UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO IV - BIGUAÇU CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS BALANÇO SOCIAL EM UMA ENTIDADE FILANTRÓPICA SEM FINS LUCRATIVOS: O CASO, INSTITUIÇÃO ADVENTISTA SUL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL – IASBEAS - SC MARCELO RIBEIRO DA SILVA Biguaçu (SC), dezembro de 2007 MARCELO RIBEIRO DA SILVA PROJETO DE MONOGRAFIA BALANÇO SOCIAL EM UMA ENTIDADE FILANTRÓPICA SEM FINS LUCRATIVOS: O CASO, INSTITUIÇÃO ADVENTISTA SUL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL – IASBEAS - SC Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis na Universidade do Vale do Itajaí, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof°: Mauro Sérgio Boppré Goulart Biguaçu (SC), dezembro de 2007. MARCELO RIBEIRO DA SILVA BALANÇO SOCIAL EM UMA ENTIDADE FILANTRÓPICA SEM FINS LUCRATIVOS: O CASO, INSTITUIÇÃO ADVENTISTA SUL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL IASBEAS - SANTA CATARINA Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí e aprovada pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo. Biguaçu, 04 de dezembro de 2007 Professores que compuseram a banca: Prof. Mauro Sérgio Boppré Goulart (Orientador) Profª. Marisa Luciana Schwabe de Morais (Membro de Banca) Prof. Onei Tadeu Dutra (Membro de Banca) 3 DEDICATÓRIA A Deus que me deu sabedoria, disposição e saúde. A meus pais, que mesmo estando longe me deram a base para que eu pudesse desenvolver o intelecto. A minha amável esposa, Neuzeli, por toda dedicação e colaboração que me prestou na formatação dos textos e pela paciência e compreensão com que soube cercar-me durante os anos de estudos e do preparo deste trabalho. A minha cunhada Nilcéia pela correção dos textos. E também ao meu amigo Agnaldo, pelo apoio e presença na banca. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço ao Professor Orientador Mauro Sergio Boppre, pelo auxílio e ajuda prestados no desenvolvimento deste trabalho. Aos professores da UNIVALI, pela dedicação ao transmitir o conhecimento necessário para a minha formação. A Administração da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pelo contínuo apoio no meu desempenho intelectual e durante este trabalho. Aos colegas de trabalho que muito me apoiaram. RESUMO Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo a preparação do balanço social da IASBEAS. Para atingir o principal objetivo, a elaboração do Balanço Social, foi elaborado um banco de dados somente com as informações necessárias. Além do preenchimento do modelo do balanço social, buscou-se o entendimento dos dados apresentados, analisando-os de forma técnica e também destacando os pontos fortes e fracos dos indicadores sociais da entidade. A primeira fase deste trabalho dará ênfase à parte conceitual na evolução da responsabilidade social no Brasil e no mundo, o surgimento da contabilidade social e do Balanço Social, bem como sua origem, seus objetivos, seus usuários, seus diferentes modelos em virtude da falta de uma lei que o padronize e como preenchêlos, e sua análise. São apresentadas também, as leis que regulamentam o Balanço Social. Na segunda etapa onde é tratada a abordagem prática, faz-se a aplicação do Balanço Social na Instituição Adventista Catarinense de Educação e Assistência Social. Trata-se de uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos. O trabalho possui oito capítulos que demonstram todas as etapas necessárias para a elaboração do balanço social. O balanço social é um relatório contábil que auxilia o administrador a ter informações corretas para a tomada de decisões. A IASBEAS procurou apresentar no balanço social todas as atividades exercidas no ano de 2006 e aplicar a responsabilidade social como gestão demonstrando assim, de forma transparente, todas as suas atividades em prol da sociedade. Palavras-Chaves: Responsabilidade Social. Balanço Social. Entidade Filantrópica. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - ORGANOGRAMA ............................................................................................................. 21 FIGURA 2 – INFORMAÇÕES DEVEM SER ORGANIZADAS POR AMBIENTES .............................. 32 FIGURA 3 MODELO DE BALANÇO SOCIAL PARA ENTIDADES DE GRANDE PORTE .................. 36 FIGURA 4 - MODELO BALANÇO SOCIAL PARA MICROEMPRESAS ............................................. 37 FIGURA 5 - MODELO IBASE DE BALANÇO SOCIAL ........................................................................ 39 FIGURA 6 - MODELO IBASE DE BALANÇO SOCIAL ........................................................................ 42 FIGURA 7 - BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS.....................................................................................53 FIGURA 8 – CONTINUAÇÃO DOS GRÁFICOS DO BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS......................54 FIGURA 9: GRAFICO DA BASE DE CALCULO................................................................................... 56 FIGURA 10: GRAFICO DOS INDICAORES SOCIAIS INTERNOS...................................................... 57 FIGURA 11: TABELA DOS INDICAROES SOCIAIS EXTERNOS ....................................................... 59 FIGURA 12: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 1 ........................................... 60 FIGURA 13: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 2 ........................................... 61 FIGURA 14: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 3 ........................................... 62 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 9 1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ................................................................... 9 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................ 9 1.3 OBJETIVOS................................................................................................................. 10 1.3.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 10 1.3.2 Objetivos Específicos............................................................................................. 10 1.4 SUPOSIÇÕES ............................................................................................................. 11 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 11 2 RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................................................. 13 2.1 HISTÓRICO ................................................................................................................. 14 2.2 CONCEITO .................................................................................................................. 16 2.3 RESPONSABILIDADE SOCIAL NO MUNDO ............................................................. 17 2.4 RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL .............................................................. 19 2.5 SURGIMENTO DA CONTABILIDADE SOCIAL .......................................................... 20 3 BALANÇO SOCIAL .................................................................................................... 22 3.1 HISTÓRICO ................................................................................................................. 22 3.2 CONCEITOS................................................................................................................ 24 3.3 IMPORTÂNCIA ............................................................................................................ 25 3.4 OBJETIVOS................................................................................................................. 26 3.5 USUÁRIOS DO BALANÇO SOCIAL ........................................................................... 27 3.6 INDICADORES DO BALANÇO SOCIAL ..................................................................... 30 3.7 MODELO DE BALANÇO SOCIAL - IBASE ................................................................. 33 3.7.1 Modelo proposto para Entidade de Grande Porte ............................................... 33 3.7.2 Modelo de Balanço Social para Microempresas.................................................. 36 3.7.3 Modelo Ibase ........................................................................................................... 37 3.7.4 Preenchimento do Modelo Ibase........................................................................... 39 8 4 ENTIDADES FILANTRÓPICAS SEM FINS LUCRATIVOS........................................ 43 4.1 CONCEITO .................................................................................................................. 43 4.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS ...... 44 4.3 LEGALIDADE DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS NO BRASIL .................. 45 5 ANÁLISE DO BALANÇO SOCIAL ............................................................................. 47 6 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................ 49 6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 49 6.2 ESTUDO DE CASO..................................................................................................... 50 6.3 CARACTERÍSTICA DA ENTIDADE ............................................................................ 50 6.4 INSTRUMENTOS ........................................................................................................ 51 6.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 51 7 APLICAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL........................................................................ 52 7.1 ELABORAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL ..................................................................... 52 7.1.1. Dados Contábeis..................................................................................................... 52 7.1.2. Dados dos Recursos Humanos............................................................................. 53 7.1.3. Dados das Ações Sociais ...................................................................................... 53 7.2 BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS ............................................................................... 53 7.3 ANÁLISE DOS INDICADORES SOCIAIS ................................................................... 56 7.4 PROJETOS SOCIAIS .................................................................................................. 63 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 66 8.1 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................... 68 8.2 LIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................................ 68 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 69 1 INTRODUÇÃO No balanço social a entidade mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam melhorar a qualidade de vida para todos. Ou seja, sua função principal é tornar pública a responsabilidade social, construindo maiores vínculos entre a entidade, sociedade e o meio ambiente. O balanço social é uma ferramenta que, quando construída por múltiplos profissionais, tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da entidade com as pessoas e a vida no planeta. Considera-se Balanço Social “uma demonstração contábil de responsabilidade do profissional na área, pois tem como a principal fonte dos dados nela expressos a escrituração formal contábil”. (KROETZ, 2000) 1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA O balanço social traz um diferencial para a imagem da entidade que vem sendo cada vez mais valorizado por investidores e consumidores no Brasil e no mundo. Num mundo globalizado, onde informações sobre entidades circulam mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e transparente deve fazer parte da estratégia de qualquer organização nos dias de hoje. 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA A conscientização da Responsabilidade Social perante a sociedade, por parte da entidade. Diante deste quadro, o Balanço Social torna-se um instrumento indispensável para as demonstrações quantitativas e qualitativas, verificando o desempenho da 10 entidade no plano social, tanto internamente quanto na sua atuação na comunidade. A partir da elaboração desta ferramenta podem-se fazer análises que auxiliarão na tomada de decisão sobre onde a entidade deve concentrar seus recursos para tentar minimizar as desigualdades sociais. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Este trabalho de conclusão tem por objetivo geral demonstrar quantitativamente e qualitativamente por meio do Balanço Social, a responsabilidade Social da Instituição Adventista Sul Brasileira de Educação e Assistência Social de Santa Catarina (IASBEAS). 1.3.2 Objetivos Específicos Este trabalho enumerou como objetivos específicos: • Verificar os modelos de Balanço Social existentes para entidades filantrópicas sem fins lucrativos; • Escolher o modelo mais apropriado para a IASBEAS – SC; • Identificar as ações filantrópicas e responsabilidade social da IASBEAS – SC; 11 1.4 SUPOSIÇÕES O balanço social tornou-se um instrumento indispensável para as demonstrações quantitativas e qualitativas, verificando o retorno da entidade no plano social, tanto internamente quanto na sua atuação na comunidade. A partir da elaboração desta ferramenta, podemos fazer análises que podem auxiliar na tomada de decisão sobre onde a entidade deve concentrar seus recursos para tentar minimizar as desigualdades sociais. O balanço social favorece a todos os grupos que interagem com a entidade. Seu processo de realização estimula a participação dos funcionários e funcionárias na escolha das ações e projetos sociais, gerando um grau mais elevado de comunicação interna e integração nas relações entre dirigentes e o corpo funcional. Aos fornecedores e investidores, informa como a entidade encara suas responsabilidades em relação aos recursos humanos e à natureza, o que é um bom indicador da forma como a entidade é administrada. Para os consumidores, dá uma idéia de qual é a postura dos dirigentes e a qualidade do produto ou serviço oferecido, demonstrando o caminho que a entidade escolheu para construir sua marca. E ao Estado, ajuda na identificação e na formulação de políticas públicas. