POLARIZAÇÃO ECONÔMICA: UM ENFOQUE NOS APL´S E OS FATORES
DETERMINANTES PARA A EXISTENCIA DE CONCENTRAÇÃO GEOGRÁFICA DE
EMPRESAS EM UMA REGIÃO
Erica Ribeiro de Sousa Simonetti
[email protected]
Programa de Pós-graduação em Administração, Universidade de Taubaté (UNITAU)
Rua Expedicionário Ernesto Pereira – 12.060-440-Taubaté-SP-Brazil
Edson Aparecida de Araujo Querido Oliveira
[email protected]
Programa de Pós-graduação em Administração, Universidade de Taubaté (UNITAU)
Rua Expedicionário Ernesto Pereira – 12.060-440-Taubaté-SP-Brazil
Marilsa de Sá Rodrigues Tadeucci
[email protected]
Programa de Pós-graduação em Administração, Universidade de Taubaté (UNITAU)
Rua Expedicionário Ernesto Pereira – 12.060-440-Taubaté-SP-Brazil
RESUMO - Este trabalho tem como objeto geral versar sobre a polarização econômica das
regiões com o enfoque nos arranjos produtivos locais, como objetivos específicos, explicitar
conceitos de arranjos produtivos locais, características, os determinantes para uma concentração
geográfica de empresas, e dissertar sobre as vantagens destes aglomerado Uma das questões
fundamentais do desenvolvimento regional é saber por que as empresas se localizam em
determinadas regiões .A metodologia empregada é estritamente bibliográfica, a pesquisa é do tipo
descritivo exploratório do tipo qualitativo. Conclui-se afirmando que concentração das indústrias
provoca um atrativo maior de mão de obra, estas que encontram maior flexibilidade de emprego
em áreas densamente industriais, com maior oferta de trabalhadores reduz os salários médios. A
proximidade física das empresas propicia o aparecimento de externalidades pecuniárias e
tecnológica, dentre os quais se enfatizam mercados de trabalhos especializados, a ligação entre
os produtores, fornecedores e usuários.
Palavras chave: Gestão. Desenvolvimento Regional. Polarização. Arranjos Produtivos Locais.
Crescimento
1. INTRODUÇÃO
Segundo a teoria da polarização de Perrox (1977) o crescimento econômico não surge
simultaneamente em toda parte, e sim, manifesta-se por meio de pontos, ou pólo de crescimento,
de intensidades variáveis sobre toda economia. É notória a influência positiva dessa polarização
denominada por Hirschman de efeitos tenazes, ou seja, a instalação de uma indústria em uma
região atrai outra indústria para a mesma região.
Alfred Marshall (1982) destaca a diferença entre economias externas e economias
internas, sendo que a primeira depende do desenvolvimento geral das indústrias, da concentração
de empresas correlatas em uma dada localização.
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O surgimento acontece de forma incidental e independem das ações das empresas,
constituem vantagens gratuitas, que atraem outras empresas a se instalarem na região, gerando
assim um diferencial em relação outras localidades. Já as economias de escalas, transcorrem do
aumento das quantidades produzidas e da melhoria da eficiência produtiva, da melhor
organização da produção.
São vários os tipos de polarização; técnica, polarização pelas rendas, geográfica e a
polarização humana. Diante do exposto surge o questionamento: Qual a importância da
polarização na fomentação econômica das regiões?
O objetivo do artigo é versar sobre a polarização econômica das regiões com o enfoque
nos arranjos produtivos locais.Quanto ao método, à pesquisa com relação à abordagem é do tipo
qualitativo, com relação ao nível é descritiva exploratória, com delineamento bibliográfico, os
instrumentos utilizados foram coleta de dados em fontes secundárias.
A pesquisa se restringe em dissertar sobre apl´s sua caracterização e as vantagens de
uma aglomeração. O artigo está divididos nos seguintes tópicos : polarização econômica das
regiões, características dos arranjos produtivos locais e finalizando com as vantagens e fatores
que são determinantes para uma aglomeração de empresas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A teoria da polarização elaborada por François Perroux deriva da observação de que o
crescimento de acordo com Perroux (1977), não surge simultaneamente em toda parte, e sim,
manifesta-se por meio de pontos, ou pólo de crescimento, de intensidades variáveis sobre toda
economia.
Surge devido o aparecimento de uma indústria motriz, que realiza a separação dos fatores
de produção, provoca a concentração de capitais sob o mesmo poder e decompõe tecnicamente
as tarefas e a mecanização:
O crescimento não aparece simultaneamente em toda parte.Ao contrário
manifesta-se em pontos ou pólos de crescimento, com intensidades
variáveis,expande-se por diversos canais e com efeitos finais variáveis
sobre toda a economia. (PERROUX,1977,p.146 ).
