AS MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO A PARTIR DA DÉCADA DE 1990 NO BRASIL MELLO, Cheila Dionisio de – IFPR [email protected] TURMENA, Leandro – Professor Ms. IFPR [email protected] Eixo temático:1. História da Educação. Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Esta pesquisa investigou as mudanças no mundo do trabalho e as relações destas com a educação no Brasil a partir da década de 1990. Primeiramente destacou-se que as mudanças no modo de produção capitalista, deveu-se ao esgotamento do modelo taylorista/fordista e à necessidade de substituição desse modelo de gerenciamento técnico-científico por outro denominado toyotismo. Neste sentido, o toyotismo exigiu uma requalificação dos trabalhadores devido à nova divisão internacional do trabalho no sistema capitalista neoliberal. Constata-se que através das mudanças no mundo do trabalho, vem emergindo um novo cenário educacional, exigindo dos trabalhadores um conjunto de saberes para que este possa ser inserido, ou recolocado no mercado de trabalho e garantir seu emprego, atendendo as novas exigências demandadas pelo capital. Palavras-Chaves: Mundo do Trabalho; Educação; Reestruturação Produtiva. Introdução Esta pesquisa tem por objetivo estudar as mudanças no mundo do trabalho e as relações destas com a educação no Brasil a partir da década de 1990. O presente estudo justifica-se pela necessidade de entendermos as mudanças ocorridas no mundo e no mercado de trabalho, sendo que estas acabam por repercutir no âmbito escolar, na perspectiva de capacitar os alunos a estarem aptos para atender as expectativas do mercado de trabalho. Na atual conjuntura socioeconômica brasileira, a educação foi gradativamente recebendo a incumbência de formar o aluno para a empregabilidade. Prega-se ideologicamente que a solução para os problemas sociais, entre eles a desigualdade econômica, a pobreza e sobretudo o desemprego, passaria agora pela educação formal. A educação passou a ser o fator por 11888 excelência para o desenvolvimento e o progresso dos indivíduos e das nações. Supunha-se que o avanço social e econômico representava os ganhos obtidos pelo homem no cultivo de sua inteligência por meio da educação escolar. Assim, o objetivo básico da escola, nesta concepção torna-se o formar para o mercado de trabalho. Desta forma questionamos: Quais as mudanças no mundo do trabalho, no Brasil, a partir da década de 1990? Qual o perfil do novo trabalhador diante das mudanças no mundo do trabalho no Brasil a partir da década de 1990? Assim sendo, iremos discutir as mudanças no mundo do trabalho a partir da década de 1990 no Brasil e, as novas competências exigidas para a formação do trabalhador. Segundo Karl Marx, a história moderna e contemporânea é dominada pelo capital (MARX, 1973, p. 236 in SAVIANI, 2004, p. 17). Nesta perspectiva é impossível, compreender a história da sociedade contemporânea, e consequentemente, a história da educação contemporânea, sem compreender o movimento do mundo do trabalho, dos modos de produção, e as bases do capital. Metodologicamente, a pesquisa tem um caráter bibliográfico, elaborada através de leituras e análises a partir de livros, artigos científicos, teses e dissertações. 1 . Influências do Toyotismo para o mundo do Trabalho O taylorismo1 serviu de base para a implantação, a partir de 1914, do que ficou sendo denominado de fordismo2, cuja maturidade deu-se entre 1945 a 1973 (HARVEY, 2001). 1 O taylorismo define-se como um conjunto de técnicas e princípios referentes à organização dos processos de trabalho, as relações sociais de produção e a um sistema de remuneração que associa rendimento à produção, concebidos por Frederic W. Taylor, engenheiro norte-americano, a partir do final do século XIX. (BRAVERMAN, citado por CATTANI, 2006) Taylor realizava uma seleção cientifica do operário ideal para a nova organização de trabalho. O trabalhador ideal era aquele que fosse quieto, econômico, ambicioso, ignorante, seguro, obediente, individualista e forte. Cada trabalhador era sabatinado individualmente para evitar qualquer consciência de interesse coletivo de classe. Taylor queria saber qual era o interesse individual do trabalhador para seduzi-lo com um pequeno aumento salarial desde que ele fizesse tudo o que lhe fosse solicitado. 