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: Capítulo I – Introdução do trabalho destacando a definição do problema, os objetivos gerais e específicos. Capítulo II – Inicia-se a apreciação do tema Responsabilidade Social nas entidades. Inicia-se com o histórico e a definição da palavra Responsabilidade Social. Nesse capítulo além de evidenciar o tema, são destacados a responsabilidade social no mundo e a forma como o Brasil tem abordado esse tema. Também é demonstrada a sua importância na sociedade atual. 12 Capitulo III – Tem por finalidade evidenciar a responsabilidade do balanço social no Brasil e no mundo. Destacam-se o papel fundamental do balanço social no mundo globalizado, os principais usuários desse relatório e o modelo de balanço social mais usado no Brasil. Capitulo IV – Conceituação do que são Entidades Filantrópicas Sem Fins Lucrativos e demonstração das principais características e atividades exercidas. Capitulo V – Comenta-se a análise do balanço do social e sua importância. Capitulo VI – Trata-se da metodologia adotada no trabalho, destacando: estudo de caso, características da entidade, instrumentos utilizados e procedimentos metodológicos; Capitulo VII – Aplicação do balanço social bem como sua elaboração; Capitulo VIII – Análise dos dados levantados destacando os projetos sociais; Capitulo IX – Considerações finais. 2 RESPONSABILIDADE SOCIAL O termo “Responsabilidade social” pode ter vários significados. Para alguns, responsabilidade social tem significado de obrigação legal, outros acham que se trata somente de uma contribuição de caridade. Em outras palavras, responsabilidade social é tudo que visa melhorar o meio em que se vive de forma coletiva ou individual. Porém responsabilidade social vai muito além de uma obrigação ou uma contribuição de caridade. A responsabilidade social está ligada diretamente ao processo de continuidade da própria entidade. Essa dificuldade em ter uma definição exata, deve-se ao fato de que a responsabilidade social é desenvolvida de forma espontânea e informal, visando, em alguns casos, diminuir o impacto provocado pelas ações da própria entidade. Isso de certa forma faz com que a responsabilidade social seja encarada da forma como toda a sociedade gostaria. Conforme Reis e Medeiros (2007, p. 13): a responsabilidade social está inserida na cidadania corporativa, que, por sua vez é parte do planejamento, dos objetivos e da operação da entidade para atingimento de objetivos, tendo a mesma importância que outras áreas têm. Até há pouco tempo, a responsabilidade social era vista como uma obrigação do Estado. Segundo Kroetz (2000) as entidades deveriam cuidar exclusivamente das questões econômicas. As entidades não poderiam ter em suas metas administrativas, por exemplo, investimentos com parte do seu lucro na área social da entidade. Passou-se algum tempo, ocorreu uma modificação na visão de gestão de entidades. Segundo Korten (1996) essa mudança ocorreu na década de 70 do século passado, como conseqüência da disseminação da tecnologia de informação e da mudança cultural na sociedade. A entidade passa a não preocupar-se somente com o lucro. Agora passa a buscar meios de melhorar sua imagem perante a sociedade. Produtos de qualidade e preços baixos não são mais o grande diferencial, já que tais qualidades são obrigações das entidades. Nesse momento a entidade cria o seu marketing, baseando-se no desenvolvimento social. 14 O foco da entidade volta-se para a preservação da sociedade, uma vez que todos vivem em um mesmo planeta. Cada irresponsabilidade, cada falta de visão estratégica e tomada de decisões inconseqüentes, afetam não só no âmbito social, mas em todo um contexto social mundial. Segundo Lopes de Sá (2000), “a prosperidade da sociedade depende da prosperidade das células sociais“. Estudos atuais demonstram que o comportamento social pode afetar positivamente o desempenho da entidade, uma vez que compreende-se como comportamento social a relação entre pessoas, produção e plenitude. De acordo com Jacques Ehrsam, ex-presidente da Singer Francesa apud Kroetz (2002, P.42): Os resultados da entidade dependem cada vez mas da eficiência e das motivações de todos que nela trabalham. O lucro continua indispensável para a nossa sobrevivência, mas não deve mas constituir nossa única finalidade; a ele é indispensável que se somem objetivos de ordem humana, como a satisfação dos assalariados e dos clientes e a proteção e a melhoria do ambiente. Sem dúvida toda entidade deve ter consciência que o lucro não deve ser o único objetivo. Deve possuir programas que visem o melhoramento do ambiente interno e externo da entidade, para que a sua permanência no mercado seja duradoura. Conforme Korten (1996), o movimento de responsabilidade social nas entidades, surgiu pela conscientização da sociedade, proveniente do crescimento dos centros urbanos que contribuiu para ocorrência de problemas ambientais como a poluição, aumento dos lixos tóxicos e nucleares. A sociedade passou a entender que cada entidade e indivíduo possuem responsabilidades no meio em que estão inseridos e que pela ação conjunta podem diminuir o impacto negativo do progresso e crescimento desenfreado. 2.1 HISTÓRICO A responsabilidade social não surgiu da forma que se conhece hoje. Com o passar do tempo ocorreram muitas mudanças, sendo uma delas a própria legislação. No entanto a responsabilidade social teve seu início dentro da própria família, onde 15 cada familiar ou descendente era responsável pelas dívidas assumidas por um de seus membros, quando esse morria (REIS E MEDEIROS, 2007, p. 6). Isso mostra que a responsabilidade social surgiu da preocupação que indivíduos tinham em relação à preservação do nome da família. No início as entidades de interesses econômicos privados, não poderiam exercer ações que visassem o lado social da sociedade. Segundo Korten (1996) era algo que somente o governo, poderia fazer. A constituição de entidade acontecia somente através de autorizações concedidas pelo poder público .Para uma entidade exercer ações sociais, Reis e Medeiros (2007,p.6) destacam: “Os alvarás eram concedidos pelo governo às entidades que prometessem benefícios sociais, as quais prestavam serviços nas áreas de construção, transporte e infra-estrutura”. Agindo dessa forma o governo incentivou as entidades a terem responsabilidade social, porém não dando liberdade para exercerem ação social em qualquer área. Esse foi o marco do início da responsabilidade social. Porém para que houvesse uma responsabilidade das entidades com o Social deveria haver não só uma mudança de pensamento, mas também deveriam ser incluídas leis que auxiliassem nesse novo processo. Korten (1996) diz que em 1861 a 1865 houve mudança na legislação Americana que possibilitou que as entidades pudessem realizar também serviços de interesses privado, além dos interesses publico. Como o aumento do seu lucro as entidades exerciam maior pressão sobre o governo conseguindo dessa forma, obter maiores benefícios. As discussões sobre as responsabilidades das entidades sobre seus atos em relação à sociedade não é tão nova assim, no século XVII, o poder das entidades era controlador pelo poder publico e pela população e esta tinha compromissos com projetos de âmbito social. Esse panorama mudou quando as entidades conseguiram mudar a legislação em seu benefício (REIS E MEDEIROS, 2007). De certa forma, a Responsabilidade Social fez com que as entidades passassem a se preocupar com o seu futuro. As entidades passaram a ser responsáveis em devolver para a sociedade parte do seu lucro em forma de ações que visassem o melhoramento ou diminuição do impacto da sua própria atuação. Conforme Reis e Medeiros, (2007 p.5) “A Responsabilidade Social das Entidades, é um movimento que tem seu início nos anos de 1960 no EUA.” Tinha 16 como motivação fundamental a busca por maior consciência de segmentos da sociedade em relação à responsabilidade das entidades na preservação do meio ambiente e dos direitos dos consumidores. Essas questões são compreendidas como de caráter social por estarem referenciadas a problemas da sociedade como um todo. 2.2 CONCEITO Nunca se falou tanto em responsabilidade social como em nossos dias atuais. Mas antes de conceituar-se Responsabilidade Social, é preciso saber o significado separadamente dessas duas palavras: Responsabilidade e Social. A palavra Responsabilidade é originada do Latin “responsabilitate”, que significa: qualidade do que é responsável; obrigação de responder por certos atos próprios ou alheios ou por alguma coisa que lhe foi confiada. Já a palavra Social também se originou do Latin “Sociale” que pode ser definido da seguinte forma: relativo à sociedade; sociável; que convém à sociedade; que diz respeito a uma sociedade comercial e industrial. (Dicionário Aurélio,2006) O termo Responsabilidade Social é descrito por autores de diferentes áreas do conhecimento. Cada autor apresenta uma interpretação diferente e muito particular em relação à sua área profissional. Atualmente, a Responsabilidade Social assume um conceito geral entre os estudiosos da área, como sendo uma área da Ciência Contábil que surge com o propósito de contribuir, efetivamente, para a prosperidade das entidades e da sociedade, transformando o sistema de informações contábeis em um conjunto mais amplo. Tal conjunto apresenta não somente demonstrações financeiras e econômicas, mas também aquelas de caráter social e ambiental tendo como principal instrumento as demonstração das mutações quantitativas e qualitativas, tradicionalmente extraídas dos registros contábeis, o Balanço Social. De acordo com Kroetz, (2000, p.44) para que a Responsabilidade Social possa fazer parte efetiva da contabilidade, 17 requer que a Contabilidade evolua no sentido de prestar informações atualizadas, observando os reflexos das mutações patrimoniais no ambiente social e ecológico. Essas informações não são somente de ordem financeira e patrimonial. Essa afirmação é comprovada com o estudo das doutrinas e teorias contábeis. A responsabilidade social tem sido um assunto bastante discutido na sociedade. Tem sido um assunto de grande destaque entre entidades e a sociedade. As entidades num todo não podem mais desvincular o objetivo de lucro da Responsabilidade Social. Para Reis e Medeiros (2007, p. 7): A Responsabilidade Social é responsável para que haja o engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando a preservação do meio ambiente, do patrimônio cultural, a promoção dos direitos humanos e a construção de uma sociedade economicamente próspera e socialmente justa. Infelizmente o desenvolvimento gera desgaste tanto social como físico dos meios envolvidos ou utilizados. E é nesse sentido que a responsabilidade social atua. De certa forma responsabilidade social é um termo usado para descrever as obrigações de uma entidade com a sociedade. A entidade deve incluir desde a sua implantação, um programa que tenha como objetivo melhorar o meio em que está inserida, tanto no curto como no longo prazo. 2.3 RESPONSABILIDADE SOCIAL NO MUNDO A responsabilidade Social é considerada um fenômeno que obriga as entidades a repensarem seu papel no mundo dos negócios. Em seu artigo Márcia Martins Mendes de Luca (Revista Brasileira de Contabilidade, março, abril 2005, nº. 152, p. 27 ) diz : A reponsabilidade social é considerada uma estratégia competitiva para as entidades de todos os segmentos que atuam em um ambiente cada vez mas complexo, onde a qualidade dos produtos e 18 os preços mas atraentes não se configuram mais como elementos diferencias, mas como exigências naturais decorrentes dos negócios. As entidades não podem mais preocuparem-se somente com a parte econômica. Devem desenvolver programas que visem o melhoramento da sociedade. Devem ser éticas e comprometidas. O amadurecimento da responsabilidade social não surgiu ao mesmo tempo em todos os lugares. Reis e Medeiros (2007, p. 38), fazem um histórico principalmente nos países mais desenvolvidos. E dizem que a responsabilidade nesses países somente foi possível depois que houve guerras e a necessidade de reconstrução. Com isso a sociedade começou a exigir que as entidades passassem a ter uma posição mais ética em relação aos recursos utilizados. A responsabilidade social se dá quando a entidade passa a olhar além de seus próprios interesses. Dessa forma entende-se por responsabilidade social quando uma entidade se une à sociedade com um único propósito de melhorar o meio em que vive o que de certa forma fará com que a entidade seja beneficiada com os resultados dessa ação. Com a globalização a responsabilidade social passou a fazer parte das metas e objetivos de muitas entidades. Não se pode afirmar que uma entidade tenha responsabilidade apenas com desempenho econômico, porém essa é sua primeira responsabilidade. Dessa forma a entidade deve trabalhar para obter resultados que cubram o seu custo operacional. Para Reis e Medeiros (2007, p. 15): “A responsabilidade social é a obrigação que a entidade assume perante a sociedade no compromisso de maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos.” A responsabilidade social está diretamente relacionada com a imagem da entidade perante a sociedade. Aquilo que a entidade apresentar de ações sociais, será agregado ao valor da entidade. Ter responsabilidade social de forma contínua dará a entidade confiança perante a sociedade. Para que uma entidade execute boas ações sociais, ela deve procurar definir quais os tipos de grupos irá atingir (REIS E MEDEIROS, 2007), de preferência os grupos onde ela está inserida, podendo ser os empregados, acionistas, fornecedores e a comunidade em geral. 