Aumento da Esperança
Media de Vida vs. Qualidade
de Vida
Situação dos Idosos em Portugal
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“CIÊNCIA, SAÚDE… E OS MEUS AVÓS!”
Índice
Introdução.......................................................................................................................... 3
As doenças que mais afetam os idosos ............................................................................ 3
Entrevistas a profissionais de saúde e da segurança social ligados aos serviços de
saúde ................................................................................................................................. 4
Conclusão.......................................................................................................................... 6
Bibliografia ......................................................................................................................... 7
Introdução
Este trabalho foi realizado com o fim de fazer um levantamento da situação atual em
termos dos principais problemas de saúde que afetam os mais idosos, e da procura de
medidas conducentes à manutenção da qualidade de vida dos mesmos.
Portugal caracteriza-se, neste momento, por um aumento progressivo e acentuado da
população adulta e idosa, e uma das principais consequências desta transformação dáse a nível do setor da saúde, uma vez que foram os avanços da medicina que
permitiram o aumento da esperança média de vida.
Para atingir os nossos objetivos, pesquisamos vários artigos online e entrevistamos
vários profissionais de saúde e da segurança social ligados à área hospitalar.
Este trabalho resulta então, de uma reflexão profunda e debate dos dados adquiridos
através dos métodos referidos.
As doenças que mais afetam os idosos
As principais doenças que afetam os mais idosos no nosso país são:
- Alzheimer, cujos fatores de risco são: tensão arterial alta, colesterol elevado e
homocisteína; Baixos níveis de estímulo intelectual, actividade social e exercício físico;
Obesidade e diabetes; Graves ou repetidas lesões cerebrais.
- Doença de Parkinson, cujos fatores de risco são: uso exagerado e contínuo de
medicamentos, trauma craniano repetitivo, isquemia cerebral e frequentar ambientes
tóxicos.
- Doenças Cardiovasculares: Enfarte, Angina de peito, Insuficiência Cardíaca
Estas doenças surgem na sequencia de pouca actividade física (sedentarismo), fumo,
diabetes, alta taxa de gordura no sangue (colesterol) e obesidade (gordura).
- Derrames (Acidente Vascular Cerebral - AVC), cujos fatores de risco são a pressão alta
(hipertensão arterial), fumo, sedentarismo, obesidade e colesterol elevado.
- Cancros, cujos fatores de risco são: fumo, alimentação inadequada, obesidade, casos
na família, alcoolismo.
- Pneumonia , cujos fatores de risco são: gripes, bronquite anteriores, alcoolismo e
imobilização na cama
- Bronquite Crónica, cujos fatores de risco: são o umo, casos na família, poluição
excessiva.
- Infeção urinária, cujos fatores de risco são: retenção urinária no homem e na mulher a
incontinência urinária.
- Diabetes, cujos fatores de risco são: obesidade, sedentarismo, casos na família
- Osteoporose, cujos fatores de risco são: fumo, sedentarismo, dieta pobre em cálcio,
nas mulheres o risco é 7 vezes maior.
- Osteoartrose, cujos fatores de risco são: obesidade, traumatismo, casos na família.
- Demência, cujos fatores de risco são a perda lenta e progressiva da memória,
concentração e capacidade de aprender, até atingir o Alzheimer.
- Demência Senil: ocorre por lesões destrutivas do parênquima nervoso, tanto das
células quanto das fibras, que sofrem atrofia e degeneração
- Depressão , que pode ser causada por tristeza, a morte de familiares e amigos
próximos, uma institucionalização em lares ou casas de saúde ou um internamento
podem estar na origem de uma depressão.
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Entrevistas
Dulce Veloso, Assistente de Gerontologia; trabalhou nos Lares Santa Casa da Misericórdia,
Caritas e Casa de Repouso Coimbra
À pergunta “Quais são os principais problemas que afetam os mais idosos?”, a resposta foi
falta de assistência médica, familiar e muita falta de carinho. Os idosos institucionalizados
apresentam frequentemente doenças como Parkinson, Alzheimer, Úlceras Varicosas e, por
vezes surgem as desidratações no verão e as Escaras de Decúbito. Estas duas surgem
frequentemente em idosos solitários, mal tratados medicamente, acamados ou em cadeiras
de rodas e sem cuidados de higiene. A prevenção passaria por cuidados diários e
frequentes ao longo do dia tais como posicionamentos, aplicação de creme hidratante e
massagens e, no caso da desidratação, também a ingestão frequente de líquidos.
