6 ELABORAÇÃO DO PLANO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS NA PARTICIPAÇÃO POPULAR NO MUNICÍPIO DE SANTANA/AP Márcia Cristiane da Silva Galindo ¹ RESUMO A pesquisa em questão foca nas possibilidades e desafios da participação popular no Município de Santana nas 03 etapas da Elaboração do Plano Habitacional de Interesse Social, as estratégias metodológicas propostas de inclusão e a busca para a solução da problemática do déficit habitacional no Município. O objetivo geral é analisar essas possibilidades e desafios verificando se a participação popular inferiu dentro das estratégias metodológicas oferecidas na construção do Plano Municipal Habitacional de Interesse social. E seus objetivos específicos: a) averiguar se nas etapas da construção do PMHIS houve a participação popular efetiva nas tomadas de decisões; b) identificar quais foram os atores sociais na construção do PMHIS; c) avaliar se a participação popular contribuiu para construção do PHMIS de maneira eficaz e capturando o problema real da cidade. As referências teóricas foram distribuídas em três capítulos com um enfoque qualitativo e quantitativo, a metodologia do trabalho foi dividida em 05 macroações, contando com três etapas com a participação popular: 1 Proposta Metodológica; 2 Diagnóstico; 3 Estratégias de Ação. Os resultados sinalizam haver uma participação popular ativa e que as opiniões contribuíram para encontrar o déficit habitacional. Recomenda-se que os outros Municípios sigam as propostas metodológicas participativas desse plano para a garantia dos direitos e transparência nos gastos da gestão voltados para as políticas urbanas. Palavras-chave: Plano habitacional de interesse social. Participação popular. Gestão Democrática. ¹ Licenciada Plena em Letras/Inglês; Especialista em Linguística Textual; Mestre em Ciências da Educação; Doutoranda em Ciências da Linguagem; Membro do Fórum de Diversidade Cultural do Amapá; Professora do Centro de Ensino Superior do Amapá-CEAP. E-mail: [email protected] 7 PREPARATION OF HOUSING PLAN OF SOCIAL INTEREST: OPPORTUNITIES AND CHALLENGES IN POPULAR PARTICIPATION IN THE CITY OF SANTANA / AP Márcia Cristiane da Silva Galindo ¹ ABSTRACT The research in question focuses on the possibilities and challenges of popular participation in Santana municipality the 03 steps Development of Social Interest Housing Plan, the methodological strategies include proposals and the search for the solution of the housing shortage problem in the city. The overall objective is to analyze these possibilities and challenges sure that popular participation inferred within the methodological strategies offered in the construction of the Municipal Housing Plan of social interest . And your specific goals : a) ascertain whether the steps of the construction of PMHIS was popular effective participation in decision making ; b) identify what were the social actors in building the PMHIS ; c) assess whether public participation contributed to building the PHMIS effectively and capturing the real problem of the city. The theoretical references were divided into three chapters with a qualitative and quantitative approach; the methodology of the work was divided into 05 macroações, with three stages with popular participation: 1 Methodological Proposal; 2 Diagnosis; 3 Action Strategies. The results showed that there was a popular active participation and opinions contributed to finding the housing deficit. It is recommended that other municipalities follow the participatory methodological proposals of this plan to guarantee the rights and transparency in the management of expenses facing urban policies. Keywords: Housing Plan of social interest. Popular participation. Democratic Management. ¹ Licenciada Plena em Letras/Inglês; Especialista em Linguística Textual; Mestre em Ciências da Educação; Doutoranda em Ciências da Linguagem; Membro do Fórum de Diversidade Cultural do Amapá; Professora do Centro de Ensino Superior do Amapá-CEAP. E-mail: [email protected]. 8 1 INTRODUÇÃO Os índices de qualidade de vida habitacional apontam melhoras nas últimas décadas em boa parte do mundo, inclusive no Brasil, que possui uma grande parcela da população brasileira vivendo em situação de precariedade urbanística e vulnerabilidade socioambiental. Um quadro de desenvolvimento econômico equitativo e ambientalmente sustentável passa pelo atendimento das necessidades habitacionais brasileiras, com a eliminação dos déficits de novas moradias e das condições inadequadas de habitação. Viera 2009, afirmar que, não pode haver argumentos para a recusa de financiamentos para a melhoria da qualidade de vida nas cidades, frisando-se que devem ser melhorias planejadas para os territórios, para uma positiva reestruturação, que além do claro benefício dos cidadãos, é também um investimento com retornos em termos de demandas dos mercados, que refletem positivamente em várias áreas. A implementação dessas novas políticas de habitação deve ocorrer por meio de um planejamento estratégico do setor e a ferramenta indicada para tal são os Planos Habitacionais de Interesse Social (PLHIS), que não poderá deixar de fora o Estado do Amapá e o local da pesquisa Santana (segundo maior município do estado), desenvolvidos no âmbito dos Governos Federal, Estadual e Municipal, que devem preferencialmente passar por um controle e pactuação com a sociedade civil. A participação popular no caso dos PLHIS 1 é de suma importância, pois diferentemente dos Planos Diretores, os planos não precisam obrigatoriamente ser transformados em lei, apesar de sua elaboração ser requisito obrigatório para os municípios e Estados acessarem os recursos do FNHIS 2, este “documento”, sem a participação popular e sua apropriação, pode vir a integrar o “acervo” dos depósitos dos governos, e seu conteúdo pode ser legado a se perder no tempo. Esta pesquisa vai focalizar na construção do Plano Municipal de Interesse Social (PMHIS)3 e tentar-se-á versar sobre as dificuldades de diagnosticar o cenário da problemática habitacional no município de Santana/AP, bem como traçar alguns apontamentos no que concerne a utilização do plano para o planejamento municipal, partindo de uma gestão democrática dentro das políticas públicas locais. Sabe-se que no estado e no município os espaços habitados são precários, com moradias autoconstruídas e formadas a partir da ocupação de terrenos públicos ou privados e muitas vezes invasões nas áreas de ressacas. Portanto, as 03 questões norteadoras deste artigo partiram da problemática citada e busca a comprovação da pesquisa: 1 Houve a participação popular efetiva na construção do PMHIS? 1 PLHIS- Plano Local de Habitação de Interesse Social FNHIS- Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social 3 PMHIS- Programa Municipal de Habitação de Interesse Social 2 9 2 Quais os atores sociais envolvidos neste processo para garantia da democracia na gestão pública? 