GNOS E Arcanjo da Estação: RAPHAEL Revista ANO - IX Nº 113 de Ciência Rosa-Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brasil DEZEMBRO 1935 - 2012 REVISTA MENSAL DA IGREJA GNÓSTICA DO BRASIL ORGÃO OFICIAL DA FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA Publicação Mensal Copyright "©" I.N.P.I REG. Nº 007156405 Fundador: Joaquim Soares de Oliveira Diretor Responsável: Dr. Alair Pereira de Carvalho Redação e Diagramação: Basilides A Revista Gnose não é responsável pelos conceitos emitidos em artigos devidamente assinados. FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA Rua Saboia Lima, 77 Tijuca - Tel.: 21- 2254-7350 Rio de Janeiro – RJ Cep: 20521-250. Home page: http://www.fra.org.br/ E-mail: [email protected] SUMARIO Natal........................................................................................... 03 Os Salvadores e o Natal Interior................................................. 03 O Credo Rosa-Cruz..................................................................... 04 A Igreja Gnóstica........................................................................ 06 Pistis Sophia.............................................................................. 09 Proteção contra vibrações negativas......................................... 11 ocorrendo. N ATAL Nós Rosa-Cruzes chamamos de Na"Mil vezes nascesse Cristo em Be- tal pessoal ao despertar, consciente, do lém, e não em ti, ficarias perdido eterna- Cristo Interno de cada criatura, isto é, ao nascimento místico do Cristo Interno no mente." Ângelus Silesius. coração de cada ser humano, sendo esse nascimento o objetivo maior do trabapalavra lho iniciático realizado por nossa Fraternatal signidade, através de nossos Cursos, Prátinifica nascimencas e Rituais. to, e data de nascimento. Para Aproveito o ensejo da comemoração alguns é o dia do externa do Natal, para desejar a todos os nascimento do meus irmãos R-C que o nascimento mísJesus menino em tico do Cristo Interno, em cada um, se Belém, para ou- faça o mais breve possível, para que tros é o nasci- cada um de nós possa melhor servir à mento do Sol, e Grande Obra, e possa também comemopara alguns é o dia do nascimento dos rar, de fato, o seu Natal pessoal. ∆ Salvadores, tais como, Buda, Mitra, JeTONAPA Comendador R+C sus, Baldur e tantos outros Salvadores que o mundo conheceu. OS SALVADORES E O A Ora os personagens citados são todos salvadores de homens, o Sol, por sua vez, simboliza todos os Salvadores, logo as três acepções são, de fato, idênticas. Quem são os Salvadores? São eles os grandes Iniciados de nosso mundo que, periodicamente, vêm ao plano físico realizar a Grande Obra de ensinar aos homens o caminho que os conduzirá à fonte da qual vieram, isto é, ao nosso Pai Solar, ao nosso amado Chrestos Cósmico. NATAL INTERIOR O s seguidores de Mitra, antes do advento do cristianismo, celebravam, no dia 25 de dezembro, a grande festa do “Dies Solis Invicto.” Esta festa celebrava o nascimento do Sol Invencivel, símbolo Solar! também O R+C deve também se tomar um chamado pelos Chrestus Cósmico. salvador, em especial, de seus irmãos. Seguem, abaixo, palavras de Ir.:. DoUm ser humano inicia a sua trajetória de salvador, quando, em seu interior, o Cris- mingos Magarinos, referentes ao grande to Cósmico, conscientemente, passa a Sol Central, que merecem ser refletidos guiar seus pensamentos, sentimentos e neste fim de ano, nosso Natal R+C. ações diuturnos. Nesse momento dize“De há muito venho colecionando mos que o Natal pessoal desse ser, que referências, descrições de e cerimônias agora denominamos um Iniciado, está religiosas, comprobatórias de que muitas 3 tribos aborígenes do Brasil não só tinham a como praticavam mesmo, a heliognose, designação exata do conhecimento das influências solares, ponto de vista espiritual e biológico, conhecimento que, insofismavelmente, facultou à quase totalidade dos ameríndios a concepção CHRISTO