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Nohra Padilla: Terceira Geração de
Recicladores e Defende a Organiza1
ção dos Trabalhadores Pobres
Por Melanie Samson
Impacto: Nohra nasceu em uma família de recicladores (catadores de materiais recicláveis), porém
quando sua subsistência foi ameaçada ela se organizou com seus colegas recicladores para formar uma
cooperativa que lutou para fazer suas vozes serem
ouvidas. Esse processo eventualmente levou à formação da Asociación de Recicladores de Bogotá (ARB),
hoje em dia fortalecida com 1.900 membros. A ARB
organiza recicladores e trabalha para melhorar as
condições de trabalho e subsistência de recicladores
em Bogotá.
Nohra Padilla é uma recicladora de terceira geração.
Nohra começou a trabalhar com sua mãe coletando recicláveis em meio a resíduos quando ela tinha sete anos
de idade. Ela trabalhava de 4 às 10 da manhã e depois ia
para a escola. Ao completar o ensino secundário Nohra
não podia pagar pelos estudos universitários, então ela
também se tornou recicladora.
Nohra trabalhou no aterro sanitário municipal por
quatro anos. Quando a municipalidade anunciou que
fecharia o aterro, Nohra e outros formaram uma cooperativa para lutar pelo direito de continuar reciclando.
Três outras cooperativas também foram formadas no
aterro. No total havia cerca de 200 recicladores organizados solicitando à cidade que os deixasse continuar
reciclando no aterro. Apesar de a municipalidade de
fato ter fechado o aterro, ela deu dinheiro às cooperativas para ajudar a financiar suas atividades para que
eles pudessem continuar o trabalho de coleta nas ruas.
Nohra desempenhou importante papel na união das
cooperativas originais de recicladores para formar a
Asociación de Recicladores de Bogotá (ARB), a nível
municipal, em 1990. Atualmente ela é Diretora Executiva da ARB. Três anos atrás Nohra recebeu uma bolsa
de estudos para finalmente poder freqüentar a uni-
foto: Filipe Balestra
versidade. Ela está completando o curso de administração que a ajudará a fortalecer as habilidades que desenvolveu no trabalho de organização de recicladores.
A Asociación de Recicladores de Bogotá (ARB) agora está
fortalecida com 1.900 membros e 24 cooperativas. A ARB
busca promover e fortalecer a organização de recicladores;
defender seus interesses comuns; melhorar suas condições
de trabalho; e ganhar reconhecimento social e econômico por seus serviços. A ARB tem um acordo de três anos
com a municipalidade, o qual cobre 10% de Bogotá. Nesse
acordo, caminhões municipais coletam recicláveis que moradores separam de seus resíduos e os entregam a uma
central onde membros da ARB os separam, prensam, e
vendem para fábricas. Cada trabalhador é empregado por
seis meses pela ARB. Eles recebem salário, previdência social, assistência médica, aposentadoria, e acessam serviços
de saúde e segurança ocupacional. As condições desses
trabalhadores estão significativamente melhores do que
a dos fundadores da ARB que originalmente trabalhavam
em um aterro a céu aberto sem acesso a programas de proteção social.
A ARB foi a organização anfitriã local da Primeira Conferência Internacional de Organizações de Recicladores
em Fevereiro de 2008, coordenada por organizações de recicladores com apoio da WIEGO e da Fundação AVINA.
Através do projeto Cidades Inclusivas, grupos de recicladores da Ásia, África e América Latina estão compartilhando suas histórias de sucesso, como esta da ARB. Através da
organização a nível global, recicladores podem aprender
uns com os outros como se organizar de forma efetiva para
que suas vozes sejam ouvidas pelos responsáveis pelas decisões a nível local e nacional e para que suas condições de
trabalho e de vida possam ser melhoradas.
Baseado em entrevista com Nohra Padilla conduzida em 14 de Janeiro
de 2009, com assistência na tradução de Matt Nohn. Photo: Nohra com
Recicladores em Pune, Índia.
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Projeto Cidades Inclusivas: Cidades Inclusivas tem como meta o apoio e o desenvolvimento a Organizações de Base (MBOs) de trabalhadores
pobres na economia informal. Através da organização, defesa legal e análises de políticas, garante que os trabalhadores informais urbanos tenham as
ferramentas necessárias para serem ouvidos dentro dos processos de planejamento urbano. Os parceiros no projeto Cidades Inclusivas incluem organizações de base (MBOs) de trabalhadores urbanos pobres, alianças internacionais de organizações de base e organizações de apoio técnico comprometidas com a melhoria da situação desses trabalhadores. Para maiores informações e para acessar pesquisas e publicações acerca de planejamento
urbano e ferramentas ligadas ao desenvolvimento de capacidades para as Organizações de Base (MBOs), por favor, visite: www.CidadesInclusivas.org
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