3 Quais as possibilidades e desafios apontadas através da participação popular para capturar os problemas do município relacionados a habitação de interesse social? Partindo da problemática, entende-se que, a pobreza, o desemprego e a desigualdade social são fatores fundamentais para o surgimento e o agravamento da crise de moradias nos municípios, a dinâmica habitacional não pode ser avaliada apenas a partir da ótica da distribuição de renda. Mesmo nos países desenvolvidos, em que os rendimentos se distribuem com maior equidade, a intervenção pública no campo da moradia tem sido fundamental para garantir o acesso universal da população a esse bem. Verifica-se, assim, a necessidade da integração efetiva entre a política habitacional, a política urbana e as políticas sociais de um modo geral. Isso faz com que, além da possibilidade da produção direta de novas unidades habitacionais, a intervenção também tenha dimensões da sociedade civil através da participação popular. O trabalho tem como objetivo geral: analisar as possibilidades e desafios que a participação popular inferiu dentro das estratégias metodológicas oferecidas na construção do Plano Municipal Habitacional de Interesse social. E seus objetivos específicos: a) averiguar se nas etapas da construção do PMHIS houve a participação popular efetiva nas tomadas de decisões; b) identificar quais foram os atores sociais na construção do PMHIS; c) avaliar se a participação popular contribuiu para construção do PHMIS de maneira eficaz e capturando o problema real da cidade. O artigo também foi divido em três capítulos: 1 Plano de habitação de interesse social: breve histórico que abrange; 2 Captação de recursos para o plano habitacional de interesse social para os munícipios e 3 Participação popular na construção do plano habitacional de interesse social no município, que serão descritos no decorrer da pesquisa. A metodologia da pesquisa foi realizada em 03 etapas com a participação popular: 1 Proposta Metodológica - Os procedimentos para elaboração do plano e os mecanismos de efetivação da participação da sociedade do processo de construção do Plano. Produto: Proposta metodológica e memorial e material comprobatório da participação popular. 2 Diagnóstico - Conteúdo: quantificação e qualificação da oferta e das necessidades habitacionais e identificação dos limites e potencialidades dos quadros político-institucional e financeiros existentes no governo local. Produtos: Diagnóstico do setor habitacional, memória e material comprobatório da participação popular. 3 Estratégias de Ação - Conteúdo: Plano de Ação, que norteará o desenvolvimento de projetos habitacionais, a alocação de recursos, assim como a aplicação, definição ou revisão dos marcos regulatórios e legais. Produto: 10 Estratégias de ação, com a definição de princípios; objetivos, programas, ações, metas, recursos, fontes de financiamento, indicadores e formas de monitoramento, avaliação e revisão. Espera-se que os resultados obtidos busquem solucionar a problemática proposta. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PLANO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: breve histórico A Constituição Federal de 1988 traz como um direito fundamental, o direito à moradia, cravado como cláusula pétrea no texto constitucional. É importante frisar que a moradia entra como direito social por meio de uma emenda constitucional (n° 26/2000), fruto de luta dos movimentos sociais. Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (BRASIL, 1988) O crescimento das cidades acontece na medida em que o “desenvolvimento das forças produtivas é suficiente, no campo, para permitir que o produtor primário produza mais que o estritamente necessário à sua subsistência” (SINGER, 2002, p.9). De acordo o ponto de vista do autor, entende-se que o crescimento das cidades é possível se a divisão do trabalho entre campo e cidade ocorre. Isso explica porque no Brasil, ao início do século XX, suas cidades apresentavam baixo grau de urbanização – grande parte da população vivia inserida em uma economia de subsistência, desintegrada de qualquer divisão supralocal (nacional ou internacional) de trabalho. Por se tratar de um direito fundamental, goza o direito à moradia de aplicação imediata, conforme disposto no § 1º do artigo 5º da Constituição. Não depende assim, de qualquer regulamentação para que seja efetivado. Precisa-se mencionar que, também como um direito fundamental, a Constituição assegura a todos o direito à propriedade, determinando, ainda, que ela deverá cumprir com uma função social. “Art. 5º.- XXII – é garantido o direito de propriedade; XXIII – A propriedade atenderá a sua função social”. (BRASIL, 1888). Estes dois dispositivos devem ser entendidos de forma conjunta: a função social é parte integrante do próprio conteúdo do direito de propriedade. Isto é, tal direito inexiste se não estiver corroborado pelo exercício de tal função. A Constituição Federal, ao garantir o direito de propriedade, condicionou seu exercício ao atendimento de uma garantia maior, qual seja, a realização e/ou o atendimento de sua função social. Buscando a proteção do direito à moradia das pessoas que vivem nos assentamentos precários, a Constituição Federal adotou também a usucapião urbana e a concessão especial de uso para fins de moradia (artigo 183), que foram regulamentados pela Lei Federal de 11 desenvolvimento urbano, denominada Estatuto da Cidade (Lei n° 10.257/2001)4, e pela Medida Provisória nº 2.220 de 2001. Além disso, de forma a efetivar o direito à moradia, a Constituição previu instrumentos como o plano diretor, o parcelamento e a edificação compulsórios, o imposto sobre a propriedade imobiliária urbana progressiva no tempo e a desapropriação com títulos da dívida. Segundo o próprio documento Ministério das Cidades, 2004: “É coerente com a Constituição Federal, que considera a habitação um direito do cidadão, com o Estatuto da Cidade, que estabelece a função social da propriedade e com as diretrizes do atual governo, que preconiza a inclusão social, a gestão participativa e democrática”. (p.29) Nesse sentido, visa promover as condições de acesso à moradia digna a todos os segmentos da população, especialmente o de baixa renda, contribuindo, assim, para a inclusão social. Outro ponto fundamental para construção do Plano é o conhecimento sobre a Política Fundiária, a PNH o Ministério das Cidades, 2008, salientar seu papel estratégico para a implantação da Política Nacional de Habitação, especialmente nos aspectos relacionados aos insumos para a realização de programas habitacionais nos municípios. Para que se viabilize é “Elemento básico dessa política