Para Perroux, o pólo é o centro econômico dinâmico de uma região, de um país ou de um
continente, em que seu crescimento se faz sentir sobre a região que o cerca, de vez que ele cria
fluxo da região para o centro e refluxos do centro para região. O desenvolvimento regional sempre
estará ligado ao seu pólo (ANDRADE, 1987, p. 59).
Hirschman abordou o conceito de efeitos tenazes, assim a demanda e a oferta da indústria
motriz influencia na região. “A existência da indústria a contribui para encorajar a instalação da
indústria B; esta, por seu turno, incita o aumento da capacidade de produção A”
(HIRSCHMAN,1974,p.138).
Há a polarização técnica onde a matriz de insumo produto é um instrumento indispensável
para a análise da polarização técnica, isto é, para a constatação de pólos de indústrias dentro de
subconjuntos da matriz (complexos industriais fortemente conectados) (ANDRADE, 1987):
A polarização técnica ocorre pela difusão intersetorial dos efeitos de
encadeamento vertical e horizontal.Ela se verifica quando as empresas
expandem sua produção e realizam investimentos.A importância desses
efeitos dependerá da magnitude dos índices de encadeamento e do
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tamanho das empresas e do próprio pólo.A retenção de tais efeitos na
região dependerá da existência de atividade polarizadas,caso contrário
eles vazarão para outras áreas,mediante das importações..
(SOUZA,2009,p.63 ).
Souza(2009) disserta sobre a polarização pelas rendas, incide na geração de emprego e
renda na economia local, a partir do funcionamento do pólo e das atividades polarizadas, a
diversificação industrial gera efeitos encadeamento da produção, que propicia o desenvolvimento
de indústria produtoras de bens de consumo final e serviços.
A polarização geográfica, podendo ser analisada em termos de uma matriz de relações
inter-regionais; E a polarização humana pode ser detectada com uma matriz dos movimentos
alternantes domicílio-trabalho (migrações diárias urbanas ou interurbanas). (ANDRADE, 1987).
Os diversos métodos de análise da polarização têm como objetivo determinar os pontos
fortes de relações (pólos) e os pontos de estrangulamento que dificultam os contatos entre os
pontos (ausência de certas atividades falta de algumas estradas, ou transportes coletivos).
Perroux (1964) distingue o significado dos termos crescimento e desenvolvimento,
segundo ele pólo de crescimento não se identifica com o desenvolvimento.
Para existir desenvolvimento tem que ter uma combinação de mudanças sociais e mentais
de uma sociedade que a tornam apta a fazer crescer, cumulativamente e de forma durável seu
produto real e global (ANDRADE, 1987).
Se para Perroux (1964), o pólo é o centro dinâmico de uma região ou de um país e que
seu crescimento se expande para a região de seu entorno, em que pese, o desenvolvimento
regional estará sempre ligado ao do seu pólo.
Richardson (1981) define pólo de crescimento regional como “um conjunto de indústrias
em expansão localizado em uma área urbana e induzindo um desenvolvimento interior da
atividade econômica através de sua zona de influência.”
Perroux aborda sobre a relevância das instituições, tanto públicas quanto privadas na
condução do pólo, pois o mercado é imperfeito, sendo necessário que ocorra atuação nele para
ajustar suas imperfeições, no qual denominou de arbitragem, que é um poder que se articula em
nome do interesse geral, do proveito coletivo, do bem comum.
As instituições pouco a pouco modificam conflitos em diálogo social, transformando o
pensamento das pessoas, para no mínimo em uma aceitação e no máximo em uma adesão
participativa, possibilitando crescimentos cumulativos e duradouros (Perroux, 1977).
2.1 Arranjos Produtivos Locais
Depois da Segunda Guerra Mundial, ocorreu a redescoberta das pequenas e média
empresa, organizando o ambiente para que brotassem os arranjos produtivos italianos, vistos
como uma alternativa à grande depressão que abrangia os países industrializados (PIKE;
SENGENBERGER, 1990).
O modelo de desenvolvimento preconizado na época baseava-se em uma hegemonia
exercida por setores de ponta do capitalismo italiano, o que ocasionava os desequilíbrios
econômicos e sociais entre as regiões. A partir da crise deste modelo de produção denominado
fordista, surge a possibilidade de um modelo alternativo de desenvolvimento econômico que
visava a flexibilidade econômica e social.
Até ao final da década de 70, a análise econômica de Itália estava baseada na dicotomia
Norte e Sul: no primeiro estavam localizadas as grandes empresas e se assistia a um
desenvolvimento econômico e a um nível de riqueza “saudáveis”, enquanto no sul era o oposto.
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No sul predominava a agricultura latifundiária e a estagnação econômica. É a partir do
final da década de 70 que alguns economistas vão falar numa terceira Itália, onde “uma densa e
flexível rede de pequenas e médias empresas, fortemente interligadas” permitiram um
crescimento econômico forte após 1950 (BOSCHMA, 1998, p.7).
