DESENVOLVIMENTO RURAL factor limitativo da economia. Com a Revolução Industrial, passou a considerar-se o capital e a sua acumulação como o principal motor das economias e, actualmente, este tem vindo a ser substituído pela informação, educação e inovação. O aparecimento das novas tecnologias permitiu um crescimento económico sem precedentes. Das alterações verificadas, realçamos o aumento das diferenças entre o mundo rural e o urbano, bem como a existência do aumento relevante de emigração rural ocorrida, por um lado, devido à falta de emprego (provocado pela mecanização do trabalho agrícola) e, por outro, pela tentativa de as populações encontrarem, noutros locais, melhores condições de vida, fazendo com que, para o sector agrário, não restasse mais do que um papel secundário na economia europeia. Relativamente a Portugal, para além de todos estes condicionalismos, o país enfrentou, no século XX, grandes transformações socioeconómicas, sendo de sublinhar as grandes emigrações e a adesão à CEE (Comunidade Económica Europeia), em 1986. Com esta adesão, Portugal ficou com a sua economia mais aberta ao exterior, beneficiando das vantagens do comércio internacional, bem como dos fundos estruturais e do fomento da coesão económica e social. No entanto, estes processos ocorreram numa altura em que o país enfrentava grandes atrasos sociais, institucionais e estruturais e graves problemas económicos, quando comparado com os seus parceiros europeus, caracterizando a sua entrada na CEE como uma entrada tímida, sem afirmação e sem preparação para dar resposta à nova realidade com que nos deparamos. Para agravar este panorama, “Portugal tem visto o percurso das suas estratégias nacionais ser moldado pela evolução do bloco económico em que está inserido, como a reforma da PAC, os acordos do GATT (General Agreement and Tarif), a integração na moeda única e a Agenda 2000. Esta última, com todas as questões a que procura responder, como sejam o alargamento da UE aos PECO (Países de Europa Central e Oriental), a consolidação da moeda única, a preparação da UE para as novas negociações do GATT (Actualmente designado OMC – Organização Mundial do Comércio) e a nova reforma dos fundos estruturais e da PAC. Todo este processo acaba por trazer desvantagens para o mundo rural português, já que este possui alguns traços diferenciadores em termos da União Europeia. De realçar que Portugal é um dos países mais rurais, sendo rural 85% da sua superfície; 35% da população é rural e tem uma elevada população activa agrícola (cerca de 10%) (INE, 2006). Além disso, demonstra deficientes condições estruturais, quer em termos fundiários quer naturais, em resultado da política seguida. Portugal apresenta forte dependência alimentar, não conseguindo inserir-se nos grandes fluxos internacionais de exportação de produtos agrícolas. Para além destas situações, o país não possui matérias-primas industriais e recursos naturais 94