2 Henry Ford foi o pioneiro na indústria automobilística, quando se trata da evolução da produção artesanal para a produção em massa, anteriormente, a I Guerra Mundial. O quadro de trabalhadores era formado por homens sem instrução, sem qualificação, sem informação e sem crítica da organização empresarial num trabalho que exigia apenas a produtividade, por meio da padronização de tempos, métodos e processos de maneira uniforme. O que havia em especial em Ford e que em última análise distingue o fordismo do taylorismo era o seu reconhecimento explícito de que produção em massa significava consumo em massa, um novo sistema de reprodução da força de trabalho, uma nova política de controle e gerência do trabalho. Em muitos aspectos, as inovações de Ford eram mera extensão de tendências bem-estabelecidas; ele fez pouco mais do que racionalizar velhas tecnologias e uma detalhada divisão do trabalho pré-existente. (HARVEY, 2001) 11889 Tratava-se agora, segundo o mesmo autor, de organizar uma produção em massa para um consumo também de massa, num contexto de um novo homem e de uma nova sociedade. Segundo Turmena (2009, p. 100), Na década de 1970 entra em declínio o modelo taylorista/fordista de acumulação capitalista que tinha no Estado de Bem-Estar Social (Social-Democracia ou Keynesianismo) seu ponto central de equilíbrio mercantil. O Estado, como instituição social central para a expansão do mercado (redução da diferença de ritmos de aumento da produção e do consumo), participa da reprodução do capital e da força de trabalho de forma diferenciada, tendo em vista que o modo de produção capitalista necessita constantemente de transformações para sua própria manutenção. Esta crise obrigou o capitalismo a se reorganizar, fazendo com que as empresas de diversos setores tivessem de buscar modos de produção capazes de gerar uma gama maior de produtos, em quantidades menores e com suficiente rapidez para atender as necessidades dos consumidores na medida de sua demanda. (BERNARDO, 2009). Segundo Antunes (2002, p. 31), Como resposta à sua própria crise, iniciou-se um processo de reorganização do capital e de seu sistema ideológico e político de dominação, cujos contornos mais evidentes foram o advento do neoliberalismo, com a privatização do Estado, a desregulamentação dos direitos do trabalho e a desmontagem do setor produtivo estatal; a isso se seguiu também um intenso processo de reestruturação da produção e do trabalho, com vistas a dotar o capital do instrumental necessário para tentar repor os patamares de expansão anteriores. Importante destacar que “na década de 1980 o Brasil completou sua industrialização sob o padrão fordista. Período em que nos países centrais este padrão já estava superado. Contudo, foi na década de 1990 que o Brasil entra no processo de transformar a sociedade numa economia competitiva” (TURMENA, 2009, p. 114). Estas mudanças no contexto mais amplo têm conseqüências diretas sobre as formas de organização do trabalho. Assim a garantia de um lugar no mercado passa a ser associada diretamente à idéia de flexibilidade. (BERNARDO, 2009, p. 24) Coriat (1994) denomina a nova organização do trabalho pós-fordista de toyotismo (referindo-se à Empresa Toyota) ou ohnismo (Ohno, engenheiro da Toyota). O pioneirismo do Japão, o berço do “Método Toyota”, deve-se, segundo o autor, a uma conjuntura econômicosocial diferente daquela do fordismo. Desde o final da década de 1940 e durante os anos 1950, as empresas japonesas e, sobretudo, a Toyota vinham lutando contra uma economia local recessiva 11890 (crise financeira), falta de demanda, greves e um contexto de guerra contra a Coréia. O desafio consistia em produzir somente o necessário para atender à demanda. “O ideal seria produzir exatamente aquilo que é