19 Segundo Kroetz (2000, p.44): “Nas entidades, existem uma responsabilidade social suprema, que é a de utilizar seus recursos e de prosseguir com as atividades destinadas a aumentar seus resultados”. Isso mostra que o resultado da entidade sempre estará em primeiro lugar. Não existe ação social sem recursos. A responsabilidade social não trata somente de beneficiar diretamente a sociedade, também cuida de maneira indireta das pessoas, pois cuida do meio ambiente em que a sociedade está inserida. A entidade procura investir nos recursos ambientais para que as pessoas em um futuro próximo também possam usufruir dos mesmos recursos. Quando se trata da responsabilidade social das entidades privadas é necessário que haja uma forma de avaliar essa ação social. Para Reis e Medeiros (2007), deve haver instrumentos que permitam medir condutas socialmente responsáveis das entidades através de instrumentos específicos de avaliação de desempenho social. “A própria sociedade é um dos termômetros da entidade”. Nesse contexto o balanço social é uma das ferramentas mais importantes para a mensuração dessas ações sociais. 2.4 RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL Para o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), a responsabilidade no Brasil começou a ser discutida nos anos 60, e começou a ser propagada nos anos 90 por entidades não governamentais (http://www.ibase.org.br). Com o passar do tempo e com as mudanças tanto no lado político e social, as entidades passaram a sofrer pressões da sociedade para que houvesse uma prestação de contas de onde e como os lucros estavam sendo aplicados. Dessa forma criando uma “responsabilidade social” perante a sociedade (REIS E MEDEIROS, 2000) A forma autoritária que se estabeleceu com a ditadura militar, fechou canais de expressão e de negociação de interesses e conflitos mantidos pelo populismo. Com a ausência de canais de expressão, surgiram novos movimentos sociais que 20 tiveram como objetivo a implantação de ações e espaços legítimos de negociação (KROETZ,2000). Apesar de recente no Brasil, a responsabilidade social já foi e continua sendo bastante discutida, e é cada vez mais presente dentro de nosso mercado e de nossas entidades (KROETZ,2000). 2.5 SURGIMENTO DA CONTABILIDADE SOCIAL Com o a evolução da responsabilidade social, houve a necessidade da criação de instrumentos que contribuíram para mensuração de tudo que a entidade produzisse para melhoramentos social, tanto interno como externo. Diante dessa necessidade surge a ‘Contabilidade Social’ (REIS E MEDEIROS,2007). Com tantas inovações e aprimoramentos de diversas teorias e tecnologias diferentes nos dias atuais, a teoria de que a Contabilidade não poderia deixar de evoluir de modo contínuo. Porém ao longo dos tempos a Contabilidade foi se modificando conforme a necessidade de seus usuários; primeiramente, tivemos uma Contabilidade como instrumento de controle onde o seu principal enfoque era a necessidade do proprietário; posteriormente, a Contabilidade Financeira, onde seu enfoque eram as necessidades governamentais; a terceira Contabilidade era a gerencial, que previa as necessidades da entidade; e a quarta Contabilidade, a Contabilidade Social, tem como principal objetivo a necessidade da célula social e da sociedade, onde possui usuários internos e externos. Para demonstrar essa evolução, deve-se observar o organograma (KROETZ, 1998, p.32) onde a Figura 1 demonstra as várias ramificações sofridas pela contabilidade. Nesse quadro Kroetz mostra que a Ciência contábil teve que evoluir para atender as necessidades da contabilidade social. Como seriam evidenciados os dados dessa nova contabilidade? Quais seriam os dados relevantes? O que seria importante ser mensurado? E nesse contexto chegou-se ao “Balanço Social”. 21 Ciência Contábil Contabilidade Contabilidade Contabilidade Contabilidade Contabilidade Agrícola Objeto de Estudo Patrimônio Aziendal, relacionado com o Ambiente endógeno e exógeno da organização Gerencial Social Demonstração Principal Balanço Social de custos Espécie de Gestão Participativa (Gestão Social) Outras Comercial Forma de Controle Auditoria Social FIGURA 1 - ORGANOGRAMA FONTE: KROETZ (1998, P.32) Diante do quadro mundial atual, a Contabilidade Social busca a verdade, sobre a circulação da riqueza entre a entidade e a sociedade. De acordo com Silva et ali (1998): Medir esses impactos é uma tarefa que apresenta inúmeros problemas metodológicos difíceis de ultrapassar. Por isso, existe grande interesse em que o desenvolvimento da informação social não se processe de uma forma anárquica, em que cada entidade informe do que lhe convém, utilizando critérios e medidas particulares variáveis e discutíveis. Em linhas gerais, não é fácil adotar meios que irão evidenciar e destacar todos os dados necessários. É necessário haver uma conscientização daquilo que se quer transparecer ou informar para a sociedade. 3 BALANÇO SOCIAL Com a necessidade de uma melhor mensuração e demonstração das ações sociais das entidades, foi necessário que se buscassem recursos para melhor visualização dessas ações. Sendo assim buscou-se na contabilidade essa ferramenta. Porém não deveriam ser dadas somente informações que destacassem a ação social da entidade, mas deveria apresentar também, quanto a entidade estaria dando de retorno econômico para a sociedade. Para atender essa nova necessidade foi criado um novo termo, balanço social, que até então era desconhecido para muitos (TINOCO). 3.1 HISTÓRICO Não é possível localizar, na história, um momento preciso que determine a origem do Balanço Social. Percebe-se uma evolução de relatórios que continham informações e dados a respeito de funcionários e também sobre atividades sociais praticadas pelas empresas. Porém, pesquisa realizada por Kroetz, sabe-se que no início dos anos 60, por causa da guerra do Vietnã, o governo Nixon (EUA) e as entidades que o apoiavam foram severamente criticados: “clamava-se pelo fim da guerra e por outro lado exigia-se que as empresas adotassem nova postura, moral e ética perante os cidadãos” (2000, p.56). Segundo Tinoco (2006, p.27): Foi na década de 60 do século XX, os trabalhadores, especificamente na Europa e nos Estados Unidos da América, passaram a fazer exigências às organizações no sentido de obterem informações relativas a seu desempenho econômico e social, ampliando a informação que as organizações forneciam, incorporando as sociais, tendo em vista a discussão da responsabilidade social, dando assim a origem à implantação do balanço Social, em França, a partir de 1977, que evidenciavam basicamente os recursos humanos. 23 Tinoco diz que a França foi o primeiro país a criar uma lei especifica, dando assim uma maior importância ao balanço social. Essa lei reconhecia a importância dos trabalhadores no seio da empresa como usuários da informação contábil e social. A lei criada na França em 1977, obrigava que as entidades que possuíssem 300 ou mais funcionários, deveriam elaborar anualmente um balanço social (Tinoco, 2000). Na lei estavam indicadas as seguintes informações que deveriam constar no balanço social: • Emprego; • Remuneração e encargos acessórios; • Condições de higiene e de segurança; • Outras condições de trabalho; • Formação profissional; • Relações profissionais; • Outras condições de vida relevantes na entidade. Tinoco resalta que a lei não contemplou uma séria de informações de caráter econômico que os trabalhadores e outros agentes sociais gostariam de ver publicado no balanço social, como o valor adicionado. Como mencionado anteriormente, a Contabilidade se preocupava apenas em dar informações sobre os capitais recebidos pela empresa e a qualidade da sua utilização; prestavam-se contas aos credores e aos sócios, além do governo, tudo sob a ótica de capital e seus rendimentos na forma de juros, lucros e seus impostos. Porém, com o tempo ela vem se adequando às novas emergências do mercado, da sociedade e seus usuários, passando a ter outras funções tão importantes quanto àquelas já mencionadas (REIS E MEDEIROS,2007) . Na segunda metade deste século, na Europa as empresas começaram a fazer prestação de contas de suas atividades, iniciando assim o movimento em prol da prestação de contas sobre os recursos humanos à disposição da empresa: quantos são, quanto ganham, que benefícios têm, como evoluem, que educação tem, quais os treinamentos que recebem da empresa, etc. (Kroetz,2000). 24 Trata-se de um movimento que procura dar o mesmo status que já era dado ao capital à mão-de-obra. É o início do Balanço Social. Segundo estudos de Lopes de Sá, apud Kroetz, o Balanço Social representa a expressão de uma prestação de contas da empresa à sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma, e parece ter sido, inicialmente, desenvolvido na década de 50, embora na Alemanha, em 1939, a empresa AEG já publicasse tal peça. (2000, p.55). O Instituto Ethos (INSTITUTO ETHOS, 2001) diz que o primeiro balanço social ocorreu no Brasil em 1978, por iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Empresarial, hoje chamado de Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES). “Após uma série de discussões sobre o papel das empresas no desenvolvimento da sociedade, a entidade iniciou a promoção desse tipo de relatório, realizando, dois anos depois, um seminário internacional pioneiro nesse tema”. E em 1984 a Nitrofertil, uma empresa do setor químico, produziu o primeiro balanço social brasileiro, tendo como público alvo seus funcionários. 3.2 CONCEITOS Para muitos autores, balanço social é um instrumento bastante importante, pois nele estão as informações que possibilitam à sociedade ter conhecimento das ações da entidade. Balanço social constitui instrumento fundamental de divulgação das ações e programas das organizações, servindo não só para prestar contas à sociedade, dentro da ética e da transparência, mas também como uma ferramenta vital para a gestão dos negócios. (CARNEIRO, 2001,p. 2) Segundo estudos de Lopes de Sá, apud Kroetz, “o Balanço Social representa a expressão de uma prestação de contas da entidade à sociedade em face de sua responsabilidade” (2000, p.55). O Balanço Social é um documento que pode ser publicado anualmente e reúne várias informações sobre as atividades desenvolvidas pela entidade em um 25 determinado ano ou período. Para o Instituto Ethos (INSTITUTO ETHOS, 2001, P. 10): O Balanço social é um levantamento dos principais indicadores de desempenho ambiental, econômico e social da entidade. Ele amplia seu diálogo com os públicos com os quais a entidade se relaciona e esclarece seus objetivos no passado, no presente e no futuro. O balanço social ainda permite que a importância da responsabilidade social seja ampliada na estratégia corporativa, uma vez que reúne, além da avaliação da entidade sobre seu desempenho, as expectativas de seus públicos interessados. O balanço social é um tipo de demonstrativo publicado anualmente pela entidade. Nesse demonstrativo, está reunido um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa (TINOCO). No balanço social a entidade demonstra o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam melhorar a qualidade de vida para todos( REIS E MEDEIROS, 2007). Ou seja, sua função principal é tornar pública a responsabilidade social empresarial, construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente. O balanço social quando elaborado de forma correta e objetiva por múltiplos profissionais, tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da empresa com as pessoas e a vida no planeta. 3.3 IMPORTÂNCIA No balanço social são publicadas as informações de forma transparente e com qualidade, procurando evidenciar os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio e demonstrando o que a entidade contribuiu para a o aspecto social visando o bem estar de seus empregados, acionistas, diretores, administradores, fornecedores, clientes e a sociedade onde está inserida. São informações que se 26 forem informadas corretamente, poderão demonstrar o que a entidade tem investido em ações sociais (TINOCO, 2006). Tinoco também (2006) enfatiza que a Contabilidade nesse processo tem o objetivo de mostrar a situação econômica e financeira da entidade e publicar as informações de maneira adequada. E observando esta questão, percebeu-se que o Balanço Social tornou-se uma importante ferramenta para evidenciar a vida da entidade e da sociedade de maneira geral. 