AS COMPETENCIAS DO ENFERMEIRO GESTOR: UMA VISÃO
DIFERENCIADA*
THE SKILLS OF NURSE MANAGER: A VISION DIFFERENTIATED
Aleksandra Diniz Montanher¹, Maykon Anderson Pires de Novais², Thiago Fernandes
Franco³.
______________________________
* Trabalho de conclusão de curso de Gestão em Saúde apresentado a Universidade Federal de São Paulo UNIFESP no ano de 2014, intitulado As competências do enfermeiro gestor: uma visão diferenciada.
1 Enfermeira graduanda do curso de Especialização de Gestão em Saúde pela UNIFESP. E-mail:
[email protected].
2 Mestre em Informática em Saúde pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, Professor Orientador
do Curso de Especialização em Gestão de Saúde e Informática em Saúde da Universidade Aberta do Brasil Universidade Federal de São Paulo – UAB/UNIFESP (Brasil), E-mail: [email protected].
3 Tutor do curso de Gestão em Saúde.
RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma revisão da literatura realizada on-line na base de
dados por uma pesquisa bibliográfica em artigos publicados nas bases de dados LILACS,
BDENF e SciELO, utilizando os descritores: Enfermagem. Competência. Gestão.
Objetivou identificar e analisar a produção cientifica sobre a temática de competência do
Enfermeiro Gestor e as estratégias utilizadas para seu desenvolvimento.
Foram
encontrados 41 artigos; selecionados 17, através da leitura dos respectivos resumos, após
utilizou-se o método de leitura científica, organizando o artigo em três categorias: Análise
de processo de trabalho, Análise de processo de formação e Revisão de Literatura.
Constatou-se a predominância do conceito de competência profissional a partir de seus
elementos constitutivos, o desafio de formar enfermeiros competentes a partindo da
dicotomia entre a formação acadêmica e a prática laboral.
Palavras-Chave: Enfermagem. Competência. Gestão.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho objetivou identificar e analisar a produção cientifica sobre a
temática de competências do Enfermeiro Gestor e as estratégias utilizadas para seu
desenvolvimento em seu ambiente de trabalho.
1
A qualidade dos serviços públicos tem sido cada vez mais questionada, em virtude da
necessidade de estar em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e
as metas firmadas na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada
em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986, por consequente a elevação dos níveis de saúde,
com ampliação do campo de atuação da Atenção Básica devido a substituição do modelo
hospitalocêntrico de atendimento e centrado na assistência curativista por um modelo focado
em um novo conceito de saúde, tendo a família como foco da atenção e o ambiente como
cenário importante no processo saúde – doença (FERNANDES; MACHADO; ANSCHAU,
2009).
Silva, Teixeira e Silva (2010) acreditam que acrescido às mudanças do contexto de
saúde no país decorrentes do processo de globalização, transformações tecnológicas e o
conseguinte o aumento da concorrência do mercado, tem demandado reformas por parte das
instituições, nos mais diferentes seguimentos, dentre eles o da gestão, se fazendo necessária
a substituição dos modelos tradicionais e obsoletos por novos padrões que almejem elevação
da atividade organizacional. A enfermagem surge como parceria e veem de encontro a esse
novo modelo de gestão e as competências gerenciais aparecem como bússola, reorganizando
as funções de logística e direcionando os processos de trabalho.
Para Lessa e Araújo (2013) a análise da trajetória histórica da Enfermagem
possibilita observar mudanças profissionais que partiram de um trabalho empírico e
caridoso para a ocupação de um status de profissão com práticas reconhecidas social e
profissionalmente teve como marco as condutas éticas e técnicas assinadas por Florence
Nightingale, á partir de 1853 se firmando ao longo dos anos e conquistando muitos espaços
na área da saúde.
Oliveira et al. (2012) apontam que a enfermagem a cada dia que passa vem trazendo
para si cada vez mais novas atividades, e responsabilidades, e com isso vem assumindo
elevados cargos de gestão em diferentes dispositivos de saúde, exercendo assim múltiplas
funções, que estão pautadas em teorias administrativas conceituadas como processos de
enfermagem de cuidar, pesquisar, participar politicamente, ensinar e gerenciar, coexistindo
entre si sinergicamente.
