The Gingival Recession and Gingival Graft in Orthodontic Treatment Orlando Tanaka* Beatriz Young Lon** Ivan Pedro Taffarel*** Luis Filipe Siu Lon**** Saulo Regis de Oliveira-Junior***** TANAKA O, YOUNG LON B, TAFFAREL IP, SIU LON LF, OLIVEIRA-JUNIOR SR de. A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico. 2008; 1(1); 37-47. Dentre as possíveis etiologias para a recessão gengival estão a presença de defeitos anatômicos do osso alveolar, deiscências e fenestrações, e espessura gengival que criam condições favoráveis para o desenvolvimento das recessões gengivais em pacientes com indicações para o tratamento ortodôntico. As possíveis técnicas preconizadas de recobrimento radicular são os enxertos gengivais, regeneração tecidual guiada e métodos regenerativos. Os procedimentos pré-ortodônticos de recobrimento gengival podem ser indicados em áreas com pouca espessura gengival e em regiões com deiscências ou fenestrações ósseas previamente diagnosticadas. Porém, em alguns casos é prudente observar a evolução do tratamento para então indicar o recobrimento radicular, pois, os movimentos ortodônticos que recolocam o dente lingualmente e no interior do alvéolo podem até aumentar a quantidade de gengiva ou realizar o enxerto antes da movimentação ortodôntica, como no caso clínico apresentado. Concluiu-se que o movimento ortodôntico não causa recessão gengival, no entanto, a gengiva inserida deverá ser analisada antes de se iniciar o tratamento ortodôntico. PALAVRASCHAVE: Recessão gengival. Enxerto gengival. Ortodontia. Periodontia. * ** *** **** ***** Doutor em Odontologia - Ortodontia – FO-UFRJ; Professor Titular - Curso de Odontologia - CCBS – PUCPR; Graduação e Pós-Graduação em Odontologia - Ortodontia ; Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia Cirurgiã Dentista graduada pela PUCPR Cirurgião Dentista graduado pela PUCPR; Especialista em Ortodontia pela ABO-PR Cirurgião Dentista graduado pela PUCPR; Especialista em Ortodontia pela UMESP-SP; Mestrando do Programa de Pós-Graduação em OdontologiaOrtodontia da PUCPR Cirurgião Dentista graduado pela UFBA; Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET-MEC; Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Odontologia-Ortodontia da PUCPR Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 37-47 Rleato de caso A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico Introdução e Fundamentos teóricos maxila e de 3,3 a 3,9 mm na mandíbula) e menor nos segmentos posteriores, sendo que a menor largura está na área do primeiro pré-molar (1,9 mm na maxila e 1,8 mm na mandíbula) (6). A busca da estética tem sido a principal razão pela procura do tratamento ortodôntico em adultos para a correção dos desvios da oclusão e das bases ósseas. Porém, no adulto, tem-se a recessão gengival de modo mais expressivo ou já tenha sido acometido por alguma forma de doença periodontal (1). A recessão gengival verdadeira é a condição estática em que a gengiva marginal encontra-se apicalmente à sua posição normal na junção cemento-esmalte. A recessão gengival pode estar localizada em um único dente ou generalizada, envolvendo segmentos de dentes ou arcos dentários (7), e as etiologias multifatoriais podem ter causas associadas e induzidas por biofilme, causando inflamação gengival; trauma de escovação; defeitos anatômicos (deiscências e fenestrações); e inserções musculares (freios e bridas) (8). O envelhecimento traz na gengiva uma expressiva diminuição da queratinização, aumento da gengiva inserida, diminuição da celularidade do tecido conjuntivo, aumento na quantidade de substâncias inter-celulares e redução no consumo de oxigênio, uma referência da atividade metabólica. O conceito de que era necessário pelo menos 2,0 mm de gengiva, correspondendo a 1mm de gengiva inserida necessária para manter a saúde gengival (2), é controversa, pois faixas mínimas de gengiva podem manter a saúde periodontal desde que haja controle na progressão da recessão causados por traumas de escovação e da inflamação (3,4). O tratamento periodontal bem conduzido pode ser conciliado com o tratamento ortodôntico desde que as forças ortodônticas sejam calibradas, e que é possível realizar intrusão de