3.4 OBJETIVOS Segundo Tinoco (2006,p.36): “O balanço Social tem por objetivo descrever certa realidade econômica e social de uma entidade, mediante o qual é suscetível de avaliação.” O balanço social tem a função de fazer a ligação entre a entidade, os funcionários e a sociedade. Através do balanço social a entidade pode mostrar transparência em suas atividades, a sociedade tem acesso a informações importantes. Outro objetivo positivo é que a entidade acaba fazendo propaganda de suas atividades, demonstrando os benefícios que a sociedade está obtendo com a sua presença em determinado setor. Reis e Medeiros (2007) escrevem, o balanço social é um bom marketing para a entidade. Kroetez (2000), também resalta que o objetivo do balanço social é auxiliar a gestão da entidade e contribuir para melhorar a estrutura da entidade, pois nele poderá estar relatado a produtividade, eficácia e que tipo de estratégias foram utilizadas no decorrer do período. Segundo Kroetz (2000, p.77), o Balanço Social tem como objetivo: a) revelar, conjuntamente com as demais demonstrações contábeis, a solidez da estratégia de sobrevivência e crescimento da entidade; b) evidenciar, com indicadores, as contribuições à qualidade de vida da população; c) abranger o universo das interações sociais entre: clientes, fornecedores, associações, governo, acionistas, investidores, universidade e outros; d) apresentar os investimentos no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias; 27 e) formar um banco de dados confiável para a análise e tomada de decisão dos mais diversos usuários; f) ampliar o grau de confiança da sociedade na entidade; g) contribuir para a implementação e manutenção de processos de qualidade, sendo a própria demonstração do Balanço Social um parâmetro para tal; h) medir os impactos das informações apresentadas no Balanço Social perante a comunidade dos negócios, no amanhã da entidade, na marca (goodwill) e na imagem do negócio; i) verificar a participação do quadro funcional no processo de gestão (fase de gestão participativa); j) servir de instrumento para negociações laborais entre a direção da entidade e sindicatos ou representantes dos funcionários; k) melhorar o sistema de controle interno, permitindo qualificar o ambiente organizacional, numa perspectiva de confirmar a regularidade da gestão identificada com o gerenciamento social e ecologicamente correto; l) clarificar os objetivos e as políticas administrativas, julgando a administração não apenas em função do resultado econômico, mas também dos resultados sociais. O Balanço Social deve ter dados que possam ser analisados e utilizados pela sociedade na área social e também econômica, mas com o objetivo de caráter social. No balanço social se verifica como a entidade atual na questão ambiental. No Balanço Social também pode ser analisado a questão da saúde financeira da entidade. Isso irá ajudar a definir qual foi a principal atuação da entidade no período analisado. De certa forma o balanço social irá ter uma proximidade muito grande com o Balanço Financeiro da entidade. Para Kroetz (2000,p.66): “Balanços transparentes de muitas entidades, em quantidade de expressão monetária, na realidade encerram um sem número de bens que muitas vezes nada valem.” 3.5 USUÁRIOS DO BALANÇO SOCIAL Nos dias atuais, responsabilidade social é muito divulgada como marketing, e nesse contexto o balanço social desenvolve esse papel de divulgar as ações sociais da entidade. Dessa forma surgem muitos interessados nas informações sociais da entidade, sendo que no balanço social também se encontram dados econômicos. A seguir serão destacados alguns usuários que podem se utilizar do balanço social da entidade. Será utilizado o modelo de Kroetz (2000), onde o autor destaca esses principais usuários do balanço social. Para cada usuário existe uma necessidade básica, algo que irá fazer diferença na tomada de decisão: 28 Trabalhadores Os trabalhadores são os clientes internos da entidade, onde deveriam ser considerados os mais importantes dentro da entidade, pois participam diretamente no processo produtivo. Para os trabalhadores o balanço social mostra o que a entidade está fazendo para dar continuidade a suas atividades. Segundo Korten(2000,p. 85): “As informações contidas da demonstração do balanço social podem proporcionar aos trabalhadores subsídios para negociações com a categoria patronal”. Acionistas Para este grupo Kroetz (2005) diz que o Balanço Social oferece informações que complementam as demonstrações contábeis e financeiras com informações de caráter social e ecológico na base temporal passado/presente/futuro, facilitando e dando maior segurança na tomada de decisões de seus investimentos. Os acionistas são um dos usuários mais interessados, pois evidencia boa parte daquilo que a entidade esta investindo na parte social. O acionista tem interesse que a entidade possua uma boa imagem perante a sociedade, para que possa continuar sendo bem vista e conseqüentemente, ter bons lucros. Diretores/administradores Os diretores e administradores usam o balanço social como fonte de informações para a tomada de decisões, planejamento e controle. Através dele é possível observar as tendências internas e externas, fazendo com que a entidade desenvolva-se melhorando tanto o ambiente interno como externo. O Balanço Social auxilia na análise não só nos aspectos econômicos, mas também nos aspectos sociais e ecológicos. Kroetz (2000) diz que o balanço social oferece subsídios importantes para julgar os resultados da entidade. Fornecedores Os Fornecedores são parceiros do mercado que acreditam no potencial da entidade a qual fornece produtos e serviços. Através do balanço social, pode-se mostrar como a entidade é administrada, aumentando assim a confiança dos fornecedores de que a entidade irá saldar os seus compromissos assumidos. 29 Clientes Kroetz diz(2000,p. 85) : O Balanço Social assume, diante dos consumidores, uma postura correta transparecendo a mentalidade dos dirigentes da companhia, a política da entidade, suas ações que tem influência no meio ambiente social e ecológico, sua relação com os funcionários, etc. Através destes dados pode-se traçar o perfil da empresa, acarretando maior ou menor credibilidade ao produto ou ao serviço prestado. O Balanço Social disponibiliza aos clientes uma apresentação da empresa de uma forma literal, demonstrando a qualidade interna e externa da organização: o Balanço Social serve aos clientes como um informativo. Sociedade Segundo Krotez, o balanço social possibilita fiscalizar a entidade com o objetivo de identificar possíveis danos e abusos causados à própria sociedade, contra o meio ambiente e se realmente a sociedade está sendo favorecida ou não com as atividades apresentadas. A sociedade tem como obrigação e direito a fiscalização de atitudes ilícitas das entidades. Os órgãos legais possibilitam essas fiscalizações com o intuito de identificar possíveis danos e abusos causados à própria sociedade e contra o meio ambiente. Um dos principais papéis do Balanço Social para a sociedade, é o de suprir as necessidades informativas deixando-a a par das situações ocorridas interna e externamente que favoreça ou não a sociedade. Governos O governo de modo geral, tem grande interesse em ter acesso às informações do balanço social. Conforme Kroetz (2000,p.86) “tendo como base o Balanço Social, o poder público poderá utilizá-lo na preparação de um vasto banco de dados, possibilitando a geração de informações por segmentos sociais, por atividade e por região.” Tudo isto permite que haja um planejamento e desenvolvimento de planos estratégicos, como plano plurianual e orçamentos. Também possibilita que o poder público verifique os tributos recolhidos, e também o 30 potencial de arrecadação da entidade. Concorrentes Os concorrentes utilizam as informações apresentadas para saber a vida dada da entidade, para procurar uma forma de superar aquilo que está sendo apresentado e assim tornar mais competitivo. Para Kroetz (2000) os concorrentes usam o balanço social para projetar suas ações sociais. 3.6 INDICADORES DO BALANÇO SOCIAL O balanço social traz alguns indicadores bastante importantes. São informações que demonstram quais os benefícios que a entidade trouxe para a sociedade. Para Kroetz o balanço social poderá divulgar indicadores, consubstanciados no planejamento estratégico, que revelam as tendências do futuro da entidade, agregando parte do relatório da administração a seu corpo de informações, numa visão pró-ativa. Além dos indicadores, o balanço social poderá informar índices, valor econômico, social e ecológico, desta forma complementará as informações contábeis. Como não existe regulamentação internacional para a demonstração do balanço social, as entidades divulgam os dados que acharem relevantes e da forma que acham interessantes (TINOCO, 2006). Dessa forma existe certa dificuldade, pois cada entidade poderá divulgar o que pretender. Porém dentro desses indicadores existe uma forma de filtrar quais as informações que serão relevantes. Kroetz (2000,p.88) sugere que sejam analisados os seguintes critérios: a) Influências favoráveis no espaço temporal passado/presente Relação da entidade com empregados (política salarial, normas de recrutamento, investimentos em treinamento, programas de saúde, programas de educação, etc); 31 Características do quadro funcional (faixa etária, escolaridade, tempo de exercício da atividade na entidade, índices de satisfação, etc); Investimentos em segurança interna e externa (programas de treinamento, aquisição de equipamentos de segurança, etc); Investimentos em higiene (programas de limpeza, aquisição de equipamentos, índices de condições de trabalho, etc); Contribuição a governos (valor de impostos, taxas e contribuições); Doações e investimentos em programas sociais (contribuições à comunidade externa, investimento em cultura, pesquisas, educação, etc); Investimentos no meio ambiente (medidas de preservação, aquisição de equipamentos despoluidores, etc); b) Influências Desfavoráveis no espaço temporal passado/presente Relação com os empregados (índices de doenças causadas pela atividade, programas de demissões, etc); Prejuízo a comunidade (influência nos níveis de desemprego, atividades/produtos que causam danos a saúde da população, etc); Prejuízos ao meio ambiente (danos ambientais causados pelas atividades/produtos). c) Influências futuras Favoráveis e Desfavoráveis Relação com empregados (programas de educação e saúde, políticas salariais, novos programas de treinamento, políticas de demissão de pessoal, etc); Desenvolvimentos de novas tecnologias (investimento em pesquisa, novos produtos, etc); Novos programas e investimentos em segurança; Novos programas e investimentos em higiene; Novos programas de investimento na sociedade (cultura, esporte, educação, saúde, etc) 32 Novos programas de investimento no meio ambiente (medidas preventivas, programas de recuperação ambientais possíveis danos a serem causados, etc). Krotez (2000,p. 89) demonstra através da tabela a seguir a forma como as informações devem ser organizadas: INFLUÊNCIAS: AMBIENTE INTERNO Favoráveis e Desfavoráveis AMBIENTE EXTERNO ENTIDADE INFLUÊNCIAS: INFLUÊNCIAS: Favoráveis e Desfavoráveis Favoráveis e Desfavoráveis ESPAÇO TEMPORAL: Passado/Presente/Futuro FIGURA 2 – INFORMAÇÕES DEVEM SER ORGANIZADAS POR AMBIENTES Fonte: Krotez(2000,p. 89) Embora o balanço social tenha uma legislação ao seu favor, ainda está muito longe de ser uma prioridade nas entidades. No Brasil segundo Tinoco (2006), existem poucas empresas que utilizam o balanço social como uma prestação de contas para a sociedade. O balanço social tem sido usado exclusivamente para marketing econômico, uma forma para que a entidade tenha destaque na mídia. Tinoco ainda destaca (2006, p.137): “as perspectivas acerca da evolução do debate em torno do balanço social vem ganhando contornos mais favoráveis nos últimos anos, principalmente pela atuação de algumas entidades voltadas para a 33 promoção e divulgação do conceito e dos objetivos do documento.” Porém as entidades que se preocupam com a transparência ainda são poucas. 3.7 MODELO DE BALANÇO SOCIAL - IBASE Devido aos vários tipos de entidades, foi necessário criar alguns modelos de balanço social. Essa atualização foi buscada no site http://www.balancosocial.org.br. 3.7.1 Modelo proposto para Entidade de Grande Porte Este modelo proposto foi baseado em pesquisas e levantamentos realizados junto a entidades divulgadoras, estudiosos, periódicos e demais materiais bibliográficos onde são analisados muitos dados quantitativos e qualitativos. Os tópicos sugeridos neste Balanço Social podem e devem ser modificados de acordo com a realidade de cada entidade, cabendo a cada empresa escolher a melhor forma de apresentá-lo. O principal objetivo de se propor um modelo é o de aglomerar algumas informações fundamentais para caracterização do Balanço Social. Nessa tabela observa-se este modelo para grandes entidades: BALANÇO SOCIAL – ENFOQUE GERENCIAL 1. APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE 1.1 – Informação endógenas 1.1.1 Missão 1.1.2 Filosofia 1.1.3 Valores 1.1.4 Políticas 1.1.5 Áreas de negócio – principais produtos 1.1.6 Outros dados relevantes 1.2 Informações exógenas 1.2.1 Regiões de atuação 1.2.2 Participação no mercado 1.2.3 Outros dados relevantes 2. INFLUÊNCIAS, FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS TRANSFERIDAS PARA O AMBIENTE ENDÓGENO E EXÓGENO 2.1 Usuários internos 2.1.1 Empregados 2.1.1.1 Características do quadro Número inicial de empregados Número final de empregados Número de mulheres trabalhando Ano X1 Ano X2 34 Número de deficientes físicos Número de acidentes de trabalho Número de atestados médicos Indicador de absenteísmo Números de ações judiciais trabalhista Nível de escolaridade Por faixa etária Por função Média salarial por função Outras 2.1.1.2 Investimentos compulsórios (Legais) Encargos sociais FGTS Outros 2.1.1.3 Investimentos espontâneos Treinamento Educação/Bolsa de auxílio Alimentação Saúde Lazer Esporte Transporte Seguro de vida Cesta básica Creche Segurança no trabalho Higiene no trabalho Participação nos resultados Previdência privada Moradia e urbanismo Outros 2.1.2 Administradores/Diretores 2.1.1.1 Características do quadro Nível de escolaridade Por faixa etária Por função Média salarial por função Outras 2.1.1.2 Investimentos compulsórios (Legais) Encargos sociais FGTS 2.1.1.3 Investimentos espontâneos Treinamento Educação/Bolsa de auxílio Alimentação Saúde Lazer/Esporte Transporte Seguro de vida Participação nos resultados Previdência privada Moradia e urbanismo Outros 2.2 – Usuários externos 2.2.1 Acionista Dividendos recebidos Movimentos nos fundos Outros 2.2.2 Governos e previdência Tributos e contribuições Participação em programas públicos 2.2.3 Clientes Investimentos em atendimento Outros 2.2.4 Fornecedores Número de fornecedores nacionais e estrangeiros Política de parceria 2.2.5 Sindicatos Contribuições sindicais 2.2.6 Estudiosos Incentivos a novos estudos 2.2.7 Sociedade a) Local b) Regional