O ensino da enfermagem presente está alicerçado nas Leis de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) e para abranger essas intensas transformações vêm passando
por modificações, atualmente descreve o perfil desse egresso profissional com uma
instrução generalista com competências para a assistência, a educação, a pesquisa e o
2
gerenciamento, sendo capaz de atuar em diferentes níveis de atenção à saúde, certificando
ao graduado em enfermagem capacidade atender as demandas regionais e nacionais
(DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURO DE GRADUAÇÃO EM
ENFERMAGEM, 2001).
Pereira (2013) acredita que, o grande desafio na formação é transpor o que é
determinado pelas diretrizes curriculares ao formar profissionais que superem o domínio
teórico pratico exigido pelo mercado de trabalho, enquanto agentes inovadores e
transformadores da realidade inseridos e valorizados no mundo do trabalho.
Tendo em
vista que estamos diante de um mercado de trabalho exigente e em constante evolução, o
enfermeiro precisa gerir sua carreira para que possa ter consonância mercadológica com as
empresas que com o intuito de fazerem frente às atuais transformações, buscam indivíduos
cada vez mais talentosos e competentes.
No cenário de fusão saúde- educação a modificação das praticas de ensino atribuem ao
professor a incumbência de exceder os limites convencionais da atuação pedagógica
conferindo à educação o poder de libertação que lhe é próprio. Alcançando padrões de
promoção à saúde, por meio da reconsideração de ótica coletiva potencializando as
possibilidades de conquista social, políticas públicas pensadas na elevação da qualidade de
vida e cidadania (SILVA et al. 2009).
Trajetória da Enfermagem
A enfermagem enquanto profissão vem superando o paradigma empírico
registrando historicamente seu papel, iniciada com o cuidado intuitivo e caridoso passou
no decorrer da história por processos que culminaram no seu reconhecimento profissional e
social.
O
ensino
de
Enfermagem
Contemporâneo
baseado
em
metodologias
problematizadoras, transcende a ciência fragmentada e dissociada dos anseios individuais e
coletivos, formando profissionais desencadeadores de mudanças, atores sociais,
facilitadores do processo de saúde (BACKES e ERDMANN, 2009).
Para Silva e Ferreira (2009) o avanço desenfreado da ciência e tecnologia vem
exigindo uma postura efetiva dos enfermeiros no que se refere a sua própria educação
contínua obtendo como ganho secundário a sobrevivência no mercado de trabalho;
3
possibilitando então subsídios á uma assistência de qualidade. Os fatores tecnológicos
ditam novas necessidades de conhecimento exigindo elevados parâmetros curriculares com
maiores exigências qualitativas individuais e competências profissionais.
A Enfermagem enquanto ciência tem o compromisso de cooperar, constantemente,
com a construção de conhecimentos hábeis para suster ações de cuidado individual e coletivo,
adequado socialmente, tecnicamente competente, eticamente aceitável e que atue para
preservação da vida em sua totalidade nas diferentes situações do processo da vida humana
(PIRES, 2009).
Diretriz Curricular Nacional
Nas
diretrizes
curriculares
nacional
estão
listados
os
conhecimentos
imprescindíveis para que a formação do enfermeiro para que ele seja capaz de
desempenhar papel profissional com habilidades e competência especifica. O curso de
graduação em Enfermagem buscando adequar-se as novas exigências das Leis de
Diretrizes e Bases reformula o seu projeto pedagógico onde descreve e estabelece o perfil
do formando egresso profissional na qual elenca competências ao enfermeiro e as descreve
de forma geral e especifica, podemos destacar dentre as gerais: atenção á saúde, tomada de
decisões, comunicação, liderança, educação permanente, administração e gerenciamento
(DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURO DE GRADUAÇÃO EM
ENFERMAGEM, 2001).
No entanto um complexo problema a ser enfrentado no processo de formação do
enfermeiro é transpassar o que é estabelecido por meio das diretrizes curriculares ao
construir profissionais que superem a esfera teórica e prática estipulado pelo mercado de
trabalho, enquanto agentes inovadores e transformadores da realidade (SILVA et al. 2012).