Na opinião desta profissional, um dos aspetos mais importantes para a qualidade de vida
dos idosos é mesmo a manutenção ou o estabelecimento de laços de afeto e,
preferencialmente nas suas próprias casas. O isolamento tende a levá-los prematuramente à
morte e torna-os também mais frágeis, sendo por isso, alvos fáceis aos assaltos.
Elisabete Carreira, Enfermeira de família da Unidade de Saúde Familiar Briosa do Centro
de Saúde Norton de Matos.
Em resposta à primeira questão, esta enfermeira respondeu-nos que a solidão é o principal
problema que afeta os idosos. Verifica-se pouco apoio institucional e das próprias famílias
por incapacidade que têm em dar resposta às necessidades dos seu idoso (falta de tempo,
falta de recursos económicos para os colocarem em instituições, dificuldade em encontrar
pessoas disponíveis para prestar cuidados aos idosos, sobretudo no período noturno).
Outros problemas têm a ver com a diminuição da mobilidade, o que dá origem a quedas e
outro tipo de acidentes e ainda a incapacidade para realizar as actividades de vida diárias,
incluindo a sua higiene pessoal e, a sua alimentação, limpeza doméstica, etc.
Cada vez mais as dificuldades económicas impedem que façam uma alimentação adequada
ou que tomem a medicação descrita para as suas enfermidades.
No sentido de aumentar a qualidade de vida dos idosos, esta profissional informou-nos que
presta, através da sua instituição, visitas domiciliárias aos idosos cujas limitações os
impedem de se deslocarem às unidades de prestação de saúde ou sempre que sejam
identificados fatores de risco; nestes casos presta-se o serviço em articulação com a
assistente social.
O trabalho desta enfermeira passa também pela informação aos familiares cuidadores de
que poderão recorrer s serviços tais como Cáritas Diocesana de Coimbra, Igreja de S. José,
entre outras, que prestam cuidados da higiene pessoal e da casa e alimentação.
Clara Morais, Assistente Social no Centro Hospitalar de Coimbra
De acordo com esta técnica, as doenças mais comuns nos idosos são as Doenças
respiratórias, nomeadamente as infecções pulmonares que se agravam mais por altura do
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Inverno mas que são também frequentes na época em que as temperaturas estão mais
elevadas (os idosos não bebem água e desidratam, o que faz com que as suas secreções
fiquem demasiado espessas e bloqueiem a árvore brônquica). Ao longo do ano regista-se
sempre um elevado número de casos de diabetes e doenças cardiovasculares, para além
das doenças neurológicas degenerativas (por exemplo o Parkinson) e as psiquiátricas
(depressões, Alzheimer e estados de demência/senilidade).
Segundo a Dra. Clara Morais, esta situação tem-se vindo a agravar ao longo dos tempos,
devido a fatores de vária ordem e que são: dificuldades económicas (reformas muito
reduzidas) e isolamento/solidão. Daqui resulta que os idosos vivem em condições precárias
no que diz respeito à própria habitação, higiene, alimentação e cuidados de saúde - sem
dinheiro para os medicamentos e para os transportes que os conduzam às unidades de
saúde, vemos os seus problemas de saúde agravarem-se profundamente.
A resolução destes problemas ou a sua minimização passaria por melhorar os apoios
económicos e sociais a este grupo de cidadãos. Melhores reformas e/ou prestação de
cuidados de saúde gratuitos (medicamentos para doenças crónicas e serviço de transporte
de doentes) e apoio domiciliário noturno (os Centros de Dia são úteis mas não resolvem
tudo) seriam com toda a certeza um avanço nesta matéria e permitiria aos idosos uma
melhor qualidade de vida que, na sua maioria, não têm.
Desta conversa podemos concluir que os problemas dos idosos têm um agravamento
sazonal e também difere entre as zonas rurais e urbanas. De facto, por incrível que pareça,
verifica-se que há famílias que pretendendo ausentar-se para férias no verão, recorrem às
unidades hospitalares no sentido de conseguir um internamento para o seu idoso a propósito
de qualquer maleita ou pretendem um adiamento da alta no caso de o idoso já estar
internado. A um idoso que viva numa zona urbana, pode reconhecer-se a vantagem de ter
mais serviços prestadores de cuidados de saúde disponíveis; contudo, falta-lhe a
solidariedade dos vizinhos em caso de necessidade. As dificuldades económicas podem
impedi-lo de se alimentar e especialmente se escolher comprar os medicamentos. A solidão
aqui mata! Nas zonas rurais a distância e a falta de dinheiro impede-o de tratar das suas
doenças que, ao contrário se vão agravando, mas pode contar com a visita de vizinhos e até
familiares que lhe oferecem algo que comer. E, que sabe, ele próprio tem um quintal e duas
ou três galinhas e algumas alfaces.