c) Nacional 35 d) Internacional Doação/patrocínios Programas sociais Programas culturais Programas educacionais Programas de esporte/lazer Investimento em comunicação social Restauração de espaços públicos Outros 2.2.8 Concorrentes Ações conjuntas Participações acionárias Outros 2.2.9 Outros usuários específicos 2.3 – Meio ambiente Programas ambientais Investimentos em projetos preventivos Produtos recicláveis Ganhos com programas ambientais Tratamento de rejeitos Recuperação de áreas degradadas 3. INFLUÊNCIAS FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS RECEBIDAS DO AMBIENTE ENDÓGENO E EXÓGENO 3.1 – Usuários internos 3.1.1 Empregados Indicadores do nível de satisfação 3.1.2 Administradores Indicadores do nível de satisfação 3.1.3 Outros usuários internos 3.2 – Usuários externos 3.2.1 Acionista Indicadores do nível de satisfação 3.2.2 Governos Incentivos fiscais Prêmios recebidos Participações em projetos 3.2.3 Clientes Número de reclamações Pesquisas reconhecidas 3.2.4 Fornecedores Indicadores do nível de satisfação – Grau de confiança 3.2.5 Sindicatos Indicadores de avaliação Premiação 3.2.6 Estudiosos Retorno das pesquisas/ trabalhos realizados Prêmios acadêmicos recebidos 3.2.7 Sociedade a) Local b) Regional c) Nacional d) Internacional Ações de reconhecimento 3.2.8 Concorrentes Resultado de pesquisas divulgadas Outros 3.2.9 Outros usuários 3.3 – Meio ambiente Produtos recicláveis recolhidos Prêmios recebidos Multas Ambientais Ações judiciais provenientes de causas ambientais • Ano X1 Ano X2 36 5. DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS FUTUROS DE IMPACTO SOCIAL E AMBIENTAL • • • • • • Novas políticas salariais; Novos investimentos em treinamento; Novos investimentos em proteção ao meio ambiente; Novos produtos ecologicamente corretos; Projetos de ampliação; Outros 6. INDICADORES DE QUALIDADE Indicadores representativos de ações decorrentes da implantação de programas de qualidade: • Variação dos resultados (positivo/negativo); • Variação no nível de desperdícios; • Variação no nível de produtividade; • Outras variações não mensuráveis. 7. OUTRAS OBSERVAÇÕES E INFORMAÇÕES RELEVANTES FIGURA 3 MODELO DE BALANÇO SOCIAL PARA ENTIDADES DE GRANDE PORTE SILVA E FREIRE (2001,p.109) Nesse modelo para grandes empresas, existe um detalhamento de todas as atividades da entidade que envolve, diretamente, o lado social. Os itens são autoexplicativos. 3.7.2 Modelo de Balanço Social para Microempresas Este modelo proposto para as Microempresas contém informações reduzidas e simplificadas, sem deixar de informar os dados mais significativos, conforme modelo. Modelo de Balanço Social para Microempresas Identificação da Empresa: Razão/denominação social: Endereço: CNPJ: CGC/TE: Principal atividade econômica: Descrição 1. Dados Não Monetários 1.1 Número de admissões 1.2 Número de demissões 1.3 Número médio de funcionários 1.4 Número total de funcionários no final de exercício 1.4.1 Portadores de deficiência 1.4.2 Mulheres 1.4.3 Idosos 1.4.4 Adolescentes 1.4.5 Outros 1.5 Número de acidente de trabalho 1.6 Número de reclamatória trabalhista 1.7 Número de horas de licenças médicas 1.8 Número de horas de participação comunitária 2. Dados Monetários 2.1 Receita líquida 2.1.1 Mercado interno 2.1.2 Mercado externo 2.2 Folha de pagamento bruta 2.3 Encargos sem folha pagamento 2.3.1 Encargos Sociais 2.3.2 Encargos Trabalhistas Ano 1 Ano 2 37 2.4 Benefícios laborais 2.4.1 Educação/treinamento 2.4.2 Alimentação 2.4.3 Saúde 2.4.4 Transporte 2.4.5 Higiene e Segurança 2.4.6 Previdência privada 2.5 Participação nos resultados 2.6 Programas de incentivo 2.7 Investimentos na comunidade 2.8 Investimentos no meio ambiente 2.9 Impostos e contribuições 2.9.1 Impostos e contribuições sociais 2.9.2 Outros impostos e contribuições 3 Dados Descritivos 3.1 Programas comunitários 3.2 Programas ambientais FIGURA 4 - MODELO BALANÇO SOCIAL PARA MICROEMPRESAS SILVA E FREIRE (2001,p.109) Esse modelo é resumido, só busca as principais informações, já que nas microempresas não há necessidade de detalhamento. 3.7.3 Modelo Ibase Atualmente, o modelo Ibase é o mais utilizado no país. Mesmo não havendo uma legislação que determine o modelo e a obrigatoriedade da publicação do mesmo, muitas empresas utilizam este modelo, pois assim podem fazer um comparativo entre empresas do mesmo setor. Outro fator, é que este modelo é oferecido gratuitamente pelo IBASE. As empresas que utilizam o Modelo Ibase, podem utilizar o Selo Ibase Betinho, como um incentivo e distintivo de qualidade. A seguir, o modelo proposto pelo IBASE como apresentado por (SILVA E FREIRE, 2006, p. 109-113): 38 Balanço Social Anual – 2006 Balanço Social Anual / 2006 Empresa: 1 - Base de Cálculo 2006 Valor (Mil reais) 2005 Valor (Mil reais) Receita líquida (RL) Resultado operacional (RO) Folha de pagamento bruta (FPB) 2 - Indicadores Sociais Internos Valor (mil) % sobre FPB % sobre RL Valor (mil) % sobre FPB % sobre RL Alimentação Encargos sociais compulsórios Previdência privada Saúde Segurança e saúde no trabalho Educação Cultura Capacitação e desenvolvimento profissional Creches ou auxílio-creche Participação nos lucros ou resultados Outros Total - Indicadores sociais internos 3 - Indicadores Sociais Externos Valor (mil) % sobre RO % sobre RL Valor (mil) % sobre RO % sobre RL Educação Cultura Saúde e saneamento Esporte Combate à fome e segurança alimentar Outros Total das contribuições para a sociedade Tributos (excluídos encargos sociais) Total - Indicadores sociais externos 4 - Indicadores Ambientais Valor (mil) % sobre RO % sobre RL Valor (mil) % sobre RO % sobre RL Investimentos relacionados com a produção/ operação da empresa Investimentos em programas e/ou projetos externos Total dos investimentos em meio ambiente Quanto ao estabelecimento de “metas anuais” para minimizar resíduos, o consumo em geral na produção/ operação e aumentar a eficácia na utilização de recursos naturais, a empresa ( ) não possui metas ( ) cumpre de 51 a 75% ( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 76 a 100% 5 - Indicadores do Corpo Funcional 2006 Nº de empregados(as) ao final do período Nº de admissões durante o período Nº de empregados(as) terceirizados(as) Nº de estagiários(as) Nº de empregados(as) acima de 45 anos Nº de mulheres que trabalham na empresa % de cargos de chefia ocupados por mulheres Nº de negros(as) que trabalham na empresa % de cargos de chefia ocupados por negros(as) Nº de portadores(as) de deficiência ou necessidades especiais 6 - Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania empresarial Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa Número total de acidentes de trabalho ( ) direção Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa foram definidos por: ( ) não possui metas ( ) cumpre de 51 a 75% ( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 76 a 100% 2005 2006 Metas 2007 0 0 0 0 ( ) direção e gerências ( ) todos(as) empregados(as) ( ) direção (x ) direção e gerências ( ) todos(as) empregado s(as) 39 Os pradrões de segurança e salubridade no ambiente de trabalho foram definidos por: Quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à representação interna dos(as) trabalhadores(as), a empresa: ( ) direção e gerências ( ) todos(as) empregados(as) ( ) todos(as) + Cipa ( ) direção e gerências ( ) todos(as) empregados(as) ( ) não se envolve ( ) segue as normas da OIT ( ) incentiva e segue a OIT ( ) não se envolverá ( ) seguirá as normas da OIT ( ) direção ( ) direção e gerências ( ) todos(as) empregados(as) ( ) direção ( ) direção e gerências ( ) direção ( ) direção e gerências ( ) todos(as) empregados(as) ( ) direção ( ) direção e gerências ( ) não são considerados ( ) são sugeridos ( ) são exigidos ( ) não serão considerados ( x) serão sugeridos ( ) não se envolve ( ) apóia ( ) organiza e incentiva ( ) não se envolverá ( ) apoiará na empresa _______ no Procon _______ na Justiça _______ na empresa _______ no Procon _______ (x ) organizará e incentivará na Justiça _______ na empresa _______% no Procon _______% na Justiça _______% na empresa _______% no Procon _______% na Justiça _______% A previdência privada contempla: A participação dos lucros ou resultados contempla: Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de responsabilidade social e ambiental adotados pela empresa: Quanto à participação de empregados(as) em programas de trabalho voluntário, a empresa: Número total de reclamações e críticas de consumidores(as): % de reclamações e críticas atendidas ou solucionadas: Valor adicionado total a distribuir (em mil R$): Distribuição do Valor Adicionado (DVA): 7 - Outras Informações (x ) todos(as) + Cipa (x ) incentivará e seguirá a OIT (x ) todos(as) empregado s(as) ( x) todos(as) empregado s(as) ( ) serão exigidos Em 2006: Em 2005: ___% governo ___% colaboradores(as) ___% acionistas ___ % terceiros ___% retido ___% governo ___% colaboradores(as) ___% acionistas ___ % terceiros ___% retido FIGURA 5 - MODELO IBASE DE BALANÇO SOCIAL . Fonte: Silva e Freire ( 2006, p. 109-113) 3.7.4 Preenchimento do Modelo Ibase O Instituto Ibase também oferece em seu site, além do modelo do balanço, algumas instruções de preenchimento. Essas instruções tornam-se essenciais para que o balanço social reflita de maneira adequada as atividades da entidade no período em questão. Instruções para o preenchimento Este Balanço Social (BS) deve apresentar os projetos e as ações sociais e ambientais efetivamente realizados pela Realização empresa. Sugestão: este BS deve ser o resultado de amplo processo participativo que envolva a comunidade interna e externa. Este BS deve ser apresentado como complemento em outros tipos de demonstrações financeiras e sócioPublicação ambientais; publicado isoladamente em jornais e revistas; amplamente divulgado entre funcionários, clientes, fornecedores e a sociedade. Pode ser acompanhado de 40 Selo "Balanço Social Ibase/Betinho" 1) Base de Cálculo Receita Líquida outros itens e de informações qualitativas (textos e fotos) que a empresa julgue necessários. A empresa que realizar e publicar o seu balanço social, utilizando este modelo mínimo sugerido pelo Ibase, recebe o direito de utilizar o Selo Balanço Social Ibase/Betinho nos seus documentos, relatórios, papelaria, produtos, embalagens, site, etc. Mais informações: www.balancosocial.org.br Restrições: o Selo Ibase/Betinho NÃO será fornecido às empresas de cigarro/fumo, armas de fogo/munições, bebidas alcoólicas ou que estejam comprovadamente envolvidas com exploração de trabalho infantil. Itens Incluídos • Receita bruta excluída dos impostos, contribuições, devoluções, abatimentos e descontos comerciais. Resultado Operacional • Lucro ou prejuízo apresentado pela empresa no período. Folha de Pagamento Bruta • Valor total da folha de pagamento. 2) Indicadores Sociais Internos • Gastos com restaurante, vale-refeição, lanches, cestas Alimentação básicas e outros relacionados à alimentação dos empregados. • Planos especiais de aposentadoria, fundações Previdência privada previdenciárias, complementações de benefícios aos aposentados e seus dependentes. • Plano de saúde, assistência médica, programas de Saúde medicina preventiva, programas de qualidade de vida e outros gastos com saúde, inclusive dos aposentados. • Gastos com ensino regular em todos os níveis, reembolso Educação de educação, bolsas, assinaturas de revistas, gastos com biblioteca (excluído pessoal) e outros gastos com educação. • Gastos com eventos e manifestações artísticas e culturais Cultura (música, teatro, cinema, literatura e outras artes). • Recursos investidos em treinamentos, cursos, estágios Capacitação e desenvolvimento profissional (excluído os salários) e gastos voltados especificamente para capacitação relacionada com a atividade desenvolvida pelos empregados. Creches ou auxílio-creche • Creche no local ou auxílio-creche aos empregados. 41 Participação nos lucros ou resultados • Participações que não caracterizem complemento de salários. • Seguros (parcela paga pela empresa), empréstimo (só o custo), gastos com atividades recreativas, transportes, Outros benefícios moradia e outros benefícios oferecidos aos empregados podem ser aqui enumerados. 3) Indicadores Sociais Externos • Somatório dos investimentos na comunidade que aparecem discriminados. Não incluir os gastos/investimentos declarados nos Indicadores Sociais Total das contribuições para a sociedade Internos. Os itens na tabela aparecem como indicação de setores importantes onde a empresa deve investir, porém, podem aparecer aqui somente os investimentos e contribuições que a empresa realiza regularmente (ação focalizada em educação, por exemplo). Tributos (excluídos encargos sociais) • Impostos, contribuições e taxas federais/estaduais/municipais. 4) Indicadores Ambientais • Investimentos, monitoramento da qualidade dos resíduos/efluentes, despoluição, gastos com a introdução de Relacionados com a operação da empresa métodos não-poluentes, auditorias ambientais, programas de educação ambiental para os funcionários e outros gastos com o objetivo de incrementar a qualidade ambiental na operação da empresa. • Despoluição, conservação de recursos ambientais, Em programas/projetos externos campanhas ambientais, educação ambiental para a comunidade externa e para sociedade. 5) Indicadores do Corpo Funcional • Considerar como trabalhadores negros o somatório de Nº de negros que trabalha indivíduos classificados como pretos e pardos (conforme a na empresa RAIS) 6) Informações Relevantes Relação entre a maior e a • Resultado da divisão da maior remuneração pela menor. menor remuneração Número total de acidentes • Todos os acidentes de trabalho registrados durante o ano. de trabalho 42 7) Outras Informações • Este espaço está disponível para que a empresa agregue outras informações importantes quanto ao exercício da responsabilidade social e da cidadania empresarial. FIGURA 6 - MODELO IBASE DE BALANÇO SOCIAL . Fonte : Silva e Freire ( 2001, p. 109-113) Nesse quadro é mostrada a importância do preenchimento correto do balanço social. Toda a informação solicitada tem como objetivo demonstrar de forma correta as realizações da entidade em um determinado período. Essas instruções visam a padronização dos procedimentos. 