Colenci e Berti (2012) acreditam que a exigência do mercado de trabalho demanda
uma constante evolução profissional e o enfermeiro precisa reger sua carreira para que
possa estar em concordância mercadológica e a busca por indivíduos cada vez mais
talentosos e competentes.
4
Noção de Competências
O termo competência tem sofrido constantemente um processo de ressignificação, na
contemporaneidade é conceituada como uma capacidade especifica de executar a ação em um
nível de habilidade que seja suficiente para alcançar o feito desejado, tem sido o foco de
preocupação das instituições em busca cada vez mais de profissionais qualificados, aptos a
adaptar-se a novas situações ( BRITO, BRAGA 2010)
Para Camello e Angerami (2013) não suficiente as diversas interpretações acerca de
competência, seja pela forte influencia das correntes norte-americanas que a compreendem
como uma série de atributos contidos em uma pessoa que possibilitarão a realização de
alguma situação-problema ou a concepção francesa com uma linha que não abriga
competência a esses características, mais sim a aquilo que se executa no labor ou mesmo as
concepções contemporâneas que aglutinam esses dois conceitos. Os autores definem
competência como uma forma de repensar as interações entre, de um lado, as pessoas e seus
saberes e capacidades e, de outro, as organizações e suas demandas no campo dos processos
de trabalho.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza básica, onde foi feito um estudo
retrospectivo, exploratório e descritivo, uma vez que procurou recorrer em base de dados
indexada a saber: Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),
Scientific Eletronic Libray Online (SCIELO) e Bases de Dados em Enfermagem (BDENF).
Foram utilizadas literaturas dos últimos cinco anos (2009 à 2013) sendo a anterior a
este período (2001) utilizado por se tratar relevante para este trabalho.
A busca foi realizada utilizando os seguintes descritores: Gestão, Enfermagem e
Competências.
Para coleta e análise dos dados que interessavam ao trabalho utilizou-se um roteiro
com os seguintes elementos: título, ano de publicação, similaridade do assunto, texto
completo, idioma português, fonte e descritores.
5
Apresentação dos Resultados
A amostra desta revisão integrativa totalizou 14 artigos, conforme os critérios de
inclusão deste estudo, buscou-se artigos publicados um período de 5 anos (de 2009 a 2014),
como pode ser observado no quadro 1, descritos na seguinte ordem cronológica, por base de
dados,
o
título
dos
artigos,
ano
de
publicação,
periódico
e
autores.
Quadro 1. Distribuição das publicações resultantes da Revisão de Literatura. São Paulo, 2014.
Nº do
artigo
01
02
Título
Competências
Ano de
Periódico/ Base de
publicação
dados/ Autores
2009
Rev
Enferm,
gerenciais na formação
Brasília 2010 jan-fev;
do enfermeiro
jan-fev; 63((1) 1)
Foco
no
cliente:
2009
Rev
Bras
ferramenta essencial na
Enferm,
gestão por competência
2010 mar-abr; -abr;
em enfermagem
03
Bras
Autores
Aida Maris.
RUTHES, Rosa Maria; FELDMAN,
Liliane
Bauer;
CUNHA,
Isabel
Cristina Kowal Olm.
63((2) 2): : 317-21.
Gestão participativa na
educação
Brasília
ALMEIDA, Maria de Lourdes de; PERES,
2009
permanente
Rev
Bras
Enferm,
em saúde: olhar das
enfermeiras
Brasília
MEDEIROS, Adriane Calvetti de;
PEREIRA,
Queli
Lisiane
Castro;
2010 jan-fev; 63((1)
SIQUEIRA, Hedi Crecencia Heckler
1): : 38-42
de;
CECAGNO,Diana
Cecagno;
MORAES, Cristiane Lima.
04
Planejamento de ensino
em
enfermagem
2009
:
intenções educativas e
REV. ESCO ENFEM
DELL'ACQUA, Magda Cristina Queiroz;
USP
MIYADAHIRA, Ana Maria Kazue; IDE,
2009;
Cilene Aparecida Costardi.
