Megaprojeto de fusão nuclear vai receber US$ 21 bilhões
Os países que integram o projeto internacional de fusão nuclear Iter (sigla em inglês de Reator
Termonuclear Experimental Internacional) concordaram em realizar um investimento de cerca de US$ 21
bilhões (R$ 48 bilhões) para começar a gerar energia limpa e barata até 2027.
O objetivo do Iter, que está sendo construído desde 2007 na cidade de Cadarache, no sul da França, é criar
o maior reator de fusão nuclear do mundo, com a capacidade inédita de produzir mais energia do que
consome, reproduzindo na Terra as reações nucleares que ocorrem no Sol.
A ideia é gerar pelo menos 500 MW, com 50 megawatts (MW) de energia iniciais.
Até o momento, foi realizada apenas a terraplanagem do terreno de 42 hectares (o equivalente a cerca de
42 campos do tamanho do Maracanã) que irá abrigar o projeto.
No centro da planície atualmente deserta, será construído o gigantesco reator Tokamak, dentro de um
prédio de 57 metros de altura, com outros quatro andares subterrâneos.
Por tudo isso, o projeto, que triplicou de orçamento nos últimos anos, é considerado um dos experimentos
científicos mais ambiciosos do planeta.
Depois de uma reunião nesta quarta-feira com os membros do conselho do projeto - Índia, China, Coreia do
Sul, Japão, Rússia, Estados Unidos e União Europeia (UE) - ficou decidido também que o japonês Osamu
Motojima será o novo diretor-geral do Iter, responsável pela manutenção do cronograma e dos custos do
projeto.
Em entrevista à BBC Brasil, Motojima admitiu que a sua maior responsabilidade será manter a fase de
construção dentro do orçamento previsto.
A primeira dificuldade dele surgiu já no primeiro dia de mandato, já que a UE decidiu limitar a sua
participação a US$ 6,6 bilhões, um corte de 9% em relação ao anteriormente previsto.
Como o bloco europeu é responsável por 45% da conta do Iter, Motojima terá que completar a fase de
construção - prevista para novembro de 2019 - com cerca de US$ 850 milhões a menos que o prometido.
"Para termos a compreensão das pessoas, temos que nos manter dentro do orçamento. A minha
expectativa é que podemos fazê-lo. Senão não aceitaria o cargo", afirmou o diretor-geral, que pretende
poupar com mudanças na estrutura administrativa e nos sistemas de compra do Iter.
Na administração anterior, as estimativas de custo do Iter saltaram de 5 bilhões de euros para cerca de 15
bilhões de euros.
Fonte: Instituto de Engenharia
Em, 09-08-2010.
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