ITER adjudica contrato de 2 milhões de euros a unidade de investigaçã... http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot03.asp?codpub=33&codnot=20 1 of 2 19-09-2013 Nº 33 setembro 2013 9:57:31 Notícias ITER adjudica contrato de 2 milhões de euros a unidade de investigação portuguesa 16-09-2013 15:14 Lúcia Vinheiras Alves Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, do Instituto Superior Técnico, é a unidade escolhida pelo ITER para desenvolver um diagnóstico de determinação da temperatura de um plasma de fusão nuclear. O contrato tem o valor de 2 milhões de euros. © ITER Gosto 20 Enviar 1 Seguir O ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) é uma organização internacional onde decorre a grande experiência científica que conta com a colaboração de investigadores de todo o mundo para a construção de um reator de fusão nuclear. O objetivo é demonstrar que é possível produzir energia por fusão nuclear com potencial de vir a ser comercializada e sem impactos negativos para o ambiente. Encontra-nos no Facebook TV Ciencia Gosto Atualmente, no ITER são desenvolvidas e testadas tecnologias que serão essenciais para a construção de reatores nucleares, que se esperam venham a apresentar-se como o estado-de-arte da tecnologia futura de produção de energia. Agora, o ITER adjudicou um contrato ao consórcio constituído pelo Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN), do Instituto Superior Técnico (IST) e pela Universidade Técnica da Dinamarca, para o desenvolvimento de um diagnóstico de micro-ondas para determinar a temperatura de um plasma de fusão nuclear. 625 pessoas gostam de TV Ciencia. Plugin social do Facebook Bruno Soares Gonçalves, investigador do IPFN e um dos líderes do projeto explica, em declarações à TV Ciência, que «as reações de fusão nuclear (entre núcleos de isótopos do hidrogénio) ocorrem a temperaturas bastante elevadas». Neste sentido, «a operação do reator de fusão nuclear em condições ótimas depende de conseguirmos otimizar a temperatura do plasma de forma a maximizar as reações de fusão nuclear, pelo que a determinação da temperatura é bastante importante para o controlo e operação do ITER», afirma o investigador. Para determinar a temperatura certa, os cientistas vão desenvolver «um sistema de emissão de um feixe de microondas que interage com o plasma (o gás onde ocorrem as reações de fusão nuclear) e num recetor que recebe o sinal gerado pela interação com o plasma e a partir do qual se extrai uma medida da temperatura do plasma (tipicamente da ordem das centenas de milhar de graus centigrados)», explica Bruno Soares Gonçalves. Este é um trabalho complexo que exige vários desenvolvimentos. O investigador explica que «para podermos inserir e coletar os feixes de microondas no interior de um reator nuclear é necessário desenhar os sistemas para ‘canalizar’ o feixe de microondas desde o exterior, os espelhos que refletem os sinais obtidos para o recetor», assim como «a integração de todo o sistema no dispositivo experimental, que é bastante grande e complexo». Os investigadores sabem que têm de trabalhar num ambiente muito agressivo, já que «muitos dos componentes estarão sujeitos a temperaturas elevadas e a um nível de radiação também bastante elevado pelo que é necessário fazer vários estudos para otimização do desenho final de forma a 19-09-2013 09:57 ITER adjudica contrato de 2 milhões de euros a unidade de investigaçã... http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot03.asp?codpub=33&codnot=20 2 of 2 desenvolvermos um sistema de medida fiável», afirma o cientista. O contrato agora adjudicado ao consórcio tem um orçamento global de 7 milhões de euros para um período de quatro anos, dos quais 2 milhões de euros correspondem à participação nacional, ou seja, ao trabalho desenvolvido pelo IPFN. Atualmente, o financiamento do IPFN é garantido em 65% por fundos europeus e 35% de financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), pelo que a capacidade de ganhar contratos desta natureza permite «ao IPFN continuar a desenvolver uma das suas áreas de atividade», ou seja, «este tipo de projetos é essencial para a manutenção de uma unidade de excelência como é o caso do IPFN», afirma Bruno Soares Gonçalves. O investigador adianta que o financiamento recebido através deste tipo de contratos é essencial ao nível da manutenção dos recursos humanos, já que vai permitir «dar continuidade a emprego qualificado, formação avançada de pessoal possibilitando também a contração de bolseiros, dando-lhes a possibilidade de iniciarem ou prosseguirem a sua carreira científica». Por outro lado, são contratos «fundamentais para o reconhecimento internacional das competências do IPFN aumentando a possibilidade de ganharmos novos contratos», afirma Bruno Soares Gonçalves. Este é já o oitavo contrato que o IPFN consegue estabelecer nos últimos anos. Uma capacidade de captação de fundos que, o investigador explica, está relacionada com a existência no IPFN de «um grupo de engenharia e integração de sistemas de fusão nuclear com competências reconhecidas internacionalmente na área de diagnósticos de microondas e sistemas de controlo e aquisição de dados». Bruno Soares Gonçalves acrescenta que «a equipa do IPFN já desenvolveu vários sistemas de diagnósticos de microondas para o maior dispositivo de fusão nuclear atualmente em funcionamento (o Tokamak JET, no Reino Unido) e para várias outras máquinas europeias e do Brasil». Nesta área específica de desenvolvimento de diagnóstico de microondas «este é o segundo grande contrato com o ITER, uma vez que a mesma equipa já se encontra a trabalhar noutro diagnostico de microondas para determinação da posição plasma – um contrato no valor de 8,5 milhões de euros liderado pelo IPFN» . 19-09-2013 09:57