dente com perda óssea, intrusão de dente com ganho de tecido conjuntivo e que o tratamento de raspagem deve ser realizado regularmente. Um bom prognóstico para saúde bucal depende da integridade na atenção odontológica, baseado em tratamento interdisciplinar entre a Ortodontia e a Periodontia (5). A gengiva é parte da mucosa bucal que recobre os processos alveolares e circunda a colo dos dentes (6). A gengiva marginal é a margem da gengiva que circunda os dentes em forma de colarinho, com largura em torno de 1mm, e forma a parede de tecido mole do sulco gengival, enquanto a gengiva inserida é continua com a gengiva marginal. É resiliente e está firmemente aderida ao periósteo subjacente do osso alveolar. A faixa da gengiva inserida é variável, diferindo nas várias áreas da boca. Geralmente, ela é maior na região dos incisivos (3,5 a 4,5 mm na 38 A maior prevalência de recessão gengival é observada nos incisivos centrais inferiores pelo fato do osso vestibular que recobre a raiz desse grupo dentário ser mais delgada (9), e também pela falha na remoção de biofilme e da manutenção da saúde periodontal durante o tratamento ortodôntico. Dependendo da espessura óssea, a projeção dos dentes pode induzir a aposição óssea na superfície vestibular do processo alveolar (10,11). No entanto, experimentos em macacos e cães demonstraram que ocorreram deiscências ósseas na área vestibular, após excessiva movimentação anterior, especialmente se combinada à expansão com extrusão dentária (12). Muitos são os fatores que podem contribuir ou predispor ao desenvolvimento de recessão gengival durante o tratamento ortodôntico. Para (13) a espessura do tecido mole é mais importante que a qualidade, pois a movimentação dentária dentro do envelope alveolar apresenta efeitos colaterais mínimos para a gengiva. Para (14) os efeitos sobre o periodonto durante o tratamento ortodôntico resultam em stress mínimo, porém, considerou que a recessão gengival é realmente uma complicação importante devido o comprometimento estético, sensibilidade radicular, perda do suporte periodontal, dificuldade na manutenção da higienização bucal e, conseqüentemente, dificuldade no reparo. Deiscência óssea é classicamente descrita como a ausência de tecido ósseo na porção coronária das raízes e é considerada um pré-requisito Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 2008; 1(1); 37-47 As modalidades para o recobrimento radicular podem ser: 1) enxertos do tecido gengival pediculados (retalho posicionado lateralmente, retalho de dupla papila, retalho posicionado obliquamente, retalho posicionado coronariamente, retalho semilunar posicionado coronariamente e procedimentos de regeneração tecidual guiada); 2) enxertos gengival livre (enxerto epitelial e enxerto de tecido conjuntivo subepitelial) e 3) Métodos regenerativos com uso de proteínas matriciais do esmalte. A indicação da técnica depende da área receptora e doadora, da quantidade de gengiva queratinizada, da profundidade e largura da recessão gengival (17). O enxerto gengival é a porção da mucosa mastigatória que é completamente destacada de sua região original e transferida para outra região (18). Objetivo O objetivo desta revisão de literatura foi avaliar a influência do movimento ortodôntico em relação às recessões gengivais e apresentar um caso clínico. Caso clínico A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico para o desenvolvimento da recessão gengival. (13) relatou que a posição na qual um dente irrompe através do processo alveolar, tem profunda influência na quantidade de gengiva que irá se estabelecer ao do dente, criando um ambiente com maior predisposição à recessão gengival. (15) demonstraram em experimentos em animais que quando um dente é deslocado integralmente em direção vestibular, através de uma tábua ou cortical do osso alveolar, nenhuma formação óssea é registrada à frente desse dente, depois do estreitamento inicial da tábua óssea, criandose uma deiscência óssea vestibular, favorecendo a recessão gengival. Os sítios mais comuns de ocorrência da deiscência óssea são: região anterior na mandíbula, devido à inclinação dos incisivos; na região posterior da maxila durante a inclinação