COSMICO, culto que a oficial, nos estreitos limites do iluminado, porque, a sua disposição e o seu perfeito polimento permitiam refletir os primeiros raios do astro luminoso, no instante preciso do seu dilúculo. Neste momento, realizava-se uma das cerimônias mais solenes do culto que, de um modo positivo e material confirma a integridade da minha afirmativa. materialismo, denomina terror cósA pilhagem dos conquistadores, mico, ãstrolatria ou, quando muito, soreza a história da civilização incaica, lares.” apropriou-se do símbolo material e A Sra.Anne Besant, no seu livro precioso e a conveniência religiosa dos Cristianismo Esotérico, estudando o à frades, que os acompanharam, adulteluz da mitologia comparada, que ver- rou- lhe a sublime e espiritual significadadeiros e perfeitos de legendas apa- ção, transformando o culto transcenrecem, milhões antes do nascimento dente em rude e primitiva idolatria. de Jesus, várias regiões do globo, viÉ imperativo do novo milênio que vendo os mesmos episódios, repetindo universalizemos o conceito de Natal e as mesmas sentenças, realizando, em que, microcosmicamente, o compreeno mesmo destino atribuído, posteriordamos como o nascimento do Cristo mente, ao Excelso Iniciado de NazaInterno, feito à imagem e semelhança reth. do Cristo Cósmico, no interior de cada Dando ao grande arcano a verda- um de nós. deira significação, concordo que Feliz Natal, interior, a cada um dos Quetzalcoatl, no México prémembros da Grande Família Humana. colombiano; Krishna, na India; Zoroas∆ FRA tro, na Pérsia; Thot, no Egito: Orpheu, na Grécia e, finalmente, Jesus, na Palestina, humanizaram os mistérios soO CREDO ROSA-CRUZ lares do CRISTO CÓSMICO. O É notório e sabido que os frades espanhóis, companheiros de Colombo, encontraram o CRISTO E A CRUZ nos teocalis toltecas e, bem assim, nos templos maia-quichés. s rituais são hinos à Mãe Natura, são como uma representação teatral, simbólica da própria Natureza. Em Cuzco, entre os Incas, INTI, o Espírito Solar — O CRISTO COSMICO — era simbolizado por um grande sol feito de ouro maciço, o qual, embora Um conferencista maçom disse o no interior e na penumbra do templo, cintilava, como se fosse fartamente seguinte: - “O ritual maçônico não é 4 uma cerimônia, mas uma vida que pode ser vivida”. E nós diremos: - O ritual R.C. não é simplesmente uma cerimônia e sim uma vida que deve ser vivida pelo verdadeiro discípulo. Com a realização em nossas vidas do ritual, certamente, abrir-se-ão as portas secretas que conduzem o neófito, que busca a verdade, ao interior do templo iniciático, ainda mais, diante da Cruz e do Santo Graal. “Creio em Deus Pai, Todo Poderoso, Criador do céu e da terra’, etc... Os maometanos também têm sua crença especial: - “Só há um Deus e Maomé é o seu profeta”. O budismo crê na felicidade inefável do Nirvana e nas quatro verdades excelentes que são a dor, a produção, a cessação e o caminho. Enfim, todas as religiões têm a sua crença fundamental, ou seja, o que constitui o seu credo. O credo não é uma imposição da doutrina R.C., nem tão pouco uma crença a que todos são obrigados a submeter-se pela simples razão de que outros acreditam. Bem o salientou o M.:. esta observação, ao publicar o credo, na Revista (Gnose), e disse que nos centros ou lojas não seria conveniente incluir, na repetição deste credo, pessoas que se oponham a ele. Naturalmente, os .:. têm o dever de interpretar o credo a seu modo, segundo os ditames do seu EGO. Agora, entraremos no assunto de que nos vamos ocupar: O credo R.C. tem em cada frase um significado oculto; cada palavra simboliza uma verdade que, à primeira vista, está oculta. Agora analisemos o Eu Imortal e o seu credo. O Eu é a essência de tudo que pode existir no Homem. O Eu não se confunde com o físico, o astral ou o mental, é o homem espiritual, é o espírito puro que, depois de passar pelos diversos planos superiores ao nosso, volta a tomar outro corpo, quer dizer, a