Segurança do Paciente na Atenção
ao Parto e Nascimento
Serviços obstétricos – princípios
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Toda mulher tem direito a ser tratada com dignidade e respeito
O nascimento é uma celebração e um momento único para a mulher e para a família
e eles têm o direito de vivenciar o parto como uma experiência positiva
Para isso:
Cuidado centrado na mulher, no bebê e na família
Cuidado voltado para aumentar a probabilidade de que uma mulher saudável dê à
luz um bebê saudável
Cuidado baseado nas melhores evidências científicas disponíveis
Relação entre a mulher, a família e a equipe pautada pela confiança e respeito
mútuo
A mulher e sua família têm direito à informação sobre o cuidado que recebe
Garantir a autonomia e promover a escolha informada
Serviços obstétricos – características e
peculiaridades
•
•
A gestação e o parto são processos fisiológicos
Os serviços obstétricos são organizações de saúde que lidam,
ao mesmo tempo, com duas pessoas que não apresentam
necessariamente doença.
• O balanço de riscos e benefícios das intervenções deve ser
feito simultaneamente tanto para a mãe como para o filho
• Necessidade de vigilância rigorosa – demanda intensiva de
profissionais habilitados para identificar anormalidades
• Situações de emergência podem surgir e medidas de urgência
podem ser necessárias – a janela para intervenção oportuna é
estreita
Principal problema - morte materna
• É a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro do
período de 42 dias após o término da gestação
•
Independe da duração ou da localização da gravidez
•
Pode ser por qualquer causa relacionada com ou agravada
pela gravidez ou, ainda, por medidas que se referem a ela,
porém não em virtude de causas acidentais ou incidentais
(Organização Mundial da Saúde, 1995 - p. 143)
•
Principal problema - morte materna
•
É considerada um evento sentinela – alerta para o fato de
que houve alguma falha no cuidado prestado
•
Deve deflagrar um conjunto de medidas para que suas causas
sejam esclarecidas e corrigidas
•
Indicador da qualidade do sistema de saúde – refere-se ao
acesso aos serviços, à adequação e à oportunidade do
cuidado (Benagiano e Thomas, 2003)
Causas da morte materna
• As quatro causas mais frequentes da morte materna são:
– hemorragia grave
– eclâmpsia e pré-eclâmpsia
– infecções
– aborto inseguro
• Essas quatro causas respondem por 80% das mortes para as quais
se conta com tecnologias efetivas (Ronsmans e Graham, 2006).
• Cada país apresenta um quadro particular, incluindo outras causas,
por exemplo, doenças cardiovasculares ou tromboembolia venosa,
como no caso dos Estados Unidos da América (Mhyre, 2012).
Outros problemas
• Há muito é sabido que a morte materna é apenas a ponta de
um iceberg (Laurenti 1988; Hafez 1998).
• Segundo Geller e colegas (2004), entre a gestação saudável e
a morte materna há um continuum de resultados não fatais que
também são muito importantes.
•
• De acordo com o estudo de Callaghan e colegas (2008), a
morbidade materna grave (near miss materno) é 50 vezes
mais comum que a morte materna e pode causar danos
importantes, muitas vezes de caráter permanente, mas essa é
uma realidade pouco conhecida.
Near miss materno - conceito
• Near miss materno – diz respeito às situações em que
mulheres apresentam complicações potencialmente letais
durante a gravidez, parto ou puerpério, e só sobrevivem
em razão do acaso ou do cuidado à saúde prestado.
• Termo cunhado por Stones e colegas em 1991 - até hoje é
objeto de estudo e discussão para definir os critérios para
classificar esses quadros ameaçadores da vida.
• A OMS propôs um conjunto de critérios de identificação
dos casos de near miss materno para facilitar as revisões,
o monitoramento e contribuir com a melhoria do cuidado
prestado (Say et al, 2009).
Outros problemas
• Além dos incidentes comuns a outros serviços de saúde, como
quedas e aqueles relacionados a medicamentos e transfusões de
sangue e hemocomponentes, há um conjunto de incidentes com
dano (eventos adversos) típicos da área obstétrica.
• Podem variar de gravidade
• desde a morte materna e situações ameaçadoras da vida
(near miss materno - hemorragia pós-parto, eclâmpsia, ruptura
uterina, infecções puerperais e outras) a outros incidentes que
provocam danos de menor gravidade (lacerações de períneo,
cefaleia pós-raquianestesia, fístulas vaginais, entre outras),
que podem surgir inclusive em períodos posteriores à alta
hospitalar (Cunningham et al., 2012).