Piedade Serra, Enfermeira na unidade Cinesiterapia do serviço de Pneumologia do Centro
Hospitalar de Coimbra.
Para esta enfermeira, as ondas de frio ou de calor podem ser fatais para os idosos em
termos de agravamento das doenças pulmonares obstrutivas crónicas que afetam sobretudo
os idosos. De facto, é a este serviço, onde se resolvem estes problemas respiratórios
através da terapia pelo movimento, que chegam, maioritariamente, indivíduos de uma faixa
etária mais avançada. Habitações climatizadas, passeios em zonas não poluídas e ingestão
de grandes quantidades de água minorariam as implicações desta doença que origina
dificuldades respiratórias. Todavia, aquilo com que a enfermeira se depara é exatamente o
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contrario: sedentarismo, consumo de tabaco e falta de estimulo social que os leve
procurar hábitos de vida mais saudáveis.
a
Conclusão
“2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações”.
Parece-nos haver uma discrepância entre esta frase e a realidade vivida pelos nossos
idosos em Portugal.
O avanço da ciência e da tecnologia permitiu o prolongamento da vida, mas após todas as
pesquisas realizadas online e através das entrevistas com profissionais que lidam com esta
faixa etária, não podemos deixar de concluir que a qualidade de vida se agrava
consideravelmente.
Os elevados índices de desemprego, a partir de idades ainda consideradas jovens, e as
baixas reformas, não são compatíveis com a qualidade de vida desejada; ao invés de terem
um papel ativo na sociedade, os nossos idosos passam a ser e a considerarem-se um peso
para ela; o bem-estar social não existe; a saúde mental fica comprometida; a saúde física,
quando desequilibrada, dificilmente se recupera. A solidariedade intergeracional é cada vez
mais uma ficção; as famílias não têm tempo (estão demasiadamente absorvidas pelos seus
empregos que lhes consomem um grande número de horas nos locais de trabalho ou
fortemente endividadas e deprimidas para terem disponibilidade emocional para os outros).
“2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações” só
deixará de ser utopia em Portugal, com diferentes políticas de saúde, sociais, do emprego,
económicas, de educação, entre outras. O voluntariado e a solidariedade das zonas rurais
não são suficientes para que possamos envelhecer com qualidade de vida. Os governos e a
segurança social têm um papel fundamental no envelhecimento da sociedade. E, para
finalizar, consideramos fundamentais, medidas tais como:
 Gratuitidade dos serviços de saúde;
 Gratuitidade dos medicamentos para doenças crónicas;
 Existência de apoios domiciliários noturnos/diurnos;
 Incentivos/Apoios às famílias dos idosos que lhes permitam tê-los nos próprios lares,
com o CARINHO de que precisam;
 Implementação generalizada de sistema de alerta disponibilizados aos idosos
solitários que permitem o pedido de SOCORRO imediato em caso de emergência;
 Existência de estruturas que permitam manter os idosos ocupados (ex.:
Universidades Sénior e Instituições que sirvam de locais de encontro, de convívio e
partilha, troca de experiências, de conhecimentos, e de solidariedade entre os
idosos.com condições para que todos se sintam acolhidos, amados e respeitados. O
grande objetivo é, sem dúvida, evitar a solidão, a marginalização, o desenraizamento
familiar e, consequentemente, promover a saúde, prevenindo a doença;
 Valorização das iniciativas de atuação participativa na vida comunitária, aproveitando
o saber e da disponibilidade dos idosos;
 Promoção da investigação científica da Gerontologia e da Geriatria.
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Bibliografia
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http://www.saudesaude.com.br/doencas/demencia.htm
http://www.alzheimerportugal.org/scid/webAZprt/defaultCategoryViewOne.asp?
categoryId=897
http://www.doencadeparkinson.com.br/resumodp.htm
http://saude.sapo.pt/saude-em-familia/senior/artigos-gerais/doencas-daterceira-idade.html
http://www.hiperativo.com/doencas-terceira-idade-tipos-e-sintomas
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2º lugar - Instituto de Ciências da Saúde