XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO PONTO DE ACESSO AO POSTO DE OPERAÇÕES EM DIFERENTES MÁQUINAS FLORESTAIS DE ACORDO COM A NORMA NBR ISO 4252 Eduardo Leindecker Steiernagel1; Guilherme Casassola Bortolotto2; Thairini Claudino Zavistanovicz3; Airton dos Santos Alonço4; Catize Brandelero5 Graduando Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 2Graduando Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 3Graduanda Eng. Florestal UFSM (thairini_cz@ hotmail.com); 4Prof. Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM, ([email protected]), 5Prof. Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM ([email protected]) 1 Introdução e Objetivos O avanço da tecnologia e da legislação trabalhista são os principais fatores passíveis de contribuição na elaboração de projetos de máquinas mais adequadas para minimização do desgaste físico e psíquico, tornando notória a atenção de profissionais de diversas áreas quanto à preocupação com o conforto e a segurança do operador [1]. Amparado no princípio de que a ergonomia visa adequar as diferentes atividades às características, habilidades e limitações de operadores, com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a adequação de medidas ergonômicas e de segurança de acesso ao posto de operação e medidas mínimas do espaço interno, embasadas de acordo com a norma NBR ISSO 4252 da ABNT. Material e Métodos As avaliações foram realizadas na região do “Vale do Taquari”, Rio Grande do Sul, sendo as leituras realizadas com trena métrica. Tomou-se como material de estudo o cortador harvester com máquina base escavadeira 200D LC John Deere e cabeçote Waratah H270E II, trator florestal carregador de toras forwarder John Deere 1710D, feller-buncher John Deere e uma garra traçadora Volvo, conforme Figura 1, A, B, C e D respectivamente. 48 Figura 1. Máquinas utilizadas nas avaliações de conformidade à norma NBR ISO 4252; harvester (A), forwarder (B), feller-Buncher (C), garra traçadora (D). Tomaram-se como base para as avaliações 11 componentes condizentes às dimensões de acesso e conforto interno nas quatro máquinas, estruturados conforme recomendação de MATTAR et al (2010) [2], especificadas na figura 2. Porém, somente no Forwarder os 11 itens foram passíveis de medição. Para o harvester e para o fellerbuncher, o item H- distanciamento de um degrau a outro sucessivo não foi medido porque a máquina possuía apenas um degrau. Finalmente, para a garra-traçadora, máquina em esteira, não foi possível medir o item H, e, tampouco o item I- altura do primeiro degrau em relação ao solo. Resumos Expandidos encontrados estão em desconformidade à NBR ISO 4252. Tabela 1. Comparação entre os onze itens avaliados para dimensões mínimas (mm) de entrada e conforto, segundo NBR ISO 4252 e os valores encontrados à campo para o Harvester, Forwarder, Garra e Feller. Figura 2. Itens avaliados sobre o posto de operação dos tratores agrícolas [2]. Onde: ângulo de abertura da porta (A), largura superior da porta (B), maior largura da porta (C), profundidade do degrau (D), altura da porta do trator ou da plataforma ao toldo (E), largura do degrau e a entrada da plataforma (F), distanciamento do degrau a plataforma (G), distanciamento de um degrau ao outro sucessivo (H), altura do primeiro degrau em relação ao solo (I), distância da entrada ao primeiro obstáculo (J), altura da base do banco (L), dimensão do banco até a cabine (M). *Dimensão Máxima Para o trator florestal forwarder os itens Ealtura da porta do trator ou da plataforma ao toldo, F-largura do degrau e a entrada da plataforma, G-distanciamento do degrau a plataforma, H-distanciamento de um degrau a outro sucessivo, I- altura do primeiro degrau em relação ao solo e J- distância da Resultados e Discussão entrada ao primeiro obstáculo encontramA avaliação das conformidades e compara- se em conformidade a NBR ISO 4252. Já ção com valores especificados pela norma os parâmetros A, B, C, D e M não possuem NBR ISO 4252 em respeito ao espaço in- valores aceitáveis segundo a Norma técnica. terno para as máquinas são apresentadas na Para o feller-buncher, encontram-se em desTabela 1. conformidade os itens A- ângulo de aberConforme exposto, os itens A, C, D, E, F tura da porta, G- distanciamento do degrau e J para o harvester se enquadram nas espe- a plataforma, J- distância da entrada ao pricificações estabelecidas pela norma, onde meiro obstáculo e M- dimensão do banco nenhuma das medidas encontradas estão até a cabine. Finalmente, para a garra traçaabaixo do valor mínimo. Para os itens B- dora, dentre os parâmetros passíveis de melargura superior da porta, G- distancia- dição, somente os itens G- distanciamento mento do degrau a plataforma, I- altura do do degrau a plataforma e M- dimensão do primeiro degrau em relação ao solo e M- banco até a cabine estão em desconformidimensão do banco até a cabine, os valores dade com a Norma Técnica, evidenciando 49 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal assim, maior conformidade comparando vel e seguro para operadores florestais em com as demais máquinas avaliadas. nosso país. Os resultados indicam a existência de inconformidades em relação à Norma técnica. O item M- dimensão do banco até a cabine, por exemplo, apresentou inconformidade em relação à Norma, para as quatro máquinas avaliadas. Observou-se para as três primeiras máquinas, um percentual de 40%, 45,45% e 22,22% respectivamente de inconformidades, gerando empecilhos para a condição ótima dos operadores, expondo estes, a realizarem suas atividades com menor índice produtivo e a um maior risco de acidentes. Referências [1] CORTEZ, J. W.; FURLANI, C. E. A.; SILVA, R. P.; RIBEIRO, M. P.; OLIVEIRA, A. A. Conforto: testes ergonômicos em cabines de tratores e caminhões identificam os fatores que causam maior desgaste físico em operadores e motoristas. Cultivar Máquinas, v.63, p.22-26, 2007. [2] MATTAR, D. M. P.; DALLMEYER, A. U.; SCHLOSSER J. F. ; DORNELLES, M. E. Conformidade de acessos e de saídas de postos de operação em tratores agríDe acordo com Haggström (2013) [3], pescolas segundo norma NBR/ISO 4252. quisadora do Instituto de Pesquisa Florestal Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 30, n. da Suécia, altos riscos de acidentes, doenças 1, 2010. e lesões devido a deficiências no ambiente de trabalho levam à baixa qualidade de [3] HAGGSTRÖM, C. Principais problevida e menor atratividade para o trabalho mas de operadores de máquinas floresflorestal, bem como perdas de produção e tais. Acesso em: 20/11/2013. Disponível custos mais elevados. Para reduzir esta rea- em: http://www.komatsuforest.com.br/ lidade são necessários esforços contínuos e default.aspx?id =98982. incessantes na melhoria dos ambientes de trabalho, tornando assim, recomendações importantes para as máquinas avaliadas nesse trabalho. Conclusão Os resultados obtidos na avaliação permitem afirmar que apenas 50% e 55% dos itens avaliados para forwarder e harvester, respectivamente, mostraram-se de acordo com a normativa estabelecida pela NBR ISO 4252, para a garra e feller-buncher, respectivamente 77% e 60% dos itens estão de acordo com a Norma técnica. Estas medidas devem ser analisadas e futuramente projetadas para que os novos exemplares das máquinas estejam 100% de acordo com as exigências da Norma NBR ISO 4252, garantindo assim um ambiente mais saudá- 50