E esta divisão de regiões pelos seus respectivos desempenhos econômicos, onde o
noroeste tradicionalmente rico era denominado de primeira Itália, mas passava por uma crise
profunda. O Sul de pouco progresso era denominado de segunda Itália. E a região do centro
e do nordeste, mostrava-se em crescimento, através de aglomeração de pequenas firmas, sendo
denominada então de terceira Itália. (Schimtz 1997).
Garofoli (1993, p. 51) assevera que a região da terceira Itália passou-se de um modelo de
desenvolvimento que utilizava a concentração produtiva a nível territorial para um processo de
relativa difusão do desenvolvimento . A consolidação deste modelo está fortemente associado a
identidades regionais /locais e passou a valorizar as vocações disponíveis na região, a sua
cultura, a sua formação profissional .
Já para (Botelho, 1998) o fator determinante para o desenvolvimento da região e o novo
modelo de produção foram às relações sociais, tanto entre as firmas, como entre os governos, ou
seja, entre a sociedade em geral. Assim o desenvolvimento regional da Terceira Itália, propiciou
um salto em direção á produção de bens de maior valor agregado.
De acordo com Garofoli (1993, p. 61) Essa mudança ocorrida na economia da Itália foi
consequência da crescente divisão produtiva e de uma ampla e eficaz estrutura de
interdependência entre as empresas do sistema, seja a nível local, seja a nível nacional . Essa
modalidade de produção baseada nos distritos industriais tornou-se predominante por causa dos
seguintes fatores:
a adequação a mundialização, pois neste contexto o mercado fica mais aberto e
imprevisível não sendo totalmente controlado;
a cooperação intensa e a troca de informações asseguram a introdução rápida de
inovações tecnológicas no processo produtivo; e
não necessidade de grande capital para participar do processo produtivo.
Esse crescimento econômico da terceira Itália serviu de modelo para outros países, onde
se constatou que é possível um crescimento econômico através das micro empresas. No Brasil
essa alternativa foi identificada da década de 1990, onde três fatores conjugados favoreceram o
aparecimento dos arranjos produtivos locais
A crise do Estado, onde contratava nem remunerada a expectativa da população, crise
cambial e crise da grande empresa fordista, esses fatores foram fundamentais para que as
atenções se voltassem para os arranjos produtivos locais.
Os Arranjos Produtivos Locais (APL´S) são definidos como aglomerações de empresas
que atuam em torno de uma atividade produtiva, essas empresas podem ser complementares, ou
seja, fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços,
comercializadoras, entre outros, todas reunidas em um mesmo espaço geográfico (um município,
conjunto de municípios ou região).
Essas empresas possuem uma identidade cultural e vínculo, mesmo que este seja
considerado fraco, de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros
atores locais e instituições públicas ou privadas de treinamento, promoção e consultoria, escolas
técnicas e universidades, instituições de pesquisa, desenvolvimento e engenharia, entidades de
classe e instituições de apoio empresarial e de financiamento (ALBAGLI; BRITO 2002):
As aglomerações produtivas passam a ser entendidas como organizações
heterogêneas que aprendem, inovam e evoluem, e nas quais os
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conhecimentos externos e os fluxos de informações assumem importância
fundamental na “fertilização cruzada” dos agentes; nos spillovers de
conhecimento, que potencializam a localidade um efeito sinérgico positivo;
e no bojo do relacionamento e da interdependência entre empresas e
destas com outras instituições locais responsáveis pela pesquisa,
desenvolvimento e difusão de conhecimento tecnológico. (COSTA, 2010,
p.128).
De acordo com o conceito de arranjos produtivos, a premissa básica para se configurar um
arranjo produtivo é a aglomeração, ou seja, quando há um número significativo de empresas em
torno da mesma atividade produtiva.
Os arranjos produtivos locais, por seu dinamismo, são considerados pólo de crescimento,
quando realmente há uma interação entre os atores econômicos do processo, os APL’s são
capazes por conseqüência de influenciar uma região, pois as empresas participantes desses
arranjos tornam-se competitivas, aumentando sua produção, gerando emprego e renda. Logo
outros setores serão beneficiados com estes arranjos (ANDRADE, 1987).
Os Arranjos produtivos locais podem acontecer nas seguintes formas empíricas:
Aglomerado setorial de tamanho relativamente grande com importante presença de
médias ou pequenas empresas;
Aglomerado de empresas ou subunidades com enfoque criativo de forma geral ou
que exercem atividades de pesquisa e desenvolvimento;
Aglomerado de empresas ou subunidades que necessitam de proximidade entre
cliente-fornecedor para facilitar desenvolvimento conjunto, troca de conhecimentos ou
readequação de condições de fornecimento;
Aglomerado de empresas que se beneficiam da imagem mercadológica regional; e
Aglomeração que se beneficie de cooperação institucionalizada com forte apoio
de entidades governamentais, que oferecer serviços complementares importantes ou
capazes de induzir a reação do APL a ameaças ou oportunidades (SANTOS; DINIZ;
BARBOSA, 2004, p.37).