4 ENTIDADES FILANTRÓPICAS SEM FINS LUCRATIVOS As entidades filantrópicas sem fins lucrativos, são também conhecidas como entidades do terceiro setor, por não se enquadrarem no primeiro setor que é o governo e segundo que é o mercado em geral (OLAK E NASCIMENTO, 2006). 4.1 CONCEITO Buscar uma definição objetiva para as entidades sem fins lucrativos não é tarefa tão fácil, já que muitos autores discordam da terminologia, sem fins lucrativos. Sem fins lucrativos, pode somente dar um único sentido. Para Olak e Nascimento (2006), entidade sem fins lucrativos é uma entidade que não tem distribuição de seus lucros entre os sócios. No entanto sem fins lucrativos não pode ser usado como definição final, já que não é necessário que a entidade tenha algum tipo de rendimento para que possa exercer o seu papel. Para Drucker (1994,p. 3) “a organização sem fins lucrativos existe para provocar mudanças nos indivíduos e na sociedade”. Andrade (1991,p.310), também classifica entidades sem fins lucrativo como sendo instituições formadas com propósitos sociais, educacionais, religiosos, de saúde ou filantrópicas e que geralmente não existe interesse na transferência da propriedade e seus membros ou contribuintes não recebem qualquer ganho econômico ou financeiro direto. Segundo o mesmo autor, “as entidades sem fins lucrativos, que desempenham seu papel relevante na economia, na sociedade e na vida das pessoas, não buscam qualquer retorno ou ganho e são sempre criadas para atender a algum objetivo específico”. Olak e Nascimento (2006) chamam as entidades sem fins lucrativos de entidades não governamentais. Esse conceito seria o mais aplicado hoje. Devido à dificuldade da definição da terminologia sem fins lucrativos, foi publicada recentemente a mudança para entidade sem fins econômicos, que dá uma maior abrangência no tema. 44 O lucro não é o objetivo principal, porém essas entidades devem possuir uma atividade que possa gerar recursos, afim de que tenham condições de se manter. Olak e Nascimento (2006,p.6) destacam os principais fundamentos que as entidades sem fins lucrativos devem seguir: O lucro não é a sua razão de ser, mas um meio necessário para garantir a continuidade e o cumprimento de seus propósitos institucionais; Seus propósitos institucionais, quaisquer que sejam suas preocupações específicas, objetivam provocar mudanças sociais; O patrimônio pertence à sociedade como um todo ou segmentos dela, não cabendo aos seus membros ou mantenedores quaisquer parcela de participação econômica no mesmo; As contribuições, doações e subvenções constituem-se, normalmente, nas principais fontes de recursos financeiros, econômicos e materiais dessas entidades. As entidades sem fins lucrativos não se resumem somente em igreja ou uma organização de assistência social. Sua abrangência é bastante ampla, podendo se enquadrar em outras organizações tais como: hospitais, centros educacionais, clubes, associações de bairros, grupos de mútua-ajuda, fundações de diversos caracteres e muitas outras ( ANDRADE, 1991). 4.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS Olak e Nascimento(2006,p. 1,2) dizem que as principais características são: Quanto ao lucro: o lucro não é a razão de ser dessas entidades. Quanto à propriedade: pertencem à comunidade. Não são normalmente caracterizadas pela divisibilidade do capital em partes proporcionais, que podem ser vendidas ou permutadas. Quanto às fontes de recursos: as contribuições com recursos financeiros não dão direito ao doador de participações proporcionais nos serviços da organização. 45 Quanto às principais decisões políticas e operacionais: as maiores decisões políticas e algumas decisões operacionais são tomadas por consenso de voto, via assembléia geral, por membros de diversos seguimentos da sociedade direta ou indiretamente eleitos. Essas características diferem de todas as outras organizações de fins lucrativos, pois não tem a responsabilidade de dar retorno sobre os investimentos. Porém essas entidades sem fins lucrativos devem cumprir as diretrizes propostas às quais os seus fundos são destinados, e o mais importante, que não excedam o seu orçamento proposto (OLAK E NASCIMENTO,2006). As entidades sem fins lucrativos estão presentes em todo o mundo, são entidades que buscam atender as necessidades sociais da socieadade. 4.3 LEGALIDADE DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS NO BRASIL Na legislação brasileira as entidades sem fins lucrativos possuem normas e diversos dispositivos, desde a constituição federal, bem como leis, decretos e instruções normativas (OLAK E NASCIMENTO, 2006). Os mesmos autores mencionam que, embora tenha mudanças na legislação brasileira, isto é, o novo código civil, muito ainda deverá ser feito para que haja um fortalecimento e ampliação nas entidades organizadas. Isso fará com que haja transparência nas aplicações de recursos, visto que um dos problemas é a diversidade de entidades sem fins lucrativos no Brasil, dificultando uma análise para direcionamento jurídico. A criação de uma entidade sem fins lucrativos, começa com os interessados realizando uma assembléia e fazendo um estatuto que irá reger a entidade. Deverá determinar qual deverá ser o ramo de atividade e qual o tipo de atendimento que irá prestar a sociedade. Segundo Oliva( 1988, p. 12): Os interessados em fundar uma associação deverão, em primeiro lugar, reunir-se em Assembléia Geral, na qual será aprovada o estatuto e eleita a diretoria, provisória ou definitiva, devendo ainda constar da ata, a ser lavrada em livro próprio, os nomes dos fundadores com suas respectivas qualificações. Nesse processo o estatuto irá definir as regras em que a entidade deverá 46 basear sua administração. Quais serão seus fins, qual a duração, como será sua administração, quem poderá fazer parte da administração. Qual o período em que deverão ocorrer as trocas de administradores. De acordo com Oliva (1988) o estatuto de certa forma trata-se de uma constituição em que a entidade será regida, onde todos os seus membros estarão submetidos ao que foi definido no estatuto. Para que esse documento tenha validade jurídica, deverá ser registrado no registro de pessoas jurídicas. 5 ANÁLISE DO BALANÇO SOCIAL As demonstrações contábeis são produtos de um sistema de informações contábeis, os quais coletam os dados, processam e divulgam as informações. Essas informações são direcionadas aos seus usuários, os quais lhes proporcionam subsídios para a tomada de decisões, ou seja, análise, controle e o planejamento de uma empresa (TINOCO, 2006). A prática da técnica de análise requer que seja antecipadamente realizada uma avaliação (auditoria) das demonstrações com o fim de certificar-se das conformidades dos dados apresentados. A partir deste ponto, torna-se possível efetuar análises com maior grau de confiança. Em relação ao balanço social, a proposta de análise torna-se restrita pelo fato de não se ter ainda uma estrutura ou metodologia básica para a sua elaboração, dificultando o desenvolvimento do processo. Apesar de poucos recursos, é possível analisar dados qualitativos, índices, valores monetários e demais informações baseando-se na análise contábil tradicional aliada ao interesse e criatividade do analista. O balanço social apresenta uma grande quantidade de dados os quais podem se transformar em informações importantes, de forma diferente para cada usuário. A base para a análise é o conjunto de informações que se encontram no Balanço Social onde são trabalhadas e correlacionadas com os demais demonstrativos internos e/ou externos que tenham ligação com a espécie de análise pretendida (KROETZ,2000). O sistema de informação contábil tem como principal objetivo gerar um conjunto de informações que possam alterar as expectativas dos usuários e que minimizem os riscos do processo de tomada de decisão (TINOCO,2006). Segundo Koerich (2003,p.55): O balanço social que já vem sendo divulgado espontaneamente por algumas entidades, tem por objetivo demonstrar os investimentos sociais realizados pelas companhias em beneficio de seus empregados, da comunidade e também do meio ambiente. Tem-se visto um grande número de entidades que, sentindo a necessidade de um relacionamento mais estreito com a comunidade, tem 48 divulgado o seu balanço social, e, à medida que os resultados positivos forem aparecendo, certamente surgirão mais empresas tomando essa decisão. Conclui-se, portanto, que o sistema de informações deve gerar informações úteis aos usuários para que eles possam, a partir das demonstrações, efetuar as devidas análises, correlacionando dados componentes da própria demonstração e interligando com outros demonstrativos. Essas informações também serão importantes na tomada de decisão, pois trará um resumo dos indicadores da entidade. 49 6 6.1 METODOLOGIA DA PESQUISA CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Quanto à natureza da pesquisa esta é do tipo aplicada, pois tem como meta obter informações para que se possa elabora um Balanço Social da Instituição Adventista Sul Brasileira de Educação e Assistência Social, sendo possível compará-la a outras organizações que desenvolvem projetos de cunho social. Conforme Cervo e Bervian (1996 p. 47), “na pesquisa aplicada, o investigador é movido pela necessidade de contribuir para fins práticos, mais ou menos imediatos, buscando soluções para problemas concretos”. Com relação à forma de pesquisa, será qualitativa, pois serão utilizadas as melhores soluções para os problemas levantados de acordo com a legislação. Para Richardson (1999, p. 80) “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. Quanto aos objetivos, esta pesquisa será do tipo exploratória, pois buscará fornecer dados e conhecimentos sobre o assunto mencionado, com o intuito de auxiliar os usuários da contabilidade na elaboração de um Balanço Social. De acordo com Cervo e Bervian (1996 p. 49), “a pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da mesma”. Será uma pesquisa descritiva, pois não possui alteração por parte do pesquisador. Segundo Cervo e Bervian (1996 p. 49), “a pesquisa descritiva procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características”. 50 Quanto aos procedimentos será uma pesquisa bibliográfica, pois será desenvolvida por meio de materiais já publicados em livros, internet e periódicos, que possibilitará alcançar os objetivos propostos, ou seja, buscar nestes materiais elementos que fundamente o tema de estudo. Conforme Cervo e Bervian (1996 p. 48), a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. Caracteriza-se em um estudo de caso, visando buscar os dados dentro da própria contabilidade da entidade. Neste caso, busca-se o estudo da melhor forma de apresentação desses dados. Segundo Beuren (2003, p.84) estudo de caso é “a pesquisa que se caracteriza principalmente pelo estudo concentrado de um único caso. Esse estudo é preferido pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a respeito de determinado caso específico”. 6.2 ESTUDO DE CASO Conforme Gil (1999, p. 72), “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados”. 6.3 CARACTERÍSTICA DA ENTIDADE A entidade de estudo é a INSTITUIÇÃO ADVENTISTA SUL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL (IASBEAS), uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, de cunho religioso, atuante nas áreas educacionais, assistenciais e de saúde. 51 A IASBEAS pertence à Igreja Adventista do Sétimo Dia, tendo iniciado as suas atividades em 1904, com apenas uma escola primária. Atualmente, conta com escolas de primeiro e segundo graus, centros de atendimentos, a ADRA (Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) sendo uma sociedade beneficente, que tem como principal mão de obra, o trabalho da Congregação da Igreja Adventista, Clubes de Desbravadores e Aventureiros, agremiação universitária e uma federação para a mocidade, entre outras atividades realizadas. A entidade visa o auxílio ao próximo nas diversas formas possíveis entre elas consideramos o social, material, físico e espiritual. Para tanto, conta para a realização deste trabalho, com a participação de colaboradores e voluntários que disponibilizam o seu tempo em prol de outros. 6.4 INSTRUMENTOS Como instrumentos, serão utilizados relatórios obtidos junto à entidade pesquisada, os quais serão desenvolvidos de forma adequada ao objetivo proposto, que é a elaboração do Balanço Social. As informações serão coletadas do exercício do ano de 2006. 6.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para implementar o estudo de caso proposto, se faz necessário uma leitura analítica do material bibliográfico, para interpretação e fundamentação teórica da pesquisa. Em seguida serão feitos levantamentos dos seguintes dados: Montagem de planilhas para adequação dos dados da entidade; Levantamento dos dados contábeis; Levantamento dos dados de Recursos Humanos; Ações Sociais desenvolvidas. 7 APLICAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL Após a realização de estudos teóricos do que é o Balanço Social e sua importância na divulgação da Responsabilidade Social das empresas, elabora-se, pela primeira vez, o Balanço Social da INSTITUIÇÃO ADVENTISTA CATARINENSE DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL, uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, de cunho religioso, atuante nas áreas educacionais, assistenciais e de saúde. 