a implementação de instrumentos como os Planos Diretores Municipais – que garantam a função social da propriedade urbana –, os de regularização fundiária – que ampliem o acesso da população de menor renda à terra urbanizada –, bem como a revisão da legislação urbanística e edilícia, tendo em vista a ampliação do mercado formal de provisão habitacional” (BONDUKI,ROSSETTO E GHILARDI, 2007). A formulação e a implementação da nova PNH dependem fundamentalmente de três eixos: política fundiária, política financeira e estrutura institucional. A Política Nacional de Habitação é regida pelos seguintes princípios (BRASIL, 2008). Direito à moradia, enquanto um direito individual e coletivo, previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Brasileira de 1988. O direito à moradia deve ter destaque na elaboração dos planos, programas e ações; moradia digna como direito e vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo de habitabilidade, infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo, equipamentos, serviços urbanos e sociais; Função social da propriedade urbana buscando implementar instrumentos de reforma urbana que possibilitem melhor ordenamento e maior controle do uso do solo, de forma a combater a retenção especulativa e garantir acesso à terra urbanizada; questão habitacional como uma política de Estado, uma vez que o poder público é agente indispensável na regulação urbana e na regulação do mercado imobiliário, na provisão da moradia e na regularização de assentamentos precários, 4 Lei 10.257/2001-Visa estabelecer diretrizes gerais da Política Urbana e especialmente regulamentar o artigo 182 da Constituição Federal, fixando os princípios, objetivos, diretrizes, e instrumentos de gestão urbana. 12 devendo ser, ainda, uma política pactuada com a sociedade e que extrapole mais de um governo; gestão democrática com participação dos diferentes segmentos da sociedade, possibilitando controle social e transparência nas decisões e procedimentos. O Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), constituído pela Lei Federal n° 11.124/05 é resultado do projeto de lei de iniciativa popular apresentada ao Congresso Nacional em 1991. Os recursos do FNHIS são aplicados de forma descentralizada, por intermédio dos entes locais que aderirem ao Sistema, assegurando o atendimento prioritário às famílias de menor renda por meio de uma política de subsídios. (SAULE JÚNIOR, ET AL, 2005, p. 160) É de fundamental importância conhecer as Leis que contribuíram para a construção do PLHIS: A Lei 9.514 de 1997, que além da instituição do SFI, disciplina o instrumento da alienação fiduciária; A aprovação do Estatuto da Cidade, em 2001, Lei nº. 10.257; A criação do Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH) e o estabelecimento do regime de afetação (MP 2.212/01, regulamentada somente em 2004, Lei 10.931), além do aperfeiçoamento dos instrumentos do SFI – LCI e CCI (MP 2.223/01); A instituição do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), em 2004 (Lei nº. 10.859), e o estabelecimento da isenção de imposto de renda sobre ganhos de capital na venda de imóveis de qualquer valor desde que o valor recebido seja utilizado na compra de outro imóvel em um período máximo de 180 dias (MP 252); A Resolução nº 460, de 14 de dezembro de 2004, cuja vigência teve início em maio de 2005, estabelecendo novas diretrizes para aplicação dos recursos do FGTS, destacando-se a nova distribuição entre as áreas orçamentárias que garante a alocação de 60% para Habitação Popular, 30% para Saneamento Básico, 5% para Infraestrutura Urbana e 5% para Habitação/Operações Especiais, e instituindo, ainda, novo modelo de concessão dos descontos dirigidos (subsídios) a financiamentos a pessoas físicas com renda familiar mensal bruta de até R$ 1.500,00; A Lei 10.931 de 2004, que estabeleceu o patrimônio de afetação, com regime especial de tributação e o valor incontroverso nos contratos de financiamento; A criação, em 2005, do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) e do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), Lei nº. 11.124. Assim, o Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no Plano Diretor, exige do proprietário do solo urbano seu adequado aproveitamento, isto é, que os proprietários utilizem socialmente seus imóveis. Se o proprietário não edificar, não utilizar, nem atuar para regularizar a situação de subutilização, cabem ao Poder Público promover o parcelamento ou edificação compulsórios. O Estatuto das Cidades criou ainda alguns instrumentos de participação popular na gestão das cidades. Dentre estes, pode-se citar os debates, audiências e consultas públicas, 13 assim como os conselhos de política urbana e as conferências nacionais, estadual e municipal sobre assuntos de interesse urbano. Além disso, há referências à gestão orçamentária participativa e ao estudo de impacto de vizinhança. Todos estes instrumentos, na realidade, buscam efetivar o direito de todos a participar da cidade, de forma inclusiva e sustentável. Assim, tanto a realização das Conferências das Cidades quanto à criação e manutenção dos Conselhos das Cidades são obrigações do Poder Público nos âmbitos municipais, estaduais e federal, constituindo, dessa forma, espaços de articulação e participação da sociedade civil que deve ser respeitado e efetivado. 2.2 CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA O PLANO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL PARA OS MUNÍCIPIOS O Ministério das Cidades (2008), a elaboração dos PLHIS “tem como objetivo específico viabilizar recursos financeiros para a realização das ações e atividades necessárias à formulação ou implementação de investimentos habitacionais que garantam dignidade às pessoas, em especial, às famílias de baixa de renda”, e dentre as diretrizes de elaboração colocadas - que têm relação direta com a participação popular - destacam-se (1) a necessidade de “incentivo à gestão democrática e ao controle social, por meio de processos participativos no planejamento e na gestão do setor habitacional, especialmente no que tange à habitação de interesse social”, e (2) a “sensibilização e estímulo à participação de todos os agentes públicos e privados, da sociedade organizada, dos setores técnicos e acadêmicos na formulação e implementação do Plano Habitacional de Interesse Social”. A Prefeitura Municipal de Santana através da Portaria de nº. 137/2008 Criou a Coordenação de Trabalho do Plano Habitacional de Interesse Social com o objetivo de Elaborar o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social em três etapas (proposta Metodológica, diagnóstico do Setor Habitacional e a Estratégia de Ação); estruturar e nortear os procedimentos a serem adotados em cada etapa; Estabelecer as diretrizes e objetivos