1 AILTON MANOEL RODRIGUES JÚNIOR DEMÓCRITO RIBEIRO DE AQUINO RÔMULO RODRIGUES DA SILVA ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL NO ATENDIMENTO VOLTADO A ACESSIBILIDADE DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA EM AGÊNCIAS BANCÁRIAS FACULDADE ESCRITOR OSMAN DA COSTA LINS – FACOL CURSO: ADMINISTRAÇÃO GERAL VITÓRIA DE SANTO ANTÃO -PE, 2013. 2 ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL NO ATENDIMENTO VOLTADO A ACESSIBILIDADE DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA EM AGÊNCIAS BANCÁRIAS * Ailton Manoel Rodrigues Júnior * Demócrito Ribeiro de Aquino * Rômulo Rodrigues da Silva **Omar Santos RESUMO Este artigo aponta a necessidade de implementação de organizações estruturais voltadas a acessibilidade de portadores de deficiência física nas agências bancárias como uma nova base conceitual capaz de readequar a prática do atendimento no ambiente bancário contemporâneo. Neste sentido, é apresentada a estruturação física e espacial no interior e no exterior das agências bancárias – uma abordagem específica que leva para o universo das organizações os conhecimentos oriundos desta nova tendência e eficácia no atendimento. Com base no funcionamento dos chamados “sistemas complexos adaptativos”, são estabelecidos quatro conceitoschave: vínculo, segurança, comodidade e autonomia. Estes são sugeridos como os princípios do Atendimento Isonômico. Com o objetivo de demonstrar a abordagem, é apresentado um estudo bibliográfico a respeito de instituições financeiras, as quais desenvolvem e buscam um sistema de gestão do aperfeiçoamento do atendimento aos seus clientes, contando para isso com modernizações e adaptações seguindo para tanto os moldes ditados pela legislação vigente, além disso, o atendimento ao portador de necessidade especial tem ganhado respaldo e apreço advindo de toda sociedade, daí as instituições bancárias se utilizarem disso como diferencial perante seus concorrentes. Tal sistema ilustra o novo papel da administração que, ao deixar de se concentrar na prescrição e no controle, passa à tarefa de promover as condições para que desempenhos no tocante a atender a demanda dos clientes portadores de mobilidade reduzida seja sanada ou minimizada. *Graduado em Administração Geral pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins – FACOL. Email: [email protected] *Graduado em Administração Geral pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins – FACOL. Email: [email protected] *Graduado em Administração Geral pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins – FACOL. Email: [email protected] **Professor Orientador Especialista em Economia pela FACOL e Graduado em Economia pela UFRPE. Email: [email protected] 3 1 INTRODUÇÃO Historicamente, o acesso das pessoas com deficiência a todos os espaços públicos e privados, incluídas aí as instituições financeiras, tem sido um grande desafio a ser vencido. Desta forma, a abordagem do tema acessibilidade colabora na eliminação das barreiras que impedem os clientes com deficiência de acessar todos os ambientes bancários e seus entornos, com segurança e autonomia. A acessibilidade é necessária para que se alcance o direito de todos ao usufruto do que se pode chamar de direitos humanos fundamentais. Precisa-se falar de acessibilidade quando alguns estão fora do reconhecimento de pertencer ao grupo específico de portadores de necessidade e de ser cidadão como qualquer outro, devendo extrapolar as proposições de arquitetura e disposição interna de móveis e quadro funcional, a fim de propiciar autonomia, comodismo e decência no atendimento bancário em toda sua estrutura e ideologia negocial. Todas as pessoas têm características singulares que as tornam diferentes umas das outras. As pessoas com deficiência também são diferentes, mas não mais do que qualquer cidadão. A única diferença é a de ser mais aparente. Todos os indivíduos têm direitos e deveres perante a sociedade, independentemente de sua origem, cor, crença, religião, idioma, sexo, deficiência e condição social. A ideologia tendente a ser utilizada no atendimento bancário consiste notoriamente em adequar o layout do atendimento bancário às reais necessidades dos portadores de deficiência física, garantindo assim um atendimento