Os condicionantes básicos para o surgimento dos arranjos produtivos são discutidos por
Becanttini (2002,apud CROCO;DINIZ 2006,p112),afirmam que pode dividir tais condicionantes em
dois grupos, pelo lado da oferta teria três condições:
existência de um complexo de valores,conhecimentos instituições e comportamento
contrários ao do processo da grande empresa fordista, genericamente industrial e
massificadora;
uma estrutura produtiva diversificada, formada ao mesmo tempo,por fábricas,pequenas
empresas,artesanato,trabalho domiciliar e autoprodução familiar; e
uma estrutura creditícia disposta a financiar iniciativas menores e promissoras,não
obstante, pelo lado da demanda há uma condição geral, que é uma população que
possuem necessidades
por produtos diferenciados, que teriam dificuldade de
satisfazerem a essas necessidades pelas grandes fábricas,esses dois fatores
conjugados facilitam aglomeração de firmas menores.
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2.2 Características dos Arranjos Produtivos Locais
As empresas aglomeradas podem ser de aspecto vertical, ou horizontal. “os APL’s de
conformação vertical apresentam uma estrutura mais complexa formada pela interação e
cooperação de agentes em diferentes elos da cadeia produtiva local.
Já os de aspecto horizontal: “[...] ocorrem com empresas localizadas no mesmo elo da
cadeia produtiva e podem ser ligações diretas ou mediadas por associações empresariais”.
(COSTA, 2010, p.206).
Os arranjos produtivos podem ser classificadas de acordo com fatores pontuais tais como:
Agrupamento de Sobrevivência Informal: a atividade econômica é
predominantemente informal, representada por grupos de pequenos produtores
autônomos ou por grupos familiares;
Agrupamento de Vantagem Comparativa: agrupamento de micro, pequenas e
médias empresas, muitas delas informais, que agregam reduzido valor aos fatores
básicos da região;
Agrupamento de Modelo Tradicional de Crescimento: formado por pequenas e
médias empresas que normalmente convivem com algumas grandes empresas,
mas com pouco relacionamento entre elas. Apesar de agregar algum valor aos
produtos e ocuparem posições importantes no mercado, as mesmas são
desprovidas de estratégias sustentáveis de crescimento;
Agrupamento de Alavancagem Competitiva: micro e pequenas empresas
convivem com empresas de grande porte, atuando em diversas etapas da cadeia
produtiva. Algumas se destacam no mercado interno, mas têm dificuldade para
inserir-se no mercado externo.
Agrupamento Baseado em Empresa-Âncora: trata-se de um conjunto de
pequenas e médias empresas que fornecem produtos / serviços para uma, ou mais,
grandes empresas (âncora), geralmente nacionais. Há uma forte cooperação
vertical entre os fornecedores e a empresa-âncora;
Agrupamento Dependente de Logística Exportadora: formado por empresas de
grande e médio porte, possuindo competitividade produtiva de nível mundial,
resultado de condições naturais propícias e de desenvolvimento tecnológico, mas
com presença no mercado externo aquém do seu potencial;
Agrupamento de Base Tecnológica: formado normalmente por empresas de
micro,pequeno e médio porte, provenientes de incubadoras estabelecidas em
universidades, que convivem com unidades maiores e atuam em setores intensivos
em tecnologia. Carecem de consolidação nos mercados interno e externo; e
Agrupamento de Alta Tecnologia: normalmente com a presença de uma
empresa-âncora que estrutura uma cadeia produtiva global, apoiada por micro,
pequenas e médias empresas, para elaborar produtos de alta complexidade,
atendendo os mercados interno e externo. (GEPLAN, 2003b; p.11)
Segundo Lastres e Cassiolato, (2003) a formação de arranjos e sistemas produtivos locais
encontra-se geralmente associada à trajetória histórica de construção de identidades e de
formação de vínculos territoriais (regionais e locais), a partir de uma base social, cultural, política e
econômica comum. São mais propícios a desenvolverem-se em ambientes favoráveis à interação,
à cooperação e à confiança entre os atores. A ação de políticas tanto públicas como privadas
pode contribuir para fomentar e estimular tais processos históricos de longo prazo.
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Castro (2009) disserta sobre algumas características que são consideradas quando se fala
em arranjos produtivos locais, tais como: território, especialização produtiva, aprendizagem e
inovação, cooperação e atores locais:
Território: o APL compreende um recorte do espaço geográfico (parte de um
município, conjunto de municípios, bacias hidrográficas, vales, serras entre outros.)
e que seja passível a uma integração econômica e social no âmbito local;
Especialização Produtiva: além na produção, leva em consideração, o
conhecimento que pessoas e empresas têm sobre a atividade econômica principal;
Aprendizagem e Inovação: é quando há um intercambio sistemático de
informações, produtivas, tecnológicas e mercadológicas, interação com outras
empresas, através de cursos, feiras;
Cooperação: há cooperação produtiva; visando economia de escala, e cooperação
inovativo esta que diminui riscos, custo e tempo, dinamizando o potencial inovativo
dos arranjos produtivos locais; e
Atores Locais: são instituições de promoção financiamento e crédito, ensino e
pesquisa, os centros tecnológicos, as associações empresariais, os prestadores de
serviços, as organizações de terceiro setor, e os governos em todos os âmbitos.,
ainda com relação aos itens que caracterizam os arranjos produtivos locais.