que nortearão o PMHIS, conforme estabelecido na Política Nacional de Habitação, no Plano Diretor Participativo e nos eixos de desenvolvimento previsto no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. As coordenações serão formadas por membros do CTPHIS 5 (Prefeitura Municipal de Santana (PMS), Consultoria do CEAP6 do curso de Arquitetura e Urbanismo e 5 CTPHIS-Consultoria Técnica do Programa de Habitação de Interesse Social CEAP- Centro de Ensino Superior do Amapá, Intituição de ensino superior constituída no ano de 1992, no município de Macapá/AP. 6 14 Sociedade Civil). Optou-se por desenvolver uma metodologia que garanta a maximização do aproveitamento dos recursos institucionais da Prefeitura. Assim, procura-se garantir o envolvimento do corpo técnico que deverá implementar as ações a serem definidas no plano como forma de promover a sua adequação à realidade local, a sua exequibilidade e a sua efetividade como instrumento de ação. Os coordenadores foram escolhidos pelos seus pares entre os membros da CTPHIS. Procedimentos para a Execução das Etapas e produtos do PMHIS: Etapa I – Elaboração da proposta metodológica; Etapa II – Desenvolvimento do diagnóstico do setor habitacional; Etapa III - Elaboração das Estratégias de Ação. Foi elaborado um termo de referência constando as etapas para elaboração do plano, advindo de uma demanda espontânea. O termo de referência foi um instrumento fundamental no processo de captação de recursos, determinou o alcance dos objetivos propostos, que devia ser preciso e ter sua fundamentação, pois ninguém irá alocar recursos em alguma atividade que não seja válida e convincente. A administração desse termo foi um processo de tomadas de decisões que envolveram o uso de recursos, para realização das atividades propostas, com o objetivo de fornecer um resultado, esse resultado foi dividido em 03 produtos físicos. (MAXIMIANO, 2002, p. 41). A diversidade regional do Município foi um dos princípios para a aprovação e captação de recursos para a elaboração do PMHIS, seguindo a tipologia determinada pelo Ministério das cidades. Entretanto, para que o município tivesse acesso aos recursos do FNHIS é obrigatório, conforme a lei, o desenvolvimento do PLHIS - Plano Local de Habitação de Interesse Social que deverá contemplar as especificidades do município (ou localidade) diagnosticando a demanda atual e projeções futuras. A Caixa Econômica Federal além de ser órgão integrante do SNHIS juntamente com o Ministério das Cidades, Conselho das Cidades, Conselho Gestor do SNHIS fica com o cargo de analisar, aprovar e liberar recursos para o desenvolvimento dos PLHIS nos municípios que aderirem ao sistema. No caso do município de Santana o termo de referência foi aprovada e efetivada a elaboração do mesmo com a obrigatoriedade da participação popular. 2.3 PARTICIPAÇÃO POPULAR NA ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL A partir do início do processo de redemocratização do país em 1985, a palavra e o conceito da participação ganhou uma amplitude inédita para quem trabalha no setor público e 15 no terceiro setor. Participação passou a ser um conceito tão comum nos debates, nos textos, nos projetos e sites. (BROSE, 2001) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a política habitacional é de competência comum entre União, Estados e Municípios. Já a Constituição Estadual de São Paulo, em seus artigos 181 e 182, definiu a competência municipal para o desenvolvimento de políticas habitacionais de interesse social, especificando a construção de conjuntos, a regularização e urbanização de assentamentos e loteamentos irregulares, com a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. Por sua vez, a Lei Orgânica Municipal. LOM, em seu artigo 167, estabelece que é de competência do Município com relação à habitação: elaborar a política municipal de habitação, integrada à política de desenvolvimento urbano, promovendo programas de construção de moradias populares, garantindo-lhes condições habitacionais e de infraestrutura que assegurem um nível compatível com a dignidade da pessoa humana; instituir linhas de financiamento bem como recursos a fundo perdido para habitação popular; gerenciar e fiscalizar a aplicação dos recursos destinados a financiamento para habitação popular; promover a captação e o gerenciamento de recursos provenientes de fontes externas ao Município, privadas ou governamentais; promover a formação de estoques de terras no Município para viabilizar programas habitacionais. Parágrafo único - Para o cumprimento do disposto neste artigo, o Município buscará a cooperação financeira e técnica do Estado e da União. Do ponto de vista jurídico, orientam as intervenções da política habitacional: “As definições e dispositivos constantes no Estatuto da Cidade, que outorgam concessões especiais de uso para fins de moradia social e possibilitam melhores condições de implementação em benefício da qualidade urbana e, as legislações municipais que regem o uso e ocupação do solo, a produção habitacional e seus aspectos de segurança e bem-estar, controle de energia e proteção ambiental”. (Lei nº 10.257, 2001) De acordo com Jaenisch et al (2010), os índices de qualidade de vida apontam melhoras nas últimas décadas em boa parte do mundo, inclusive no Brasil, mas ainda tem uma grande parcela da população brasileira vivendo em situação de precariedade urbanística e vulnerabilidade socioambiental. Um quadro de desenvolvimento econômico equitativo e ambientalmente sustentável passa pelo atendimento das necessidades habitacionais brasileiras, com a eliminação dos déficits de novas moradias e das condições inadequadas de habitação. Segundo o Ministério das Cidades (2008), a elaboração dos PLHIS “tem como objetivo específico viabilizar recursos financeiros para a realização das ações e atividades necessárias à formulação ou implementação de investimentos habitacionais que garantam dignidade às pessoas, em especial, às famílias de baixa de renda”, e dentre as diretrizes de 16 elaboração colocadas - que têm relação direta com a participação popular - destacam-se (1) a necessidade de “incentivo à gestão democrática e ao controle social, por meio de processos participativos no planejamento e na gestão do setor habitacional, especialmente no que tange à habitação de interesse social”, e (2) a “sensibilização e estímulo à participação de todos os agentes públicos e privados, da sociedade organizada, dos setores técnicos e acadêmicos na formulação e implementação do Plano Habitacional de Interesse Social”. No atual contexto de transformações das políticas públicas municipais, a elaboração de Planos Locais de Habitação de Interesse Social se faz presente na regulação local, por meio de uma maior responsabilização dos municípios pela elaboração e implementação