em seu quadro de colabores no mínimo 5% de pessoas com alguma deficiência. Embora a
IASBEAS tenha melhorado nesse item, não atingiu ainda a meta que é de 44 pessoas.
61
6) Outros Indicadores do Corpo Funcional:
Para que haja um melhor entendimento do corpo funcional da IASBEAS, foram
elaborados gráficos demonstrando as distribuições existentes, bem como a participação em
cada categoria.
7%
1% 5%
N° de Funcionários por Faixa Etária 2006
19%
34%
De 0 a 20 anos
De 21 a 30 anos
De 31 a 40 anos
De 41 a 50 anos
De 51 a 60 anos
Acima de 61 anos
47
295
293
171
66
10
5,33%
33,45%
33,22%
19,39%
7,48%
1,13%
34%
FIGURA 11: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 2
Na IASBEAS em 2006 as faixas etárias mais relevantes são a dos colaboradores de 21
a 30 anos que somam 295 colaboradores, tendo uma participação de 33,45% do total geral
do quadro de pessoal. E a faixa etária dos colaboradores de 31 a 40 anos que somam 293,
ou seja, 33,22% do total geral dos colaboradores. Isso demonstra que na entidade há
expectativa de permanência no emprego. Nota-se que a rotatividade é muito baixa. Concluise nessa figura também que existe uma boa distribuição por faixa etária.
62
0%
9%
Escolaridade dos Funcionários 2006
4%
3%
32%
28%
24%
1° Grau Incompleto
1° Grau Completo
2° Grau Incompleto
2° Grau Completo
Superior - Incompleto
Superior
Analfabetos
Pós Graduação - Especialização
Pós Graduação - Mestrado
75
32
23
251
210
291
0
0
0
8,50%
3,63%
2,61%
28,46%
23,81%
32,99%
0,00%
0,00%
0,00%
FIGURA 12: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 3
Nessa figura destaca-se a escolaridade de todos os colaboradores. Conforme
demonstrativo existe um bom número de pessoas que possuem o ensino superior, isto é,
32,99% do total. Também destaca-se a quantidade de colaboradores que estão fazendo
faculdade. Esses números demonstram que a IASBEAS oferece auxilio educacional aos seus
colaboradores.
0%
0%
0%
2%
Nº Funcionários por Tempo de Empresa
10%
22%
66%
De 0 a 05 anos
De 06 a 10 anos
De 11 a 15 anos
De 16 a 20 anos
De 21 a 25 anos
De 26 a 30 anos
Acima de 30 anos
2006
573
197
87
17
4
2
2
2005
64,97%
22,34%
9,86%
1,93%
0,45%
0,23%
0,23%
FIGURA 14: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 4
Na IASBEAS em 2006 a entidade apresentou seu quadro de tempo por serviço de
seus colaboradores. Percebe-se que existe um número expressivo daqueles que tem até 5
anos de contratação. Nesse quadro é evidenciado que em anos anteriores a 2006 houve uma
grande rotatividade de colaboradores.
63
7) Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania empresarial:
Durante o ano de 2006 a entidade não teve nenhuma ação judicial decorrente de
reclames de direitos trabalhistas. No período analisado também não houve acidentes de
trabalho, sendo considerado um ano bastante positivo para a entidade. A IASBEAS no ano de
2006 destacou nos investimentos na prevenção de acidentes e na busca da satisfação dos
colaboradores.
7.4
PROJETOS SOCIAIS
1) Lar Infantil Adventista Catarinense (LIAC)
O Lar Infantil Adventista Catarinense, situado no Bairro Iperobá, São Francisco do Sul,
é uma instituição mantida pela UNIÃO SUL BRASILEIRA DA IGREJA ADVENTISTA DO
SÉTIMO DIA, entidade assistencial, educacional e religiosa.
O Lar Infantil Adventista Catarinense de São Francisco do Sul, tem como finalidade
única, acolher, amparar, educar, sob a luz do cristianismo. Trazer menores desamparados,
independente de cor, raça, ou credo, para o convívio de um lar que lhes faculte o
desenvolvimento harmônico das faculdades físicas, mentais e espirituais.
A meta prioritária do L.I.A.C. é reintegrar a criança do convívio familiar perdido e torná–
la participativa no aprendizado doméstico, com trabalhos manuais desenvolvidos no local. Ao
findar a idade de permanência no lar, são encaminhadas às Instituições que a Mantenedora
possuir no Brasil, onde continuarão seus estudos. A duração é por prazo indeterminado.
Crianças e adolescentes com vínculo familiar prejudicado, em razões de negligência ou
abandono, têm a possibilidade de reorganizarem-se, vivendo em um ambiente que busca
resgatar o vínculo perdido. Com atendimento de 24 horas, um pai e uma mãe social orientam
as crianças e adolescentes a fim de estruturá-los emocional e profissionalmente, suprindo,
assim, suas necessidades físicas, sociais, emocionais, afetivas e intelectuais. Todas as
crianças e adolescentes freqüentam regularmente a escola, tendo um acompanhamento do
aproveitamento.