Lastres e Cassiolato (2003) classificam do seguinte modo que serão apresentadas no
Quadro 1.
Dimensão Territorial
Diversidade de Atividades e Atores
Econômicos, Políticos e Sociais
Constituem recorte específico de análise e
de ação política, definindo o espaço onde
processos produtivos, inovativos e
cooperativos têm lugar, tais como:
município ou áreas de um município;
conjunto de municípios; micro-região;
conjunto de micro-regiões, entre outros. A
proximidade ou concentração geográfica,
levando ao compartilhamento de visões e
valores econômicos, sociais e culturais,
constitui fonte de dinamismo local, bem
como de diversidade e de vantagens
competitivas em relação a outras regiões.
.
Envolvem a participação e a interação não
apenas de empresas – que podem ser
desde produtoras de bens e serviços finais
até
fornecedoras
de
insumos
e
equipamentos, prestadoras de serviços,
comercializadoras, clientes, entre outros e suas variadas formas de representação
e associação, como também de diversas
outras organizações públicas e privadas
voltadas para: formação e capacitação de
recursos
humanos;
pesquisa,
desenvolvimento e engenharia; política,
promoção e financiamento. Incluem-se,
portanto universidades, organizações de
pesquisa, empresas de consultoria e de
assistência técnica, órgãos públicos,
organizações privadas.
Conhecimento Tácito
Inovação e Aprendizado Interativos
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Verificam-se processos de geração,
compartilhamento e socialização de
conhecimentos, por parte de empresas,
organizações
e
indivíduos.
Particularmente de conhecimentos tácitos,
ou seja, aqueles que não estão
codificados, mas que estão implícitos e
incorporados em indivíduos, organizações
e até regiões.
O aprendizado interativo constitui fonte
fundamental para a transmissão de
conhecimentos e a ampliação da
capacitação produtiva e inovativa das
empresas e outras organizações. A
capacitação
inovativa
possibilita
a
introdução de novos produtos, processos,
métodos e formatos organizacionais,
sendo
essencial
para
garantir
a
competitividade sustentada dos diferentes
atores locais, tanto individuais como
coletivamente.
Continua
Governança
Grau de enraizamento
Governança refere-se aos diferentes
modos de coordenação entre os agentes
e atividades, que envolvem da produção à
distribuição de bens e serviços, assim
como
o
processo
de
geração,
disseminação e uso de conhecimentos e
de inovações. Existem diferentes formas
de governança e hierarquias nos sistemas
e arranjos produtivos, representando
formas diferenciadas de poder na tomada
de
decisão
(centralizada
e
descentralizada;
mais
ou
menos
formalizada).
Envolvem geralmente as articulações e
envolvimento dos diferentes agentes dos
APL’s com as capacitações e os recursos
humanos, naturais, técnico-científicos,
financeiros, assim como com outras
organizações
e
com
o
mercado
consumidor
locais.
Elementos
determinantes do grau de enraizamento
geralmente incluem: o nível de agregação
de valor, a origem e o controle das
organizações e o destino da produção
(local nacional e estrangeiro).
Quadro 1 – Classificação dos APL´S
Fonte: Adaptado de Lastres e Cassiolato (2003)
As aglomerações ocorrem de acordo com três modalidades:
Arranjo geográfico (casual) de empresas, com ocasionais elos inter firmas,
nenhuma ou escassa experiência de cooperação e instituições locais inexistentes
ou fracamente desenvolvidas;
Distritos Industriais Marshallianos (italianos), com transações inter firmas mais
fluídas, práticas de cooperação muito mais robustas, instituições locais mais
desenvolvidas e efetivas, economias de escala em âmbito do distrito, possibilitadas
pela substancial especialização dos empreendimentos, pela profunda integração
entre atividades econômicas e pelo tecido sócio-cultural local; e
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Redes de Empreendimentos com alguma forma de liderança predominante,
podem se configurar como centro-radial líderes-seguidores ou plataforma-satélite,
com o líder fornecendo os serviços estratégicos (PIETROBELLI, 2003).
A partir desta classificação é possível identificar os arranjos produtivos e entender suas
relações Aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais – com foco em um
conjunto específico de atividades econômicas – que apresentam vínculos mesmo que incipientes.
Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas – que podem ser desde
produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de
consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros – e suas variadas formas de
representação e associação.
Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação
e capacitação de recursos humanos (como escolas técnicas e universidades); pesquisa,
desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento” (CASSIOLATO;LASTRES,
2003, p. 27).
Há na literatura diversos tipos de Arranjos Produtivos Locais, Enright (1996), citado por
Cunha (2002, p. 14), faz a distinção de acordo com a formação geográfica e o grau de
envolvimento:
Clusters ou aglomerados industriais, formados pelo conjunto de indústrias
interligadas através de relações “comprador e fornecedor”;
Clusters ou aglomerados regionais, formados pela aglomeração geográfica de
firmas que se situam próximas umas das outras;
Distritos industriais, formados por firmas envolvidas em processos de produção
interdependentes, pertencentes ao mesmo segmento industrial, envolvidas com a
comunidade local e delimitadas pela distância da viagem diária dos seus
trabalhadores; e
Redes de negócios, formadas por várias firmas que mantém comunicação e
interação, com certo nível de interdependência, não operando necessariamente
numa mesma indústria ou estar geograficamente concentradas num mesmo
espaço.
Cada arranjo produtivo local tem suas características específicas, sua história de origem, o
ambiente socioeconômico e complexidade, mas eles podem se diferenciar também por seu nível
de desenvolvimento.
Castro (2009) Classifica em arranjos incipientes, em desenvolvimento e arranjos
desenvolvidos:
Arranjos Incipientes: é quando não há um interesse por parte da iniciativa privada
nem do setor público, ocasionando assim falta uma integração de interesses, e a
base produtiva é bem rudimentar, há uma carência no âmbito financeiro também
são os arranjos desarticulados, carentes de lideranças legitimadas. Falta integração
entre as empresas, o poder público e a iniciativa privada e uma visão mais ampla
para o empresariado. Não há centros de pesquisa ou de profissionalização que
poderiam contribuir para elaborar/implementar novos processos produtivos;
Arranjos em desenvolvimento: a sua atuação promove uma força de atração de
novos empreendimentos, motivam os empresários a realizarem investimentos,
tornando-os competitivos. São organizados em classes, com o foco sempre no
regional e não no individual. Seu processo de desenvolvimento é reconhecido,
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possibilitando a atração de novas empresas e incentivando os empreendedores
locais a também participarem da geração de renda do novo movimento empresarial.
Novas atividades econômicas relacionadas com o arranjo produtivo começam a
surgir e há uma demanda por maior competitividade ao longo da cadeia produtiva e
também por serviços; e
Arranjos desenvolvidos: há uma estrutura ampla e complexa, uma interação que
promove cooperação e aprendizagem, gerando uma inovação e competitividade.
Os arranjos classificados como de terceiro nível apresentam-se mais bem
articulados, de importância para o desenvolvimento local, pela capacidade de atrair
novas empresas, fornecedores, prestadores de serviços, banco, entre outros. Suas
lideranças atuam, principalmente, em entidades de classe, com relacionamentos
formais.
O Quadro 2 apresenta através da sistematização e a estatística aplicada, as aglomerações
industriais,que foram classificadas, em uma tipologia, onde se destaca quatro tipos de arranjos, de
acordo com sua importância para o desenvolvimento regional.
Os arranjos produtivos locais, quando bem desenvolvido, são catalisadores do
desenvolvimento de suas regiões e habituam ter instituições que lideram, cooperativamente com
os governos locais, ações de planejamento participativo e cooperação (BNDES, 2004).
Núcleo de
desenvolvimento
setorial-regional
Vetores Avançados
Vetor de
Desenvolvimento
Local
Embrião de
Arranjos
Produtivos
Corresponde aos
sistemas que se
destacam
duplamente: pela
sua grande
importância tanto
para o
desenvolvimento
local ou regional
como para o
respectivo setor ou
classe de indústria
Possuem grande
importância para o
setor (na produção e
no emprego), mas
que, por estarem
diluído num tecido
econômico muito
maior e mais
diversificado, têm
pouca relevância
para o
desenvolvimento
econômico local.
São importantes para
uma região, mas não
têm participação
expressiva no setor
principal a que estão
vinculados. Trata-se,
em geral, de pólos
regionais em
atividades cuja
produção é
geograficamente
bastante dispersa
possui pouca
importância para o
seu setor e
convive, na região,
com outras
atividades
econômicas.
Justamente por
serem
embrionários, são
mais complexos de
identificar
estatisticamente.
Quadro 2 – Sistematização das aglomerações industriais
Fonte: Adaptado de Lastres e Cassiolato (2003)
2.2 Vantagens e Fatores Determinantes para Existência de uma Concentração Geográfica
das Empresas em uma Região
Alfred Marshall (1982,v.1,cap 10) em sua análise econômica sobre o espaço, afirma que a
atividade econômica desde tempos remotos tende a se localizar em sítios e que há um
desenvolvimento das civilizações com a produção e exportação para os mais distantes centros
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consumidores. Denominou de economia externas para referenciar os benefícios que se originam
da concentração da atividade econômica em alguns centros.
