N° 14 - Ano 3
Set/Out 2014
Informe Técnico
Relação do hCG com
saúde e doença.
www.goldanalisa.com.br
A Gold Analisa atua no mercado de saúde há mais de 30 anos e
sempre buscou estar próximo das universidades e escolas
técnicas, por intermédio do professor Homero Lopes, sendo um
elo de integração com o mercado, professores e alunos.
Nesta 14ª edição do Analisando temos a honra de publicar um
artigo da Dra. Cristiane Menezes, professora da Faculdade de
Farmácia da UFMG, com o tema: Relação do hCG com saúde
e doença, na qual aborda de forma clara e precisa o hormônio
gonadotrofina coriônica humana (hCG), descrevendo o
conceito, tipos, formas de detecção, importância do diagnóstico,
não somente à confirmação e acompanhamento gestacional,
mas também para outras doenças, entre outros.
Este Analisando é muito especial, pois marca o início de uma
parceria estratégica com a UFMG, parceria esta que visa a
contribuição de alunos e acadêmicos, supervisionados e
incentivados pela Dra. Cristiane, na geração de conhecimento
técnico-científico, voltados principalmente para a área
bioquímica e laboratorial.
Boa leitura!
Relação do hCG com saúde e doença.
Dra. Cristiane Menezes
FAFAR/UFMG
A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é um hormônio
glicoproteico composto por duas cadeias,  e  (hCG e
hCG), não covalentemente ligadas. Embora as duas
subunidades sejam requeridas para a atividade biológica do
hormônio, apenas a subunidade é única e confere especificidade imunológica apesar da sua similaridade estrutural
de 80% com o hormônio luteinizante (LH). Desta forma,
a porção  do hCG é aquela utilizada para identificação
hormonal nos testes de gravidez.
Estrutura da gonadotrofina coriónica humana
O hCG existe em nosso organismo em 5 formas comuns:
hCG, hCG sulfatada, hCG hiperglicosilada, hCG livre e hCG
livre hiperglicosilada. O hCG é fisiologicamente produzido em
grandes quantidades por células do sincíciotrofoblasto da
placenta durante a gravidez. Neste contexto, a função
hormonal é estimular a produção de progesterona e
estrógeno pelo corpo lúteo, o que permitirá a manutenção da
receptividade uterina para o desenvolvimento do embrião.
Menores quantidades de hCG são também produzidas pela
pituitária, testículos, fígado e cólon. Está estabelecido que
vários tipos de tumores podem, também, produzir o hCG.
O uso mais conhecido da detecção de hCG relaciona-se
à confirmação de gravidez. O primeiro teste com este intuito
foi descrito em 1927 por Ascheim e Zondek. Este teste
consistia na injeção de urina feminina em roedores fêmeas
imaturas. A presença do hCG levaria à maturação sexual
precoce das cobaias. Na década de 1960, com o surgimento de
anticorpos policlonais, foi desenvolvido o primeiro teste
imunológico de gravidez. Em 1967, foi criado o primeiro
radioimunoensaio utilizando antisoro policlonal. Após o
descobrimento dos anticorpos monoclonais, o método
imunológico de detecção de hCG utilizando dois anticorpos
foi desenvolvido em meados de 1980. Atualmente, os ensaios
imunométricos se baseiam no princípio do sanduíche e
aplicam dois diferentes anticorpos. O primeiro anticorpo é um
anticorpo monoclonal anti-hCG fixado em uma fase sólida
para capturar a forma intacta do hCG, enquanto o segundo
anticorpo, conjugado com um agente sinalizador, reage com
uma outra porção da molécula de hCG e assim, permite a
detecção do hCG capturado. A detecção quantitativa e
qualitativa de hCG pode ser realizada utilizando-se amostras
de soro ou urina.