igualitário no tocante a independência de locomoção e acomodação dentro da agência bancária. Neste trabalho de pesquisa foram usadas em sua metodologia as análises exploratórias, descritivas e explicativas. Tendo em vista as várias análises de documentários e acervos específicos a respeito das especificações das agências bancárias acrescendo ainda buscas pedagógicas em sites especializados no assunto abordado por esse trabalho. Tendo também a sua parte descritiva sintetizada e catalogada de forma sucinta porém objetiva descrevendo as estruturas físicas e suas disposições espaciais afim de acomodar o atendimento prioritário aos portadores de deficiência. Já no âmbito explicativo o projeto tem abrangência no 4 tocante a resolução de problemas e alternativas de alterar ou aprimorar planejamento e estratégias no atendimento bancário. Já com relação ao estilo da pesquisa e se atendo aos parâmetros bibliográficos o trabalho se voltou a atender a demanda existente no atendimento prioritário a deficientes sendo assim todo o embasamento feito e revisado através de livros de autores conceituados no seguimento abordado, ainda tendo os meios eletrônicos (internet) como buscador imediato de características e sugestões que remete a uma análise criteriosa e objetiva, tomando como primórdio saber as causas do problema e logo em seguida sanar ou minimizar os empecilhos que dificultam a implementação de um sistema de atendimento em ambiente bancário propício a comportar e acomodar o portador de necessidade especial e a sua demanda junto a instituição financeira desejada. Segundo Chiavenato (2008) a forma mais eficaz de mensurar um problema é através da observação contínua por um certo período que seja suficiente a obter recursos ou informações que permita sua resolução ou até mesmo sua extinção. Diversas empresas estão interessadas em saber onde erram e quais são as alternativas para iniciar um projeto de acessibilidade, de inclusão social”, afirma Stella Kochen Susskind, presidente da Shopper Experienc. Seguindo essa premissa e com o aperfeiçoamento de estruturação e layoutização das instituições financeiras, torna-se viável todo o estudo e estratégia lançado no mercado servindo até como vantagem competitiva frente aos concorrentes. Também obedecendo padrões pré estabelecidos por autoridades competentes tais como: BACEN1, FEBRABAN2, PROCON3 e ABNT4. Todos os objetivos pretendidos com essas análises e observância aos normativos vigentes serve para buscar a isonomia nos direitos ao atendimento de excelência e digno a todos os portadores de necessidades especiais, afim de propiciar dentre outros um tratamento igualitário e eficiente. 1 – BACEN: BANCO CENTRAL DO BRASIL; 2 - FEBRABAN: FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS BANCOS; 3 – PROCON: PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO E PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR; 4 – ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS 5 2. ATENDIMENTO MOBILIDADE BANCÁRIO ESPECIALIZADO EM ORIENTAÇÃO E A organização estrutural bancária comum e a estrutura voltada a atender as necessidades dos deficientes tomam diretrizes distintas no tocante a disposição e layoutização, pois, é com a adequação necessária em formatos e posicionamentos de móveis que se consegue dinamizar e tornar igualitário o atendimento no âmbito bancário sendo assim a organização estrutural. A acessibilidade, no sentido que está sendo proposto neste trabalho, não se resume à possibilidade de entrar em determinado local; o vocábulo deve ser compreendido num sentido mais abrangente como a capacitação de um indivíduo com deficiência realizar seu deslocamento de forma mais independente e segura possível. O conceito de orientação e mobilidade é de extrema importância e se aplica a clientes cegos, surdocegos, portadores de mobilidade reduzida e com deficiências múltiplas, podendo ser utilizada tanto no atendimento bancário quanto em qualquer outro especializado, com sugestões de planejamento e estratégias. Para o Minidicionário (1997, p. 337 e 368), orientar significa “determinar os pontos cardeais, indicar o rumo exato”, e, mobilidade é a “propriedade do que é móvel”; assim, tem-se que orientação é aprendida, e mobilidade é inata. Segundo Giacomini (2010), o