reencarnar e a seguir o seu curso de mortes e renascimentos, através da grande cadeia de vidas sucessivas, Credo é um conjunto de palavras até cumprir o plano de Deus e chegar por meio das quais uma pessoa ex- a reunir-se ao Grande Todo. pressa a sua crença em determinada É pois, a crença deste Eu o que coisa. Crer é ter fé em uma coisa e a expressamos em nosso credo. Eu fé é uma virtude que nos permite acrecreio, interpretam os R.C., como vivi ditar nas virtudes de uma coisa ou de em mim mesmo ou, como disse o M.J. um assunto. O credo é a expressão do - ‘Eu vivi em meu interior, em meu EGO por meio de palavras, e estas EGO Divino.” são o revestimento que o Eu dá as suas idéias afim de expressá-las no Todos somos filhos da Natureza, a mundo físico. A fé do Estudante R.C. escola onde aprendemos os mais valitem por base a percepção íntima da osos ensinamentos, é ela que nos emverdade. presta todo o material para as nossas experiências e, finalmente, nos dá o Todas as religiões têm o seu credo. corpo, um veículo perfeito de que nos A religião judaica, baseada na Bíblia, utilizamos neste ciclo de evolução. ∆ crê em um Deus invisível, Todo Poderoso, etc. A Igreja Católica temo seu A.J. Trewhella. credo que diz: 5 lo citado. A Igreja Gnóstica A etimologia da palavra gnose permite entendermos melhor o que o Mestre Huiracocha pretende dizer em seu livro Rosa Esotérica, quando diz: “... a Igreja Gnóstica, que, antes de tudo, se ocupa do mistério do sexo...” (2ª edição brasileira, Rio de Janeiro, 1967 – pág. 57). De fato, as bases do Gnosticismo prático, como se pode perceber, na leitura do livro A Igreja Gnóstica, repousam sobre a energia emanada do poder criador de nossa energia sexual transmutada (kundalini, dos orientais). Prefacio da edição brasileira do livro A Igreja Gnóstica, do Mestre Huiracocha Prestai atenção na palavra, entendei o conhecimento (gnose), amai a vida e ninguém vos perseguirá, como ninguém vos oprimirá, exceto vós mesmos. (Apócrifo de Tiago) F Voltemos ao termo gnose, para busalar da Igreja Gnóstica é falar carmos sua compreensão rosa-cruzde gnose. O que é gnose? gnóstica. Não podemos, de modo nenhum, Gnose, para nós, é um conhecimento aceitar que gnose que pressupõe união, comunhão, identifie, consequentecação entre o conhecedor e o conhecimente, o Gnostimento, pois aqui, conhecer é ser (para o cismo, seja uma iniciado gnóstico). simples heresia, combatida pelos O fim último da gnose é Deus (a divinPadres da Igreja. dade externa, ou a que é externa ao ser humano). A ocorrência da manifestação Gnose e Gnostidessa divindade, na alma do gnóstico, cismo são muito transforma o “conhecedor”, em sua totalimais que isso. dade, pela ação desse conhecimento A palavra gnose (gnose). vem do grego Esse conhecimento (gnose) e sua rea(gnosis), que sigMestre Huiracocha lização, pela alma do conhecedor, devem nifica conhecimencoincidir para que a pessoa atinja a plenito e, por sua vez, deriva do verbo conhetude gnóstica em si mesma. cer, que no grego é gignosco. A raiz do termo gnose é gnos, que também está Podemos sintetizar dizendo que a gnose é um conhecimento-sabedoria, presente no verbo conhecer (gignosco). fonte de todo o saber esotérico, fundaO verbo conhecer (gignosco) é utilizamentando-se na força da energia criadora do no Novo Testamento, como, por (amor consciente; amor puro) dirigida à exemplo, em Mateus 1-25, no qual é emiluminação interior de cada ser humano – pregado no tempo passado, em grego daquele que busca atingir suas metas (gignoscien), e assim usado no seu sentiiniciáticas. Essa é a gnose perene, que do original: o de ter contato sexual com vem do divino em nós: ela é atemporal; é alguém – como podemos notar no capítudotada de um poder libertador e redentor 6 que se manifesta na vida do verdadeiro za divina de Deus, mediante as experiências interiores por eles vivenciadas. Os gnóstico. gnósticos dos primeiros séculos de nossa Assim, a Santa