• Embora alguns desses incidentes não signifiquem risco de morte
para as mães, podem trazer desconforto e repercussões para a vida
sexual e reprodutiva.
Fatores que interferem na evolução pelo
continuum da saúde materna
Sociodemográficos
Gestantes
saudáveis
Eventos
adversos de
menor
gravidade
Clínicoobstétricos
Morbidade
Grave
Estratégias de
prevenção
Assistenciais
Near Miss
Materno
Morte
Materna
Fatores assistenciais
Geller e colegas (2004) afirmam que:
• os fatores assistenciais desempenham importante papel na
rapidez da progressão da mulher no continuum da saúde
materna
• quanto mais grave o quadro, maior a probabilidade de
haver fator assitencial prevenível envolvido
Desafios:
• compreender como esses fatores que estão relacionados
às organizações de saúde e aos arranjos que estruturam o
sistema de saúde afetam os resultados dos serviços
obstétricos
• identificar as intervenções efetivas para promover a
melhoria do cuidado
• mudança de cultura e de rotinas
Fatores assistenciais
• Contexto organizacional complexo
• Profissionais com diferentes tipos de formação
• Avanços tecnológicos e incorporação acrítica
ou inadequada da tecnologia
• Difícil padronização, em função de
necessidades distintas
• Sobrecarga de trabalho em ambiente de tensão
• Estrutura inadequada
Fatores assistenciais
• RELACIONADOS À
ESTRUTURA
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•
•
•
•
QUADRO DE PROFISSIONAIS
APARATO TECNOLÓGICO
PROTOCOLOS E ROTINAS
INSTALAÇÕES FÍSICAS
TRANSPORTE DE PACIENTES
REFERÊNCIAS E
CONTRAREFERÊNCIAS
• SERVIÇOS DE APOIO
(LABORATORIAL,
TRANSFUSIONAL, etc)
• RELACIONADOS AO
PROCESSO
• TREINAMENTOS ESPECÍFICOS E
PERIÓDICOS
• USO ROTINEIRO DE TÉCNICAS
DE COMUNICAÇÃO
• REGISTRO DE SINAIS VITAIS,
CONDUTAS E PROCEDIMENTOS
NO PRONTUÁRIO
• USO DE TÉCNICAS NÃO
FARMACOLÓGICAS DE
CONTROLE DA DOR
• PRESENÇA DO
ACOMPANHANTE
Fatores assistenciais
Modelo dos Três Atrasos (Thaddeus e Maine, 1994)
• É sabido que a maior parte das mortes maternas poderia ser
evitada com cuidado de saúde adequado e oportuno
• Modelo identifica os obstáculos para a utilização dos
serviços obstétricos adequados e de alta qualidade em
tempo oportuno
• Uma abordagem que embasa a priorização de intervenções
para melhorar a disponibilidade e a acessibilidade aos
serviços de saúde
• Estudos recentes (Amorim et al., 2008; Pacagnella et al.,
2014) apontam que esse modelo também explica uma parte
significativa dos casos de near miss materno
Modelo dos Três Atrasos (Thaddeus e
Maine, 1994)
Fatores que afetam a
utilização e o desfecho
Fatores
socioeconômicos e
culturais
Acessibilidade aos
serviços de saúde
Qualidade do cuidado
Atrasos
1º Atraso
Decisão para buscar o
serviço de saúde
2º Atraso
Identificar e alcançar o
serviço de saúde
adequado
3º Atraso
Receber o cuidado
adequado no momento
oportuno
Fatores assistenciais
Modelo dos Três Atrasos (Thaddeus e Maine, 1990)
1º ATRASO
2º ATRASO
3º ATRASO
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•
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Atraso na decisão de
procurar cuidados por
parte da mulher, da
família ou de ambos.
Fatores relevantes:
Grau de informação
sobre as situações que
merecem cuidado
Distância da unidade de
saúde
Custo financeiro
envolvido
Experiência anterior
negativa com o sistema
de saúde
Percepção negativa da
qualidade do cuidado
recebido
•
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•
Atraso em alcançar
uma unidade de
cuidados de saúde
adequada.
Fatores relevantes:
Distribuição geográfica
dos serviços de saúde –
se inadequada,
demanda grandes
deslocamentos e muito
tempo de viagem;
dificuldades de
transporte (incluindo
custos e meios de
transporte)
•
•
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•
•
Atraso em receber os
cuidados adequados
nos serviços de saúde.
