&21&/86®(6 Apresenta-se, a seguir, uma síntese dos principais resultados encontrados neste estudo. Primeiramente, a caracterização da região dos investimentos, com base na evolução recente de alguns indicadores econômicos, sociais e de infra-estrutura, aponta as conclusões apresentadas abaixo. Em termos econômicos: - a região segue a tendência estadual de maior concentração espacial do PIB municipal em relação à população; - o PIBSHUFDSLWD na região teve relativa melhora nos últimos anos, contudo mantém-se em um nível inferior ao estadual; - a base produtiva da região tem uma grande dependência da agropecuária, inclusive em um número minoritário de municípios com PIB SHUFDSLWD superior ao do Estado; - dentre as atividades agropecuárias da região, a silvicultura vem-se destacando em termos de tendência, com produção crescente até 2005, principalmente na classe de municípios com PIB SHU FDSLWD inferior ao estadual. Ela gera valores de produção analogamente crescentes de madeira em tora — produto a ser expandido na primeira fase dos investimentos, isto é, na fase de formação de florestas. Por conseqüência, a região detém o maior grau de especialização na produção de madeira em tora, comparativamente ao Rio Grande do Sul. A análise dos aspectos sociais, baseada no Idese, mostra que a região dos investimentos: - detém indicadores inferiores, tanto em relação à Metade Norte do Rio Grande do Sul quanto à totalidade do Estado, em Educação, Renda, Saneamento e Domicílios e Saúde, tendo diminuído a diferença, comparativamente, em relação ao nível educacional; - de acordo com o Idese de 2004, a região classificou-se como sendo de médio desenvolvimento, ficando distante -8,3% do indicador que a enquadraria na categoria de alto desenvolvimento. Em termos de infra-estrutura: - os dados dos setores de transportes e de energia elétrica também caracterizam a região dos investimentos como sendo relativamente menos desenvolvida. Na seqüência, foi feita uma caracterização da cadeia produtiva de base florestal no Rio Grande do Sul, fundamentada nos indicadores de Valor Adicionado, emprego, produtividade e suas interligações setoriais, assim como nos coeficientes de exportação e importação. Desse modo, observou-se que o setor com maior nível de desenvolvimento dessa cadeia, no Estado, é o 85 de madeira e mobiliário, que apresenta os menores coeficientes de importação e os maiores coeficientes de exportação, bem como as maiores participações no Valor Adicionado e no emprego. Convém salientar que, do ponto de vista do Valor Adicionado, o Rio Grande do Sul detém, nessa atividade, um maior nível de especialização do que o Brasil. A seguir, posiciona-se o setor de papel e gráfica, relativamente desenvolvido no Estado, mas que vem perdendo representatividade nacional e estadual, principalmente devido à expansão alcançada no Brasil, não acompanhada pelo Rio Grande do Sul. Por seu turno, o setor de exploração vegetal e silvicultura é o menos desenvolvido no Estado e, em conseqüência, é o que apresenta maior necessidade de importação para fazer face à demanda doméstica, tendo como agravante o fato de que a maior parte dos insumos utilizados nessa atividade são importados, indicando que, efetivamente, há deficiências significativas nessa cadeia produtiva da economia gaúcha. Para estimar os impactos dos investimentos para a expansão da produção de celulose sobre a economia do Rio Grande do Sul, buscou-se medir os valores de geração da produção, do Valor Adicionado, do emprego e do rendimento através da abordagem metodológica fundamentada na 0DWUL] ,QVXPR3URGXWR GR 5LR *UDQGH GR 6XO ² (Porsse, 2007). Dessa forma, foi possível mensurar a extensão dos efeitos dos investimentos sobre a economia estadual, considerando-se os encadeamentos setoriais das atividades ligadas aos gastos monetários informados pelas empresas. Uma observação derivada das relações intersetoriais obtidas da Matriz de Insumo-Produto indica que uma importante parcela dos impactos dos investimentos deverá permanecer justamente nos setores de papel e gráfica e de exploração vegetal e silvicultura, o que deverá alterar a configuração dessa cadeia no Estado. Efetivamente, com base nos multiplicadores setoriais derivados da Matriz de Insumo-Produto e na identificação dos setores ligados aos investimentos, procedeu-se às estimativas, que apontam os seguintes resultados: - em 2008, a atividade de exploração vegetal e silvicultura poderá apresentar um crescimento de 2,9 vezes o valor da produção atual da atividade no Estado, 2,6 vezes o Valor Adicionado, 1,4 vez o número de empregados e 2,5 vezes o rendimento; - em 2011, o valor da produção e o Valor Adicionado do setor de papel e gráfica deverão aumentar aproximadamente 86,8% em relação aos valores atuais, o rendimento poderá crescer 65,3%, e o emprego, em 83,3%. No que diz respeito à economia gaúcha, os impactos dos investimentos na média do período 2007-11, comparativamente aos valores atuais, poderão gerar um aumento de 1,41% na produção e de 1,43% no Valor Adicionado, expansão de 2,18% do emprego e elevação do 86 rendimento das famílias em 1,42%. Em resumo, considerando-se essas variáveis básicas de análise, os principais resultados estimados para o Estado, em média, no período, foram os seguintes: - cada R$ 1,00 gasto pelas empresas gera um impacto multiplicador de R$ 2,29 sobre a produção; - cada R$ 1,00 gasto pelas empresas gera um impacto multiplicador de R$ 1,00 sobre o Valor Adicionado; - cada R$ 1,00 gasto pelas empresas gera um impacto multiplicador de R$ 0,34 de rendimento para as famílias; - cada R$ 1,00 milhão gasto pelas empresas gera um impacto multiplicador sobre o emprego equivalente a 76 postos de trabalho. Uma vez que grande parte do parque industrial gaúcho se localiza na Metade Norte do Estado, supõe-se que para lá serão propagadas importantes parcelas dos efeitos estimados e que estes, portanto, não permanecerão integralmente na região dos investimentos. Com base nas informações de emprego da RAIS (2005), do Ministério do Trabalho e Emprego, pode-se estimar que uma parcela de 55,9% dos impactos poderão vir a permanecer na região em estudo. Impactos dessa ordem provavelmente provocarão uma tendência à melhora dos indicadores econômicos, sociais e de infra-estrutura da região. Ou seja, conseqüentemente, deverá elevar-se o PIB SHUFDSLWD, ocorrer um aumento do Idese no bloco Renda e, inclusive, melhorar a apropriação da renda. Quanto ao desempenho dos demais blocos do Idese, deve ser levado em conta que isso vai depender dos níveis de investimento em Educação, Saneamento e Domicílios e Saúde nos municípios da região em estudo. Finalmente, com respeito à infra-estrutura, supõe-se que os investimentos das empresas destinados à construção de estradas e à instalação da indústria de celulose poderão atenuar o quadro relativamente desfavorável observado até recentemente. Contudo a evolução da infra-estrutura fica dependente também de outros investimentos nessa área.