de políticas públicas, como a urbana e habitacional, bem como na relação com os marcos legais: a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Cidade de 2001, a criação do Ministério das Cidades em 2003, da Política Nacional de Habitação de 2005, do Sistema Nacional de Habitação de 2006 e do Plano Nacional de Habitação de 2008, bem como dos Planos Diretores Municipais, elaborados na última década. (Neto e Moreira 2010). Os Planos Locais de Habitação de Interesse Social vêm a ser o instrumento para a execução da política urbana, notadamente no tratamento das questões de habitação de interesse social do município. Eles têm como finalidade a construção de propostas para reverter o quadro habitacional municipal. Para isso, são empreendidos esforços para apresentar soluções a diversos problemas habitacionais, sejam eles associados à ocupação irregular, a melhoria da qualidade habitacional e a promoção de novas unidades habitacionais. (Neto e Moreira 2010). É de fundamental importância garantir a participação democrática de todas as pessoas nas diversas etapas de construção do PMHIS, pois dessa participação depende a qualidade e a real necessidade de ações que visem atender principalmente as famílias socialmente mais vulneráveis de hoje e das futuras gerações. O Plano de Habitação de Interesse Social tem que ser um plano participativo que deve agregar os diversos agentes sociais relacionados ao setor habitacional. A participação popular vai possibilitar ao município saber exatamente as condições quantitativas e qualitativas das Habitações de Interesse Social, ou seja, quantas pessoas possuem casas, quantas não; quantas moram em casas alugadas, em cômodos cedidos e quantas famílias moram em cada casa. Será conhecida a qualidade de moradia dos habitantes do município, carência de serviços de infraestrutura, e regularização fundiária, isto é, quem possui documentação do imóvel. De posse destas informações o PLHIS, com a participação da população, apontará caminhos para o município propor, incentivar e executar ações que 17 venham a melhorar a vida de seus moradores, sendo importante ressaltar que as cidades que possuem PLHIS terão prioridade na distribuição dos recursos na área de habitação. A participação popular, em um sentido amplo, pode ser entendida como: [...] um processo de tomada de decisão aberto à cidadania, envolvendo temas que, direta ou indiretamente, afetam a vida de grupos e indivíduos no uso e apropriação de um determinado território urbano [...] (POZZOBON, 2008, p. 20). A participação popular no planejamento urbano remonta ao final dos anos 1960 e início dos 1970, com iniciativas europeias e norte-americanas (FAINSTEIN, 2000; HORELLI, 2002). O método mais frequente para o envolvimento dos cidadãos tem sido as reuniões presenciais, nas quais os projetos e seu potencial impacto são apresentados e discutidos (INNES; BOOHER, 2004; HANSEN; REINAU, 2006). Contudo, para Hansen e Reinau (2006), esse método apenas informa o público de uma decisão prévia e pede comentários, que podem ou não ser levados em conta. Ainda segundo os autores, a interação entre as autoridades e os cidadãos nessas reuniões é bastante limitada, pois poucas pessoas se envolvem realmente, a menos que haja uma oposição forte contra alguma proposta. Apesar das críticas, variações desse método são amplamente utilizadas em vários contextos (INNES; BOOHER, 2004; SOUZA, 2005; VILLAÇA, 2005; HANSEN; REINAU, 2006; RANDOLPH, 2008). A democracia somente se concretiza com participação cidadã no processo político, muitas vezes impregnado de conteúdo ideológico e utilizado de várias formas, desde as ações coletivas do movimento popular para reivindicar políticas públicas mais coerentes, que atendam as necessidades da população, até a manipulação da participação para finalidade política. (HERMAMS, 2004) Em relação à elaboração aos planos habitacionais participativos, pode-se contatar que, a rigor, não é implementado um plano estratégico senão um conjunto de projetos, de caráter estratégicos, sempre sob responsabilidade direta da organização executora. Ao plano estratégico para as questões habitacionais, como organização cabem as funções de monitoramento, coordenação e integração do plano. Tendo como foco integrar a sociedade civil, os conselhos e as ONG’s para uma participação efetiva nas tomadas decisões numa gestão participativa. 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS O desenho da metodologia do projeto caracterizou-se sendo na sua natureza básica, pois objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência, sem aplicação prática 18 prevista.Quanto aos objetivos como exploratória, pois busca, conforme afirma Sampieri, Collado et al Lucio (2006), examinar um tema pouco estudado, com o propósito de obter imersão inicial para gerar conhecimentos que permitam uma maior familiarização com o fenômeno estudado e descritiva sem formulação de hipóteses. A coleta de dados ocorreu no período de outubro de 2009 a maio de 2012, de acordo com os instrumentos informados para a realização fiel dos acontecimentos reais desta sociedade baseadas em fontes seguras de informação que fundamentaram esta descrição. Este artigo teve como suporte procedimentos técnicos tais como: a pesquisa bibliográfica e documental. Contando com artigos e periódicos. Apresentando fielmente o paralelo entre a teoria e os dados da coleta da investigação da pesquisa a fim de realizar uma análise das possibilidades e desafios na elaboração do plano habitacional de interesse social com a participação popular. O enfoque da pesquisa de acordo com a sua relevância abordou os métodos qualitativos e quantitativos que para Malhotra (2006), a pesquisa qualitativa tem como objetivo alcançar uma compreensão qualitativa das razões, ou seja, apenas uma compreensão inicial do problema estudado, e a quantitativa têm como objetivo quantificar os dados e generalizar os resultados da amostra para a população-alvo e os resultados recomenda uma linha de ação final, dividindo-se em duas etapas: a) uma pesquisa típica de enfoque quantitativo, no caso aplicação de questionários e entrevistas semiestruturados com questões abertas e fechadas; contando com os atores sociais: os conselhos estaduais e municipais, ONG’s, técnicos de diversas áreas e sociedade civil; b) uma pesquisa de enfoque qualitativo utilizando como instrumentos, técnicas de análise documental através de relatórios técnicos, cartas críticas, termo de referencial aprovado pelo Ministério das cidades e das Leis que fortalecem a elaboração do plano. A aplicação desses instrumentos: questionários e entrevistas semiestruturas foram escolhidos devido serem de enfoque quantitativo mais utilizado para a coleta de dados e por ser muito variado na sua medida. Constituídos de questões abertas e fechadas. Fato este, que permite ao pesquisador ter liberdade na maneira como vai coletar as informações, além de possibilitar que os objetivos possam ser alcançados por meio das perguntas realizadas no mesmo, Sampiere (2006, p. 337). A vantagem de se utilizar este instrumento é poder aplicá-lo com várias pessoas ao mesmo tempo, possibilitando a economia de tempo, algo que é imprescindível para o pesquisador. Os referidos questionários passaram pela validação de um mestre da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). 