Fatores relevantes:
Falta de insumos,
instrumental e
equipamentos
Insuficiência de
profissionais de saúde
Falta de equipe com
treinamento adequado
Problemas comuns na condução do
parto
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Falha em reconhecer/responder de modo adequado ao
sofrimento fetal pré-parto/ intraparto
Incapacidade de realizar uma cesariana no momento oportuno
(até 30 minutos após a decisão)
O uso inadequado da ocitocina → hiperestimulação uterina /
ruptura uterina
Uso inadequado de fórceps / vácuo → trauma fetal e lesões
perineais
Subestimação da perda de sangue na cirurgia
Subestimação da perda de sangue no pós-operatório
Problemas comuns na condução do
parto
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•
•
•
Falta de compreensão de que mulheres jovens e saudáveis,
podem perder grandes quantidades de sangue antes de sua
pressão arterial cair
Comunicação entre enfermeiros e médicos inadequada
Dificuldades de comunicação com o laboratório para definir
necessidade de sangue
Dificuldade de controlar adequadamente a pressão arterial em
mulheres hipertensas
Demora em diagnosticar e tratar o edema pulmonar em
mulheres com préeclâmpsia
Pouca atenção aos sinais vitais pós-cesariana
Fatores assistenciais – aspectos relevantes
para a Melhoria da Qualidade e Segurança
•
Intervenções no sistema de saúde, nas organizações de saúde, tais
como a definição de protocolos, revisão e treinamento de seus
procedimentos, podem modificar o comportamento dos fatores
assistenciais e produzir melhorias na qualidade dos serviços,
tornando-os mais efetivos, seguros e eficientes.
• Não são intervenções simples, geralmente é necessário combinar
um conjunto de intervenções
• Cultura organizacional joga um forte papel – há resistências à
mudanças
• Projetos devem ser de longo prazo para alcançar mudanças
sustentáveis
Fatores assistenciais - aspectos relevantes
para a Melhoria da Qualidade e Segurança
•
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•
•
•
Envolvimento da alta direção e das lideranças nas
organizações
Conhecer a organização e compartilhar visão sobre qualidade
e segurança – onde estamos e para onde queremos ir
Todos estão implicados com a qualidade e a segurança –
verbos nas várias pessoas da organização (eu faço, ele faz,
nós fazemos)
Reconhecer que o processo da melhoria é contínuo
Devolução dos resultados
Renovação de compromissos
• Qualidade da atenção em
serviços obstétricos – do que é
que estamos falando?
Qualidade da atenção em serviços
obstétricos – Contextualizando os conceitos
Dimensão
Operacionalização
Segurança
Minimização do risco de erro ou dano. Cuidado pautado na fisiologia do parto
minimiza o uso de intervenções e opta por aquelas com risco estabelecido por
critérios científicos, o que torna o cuidado mais seguro
Efetividade
Cuidado prestado de acordo com as indicações de uso e os padrões estabelecidos
alcança os benefícios esperados
Cuidado tem por base as necessidades, os valores, a cultura e as preferências da
mulher e sua família, promovendo resultados de saúde ideais. As decisões são
tomadas para otimizar a saúde materna e neonatal e não por conveniência da
equipe ou da organização de saúde
Cuidado prestado quando necessário, pois a espera pode comprometer a
Oportunidade segurança. Isso inclui fornecer informação clara em tempo hábil para apoiar a
tomada de decisão da mulher e sua família.