atendimento ao cliente com deficiência no tangente a mobilidade e orientação, deverá ser responsabilidade do funcionário especializado em proporcionar a esse cliente o conhecimento das dependências da agência bancária na qual está. Ao cliente com deficiência deverá ser doado todo o tempo necessário a fim de que possa explorar, uma a uma todas as dependências da agência para ir construindo em sua mente o mapa mental de cada um desses espaços. Não obstante é válido salientar de que todo planejamento de layoutização estrutural do banco, visa dentre outros propiciar o auto atendimento das pessoas de necessidade especial e autonomia de locomoção de forma geral. 6 No tocante a auto ajuda em ambiente interno é preciso desenvolver habilidades para sua orientação espacial através de pontos de referência, tais como: Pisos táteis, calçadas ou pisos com texturas diferenciadas, portas com texturas ou com escrita ampliada ou símbolos em bom contraste para identificação de locais, rampas de acesso, vagas exclusivas nos estacionamentos (com sinalização para tal fim), corrimãos estrategicamente posicionados e na altura adequada ao acesso de cadeirantes, plugue de escuta nos terminais de auto atendimento, porta alternativa (que não a giratória) para o atendimento no interior da agência. Segundo Gense & Gense (2004) e Giacomini (2005), as necessidades que pessoas portadoras de deficiência têm de aprender e de utilizar a orientação e mobilidade estão relacionadas a três aspectos: vínculo, segurança e comunicação. Os três aspectos podem ser interpretados da seguinte forma: Vínculo: a aproximação a uma pessoa surdo cega, por exemplo, deve ser tranquila e devagar. Uma forma de atendimento plausível para esse tipo de cliente seria gentilmente encostar a mão na mão da pessoa surdo cega para ela ter ciência da aproximação, podendo até combinar com a pessoa portadora de deficiência uma atitude que identifique de maneira pessoal facilitando os próximos contatos. Segurança: A pessoa portadora de deficiência se sente mais tranquila ao perceber que pode confiar nas pessoas as quais formou um vínculo, oferecendo uma maior segurança de poder identificar pessoas, permitindo escolher com quem estar para realizar determinadas atividades. Comunicação: cada pessoa portadora de deficiência dispõe de um sistema de comunicação diferente, podendo ir desde o mais concreto (uso de objetos de referência) até o mais simbólico (libras tátil, escrita na palma da mão). “Guia-intérprete é aquele profissional que serve de canal de comunicação e visão entre pessoa portadora de deficiência e o meio no qual ela está interagindo” (GIACOMINI, 2002, p.31). Segundo Rodríguez (2005), o papel do guia-intérprete consiste em ser intérprete ou transliterador, descritor visual e guia. É importante frisar que dentro da premissa que se deve adotar para o atendimento do portador de deficiência seja especial e cômodo, no entanto, deve-se ter um cuidado no tocante a não ser exagerado na forma de atenção pois pode 7 configurar um deboche ou um desmerecimento a pessoa tratada naquele momento, levando muitas vezes ao constrangimento. Para Serpa (2005), o instrutor mediador é a pessoa que media e faz a ponte entre o mundo e a pessoa portadora de deficiência. O papel do instrutor mediador é de intermediar a comunicação de pessoas com deficiências múltiplas que não possuem um sistema de comunicação simbólica e guiá-la. As adequações no ambiente bancário podem favorecer um deslocamento mais seguro e independente de clientes com deficiências, tenham eles baixa visão, cegueira, surdo cegueira ou deficiência múltipla. Assim, deve-se pensar em alguns aspectos que podem auxiliar nesse processo como cor, contraste, brilho, iluminação, mobílias (estruturação espacial), texturas nas paredes, pisos táteis, prolongamento da superfície das mesas de atendimento negocial. Para Giacomini, Sartoretto e Bersch (2010) muitas pessoas com deficiência física necessitam de recursos de mobilidade que podem variar desde uma bengala, um corrimão, um andador, uma cadeira motorizada cujo controle e acionamento podem ser feitos com alta tecnologia e mínimo de esforço. O desenvolvimento tecnológico evolui rapidamente e muito em breve aparecerão novas alternativas de mobilidade antes impensadas. 