43(2):264-71
competências clinicas
05
Políticas e tecnologias
2009
de gestão em serviços
de
saúde
e
Acta
Paul
Enferm
LOPES, Márcia Maria Bragança et al
2009;22(6):.819-27
de
Enfermagem
06
O trabalho cotidiano da
enfermeira na saúde da
família: utilização de
ferramentas da gestão
2009
Texto
Contexto
KAWATA, Lauren Suemi; MISHIMA,
Enferm,
Silvana
Florianópolis,
Quaglio; PEREIRA, Maria José Bistafa.
2009
Martins;
CHIRELLI,
Mara
Abr-Jun; 18(2): 31320
Continua
6
Continuação: Distribuição das publicações resultantes da Revisão de Literatura. São Paulo, 2014.
Nº do
artigo
07
Título
Competências
do
Ano de
Periódico/ Base de
publicação
dados/ Autores
2009
Rev
Bras
Enferm,
enfermeiro na gestão do
Brasília 2009 nov-
conhecimento e capital
dez; nov-dez; 62((6):
intelectual o na gestão
do
conhecimento
Autores
RUTHES,
Rosa
Maria;
CUNHA,
Isabel Cristina Kowal Olm.
): 901-5...
e
capital intelectual o na
gestão do conhecimento
e capital intelectual
08
Competência gerencial
do
2009
enfermeiro:
conhecimento publicado
em
Cogitare
Enferm
MONTEZELI,
Juliana
2009
Jul/Set;
PERES, Aida Maris.
Enferm,
FURUKAWA,
Helena;
14(3):553-8
periódicos
brasileiros
09
Da
gestão
por
competências
2010
Rev
Bras
Patrícia
de
às
Brasília Bras Enferm,
Oliveira; CUNHA, Isabel Cristina
competências gerenciais
Brasília 2010 nov-
Kowal Olm.
do enfermeiro.
dez; nov-dez; 63((6)
6): : 1061-6
10
Conhecimentos,
2011
habilidades e atitudes
sobre
a
gestão
formados
Invest Educ Enferm.
ML de Almeida, AM Peres.
2012;30(1)
dos
de
enfermagem
de
universidade
uma
pública
brasileira.
11
O
processo
de
2012
Rev.
esc.
enferm.
MANENTI,
Simone
Alexandra;
Maria Helena Trench;
construção do perfil de
USP vol.46 no.3 São
CIAMPONE,
competências gerenciais
Paulo June 2012
MIRA, Vera Lucia; MINAMI, Lígia
para
enfermeiros
coordenadores de área
hospitalar
Fumiko; SOARES, Jaqueline Maria
Sousa
Continua
7
Continuação: Distribuição das publicações resultantes da Revisão de Literatura. São Paulo, 2014.
Nº do
artigo
12
Título
Competências
profissionais
Ano de
Periódico/ Base de
publicação
dados/ Autores
2012
Rev.
de
enfermeiros
e
bras.
enferm.
sua
vol.65 no.6
Autores
PAIVA, Kely César Martins; SANTOS
JUNIOR, Welinton Jesus.
Brasília Nov./Dec. 20
gestão em um hospital
12
particular
13
Experiências
2012
pedagógicas
vivenciadas
na
R. Enferm. Cent. O.
SPAGNOL, Carla Aparecida; SOARES,
Min. 2012 set/dez;
Amanda Nathale; SILVEIRA, Belisa Vieira
Silveira.
2(3):451-462
disciplina competências
e
habilidades
para
gestão de pessoas nas
organizações de saúde
14
Gerenciamento:
2012
Cienc
Cuid
Saude
contrapontos percebidos
2012;
por enfermeiros entre a
11(suplem.):138-143
MONTEZELI,
Juliana
Helena;
PERES, Aida Maris.
formação e o mundo do
trabalho
15
Processo de trabalho e
2013
competências gerenciais
do
enfermeiro
estratégia
Rev
Rene.
2013;
14(4):980-7.