19 Acredita-se que a utilização dos esses métodos utilizados nesta pesquisa, contribuirá para um melhor resultado e para que nenhuma indagação fique com dúvidas ou sem resposta, já que por meio das técnicas de coleta de dados inerentes a cada enfoque o pesquisador poderá obter informações que se complementam e auxiliam na solução do problema da pesquisa. O local da pesquisa foi em Santana, que se constitui como o segundo município do Estado do Amapá em densidade demográfica, com um ritmo acelerado de crescimento. Em 2007, Segundo o IBGE (2007), havia uma população de 92.098 habitantes. A elaboração do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social (PMHIS) teve como proponente a Prefeitura Municipal de Santana. A metodologia foi dividida em 05 macroações: a) ações informativas; b) I etapa – proposta pedagógica; c) II etapa – diagnóstico do setor habitacional; d) III etapa – estratégias de ação e e) lançamento da revista. Quadro 1: Aspectos metodológicos utilizados na elaboração e execução do PMHIS METODOLOGIA PARTICIPATIVA DE ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL DO MUNICÍPIO DE SANTANA/AP Macroação Atividades Realizadas Data N° de Participates AÇÕES INFORMATIVAS 1° - Encontro de sensibilização para elaboração do PMHIS 07/10/2009 49 Participantes no evento e 51 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. ETAPA I Proposta metodológica 1° - Seminário 06/10/2010 55Participantes no evento e 45 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 1° Reunião 13/04/2011 72 Participantes no evento e 28 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 2° Reunião 20/04/2011 91 Participantes no evento e 09 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 3° Reunião 27/04/2011 72 Participantes no evento e 28 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 4° Reunião ETAPA II Diagnóstico do Setor Habitacional 5° Reunião 6° Reunião 7° Reunião 8° Reunião 1° Audiência Pública Reunião de Trabalho 30/04/2011 90 Participantes no evento e 10 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 20/05/2011 21 Participantes no evento e 79 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 21/05/2011 59 Participantes no evento e 41 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 25/05/2011 24 Participantes no evento e 76 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 28/05/2011 100 Participantes e todos os Questionários aplicados in loco, totalizando 100 participantes. 24/06/2011 76 Participantes no evento e 24 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. 21/11/2011 25 Participantes no evento e 75 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. ETAPA III Estratégias de Ação 2° Audiência Pública 28/11/2011 62 Participantes no evento e 38 Questionários aplicados in loco, totalizando 100 questionários aplicados. Lançamento da Revista PMHIS 02/05/2012 300 atores sociais receberam o produto TOTAL GERAL DE PARTICIPANTES 1.600 Relatório técnico SEMIP/AP 20 4 RESULTADOS 4.1 A PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DO PMHIS. Foram produzidas 08 cartas críticas com as reivindicações das populações. Os resultados obtidos foram: Quadro 2: Problemáticas nas cartas de questões críticas ITEM 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 PROBLEMÁTICAS Regularização dos lotes urbanos que não estão sendo utilizados Inexistência de Projetos de Moradia Lotes de Terras de grandes empresas sem previsibilidade de uso Construção de habitações em lotes inapropriados (áreas de ressacas) Especulação imobiliária Passarelas deterioradas Ocupação de área de marinha (não titulação da área) Inexistência e/ou abandono de áreas de lazer (Praças) Segurança Pública Alagamento de habitações construídas em áreas de ressacas durante o período chuvoso Doenças Saneamento Básico (Tratamento de agua, Coleta de Lixo, Esgoto) Poluição Sonora Desemprego Coabitação Limpeza dos Canais Iluminação Pública e Oscilação de Energia Inexistência de Posto de Saúde Precariedade dos serviços de transporte coletivo Escolas MANIFESTAÇÕES 05 04 01 03 01 05 01 02 04 12 07 39 01 02 04 01 03 06 03 02 Foram selecionadas as palavras-chave das cartas críticas que melhor representaram as decisões dos participantes, Conforme o gráfico 1 abaixo, constatou-se também a manifestação de diversas questões sobre os problemas encontrados no Município de Santana. Dentre as problemáticas levantadas pelos participantes das reuniões, algumas se destacaram, tais como saneamento básico, alagamento de habitações localizadas em áreas de ressacas no período chuvoso, tratamento de água, inexistência de água encanada, dentre outros. Gráfico 1: Detalhamento das problemáticas encontradas no Município de Santana/AP. 21 Verificou-se que o item mais questionado, nos debates com a comunidade foi quanto ao Saneamento Básico com 39%, pois existe uma parte considerável da população santanense que é desprovida deste serviço, isto é, em muitos domicílios as fossas são a céu aberto, os dejetos são lançados nos igarapés ou em áreas inapropriadas e o tratamento de água é precário. 4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DO PMHIS A metodologia desse artigo previu ações que objetivaram promover a participação da sociedade civil no processo de construção do Plano de Habitação de Interesse Social, devendo essas ações estar contempladas e detalhadas: Figura 1: Estrutura de Coordenação e Organização para Elaboração do PMHIS. COORDENAÇÃO GERAL (CG) Coordenação de Mobilização Comunitária (CM) Coordenação de Coleta e Sistematização de Informações (CSI) Coordenação de Comunicação (CC) Coordenação de Bairro (CB) A criação das coordenações de Mobilização Comunitária (CM), que foi ser exercida e liderada por um membro da CGFMHIS onde esta ajudou a preparação das reuniões e a articulação com lideranças comunitárias a fim de garantir a presença de diferentes segmentos sociais nas discussões. A Coordenação de Bairro (CB), que teve a função de fazer coleta de informações e realizar o processo de divulgação nos bairros, através dos respectivos líderes comunitários, além de dar apoio às demais coordenações. Esta Coordenação foi constituída através de eleição na primeira reunião da elaboração da proposta metodológica. Das 05 Coordenações criadas, 02 foram pensadas para ajudar