2.1 LEGISLAÇÃO O amparo legal tem seu enfoque na lei 10.048 de 8 de Novembro de 2000, que dentre outras abrangências traz consigo no capítulo II que: é garantida a facilidade de acesso para pessoas portadoras de deficiência física ou com mobilidade reduzida, temporária ou definitiva, observado o sistema de segurança previsto na legislação e regulamentação em vigor; E ainda seguindo a legislação tem-se a lei 5.296 de 02 de Dezembro de 2004 que em gozo da utilização do decreto que regulamenta a lei 10.048 supracitada que em seu primeiro inciso cita: Aprovação de projeto de natureza arquitetônica, de comunicação e informação que tenham destinação pública ou coletiva afim de 8 proporcionar isonomia entre todos. Ainda no artigo 5º diz que: os órgãos da administração pública direta, indireta e fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as instituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário às pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida. Já no artigo 6º da referida lei nos incisos V, VI, VII e VIII faz menção respectivamente: disponibilidade de área espacial para pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; sinalização ambiental para orientação das pessoas referidas no artigo 5º supracitado; divulgação, em lugar visível, do direito de atendimento prioritário das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida; admissão de entrada, permanência de cão-guia e sua livre circulação dentro do ambiente bancário junto ao portador da deficiência. É válido ainda salientar o capítulo III artigo 8, inciso I e II que trazem de forma taxativa a questão de acessibilidade como condição para utilização com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários, equipamentos, dispositivos e sistemas de informação; barreiras: minimizar ou até mesmo eliminar todo e qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso a liberdade de movimento e a circulação com segurança de pessoas. No artigo 15, incisos I e II cita a construção de calçadas rebaixadas e rampas com pequeno aclive e instalação de piso tátil, direcional e de alerta dentro das instituições de atendimento coletivo, público e privado. 9 2.1.1 GRÁFICOS DE LAYOUTIZAÇÃO SEGUNDO REGULAMENTAÇÃO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL EM ATENDIMENTO A LEGISLAÇÃO VIGENTE (LEI Nº 5.296) FONTE: Site do Banco do Brasil 10 FONTE: Site do Banco do Brasil 11 2.2 ACESSIBILIDADE ESPACIAL O Brasil passou por profundas mudanças relacionadas as políticas públicas voltada para as pessoas com deficiência na última década, a lei federal nº 10098 dispõe que toda estrutura bancária deve promover um ambiente acessível eliminando as barreiras arquitetônicas e adequando os espaços de forma a atender todos os seus clientes. Para eliminação das barreiras físicas e transformações dos espaços bancários a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresenta na NBR 9050 as normas e padrões das técnicas e estratégias de acessibilidade a edificações, mobiliário e espaços que requeiram um maior e cômodo tamanho. Pensar em acessibilidade espacial numa instituição financeira só terá sentido se as decisões que forem implementadas resultarem em melhores condições de atendimento e melhor qualidade de vida, não só para os usuários diretos dessas adequações, os clientes com deficiência, mas para a sociedade como um todo. Segundo a FEBRABAN1 (2008), em uso de suas atribuições, faz com que o atendimento a pessoas com deficiência siga padrões tais como: os bancos precisarão ter pelo menos um funcionário em cada agência capacitado para se comunicar em Língua Brasileira de Sinais (Libras) para atender pessoas com deficiência auditiva. Nas centrais de atendimento telefônico será preciso instalar pelo menos um ponto de recepção de mensagens enviadas por telefones adaptados para uso de surdos. Os bancos deverão oferecer a leitura em voz alta de contratos para pessoas com deficiência visual. Para os cegos ainda, será emitido, junto com o cartão do banco, um folheto em braile contendo informações sobre o uso do cartão, além de um porta-cartão com as informações do número, data de vencimento e códigos de segurança em braile. Os terminais de autoatendimento e caixas deverão ser acessíveis para atender a pessoas em cadeiras de rodas. Acrescendo a isso a disponibilidade da largura das portas permitindo livre trânsito dos cadeirantes. Precisará ainda haver garantia de demarcação de local preferencial nas filas. 1- FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos. 12 Os bancos com mais de um pavimento precisarão adaptar obrigatoriamente apenas um deles, desde que este andar ofereça todos os serviços às pessoas com deficiência. As adaptações devem seguir as normas estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). 2.3 ATENDIMENTO AO DEFICIENTE VISUAL Perguntar à pessoa se necessita de ajuda e de que forma pode auxiliá-la. Oferecer o braço para que ela segure e nunca puxar pelo braço. Ao atravessar lugares estreitos, por o braço para trás, para que ela possa segui-lo. Ser o mais claro possível ao explicar um caminho ou descrever os obstáculos que existem em um determinado local. Por exemplo: para indicar a presença de degraus, falar as palavras “sobe” ou “desce”. Conforme GIACOMINI (2008), a ambientação e entendimento dos deficientes visuais tem norteamento em percepções muitas vezes sonoras daí a necessidade de frases claras e compassadas. Evitar se comunicar por meio de gestos ou expressões faciais, já que para as pessoas com deficiência visual essas manifestações não fazem sentido. Em uma conversa, procurar fornecer o máximo possível de orientações verbais. Desta forma, a comunicação será compreendida e a conversa fluirá normalmente. Segundo BUENO (2009), o deficiente visual possui as suas necessidade atreladas a percepção tátil, sendo assim a sua relação com o mundo de forma geral se faz necessário estruturação em alto relevo. Lembrar-se de se apresentar como funcionário do banco, para que a pessoa possa reconhecê-lo. Evitar falar alto com pessoas com deficiência visual; na maioria das vezes eles possuem audição mais desenvolvida. E não deixar de apertar a mão de uma pessoa com deficiência visual ao encontrá-la ou ao se despedir. 2.4 ATENDIMENTO AO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA MOTORA 13 Nunca se apoiar na cadeira de rodas, bengalas ou muletas, pois elas representam uma extensão do corpo da pessoa. Escorar-se em muletas pode fazer com que a pessoa se desequilibre. Segundo FRANCO (2008), a autonomia de mobilidade e facilidade de acesso são as premissas básicas para o deficiente motor ter sua independência de comodidade no tocante a atendimento. Ao guiar uma pessoa em cadeira de rodas, escolher um caminho com menos obstáculos. Para auxiliá-la a descer uma rampa, virar a cadeira de rodas e descer de marcha à ré; caso contrário, a pessoa pode perder o equilíbrio e cair de frente. Segundo RODRIGUES (2008), as pessoas que dependem de cadeira de rodas ou qualquer outro tipo de equipamento para se locomover tem todo o direcionamento a excluir ou minimizar ao máximo os obstáculos. As maiores dificuldades para a pessoa com deficiência física ou motora são a locomoção e o alcance das máquinas. Se necessário, o atendente deve ajudá-la nas operações solicitadas, sempre priorizando o bom senso e a naturalidade. 2.5 ATENDIMENTO AO DEFICIENTE AUDITIVO Não é preciso gritar. Para o surdo, a visão é o sentido primordial da comunicação e, portanto, é bastante desenvolvido. Enquanto estiver conversando, manter sempre contato visual. Se desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou. Conforme SERPA (2005), o deficiente auditivo tem sua percepção e comunicação através de expressões faciais e em alguns casos por decifração de leitura labial enquanto o interlocutor fala. O ideal é dispor de um profissional que conheça a leitura de sinais. Caso não seja possível, o surdo se comunicará por meio de mímica e gestos, exigindo assim um alto nível de atenção. Ao se comunicar com uma pessoa com deficiência 14 auditiva, o ouvinte deve posicionar-se de forma que sua boca e expressões faciais sejam visíveis. Segundo FERREIRA BRITO (2009), as pessoas com deficiência auditiva tendem na sua maioria a ter uma atenção maior no campo visual e percepção no tocante a manifestações da expressão corporal. Alguns aspectos dificultam a leitura labial, como pouca movimentação dos lábios, uso de bigode, vidro entre os interlocutores, movimentos para atender o telefone ou olhar para a tela do computador. Quando não entender o que a pessoa com deficiência auditiva quer dizer, pedir para que repita ou que escreva. 