Cuidado prestado de modo a produzir os maiores benefícios possíveis com o uso
mais adequado dos recursos e da tecnologia. Maternidade eficiente evita o
Eficiência
desperdício com o uso excessivo, inadequado e com os erros
As mulheres e as famílias de todos os grupos raciais, étnicos e socioeconômicos
têm acesso aos mesmos cuidados de alta qualidade, qualquer variação nos
cuidados está pautada apenas nas necessidades e valores da mulher e na sua
Equidade
saúde e de seu bebê. Também significa que os cuidados obstétricos consideram
Centralidade
na mulher e
no bebê
Conhecer, medir e monitorar
• Para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde prestados é preciso
conhecer bem a realidade
• Auto-avaliação - com orientação de padrões de qualidade estabelecidos
pela autoridade sanitária ou por organismos de acreditação; observar tanto
aspectos relacionados à estrutura como ao processo
• Entrevistas com profissionais e pacientes
• Uso de rol de rastreadores de eventos adversos – traçar perfil do serviço
obstétrico
• Uso de ferramentas para identificação de causas e fatores contribuintes
• Falhas e deficiências identificadas devem orientar intervenções e
investimentos
• Medidas de resultados criteriosamente selecionadas para monitoramento –
painel de indicadores
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
•
•
Difundir o conhecimento produzido e consolidado
Classificação das intervenções utilizadas na obstetrícia, com base em revisões
sistemáticas, em quatro categorias (“Care in normal birth: a practical guide” , WHO,
1996)
Práticas que são comprovadamente úteis e devem ser
incentivadas
Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e devem ser
abandonadas
Práticas para as quais não existem evidências suficientes para
permitir uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com
reserva
Práticas que são frequentemente usadas de forma inadequada
Práticas que são comprovadamente úteis e devem
ser incentivadas
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1. Plano individualizado que determine onde e por quem o parto será realizado, feito
com a mulher durante a gravidez e dado a conhecer ao seu companheiro ou, se for
o caso, à família
2. Avaliar o risco da gravidez, durante o pré-natal, reavaliar a cada contato com o
sistema de saúde e no primeiro contato com o profissional de saúde ( médico ou
enfermeiro) durante o trabalho de parto e parto
3. Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto,
parto e após o nascimento do bebê
4. Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto
5. Respeitar a escolha informada das mulheres sobre o local de nascimento
6. Respeitar o direito da mulher à privacidade no local do parto
7. Apoio empático pelos profissionais de saúde durante o trabalho de parto
Práticas que são comprovadamente úteis e devem
ser incentivadas
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8. Respeitar a escolha das mulheres do acompanhante durante o trabalho e parto
9. Dar às mulheres o máximo de informações e explicações que desejarem
10. Usar de métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor durante o
trabalho
11. Monitorar o feto com ausculta intermitente
12. Usar materiais descartáveis ​e descontaminação adequada de materiais
reutilizáveis ​ao longo do trabalho de parto
13. Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebê e na manipulação
da placenta
14. Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto
Práticas que são comprovadamente úteis e devem
ser incentivadas
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15. Incentivar a posição não supina durante o trabalho de parto
16. Monitorar o progresso do trabalho de parto, por exemplo, com a utilização de
partograma
17. Ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com um
risco de hemorragia pós-parto
18. Esterilizar corte do cordão umbilical
19. Prevenir de hipotermia do bebê
20. Promover contato pele a pele entre mãe e filho, dando apoio ao início do
aleitamento materno dentro de 1 hora após o parto
21. Orientar sobre a amamentação
22. Exame de rotina da placenta e as membranas
Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e
que devem ser abandonadas
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1. Uso rotineiro de enema
2. Uso rotineiro de tricotomia
3. Infusão intravenosa rotineira no trabalho de parto
4. Inserção profilática de rotina de cânula intravenosa
5. Posição supina de rotina durante o trabalho de parto
6. Exame retal
7. Uso de raios-X para pelvimetria
8. Administração de ocitócitos em qualquer momento antes do parto, se seu efeito
não puder ser controlado
Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e
que devem ser abandonadas
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9. Uso rotineiro da posição de litotomia, com ou sem estribos, durante o trabalho de
parto
10. Manobra de Valsalva durante o segundo estágio do trabalho de parto
11. Massagens e distensão do períneo durante o segundo estádio de trabalho
12. Uso de ergometrina oral no terceiro estágio do trabalho de parto para prevenir ou
controlar hemorragias
13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral no terceiro estágio do trabalho de parto
14. Lavagem rotineira do útero depois do parto
15. Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto
Práticas para as quais não existem evidências
suficientes para permitir uma recomendação clara e
que devem ser utilizadas com reserva
1. Métodos não farmacológicos de alívio da dor durante o parto, como ervas,
imersão em água e estimulação nervosa