participação popular com a identificação e sensibilização dos diversos segmentos da sociedade, inclusive aqueles que representam os grupos sociais em situação de vulnerabilidade sócio habitacional, para participação efetiva no processo de construção de todas as etapas do Plano, ajudando na divulgação e nas realizações de capacitações e oficinas, nas reuniões para levantamento dos problemas, interesses e potencialidades do município e contribuindo para a transparência nas apresentações dos resultados e dos produtos no final de cada etapa. A participação popular ocorreu de acordo com os seguintes atores: 22 Quadro 3: Participação popular (atores sociais e institucionais) ATORES INSTITUCIONAIS ATORES SOCIAIS Órgãos da Administração Direta (Secretarias, coordenadorias, diretorias) Setor de Planejamento Setor de Controle Urbano Setor de Meio Ambiente Setor de Saneamento Integrado Setor de Finanças Órgãos Estaduais e Regionais responsáveis pela área habitacional Ministério Público Poder Legislativo Associações de Moradores Universidades Movimentos Ambientalistas Associações de Classe Associações de Moradores – Representantes de Bairros, moradores locais, Universidades – Universidade Federal do Amapá e Centro de Ensino Superior do Amapá Movimentos Ambientalistas – Conselho Municipal de Meio Ambiente Associações de Classe – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA e Conselho Regional dos Corretores – CRECI Coordenação de Bairros Conselho Municipal de Política Urbana - CMPU Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social – CGFMHIS Relatório técnico SEMIP/AP Neste contexto, é válido apontar que, nas Políticas Urbanas têm-se atores que são primordiais nas discussões e definições de metas a serem alcançadas para o bom desenvolvimento do Setor Habitacional. Para a comprovação da participação destes seguimentos foi criado um plano de mídia para a mobilização social, um canal de comunicação para divulgação das etapas de elaboração do Plano Habitacional de Interesse Social para os diversos segmentos da sociedade. Os materiais utilizados foram: rádio, tv, camisas, faixas, folders, informativos, regimentos, cartilhas, banners, convites, certificados e revistas. 4.3 POSSIBILIDADES E DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO POPULAR CONTRIBUIÇÃO DO PMHIS CAPTURANDO O PROBLEMA REAL DA CIDADE NA De acordo com a participação popular ativa obtivemos três instrumentos de avalição neste quesito, que forma uma entrevista semiestruturada, e dois questionários (um socioeconômico e um de satisfação). Diante das possibilidades e desafios citados pela população nas respostas das entrevistas, pôde-se observar a ocorrência de dificuldades e entraves para a composição dos produtos, na medida em que não cumpriram o tempo estabelecido para as entregas previstas no termo de referência inicialmente aprovado. Para a realização do Plano foram convidadas mais de 5.000 pessoas nas três etapas desse processo, sendo que destes, tiveram presentes 1600. Os indicadores avaliativos apresentados nos questionários de satisfação foram baseados nos parâmetros da eficiência e 23 eficácia. Os objetivos foram avaliados dentro dos aspectos qualitativos e quantitativos, sendo classificados da seguinte forma: notas de 0% a 70% (bom) e notas de 71% a 100% (ótimo). As análises foram baseadas no quantitativo de pessoas participantes no plano. Onde as variáveis avaliadas foram: equipe técnica, consultoria, mobilização popular, cronograma de eventos, plano de mídia e proposta metodológica forma satisfatórias dentro do proposto na proposta metodológico. Quadro 4: Resultados obtidos nos questionários DESCRIÇÃO AVALIAÇÃO DA ELABORAÇÃO DO PMHIS AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE RESULTADOS IMPACTO (Mobilização (Objetivos) (Produto) Social) Equipe técnica Consultoria Mobilização Popular Cronograma de Eventos Plano de Mídia Produto (Proposta Metodologia) 55,1% 71,4% 69,4% 66,7% 51% 75% 68% 75% 75% 80% 52% 50% 62% 63% 70% 51% 80% 70% Após computada a amostragem dos questionários socioeconômico finalmente obteve-se o déficit habitacional do Município levando em consideração todos os dados coletados através da participação social. Tabela 1: Demonstrativo do déficit habitacional no Município de Santana- AP DÉFICIT HABITACIONAL * DEMANDA AGRUPADA GRUPO DE LOCALIDADES DÉFICIT GERAL POR GRUPO 864 953 PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA** 384 (***) 1248 953 GRUPO 1 2858 396 288 216 SR 180 144 108 51 144 72 0 18 18 12 6 0 0 3592 261 228 175 384 141 168 115 110 8 42 78 0 0 0 0 0 0 2094 657 516 391 384 321 312 223 161 152 114 78 18 18 12 6 0 0 6443 GRUPO 2 504 GRUPO 3 753 LOCALIDADES Dos Remédios Baixada do Ambrósio Provedor Fonte Nova Paraíso Comercial* Nova Brasília Central Hospitalidade* Elesbão Daniel Novo Horizonte Fortaleza Anauerapucú Igarapé do Lago Pirativa Ilha de Santana Vila Amazonas Piaçacá TOTAL Déficit por Incremento Déficit por Reposição DÉFICIT TOTAL 684 571 180 382 216 108 108 SR 108 108 36 21 36 72 0 15 9 3 0 0 0 2095 180 180 108 SR 72 36 72 30 104 0 0 3 9 9 6 0 0 1375 NOTA: (*) Número de Moradias (**) Número de Famílias Cadastradas (SR) Sem Representatividade nas Reuniões de Bairros do PMHIS 3 Comercial exceto as habitações da área do Ambrósio 4 Hospitalidade exceto as habitações da área do Ambrósio 3396 24 Deste modo, acredita-se que o Plano Habitacional do Município de Santana elaborado juntamente com a comunidade venha a surtir efeito ao nível das reflexões elencadas no decorrer do processo de elaboração/construção, pois, além de se tornar um documento materializado para se buscar recursos financeiros junto ao Governo Federal, o Município de Santana teve a oportunidade de mapear todos os indicadores que se relacionam com a habitação numa visão interdisciplinar, em outras palavras, de planejar o contexto habitacional, conduzindo os atores institucionais e sociais para o processo de discussão. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para tanto, as discussões acerca da elaboração de ações voltadas para implementação de políticas de redução da precariedade e resgate da cidadania dos amplos grupos populacionais que enfrentam problemas de moradia, vem sendo pauta constante no Município de Santana. Através da interlocução direta entre sociedade civil, órgãos de interesse e finalidades comuns e gestores municipais foi definido o atual Plano Municipal de Habitação de Interesse Social (PMHIS) onde, em uma ação inédita no município, foram propostas políticas públicas habitacionais com a definição de estratégias gerais de ação, que nortearão as tomadas de decisão governamental e orientarão o desenvolvimento de programas habitacionais, os quais servirão de base para a alocação de recursos, assim como para a aplicação e definição do marco regulatório e legal adequado à realidade local. Esta pesquisa teve 03 questões norteadoras: 1 Houve a participação popular efetiva na construção do PMHIS? 