vestibular dos dentes para o descruzamento de mordidas; superfície palatina na maxila associada à retração e torque de coroa paralingual dos incisivos superiores em pacientes com grandes trespasses horizontais; e quando ocorre pronunciada movimentação traumática dos dentes (16). Paciente do gênero feminino, 19,6 anos de idade, com maloclusão Classe I de Angle, presente todos os dentes permanentes, formato das arcadas dentárias parabólicas, apinhamento ântero-superior e ânteroinferior com discrepância de modelo de – 7,0mm, dente 41 em labioversão e recessão gengival significativa na face vestibular de 4,0 mm (Figuras 1B, 1E, 1H, 1K, 3A e 3K) e o dente 42 em linguo-giroversão (Figuras 1F, 1L e 3I). A cefalometria apresentou uma Classe II esquelética (ANB= 5º), os incisivos inferiores levemente protruídos (Figura 1-Tabela). O prognóstico favorável para o enxerto gengival antes de se iniciar o tratamento ortodôntico corretivo com aparelho fixo total foi programado e realizado utilizando-se enxerto de tecido conjuntivo subepitelial, sendo a área doadora o palato (Figuras 3G e 3H). Aguardou-se 60 dias para o inicio da instalação do aparelho e o início da movimentação ortodôntica. Para se eliminar o apinhamento ântero-superior e inferior, prover saúde gengival e periodontal, obter estética dentária, melhorar a função mastigatória e manter a harmonia facial, o tratamento ortodôntico foi realizado com exodontia dos primeiros pré-molares superiores (14 e 24) e inferiores (34 e 44), conforme ilustrado nas Figuras 2D, 2F, 2M, 2O. Utilizou-se brackets com prescrição de ROTH slot .022” na maxila e mandíbula (Figuras 3A a 3F). A ancoragem utilizada na arcada superior foi o aparelho extra-bucal com tração cervical de uso noturno. Na mandíbula, iniciou-se a retração dos caninos com mecânica segmentada e cadeia elastomérica. Após a completa retração dos caninos, a colagem de brackets foi realizada nos incisivos e iniciou-se o alinhamento e nivelamento dos segmentos anteriores e posteriores. A retração ântero-superior e ântero-inferior foi realizada com arcos .019” X .025” de aço inoxidável com alças verticais e duplo helicóide (Figura 3D) e finalização com arcos, rigorosamente, coordenados. A normalidade gengival no dente 41 (Figuras 2E, 2H, 2K, 2N, 3F), eliminação do apinhamento superior e inferior (Figuras 2D, 2F, 2M, 2O e 3I), overjet (Figuras 2A, 2C, 2J e 2L) e overbite (Figuras 2B, 2E, 2H) adequados foram alcançados, em associação com os objetivos estéticos (Figuras 2H e 2I), funcionais (Figura 2G) e com saúde gengival e periodontal (Figuras 2F, 2H, 3F e 3L). Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 37-47 39 A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico 1A 1D 1B 1E 1C 1F 1G 40 1H 1I Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 2008; 1(1); 37-47 1K A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico 1J 1L 1M 1N MM Nor Autor SNA SNB ANB Convex Eixo Y Facial SN-GoGn FMA IMPA 1_NA 1_NA 1¯NB 1¯NB 1-1 1¯A-Po LS - S LI - S ângulo Z 82 80 2 0 59,9 87,8 32 25 90 22 4 25 4 130 1 0 0 75 Steiner Steiner Steiner Downs Downs Downs Steiner Tweed Tweed Steiner Steiner Steiner Steiner Downs Ricketts Steiner Steiner Merrifield 19,6 1O 83 78 5 6 62 89 42 28 95 21 6 30 6 123 3 -1 -1 75 FIGURA 1: Intra-bucais, modelo e radiografias iniciais. Classe II esquelética e Classe I dentária, giroversão dos dentes 12 e 22, linguo-giroversão do 42. Recessão gengival significativa no incisivo central inferior direito (41). Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 37-47 41 A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico 1A 1F 1B 1G 1C 1H 1D 1I 1E 42 Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 2008; 1(1); 37-47 1K A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico 1J 1R 1M 1L 1N 1O 1P MM 1Q Nor SNA 82 SNB 80 ANB 2 Convex 0 Eixo Y 59,9 Facial 87,8 SN-GoGn 32 FMA 25 IMPA 90 1_NA 22 1_NA 4 1¯NB 25 1¯NB 4 1-1 130 1¯A-Po 1 LS - S 0 LI - S 0 ângulo Z 75 Autor Steiner Steiner Steiner Downs Downs Downs Steiner Tweed Tweed Steiner Steiner Steiner Steiner Downs Ricketts Steiner Steiner Merrifield 19,6 83 78 5 6 62 89 42 28 95 21 6 30 6 123 3 -1 -1 75 23,5 81 76 5 6 62 90 42 29 94 12 3 28 5 134 -1 -3 -4 77 FIGURA 2: Intra-bucais, modelo e radiografias finais. Exodontias dos 1os pré-molares (14,24,34,44). Objetivos estéticos e funcionais atingidos. Normalidade gengival do dente 41 restabelecida. Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 37-47 43 A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico 1A 1C 1D 1B 44 Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 2008; 1(1); 37-47 A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico 1G 1H 1K 1I 1L 1J FIGURA 3: Evolução do tratamento ortodôntico e resultado final com leve expansão da distância inter-caninos inferiores. O enxerto de tecido conjuntivo subepitelial (palato) realizado prévio à montagem do aparelho fixo inferior restabelecendo a coroa clínica (de 9,0mm para 5,0mm). Aguardou-se 60 dias para o início da montagem do aparelho fixo inferior, e exodontias dos primeiros pré-molares realizadas logo após a montagem do aparelho fixo (exceto nos incisivos). O aparelho fixo instalado foi prescrição de Roth, slot 0.22. A ancoragem póstero-superior foi com o AEB tração cervical para uso noturno apenas. A montagem do aparelho nos incisivos inferiores foi realizada após a retração dos caninos com arcos segmentados “019x025” e cadeias elásticas Retração ântero-superior e ântero-inferior realizada com alças verticais com duplo helicóide. In-set acentuado nos ILS, off-set nos CS e CI, primeiros molares superiores e inferiores, toe-in nos 4 segundos molares. Torques individualizados foram inseridos nos incisivos superiores e no dente 42 foram inseridos. Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 37-47 45 A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico Discussão A exposição radicular resultante da recessão gengival além do comprometimento estético traz múltiplos problemas para o indivíduo, como a ocorrência de hipersensibilidade radicular, dificuldade de escovação na região afetada com a facilidade de retenção de biofilme e maior suscetibilidade de desenvolver cárie radicular. A existência de deiscência óssea alveolar predispõe a um ambiente favorável para a perda do tecido gengival, e que se os dentes são projetados em direção vestibular através da lâmina cortical, favorecerá o desenvolvimento da recessão gengival (19). Porém, para (20), a projeção dos incisivos durante tratamento ortodôntico resulta em osso alveolar mais delgado, mas sem o desenvolvimento de recessão gengival. Há controvérsia quanto à necessidade de se realizar o enxerto gengival como prevenção em pacientes com risco de desenvolvimento da recessão gengival que realizarão tratamento ortodôntico (21). Existe uma corrente filosófica baseada na idéia do “espere e observe”, no conceito de que é prudente esperar para então indicar o recobrimento radicular mais adequado para o reparo da recessão, pois em alguns casos os movimentos ortodônticos que recolocam o dente lingualmente e no interior do alvéolo, não alteram e, alguns casos, podem até aumentar a quantidade de gengiva (7,22,23). No entanto, para Boyd (24) há situações em que é necessário realizar o tratamento ortodôntico prévio ao tratamento muco-gengival: quando a região que apresenta a recessão gengival está envolvida nos efeitos de cisalhamento quando a ponta incisal do dente superior traumatiza a gengiva vestibular do seu antagonista no momento da oclusão; quando a recessão gengival localizar-se em um dos incisivos inferiores e o plano de tratamento ortodôntico envolver a extração de um incisivo inferior devido à discrepância de Bolton, opta-se pela extração do incisivo envolvido e. casos de dente em labioversão com recessão gengival, deve-se primeiro movimentá-lo para lingual e posterior avaliação da necessidade de correção muco-gengival. Os procedimentos pré-ortodônticos para o aumento da espessura da gengiva marginal são in- 46 dicados, principalmente, em pacientes que apresentam deiscências ou fenestrações ósseas previamente diagnosticadas e que se realizadas movimentações ortodônticas, provavelmente resultaria no agravamento da deiscência óssea e assim favorecendo o desenvolvimento da recessão gengival (25). Wennström (19) relatou que os benefícios do enxerto gengival prévio ao tratamento ortodôntico sería para