2) Escolas Adventistas - Gratuidade Escolar
64
A Educação Adventista está presente no mundo em uma rede de 7.000 escolas,
colégios e universidades, mais de 1.3000.000 alunos e 61.000 professores. No Brasil, há
114 anos está presente, contando com 500 escolas e 130.000 alunos. Em Santa Catarina,
conta com 15 escolas.
Colégio Adventista de Florianópolis – Centro – Educação Infantil ao 3º ano do Ensino
Médio
Colégio Adventista de Florianópolis – Estreito – Educação Infantil ao 3º ano do Ensino
Médio
Colégio Adventista de Joinville – Saguaçú – Educação Infantil ao 3º ano do Ensino
Médio
Colégio Adventista de Itajaí – Educação infantil – 1º Ano Ensino Médio – implantação
Gradativa
Colégio Adventista de Indaial – Educação Infantil ao 3º ano do Ensino Médio
Colégio Adventista de são Francisco do Sul – Educação infantil ao 3º ano do Ensino
Médio
Escola Adventista De tubarão – Educação Infantil ao 9º Ano
Escola Adventista de Chapecó – Educação Infantil ao 9º Ano
Escola Adventista de Joinville – Bom Retiro – Educação Infantil ao 9º Ano
Escola Adventista de Joinville – Costa e Silva – Educação Infantil ao 5º Ano
Escola Adventista de Joinville – Centro – Educação Infantil ao 9º Ano
Escola Adventista de Imbituba – Educação Infantil ao 5º Ano
Escola Adventista de Rio do Sul – Educação Infantil ao 5º Ano
Escola Adventista de Bom Retiro – Educação Infantil ao 5º Ano
Instituto Adventista de Ensino de Santa Catarina – 1º ao 3º ano do Ensino Médio
As Escolas Adventistas oferecem serviço de assistência educacional para alunos
carentes, através de um estudo de caso para avaliar e mensurar a real necessidade do aluno,
oferecendo ensino de qualidade se necessário material escolar.
65
3) Agencia Adventista de Recursos Assistenciais – ADRA
A agência Adventista de desenvolvimento e Recursos assistenciais é uma agência
humanitária da IASD. Foi estabelecida em 1984 com o propósito específico de promover o
desenvolvimento individual e comunitário e assistir em casos de desastres. Em 1997 o
concílio Econômico e Social da ONU outorgou a ADRA o status de Consultora Geral.
A ADRA foi criada para dar proteção às famílias em situação de vulnerabilidade, com
ênfase no atendimento às crianças e adolescentes, através de reuniões em grupo e
acompanhamento individual com psicólogo e assistente social, buscando sempre atender as
necessidades primárias. ADRA está presente em mais de 120 países;
ADRA prestou ajuda avaliada em mais de U$ 108 milhões no ano de 2002;
Em 2002 os programas de ADRA beneficiaram mais de 15 milhões de pessoas em
todo o mundo.
Os recurso da Adra são provenientes de :
Doações em dinheiro ou em espécie;
Subvenções de Órgãos superiores da Igreja;
Subsídios de Órgãos do Estado;
Subsídios e doações de pessoas físicas e jurídicas;
Juros, rendas e outros benefícios originados pelos recursos financeiros;
Doações, aportes e subvenções de ONG nacionais e internacionais.
O objetivo da ADRA é oferecer ajuda humanitária para as pessoas que estejam
passando por dificuldades nas mais diferentes esferas: Alimentação, vestuário, catástrofes da
natureza, qualificação de mão-de-obra e geração de renda.
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o desenvolvimento deste trabalho, conclui-se que as organizações, nas
pessoas de seus gestores, precisam conscientizar-se da responsabilidade social que
cabe a cada entidade. Esta responsabilidade tem que ser compartilhada com todos
que estão envolvidos com a empresa, desde o chamado “chão de fábrica” até a
diretoria.
Vivemos num mundo onde a evolução tecnológica é muito veloz e as
empresas precisam acompanhar esta evolução, demonstrando, ao seu corpo de
funcionários e ao diversificado público, suas ações de responsabilidade social
através de um Balanço Social que transmita a confiabilidade que elas vendem em
sua marca.
Esta confiabilidade é adquirida através de uma apuração de dados eficaz
para a estruturação do Balanço Social. Essas apurações de dados tornaram-se
difícil, uma vez que entidade não possuía um Back-up do banco de dados dos
Recursos Humanos do último dia de cada ano. Para que estas demonstrações
sejam realizadas e que transmitam confiabilidade, é necessário que haja uma
auditoria interna, certificando-se da veracidade dos dados apurados.
O Balanço Social já é uma realidade em algumas empresas. Dados do Ibase
relatam que 1997 apenas dez empresas realizam o Balanço Social, porém em 2000
mais de 250 participaram demonstrando a sua Responsabilidade Social. Portanto,
vê-se a necessidade de um Balanço Social anual.
