Percentual de famílias com contas em atraso aumenta em maio
Embora o percentual de famílias endividadas tenha recuado entre os meses de abril e maio de
2012, o percentual daquelas que possuem dívidas ou contas em atraso aumentou pelo quarto
mês consecutivo, alcançando 23,6% do total. O percentual de famílias sem condições de pagar
suas contas em atraso também aumentou, passando de 6,9% para 7,8%. Tanto os indicadores
de endividamento quanto os de inadimplência permaneceram em patamar inferior ao
registrado no mesmo período do ano anterior.
Síntese dos Resultados (% em relação ao total de famílias)
Total de
Endividados
Dívidas ou
Contas em
Atraso
Não Terão
Condições de
Pagar
Maio/11
64,2%
24,4%
8,6%
Abril/12
56,8%
23,0%
6,9%
Maio/12
55,9%
23,6%
7,8%
O percentual de famílias que relatou possuir dívidas entre cheque pré-datado, cartão de
crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros recuou em maio de
2012, alcançando 55,9%, ante 56,8% em abril de 2012. O número de famílias endividadas
continua em patamar inferior ao observado em maio de 2011, quando 64,2% haviam
declarado ter dívidas.
O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso apresentou alta pelo quarto mês
consecutivo, sem superar, contudo, o patamar observado em maio de 2011. O percentual de
famílias inadimplentes alcançou 23,6% em maio de 2012, ante 23% em abril de 2012 e 24,4%
em maio de 2011. O percentual de famílias que declarou não ter condições de pagar suas
contas ou dívidas em atraso também se elevou. Em maio de 2012, 7,8% das famílias declarou
não ter condições de pagar seus débitos, ante 6,9% em abril de 2012 e 8,6% em maio de 2011.
A diminuição do número de famílias endividadas entre abril e maio deu-se em ambas as faixas
de renda pesquisadas, tanto na comparação mensal quanto na comparação anual. Para a faixa
com renda inferior a 10 salários mínimos, o percentual de famílias com dívidas alcançou 56,9%
em maio de 2012, ante 57,9% em abril de 2012 e 65,2% em maio de 2011. Para as famílias com
renda acima de 10 salários mínimos, o percentual de famílias endividadas passou de 48,7%, em
abril de 2012, para 47,3% em maio de 2012. Em maio de 2011 o percentual de famílias com
dívidas nesse grupo de renda era 57,7%.
A elevação do número de famílias com contas ou dívidas em atraso entre os meses de abril e
maio deu-se em ambas as faixas de renda. Na comparação anual, o percentual de famílias
inadimplentes recuou para ambos os grupos. Na faixa de renda inferior a 10 salários mínimos,
1
o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou pelo quarto mês
consecutivo, alcançando 24,8% em maio de 2012, ante 24,6% em abril de 2012 e 26,1% em
maio de 2011. Já no grupo com renda superior a 10 salários mínimos, o percentual de
inadimplentes subiu pelo segundo mês consecutivo, alcançando 13,1% em maio de 2012, ante
10,9% em abril de 2012 e 14,4% em maio de 2011.
A análise por faixa de renda do percentual de famílias que declarou não ter condições de pagar
suas contas em atraso também registrou comportamento semelhante entre os diferentes
grupos. Para o grupo de famílias com renda inferior a 10 salários mínimos o indicador
apresentou alta na comparação mensal, alcançando 8,4% em maio de 2012, ante 7,6% em
abril de 2012. Na comparação com maio de 2011, houve queda de 1,1 ponto percentual. Para
o grupo com renda acima de 10 salários mínimos, também houve alta na comparação mensal,
e o percentual de famílias sem condições de quitar seus débitos avançou de 2,3% para 3,3%.
Na comparação com maio de 2011, ficou praticamente estável, com recuo de 0,2 ponto
percentual.
Nível de Endividamento (% em relação ao total de famílias)
Categoria
Maio/11
Abril/12
Maio/12
Muito Endividado
17,5%
14,1%
13,9%
Mais ou Menos
Endividado
22,7%
21,3%
20,3%
Pouco Endividado
23,9%
21,4%
21,7%
Não Tem Dívidas Desse
Tipo
35,3%
41,3%
42,8%
Não sabe
0,4%
1,5%
1,2%
Não Respondeu
0,1%
0,4%
0,0%
Houve pequena melhora no perfil de endividamento das famílias, acompanhando a queda do
número de famílias endividadas. O percentual de famílias que relatou estar muito endividadas
ficou praticamente estável, passando de 14,1% do total em abril de 2012 para 13,9% em maio
de 2012. Em maio de 2011, 17,5% das famílias estavam muito endividadas. Na comparação
entre maio de 2011 e maio de 2012, a parcela que declarou estar mais ou menos endividada
passou de 22,7% para 20,3%, e a parcela pouco endividada alcançou 21,7% do total dos
endividados em maio de 2012, ante 23,9% de maio de 2011.
