Revista Contemporânea de Educação N º 3 Apresentação O número 3 da Revista Contemporânea de Educação é motivo de grande satisfação para a sua comissão editorial. Com ele, ingressamos no segundo ano de existência cumprindo, até aqui, a programação estabelecida. O volume apresenta a seção temática “Educação, leitura e escrita” que versa sobre uma das questões mais essenciais e complexas da área educacional: o trato com a língua materna. A forma como a escola, os materiais didáticos, os professores e as políticas públicas lidam com essa dimensão do aprendizado escolar aparece nos artigos selecionados. O texto de Ludmila Thomé de Andrade e Claudia Bokel Reis destaca a prática da produção escrita no processo de formação continuada de professores, ou seja, a escrita como elemento organizador e propiciador da reflexão sobre a prática pedagógica. Já o artigo de Renata J. de Souza e Elisa Rosa S. S. Freitas, esta última professora de ensino básico em Portugal, relata uma experiência, realizada em uma escola daquele país, que construiu e analisou situações de implicação mútua entre o jogo dramático e a aquisição da competência leitora. O terceiro texto dessa seção, de Cellina R. Muniz, aborda os discursos estereotipados nos textos de leitura escolar, fazendo uma análise crítica, no caso, da estereotipia da realidade nordestina. Ainda nessa seção, o texto de Marcelo Corrêa e Castro e Ana Beatriz Domingues apresenta a relação entre os exames vestibulares da UFRJ e mudanças ocorridas no ensino da escrita na educação básica. Completa a seção temática a resenha de Marlene Carvalho sobre o livro “Ei professor”, de Frank Mc Court, trazendo a idéia essencial, aparentemente simples, mas ainda rara nas escolas, qual seja, que “ninguém escreve com vontade se não tiver algo a dizer”. A seção “conjuntura educacional” apresenta o texto de Marcio da Costa sobre o Projovem, programa do governo federal voltado a jovens de baixa escolaridade. O mesmo autor está presente ainda, em conjunto com Marcela B. Cunha, num segundo texto dedicado à juventude, desta vez sobre os jovens que, em condições adversas, ingressam na universidade pública. Em seguida, o trabalho de Anabelle L.C. Sangenis analisa a presença, em obras literárias, dos castigos aplicados pelos mestres em seus discípulos, problematizando, a partir da máxima “letra com sangue entra”, as relações de poder no universo escolar. Finalizando, temos o artigo de Araceli A. Luz e Hamilton O. Alves que aborda os aspectos cognitivos e metacognitivos de uma das maiores dificuldades da vida escolar: a resolução de problemas matemáticos. Enfim, pretendemos oferecer neste número, composto por trabalhos de pesquisadores de diferentes estados brasileiros e também do exterior, uma variedade temática e teórica que amplie o universo de potenciais leitores, mantendo o rigor acadêmico e a pluralidade de idéias. Ana Maria Cavaliere Julho de 2007