a criação de uma gengiva marginal mais espessa, que a torna menos suscetível ao traumatismo de escovação e, subseqüentemente, ao desenvolvimento de biofilme indutor da inflamação gengival e recessão gengival, como no caso clínico apresentado. O enxerto gengival livre é o método de eleição para o recobrimento radicular quando não há tecido doador suficiente na área adjacente à recessão ou quando existe a necessidade de espessura gengival. O enxerto pode ser realizado em um único dente ou para um grupo de dentes, utilizando-se tecido epitelizado ou tecido conjuntivo subepitelial da mucosa mastigatória palatina. Os procedimentos de recobrimento radicular são muito variáveis e qualquer que seja o método a se realizar, são sensíveis quanto ao operador e outros aspectos, como: o fator biológico, dimensões das recessões, falta de controle do biofilme pela higienização oral deficiente deve ser considerada. A projeção de incisivos inferiores não resulta em recessão gengival, utilizando aparelho de (9) e, em concordância com (26), que mesmo a projeção exagerada dos incisivos inferiores podem ser realizadas em pacientes com retrusão dento-alveolar sem aumentar o risco de desenvolver a recessão gengival, e a correlação entre projeção ortodôntica em incisivos inferiores e a recessão gengival é estatisticamente não significante (27). Conclusão A movimentação ortodôntica não é fator determinante ou primário para resultar em recessão gengival, porém, quando associada a uma gengiva delgada, tábua óssea fina, deiscência, fenestração óssea, direção da movimentação ortodôntica, presença de inflamação ou trauma de escovação, cria-se um ambiente favorável para o desenvolvimento da recessão gengival, havendo se a necessidade de uma Orthodontic Science and Practice. 2008; 1(1); 2008; 1(1); 37-47 A associação interdisciplinar Ortodontia-Perio- dontia contribui para o bom prognóstico e obtenção dos objetivos terapêuticos, mantendo a saúde dos tecidos periodontais, função mastigatória, estética e satisfação do paciente, como no caso clinico apresentado. A recessão e o Enxerto Gengival no Tratamento Ortodôntico avaliação com o periodontista, prévio ao tratamento ortodôntico, para então, decidir quando realizar o aumento gengival. TANAKA O, YOUNG LON B, TAFFAREL IP, SIU LON LF, OLIVEIRA-JUNIOR SR de. The Gingival Recession and Gingival Graft in Orthodontic Treatment. 2008; 1(1); 37-47. The possible causes of gingival recession include alveolar bone defects, dehiscences and fenestration, and gingival thickness might create an environment to develop gingival recession in patients with orthodontic care. Indications of root coverage techniques as well as gingival grafts, guided tissue regeneration and regenerative methods were also evaluated. The preorthodontic gingival grafts procedures might be indicated in areas with thin gingival thickness, alveolar bone dehiscences and fenestration previously diagnosed. In some cases, it is wiser to “wait and observe” and then suggest the best root coverage technique, because some orthodontic movement can move the teeth into alveolar bone and will probably produce a gingival graft as in clinical case presented. It can be concluded the orthodontic tooth movement does not cause gingival recession; however, gingival soft tissue conditions should be evaluated before orthodontic treatment. KEYWORDS: Gingival recession. Gingival graft. Orthodontics. Periodontics. Agradecimento À Dra Marli Cé, especialista em Periodontia pela ABO-PG, pela realização do enxerto gengival. Referências Ong MA, Wang HL. Periodontic and orthodontic treatment in adults. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2002; 122:420-428. Lang NP, Loe H. The relationship between the width of keratinized gingival and gingival health. J Periodontol 1972; 43:623-627. Miyasato M, Crieger M, Egelbert J. Gingival conditions in áreas of minimal and appreciable width of keratinized gingival. J Clin Periodontol 1977; 4:200-209. Dorfman HS, Kennedy JE, Bird WC. Longitudinal evaluation of free gingival grafts: a four-year report. J Periodontol 1982; 53:349-352. Melsen B, Agerbaek N, Eriksen J, Terp S. 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