Dentre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 60,6 dias
em maio de 2012, ligeiramente superior aos 60,5 dias de maio de 2011. O tempo médio de
comprometimento com dívidas, dentre as famílias endividadas, foi de 6,4 meses, sendo que
27,0% das famílias endividadas estão comprometidas com dívidas até três meses, e 24,6%, por
mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida
com dívidas ficou praticamente estável na comparação anual, passando de 30,0% para 30,1%
da renda das famílias. 19,5% das famílias endividadas afirmou ter mais da metade de sua
renda comprometida com pagamento de dívidas.
2
O cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 74,8% das famílias
endividadas, seguido por carnês, para 20,4%, e, em terceiro, o crédito pessoal, para 13,3%.
Para as famílias de renda até 10 salários mínimos, o cartão de crédito, por 75,2%, o carnê, por
21,1%, e o crédito pessoal, por 13,4%, são os principais tipos de dívida apontados. Já para
famílias de renda acima de 10 salários mínimos, os principais tipos de dívidas apontados em
maio foram: cartão de crédito, para 65,7% das famílias, financiamento de carro, para 26,8%, e
carnês, para 12,9%.
Tipo de dívida (% de famílias)
Maio de 2012
Tipo
Total
Cartão de Crédito
Cheque Especial
Cheque Pré-datado
Crédito Consignado
Crédito Pessoal
Carnês
Financiamento de Carro
Financiamento de Casa
Outras Dívidas
Não sabe
Não respondeu
74,8%
7,8%
2,8%
3,8%
13,3%
20,4%
9,4%
3,7%
2,3%
0,3%
0,3%
Renda Familiar Mensal
Até 10 SM
+ de 10 SM
75,2%
7,4%
2,8%
3,7%
13,4%
21,1%
7,8%
3,2%
2,5%
0,3%
0,3%
65,7%
9,3%
3,3%
4,0%
11,3%
12,9%
26,8%
10,2%
2,0%
0,1%
0,4%
Em maio de 2012 o número de famílias endividadas seguiu em trajetória de queda e o
percentual de famílias que declarou possuir dívidas alcançou o menor patamar desde junho de
2010. A despeito dos estímulos monetários e fiscais para a oferta de crédito e para o consumo
de bens duráveis, persiste uma maior cautela das famílias em relação ao seu endividamento.
Apesar da redução da proporção de famílias com dívidas, o percentual de famílias com
percepção de endividamento elevado ficou praticamente estável e, portanto, uma parcela
relevante das famílias continua muito endividada.
O número de famílias que declarou ter contas ou dívidas em atraso aumentou em maio pelo
quarto mês consecutivo, sem, contudo, superar o patamar observado no mesmo período do
ano anterior. Apesar da tendência recente de redução do nível de endividamento das famílias,
como também a evolução ainda favorável do mercado de trabalho, houve piora na percepção
das famílias em relação à capacidade de pagamento, pois o percentual de famílias sem
condições de pagar suas contas em atraso aumentou, alcançando o maior patamar desde
outubro de 2011.
3
Sobre a Peic
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic - Nacional) é uma
pesquisa nacional apurada mensalmente pela CNC a partir de janeiro de 2010. Os dados são
coletados em todas capitais dos Estados e no Distrito Federal, junto a cerca de 18.000
consumidores.
O objetivo da Peic é diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor.
Das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: percentual de
consumidores endividados, percentual de consumidores com contas em atraso, percentual
que não terão condições de pagar, tempo de endividamento e nível de comprometimento da
renda.
O aspecto mais importante da pesquisa é que, além de traçar um perfil do endividamento,
permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua
percepção em relação a sua capacidade de pagamento. Existem muitos indicadores nacionais
de crédito e inadimplência que, entretanto, dizem pouco sobre o endividamento do
consumidor e nada em relação a sua percepção de capacidade de pagamento.
Com o aumento da importância do crédito na economia brasileira, sobretudo do crédito ao
consumidor, o acompanhamento desses indicadores é fundamental para analisar a capacidade
de endividamento e de consumo futuro do consumidor, levando em conta o
comprometimento de sua renda com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de
pagamento. Assim, essa pesquisa representa também um importante indicador antecedente
do consumo e do crédito.
Os principais indicadores da Peic são:
Percentual de famílias endividadas: percentual de consumidores que declaram possuir
dívidas na família nas modalidades: cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas,
empréstimos pessoal, prestações de carro e seguros;
Percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso: percentual de consumidores com
contas ou dívidas em atraso na família;
Percentual que não terão condições de pagar dívidas: percentual de famílias que não terão
condições de pagar as contas ou dívidas em atraso no próximo mês e, portanto,
permaneceram inadimplentes;
Nível de Endividamento: entre muito, mais ou menos ou pouco endividados;
Principais tipos de dívida: entre Cartão de Crédito, Cheque Especial, Cheque Pré-datado,
Crédito consignado, Crédito Pessoal, Carnês, Financiamento de carro, Financiamento de
casa e Outras Dívidas;
Tempo de atraso no pagamento: entre até 30 dias, de 30 a 90 dias e mais que 90 dias;
Tempo de Comprometimento com dívidas: entre até três meses, de três a seis meses, de
seis meses a um ano e maior que um ano.
4
Download

Análise Peic