Gnose é uma experiera viviam o verdadeiro Cristianismo esoência interior, íntima e individual, na qual térico primitivo. a verdade (realidade espiritual) se mostra para nós, diretamente, sem intermediáA obra que estamos trazendo a públirios (conhecimento direto), só ocorrendo co aborda a gnose tanto em seu sentido na real iniciação interna.O gnóstico, sen- mais amplo e universal quanto em sua do o detentor da gnose, é aquele que foi faceta cristianizada e mais setorial. realmente iniciado em seu mundo interno. Deixamos registradas, aqui, as conNessa acepção, a gnose é um conheciclusões a que chegou o famoso Colóquio mento de si mesmo. Ela é o autoconhecide Messina, ocorrido em ‘966, na Itália mento pleno (é o “conhece-te a ti mes(cidade de Messina), após aprofundados mo”); é a iniciação completa. estudos realizados pelos maiores especiPodemos abordar o estudo da gnose alistas em gnose e Gnosticismo de nossa de duas maneiras: época. a) gnose “lato sensu”: é a gnose considerada em seu sentido mais amplo – neste caso, podemos dizer que gnose designa todo o conhecimento esotérico das religiões, derivado de experiências místicas (intuição, revelação, sabedoria iniciática, etc.), que se fundamenta na sabedoria interior (conhecimento transcendente), transmitida por seus fundadores iniciados. Nesse sentido (lato sensu), podemos dizer que é a fonte de todas as verdadeiras buscas religiosas esotéricas, manifestadas por intermédio da Iluminação pessoal do buscador da verdade. Quando o R+C fala de gnose, em geral, usa o termo Iluminação como seu sinônimo. Esperamos que ajudem na compreensão da obra A Igreja Gnóstica, do doutor Krumm-Heller. b) gnose “stricto sensu”: é a gnose considerada em seu sentido mais particular, designando um conhecimento esotérico que existiu desde antes de Jesus Cristo, alcançou sua culminância nos séculos II e III da era atual, apresentando-se, então, bem cristianizado. Nesse sentido (stricto sensu), a gnose refere-se a um tipo de conhecimento adquirido pelos modernamente denominados “gnósticos” – cujo conhecimento esclarece a nature- II) Nem toda gnose é Gnosticismo; mas somente a gnose que envolve em sua perspectiva a idéia da consubstancialidade da Chispa Divina (com Deus) é que necessita ser despertada e reintegrada. Conclusões do Colóquio de Messina I) O Gnosticismo dos movimentos religiosos do século II de nossa era tem características que podem ser resumidas na idéia de uma “Chispa Divina”, existente em cada ser humano, proveniente do “Reino Divino” (de Deus), lançada neste mundo, onde está sujeita ao destino (carma), ao nascimento e à morte. Essa Chispa necessita ser despertada, na contraparte divina do ser humano, a fim de, finalmente, ser reintegrada em sua origem primeira (divina). A gnose do misticismo envolve a identidade divina do conhecedor (o gnóstico) com o conhecimento (a divina substância do Ser transcendente de cada um) e os 7 meios pelos quais o gnóstico conhece. grupo de pessoas. A gnose, como uma faculdade divina V) Dualismo: É um termo reservado implica, deve ser despertada e posta em às doutrinas que envolvem uma dicotomia de princípios, sejam eles coeternos, prática. ou não, e que sustentam a existência III) Um problema que nos é apresentadaquilo que se encontra no mundo, de do é saber se este “Gnosticismo” clássico uma forma ou de outra (por exemplo: o (século II) foi, ou não, precedido por um bem e o mal). O dualismo é um gênero proto-gnosticismo (pré-cristão), ou, simcom várias espécies: plesmente, por um pré-Gnosticismo. a) dualismo anticósmico do GnosticisPré-Gnosticismo: É a existência de mo, que explica que este mundo é o mal diversos temas ou motivos, semelhantes (cuja essência não foi criada pela divindaaos do Gnosticismo, constituindo um préde). Gnosticismo, ainda não envolvendo o prévio Gnosticismo; sendo, portanto, inb) dualismo zoroastriano, pelo qual, dependentes do Gnosticismo clássico do vindo de fora, o mal