Maris;
da
saúde
PAULA, Marcilene de; PERES, Aida
EDUARDO,
Bernardino,
da
Elizabeth
Elizabete
Araújo;
MACAGI, Silvânia Terezinha Silva.
família
16
Competência
2013
profissional:
a
Contexto
Enferm,
construção de conceitos,
CAMELO,
Silvia
Helena
Henriques; ANGERAMI, Emília
Florianópolis,
estratégias
2013
Luigi Saporiti.
Abr-Jun; 22(2): 552-
desenvolvidas
pelos
60.
serviços de saúde e
implicações
Texto
para
a
enfermagem.
17
Características
empreendedoras
futuro enfermeiro
2013
do
Cogitare
2013
Enferm.
Out/Dez;
18(4):688-94
FERREIRA,
Gímerson
Erick;
ROZENDO, Célia Alves; SANTOS,
Regina Maria dos, PINTO, Eduardo
Araújo;
COSTA,
Antonio
Carlos
Silva; PORTO, Adrize Rutz.
8
DISCUSSÃO
Após realizar leitura dos artigos foram agrupados em 3 categorias por semelhança de
assunto, como representado no Gráfico 1, onde foram selecionados 6 artigos que fazem parte
da primeira categoria (35%) e abordam a temática de Análise de Processo de Trabalho, 5
artigos compões a segunda categoria ( 30%) e dissertam acerca da Análise do Processo de
Formação e outros 6 artigos(35%) se referem a Revisão de Literatura.
Gráfico 1- Distribuição das publicações apresentadas em categorias, separados por
semelhanças de assunto e número de artigos.
CATEGORIAS
ANÁLISE DE PROCESO DE TRABALHO: 6
ANÁLISE DE PROCESSO DE FORMAÇÃO: 5
REVISÃO DE LITERATURA: 6
35%
35%
30%
Fonte: Elaboração do autor. São Paulo, Brasil 2014.
Para Kawata et al.(2009) e para Paula et al. (2013) , a supervisão dos processos de
trabalho se dá apenas por controle e educação, ou seja, de forma pouco participativa,
destacando a necessidade de ampliação da competência dialógica que permita uma
conversação entre teoria e prática, privilegiando a construção do conhecimento, enfatizam a
utilização de novas técnicas pedagógicas e ferramentas tecnológicas no processo de trabalho
do enfermeiro como instrumentos imprescindíveis para o fortalecimento da profissão e
atendimento as necessidades mercadológicas.
Já Paiva e Santos (2012) constataram que as ações voltadas para a aquisição de
conhecimentos para ampliação das competências de gestão são encaradas pelas instituições
9
contratantes como responsabilidade exclusiva do próprio enfermeiro, demonstrando a
necessidade da compreensão deste fenômeno que são as competências como produto não só
da formação acadêmica, mas da prática social complexa com envolvimento de diversos atores
sociais e acompanhando essa tendência Manenti (2012) buscou construir um perfil de
competências gerenciais de forma concensuada, compartilhada com coordenadores de área e
os resultados identificaram dentre as competências destacadas uma maior representatividade à
aquelas relacionadas ao saber ser, além de sinalizar a necessidade de aperfeiçoamento desses
profissionais.
Medeiros et al. (2009) salientam os bons resultados obtidos a partir do planejamento
participativo e a tomada de decisão baseada na educação permanente em saúde com promoção
de melhores resultados na assistência bem como fortalecimento de vínculo entre os membros
da equipe e com isso ampliação das possibilidades de sucesso.
Para Montezeli e Peres (2012) expõem a impressão de enfermeiros a cerca da
existência de descompasso entre a formação acadêmica e as exigências institucionais, bem
como o anseio de uma revisão por parte das instituições empregadoras acerca das atividades
pertinentes ao enfermeiro e uma formação acadêmica mais próxima da realidade laboral, afim
possibilitar ao profissional atingir padrões mais elevados de qualidade na assistência prestada.
A segunda categoria disserta sobre o Processo de Formação do Enfermeiro onde
Dell'acqua, Miyadahira e Ide (2009) apontam a formação assistencial privilegiada, já a
formação administrativa além de ser reduzida ocorre de forma fragmentação primeiro se
ensina a cuidar e depois à administrar, como se fosse possível separar, os dados colhidos
sinalizam a falta de organização e de articulação ampliada.