O autor destaca a diferença entre economias externas e economias internas, sendo que a
primeira depende do desenvolvimento geral das indústrias, da concentração de empresas
correlatas em uma dada localização.
O surgimento acontece de forma incidental e independem das ações das empresas,
constituem vantagens gratuitas, que atraem outras empresas a se instalarem na região, gerando
assim um diferencial em relação outras localidades.
Já as economias de escalas, transcorrem do aumento das quantidades produzidas e da
melhoria da eficiência produtiva, da melhor organização da produção no nível da empresa.
(MARSHALL,1982,v.1,p.231).
Em todos os estágios do desenvolvimento econômico, exceto nos mais
primitivos, uma indústria localizada obtém grande vantagem pelo fato de
oferecer um mercado constante para mão-de-obra especializada.
(MARSHALL 1985, p.234),
Conforme explica Souza (2009, p.7) a concentração das indústrias provoca um atrativo
maior de mão de obra, estas que encontram maior flexibilidade de emprego em áreas densamente
industriais, com maior oferta de trabalhadores reduz os salários médios.
Afirma Souza (2009,p.64)
“A concentração geográfica de atividades ligadas
tecnologicamente criam economias externas,que reduzem os custos dos transportes de
insumos,amplia a oferta de mão de obra e os contatos com clientes e fornecedores.”
A proximidade física das empresas propicia o aparecimento de externalidades pecuniárias
e tecnológica, dentre os quais se enfatizam mercados de trabalhos especializados, a ligação entre
os produtores, fornecedores e usuários; e spillovers1 tecnológicos e de conhecimento, designado
a tríade Marshalliana (CAMPOLINA,; CROCCO, 2006, p.102).
Uma das questões fundamentais do desenvolvimento regional é saber por que as
empresas se localizam em determinadas regiões. De acordo com a tecnologia e a distribuição
espacial dos consumidores e insumos, a fim de maximizar lucro, e empresa escolherá o local de
menor custo de produção e transporte.
As receitas e os custos variam no território, a localização de máximo lucro é aquela que
representa o maior diferencial entre receitas totais e custos totais (RICHARDSON,1975,p.89).
Brito (2002) também menciona a vantagem de aglomerações de empresas:
[...] a estruturação em aglomerados estimula processos interativos de
aprendizado ao nível local que viabilizam o aumento da eficiência produtiva
criando um ambiente propício à elevação da competitividade dos agentes.
Além disso, é comum o argumento de que a intensificação das articulações
e interações entre empresas nessas aglomerações costuma ter impactos
importantes em termos de geração e da qualidade do emprego ao nível
local, contribuindo para dinamização desses espaços econômicos. Brito
(2002, p. 1)
De acordo com (SOUZA, 2009, p. 30-31) segundo a teoria weberiana, a empresa procura a
localização que tenham seus custos diminuídos sejam eles salariais ou de transportes de
matérias-primas e de produtos acabados. Segundo esta teoria existe cinco situações possíveis:
1
Efeitos de Transbordamentos.
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Custos salariais correntes: a localização ótima é que minimize os custos salariais ou
custos de transportes.Indústrias que perdem processo produtivo tendem a se localizar
junto a fonte da matéria-prima relevante;
Custos salariais variáveis e custos de transportes sem diferenças relevantes de
um local para o outro: a empresa escolherá o local de menor custos de salários.
Variáveis os custos salariais e os custos de transporte, com economias de
aglomerações: tendência de localização no mercado consumidor relevante; e
Localização livre: as indústrias se instalam em qualquer lugar, por utilizarem
matérias-prima e trabalhadores disponíveis em todas as partes ao menor custo e
qualificação.
Além do benefício existente apenas pela proximidade física acima destacado, são
incidentais, somado as ações deliberadas, gera eficiência coletiva,” é definido por Schmitz &
Nadvi (1999, p. 1.504) como “a vantagem competitiva derivada das economias externas e da ação
conjunta”.
Amato Neto (2000, p.53) usa o termo cluster para definição de aglomerado de empresas:
“uma concentração setorial e geográfica de empresas [...] independentemente de seu nicho de
atuação, do tipo de produto ou serviço que proporcionam”.
Ainda, segundo o mesmo autor, existem muitas características de um cluster, a mais
importante é o ganho de eficiência coletiva, entendida como vantagem competitiva da ação
conjunta.
A distinção entre os ganhos planejados, os que são buscados intencionalmente pelas
empresas (economias internas) e aqueles que não fazem parte do planejamento, aparecem
incidentalmente (economias externas), exprimidos em ganhos de eficiência, são possíveis de se
conseguir com o agrupamento de empresas, a soma desses ganhos dá-se o nome de eficiência
coletiva (MACHADO, 2003).