é que intervém em século II. nosso mundo bom. Protognosticismo: É a essência do Gnosticismo que, neste caso, encontraremos presente em conhecimentos já existentes há muito tempo antes do século II e também anteriores ao próprio Cristianismo (como, por exemplo, o antigo mandeísmo, cujos escritos primitivos foram feitos em um dialeto do idioma aramaico – visto que esse movimento protognóstico sobrevive, ainda hoje, no Iraque. Igualmente, o Corpus Hermeticum, que reúne textos escritos de Hermes Trismegisto, fala de gnose; e que não são cristãos, tipicamente – como não o são os dos mandeanos, já citados. O Gnosticismo teria, assim, precursores em vários povos e em diversas culturas antigas, que constituiriam, de fato, um protognosticismo eclodido no século II, sob a forma de um Gnosticismo cristianizado, como aquele que é mostrado no (livro) Pistis Sophia. c) dualismo metafísico (o dualismo de Platão), pelo qual se ensina que a constituição do mundo consiste na dialética de dois princípios irredutíveis e complementares, em geral, caracterizados por uma disparidade de valores (ocorreria no pensamento dos ofitas, sendo uma fórmula monístico-dualista). Após o exposto, podemos dizer que o Gnosticismo é, de fato, um sistema de conceitos doutrinários que floresceu no século II, indo até o século IV, de caráter nitidamente influenciado pelo Cristianismo. Porém, as origens do Gnosticismo remontam a épocas e a filosofias alheias ao nascente Cristianismo. Para encerrar nossas palavras introdutórias sobre A Igreja Gnóstica, concluiremos acrescentando que já uma estreita relação entre o portador do conhecimento (gnose) e o objeto do seu conhecimento, que é, em última análise, o conhecimento de sua Chispa Divina, do seu Eu Sou, ou do seu Santo Anjo Guardião (as terminologias podem variar), existentes em todos nós, e a maneira pela qual o portador da gnose (o gnóstico) entende. Nós, que somos rosa-cruzesgnósticos, aceitamos plenamente a presença de um protognosticismo, como antecessor do Gnosticismo cristão. IV) Gnose é um conhecimento dos mistérios divinos, reservado a um seleto 8 O gnóstico conhece, por intermédio do despertar de sua Chispa Divina, por meio do que, usando uma terminologia mais moderna, chamamos de Iluminação ou de Iniciação Real, que, realmente, significa a exteriorização consciente do conhecimento divino interno (gnosis). Esse conhecimento divino interno (essa gnose) é veiculado por nossa Chispa Divina, por intermédio de nossa personalidade humana, que pode, e deve, expressá-lo em nosso viver cotidiano. ∆ Deus nos diz. Esta definição, por mais moderna, vem dos antigos que já diziam: “Fé é uma Luz e é essa Luz que, por um lado, provem da Sabedoria e, por outro, a ilumina.” Isto nos faz compreender que PISTIS E SOPHIA são duas coisas que se combinam, que se relacionam entre si. A escrita é a palavra grafada, como a linguagem, a palavra pronunciada. Disto resulta a seguinte pergunta: A linguagem é suficiente e bastante perfeita para transmitir-nos toda a Sabedoria? Devemos confessar que não. A linguagem humana, ainda que se trate do idioma completo, não nos faculta a integridade deste uando procuramos estas duas desideratum e por isso procurou-se, desde palavras em dicionários moder- tempos imemoriais, outros meios de adquinos, encontramo-las, rir Sabedoria. geralmente ligadas por Para fazer-me compreender com toda um traço de união, ao contrário do que sucede clareza, utilizo-me de um exemplo fornecido nos livros antigos, onde por Steiner. se nos deparam deste "Vê-se João ou Pedro, designo-os com modo – (Pistissophia) - o nome de homem, mas é homem isto que isto é, constituindo um vemos com duas pernas, como nossa vista único vocábulo. apreende ou aquilo que falando se revela a S.C. Tonapa R+ (Pistis - Sophia) Q Traduzido, literalmente nossa percepção ? Não, isto que vemos é do grego quer dizer FÉ ilusão. O homem é a combinação das forças cósmicas que se reúnem e se