EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Ana Parker, Grasiela Birck, Jandira Petry, Renata Silva e Salete Schmidt Professora orientadora Dóris Maria Luzzardi Fiss Segundo Oliveira (1999): “O adulto, no âmbito da educação de jovens e adultos, (...) é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles, proveniente de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito freqüentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar- se ou cursar algumas séries do ensino supletivo. E o jovem, incorporado ao território da antiga educação de adultos relativamente há pouco tempo, não é aquele com uma história de escolaridade regular, o vestibulando ou o aluno de cursos extracurriculares em busca de enriquecimento pessoal. Não é também o adolescente no sentido naturalizado de pertinência a uma etapa bio-psico- lógica da vida. Como o adulto anteriormente descrito, ele é também um excluído da escola, porém geralmente incorporado aos cursos supletivos em fases mais adiantadas da escolaridade, com maiores chances, portanto, de concluir o ensino fundamental ou mesmo o ensino médio. É bem mais ligado ao mundo urbano, envolvido em atividades de trabalho e lazer mais relacionadas com a sociedade letrada, escolarizada e urbana.” Com base em nossa pesquisa apresentamos os seguintes gráficos: Referente a alunos Jovens Homens Nossa pesquisa teve enfoque nas características dos alunos jovens e adultos conforme as concepções de seus educadores. Foram entrevistados cinco professores que trabalham com turmas de EJA buscando informações sobre características relacionadas a identidade, linguagem e pensamento dos alunos jovens e adultos. 50 50 Trabalhadores 30 50 Desempregados Repetentes na escola regular 75 60 Comportamento inadequado Responsáveis com sua aprendizagem Considera EJA mais fácil 25 40 20 Embora não existam grandes estudos sobre a psicologia adulta, sabe-se que o adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente; tem uma história de vida mais longa e com mais experiências, conhecimentos e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. Toda esta bagagem, Com relação à inserção em situações de aprendizagem, essas peculiaridades faz com que possua diferentes habilidades e dificuldades (em comparação com a criança) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem. A nosso ver, ter ciência destas diferenças na educação de jovens e adultos, é fundamental, na medida em que o profissional primeiramente verá seu aluno como alguém que tem muito a dizer, valorizando seus conhecimentos, sua cultura, sua lógica de pensamento. Segundo, porque ao perceber seu aluno como um adulto que está ingressando no universo escolar, o professor sabe que embora possua grande capacidade de enriquecer o processo, existe um déficit de conhecimento da estrutura, da organização e da linguagem específica do ambiente escolar, o qual o aluno deve ser inserido com total respeito a sua condição de alguém que está ali para aprender. Da mesma forma que os jovens desta modalidade de ensino precisam receber a atenção de um educador que perceba a interferência além das de exclusão escolar, dos conflitos próprios a idade e cobranças sociais( tais como responsabilidades com trabalho, família, etc), os conflitos de gerações que poderão se formar neste espaço educacional integrado. Mulheres Recuperação de tempo perdido 75 Pouca autonomia Referente a alunos adultos Homens 50 Mulheres 50 Trabalhadores 30 50 Desempregados Repetentes na escola regular 75 60 Comportamento inadequado Responsáveis com sua aprendizagem Considera EJA mais fácil 25 40 20 75 Recuperação de tempo perdido Pouca autonomia Referências: OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73. COMERLATO, Denise Maria. Escrita, representações e cognição. Educação e realidade, 29 (2), 1143-161, jul./dez. 2004. HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.