2. Amniotomia de rotina no início do primeiro estágio do trabalho de parto
3. Pressão aplicada no fundo do útero durante o parto
4. Manobras relacionadas à proteção do períneo no manejo da progressão da
cabeça fetal, no momento de nascimento
5. Manipulação ativa do feto no momento de nascimento
6. Uso rotineiro de ocitocina, tração controlada do cordão, ou a combinação
dos dois durante o terceiro estágio do trabalho de parto
7. Clampeamento precoce do cordão umbilical
8. Estimulação do mamilo para aumentar contrações uterinas durante o
terceiro estágio do trabalho de parto
Práticas que são frequentemente usadas de forma
inadequada
1. Restrição de ingestão de alimentos e líquidos durante o trabalho de parto
2. Controle da dor por agentes sistêmicos
3. Controle da dor por analgesia epidural
4. Monitoramento fetal eletrônico
5. Uso de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao trabalho de parto
6. Exames vaginais frequentes e repetidos
7. Aumento da infusão de ocitocina
8. Mover a mulher para uma sala diferente, como rotina, no início do segundo estágio
Práticas que são frequentemente usadas de forma
inadequada
9. Cateterismo vesical
10. Incentivar a mulher a fazer força quando há dilatação cervical completa ou quase
completa antes que ela sinta necessidade de fazê-lo
11. Estipular de forma rígida a duração do segundo estágio do trabalho de parto, se as
condições maternas e fetais são boas e se houver progresso do trabalho de parto
12. Parto cirúrgico
13. Uso rotineiro ou liberal da episiotomia
14. Exploração manual do útero depois do parto
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
o Identificar de eventos adversos, conhecer
suas causas e fatores contribuintes
– Uso de rol de rastreadores para orientar a revisão de prontuários
– Observação direta de processo de trabalho
– Mapeamento de pontos críticos de controle
– Aplicação de ferramentas como Análise de Causa-Raiz
– Sessões clínicas com equipes
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
o
Identificar de eventos adversos e conhecer suas causas e fatores contribuintes
NOME DA TÉCNICA
Sampling at Service Sites
(SSS)
Rapid Ascertainment
Process for Institutional
Death (Rapid)
Tracing adverse and
favourable events in
pregnancy care (Trace)
Perceptions of Quality of
Care (PQOC)
USO
Medir a mortalidade
materna
Medir a mortalidade
materna
Medir e descrever a
mortalidade materna,
morbidade e a qualidade
dos serviços de cuidado
obstétrico
DESCRIÇÃO
Estratégia para captar dados sobre mortes maternas em que os
pesquisadores/investigadores visitam os locais onde se encontra grande
número de mulheres potencialmente expostas, tais como serviços de saúde.
Método para melhorar o monitoramento de mortes hospitalares relacionadas à
gravidez, identificando retrospectivamente os óbitos que possam ter sido
perdidos durante notificações de rotina.
Inquéritos para rastrear eventos adversos ou desfavoráveis no cuidado
obstétrico. Obtenção de informação qualitativa sobre os casos de morte
materna; morbidade materna grave (near miss) e, se necessário, casos
normais e outras complicações.
Métodos qualitativos para estudo das percepções dos membros da
Medir e descrever a
comunidade e provedores em relação a barreiras e facilitadores do cuidado de
qualidade dos serviços de
boa qualidade. Fornece informação sobre fatores que podem afetar os
cuidado obstétrico
cuidados especializados ao parto.
Health Worker Incentives
Questões para investigar fatores motivacionais em profissionais de saúde e
Avaliar fatores ligados aos
Survey (HWIS)
outros aspectos do contexto ligados aos recursos humanos com vistas a obter
sistemas de saúde
medidas de funcionalidade dos serviços.
Outcomes after
Estratégia interdisciplinar para explorar a relação entre consequências sociais,
Medir a morbidade
Pregnancy (OAP)
psicológicas, físicas e econômicas das complicações durante a gravidez e
materna
parto.
Maternal Death from
Técnica de pesquisa que usa informantes para identificar mortes relacionadas
Informants (Made-in) and
à gravidez, objetivando estimar a razão de mortalidade materna e fornecer
Maternal Death Follow-on
Medir a mortalidade
informações sobre as possíveis causas de mortalidade. Entrevistas de
Review (Made-for)
materna
seguimentos com familiares das pacientes que foram ao óbito, confirmando se
as mortes são maternas ou não e explorando as causas e circunstâncias da
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
o Implementar projetos inovadores que tenham forte base científica
o
“Idealized Design of Perinatal Care” - Institute for Healthcare Improvement (IHI)
Projeto de inovação com base nos princípios da ciência da confiabilidade e no modelo do IHI
para aplicar estes princípios para melhoria do cuidado à saúde
1. desenvolvimento de processos clínicos confiáveis para gerenciar o trabalho de
parto
2. uso de princípios que melhoram a segurança (ou seja, a prevenção, detecção e
mitigação de erros)
3. definição de equipes de saúde que devem ser treinadas para se comunicar de
forma eficaz entre si e com as mães e as famílias
4. foco na mãe e na família como locus de controle durante o trabalho de parto
•
Disponível em: http://www.ihi.org/resources/Pages/IHIWhitePapers/IdealizedDesignofPerinatalCareWhitePaper.aspx
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
o Treinamentos para equipes multidisciplinares na área obstétrica
NOME DO CURSO
DESCRIÇÃO
Advances in Labor and Risk
Management (ALARM)
Programa de educação continuada para os prestadores de cuidados intraparto da Sociedade de
Obstetras e Ginecologistas do Canadá (SOGC).