concen- SABEDORIA. tram nisto que vulgarmente chamamos hoSão duas coisas que devem estar sem- mem." pre unidas: a Fé e a Sabedoria, pois, não Assim como o arco-íris não pode existir há Fé verdadeira sem sabedoria, nem Sabedoria sem Fé. Assim como não há água sem a combinação da água existente nas sem a combinação de hidrogênio e oxigê- nuvens e os raios do Sol que as atingem, nio, não há Deus consciente em nós sem e que em si não tem existência real, assim esta combinação. Adquirimos Fé-Sabedoria o homem só existe se se aglomeram por meio do ensino e este nos comunica nele as forças solares de que se compõem. por intermédio da palavra falada ou escrita. Falta-nos, portanto, um termo ou uma Se precisamos dos olhos para ver, dos palavra para significar tudo isto que é realouvidos para ouvir, carecemos de Fé para mente o homem, incluindo nesta designação lograrmos Sabedoria. Fé, afirma a Teologia, a nossa origem, isto é, de onde viemos, e é a Luz, um Conhecimento sobrenatural mais ainda, quem somos e para onde vamos. que nos permite sem ver e crer no que 9 A palavra homem não nos induz a pensar simultaneamente nesta diversidade de aspectos. Um homem, em geral é apenas o seu aspecto material. Se o chamamos criatura, associamos-lhe a idéia de criação: já é alguma coisa mais. Indica pelo menos, que o homem é qualquer coisa criada. O cadáver já não é considerado homem, pois sentimos no cadáver que o homem se extinguiu. Mas é preciso acrescentar que já existimos antes de nascer e continuamos a existir depois de mortos. Falta-nos , portanto uma palavra que sintetize todas essas faces humanas do ser. GNOSE. Os ritos sagrados corriam o grande perigo de ser completamente destruídos, e por este motivo foram custodiados por varias sociedades antigas A FRATERNIDADE BRANCA-ROSA-CRUZ ANTIGA teve ou tem este encargo desde a idade média. Assim existem dois aspectos da Gnose; há, também, duas classes de sacerdotes, uns que só conhecem os MISTERIOS MENORES e outros os MISTERIOS MAIORES . Hoje em dia só aos Iniciados RosaCruz são revelados esses MISTERIOS maiores. Essa lacuna, verificada em todos os idiomas, foi preenchida pelos antigos com Há casos em que sacerdotes do circulo os seus MISTERIOS, espécies de represen- exterior fracassaram em sua empresa, mas tações teatrais, de cerimônias sagradas, isto não pode acontecer aos verdadeiros ritos ou liturgias em que os MYSTOS eram Iniciados. impressionados ou preparados para a IniciaEm face do exposto podemos perceber ção. a diferença existente entre GNOSE e os O neófito sentia ou experimentava qual- outros sintemas religiosos, inclusive com a quer coisa superior que lhe facultava o ensino Teosofia indiana. Todos propagam seus oral . Existiam duas categorias de MISTERI- conhecimentos através de conferencias e OS : os públicos e os reservados, celebra- livros, enquanto os Gnósticos valem-se dos dos a portas fechadas e exclusivamente por seus rituais ou do estudo das suas cerimosacerdotes ou Iniciados. Historicamente está niais e até das pinturas ou desenhos antiprovado que desses MISTERIOS se origi- gos entre os quais figuram as cartas do naram todas as religiões conhecidas, todas TARO, tão curiosas e reveladoras. absolutamente, as quais podemos afirmar, Oxalá uma vez que iniciamos no Brasil são deturpações ou adaptações desses estes estudos, na intenção de conquistarmos MISTERIOS. o renascimento desses MISTERIOS , os Os Iniciadores ou reais conhecedores brasileiros cerrem fileiras conosco e nos desses MISTERIOS ao reconhecerem essa ajudem nesta tarefa. Não devemos esquecer degeneração, essa decadência, evidenciada que esses MISTERIOS não constituem privipelo aparecimento de religiões materiais, légio dos povos Orientais e que existiam no como o Cristianismo Romano, lutaram con- próprio Brasil, como nos contam estudos tra essas inovações, no intuito de conserva- dos TUPINAMBÁS, CUJOS SACERDOTES rem os MISTERIOS na sua antiga e origi- ERAM