2 Quais os atores sociais envolvidos neste processo para garantia da democracia na gestão pública? 3 Quais as possibilidades e desafios apontadas através da participação popular para capturar os problemas do município relacionados a habitação de interesse social? O objetivo geral proposto foi analisar as possibilidades e desafios que a participação popular inferiu dentro das estratégias metodológicas oferecidas na construção do Plano Municipal Habitacional de Interesse social. E seus objetivos específicos para comprovação das questões norteadoras: a) Averiguar se nas etapas da construção do PMHIS houve a participação popular efetiva nas tomadas de decisões; b) Identificar quais foram os atores sociais na construção do PMHIS; c) Avaliar se a participação popular contribuiu para construção do PHMIS de maneira eficaz e capturando o problema real da cidade. A Pesquisa foi positiva e sua comprovação baseou-se nas seguintes evidências: 25 a) Averiguou-se que, em todas as etapas da proposta metodológica da construção do Plano a participação popular ocorreu de maneira eficaz, identificando o maior problema habitacional do Município que é o Saneamento Básico e ratificando com os dados técnicos obtidos pela Coordenação da PMS; b) Ao identificar os atores do processo, observa-se claramente que todos os segmentos indicados pelo Ministério das cidades compuseram a construção do plano de maneira satisfatória, os atores institucionais interagiram com os sociais e puderam contribuir de forma igualitária nas três etapas ofertadas pela proposta metodológica do plano e os que não compareceram nos dias dos eventos marcados, tiveram uma visita técnica in loco para o preenchimento dos questionários e entrevistas. Garantindo assim a legitimidade do percentual da amostragem habitacional do Município; c) Quando avaliado se a participação popular contribuiu de forma eficaz para solucionar o déficit habitacional local, foram também satisfatórias as evidências encontradas, pois na utilização dos três instrumentos os resultados oscilam entre bons e ótimos. Mostrando-se que o PMHIS foi construído através da participação popular e sua transparência foi aprovada por duas audiências públicas que levaram a um plano de estratégia de ação para dez anos solucionar o problema de moradia em Santana. Para constatação efetiva desta pesquisa, foram analisando as possibilidade e desafios encontradas nos objetivos geral e específicos durante a coleta de dados, em função das dimensões representadas pelos mesmos, evidenciaram-se alguns fatores que contribuem eficaz e outros dificultaram a construção da elaboração do plano: Possibilidades - 1) Inserção Regional; 2) Características do Município; 3) Condições Institucionais e Administrativas; 4) Atores Sociais e Participação Popular; 5) Programas e Ações; 6) Recursos Financeiros; 7) Marcos Regulatórios e Legais; 8) Oferta Habitacional; 8) Necessidades Habitacionais; 8.1) Metodologia de Estimativa do Déficit Habitacional; 8.2) . Resultados Encontrados. Desafios – 1) Desconhecimento dos participantes das Leis que garantem a habitação local;2) Falta de recursos para efetivação das ações, pois a captação só cobriu 60% das ações previstas; 3) Demora do recurso federal cair na conta da gestão devido a inadimplência; 4) Falta de planejamento de algumas secretárias, ou seja, informações não sistematizadas, dificultou o diagnóstico local; 5) Capacitação da equipe técnica da PMS; 6) Pouca participação do legislativo; 7) Não credibilidade da gestão pública para algumas instituições sociais; 8) Difícil acesso a arquivos estaduais e 9) Prazo para fechamento das demandas. Tendo em vista esse contexto, recomenda-se, para a concreta efetivação o plano, que: 1. Na mudança de gestor, que se respeito o trabalho construído com a voz de vários atores locais; 2. Que a gestão pública e os conselhos voltados para urbanização municipal continue aderindo cada vez mais a participação popular nas tomadas de decisões; 26 3. Que o Governo do Estado e os outros municípios, tenha como espelho esse projeto participativo; 4. Que a fiscalização em todos os âmbitos que tratem a politica urbana sejam de fato fiscalizadas e efetivadas em suas práticas Federais, Estaduais e Municipais. Sugerem-se estudos futuros que busquem produzir conhecimentos voltados para um maior esclarecimento acerca dos impactos causados pela falta da ausência de políticas públicas que possam amenizar os problemas intensificados pelo processo migratório contribuindo assim de sobremaneira para que não de tenha no futuro, uma cidade caracterizada pela desigualdade espacial recorrente no contexto urbano dos países em desenvolvimento. Santana já apresenta espacialmente problema iniciais de desigualdade entre alguns bairros. O plano de estratégia de ação executado de acordo com sua aprovação deverá em dez anos solucionar essas demandas. Esta pesquisa foi mais de que um trabalho de campo, ela plantou a semente da mudança e a buscar pela tão sonhada habitação. O plano atingiu na sua totalidade 1.600 pessoas da zona urbana e rural do Município e vem apontar ações que tem em seu fim garantir o direito à moradia digna, a qual se concretiza quando o cidadão tem acesso a bens e serviços dignos. Possibilitou aos Técnicos das mais diversas áreas entrar em contato com as problemáticas advindas da própria ausência de recursos que o Município apresenta para investir no contexto habitacional. Para a consolidação deste material, a Equipe Técnica Municipal montou diversas vezes o que se chamou de “Força Tarefa”, envolvendo os setores afins da Prefeitura Municipal de Santana para levantamento de dados técnicos. É válido mencionar que a Coordenação Executiva de Projetos/SEMIP, através da mobilização e execução, demonstrou grande interesse em efetivar com representatividade popular os eventos e a participação dos conselhos, que constituíram todas as etapas do PMHIS, e não mediu esforços para as macroações fossem realizadas com eficiência e eficácia. 7 REFERÊNCIAS BONDUKI Nabil; ROSSETTO Rossella; GHILARDI Flávio Henrique. Política e Sistema Nacional de Habitação, Plano Nacional de Habitação. Capacitação em Habitação de Interesse Social – Curso de Nivelamento. IBAM/GEHAB, 2007. BRASIL. Lei 10.931, de 2004. Estabeleceu o patrimônio de afetação, com regime especial de tributação e valor incontroverso nos contratos de financiamento. 27 BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de outubro de 2001. Regulamenta os artigos. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política de desenvolvimento urbano e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 10.859. 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