Para Machado (2003), a aglomeração geográfica por si só, não possibilita a eficiência
coletiva, para haver é necessário os seguintes prepostos:
divisão do trabalho com especialização entre produtores;
rapidez no fornecimento de produtos especializados;
aparecimento de fornecedores de matérias-primas, componentes e maquinas;
aparecimento de representantes para outros mercados, no país e fora dele;
aparecimento de prestadores de serviços nas mais diferentes áreas, como contábil,
financeira e tecnológica;
formação de mercado de profissionais especializados; e
ações específicas em conjunto.
Segundo Camagni (1991) o ganho competitivo do aglomerado geográfico se dá pela
geração dos seguintes efeitos bem discriminados conforme descritos resumidamente no Quadro
3.
Economia Externa
Aproximação Econômica
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Em uma perspectiva estática e dinâmica.
Seu efeito estático é a redução de custos
para as firmas locais comparada às
empresas isoladas. Do ponto de vista
dinâmico, pode-se referir ao processo de
educação e treinamento e o acúmulo de
Know-how e conhecimento,
tomando
rumos espontâneos e socializados dentro
do distrito.
Reduzindo os custos de transações e em
geral os custos de uso do mercado,
através da fácil circulação de informação e
os contatos diretos dentro do distrito.
Como exemplo, temos, troca facilitada de
informações, principalmente informais,
entre clientes e fornecedores.
Elementos Sinérgicos
A Flexibilidade
Elementos sinérgicos, aumentando a
capacidade local de inovação através dos
processos de imitações, interações entre
os agentes locais, parcerias privadas e
públicas na infraestrutura e prestações
de serviços, interações entre centros de
pesquisas e adotivos de invenções, e
cooperação cliente fornecedor.
Obtida através de relações especiais no
mercado de trabalho: uso intensivo de
trabalhadores caseiros e disponibilidade
de horas extras, permitindo adaptações
rápidas e fáceis da força de trabalho para
reagir às mudanças de demanda;
A Especialização
De acordo com a divisão das fases do processo de produção, permite uma exploração
mais eficiente de diferentes escalas de economia e uma alta capacidade de inovação,
em relação às firmas verticalmente integradas.
Quadro 3 – Vantagens da Aglomeração de Empresas
Fonte: Adaptado a partir de Camagni (1991)
De acordo com Santos; Diniz; Barbosa (2004) as vantagens competitivas locacionais são
divididas em dois grupos: as vantagens passivas, relacionadas com ganhos na redução dos
custos de transportes, proximidade cliente-fornecedor, urbanização, infra-estrutura, disponibilidade
de pessoal especializado,e as vantagens ativas ou dinâmicas, obtidas com o acúmulo e
intercâmbio de conhecimento tácito, a criação de relações de confiança, a cooperação e a
diminuição dos custos de transação.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A guisa de conclusão, os arranjos produtivos locais podem acontecer de forma induzida ou
natural, mas para que haja o seu desenvolvimento necessita-se de apoio. São notórias as
vantagens que esses arranjos trazem para as empresas participantes, sendo este, fonte geradora
de vantagens competitivas bem como a aprendizagem coletiva, cooperação e a inovação, tudo
isso gerado através do aproveitamento das sinergias, o todo é maior que suas partes, ou seja,
sozinha as empresas participantes desses arranjos, por mais que se esforçassem não
conseguiriam.
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Entre várias outras vantagens, os arranjos geram economias de escala e melhoram a
especialização produtiva. Vantagens essas que estimulam e contribuem para o desenvolvimento
regional.Para que ocorram todos os benefícios que os arranjos produtivos podem oferecer é
necessário que haja um apoio tanto público como privado, que estimule a cooperação, o
aprendizado e a inovação, sendo importante no desenvolvimento econômico local, através do
emprego, renda e bem como o progresso tecnológico.
Este trabalho teve como objeto geral versar sobre a polarização econômica das regiões
com o enfoque nos arranjos produtivos locais, como objetivos específicos , explicitar conceitos de
arranjos produtivos locais, características, os determinantes para uma concentração geográfica de
empresas, e dissertar sobre as vantagens destes aglomerado Uma das questões fundamentais do
desenvolvimento regional é saber por que as empresas se localizam em determinadas regiões .
Conclui-se afirmando que os fatores determinantes para a aglomeração de empresas em
uma região pode ser menores custos salariais correntes, tendência de localização no mercado
consumidor relevante; matérias-primas e trabalhadores disponíveis ao menor custo e qualificação.
E são diversas as vantagens que a concentração das indústrias, pois provoca um atrativo
maior de mão de obra, estas que encontram maior flexibilidade de emprego em áreas densamente
industriais, com maior oferta de trabalhadores reduz os salários médios.
A proximidade física das empresas propicia o aparecimento de externalidades pecuniárias
e tecnológica, dentre os quais se enfatizam mercados de trabalhos especializados, a ligação entre
os produtores, fornecedores e usuários.
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