Advanced Life Support in
Obstetrics (ALSO)
Care Team OB
Curso multidisciplinar para o gerenciamento de emergências obstétricas.
Managing Obstetrical Risks
Efficiently
(MORE OB)
Practical Obstetric
Multiprofessional Training
(PROMPT)
STABLE Program
Programa abrangente, com três anos de duração, inclui segurança do paciente e desenvolvimento
profissional para a melhoria de unidades de obstetrícia do hospital.
Curso institucional para o aprimoramento de habilidades, preparação para emergências, trabalho em
equipe e melhorias de comunicação.
Programa de formação multiprofissional inclui parteiras, obstetras e anestesistas aprovados pelo
Royal College of Midwives e pelo Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (UK).
Curso de pós-ressuscitação / cuidado de estabilização pré-transporte de crianças doentes. Nível
estável para açúcar e seguro cuidado, temperatura, vias aéreas, pressão arterial, exames
laboratoriais, apoio emocional.
Team Strategies and Tools to Sistema de trabalho em equipe desenvolvido para os profissionais de saúde com foco na melhoria da
segurança do paciente, o que tem sido aplicada aos cuidados de maternidade.
Enhance Performance and
Patient Safety (Team
STEPPS)
Programa de treinamento para equipes, especialmente desenhado para aprimorar a comunicação.
CRM – Crew Resource
Management
Fonte: Reis, LGC. Maternidade Segura. In: Sousa, Paulo (Org.) Segurança do Paciente: conhecendo os riscos nas organizações de
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
o Adotar instrumentos
o
Cartão da gestante
o
Partograma
o
Checklists - Birthing Unit Surgical Safety Checklist - adaptação do checklist da cirurgia
segura para área obstétrica (Singh et al., 2013)
o
WHO Safe Childbirth Checklist program to improve quality of care at childbirth (Spector
JM et al., 2013)
Pontos críticos para melhoria do
cuidado obstétrico
•
Preparação dos serviços para resposta rápida às emergências
obstétricas
– Adequação da estrutura – quantitativo da equipe, medicamentos
e outros insumos necessários, apoio diagnóstico e suprimento de
sangue; preparação da equipe com adoção de protocolos de
comunicação, treinamento com simulação para identificação de
situações de risco, intervenção coordenada
• Higienização das mãos e material corretamente esterilizado
• Registro de sinais vitais e procedimentos – preenchimento correto do
partograma
• Interpretação correta da cardiotocografia fetal
Pontos críticos para melhoria do
cuidado obstétrico
• Padronização do uso da ocitocina (para indução e aceleração
do trabalho de parto)
• Padronização para prevenção, identificação e tratamento da
hemorragia pós-parto
• Adoção de medidas para indicação correta da cesárea
• Abandono de práticas classificadas como claramente danosas
ou ineficazes
• Comunicação com a mulher e a família
• Ambiente adequado para adoção de técnicas não
farmacológicas para o controle da dor
Pontos críticos para melhoria do
cuidado obstétrico
• Acomodação adequada para permitir a presença de
acompanhante e a privacidade durante o trabalho de parto e
parto
• Não discriminar mulheres por quaisquer motivos
• Atenção adequada às adolecentes
• Tratamento acolhedor e ambiente calmo
• Não adoção de rotinas iguais para todas
Agenda de compromisso
o
o
o
o
o
o
Reduzir o número de partos cesáreos
Reduzir os partos programados para gestações entre
36(0/7)-38(6/7) semanas para as quais não haja indicação
médica
Garantir a presença do acompanhante durante todo o
período de internamento
Garantir transporte e internação para a gestante em
trabalho de parto
Oferecer informação clara e correta à gestante e à família
Diminuir as taxas nacionais de transmissão vertical do HIV
Referências
Elaboração
Prof. Dra. Lenice Gnocchi da Costa Reis
ENSP/FIOCRUZ
Produção
PROQUALIS
[email protected]
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Near miss materno