Espera-se, contudo, que esse trabalho possa contribuir para que a classe
contábil possa conscientizar para a questão social e ecológica.
Todo conhecimento adquirido, seja em livros ou na vida prática, deve ser
empregado no melhoramento e na solução dos problemas sociais. Cada relatório ou
demonstração contábil deve visar a transparência dos dados apresentados, de
maneira ética e profissional. Os princípios contábeis devem reger cada etapa do
trabalho, porém os princípios morais devem estar em primeiro lugar.
Em linhas gerais, o balanço social serve como um marketing para a entidade,
pois através dele é demonstrado preocupações com questões fundamentais da
67
atualidade, tanto as questões ambientais, as quais dizem respeito à escassez de
recursos e deterioração do meio ambiente como as questões humanas, as quais
dizem respeito ao ser humano, também quanto à explosão populacional, a fome e a
miséria. As empresas devem considerar as três dimensões ao definirem as
estratégias selecionadas: os lucros, a satisfação dos desejos dos consumidores e o
interesse público.
No Brasil, o balanço social tem sido o grande diferencial para muitas
entidades. Para essas entidades o balanço social está sendo utilizado para designar
sua atuação no campo social com o objetivo de demonstrar diferenças competitivas,
sem que essas ações possam influenciar comportamentos coletivos.
Atualmente cresce no Brasil, o número de empresas que associam o seu
nome e/ou imagem a causas sociais, com o intuito de estimular as vendas ou
agregar valores a sua imagem institucional. Na maioria das vezes as empresas
promovem ações sociais que são classificadas como responsabilidade social ou
outro termo semelhante, portanto, de técnicas de marketing comercial.
Para muitos administradores, o balanço social tem se tornado uma ferramenta
importante e indispensável para que sua entidade seja conhecida pelos clientes.
Porém sabe-se que algumas entidades têm incluído informações no balanço social
que nunca foram realizadas. Por isso os gestores ou administradores devem possuir
o senso de que as informações contidas no balanço social, têm como fator principal
a transformação do ambiente social, que só poderá acontecer na prática. Conclui-se
que os administradores ou gestores são os principais motivadores para a aplicação
da responsabilidade social que está contida no balanço social.
Para que o balanço forneça as informações corretas, a entidade deve possuir
um sistema de informações, baseado no correto registro contábil. A contabilidade
ajuda fornecendo os dados de forma transparente e coerente, auxiliando como um
importante instrumento para a elaboração do balanço social.
Toda entidade e principalmente as de cunho social deveriam publicar o seu
balanço social.
Em relação à aplicação pratica, isto é, o estudo de caso, conclui-se que o
modelo utilizado pela entidade do balanço social, atendeu a necessidade da
empresa em demonstrar seus indicadores econômicos.
68
Todos os objetivos, tanto geral com especifico foram atingidos. Por meio dos
indicadores sociais fornecidos pelo balanço social, a entidade pode entender sobre a
necessidade existente de que sejam efetuados investimentos em outras áreas
também importantes.
8.1
RECOMENDAÇÕES
•
Que seja publicado esse balanço social no site do IBASE e que tal
publicação seja uma decisão anual da entidade;
•
Que a entidade crie mecanismos que facilitem a coleta dos dados para
a elaboração do balanço social;
•
Criar banco de imagens com todas as atividades sociais praticadas
pela entidade, para que seja divulgada juntamente com o balanço
social
como
forma
de
melhor
compreensão
das
atividades
desenvolvidas pela entidade.
8.2
LIMITAÇÃO DA PESQUISA
•
Na busca de material bibliográfico, notou-se que a Univali não possui
em sua biblioteca livros suficientes para desenvolvimento do tema
apresentado. Em sua maioria as bibliografias existentes estão
desatualizadas. Para que o trabalho fosse concluído teve-se que
adquirir vários livros.
REFERÊNCIAS
BEUREN, Ilse Maria(org). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: Teoria e
prática. São Paulo: Atlas, 2003.
CALIXTO, Laura (2005) Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília: CFC, nº 155, set/out2005, p.23.
CARNEIRO, J.D. A responsabilidade social do contabilista, Jornal CRS/SC, Florianópolis,
jan/fev. 2001, v. 10, n. 1, p. 2.
CERVO. A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Makron Books,
1996.
Conselho Federal de Contabilidade. Disponível em www.cfc.gov.br
COSTA, Aloysio Teixeira. Administração de Entidades Sem Fins Lucrativos. São
Paulo: Nobel, 1992.
DE LUCA, Márcia Martins Mendes. Responsabilidade Social. Revista Brasileira de
Contabilidade, março,abril 2005, Brasilia, nº. 152, p. 27
DOWER, Nelson Godoy Bassil. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo:
Atlas, 1986.
DRUCKER, F. Peter. Administração de Organizações sem fins lucrativos. São Paulo:
Pioneira, 1997.
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