necessário e fazê-lo no tempo exatamente necessário” (OHNO citado por CORIAT, 1994, p. 38). A produção sob o toyotismo é voltada e conduzida diretamente pela demanda. A produção é variada, diversificada e pronta para suprir o consumo. É este quem determina o que será produzido, e não o contrario como se procede na produção em série e de massa do fordismo. Desse modo, a produção sustenta-se na existência do estoque mínimo. O melhor aproveitamento possível do tempo de produção, é garantido pelo Just in time e Kaban3, métodos utilizados para a reposição de peças. Neste sistema, se inverte o processo: é do final, após a venda, que se inicia a reposição de estoques (ANTUNES, citado por BERNARDO, 2009, p. 26). Tendo como ponto de partida a demanda, o toyotismo também se caracteriza pela flexibilização4. Flexibilização da demanda (consumo orientado por necessidades artificiais), da produção (fábrica mínima), do trabalho (polivalência), do Estado (neoliberal) e da ideologia dos espaços (HARVEY, 2001). Um ponto essencial do toyotismo é que, “para a efetiva flexibilização do aparato produtivo, é também imprescindível a flexibilização dos trabalhadores. Direitos flexíveis, de modo a dispor desta força de trabalho em função direta das necessidades do mercado consumidor” (ANTUNES, 1999, p. 28). Harvey (2001, p. 140) denomina este novo regime de acumulação capitalista de acumulação flexível. Ela se apóia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional. A acumulação flexível envolve rápidas mudanças dos padrões do desenvolvimento desigual, tanto entre setores como entre regiões geográficas, criando, por exemplo, um vasto movimento no emprego no chamado ‘setor de serviços’, bem como conjuntos industriais completamente novos em regiões até então subdesenvolvidas. 3 O Método Kanban consiste em organizar a produção, a venda, a encomenda e o trabalho de forma ágil, rápida, flexível e integrada. Segundo Coriat (1994), é um sistema de reposição de peças que funciona na mesma lógica dos supermercados: a mercadoria é reposta na medida em que for vendida. 4 “A flexibilização é uma espécie de estagio evolutivo da natureza das organizações produtivas (como a adolescência no ciclo vital dos seres humanos), ao qual não cabe fazer mais nada além de dar-lhe as boas-vindas e encaminhá-lo positivamente” (BLANCH-RIBAS et al. Citado por BERNARDO, 2009, p. 25). 11891 Tendo como base a globalização e o Estado Neoliberal5, o novo ciclo de reestruturação produtiva do capital volta-se com todas as suas forças para uma nova organização racional do trabalho. É a partir desta nova organização do trabalho que será possível manter a continuidade do modo de produção capitalista. Como bem assinalou Marx (1999, p. 271, citado por SAVIANI, 2004, p. 23) “o capital é trabalho morto (maquinário) que, como um vampiro, se reanima sugando o trabalho vivo (humano), e, quanto mais o suga, mais forte se torna”. No Brasil, a partir do final dos anos de 1980, entram em cena as reformas educativas, ditas neoliberais que se encontram em andamento (SAVIANI, 2004). Sob a inspiração do toyotismo busca-se flexibilizar e diversificar a organização das escolas e o trabalho pedagógico, assim como também as formas de investimento. Entretanto o papel do Estado torna-se secundário e apela-se para o voluntariado. 2. A Questão da Empregabilidade Nesta sociedade regida pelo capital, a lógica da educação é a lógica do mercado. Sob essa lógica, os indivíduos devem ser preparados para a flexibilização das relações de trabalho e a adaptação a tudo o que é imposto, para que assim possam estar preparados para a tão sonhada empregabilidade. Deste modo se deve destacar também, que “nesta conjuntura não se demorou a aceitar que uma certa dose de desemprego podia constituir um bom estimulo competitivo às meritocracias6 econômicas na era da globalização” (GENTILI, 1998, p. 88). A educação passou 5 “O (neo)liberalismo (re)assume a função da “nova” ideologia do capital na perspectiva de minimizar a função do Estado em relação aos gastos sociais