2.6 ATENDIMENTO AO DEFICIENTE MENTAL Cumprimentar o cliente normalmente. Em geral as pessoas com deficiência mental são comunicativas e carinhosas; portanto, mostrar satisfação em encontrá-la. Dar atenção e conversar com a pessoa na medida do possível. Segundo FRANCO (2008), a pessoa portadora de deficiência mental tem suas faculdades mentais reduzidas, contudo, não isentas. Sendo assim todo e qualquer auxílio deve ser dado apenas quando houver necessidade nítida. Não importa se a pessoa com deficiência mental é uma criança, um adulto ou um idoso: não tratá-la como se ela fosse totalmente incapaz. A pessoa com deficiência mental realiza suas tarefas lentamente, mas isso não significa que é incapaz, nem que seja dependente de outras pessoas. Conforme FERREIRA BRITO (2009), o deficiente mental tende a requerer uma atenção e dedicação maior, muitas vezes transparecendo afetividade para que assim a pessoa que está auxiliando possa passar confiança. Ajudar somente quando houver necessidade ou for solicitado. Dar a ela instruções sobre a forma adequada de agir, sempre uma de cada vez, com calma e tranqüilidade. 15 3. DISCUSSÃO CRÍTICA O tema aqui abordado faz menção a um assunto amplamente debatido, haja vista a importância de como está sendo executado o atendimento ao deficiente físico, considerando desde a sua entrada na dependência bancária, sua devida acomodação e atendimento até o suprimento das suas necessidades serem atendidas no tocante a atendimento bancário. É importante ressaltar que as diretrizes tomadas no atendimento a deficientes, tem sua essência pautada na própria constituição federal no princípio da isonomia que diz que todos são iguais em direitos e obrigações perante a lei. Daí a implementação de estruturas físicas externas tais como: rampa de acesso ao interior da agência e em alguns casos ao estacionamento com vagas destinadas aos deficientes, portadores de necessidades especiais, dentre outros. Há também a necessidade de projetar e implementar estruturas no âmbito interno visando a melhor acomodação e excelência na prestação dos serviços aos deficientes físicos, bem como: Mural ou mapa da agência em braile, a fim de proporcionar ao deficiente visual a possibilidade de identificar a área a qual se destina o suprimento de suas necessidades, mesas de atendimento negocial na altura e na expansão que for necessário ao melhor acondicionamento da cadeira de rodas, assim como outros recursos que satisfaçam o mínimo necessário à execução das transações desejadas. As máquinas de autoatendimento com botões em braile e plugue para escuta, uma vez implementadas certamente há maior autonomia por parte dos deficientes visuais em atender suas perspectivas. Já com relação aos móveis e utilitários tais como: mesas, cadeiras de espera dentre outros que atendem a distância favorável a circulação de cadeiras de rodas, contribuem diretamente para que o cadeirante possa transitar livre e sem obstáculos físicos. As rampas de acesso é outro item relacionado a estruturação que merece atenção observando os seguintes critérios: as rampas são construídas com pouca inclinação e auxílio de corrimão, facilitando o trajeto do deficiente ao longo das dependências da agência. Já no tocante aos guichês de caixa com altura reduzida, facilita o atendimento de cadeirantes e portadores de nanismo, facilitando o acesso a transações nos caixas e altura adequada ao posicionamento de papéis. 16 Em uma análise sintetizada e crítica temos que viabilizar a estrutura interna e externa da instituição bancária, fazendo com que ocorra um atendimento adequado a atender às reais necessidades dos portadores de deficiência. Buscando como foco a sugestão a respeito do posicionamento estratégico dos móveis e suportes, os quais apresentando recursos favoráveis como dimensões e formatos ao atendimento do pleito dos portadores de deficiência. Debatendo a respeito de como e onde conter estruturas com tamanho reduzido para atendimento dos portadores de mobilidade reduzida (cadeirantes) e optando assim por quais alternativas viáveis a atender os deficientes de forma geral. A instituição que adota parametrização de atendimento a deficientes físicos leva relativa vantagem com relação às instituições financeiras concorrentes e é bem vista perante o público consumidor e a sociedade de forma geral, que leva em consideração, por exemplo, a preocupação e o respeito por parte das instituições. É também de grande valia, evidenciar a consideração a respeito do que está pautado em lei. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O atendimento aos portadores de necessidades especiais tem sido amplamente discutido e analisado entre as instituições financeiras, tendo em vista o atendimento as leis vigentes e em detrimento as reais necessidades de se planejar e aplicar efetivamente estrutura eficiente a atender os portadores de mobilidade reduzida, fazendo com que isso também seja uma forma de destacar a empresa perante seus concorrentes. E o foco de principal destaque é o tratamento isonômico aos seus clientes. Tendo essa diretriz, as instituições financeiras tendem numa crescente a sofisticar e diversificar equipamentos e estruturas necessárias ao atendimento ao público dos portadores de necessidades especiais, sendo assim, além da vantagem competitiva e atendimento a legislação as instituições bancárias enquanto empresas buscam o melhor relacionamento e seus estreitamentos com seus clientes de uma forma cada vez mais abrangente. Pensar em acessibilidade em uma maneira geral numa instituição financeira só terá sentido se as decisões 17 que forem implementadas resultarem em melhores condições de atendimento e melhor qualidade de vida, não só para os usuários diretos dessas adequações, os clientes com deficiência, mas para a sociedade como um todo. 5. ABSTRACT This article points out the need to implement structural organizations devoted to accessibility for people with physical disabilities in bank branches as a new conceptual basis able to readjust the practice of care in today's banking environment. A specific approach that leads to the universe of organizations the knowledge from this new trend and effectiveness in service - in this sense, the physical and spatial structure inside and outside the bank branches is presented. Based on the operation of so-called "complex adaptive systems" are set out four key concepts: attachment, security , convenience and autonomy. These are suggested as the principles of Customer isonomic. In order to demonstrate the approach, a literature study regarding financial institutions, which seek and develop a system for managing the improvement of service to its customers, counting on upgrades and adaptations followed is presented for both the molds dictated by legislation, in addition, the care of special needs patients has gained support and appreciation coming from any society, hence the banking institutions that are used as a differential to its competitors. This system illustrates the new role of the administration, to stop focusing on the prescription and control passes to the task of promoting the conditions for performance in relation to meet the demand of customers with reduced mobility carriers is remedied or minimized. 6. REFERÊNCIAS ABNT, NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Disponível em: http://www.mpdft.gov.br/sicorde/NBR9050-31052004.pdf. Acesso em: 10 de maio de 2013. 18 BUENO, S.T.Motricidade e Deficiência Visual In: Deficiência Visual: aspectos psicoevolutivos e educativos. São Paulo: Santos, 2009. P 145 – 154. COLEÇÃO FEBRABAN DE INCLUSÃO SOCIAL. Atendendo bem pessoas com deficiência.Disponívelem:http://www.febraban.org.br/arquivo/cartilha/cartilha_arquivo s/cartilha_atendimento.pdf. Acesso em: 10 de maio de 2013. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Campus, 2008. FERREIRA BRITO, Lucinda. Integração social & educação de surdos - Rio de Janeiro: Babel editora, 2009. FRANCO, A. Modelos mentais para o Cotidiano. São Paulo: UNB, 2008. GIACOMINI, L. Análise de um programa passo a passo Orientação e Mobilidade para pessoas Surdocegas (Dissertação de Mestrado) São Paulo, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo 2008. RODRIGUES, D. Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São Paulo: Artes Médicas, 2008. SERPA, A.M. "Design para a Inclusão: desafios e proposta". In: Simpósio sobre Fatores Humanos em Sistema, Natal -RN (2005), pp. 11 - 20.