MAGOS SUPERIORES AOS DA nal pureza. índia, os quais, por suas virtudes foram sujeitos à dos perseguição dos brancos, e Esses lutadores científicos foram chamaocultaram os seus respectivos ritos. ∆ dos GNÓSTICOS e inspiravam-se nesse conhecimento secreto que tem o nome de Dr. KRUMM HELLER R+ 10 PROTEÇÃO CONTRA VIBRAÇÕES NEGATIVAS O Método de proteção contra as forças do pensamento. Sejam elas intencionais ou inconscientes, é a LEI DO AMOR e a ausência do medo. O ser humano que tenha controle sobre o medo e viva em harmonia com esta Lei e com suas exigências, nada tem a temer. No princípio fundamental do AMOR, na bondade e no perdão encontramos proteção contra todas as influências daninhas e contra as forças destrutivas, que provêem das ações mentais que possam nos afetar, sejam elas conscientes ou não Dr. Reuben Swinburne Clymer Recordemos sempre este MANTO DE PROTEÇÃO DIVIG.M. F.R.C NA. Cultivemos um espírito de bondade e façamos um julgamento generoso dos atos praticados pelos nossos semelhantes Devemos ter uma atitude mental positiva, livre dos temores de tais influências indesejáveis e, manter o pensamento: NENHUMA FORÇA MALIGNA NO UNIVERSO E SUFICIENTEMENTE PODEROSA PARA ENTRAR EM MINHA MENTE. EM MEU CORAÇÃO OU EM MINHA ALMA. Não existe poder suficientemente forte na terra para influenciar pessoas cujo coração esteja guardado pela couraça do AMOR PURO e generoso para com todos os seres. Da mesma forma que um ferro em brasa desintegra uma gota d’água que sobre ele caia, assim o calor de um coração puro, contra o qual se dirigem vibrações mentais de natureza maligna, imediatamente transmutará todas essas forças malignas, em forças construtivas de poder e em meios para o seu adiantamento e êxito. O coração em que o Amor e o perdão habitam. é mais poderoso que a mais forte vontade ou a mais forte mentalidade A Alma, que guarda como relíquia a CHAMA DO AMOR e a boa vontade, está tão afastada das perversões. que mesmo uma vontade gigantesca não a alcançará. Protegemo-nos de uma invasão de forças de outras mentes e de vontades alheias, à medida que depuramos nosso coração e nossos desejos de todas as inclinações indesejáveis dos pensamentos afastados de Deus e das paixões indignas. A pureza de coração e a elevação dos desejos é o SEGURO DA COMPLETA PROTEÇÃO. Não importa onde estejamos ou quais sejam os nossos ambientes. Pelo cultivo destas qualidades, que conduzem ao despertar do CRISTO INTERNO e à CONSCIENCIA DA ALMA adquirimos essa proteção. Que nenhum poder na terra pode atacar. ∆ Dr. R.S. Clymer F.R.C A FRA mantém um Curso para candidatos aspirantes denominado Aula Fundamental CAMBARERI, com a duração aproximada de um ano. O candidato terá direito a frequentar estas aulas, se assim o desejar, pelo tempo que mais lhe convenha, antes de assumir o compromisso de tornar-se Membro da FRA. Na Aula Fundamental, o candidato poderá participar de aulas práticas (individuais e coletivas), tais como A Prática do Silêncio, Meditação, Visualização Criativa, entre outras, alternadas com palestras, rituais, e, só então, o candidato, ciente pelos princípios, métodos de instrução e poderá ser convidado a submeter-se ao Ritual de Iniciação, dando início então à sua admissão ao Círculo interno, no 1º Grau R+C. Caso você queira se filiar a Fraternitas Rosicruciana Antiqua, conhecendo nossa filosofia Rosa-Cruz, nossos cursos e nossas práticas, escrevanos ou passe um e-mail, solicitando o material necessário para se tornar um estudante rosa-cruz, podendo também ser um membro correspondente caso não haja filiadas em sua cidade. ATIVIDADES PÚBLICAS Segunda-feira: - Aula Fundamental às 20:00hs (palestras e rituais) (exceto nos dias 27 de cada mês), consulte a nossa programação em nosso site no link “Aula Fundamental”. Domingo: - Missa Gnóstica às 09:00hs - Curso Infanto Juvenil de Evangelização Gnóstica às 09:00hs Fraternitas Rosicruciana Antiqua http://www.fra.org.br E-mail: [email protected]