7.1 ELABORAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL Como pode ser observado, há vários modelos do Balanço Social disponíveis. Contudo, as informações neles contidas não diferem muito. Praticamente, todas as entidades procuram apresentar, por meio de dados qualitativos e quantitativos, as suas realizações. Para montar um Balanço Social é muito importante o levantamento dos dados que servirão de base para a elaboração das demonstrações. Quando uma organização tem desejo de elaborar o balanço social, deve se preocupar, durante o ano, na construção de um sistema que possa mensurar, além dos dados contábeis e dos valores que compõem o Balanço Patrimonial, um sistema que contenha dados do que a entidade fez no que diz respeito à responsabilidade social, seus eventos, número de participantes, entre outros dados. É preciso ter um bom planejamento quanto ao quadro de pessoal do último dia do ano, pois baseado nesses dados é que são estruturados os dados do corpo funcional da empresa. Foram utilizados três bancos de dados para levantar as informações. Posteriormente, foi utilizada uma ferramenta da Microsoft (Access) para filtrar as informações necessárias à construção do Balanço Social. 7.1.1. Dados Contábeis No banco de dados contábil foram obtidas informações sobre os valores desembolsados pela instituição na realização dos diversos projetos sociais, além dos investimentos em seus colaboradores. 53 7.1.2. Dados dos Recursos Humanos Neste banco de dados buscou-se informações para analisar e demonstrar a qualificação dos colaboradores de cada empresa. Ao ser analisado este banco de dados na instituição, percebeu-se sua complexidade para extrair as informações necessárias para a elaboração do balanço. Como foi o primeiro Balanço Social da Instituição, houve uma dificuldade em levantar os dados qualitativos de seus funcionários, pois como há um programa de carreira dentro da empresa, um funcionário que exercia uma função em um ano, podia estar em outra quando apuramos estes dados. Foi feito um levantamento dos funcionários promovidos durante o período e as transferências dentro das diversas instituições para que houvesse exatidão. 7.1.3. Dados das Ações Sociais Como a Instituição é uma entidade filantrópica, precisa apresentar anualmente um relatório das suas ações sociais, portanto, criou-se um banco de dados para registrar suas ações realizadas nas mais diversas formas. Este banco de dados, facilitou consideravelmente a apuração numérica de suas ações. 7.2 BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS No Balanço Social abaixo apresentado foi utilizado o modelo Ibase, resultante da montagem de um banco de dados constituído ao longo do ano. Devem-se apurar os dados e apresentá-los, conforme sugere o modelo escolhido. 54 Balanço Social Anual 2006 1) Base de Cálculo Receita Líquida (RL) Resultado Operacional (RO) Folha de Pagamento Bruta (FPB) 2) Indicadores Sociais Internos Valor (Mil R$) Alimentação Encargos sociais compulsórios Previdência privada Saúde Segurança e medicina no trabalho Educação Cultura Capacitação e desenvolvimento profissional Outros Total - Indicadores Sociais Internos 3) Indicadores Sociais Externos 73 1.067 255 468 32 366 40 164 1.418 3.883 Valor (Mil R$) 2006 2005 Valor (Mil Reais) Valor (Mil Reais) 11.348 10.148 1.298 7.685 1.227 6.787 %Sobre FPB %Sobre RL 0,95% 13,88% 3,32% 6,09% 0,42% 4,76% 0,52% 2,13% 18,45% 50,53% 0,64% 9,40% 2,25% 4,12% 0,28% 3,23% 0,35% 1,45% 12,50% 34,22% %Sobre FPB %Sobre RL Valor (Mil R$) 48 907 232 447 33 348 38 119 1.110 3.282 Valor (Mil R$) %Sobre FPB %Sobre RL 0,71% 13,36% 3,42% 6,59% 0,49% 5,13% 0,56% 1,75% 16,35% 48,36% 0,47% 8,94% 2,29% 4,40% 0,33% 3,43% 0,37% 1,17% 10,94% 32,34% %Sobre FPB %Sobre RL Educação Cultura Saúde e saneamento Jurídoco e Social Creches Vestuário Alimentação Outros Total das Contribuições para a Sociedade Tributos (excluídos encargos sociais) 2.361 120 75 10 491 221 55 32 3.365 43 30,72% 1,56% 0,98% 0,13% 6,39% 2,88% 0,72% 0,42% 43,79% 0,56% 20,81% 1,06% 0,66% 0,09% 4,33% 1,95% 0,48% 0,28% 29,65% 0,38% 1.601 114 91 9 483 275 83 41 2.697 41 23,59% 1,68% 1,34% 0,13% 7,12% 4,05% 1,22% 0,60% 39,74% 0,60% 15,78% 1,12% 0,90% 0,09% 4,76% 2,71% 0,82% 0,40% 26,58% 0,40% Total – Indicadores Sociais Externos 3.408 44,35% 30,03% 2.738 40,34% 26,98% 4) Indicadores Ambientais Relacionados com a operação da empresa Em Programas e/ou projetos externos Total dos Investimentos em Meio Ambiente 5) Indicadores do Corpo Funcional Nº de empregados ao final do período Nº de admissões durante o período Nº de empregados acima de 45 anos Nº de mulheres que trabalham na empresa % de cargos de chefia ocupados por mulheres Nº de negros que trabalham na empresa % de cargos de chefia ocupados por negros Nº de empregados portadores de deficiência FIGURA 7 - BALANÇO SOCIAL DA IASBEAS Fonte:IBASE 882 143 154 713 51,28% 49 2,56% 775 74 155 695 52,50% 38 2,50% 34 15 55 Relação entre o maior e menor remuneração na empresa 0 0 0 Número total de acidentes de trabalho 0 ( ) pela direção (X) direção e gerências ( ) todos os empregados ( ) pela direção (X) direção e gerências ( ) todos os empregados Os padrões de segurança e salubridade no ambiente de ( ) pela direção (X) direção e trabalho foram definidos: gerências ( ) todos os empregados ( ) pela direção (X) direção e gerências ( ) todos os empregados Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa foram definidos: A previdência privada contempla: ( ) direção ( ) direção e (X) empregados de ( ) direção gerências carreira Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de responsabilidade social e ambiental adotados pela empresa: ( ) não são considerados (X) são sugeridos ( ) são exigidos ( ) não são considerados Quanto à participação dos empregados em programas de trabalho voluntário, a empresa: ( ) não se envolve (X) apóia ( ) organiza e incentiva ( ) não se envolve ( ) direção e (X) gerências empregados de carreira (X) são ( ) são sugeridos exigidos (X) apóia ( ) organiza e incentiva FIGURA 8 – CONTINUAÇÃO DOS GRÁFICOS DO BALANÇO SOCIAL DA INSTITUIÇÃO ADVENTISTA Fonte:IBASE 56 7.3 ANÁLISE DOS INDICADORES SOCIAIS Do balanço social podem-se extrair vários indicadores, tanto quantitativos como qualitativos. Os indicadores que podem ser extraídos podem tanto ser econômicos como sociais. Esses indicadores dão a entidade uma maior credibilidade perante a sociedade. Para que haja um melhor entendimento dos números apresentados no balanço social, serão utilizados indicadores que tem como objetivo demonstrar quais foram os pontos fortes e fracos da entidade. Através desses indicadores poderão ser tomadas decisões importantes quanto ao papel da entidade ao longo do período. 1) Base de Cálculo: Os Valores que formam a base de cálculo são formados pela Receita Liquida (RL), Resultado Operacional (RO), e Folha de pagamento bruta (FPB). Os valores foram extraídos do sistema contábil da própria entidade. Para melhor visualização dos dados que formaram a base de calculo nos anos de 2005 4.000 2.000 10.148 6.787 6.000 1.227 8.000 11.348 10.000 Escolaridade dos Funcionários 2001 1.298 12.000 11,82 5 80% 7.684 11,82% e 2006, será apresentado um gráfico, demonstrando as variações nos dois períodos. Receita Líquida (RL) Resultado Operacional (RO) Folha de Pagamento Bruta (FPB) - 2006 2005 FIGURA 7: GRAFICO DA BASE DE CALCULO Verificou-se que a receita líquida teve um crescimento de 11,82% em relação ao ano 57 de 2005. Porém o resultado operacional não teve o mesmo crescimento, ficando em 5,80%. Um dos motivos do aumento na Receita Liquida, foi o investimento que a entidade fez na capacitação dos seus colaboradores. Durante o período foram feitas palestras e simpósios voltados para a qualidade total. A folha de pagamento teve maior crescimento, ficando em 13,22%. Esse crescimento se deu pelo reajuste salarial dos professores pelo sindicato, ficando em mais de 10%. Além do reajuste no salário dos professores, foi repassado aos demais servidores o mesmo percentual de aumento. Outro fator que contribuiu com o aumento do custo da folha de pagamento, foram as novas contratações para atender o novo colégio construído na cidade de Itajaí. 2) Indicadores Sociais Internos: Os indicadores sociais internos tiveram as seguintes variações: In d ic a d o r e s S o c ia is In t e r n o s 2006 73 1.067 255 468 32 366 40 164 1.418 A l i m e n ta ç ã o E n c a r g o s so c i a i s c o m p u l só r i o s P re v id ê n c ia p riv a d a Saúde S e g u r a n ç a e m e d i c i n a n o tr a b a l h o Ed u ca çã o C u l tu r a C a p a c i ta ç ã o e d e se n v o l v i m e n to p r o fi ssi o n a l O u tr o s 2005 48 907 232 447 33 348 38 119 1 .1 1 0 3.883 FIGURA 8: GRAFICO DOS INDICAORES SOCIAIS INTERNOS s tr o se ed e ão aç ci t pa Ca Ou . .. a lt u r aç Ed uc ed Cu ão . i ci. e úd gu r an ça em Sa ad r iv ia p Pr ev idê nc Se En ca rgo ss A li oc me iai s n ta . .. çã o a 1 .5 0 0 1 .2 0 0 900 600 300 - 58 Os valores dos indicadores sociais internos mostram que a entidade aumentou, no ano de 2006, os gastos em relação ao ano de 2005. Verificou-se um aumento significativo praticamente em quase todos os itens. A IASBEAS oferece vale refeição, porém devido à mudança de turno no colégio da cidade de Joinville, São Francisco do Sul e Indaial, passou a oferecer refeições em suas instalações. Devido essa mudança foi contratado um colaborador para que ficasse responsável por mais esse setor. Em 2006 os encargos sociais compulsórios totalizaram 1.067 um aumento de 17,64% em relação a 2005. Os encargos sociais compulsórios em 2006 representaram 13,89% de toda folha de pagamento, já em 2005 representaram 13,36%. Um dos fatores desse crescimento foram as contratações no período. A entidade manteve seus investimentos em previdência privada, saúde, segurança e medicina do trabalho conforme ano anterior. Porém houve uma aplicação relevante em educação: a IASBEAS passou a auxiliar seus colaboradores no ensino superior. Nesse mesmo período não houve investimento significativo em cultura, mantendo-se o mesmo percentual de crescimento do ano anterior. Observou-se que a IASBEAS em 2006 investiu 1,45% de sua Receita Líquida em capacitação e desenvolvimento profissional, tendo um aumento de 27,75% em relação ao ano de 2005. No indicador outros, estão contemplados os demais gastos que a empresa teve com os colaboradores de caráter social. 59 3) Indicadores Sociais Externos: Na figura abaixo, há todas as variações relativas aos indicadores sociais externos: 2006 3) Indicadores Sociais Externos Valor %Sobre RO %Sobre RL 30,73% 1,56% 0,98% 0,13% 6,39% 2,88% 0,72% 0,42% 20,81% 1,06% 0,66% 0,09% 4,33% 1,95% 0,48% 0,28% (Mil R$) 1.601 114 91 9 483 275 83 41 43,79% 0,56% 29,65% 0,38% Total – Indicadores Sociais Externos 3.408 44,35% FIGURA 9: TABELA DOS INDICAROES SOCIAIS EXTERNOS 30,03% Educação Cultura Saúde e saneamento Jurídoco e Social Creches Vestuário Alimentação Outros (Mil R$) 2.361 120 75 10 491 221 55 32 Valor Total das Contribuições para a Sociedade Tributos (excluídos encargos sociais) 3.365 43 2005 %Sobre RO %Sobre RL 23,59% 1,68% 1,34% 0,13% 7,12% 4,05% 1,22% 0,60% 15,78% 1,12% 0,90% 0,09% 4,76% 2,71% 0,82% 0,40% 2.697 41 39,74% 0,60% 26,58% 0,40% 2.738 40,34% 26,98% Fonte : IBASE No ano de 2006 a IASBEAS gastou R$ 2.361 milhões em educação, valor maior que 2005 que totalizou R$ 1.601 milhões. Esse crescimento deve-se ao aumento da gratuidade escolar oferecida aos alunos carentes. Em cultura a IASBEAS pagou em 2006 R$ 120 mil, que foram aplicados na compra de livros para distribuição gratuita, já em 2005 foram gastos R$ 114 mil. De modo geral percebe-se que a IASBEAS têm aplicado recursos nos indicadores sociais externo. Sua política de investimentos tem sido mantida, mesmo tendo em 2006 indicadores reduzidos como saúde, saneamento, vestuário e alimentação. Porém nota-se que esses recursos foram diminuídos para que fosse aplicado em creche que em 2006 gastou R$ 491 mil, valor bastante relevante em comparação a diminuição dos demais indicadores. De indicares sociais externos a IASBEAS gastou em 2006 R$ 3.408 milhões, valor superior que 2005 que foi de R$ 2.738, demonstrando o envolvimento da IASBEAS com os indicadores externos. 60 4) Indicadores Ambientais: Conforme tabela abaixo, a IASBEAS não teve gastos em indicadores ambientais. A entidade não possui recursos destinados para essa área em específico, seus investimentos destinam-se à área social. 5) Indicadores do Corpo Funcional: Para melhor compreensão, o corpo funcional será destacado na tabela abaixo, onde pode-se observar as variações: 5) Indicadores do Corpo Funcional Nº de empregados ao final do período Nº de admissões durante o período Nº de empregados acima de 45 anos Nº de mulheres que trabalham na empresa % de cargos de chefia ocupados por mulheres Nº de negros que trabalham na empresa % de cargos de chefia ocupados por negros Nº de empregados portadores de deficiência 2006 2005 882 107 154 713 51,28% 49 2,56% 34 775 74 155 695 52,50% 38 2,50% 15 FIGURA 10: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 1 Fonte: IBASE No ano de 2006 a entidade abriu novas vagas de emprego totalizando 107. Nesse mesmo período diminuiu a quantidade de funcionários com mais de 45 anos, que devido a sua quantidade não pode ser considerado um indicador de grande relevância. Nesse indicador destaca-se que 81% do total de colaboradores são do sexo feminino, sendo que 51,28% dos cargos de chefias estamos sendo ocupados por mulheres. Na IASBEAS possuem em seu quadro de colaboradores 77 pessoas negras, ocupando somente 1,28% das vagas de chefia. Em 2006 a IASBEAS fechou o ano com 34 colaboradores com algum tipo de deficiência. Em relação a 2005 houve um aumento em mais de 100%. Esse fato ocorreu pela obrigatoriedade imposta pelo governo, que determina que a instituições filantrópicas tenham em seu quadro de colabores no mínimo 5% de pessoas com alguma deficiência. Embora a IASBEAS tenha melhorado nesse item, não atingiu ainda a meta que é de 44 pessoas. 