A abordagem de Almeida e Peres (2009) foi realizada a partir de análise de Projeto
Político Pedagógico de diferentes estabelecimentos de ensino superior aponta que apesar de
conterem em sua grade curricular o ensino das competências existe uma série de deficiências
a serem sanadas para formação de profissionais competentes para o mercado de trabalho. Já
em 2011 os mesmos autores apontam a dificuldade que os enfermeiros recém-formados
encontraram ao serem inseridos no mercado de trabalho em decorrência da debilidade
apontada principalmente no campo de atitudinal, demonstrando que a formação acadêmica
dessa categoria necessita explorar novos métodos de ensino que propiciem a aquisição de
conhecimentos nessa área, estreitando os laços entre a teoria e a pratica.
10
Spagnol, Soares e Silveira (2012) abordam a cerca das novas técnicas e métodos
pedagógicos como a realização de uma oficinas dos sentidos, que permitiu uma reflexão a
cerca da importância das habilidades relacionais na atuação do enfermeiro e a utilização dos
cinco sentidos como estratégia para qualidade das relações interpessoais, demonstrando aos
alunos que as relações profissionais não se baseiam apenas em conhecimento técnico
utilização de novas técnicas pedagógicas e ferramentas tecnológicas no processo de formação
do enfermeiro como instrumentos imprescindíveis para o fortalecimento da profissão e
atendimento as necessidades mercadológicas.
Ferreira et al. (2013) objetivou conhecer as características empreendedoras dos
graduandos de enfermagem e os resultados apontaram quatro categorias que marcam perfil
empreendedor segundo os futuros enfermeiros: a diligência por novas oportunidades, o
direcionamento para o futuro, satisfação profissional e articulação estratégica, propriedades
que só poderão ser alcançadas por meio da adoção de uma relação de dinamismo entre alunos
e professores, onde ambos assumam conduta determinante para a aprendizagem e se tornem
atores principais desse cenário de mudanças.
Os artigos da terceira categoria discorreram sobre Revisões de Literatura constatando
que os enfermeiros possuem articulação nos serviços de enfermagem e competência técnica
no exercício profissional, porém, apresentam-se frágeis politicamente, o que limita sua
autonomia profissional e os torna ainda subordinados a outros profissionais assim, a educação
continuada também desempenha um papel importante no desenvolvimento de diferentes
habilidades, capacidades e competências, não apenas técnicas, mas também políticas,
tecnológicas e de gestão, como apontado por Lopes et al. (2009). Montezeli e Peres (2009)
discorreram sobre a dicotomia entre a gestão e a atividade assistencial do enfermeiro e sobre
as competências gerenciais relacionadas à formação acadêmica. Tanto Ruthes, Feldman e
Cunha (2009) como Camelo e Angerami (2013) contemplaram a competência a partir de sua
base constitutivos elencada nos atributos de conhecimento, habilidade e atitude denominados CHA, para agregar valor à organização de saúde com foco no cliente. Para
finalizar o artigo 9 buscou esclarecer o conceito das competências, identificou lacunas
presentes no processo de formação.
11
Considerações Finais
No cenário de mudanças em vivemos, eclodem desafios para a formação do
enfermeiro que necessitam gerar mudanças no binômio ensino- aprendizagem dentro das
universidades, alicerçado em alterações atitudinais tanto de alunos que devem assumir o
papel de protagonistas da sua própria educação, como de professores que devem manter-se
vivos, envolvidos e em busca constante de qualificação para que juntos percorram a
fascinante jornada da aprendizagem.
Diante da variedade de temáticas que envolvem e estão envolvidas nas
competências devemos refletir na importância da busca continua da aquisição de novos
conhecimentos e forma de geri-los.
O presente estudo buscou provocar no caro leitor á reflexão da constante busca pelo
conhecimento para que possamos exercer uma gestão eficiente e eficaz que atenda as
necessidades de saúde do Brasil.
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12
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resumo introdução - Disciplina de Economia e Gestão em Saúde