Para mulheres gestantes, a concentração de hCG no soro
começa a aumentar entre o 7º - 11º dias após a ovulação, o
que corresponde ao período entre o 21º - 25º dias após o
último período menstrual. O aumento acontece de maneira
exponencial durante as primeiras 5 semanas após a
implantação do embrião. Normalmente, o pico de
concentração de hCG se dá entre a 8º - 10º semana após o
último ciclo menstrual, podendo atingir a concentração de
110.000IU/L (5º - 7º semanas pós implantação). No início do
segundo semestre de gestação, acontece uma diminuição da
concentração de hCG que pode ficar em torno de 36.000 IU/L
(esses valores dependem dos métodos utilizados). Há um
pequeno aumento na concentração de hCG antes do parto,
após o qual observa-se a sua redução dentro de 24 - 32 horas,
até sua normalização entre 1 a 3 semanas. As concentrações
de hCG são maiores em casos de gestação múltipla quando
comparada com a concentração observada na gestação única.
As concentrações de hCG no soro de mulheres não grávidas
podem ser medidas por métodos sensíveis. Essas
concentrações são dependentes da função gonadal,
mostrando um aumento evidente na fase pré menopausa.
Concentrações entre 8 - 10 IU/L são observadas em mulheres
saudáveis. Em homens, as concentrações de hCG no soro são
mais baixas, porém, detectáveis em exames altamente
sensíveis. Concentrações entre 3-4 IU/L são observadas em
homens saudáveis.
As concentrações médias de hCG e hCG são similares no soro
e na urina, sendo que a concentração de ambas as formas, na
urina de mulheres e homens, aumenta com a idade. Este
aumento é muito mais nítido no soro. O limite superior de
referência para hCG na urina em mulheres com menos de 50
anos ou mais de 50 anos, é de 3 e 4 IU/L (8.8 e 11.5 pmol/L),
respectivamente. Os valores correspondentes para homens
são 1 e 3 IU/L (2.9 e 8.4 pmol/L).
Cabe ressaltar que a detecção de hCG é útil não apenas na
confirmação e acompanhamento gestacional, sendo
utilizado como marcador no diagnóstico de algumas doenças
relacionadas ou não à gestação e que serão descritas,
brevemente, a seguir:
Perda fetal prematura: Abortos esponâneos
acontecem, geralmente, durante o primeiro trimestre de
gestação. Inicialmente, a concentração de hCG no soro
pode aumentar normalmente antes de começar a cair.
Gravidez ectópica: Na gestação fora do útero, a
concentração de hCG no soro tende a ser mais baixa do
que o observado para para uma gestação normal.
Doença trofoblástica gestacional: As concentrações
de hCG no soro estão fortemente aumentadas no
coriocar-cinoma e na mola hidatiforme. Em doenças
trofoblásticas benignas, as concentrações de hCG são
geralmente, 5% daquela de hCG, mas no coriocarcinoma, a proporção de hCG é maior.
Câncer testicular: Aproximadamente 50% dos
cânceres testiculares não seminomatosos causam um
aumento da concentração de hCG no soro e urina,
geralmente, para concentrações muito elevadas. hCG é
raramente aumentado em seminomas.
Tumores não trofoblásticos: O hCG é muito
raramente produzido por tumores não trofoblásticos,
mas, uma baixa expressão de hCG é bastante comum.
Como as concentrações no soro de hCG são
moderadamente aumentadas, ele se torna um marcador
útil apenas quando medido por métodos ultrasensíveis.
Um uso curioso do hCG é sua administração parenteral para
estimulação da produção de testosterona em indivíduos do
sexo masculino, sendo utilizado por atletas para aumentar a
resistência muscular.
Com base no exposto, concluímos que o hCG é um hormônio
de ocorrência natural em nosso organismo e que suas
concentrações podem ser medidas em homens e mulheres
por métodos sensíveis. Vale ressaltar que fármacos podem
alterar a concentração deste hormônio e que variações
individuais na expressão do mesmo afetam a sua concentração e devem ser levados em consideração ao analisar os
resultados obtidos através de sua dosagem.
A Gold Analisa Diagnóstica disponibiliza para seus clientes
dois kits para determinação qualitativa do hCG, sendo um
específico para utilização de urina (método de aglutinação
em látex) e outro para detecção hormonal utilizando-se
soro ou urina, por imunocromatografia:
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1 - HCG EIC - TIRA - Cat. 534E
2- BETA-HCG LÁTEX - Cat. 540
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