61 6) Outros Indicadores do Corpo Funcional: Para que haja um melhor entendimento do corpo funcional da IASBEAS, foram elaborados gráficos demonstrando as distribuições existentes, bem como a participação em cada categoria. 7% 1% 5% N° de Funcionários por Faixa Etária 2006 19% 34% De 0 a 20 anos De 21 a 30 anos De 31 a 40 anos De 41 a 50 anos De 51 a 60 anos Acima de 61 anos 47 295 293 171 66 10 5,33% 33,45% 33,22% 19,39% 7,48% 1,13% 34% FIGURA 11: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 2 Na IASBEAS em 2006 as faixas etárias mais relevantes são a dos colaboradores de 21 a 30 anos que somam 295 colaboradores, tendo uma participação de 33,45% do total geral do quadro de pessoal. E a faixa etária dos colaboradores de 31 a 40 anos que somam 293, ou seja, 33,22% do total geral dos colaboradores. Isso demonstra que na entidade há expectativa de permanência no emprego. Nota-se que a rotatividade é muito baixa. Concluise nessa figura também que existe uma boa distribuição por faixa etária. 62 0% 9% Escolaridade dos Funcionários 2006 4% 3% 32% 28% 24% 1° Grau Incompleto 1° Grau Completo 2° Grau Incompleto 2° Grau Completo Superior - Incompleto Superior Analfabetos Pós Graduação - Especialização Pós Graduação - Mestrado 75 32 23 251 210 291 0 0 0 8,50% 3,63% 2,61% 28,46% 23,81% 32,99% 0,00% 0,00% 0,00% FIGURA 12: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 3 Nessa figura destaca-se a escolaridade de todos os colaboradores. Conforme demonstrativo existe um bom número de pessoas que possuem o ensino superior, isto é, 32,99% do total. Também destaca-se a quantidade de colaboradores que estão fazendo faculdade. Esses números demonstram que a IASBEAS oferece auxilio educacional aos seus colaboradores. 0% 0% 0% 2% Nº Funcionários por Tempo de Empresa 10% 22% 66% De 0 a 05 anos De 06 a 10 anos De 11 a 15 anos De 16 a 20 anos De 21 a 25 anos De 26 a 30 anos Acima de 30 anos 2006 573 197 87 17 4 2 2 2005 64,97% 22,34% 9,86% 1,93% 0,45% 0,23% 0,23% FIGURA 14: TABELA DOS INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 4 Na IASBEAS em 2006 a entidade apresentou seu quadro de tempo por serviço de seus colaboradores. Percebe-se que existe um número expressivo daqueles que tem até 5 anos de contratação. Nesse quadro é evidenciado que em anos anteriores a 2006 houve uma grande rotatividade de colaboradores. 63 7) Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania empresarial: Durante o ano de 2006 a entidade não teve nenhuma ação judicial decorrente de reclames de direitos trabalhistas. No período analisado também não houve acidentes de trabalho, sendo considerado um ano bastante positivo para a entidade. A IASBEAS no ano de 2006 destacou nos investimentos na prevenção de acidentes e na busca da satisfação dos colaboradores. 7.4 PROJETOS SOCIAIS 1) Lar Infantil Adventista Catarinense (LIAC) O Lar Infantil Adventista Catarinense, situado no Bairro Iperobá, São Francisco do Sul, é uma instituição mantida pela UNIÃO SUL BRASILEIRA DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, entidade assistencial, educacional e religiosa. O Lar Infantil Adventista Catarinense de São Francisco do Sul, tem como finalidade única, acolher, amparar, educar, sob a luz do cristianismo. Trazer menores desamparados, independente de cor, raça, ou credo, para o convívio de um lar que lhes faculte o desenvolvimento harmônico das faculdades físicas, mentais e espirituais. A meta prioritária do L.I.A.C. é reintegrar a criança do convívio familiar perdido e torná– la participativa no aprendizado doméstico, com trabalhos manuais desenvolvidos no local. Ao findar a idade de permanência no lar, são encaminhadas às Instituições que a Mantenedora possuir no Brasil, onde continuarão seus estudos. A duração é por prazo indeterminado. Crianças e adolescentes com vínculo familiar prejudicado, em razões de negligência ou abandono, têm a possibilidade de reorganizarem-se, vivendo em um ambiente que busca resgatar o vínculo perdido. Com atendimento de 24 horas, um pai e uma mãe social orientam as crianças e adolescentes a fim de estruturá-los emocional e profissionalmente, suprindo, assim, suas necessidades físicas, sociais, emocionais, afetivas e intelectuais. Todas as crianças e adolescentes freqüentam regularmente a escola, tendo um acompanhamento do aproveitamento. 2) Escolas Adventistas - Gratuidade Escolar 64 A Educação Adventista está presente no mundo em uma rede de 7.000 escolas, colégios e universidades, mais de 1.3000.000 alunos e 61.000 professores. No Brasil, há 114 anos está presente, contando com 500 escolas e 130.000 alunos. Em Santa Catarina, conta com 15 escolas. Colégio Adventista de Florianópolis – Centro – Educação Infantil ao 3º ano do Ensino Médio Colégio Adventista de Florianópolis – Estreito – Educação Infantil ao 3º ano do Ensino Médio Colégio Adventista de Joinville – Saguaçú – Educação Infantil ao 3º ano do Ensino Médio Colégio Adventista de Itajaí – Educação infantil – 1º Ano Ensino Médio – implantação Gradativa Colégio Adventista de Indaial – Educação Infantil ao 3º ano do Ensino Médio Colégio Adventista de são Francisco do Sul – Educação infantil ao 3º ano do Ensino Médio Escola Adventista De tubarão – Educação Infantil ao 9º Ano Escola Adventista de Chapecó – Educação Infantil ao 9º Ano Escola Adventista de Joinville – Bom Retiro – Educação Infantil ao 9º Ano Escola Adventista de Joinville – Costa e Silva – Educação Infantil ao 5º Ano Escola Adventista de Joinville – Centro – Educação Infantil ao 9º Ano Escola Adventista de Imbituba – Educação Infantil ao 5º Ano Escola Adventista de Rio do Sul – Educação Infantil ao 5º Ano Escola Adventista de Bom Retiro – Educação Infantil ao 5º Ano Instituto Adventista de Ensino de Santa Catarina – 1º ao 3º ano do Ensino Médio As Escolas Adventistas oferecem serviço de assistência educacional para alunos carentes, através de um estudo de caso para avaliar e mensurar a real necessidade do aluno, oferecendo ensino de qualidade se necessário material escolar. 65 3) Agencia Adventista de Recursos Assistenciais – ADRA A agência Adventista de desenvolvimento e Recursos assistenciais é uma agência humanitária da IASD. Foi estabelecida em 1984 com o propósito específico de promover o desenvolvimento individual e comunitário e assistir em casos de desastres. Em 1997 o concílio Econômico e Social da ONU outorgou a ADRA o status de Consultora Geral. A ADRA foi criada para dar proteção às famílias em situação de vulnerabilidade, com ênfase no atendimento às crianças e adolescentes, através de reuniões em grupo e acompanhamento individual com psicólogo e assistente social, buscando sempre atender as necessidades primárias. ADRA está presente em mais de 120 países; ADRA prestou ajuda avaliada em mais de U$ 108 milhões no ano de 2002; Em 2002 os programas de ADRA beneficiaram mais de 15 milhões de pessoas em todo o mundo. Os recurso da Adra são provenientes de : Doações em dinheiro ou em espécie; Subvenções de Órgãos superiores da Igreja; Subsídios de Órgãos do Estado; Subsídios e doações de pessoas físicas e jurídicas; Juros, rendas e outros benefícios originados pelos recursos financeiros; Doações, aportes e subvenções de ONG nacionais e internacionais. O objetivo da ADRA é oferecer ajuda humanitária para as pessoas que estejam passando por dificuldades nas mais diferentes esferas: Alimentação, vestuário, catástrofes da natureza, qualificação de mão-de-obra e geração de renda. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após o desenvolvimento deste trabalho, conclui-se que as organizações, nas pessoas de seus gestores, precisam conscientizar-se da responsabilidade social que cabe a cada entidade. Esta responsabilidade tem que ser compartilhada com todos que estão envolvidos com a empresa, desde o chamado “chão de fábrica” até a diretoria. Vivemos num mundo onde a evolução tecnológica é muito veloz e as empresas precisam acompanhar esta evolução, demonstrando, ao seu corpo de funcionários e ao diversificado público, suas ações de responsabilidade social através de um Balanço Social que transmita a confiabilidade que elas vendem em sua marca. Esta confiabilidade é adquirida através de uma apuração de dados eficaz para a estruturação do Balanço Social. Essas apurações de dados tornaram-se difícil, uma vez que entidade não possuía um Back-up do banco de dados dos Recursos Humanos do último dia de cada ano. Para que estas demonstrações sejam realizadas e que transmitam confiabilidade, é necessário que haja uma auditoria interna, certificando-se da veracidade dos dados apurados. O Balanço Social já é uma realidade em algumas empresas. Dados do Ibase relatam que 1997 apenas dez empresas realizam o Balanço Social, porém em 2000 mais de 250 participaram demonstrando a sua Responsabilidade Social. Portanto, vê-se a necessidade de um Balanço Social anual. Espera-se, contudo, que esse trabalho possa contribuir para que a classe contábil possa conscientizar para a questão social e ecológica. Todo conhecimento adquirido, seja em livros ou na vida prática, deve ser empregado no melhoramento e na solução dos problemas sociais. Cada relatório ou demonstração contábil deve visar a transparência dos dados apresentados, de maneira ética e profissional. Os princípios contábeis devem reger cada etapa do trabalho, porém os princípios morais devem estar em primeiro lugar. Em linhas gerais, o balanço social serve como um marketing para a entidade, pois através dele é demonstrado preocupações com questões fundamentais da 67 atualidade, tanto as questões ambientais, as quais dizem respeito à escassez de recursos e deterioração do meio ambiente como as questões humanas, as quais dizem respeito ao ser humano, também quanto à explosão populacional, a fome e a miséria. As empresas devem considerar as três dimensões ao definirem as estratégias selecionadas: os lucros, a satisfação dos desejos dos consumidores e o interesse público. No Brasil, o balanço social tem sido o grande diferencial para muitas entidades. Para essas entidades o balanço social está sendo utilizado para designar sua atuação no campo social com o objetivo de demonstrar diferenças competitivas, sem que essas ações possam influenciar comportamentos coletivos. Atualmente cresce no Brasil, o número de empresas que associam o seu nome e/ou imagem a causas sociais, com o intuito de estimular as vendas ou agregar valores a sua imagem institucional. Na maioria das vezes as empresas promovem ações sociais que são classificadas como responsabilidade social ou outro termo semelhante, portanto, de técnicas de marketing comercial. Para muitos administradores, o balanço social tem se tornado uma ferramenta importante e indispensável para que sua entidade seja conhecida pelos clientes. Porém sabe-se que algumas entidades têm incluído informações no balanço social que nunca foram realizadas. Por isso os gestores ou administradores devem possuir o senso de que as informações contidas no balanço social, têm como fator principal a transformação do ambiente social, que só poderá acontecer na prática. Conclui-se que os administradores ou gestores são os principais motivadores para a aplicação da responsabilidade social que está contida no balanço social. Para que o balanço forneça as informações corretas, a entidade deve possuir um sistema de informações, baseado no correto registro contábil. A contabilidade ajuda fornecendo os dados de forma transparente e coerente, auxiliando como um importante instrumento para a elaboração do balanço social. Toda entidade e principalmente as de cunho social deveriam publicar o seu balanço social. Em relação à aplicação pratica, isto é, o estudo de caso, conclui-se que o modelo utilizado pela entidade do balanço social, atendeu a necessidade da empresa em demonstrar seus indicadores econômicos. 68 Todos os objetivos, tanto geral com especifico foram atingidos. Por meio dos indicadores sociais fornecidos pelo balanço social, a entidade pode entender sobre a necessidade existente de que sejam efetuados investimentos em outras áreas também importantes. 8.1 RECOMENDAÇÕES • Que seja publicado esse balanço social no site do IBASE e que tal publicação seja uma decisão anual da entidade; • Que a entidade crie mecanismos que facilitem a coleta dos dados para a elaboração do balanço social; • Criar banco de imagens com todas as atividades sociais praticadas pela entidade, para que seja divulgada juntamente com o balanço social como forma de melhor compreensão das atividades desenvolvidas pela entidade. 8.2 LIMITAÇÃO DA PESQUISA • Na busca de material bibliográfico, notou-se que a Univali não possui em sua biblioteca livros suficientes para desenvolvimento do tema apresentado. Em sua maioria as bibliografias existentes estão desatualizadas. Para que o trabalho fosse concluído teve-se que adquirir vários livros. REFERÊNCIAS BEUREN, Ilse Maria(org). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: Teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2003. CALIXTO, Laura (2005) Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília: CFC, nº 155, set/out2005, p.23. CARNEIRO, J.D. A responsabilidade social do contabilista, Jornal CRS/SC, Florianópolis, jan/fev. 2001, v. 10, n. 1, p. 2. CERVO. A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Makron Books, 1996. Conselho Federal de Contabilidade. Disponível em www.cfc.gov.br COSTA, Aloysio Teixeira. Administração de Entidades Sem Fins Lucrativos. São Paulo: Nobel, 1992. DE LUCA, Márcia Martins Mendes. Responsabilidade Social. Revista Brasileira de Contabilidade, março,abril 2005, Brasilia, nº. 152, p. 27 DOWER, Nelson Godoy Bassil. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Atlas, 1986. DRUCKER, F. Peter. Administração de Organizações sem fins lucrativos. São Paulo: Pioneira, 1997. ETHOS, Instituto. Disponível em www.ethos.org.br. GIL, A. 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