e à intervenção junto ao mercado e maximizar legalmente a lógica produtiva capitalista, com destaque para o processo acentuado de privatizações, além da não estimulação da participação política”. (NEVES; FERNANDES, citado por TURMENA, 2009, p. 10). Em âmbito nacional a assunção da política neoliberal ocorreu a partir da década de 1990. Um processo que teve início com a eleição de Fernando Collor de Mello (1990-1992) e sua transição fecunda no governo de Itamar Franco (1992-1994). Todavia, consolidou-se com Fernando Henrique Cardoso (1995-1998 e 1999-2002) e continua no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 até os dias atuais) (ANTUNES, citado por TURMENA, 2009, 101). 6 O conceito é bastante difundido entre os franceses, utilizado para discutir a questão do mérito na escola. Dubet (2008, p. 11), ao proceder a uma análise sobre o sistema de ensino francês atual, afirma que “(...) a igualdade meritocrática das oportunidades permanece a figura cardinal da justiça escolar” (grifos do autor). Para Dubet (idem), “(...) ela designa o modelo de justiça, permitindo a cada um concorrer numa mesma competição sem que as desigualdades da riqueza e do nascimento determinem diretamente suas oportunidades de sucesso e de acesso a qualificações escolares relativamente raras”. (ALVES, 2008, p. 54). 11892 por profundas reestruturações, e a Teoria do Capital Humano7, com a contribuição de alguns de seus fundadores, mudou substancialmente, alguns dos componentes deste processo educativo, de escolaridade. É importante lembrar que antes da efetivação da política neoliberal, o capitalismo tinha, no início do século XX, o Estado de Bem-Estar como fundamento político ideológico. Foi, portanto, neste Estado que surgiu a promessa da escola integradora, sendo resultado do capitalismo em fase de expansão, no período que correspondeu 1950-1973. Defendia-se que, por meio da escola, o homem estaria se integrando ao pleno emprego8 (GENTILI, 1998) A defesa do pleno emprego e da educação integradora dá lugar a promessa de empregabilidade como capacidade individual, havendo, em meio da reestruturação neoliberal, a produção da “[...] citada privatização da função econômica atribuída à escola, uma das dimensões centrais que definem a própria desintegração do direito à educação [...] (GENTILI, 1998, p. 89). Para tanto, a escola integradora estava dentro de uma promessa de pleno emprego, tinha uma perspectiva integradora. Integrava a pessoa no mundo do trabalho, dos direitos sociais. Com o advento da política neoliberal, não temos uma proposta social coletiva. Temos uma proposta individualista, daí porque a idéia de competências e empregabilidade estar centrada no indivíduo. Até se fala em contratar por competência. “A perspectiva é desintegradora, é o fim do contrato social para todo contrato se tornar um contrato de indivíduos ou um contrato cível como qualquer outro”. (GENTILI, 1998, p. 89) Assim torna-se indiscutível, que a educação esta diretamente ligada à formação para o emprego, ou seja, para o trabalho, como também para o desemprego, pois encontra-se visível em meio a sociedade a dupla questão “trabalho/ausência de trabalho”. Nessa perspectiva, Holanda; Freres; Gonçalves, (2009), apontam para o termo empregabilidade referindo-se a um conjunto de saberes que o trabalhador deve ter para estar 7 Sua origem está ligada ao surgimento da disciplina Economia da Educação, nos Estados Unidos, em meados dos anos 1950. Theodore W. Schultz, professor do departamento de economia da Universidade de Chigago à época, é considerado o principal formulador dessa disciplina e da idéia de capital humano. Para o estudo da Teoria do capital humano é fundamental consultar as obras de Theodore Schultz. (CATTANI; HOLZMANN, 2006) 8 O pleno emprego keynesiano parecia funcionar com precisão tanto no seu sentido estritamente econômico como político: prever o caráter inevitavelmente explosivo – na ótica das burocracias governamentais, dos empresários e dos sindicatos – do desemprego de massas. A realidade do pleno emprego estava apoiada em três condições (...): a reestruturação profunda do modelo de Estado (a configuração definitiva dos Estados de Bem-Estar Social [...]; o impressionante avanço tecnológico [...]; o aumento acelerado no nível educacional da população. (GENTILI, 1998, p. 84). 11893 inserido no mercado de trabalho e garantir seu emprego, isto é, para ser colocado ou recolocado no mercado de trabalho e continuar nele. Assim, ser empregável é ter a capacidade de garantir um emprego em qualquer organização empresarial, independentemente da demanda por emprego no mercado. Em outras palavras, diz respeito à capacidade que o indivíduo deve ter para se adequar às necessidades do mercado de trabalho. Assim, os mesmos autores, afirmam que preparar os indivíduos para ocupar uma vaga no mercado de trabalho, no atual contexto histórico, é o objetivo da educação. As leis educacionais são modificadas para ajustá-las à lógica do capital. Sob essa lógica, a classe trabalhadora, despojada de tudo, busca na formação para o emprego a possibilidade de encontrar fontes de trabalho e renda, bem como aprender os conhecimentos necessários ao processo produtivo e, ainda, desenvolver as habilidades pessoais que o mercado de trabalho exige. (HOLANDA; FRERES; GONÇALVES, 2009). Portanto, a função da educação, nessa sociedade, é, primordialmente, justificar as desigualdades geradas pelo capital, produzir consenso e conformidade na classe trabalhadora, já que ela acredita ser de sua inteira responsabilidade individual a busca pelos meios de sair da condição de miséria em que se encontra e, ainda, fornecer as competências necessárias ao processo de produção. Em outras palavras, as necessidades de cada momento histórico de reprodução da forma social do capital tiveram, na preparação da força de trabalho, o fator preponderante no monitoramento das reformas ocorridas no espaço escolar e nas políticas educacionais como um todo. (BERNARDO, 2009, p. 29). Entretanto, cabe ressaltar, que durante todo este processo de transformações no mundo do trabalho o que passou a se exigir cada vez mais do trabalhador foram as competências, a dita qualificação a ser adquirida no processo educativo escolar. Consideracões Finais A partir da pesquisa realizada, consideramos que as mudanças ocorridas no modo de produção capitalista deveu-se ao esgotamento do modelo taylorista/fordista e à necessidade de substituição desse modelo de gerenciamento técnico-científico por outro denominado toyotismo. Em outras palavras, o toyotismo exigiu uma requalificação dos trabalhadores devido à nova divisão internacional do trabalho no sistema capitalista. No modelo de acumulação flexível 11894 (toyotista), desenvolve-se o novo conceito de competência, intrinsecamente associado aos novos cenários de empregabilidade e flexibilidade. As mudanças decorrentes do processo de globalização e a adoção de novos padrões de produção industrial caracterizado, principalmente, pela flexibilidade, impõe a necessidade de reestruturar a educação, visando sua adequação aos novos requisitos exigidos dos trabalhadores. Para tanto, da escola está sendo exigido um trabalhador flexível, polivalente: capaz de adaptar-se a muitos empregos e, no emprego, capaz de cumprir muitas e diferentes funções. Esta realidade que, no Brasil se inicia a partir da década de 1990, construída pela reestruturação produtiva, esta exigindo um trabalhador de novo tipo. Com novas potencialidades e cada vez mais capacitado, ou seja, o trabalhador deve ser capaz de aliar qualificação (saberfazer) a um conjunto de atributos pessoais (saber-ser). Entretanto, não podemos esquecer que nesta sociedade regida pelo capital, a lógica da educação é a lógica do mercado. Sob essa lógica, os indivíduos devem ser preparados para a flexibilização das relações de trabalho e a manutenção do status quo. Neste sentido, a educação é um mecanismo poderoso no processo de reprodução das relações sociais alienadas. REFERÊNCIAS ALVES, Vânia Maria. 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